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Thaís Viana de Ávila Oliveira - 73 A - Microbiologia Características gerais o CÉLULAS EUCARIÓTICAS: podem ser agrupadas como unicelulares (leveduras) ou pluricelulares (fungos filamentosos hifas). Possuem núcleo e maior número de organelas. Mais complexas que as procariotas. o São ubíquos, heterotróficos (saprófitas, simbiontes, parasitas), aeróbios (quase exclusivamente) ou anaeróbios facultativos. o FUNÇÕES BENÉFICAS: biotransformação (fermentação), decomposição de matéria orgânica, participação de controle biológico, produção de antimicrobianos e de enzimas. o FUNÇÕES NOCIVAS: produção de micotoxinas, degradação de alimentos, alteração em construção civil, micoses. o FUNGOS FILAMENTOSOS: fixação de N2 por micorrizas; culinária (queijos). o LEVEDURAS: fermentação (mais que os filamentosos). o FATORES DE VIRULÊNCIA: são inferiores aos das bactérias (são menos frequentes). Diferenciação de manoproteinas, modificação de β glucanos (imunomodulador → mais frequente), produção de enzimas, de proteínas, de toxinas, de cápsula (algumas leveduras) e de melanina (alguns). o TRATAMENTO: há menos alvos para antimicrobianos. Azóis (é o principal → atuam na síntese de ergosterol), Alaminas (inibem a epoxidase na membrana → síntese de ergosterol é inibida), Polienos (atuam no ergosterol → formam poros na membrana), Equinocandinas (atuam na proteína que sintetiza β 1,3 glucano → sofrem com resistência), Flucitosina (inibe a síntese de DNA/RNA), Griseofulvina (inibe a mitose). Morfologia o Os fungos em colônias podem ser: filamentosos (micélio é conjunto de hifas), leveduras ou dimórficos (no ambiente é filamentoso e no corpo cresce como levedura. Quase todos são patogênicos). • COLÔNIAS: cotonosas, aveludadas, purulentas, cremosas e com pigmentações diferentes. • LEVEDURAS: unicelulares, esféricas ou ovais. Algumas formam pseudo- micélio (verdadeiro são células separadas). É a forma de disseminação no corpo humano. o NÚCLEO: tem forma oval e é extremamente plástico (necessário para a divisão celular no caso do brotamento das células leveduriformes na reprodução assexuada). É capaz de passar nos poros e nos septos das hifas e formar hifas diploides. Material genético é o DNA. o PAREDE CELULAR: é mais simples que a parede celular das bactérias e é ≠ da dos vegetais (alvo terapêutico). É uma proteção osmótica. Constituída por quitina, glucanas, mananas e glicoproteínas. Constituem ±30‐50% PS (peso seco) de leveduras e ±20‐30% PS de fungos filamentosos. o MEMBRANA CELULAR: abaixo da parede celular. Tem ergosterol, proteínas e carboidratos. O ergosterol é um bom alvo para ação dos fármacos, sendo o principal alvo da Anfotericina B (forma um poro na membrana e age com maior eficiência para eliminá-lo → também age no colesterol das células humanas, ou seja, não é 1ª escolha). Reprodução o Sexuada ou assexuada. Os esporos têm função de reprodução. o ASSEXUADA: por fragmentação de hifas, por brotamento (a partir de uma levedura) ou por esporulação (produção de esporos assexuais → germinam → formam hifas. Infecção por inalação). Os esporos estão relacionados à reprodução e não à resistência no meio. Brotamento • ESPOROS ASSEXUADOS: utilizados na classificação dos fungos, pois as espécies que esporulam apresentam diversos tipos de esporos, como: ✓ Clamidósporos: clamídia. São arredondados e estão presentes na ponta das hifas. ✓ Blastósporos: se apresentam no brotamento, principalmente na cândida. ✓ Conidosporos: esporos nas extremidades do conidiósporo. ✓ Esporangiósporos: esporos no interior da bolsa esporângia. Presentes, principalmente no rhizopus. o SEXUADA: a fusão de gametas ou de hifas gera esporos ascósporos (em fungos ascomicetos) ou basidiósporos (em fungos basidiomicetos. São formados por meiose e são liberados pro meio após a maturação). Fisiologia o Determinada por questões nutricionais e físicas. o A nutrição é externa e ocorre pela liberação de enzimas que clivam macromoléculas, que são absorvidas via parede celular. o O pH ótimo para o crescimento de fungos filamentosos é 5,6 e de leveduras é de 3,5-3,8. o A umidade ótima é entre 75% - 95%. A temperatura ótima para fungos filamentosos é de 0-60°C e para leveduras é de 0-45°C. Podem ser psicrófilos, mesófilos (maioria) ou termófilos. o Crescem mais lentamente que as bactérias. Classificação o É baseada, muitas vezes, em aspectos morfológicos da colônia. Havendo dificuldade, utiliza-se a identificação molecular, que é + precisa e + cara. o ASCOMYCOTA: mais comum. Podem ser patogênicos (micoses cutânea e sistêmica) ou não (fermentadores de pão e cerveja; utilizados na produção de antimicrobianos, como a penicilina). o BASIDIOMYCOTA: são saprófitos. Podem ser leveduriformes e filamentosos. Podem ser patogênicos (micetismo, micoses cutânea, como Malassezia, e sistêmica, como Criptococose → menos do que os Ascomycota) ou não (cogumelos comestíveis). o ZYGOMYCOTA: são de ordem Mucorales (atualmente Glomeromycota). Relacionados a deterioração de alimentos, a produção de álcool etílico e outros ácidos e a Zigomicose ou Mucormicose (fungos saprófitos da ordem Mucorales → associada a doenças hematológicas, transplantes de órgãos etc.). Micoses o Superficiais; Cutâneas; Subcutâneas; Sistêmicas; Oportunistas. o DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: análise do material semeado (cultivo); Bioquímicos (leveduras); Imunológico (estruturas da parede); Independente de cultivo; Histopatológico. o MICOSES SUPERFICIAIS • Pitiríase versicolor: Malassezia spp.. • Tinea nigra: Hortacea werneckii. • Piedras preta: Piedraia hortae. • Piedras branca: Trichosporon beigelli. o MICOSES CUTÂNEAS • Dermatofíticos: Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. • Dermatomicoses o MICOSES SUBCUTÂNEAS • Esporotricose • Cromoblastomicose • Micetomas o MICOSES SISTÊMICAS: micoses verdadeiras/micoses primárias. • Paracoccidiodomicose: Paracocidioides brasiliensis. • Coccidioidomicose: Coccidioides immitis. A gravidade da infecção é determinada pelo estado imune do hospedeiro, pela oportunidade de interação e pela carga infectante • Histoplasmose: Histoplasma capsulatum. • Blastomicose: Blastomyces dermatitidis • Criptococose: C. neoformans e C. gatti. o MICOSES OPORTUNISTAS: fatores intrínsecos ou extrínsecos podem ser predisponentes. São cosmopolitas, saprófitas na natureza, distribuídos pelo ar. Quando em imunocomprometidos são sempre patológicos. • Candidíase • Criptococose: C. neoformans e C. gatti. • Aspergilose • Murcomicose Ptiríase versicolor o Micose superfical pela Malassezia spp, que são leveduras basidiomicéticas. Principal micose presente nos consultórios de dermatologia. o PATOGENIA: fatores que predispõem são: alteração bioquímica ou fisiológica da pele, fatores genéticos, secreção cutânea de ácidos graxos (suor), imunodepressão, doenças crônicas, higiene pessoal ruim, calor e umidade excessivos, utilização de cremes, estresse. o CLÍNICA: máculas escamativas irregulares com forma e cor variável. Lesões hiperpigmentadas e hipopigmentadas, presentes em ombros, tórax e sem distinção de sexo. Tinea nigra o Micose superficial pela Hortacea werneckii. o CLÍNICA: lesões hiperpigmentadas que acometem preferencialmente palma das mãos. Diagnóstico diferencial de melanoma. Piedras o Micoses superficiais. Endêmica de países tropicais e subtropicais. Relacionadas à falta de higiene. o PIEDRA BRANCA: Trichosporon beigelii. Levedura fica em volta do pelo. o PIEDRA PRETA: Piedraia hortae. Fungo filamentoso em formas mais firmes em torno do pelo. Dermatófitos o Micoses cutâneas pelos fungos filamentosos Microsporum , Trichophyton e Epidermophyton, que podem ser Geofílicos, Zoofílicos e Antropofílicos. o Causam lesões em pelos ou extrato córneo (onicomicoses).A infecção é por inoculação de artroconídios (esporos) ou fragmentos de hifa que penetram na camada córnea (lesões macroscópicas). As queratinases permitem lesões no interior (endótrix) ou em volta (ectótrix) dos pelos. o TINEA CAPITIS e TINEA CORPORIS. o TRATAMENTO: pomada. Esporotricose o Lesões subcutâneas transmitidas pelos gatos, principalmente. São em forma de nódulos e abcessos ao longo do trajeto linfático. Cromoblastomicose o Lesões subcutâneas por fungos demáceos (fungos negros). Causa o fenômeno de Splendore-Hoeppli. o CLÍNICA: lesões polimorfas, em pápulas, nódulos ou verrugas em MMII, mãos e nádegas. Formam corpos escleróticos. Micetomas - eumicetomas o Lesões subcutâneas por infecção crônica de longa evolução. Há formação de grãos ou grânulos (corpos fúngicos aderidos) a partir de abcessos (edema → fistulização → drenagem de secreções e grãos). OBS: micetomas podem ser bacterianos. Diferenciação é pelos grânulos. Histoplasmose o Lesões sistêmicas por inalação de esporos de Histoplasma capsulatum var. capsulatum e H. capsulatum var. duboisii (infecções cutâneas). o O Histoplasma capsulatum var. capsulatum possui cápsula falsa e é dimórfico (muda de filamentoso para levedura em temperatura corpórea, devido a mudança na parede celular). Infecção pulmonar é mais comum. o CLÍNICA: sinais e sintomas inespecíficos. Pode ter formas pulmonar aguda, pulmonar crônica, disseminada, cutânea e óssea. Paracoccidiomicose o Lesões sistêmicas por inalação de esporos do Paracoccidiodes brasiliensis (é endêmica no Brasil → acomete principalmente trabalhadores rurais). É dimórfico (forma levedura em formato de roda de leme no corpo). o CLÍNICA: sintomas inespecíficos (DD de leishmaniose). Podem ser: infecções primária, disseminada subaguda, pulmonar crônica (pulmonar) e extrapulmonar (se associada a outras comorbidades). o O estradiol das mulheres protege contra a transformação de fungo filamentoso em levedura, o que barra a Paracoccidiodomicose. Candidíase o Lesão oportunista pela Candida sp., principalmente. É um fungo leveduriforme, unicelular e de reprodução por brotamento. o VIRULÊNCIA: adesão, enzimas extracelulares e morfologia. Pode haver formação de biofilme. Candida albicans é a única que tem tubo germinativo. o CLÍNICA: candidose oral, candidíases cutâneas, onicomicoses, vulvovaginites, balanopostite e acometimento do SNC. o DIAGNÓSTICO: microscopia (tubo germinativo), crescimento em meios diferenciais, testes fisiológicos e bioquímicos, espectrometria e molecular. o Há vacina para os com infecções recorrentes. o Candida auris é um superfungo fatal, resistente a medicamentos. Criptococose o Micose oportunista por inalação de esporos das leveduras capsuladas Cryptococcus neoformans (meningite fúngica) e de Cryptococcus gattii (criptococose sistêmica e pneumonia). o A Cryptococcus neoformans está associada a pombos e a Cryptococcus gattii está associada a plantação de eucaliptos. Aspergilose o Micose oportunista pela inalação ou pela ingestão de alimentos contaminados pelas toxinas de Aspergillus spp.. Acomete imunocomprometidos. o DIAGNÓSTICO: auxílio do RX para ver bola fúngica (micélio no interior do pulmão). Murcomicose o Micose oportunista por inalação de várias espécies da ordem Mucorales. É um fungo angiogênico (acomete face causando necrose de vasos e mutilação) e “negro” (mas a hifa é hialina).
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