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UNIDADE 3 - MATERIAL DIDÁTICO - AOL3 - PERSPECTIVA DE INTERIORES

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PERSPECTIVA DE INTERIORES
DESENHO TRIDIMENSIONAL: COMO MELHORAR A REPRESENTATIVIDADE
Inara Pagnussat Camara
OLÁ!
Você está na unidade Desenho tridimensional: como melhorar a representatividade. Conheça aqui a importância de representar a perspectiva tonal e as variações de cor que permitem iluminar, aproximar ou materializar uma figura ou imagem de um projeto. Tomemos, por exemplo, um cubo somente com suas linhas de contorno e um cubo tonalizado com efeitos de luz e sombreamento. Certamente, com o segundo, sua imaginação e compreensão ficam mais claras e precisas sobre esse objeto. Assim, o primeiro tema abordado, aqui, serão os valores tonais e como podemos representar a luz que incide sobre os objetos que desenhamos.
Aprenda técnicas fundamentais relacionadas com a composição de imagens tridimensionais, proporcionando desenhos graficamente representados que permitem a valorização da tridimensionalidade, compreensão do leitor, qualidade gráfica em geral e valorização dos seus projetos. Conheça também algumas das principais formas de graficação de desenhos tridimensionais, com o uso de ferramentas simples de desenho.
Bons estudos!
1 Representação gráfica tonal
Na representação gráfica de espaços projetados, a utilização de tonalidades gráficas nos permite melhorar a comunicação nos projetos de arquitetura, pois, através do uso de cores e texturas, podemos estabelecer a ordem das imagens visando ampliar a nossa percepção da espacialidade do desenho à medida que nos deslocamos no espaço projetado.
A forma como percebemos a tridimensionalidade de um espaço projetado depende muito de como os raios solares, ou seja, a luz, incide sobre este espaço. É através da representação da luz que podemos perceber a escultura e a forma daquilo que queremos comunicar ao leitor. Assim, o objetivo, aqui, é mostrar os princípios fundamentais que regem a composição de formas e linhas que auxiliam a transmitir a ilusão de luz ou sombra em objetos projetados.
Embora nos projetos de arquitetura a representação tonal seja através do uso de linhas, elas nos permitem representar as características de luz, de texturas diversas e de volumes que não podem ser descritos pela linguagem habitual. A seguir, apresentaremos as informações necessárias que podem auxiliar neste processo de aprimoramento de desenhos tridimensionais com valorização tonal.
1.1 Os valores tonais para estabelecer a ordem de elementos arquitetônicos
Na representatividade de projetos de arquitetura e urbanismo, é através do uso de sombreamentos que podemos identificar formas e imagens para que nossa visão seja estimulada por padrões de intensidade de luz e cor e possa, então, formar a imagem mental do projeto. Muito embora um projeto de arquitetura não utilize efetivamente o uso de cores, usando uma simples lapiseira ou lápis, podemos simular a presença da luz nos projetos.
Através da identificação da presença de luz, podemos perceber mentalmente tons claros ou tons escuros e, assim, identificar características específicas de um objeto ou projeto, tais como os contornos da edificação, tamanhos e profundidades de elementos arquitetônicos, cores ou tonalidades, arestas e similares.
Quando olhamos para uma edificação a olho nu, percebemos essas nuances e a presença ou ausência de luz, o que possibilita a percepção e compreensão do objeto. Assim, quando buscamos representar essa imagem vista pelo olho na forma gráfica, precisamos representar, no desenho, tonalidades, linhas e contornos o mais realistas possível para que, aos olhos do leitor ou do observador, essa imagem possa ser formada mentalmente, gerado a correta representatividade de volumes, objetos ou contrastes que houverem, de acordo com Ching (2011).
Figura 1 - Representando arranjos formais através da representação de coresFonte: Ching (2011, p.150).
#PraCegoVer: a imagem mostra um desenho de dois círculos em duas dimensões – um maior e outro menor, um sobre o outro e, um retângulo com um quadrado. Já, a imagem ao lado mostra os mesmos desenhos com tonalidades gráficas, mostrando a importância da graficação para a representatividade de volumes e formas.
Podemos utilizar materiais muito simples para a representatividade tonal em projetos de arquitetura. Os materiais mais utilizados por arquitetos são canetas nanquins e lápis com espessuras maiores, como os lápis 6B. Com o uso destes materiais, o desenhista consegue sombrear superfícies, desenvolvendo hachuras paralelas, hachuras cruzadas, hachuras com movimentos circulares ou pontilhadas. Independente de como você irá hachurar, terá tonalidades diferentes, valores e superfícies sombreadas também diferentes.
Mas você sabe o que são hachuras? No desenho artístico, elas são muito utilizadas e nós chamamos de hachura a técnica artística de criar efeitos de sombras e efeitos tonais a partir do desenho de linhas, sejam elas paralelas ou cruzadas. O conceito principal diz respeito à quantidade de linhas utilizadas, à espessura do traço e ao espaçamento entre as linhas, que irão determinar o sombreamento do projeto, ou da imagem, enfatizando a sua forma e gerando uma ilusão volumétrica, sendo a presença da cor ou o efeito da luz sobre o objeto o fato responsável pela noção de tonalidade.
Um tom é expresso pelas áreas que são iluminadas e sombreadas sobre a superfície do desenho e, para compreende-lo, é muito importante que você observe que o espaçamento entre as linhas é fundamental. Quanto mais próximas as linhas, mais teremos a noção de ausência de luz, enquanto linhas mais distantes representam menos a cor e, consequentemente, parecem áreas mais iluminadas. Os valores de tons também dependem de como são justapostos, incluindo texturas, granulações e direcionamento da aplicação da hachura. A seguir, vamos abordar os valores tonais representados através de hachuras.
1.2 Representando os valores de tonalidades com hachuras
Aqui, vamos falar sobre as técnicas de sombreamento que podemos utilizar para representar os valores tonais. Todas essas técnicas exigem uma gradação crescente ou camadas sobrepostas de riscos ou pontos, conforme Ching (2011), para que se possa realmente representar o efeito visual desejado. Assim, seja qual for a técnica de sombreamento utilizada, é imprescindível estar alerta ao tom que se deseja representar e, além disso, é preciso realizar o teste em desenhos diversos para aprimorar a técnica o a correta força colocada no pulso.
Ching (2011), em seu livro Representação gráfica em arquitetura, apresenta uma infinidade de ilustrações e estabelece quatro formas para criar valores tonais, as quais podemos aplicar diferentes tipos de hachuras, sejam elas paralelas ou cruzadas, pontilhadas ou cruzadas. Vejamos a seguir os quatro meios de criação de valores tonais apresentados pelo autor:
	Hachuras paralelas
	São uma série de linhas relativamente paralelas. Os riscos podem ser de diferentes tamanhos, desenhados com auxílio de equipamentos ou à mão livre. Neste caso, para controlar a luminosidade são utilizadas apenas técnicas de espaçamento e densidade dos traços.
	Hachuras cruzadas
	Utilizam traços em diferentes direções para criar os valores de tons. Da mesma forma que a anterior, os traços podem ser longos ou curtos, à mão livre ou com réguas, feitos em papeis ásperos ou macios. Na prática, sugere-se a combinação das duas técnicas.
	Hachura com movimentos circulares
	Conforme o nome já diz, essa técnica utiliza traços circulares, em diferentes direções, para criar a tonalidade da textura.
	Pontilhismo ou pontilhado
	Essa técnica é desenvolvida somente com pontos, em diferentes tamanhos. Pode ser realizada com canetas de diferentes espessuras, caso se queira representar diferentes valores de iluminação.
A figura a seguir ilustra essas quatro técnicas aplicadas ao desenho de um círculo. Perceba como o uso da textura proporciona contrastes e um estímulo de um valor tonal, como se uma fonte luminosa incidisse sobre parte da superfície do círculo. Além disso, o uso da hachura proporciona um efeito visual de tridimensionalidade ao objeto,fazendo-o parecer-se a uma esfera. Entretanto, tenha cuidado para não perder o fundo branco do papel, uma vez que, estando a superfície inteiramente coberta, a noção de profundidade do desenho é perdida.
Figura 2 - Representando as quatro diferentes texturas indicadas por Ching (2011)Fonte: Ching (2011, p.149).
#PraCegoVer: a imagem mostra o desenho de quatro círculos, cada um com uma técnica de hachura diferente: hachuras paralelas, hachuras cruzadas, hachuras pontilhadas e hachura em movimentos circulares.
Pereba que as hachuras com movimentos circulares consistem na técnica de sombrear com traços multidirecionais que aparentam alto relevo, sendo indicadas para texturizar tecidos, peles e semelhantes. Esta forma é interessante, pois proporciona flexibilidade ao se trabalhar com valores tonais, podendo variar a forma e a direção das linhas para maior expressividade visual. Através de uma direção dominante, pode-se reproduzir veios que unem áreas e geram sombreamento e a ilusão tridimensional ou ilusão de materiais.
No livro Representação gráfica em arquitetura, o autor traz muitas informações sobre o desenho de arquitetura, principalmente com exemplos práticos e muito didáticos sobre o uso da luz e sombra e como representá-los em projetos da área. Dessa forma, esse livro é merecedor de um espaço especial em sua biblioteca! Além deste, todos os outros livros do autor são fundamentais no processo de amadurecimento dos alunos das áreas de design, arquitetura e engenharias, pois apresenta, de forma lúdica e muito didática, as principais técnicas construtivas, formas gráficas de representação, dicionário visual de arquitetura e muito mais.
Observe a figura a seguir, que apresenta as técnicas acima mencionadas em desenhos simples, e procure perceber como a proximidade dos traçados proporciona uma ilusão de sombreamento nas imagens, enquanto a ausência de traços proporciona a ilusão da presença da luz. As imagens mostram como a direção, proximidade e densidade da hachura proporciona maior ou menor valor tonal e de luz e sombra, segundo Ching (2011). Na imagem, são aplicadas as técnicas de traços em diferentes direções, traços lineares e traços com linhas circulares.
#PraCegoVer: a imagem mostra quatro diferentes geometrias, sendo que cada uma possui uma técnica de texturas por hachuras.
O pontilhado é uma técnica muito utilizada por designers, que proporciona desenhos belos e curiosos. Consiste no sombreamento de pontos muito pequenos e constantes, assim, é preciso muita habilidade para controlar o tamanho e o espaçamento entre os pontos. Para esta técnica, sugere-se o uso de caneta nanquim com ponta fina e papeis macios.
Usamos pontilhados para estabelecer os valores de luz e sombra em desenhos puramente tonais que não possuem linhas. A figura a ser recoberta é desenhada apenas com pontos, em diferentes tamanhos ou espessuras. Como não existem linhas para descrever o contorno da forma, é a intensidade dos pontos que orienta a silhueta e os limites espaciais do desenho, podendo, assim, mostrar sua forma. Como mencionado, esta técnica precisa de muita habilidade e observação do projetista ou desenhista.
Ao utilizar essa técnica de desenho, é indicado, em primeiro lugar, cobrir toda a área do desenho com pontos, para uniformizar e demarcar onde serão feitos os traços mais fortes, através de um tom mais leve. Em seguida, estabelecer o valor tonal de cada forma, podendo-se ir aumentando o número de pontos, de maneira metódica, até que os tons mais escuros sejam definidos e estabelecidos conforme o resultado que se pretenda atingir.
FIQUE DE OLHO: Francis D. K. Ching, ou simplesmente Ching, como é conhecido, nasceu em 1943 e cresceu no Havaí. É um importante e reconhecido autor de livros que abordam temáticas gráficas de arquitetura e design. São livros influentes e amplamente utilizados em todos os campos do design. Ching é professor emérito da Universidade de Washington e, atualmente, professor do corpo docente da Universidade de Ohio, ensinando a seus alunos técnicas de desenho. Seus principais livros são: Técnicas de construção ilustrada; Representação gráfica em arquitetura; Arquitetura: forma, espaço e ordem; Arquitetura de interiores ilustrada; Sistemas estruturais ilustrado; Introdução à arquitetura.
Até aqui, abordamos as principais técnicas para utilizar hachuras, aplicando valores de tonalidade, ou seja, de luz e sombra, a desenhos em geral. Assim, você aprendeu a utilizá-las com o uso de canetas nanquins ou de lápis e lapiseiras em figuras geométricas simples e, além disso, compreendeu a principal diferença entre elas para poder aplicar nos seus projetos.
A seguir, abordaremos estas técnicas de hachuras e diferenças tonais em projetos de arquitetura, nos quais você será capaz de aplicá-las em cortes, vistas e perspectivas arquitetônicas. É importante que você procure exercitar, inicialmente, as técnicas de hachuras em figuras simples, aprimorando o seu desenvolvimento dessa atividade.
Após essa breve explanação sobre o conteúdo, acredita-se que seja possível ampliar a perspectiva e aprofundar mais alguns conceitos utilizando o desenho tridimensional e a perspectiva do observador como ponto de discussão. Neste vídeo, é interessante falar sobre o desenho em projeção, com foco em uma pessoa como observador, dialogando-se sobre como as imagens se alteram à medida que se altera a posição de quem as observa.
2 Modelando formas em projetos de arquitetura
Aqui, vamos abordar diversas possibilidades de modelar formas em projetos de arquitetura para que sejam aprimoradas as apresentações bidimensionais e tridimensionais dos seus projetos. Entretanto, enfocaremos na modelagem tridimensional e em como utilizar texturas para dar a ilusão de volume ou profundidade em objetos e projetos arquitetônicos.
Desta forma, será comentado como utilizar as quatro técnicas apresentadas anteriormente e como, unidas, elas podem qualificar e melhor representar um projeto.
2.1 Modelando formas tridimensionais
De acordo com Ching (2011, p. 158), modelar
“refere-se a técnica de dar ilusão de volume, solidez e profundidade à dada superfície bidimensional por meio de sombreamento. Sombrear com valores tonais leva um simples desenho de contornos ao domínio tridimensional das formas inseridas no espaço.”
Embora as arestas nos auxiliem a reconhecer os formatos de uma figura, o uso de texturas nos permite desenvolver uma noção tridimensional das formas com a noção da espacialidade de um projeto.
Assim, a habilidade para a manipulação de limites de tonalidade é fundamental no processo de desenho e projeto, uma vez que a percepção da solidez e da natureza que se busca representar com o desenho depende dela. Arestas mais pronunciadas, por exemplo, delimitam arestas mais agudas, aumentando a noção de tridimensionalidade e separando, com mais destaque, a figura de um fundo ou espaço intermediário, enquanto arestas mais suaves, apresentam formas de fundo vagos, apresentando poucos contrastes, conforme Ching (2011).
Da mesma maneira que os valores tonais são utilizados para representar a profundidade em superfícies de desenhos planos, também são utilizados para descrever as áreas iluminadas, com maior presença de luz. A luz, por sua vez, é a energia que ilumina os objetos e formas e nos permite compreender melhor a tridimensionalidade do espaço. Por exemplo, imagine uma figura simples, como a de uma esfera. Se utilizarmos as hachuras em apenas um lado, geraremos uma ilusão de sombra, ou seja, essa ilusão representa a luz sendo incidida em uma face e que gera sombra em outra. É como se você iluminasse na escuridão uma face de um objeto qualquer.
Embora tenhamos falado, até o momento, apenas em sombreamento e valores tonais desenvolvidos de forma manual, os programas gráficos também nos permitem utilizar desta técnica para representação de projetos. A imagem a seguir mostra um modelo de sombreamento simples, em que a primeira imagem está sem iluminação direta, enquanto a segunda imagem apresenta uma iluminação direta. Percebacomo fica nítido a tridimensionalidade das formas.
Figura 4 - Representando tonalidades com a presença de luzFonte: Ching (2011, p.160).
#PraCegoVer: a imagem mostra duas imagens, em que a primeira apresenta um modelo de sombreamento simples, enquanto a segunda imagem apresenta uma iluminação direta.
Existem muitos programas gráficos utilizados por engenheiros e arquitetos para representação tridimensional, sendo que, entre os principais, estão o Sketchup, Autocad, Revit e Promob. Em softwares gráficos, chamados de ray casting, a técnica que analisa a geometria tridimensional das formas e determina a iluminação e sombreamento das superfícies baseia-se em uma fonte de luz imaginaria, ordenada pelo próprio programa, segundo Ching (2011).
A principal vantagem dos programas computacionais é a velocidade com que imagem e projetos podem ser gerados, enquanto o desenho manual é mais artístico e demanda um tempo maior para sua produção. Assim, no caso dos softwares, essa técnica de formação de imagens projetadas é quase que instantânea. Entretanto, conforme é modificada a posição da fonte de luz, novas imagens, com novas projeções de valores tonais, são geradas e, para que se possa desenvolver essas imagens com rapidez e eficiência, é preciso utilizar-se de computadores próprios com configurações indicadas para modelagem tridimensional. Logo, não é qualquer máquina que pode permitir tal agilidade e precisão ao projetar.
Após essa breve explanação sobre o conteúdo, acredita-se que seja possível ampliar a perspectiva e aprofundar ainda mais alguns conceitos, utilizando a noção de sombreamento dos ambientes. Apresentando, por exemplo, como a noção de texturização permite que sejam comunicados projetos arquitetônicos de modo a se compreender a profundidade e os elementos que fazem a composição de um desenho.
2.2 Valores tonais em desenhos de arquitetura
Os projetos apresentados aqui e adiante ilustram como podemos representar a profundidade espacial de desenhos de arquitetura. Podemos utilizar, por exemplo, hachuras em plantas de situação e localização para definir a forma da edificação e seu contexto espacial, o sítio onde está inserido ou mesmo representar a volumetria densa da vegetação em seu entorno. A forma como você hachurar o projeto é que irá representar a realidade que você quer ilustrar.
Figura 5 - Representando tonalidades em plantas de localizaçãoFonte: Ching (2011, p.67).
#PraCegoVer: a imagem mostra duas imagens, nas quais temos a planta de implantação de duas residências. Na primeira, o telhado é representado com hachuras de linhas paralelas, enquanto na segunda, o solo é hachurado com texturas de linhas paralelas e o telhado possui apenas um sombreamento com linhas paralelas inclinadas
Perceba que a primeira edificação possui o desenho do edifício como uma figura mais escura que o fundo – o solo. O edifício possui, assim, a representação do telhado hachurada com linhas paralelas, indicando a inclinação de caimento das águas do telhado. Este tipo de representação é adequado quando o material da cobertura é o destaque, estabelecendo, dessa forma, um valor tonal e uma textura contrastante com o entorto. Entretanto, na segunda imagem o processo é quase o inverso. O edifício possui uma textura mais clara do que o fundo. Neste caso, utilizamos essa técnica quando é necessário representarmos as sombras projetadas pela edificação e quando os elementos da paisagem necessitam de um destaque maior que a edificação. No primeiro caso, o destaque é a edificação, enquanto no segundo, o destaque é o entorno não edificado.
FIQUE DE OLHO: Você sabe a diferença entre planta de locação e planta de situação? Observe que falamos de situações e tipos de plantas diferentes. A planta de locação demarca onde a edificação está “locada” no terreno, enquanto a planta de situação mostra o terreno “situado” no seu entorno imediato. Procure não se confundir.
Na representação de plantas baixas, temos situações diferentes da utilização de valores tonais. Como o foco, aqui, não é diretamente projetos em duas dimensões, nossa explanação será mais breve. Em plantas baixas, o objetivo das texturas é representar a superfície do piso, ilustrando o seu material de acabamento. Ademais, os tons podem, ainda, isolar e criar uma base de elementos que estão posicionados acima do piso. Observe, na figura a seguir, a representação em planta baixa de um ambiente (possivelmente uma cozinha), na qual, por meio de valores tonais, podemos perceber os pisos quadriculados; os móveis medianos sobre o piso, representados com uma linha única e mais espessa; e, em terceiro plano, os móveis projetados sobre os móveis de altura média, sendo esses representados por linha tracejadas.
Figura 6 - Representando tonalidades em plantas baixaFonte: Ching (2011, p.163).
#PraCegoVer: a imagem mostra a planta baixa de uma cozinha, na qual percebe-se o material do piso através de uma textura quadriculada, a bancada dos móveis por meio de linhas contínuas e a projeção dos móveis por meio de linhas tracejadas.
Quando o desenho em planta tiver mais de um nível, é possível variar a intensidade dos valores tonais para expressar a profundidade relativa aos planos em questão. Quanto mais alto é o plano, maior será a intensidade do seu tom, enquanto o piso mais baixo, relativo à imagem, terá um tom menor, ou seja, mais fraco. Entretanto, em plantas baixas, os elementos que estão cortados, podem ser deixados em branco ou graficados em sua totalidade.
Em cortes, temos situações muito semelhantes às plantas baixas, uma vez que a forma de representação de valores tonais é muito próxima. De acordo com Ching (2011, p. 164), “usamos valores tonais em corte para criar contrastes entre os elementos deste e o que é visto em elevação além do corte”. Vejamos, na figura a seguir, a representatividade destes elementos, na qual a linha pesada e com valor tonal mais forte busca representar os elementos que estão cortados, enquanto as linhas mais finas e suaves buscam representar os elementos que estão em vista e que são menos significativos neste contexto, ficando, assim, em segundo plano.
Figura 7 - Representando tonalidades em cortesFonte: Ching (2011, p.164).
#PraCegoVer: a imagem mostra o corte de uma edificação, no qual as linhas de valores tonais mais fortes são as linhas de corte, enquanto as linhas de valores tonais mais fracos são as linhas dos elementos que estão em vista.
Ainda poderia ser utilizada uma hachura de linhas paralelas para preencher as linhas de corte, auxiliando assim, a leitura mais precisa do corte da edificação. Neste caso, teríamos a impressão de trazer os elementos cortados para frente, como ilustrada na figura a seguir. Perceba que, em ambos os casos, temos o mesmo corte de edificação, contudo, a forma de representação muda consideravelmente, apenas preenchendo os vazios da linha de corte com linhas paralelas inclinadas. Assim, conclui-se que é possível representar uma figura de muitas formas, apenas modificando a textura e o valor tonal utilizado.
Figura 8 - Representando tonalidades em cortesFonte: Ching (2011, p.164).
#PraCegoVer: a imagem mostra o corte de uma edificação, no qual as linhas de valores tonais mais fortes são as linhas de corte e estão hachuradas internamente com linhas paralelas inclinadas.
Em elevações, utilizamos os contrastes tonais para destacar as camadas de profundidade espacial. Essa representação é muito importante para distinguir as edificações que estão no plano-base dos diferentes planos da própria edificação ou, ainda, definir as camadas entre a edificação e o seu fundo, como ilustrado na figura a seguir.
Figura 9 - Representando tonalidades em fachadasFonte: Ching (2011, p.165).
#PraCegoVer: a imagem mostra a mesma fachada, com representações tonais diferentes. Enquanto, na primeira fachada, o destaque fica apenas para os valores tonais das linhas da vista, na segunda, destacam-se materiais e acabamentos e a imagem de fundo.
Temos duas representações da mesma edificação, correto? Na primeira, estabelecemoscontrastes entre o primeiro plano e o fundo. Assim, é possível perceber, apenas pelos valores tonais, dentre os planos existentes na edificação, o que está mais próximo e o que está mais ao fundo na mesma edificação.
Entretanto, na segunda imagem, estabelecemos os mesmos valores tonais do desenho da fachada, porém com os valores tonais acrescidos para representar os acabamentos, o plano de fundo e a vegetação presente. Percebe-se, assim, uma melhor noção da espacialidade e profundidade do projeto. Além disso, nessa segunda imagem, temos os materiais, texturas e detalhes desenhados de maneira distinta e destacados no projeto.
Por fim, quando modelamos e representamos valores tonais em figuras geométricas ou projeções em desenho de arquitetura e design, nada mais estamos fazendo do que dando a ilusão de volume, solidez ou profundidade às formas, por meio de hachuras que proporcionam sombreamento. Realizar essa atividade com valores tonais diferentes torna um desenho simples em uma forma tridimensional inserida no espaço, atribuindo maior beleza e destaque ao projeto.
Quando falamos em luz, na verdade, não nos referimos a ela propriamente, uma vez que o que vemos são os seus efeitos nos objetos, tais como o modo como ela toca as superfícies e é refletida. É isso que gera penumbra e sombra, nos dando pistas sensoriais sobre as características tridimensionais dos objetos. Segundo Ching (2011), os tons luminosos estão sempre voltados para a fonte de luz, enquanto os valores tonais variam conforme a superfície gira em relação a fonte de luz.
A figura a seguir ilustra uma edificação residencial tridimensional na qual são aplicadas técnicas de valores tonais que nos permitem perceber como podemos usar diferentes valores tonais e texturas para proporcionar mais profundidade espacial e foco aos desenhos tridimensionais de arquitetura. Observe que, além de representar melhor a tridimensionalidade do projeto, percebemos, com maior precisão, a totalidade da imagem, tendo a noção da espacialidade de fundo e da projeção do ponto de iluminação da luz, bem como a noção de sombreamento, principalmente nas janelas da edificação.
Figura 10 - Valores tonais e representação de texturas em projeções tridimensionais de arquiteturaFonte: Ching (2011, p.168).
#PraCegoVer: a imagem mostra uma edificação residencial, representada em suas três dimensões com diferentes texturas e valores tonais.
Em projetos arquitetônicos tridimensionais, podemos utilizar diferentes valores tonais, hachuras de linhas paralelas, linhas cruzadas ou linhas circulares, proporcionando dinâmica entre os planos do desenho. Na imagem anterior, por exemplo, os valores tonais de maior destaque ficam ao fundo da edificação, enquanto a própria edificação só possui valores tonais em seus traços. Desta forma, temos uma paisagem de fundo contrastando ativamente com a edificação.
Por outro lado, na figura a seguir, o processo de representação tonal se inverte, deixando a edificação em primeiro plano, com um maior nível de detalhamento e hachuras, contrastando com um fundo mais difuso e simplificado, conforme Ching (2011).
Figura 11 - Valores tonais e representação de texturas em projeções tridimensionais de arquiteturaFonte: Ching (2011, p.170-171).
#PraCegoVer: a imagem mostra uma edificação residencial, representada em suas três dimensões com diferentes texturas e valores tonais.
Essa forma de representação nos auxilia quando queremos destacar os objetos ou a edificação, isto é, quando o objeto é o centro e o objetivo da representatividade. Perceba, na imagem, que o telhado é bem destacado, com valores tonais mais fortes e com o uso de hachuras paralelas, enquanto as janelas possuem apenas um valor tonal de destaque, gerando a ilusão de sombra total. As paredes também são destacadas com valores tonais intermediários, apresentando, com o uso de linhas paralelas, a representação de textura de madeira. As pedras possuem a representação tonal intermediária e as vegetações possuem uma representação tonal baixa, dando destaque apenas para pequenos pontos sombreados ou pontos muito próximos que ganham um pouco de ênfase.
Na imagem que representa a parte interna, temos, de forma muito presente, a projeção da luz, estando as pessoas ao fundo bem iluminadas. Perceba que, sobre elas, existe uma abertura zenital, por onde a luz está, teoricamente, entrando no ambiente. Os demais espaços são texturizados com valores tonais mais fortes, com linhas paralelas, representando o sombreamento destas áreas no projeto. Observe a perfeição dos traços e a sua disposição em cada área do projeto.
Até aqui, tratamos, de forma teórica, sobre valores tonais em projetos tridimensionais em arquitetura. A partir de agora, é importante que você procure exercitar as atividades apresentadas, desenhando, inicialmente, figuras geométricas simples e aplicando a elas diferentes formas de luz e sombreamento. Assim, você evoluirá suas técnicas para chegar a desenhos mais complexos, aplicando os valores tonais em seus projetos arquitetônicos. Esse processo de treinamento irá aprimorar e lapidar sua habilidade com o desenho de projetos arquitetônicos e, com o tempo, você desenvolverá maravilhosas obras de arte.
É sempre recomendável que o profissional de arquitetura esteja atento aos principais programas utilizados para representar a tridimensionalidade do espaço, bem como às demandas que o mercado de trabalho solicita. Neste vídeo, após a explanação da importância da atualização e busca de conhecimento extracurricular, é importante comentar sobre os principais programas gráficos utilizados no mercado de trabalho da arquitetura e da engenharia.
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· identificar e conhecer a perspectiva tonal e a variação de tons como fundamentos de desenho;
· identificar e conhecer os principais tipos de variações tonais aplicada a projetos arquitetônicos;
· conhecer a forma de representação tonal em projetos bidimensionais;
· conhecer a forma de representação tonal em projetos tridimensionais;
· aprender as principais ferramentas para representação de hachuras e valores tonais em projetos de arquitetura.
REFERÊNCIAS
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2011.
MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. 5 ed. São Paulo: Blucher, 2017.
Avaliação On-Line 3 (AOL 3) - Questionário
1 - Na representação tonal, temos a noção de luz e sombra. Essa percepção é dada pela ausência de:
R: Luz
2 - O Existem muitos programas gráficos utilizados por engenheiros e arquitetos para representação tridimensional. Entre os principais estão:
R: Sketchup, Autocad, Revit, Promob.
3 - Ainda sobre os quatro principais tipos de hachuras utilizados para representar valores tonais, temos um deles que utiliza traços em diferentes direções, que podem ser através de traços longos ou curtos, à mão livre ou com réguas e em papeis ásperos ou macios. Estamos falando da técnica de hachuras:
R: Cruzadas.
4 - A forma como percebemos a tridimensionalidade de um espaço projetado depende muito de como os raios solares, ou seja, a luz, incidem sobre este espaço. É através da representação da luz que podemos perceber a escultura e a forma daquilo que queremos comunicar ao leitor. Estamos falando de: 
R: Representação tonal de projetos de arquitetura.
5 - O que são hachuras?
R: A técnica artística de criar efeitos de sombras e valores tonais a partir de linhas.
6 - Francis D. K. Ching é um importante e reconhecido autor de livros que abordam temáticas gráficas de arquitetura e design. São livros influentes e amplamente utilizados em todos os campos do design. Alguns de seus principais livros são: 
R: Técnicas de construção ilustrada, Arquitetura de interiores ilustrada, Representação gráfica em arquitetura.
7 - O Existem muitos programas gráficos utilizados por engenheiros e arquitetos para representação tridimensional. Entre os principais estão:
R: Sketchup, Autocad, Revit, Promob.
8 - Ching (2011), em seu livro Representação gráfica em arquitetura, apresentauma infinidade de ilustrações e apresenta quatro formas para criar valores tonais, os quais são:
R: Hachuras paralelas, hachuras cruzadas, hachuras com movimentos circulares e hachuras com pontilhados.
9 - Podemos utilizar materiais muito simples para a representatividade tonal em projetos de arquitetura. Os materiais mais utilizados por arquitetos são:
R: Canetas nanquins, lápis de espessuras maiores. 
10 - O _____ é uma é uma técnica muito utilizada por designers, que proporciona desenhos belos e curiosos. Consiste na técnica de sombrear através de pontos muito pequenos e constantes. Essa técnica é:
R: Hachura de pontilhismo

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