Buscar

Perspectiva de Interiores - Unidades 1,2,3 e 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
1 UNIDADE 
 
 
PERSPECTIVA DE INTERIORES 
PERSPECTIVA COMO MEIO DE REPRESENTAÇÃO 
Tarcísio Marques da Silva 
 
Iniciar 
OLÁ! 
Você está na unidade Perspectiva como meio de representação. Conheça aqui o conteúdo ligado a 
uma forma de representar o espaço tridimensional em uma folha ou plano. Esse tema irá auxiliar você a 
representar a sua proposta de: projeto, design de ambientes e até mesmo design de objetos inseridos no 
ambiente. Apesar de muito do conteúdo aqui desenvolvido ser atualmente aplicado no computador, os 
princípios da representação tridimensional sobre um plano remontam tempos mais antigos. Veremos 
brevemente sua origem, mas contextualizando com a aplicação desta forma de ordenamento do espaço 
sobre o papel. Bons estudos! 
1 Perspectiva como meio de representação 
A origem da perspectiva remonta tempos antigos. Houve, na Grécia Clássica, o que hoje poderíamos 
chamar de uma perspectiva intuitiva. Mas o que é uma perspectiva? 
A perspectiva é uma forma de representação do espaço (que é tridimensional) sobre uma superfície plana 
(que é bidimensional). Hoje em dia, com o cinema e a fotografia, não nos damos conta do conjunto de 
recursos gráficos e geométricos que foi necessário desenvolver para solucionar este problema: a 
representação da imagem tridimensional sobre um plano bidimensional. Entretanto, a partir do momento 
que a perspectiva ganhou forma e método de desenvolvimento, as mudanças no processo de produção 
do objeto, do espaço e das edificações foram significativos. Finalmente, o projeto de um ambiente poderia 
ser pré-visualizado antes que a edificação fosse, de fato, erguida e esta nova tecnologia trouxe ganhos 
que perduram até hoje. 
A imagem deixa claro, para quem sabe interpretá-la, como o ambiente será organizado, quais os 
elementos estão inseridos, a proporção dos objetos, os espaços de circulação e dos objetos fixos e móveis. 
A figura a seguir mostra os princípios básico que levaram ao surgimento da perspectiva. 
 
 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.4757.68365/content/_4669352_1/index.html#section_1
2 
 
Clique 
Figura 1 - Um dos processos de elaboração da perspectiva - Albrecht Dürer (1471-1528)Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma mulher deitada sendo desenhada. Ela está à esquerda da imagem. 
Perto do centro da imagem, há uma tela quadriculada e, à direita, o desenhista sentado, tomando medidas. 
 
A imagem parte de uma tela quadriculada que permite a geração de um conjunto de ortogonais que geram 
vários pontos de apoio ao observador. Portanto, temos um plano de observação (o quadro em pé 
quadriculado) e um plano do desenho rebatido (que na imagem poderia ser tratado com uma folha sobre 
a mesa, próxima do observador. 
Em síntese, o início da compreensão da perspectiva parte da projeção da realidade sobre uma superfície. 
Um exemplo prático: fique em frente a uma janela e, sobre o vidro da janela que te separa do exterior, 
trace, com o auxílio de uma caneta hidrocor, o que você observa. Estas são as primeiras tentativas de 
compreender a perspectiva. 
Apesar de Dürer (1471-1528) ter desenvolvido vários desenhos mostrando os processos de construção 
da perspectiva ao copiar a realidade, a criação deste método, entretanto, hoje é dada a Filipo Brunelleschi 
(1377-1446). 
O processo de desenho da perspectiva por Brunelleschi é tido como um pouco mais complexo que os de 
Dürer. 
Este processo de experimentação levado a cabo por Brunelleschi e Dürer permite a geração de uma das 
formas de representação mais conhecidas da história da arte e do desenho: a perspectiva cônica ou a 
de um ponto de fuga. 
É chamada cônica é porque, do olho do observador até o local observado e representado, vemos uma 
abertura cônica da visão do observador até o ponto de fuga onde as linhas paralelas do objeto vão se 
assentar, como mostra a figura a seguir. 
 
3 
 
 
Figura 2 - Representação de objetos com o ponto de fuga – prismas cujas arestas são paralelas entre si e irão se deformar em 
direção ao ponto de fugaFonte: Gromak Svetlana, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: imagem mostra vários cubos cujas faces se direcionam a um ponto - o ponto de fuga. 
 
Atividade prática 
Com uma folha A4 em mãos, busque realizar um desenho em perspectiva de prismas com aqueles vistos 
acima. 
Material necessário: 
• uma folha sulfite tamanho A4; 
• uma lapiseira 0.5 e grafites 0.5 H; 
• uma borracha branca macia; uma régua de 30 centímetros; uma caneta de cor preta. 
Passo a passo para execução da perspectiva: 
 
Figura 3 - Passo 1Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra várias linhas saindo de um mesmo ponto central. 
 
Marque no meio da folha A4 um ponto. Em seguida, com uma régua, trace várias linhas saindo deste ponto 
e indo em direção à borda da folha sulfite A4, sendo que quanto mais linhas, melhor. Use uma lapiseira 
0.5 e um grafite 0.5 H para traçar, de forma bem leve, estas linhas. 
4 
 
 
Figura 4 - Passo 2Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra várias faces de retângulos no desenho anterior. 
 
Com a lapiseira, faça várias faces de retângulo. 
 
Figura 5 - Passo 3Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra os vértices dos retângulos indo até o ponto central em que as retas se 
cruzam. 
 
 
 
Paralela às arestas (quinas) dos retângulos já desenhados, determine uma altura para os mesmos. 
Partindo dos vértices dos retângulos desenhados, ligue - os até o ponto de fuga anteriormente desenhado. 
 
Figura 6 - Pas so 4 Fonte : Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer : a imagem mostra retas sendo traçadas de forma paralela às arestas dos retângulos. 
5 
 
 
Figura 7 - Passo 5Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra os contornos dos retângulos sem as linhas feitas no primeiro passo. 
 
Com a caneta preta, reforçe o contorno e arestas dos retângulos desenhados. E, por fim, apague as linhas 
feitas à lápis. O resultado será vários prismas em perspectiva. 
O domínio desta técnica auxila na elaboração de móveis para dentro de um ambiente. Assim, é 
recomendado que se busque praticar bastante esta técnica (dez desenhos ou mais), inclusive à mão livre, 
para treinar o traçado de croquis. 
1.1 Aplicação da perspectiva na pintura e na arquitetura 
Assim como as imagens feitas no computador via uso de softwares computacionais, a perspectiva foi 
tratada, na época de sua criação, com um enorme entusiasmo pelos profissionais de projeto e por diversos 
artistas. E esta invenção foi intensamente explorada e desenvolvida por quase 400 anos até a chegada 
da fotografia e do cinema, já na virada do século XIX para o XX. 
Um dos artistas que explorou a nova invenção de várias formas fo i o pintor e inventor Leonardo Da Vinci 
(1452-1519). Em uma de suas pinturas mais conhecidas, a Última Ceia , ele explora a nova invenção 
ambientando o momento de encontro entre Jesus e seus apóstolos. A composição, com um eixo de 
simetria central, apresenta ainda um ponto de fuga alocado exatamente na cabeça de Cristo. 
A pintura, na verdade, foi feita sobre uma parede do refeitório de um convento dominicano entre os anos 
de 1.494 e 1.498 e foi encomendada pelo governador de Milão Ludovico Sforza (1452-1508). 
 
Figura 8 - Imagem da Última Ceia de Da VinciFonte: Prakich Treetasayuth, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a santa ceia, com a imagem de Jesus Cristo ao centro da tela e os 
apóstodos organizados tanto à direita quanto à esquerda dele. 
6 
 
 
Dentro dos diversos livros de estudos do Leonardo Da Vinci, percebemos o uso intenso dos métodos de 
perspectiva para projeção de suas invenções, tanto em termos de equipamentos militares quanto em 
termos de edificações. 
 
Vários artistas do século XV ao século XIX pintaram interiores de uma edificação usandoa perspectiva. 
Um dos mais conhecidos por realizar pinturas domésticas foi o pintor Holandês Johannes Vermeer 
(1632-1675). Faça uma rápida pesquisa na internet buscando imagens das pinturas deste artista, 
identificando os pontos de fuga existentes nestas pinturas. 
A fotografia é também um ótimo recurso para estes estudos. Analise, por exemplo, imagens de fotografias 
de ambientes internos (como corredores) e de paisagens (com linhas para trem de ferro). 
 
Figura 9 - Linha do trem de ferro – linhas paralelas se encontrando no ponto de fugaFonte: Wathanachai Janwithayayot, 
Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma linha de trem de ferro, ao ar livre, vegetação à esquerda e à direita 
e uma moça caminhando em um dos trilhos de ferro, à direita da imagem. 
Assista aí 
2 Perspectiva isométrica 
A perspectiva analisada anteriormente possui um processo de produção um pouco mais complexo do que 
somente a alocação de um ponto de fuga. Entretanto, não é somente de perspectiva cônica (ou de um 
ponto de fuga) que se constrói a visão de espaço sobre um plano bidimensional. Temos, ainda, outros 
tipos de perspectivas. Que são chamadas de perspectivas axonométricas. 
Dentro das perspectivas axonométricas, temos duas, em particular, muito utilizadas na representação 
tridimensional de ambientes, edificações, paisagens e objetos: são as 
perspectivas isométricas e cavaleira. 
A grande vantagem destas perspectivas é que elas permitem uma visão geral do item representado e 
podem, também, ser utilizadas para mostrar encaixes e/ou processos de construção gerais. 
No mundo dos videogames, jogos como Sin City ou jogos de estratégia exploram bastante este tipo de 
perspectiva, como ilustra a figura a seguir, já que fornece uma visão superior e mais ampla do ambiente 
observado. 
7 
 
 
Figura 10 - Exemplo de perspectiva axonométrica aplicada em jogosFonte: Alexzel, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma cidade, com quadras, vias e edificícios em perspectiva isométrica. 
 
As perspectivas axonométricas são tradas por Ching (2006) como vistas de linhas paralelas. Isso devese 
ao fato de que um conjunto de linhas paralelas entre si permite a geração de um volume. 
 
Figura 11 - Exemplo de linhas paralelas usadas para construção do volume – perspectiva isométricaFonte: Silva (2020). 
 
 
A perspectiva isométrica caracteriza-se como uma perspectiva em que os três eixos principais estão em 
ângulos iguais com o plano do desenho. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um paralelepípedo sendo cruzado por diferentes eixos. 
 
Figura 12 - Exemplo de linhas paralelas usadas para construção do volume – perspectiva cavaleiraFonte: Silva (2020). 
#PraCegoVer : a imagem mostra um paralelepípedo tocando uma reta horizontal abaixo dele. 
8 
 
 
Figura 13 - Ângulos de referência para produção da perspectiva isométrica. A produção da grade auxilia na locação da base dos 
objetos, sua definição de altura e de suas demais dimensõesFonte: VectorPixelStar, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra formas tridimensionais num plano bidimensional. 
2.1 Passo-a-passo para execução de uma perspectiva 
isométrica 
Material necessário: 
• uma lapiseira e grafite 0.5 H; 
• esquadros de 45 graus, de 30 graus e de 60 graus; 
• uma folha tamanho A4; 
• uma caneta de preta cor 0.5. 
Primeira etapa 
Colocar a folha sobre uma superfície plana. Usar uma régua T ou régua paralela para definir a base da 
folha e colocar a folha A4 deitada em modo de paisagem. 
9 
 
 
abaixo dela, e como colar a folha sobre uma prancheta de desenho. 
 
 
Figura 15 - Configuração régua T e esquadro de 30 graus 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma régua T e um esquadro. 
 
Figura 14 - Colocação da folha A4 sobre a superfície de desenhoFonte: Elaborado p elo autor, 2020. 
#PraCegoVer : a imagem mostra como colocar a folha A4 em modo paisagem, ajustando com a régua 
10 
 
 
Marcar as linhas auxiliares inclinadas segundo ângulos da figura a seguir, formando um ângulo de 30 
 
30 graus – linha 1 e linha 2. 
 
Figura 17 - Posição do esquadro para a produção das linhas auxiliaresFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a posição do esquadro para formar a linha auxiliar 3. 
 
 
 
graus. 
 
Figura 16 - Posição do esquadro para a produção das linhas auxiliaresFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma régua T com dois esquadros posicionados formando um ângulo de 
11 
 
 
 
Figura 18 - Posição do esquadro para a produção das linhas auxiliares Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a posição do esquadro para formar linhas auxiliares conectando as linhas 
anteriormente desenhadas. 
 
#PraCegoVer: a imagem mostra as linhas de construção do objeto. 
Figura 19 - Linhas de construção do objetoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
 
 
12 
 
#PraCegoVer: a imagem mostra a imagem de um cubo. 
 
Assista aí 
2.2 Desenho isométrico com lançamento de medidas 
Sobre as linhas paralelas, pode-se lançar medidas e, com isso, alterase a forma do prisma inicialmente 
apresentado ou, ainda, podemos acrescentar detalhes nesta mesma forma. 
 
figura 21 - Processo de construção do desenho Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um cubo com linhas detalhadas. 
2.3 Passo-a-passo para o desenho de um banco em 
isométrica 
Faça a linha de base como referencial. Sendo que as dimensões do banco são: 1,50 metro por 60 
centímetros de profundidade e 45 centímetros de altura. 
 
Figura 22 - Passo 1Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra linhas tracejadas de acordo com as medidas e instruções. 
Em seguida, construir um volume em isométrica com tais medidas. 
Figura 20 - Resultado finalFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
13 
 
 
Figura 23 - Passo 2Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o rascunho anterior em perspectiva isométrica. 
 
Realizar as subdivisões da parte interna do prisma inicial, com as medidas indicadas no desenho. 
 
Figura 24 - Passo 3Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a imagem com as subdivisões. 
 
Faça, agora, as subdivisões da parte interna do prisma inicial, com as medidas indicadas no desenho, 
sabendo que a madeira do banco possui 10 centímetros de largura. 
14 
 
 
 
Após o desenho à lápis, pode-se reforçar as linhas com uma caneta preta 0.5. 
 
Figura 26 - Passo 5Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra os contornos do desenho realçados. 
 
 
Figura 25 - Passo 4 Fonte : Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer : a imagem mostra o desenho tomando forma de um banco. 
15 
 
 
#PraCegoVer: a imagem mostra a figura do banco colorida e finalizada. 
2.4 Perspectiva cavaleira 
Assim como a perspectiva isométrica, a perspectiva cavaleira é construída com o uso de várias arestas 
do objeto paralelas umas às outras. Porém, uma das faces do objeto se encontra de frente ao observador. 
As faces laterais podem variar de 30, 45 e 60 graus - exatamente os ângulos possíveis de um conjunto de 
esquadros de 30, 45 e 60 graus. 
 
Figura 28 - Exemplo de linhas paralelas usadas para construção do volume – perspectiva cavaleiraFonte: Silva (2020). 
#PraCegoVer: a imagem mostra um cubo de frente ao observador. 
 
 
Figura 29 - Exemplo de linhas paralelas usadas para construção do volume – perspectiva cavaleira, ângulo de 30 grausFonte: Silva 
(2020). 
#PraCegoVer: a imagem mostra parte de um paralelepípedo e um esquadro. 
A partir daí, caso ache relevante, basta colorir a imagem criada. 
 
Figura 27 - Passo 6 Fonte : Elaborado pelo autor, 2020. 
16Figura 30 - Exemplo de linhas paralelas usadas para construção do volume – perspectiva cavaleira, ângulo de 45 grausFonte: 
Silva (2020). 
#PraCegoVer: a imagem mostra parte de um paralelepípedo e um esquadro. 
 
 
 
Figura 31 - Exemplo de linhas paralelas usadas para construção do volume – perspectiva cavaleira, ângulo de 60 grausFonte: 
Silva (2020). 
#PraCegoVer: a imagem mostra parte de um paralelepípedo e um esquadro. 
 
Na perspectiva cavaleira, a profundidade do objeto tende a ser reduzida para se evitar uma deformação 
muito grande ao se desenhar o objeto. 
 
Figura 32 - Malha representando o lançamento de medidas do bancoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a malha de medidas do banco. 
 
Além da produção de objetos, as perspectivas isométricas permitem a geração de ambientes e a 
organização do espaço de tal modo em que é possível definir medidas dos objetos (sua altura, largura e 
profundidade) e distâncias entre estes objetos. Os intrumentos para marcar a medição na folha poderá ser 
17 
 
um escalímetro ou uma régua, sendo que o escalímetro permite representações nas mais variadas 
escalas. 
Essa mesma grade também permite que o aluno faça vários estudos à mão livre, além de experimentar 
diversas possíbilidades antes de entrar no detalhamento do espaço ou mesmo do objeto, desenvolvendo, 
assim, vários croquis na etapa de estudo preliminar. Conforme o processo avança – em direção ao 
anteprojeto – o desenho vai ficando cada vez mais acabado. 
 
 
Figura 33 - Exemplo de isométrica apresentando os diversos ambientesFonte: Reenya, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a representação de vários ambientes internos de uma casa. 
 
Sotfwares de computação gráfica como Autocad, por exemplo, possuem funções de rápida 
configuração de vistas em perspectiva isométrica que, em muito, auxiliam na elaboração de projetos 
e na visualização dos espaços. 
Um outro processo de produção da perspectiva isométrica, e que auxilia na produção das imagens do 
ambiente a ser construído, está no uso de folhas com grades cujas linhas se inclinam segundo ângulos 
característicos da perspectiva. Ou, ainda, no uso de uma malha nos três eixo imaginários que determinam 
a altura, a largura e o comprimento dos ambientes e objetos, conforme a figura a seguir. 
 
Figura 34 - Malha auxiliar para locação de objetos em perspectiva cavaleira (à esquerda) e isométricas (à direita)Fonte: 
Imagestockdesign, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a malha auxiliar para locação de objetos em perspectiva cavaleira e 
isométrica. 
 
 
18 
 
 
 
Figura 35 - Malha auxiliar para locação de objetos em perspectiva cavaleiraFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma malha auxiliar para locação de objetos em perspectiva cavaleira. 
 
19 
 
#PraCegoVer: a imagem mostra os ângulos de referência para a perspectiva isométrica, bem como 
diversos objetos tridimensionais. 
 
Com a malha impressa em folha A4 ou A3 e com uma folha de papel manteiga sobre a malha, é possivel 
realizar testes alternativos do que se pretente para o ambiente. A modulação da malha, por sua vez, 
permite desde cedo que o desenho tenha proporção. No figura a seguir, a modulação foi de dez por dez 
centímetros, porém pode-se usar uma modulação maior, tal como de 50 por 50 centímetros. O uso 
constante desse recurso e a constante medida dos objetos ou checagem de suas dimensões ajuda a 
desenvolver um senso de ocupação espacial – tanto para o desenho quanto para a organização do espaço 
na realidade. 
É sempre relevante o desenvolvimetno do desenho em planta e do desenho em perspectiva, haja visto 
que o observador nem sempre tem a percepção dos objetos em planta. Além do mais, na persepectiva, 
outros planos passam a ser ocupados e imediatamente representados – como paredes e até o teto. 
 
Figura 37 - Malha auxiliar para locação de objetos em perspectiva cavaleira – alguns objetos inseridosFonte: Elaborado pelo autor, 
2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma malha auxiliar para a perspectiva cavaleira com alguns objetos 
inseridos nela. 
 
Figura 38 - Malha auxiliar para locação de objetos em perspectiva cavaleira – alguns objetos inseridos e alteração de alguns 
itensFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma malha auxiliar para a perspectiva cavaleira com alguns objetos 
inseridos e alterados nela. 
Figura 36 - Ângulos de referência para produção da perspectiva isométrica. A produção da grade auxilia na locação da base dos 
objetos, sua definição de altura e de suas demais dimensõesFonte: VectorPixelStar, Shutterstock, 2020. 
20 
 
2.5 Passo-a-passo para uma perspectiva isomérica externa 
Veremos agora um passo-a-passo para a construção de uma perspectiva externa, usando a perspectiva 
isométrica. 
2.6 Etapa 1: obtenção das dimensões os componentes da 
edificação 
Para a obtenção das medidas da edificação, é importante ler o projeto e dele extrair informações referentes 
à sua altura, aberturas como portas e janelas, inclinação do telhado, largura e comprimento da edificação. 
 
Figura 39 - Planta baixa da edificação indicando largura e coprimento da edificação em centímetros – 730 por 300 
centímetrosFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
21 
 
 
 
A imagem representa também a altura do muro e indica os símbolos de portas e janelas. No quadro de 
esquadrias é possível obter as dimensões de portas e janelas atráves da indexação dos símbolos na 
planta baixa. 
 
Figura 41 - Fachada frontal da edificação e a indicação de portas e janelas. As dimensões destes itens constam no quadro de 
esquadrias adianteFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a fachada frontal de uma edificação, com a indicação de portas e janelas. 
#PraCegoVer : a imagem mostra a planta baixa de uma edificação. 
 
Figura 40 - Planta baixa da edificação indicando largura e coprimento da edificação em centímetros – 730 por 300 centímetros – e 
do afastamento do muro na frente da edificaçãoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer : a imagem mostra a planta baixa de uma edificação. 
22 
 
 
Quadro 1 - Quadro de esquadrias indicando dimensões de portas e janelasFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um quadro de esquadrias contendo as dimensões, o tipo, o material e a 
quantidade. 
23 
 
 
Figura 42 - Corte B//B indicando a altura da edificaçãoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um corte B//B indicando a altura da edificação. 
 
 
24 
 
 
Figura 43 - Inclinação do telhado e tipo de telha – planta de cobertura da edificaçãoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a inclinação do telhado e o tipo de telha. 
2.7 Etapa 2: lançamento das medidas da edificação e de seus 
componentes 
Primeiramente, é preciso lançar os eixos de base e de altura no desenho. Em seguida, deve-se observar 
a linha de base para auxiliar com o uso dos esquadros e, então, marcar as dimensões totais da edificação. 
Na imagem a seguir, elas são: P1 igual a 300; P2 igual a 300; e P3 igual a 730. 
 
Figura 44 - Desenho 1 – marcação das medidas gerais com o escalímetro – sugestão de escala: 1/25 ou 1/20, sobre folha A3 ou 
A4Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a marcação das medidas. 
25 
 
 
Figura 45 - Desenho 2 – prisma geral em que a edificação será modeladaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o prisma geral em que a edificação será modelada. 
 
Figura 46 - Desenho 3 – marcação de itens como portas e janelas. As medidas estão no quadro de esquadrias e as distâncias das 
paredes estão na planta baixaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagemmostra a marcação de itens como portas e janelas. 
 
 
Figura 47 - Desenho 4 – é hora de inserir a inclinação do telhado. Em cada 100 centímetros, o telhado cai dez centímetrosFonte: 
Elaborado pelo autor, 2020. 
26 
 
#PraCegoVer: a imagem mostra a inserção da inclinação do telhado. 
 
 
Figura 48 - Desenho 5 – nesta etapa inicia-se a marcação do beiral da edificação, que se projeta 50 centímetros para fora da 
edificaçãoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a marcação do beiral da edificação. 
 
Figura 49 - Desenho 6 – nesta etapa inicia-se a marcação do muro na frente da edificação. Ver nas plantas a distância que o muro 
deve ficar da edificação e a altura do muroFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a marcação do muro da frente da edificação. 
27 
 
 
Figura 50 - Desenho 7 – observe que o desenho vai ganhando um refinamento cada vez maior. Agora é hora de detalhar um 
pouco mais as portas e janelasFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o detalhamento de portas e janelas. 
2.8 Etapa 3: formas de apresentação do desenho 
Nesta etapa, é hora de pensar em uma forma de apresentar o desenho e isto irá sempre depender de seu 
objetivo. Poderá ser retocado à mão, com uma caneta nanquim, reforçando o seu contorno ou, ainda, com 
o uso de uma caneta nanquim com régua ou esquadro. O desenho poderia, também, ser colorido com 
recursos como lápis de cor, aquarela ou, ainda, digitalmente com o uso de softwares de tratamento de 
imagens com o Gimp. 
 
 
 
Figura 51 - Desenho 8 – desenho feito à mão livre, sobre marcação anterior, e contornado com caneta nanquim, que busca por 
maior expressividade no desenhoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
28 
 
 
3 Possibilidades 
As imagens a seguir, todas feitas à mão livre, exploram somente o processo de reflexão de uma proposta 
de uma edificação e de uma logomarca, usando a perspectiva isométrica, de modo mais livre. 
 
Figura 53 - Estudo preliminar para uma logomarca – desenho feito à mão com lápis e com caneta nanquimFonte: Elaborado pelo 
autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o rascunho de um desenho preliminar feito à mão com lápis e caneta 
nanquim. 
 
Figura 54 - Estudo preliminar para uma residência unifamiliar – desenho feito com lápis e caneta nanquimFonte: Elaborado pelo 
autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o desenho feito à mão livre e contornado com caneta nanquim. 
 
Figura 52 - Desenho 9 – desenho feito com caneta nanquim com uso de régua e esquadrosFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o desenho feito com caneta nanquim com o uso de régua e esquadros. 
29 
 
#PraCegoVer: a imagem mostra o rascunho de um desenho preliminar para uma residência unifamiliar 
feito à mão com lápis e caneta nanquim. 
4 Perspectiva isométrica em softwares de 
modelagem tridimensional 
Cada software que trabalha com modelagem tridimensional trabalha de uma forma com as perspectivas 
isométricas. No software do Autocad, por exemplo, o ícone que rapidamente aciona a vista em perspectiva 
isométrica é o cubo que fica à direita superior da área de trabalho, tal como ilustra a figura a seguir. 
 
Figura 55 - Ícone para acionar a vista em perspectivaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tela do software Autocad, destacando o ícone que aciona a vista 
em perspectiva isométrica. 
 
Figura 56 - Ícone para acionar a vista em perspectiva - modelo em arameFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tela do software Autocad, ilustrando o modelo em arame. 
30 
 
 
Figura 57 - Ícone para preencher modeloFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tela do software Autocad, destacando o ícone para preencher 
modelo. 
 
Já no software Sketchup, acionar a perspectiva isométrica também é simples. Basta acionar na barra de 
ferramentas o ícone Iso. 
 
Figura 58 - Ícone para acionar a vista isométricaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tela do software Sketchup, destacando o ícone para acionar a 
perspectiva isométrica. 
 
Por fim, no software de lógica BIM, chamado Revit, acionar a perspectiva isométrica também é simples. 
Basta acionar, na barra de ferramentas, o ícone vista 3D. Alterando a visão, temos um ícone que é um 
31 
 
 
isométrica. 
Assista aí 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
saber como representar o espaço tridimensional; exercitar a 
perspectiva no papel; conhecer a origem da representação; 
verificar o passo a passo de como fazer a representação; 
entender a aplicação da perspectiva na pintura e arquitetura. 
REFERÊNCIAS 
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 3 ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2006. 
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. Porto Alegre: Grupo A, 2013. 
GRAVES, M. Architecture and the 
lost art of drawing. New York 
Times, 2012. Acesso: 07 de junho de 
2016. www.nytimes.com,. < drawing.html?_r=0> 
MONTENEGRO, G. A. A perspectiva dos profissionais. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1983. 
SGAMBELLURI, M. Revit for architects. Autodesk University, 2014. Disponível em: < 
http://au.autodesk.com/auonline/classes-on-demand/class-catalog/ 2014/revit- for- architects/ab6557>. Acesso em: 17 dez. 
2016 
 
 
 
 
II UNIDADE 
 
PERSPECTIVA DE INTERIORES 
ESPAÇO PROJETADO E TIPOS DE PERSPECTIVAS DE INTERIORES 
http://www.nytimes.com/2012/09/02/opinion/sunday/architecture-and-the-lost-art-
of- 
cubo na parte superior direita da área de trabalho. 
 
Figura 59 - Ícone para acionar a vista isométricaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tela do software Revit, destacando o ícone para acionar a vista 
http://www.nytimes.com/
http://www.nytimes.com/
http://www.nytimes.com/
http://www.nytimes.com/2012/09/02/opinion/sunday/architecture-and-the-lost-art-of-drawing.html?_r=0
http://www.nytimes.com/2012/09/02/opinion/sunday/architecture-and-the-lost-art-of-drawing.html?_r=0
http://www.nytimes.com/2012/09/02/opinion/sunday/architecture-and-the-lost-art-of-drawing.html?_r=0
http://www.nytimes.com/2012/09/02/opinion/sunday/architecture-and-the-lost-art-of-drawing.html?_r=0
32 
 
Tarcísio Marques da Silva 
 
Iniciar 
OLÁ! 
Você está na unidade Espaço projetado e tipos de perspectivas de interiores. Conheça aqui como 
representar um espaço planejado, bem como ler e interpretar um projeto arquitetônico. Veja, também, os 
diferentes tipos de projetos que o compõem, tais como o acústico; o paisagístico; o de mobílias, 
eletrodomésticos e materiais de acabamento. 
Além disso, conheça os diversos tipos de perspectivas de interiores, tais como as isométricas, as 
cavaleiras, as cônicas ou de um ponto de fuga e as de dois pontos de fuga, e seus elementos básicos. 
Bons estudos! 
4.1 1 Espaço projetado 
O espaço de projeto para perspectiva de interiores demanda o conhecimento da leitura de projeto 
arquitetônico, tanto sobre a planta da edificação quanto sobre os demais desenhos técnicos: cortes, 
elevações, detalhes construtivos, quadro de materiais de acabamento, quadro de esquadrias. 
Cabe, aqui também, chamar a atenção para os projetos complementares que podem impactar o projeto 
final se não forem levados em consideração, tais como projetos luminotécnicos, de acústica e de 
paisagismo. Todos eles podem, se não forem devidamente considerados, gerar muitos impactos e 
imprevistos na execução e uso diário da edificação. E, claro, cada um destes projetos complementares, 
avaliando caso a caso, deverá ser representado nas perspectivas. Assim, a perspectiva deixa de ser 
meramente expositiva, mas passa a ter um caráter de planejamento da edificação, pois permite perceber 
imediatamentecomo a organização e composição do espaço físico irá se comportar. 
Plantas, cortes, elevações e detalhes construtivos, quadros de esquadrias e de materiais, mostrados na 
primeira figura a seguir, e alguns projetos complementares como de forro, acústica, luminotécnica e 
paisagismo são relevantes para se extrair informações para a elaboração da imagem em perspectiva. 
Portanto, para o projeto de interiores, o resultado final do que será entregue ao cliente corresponde à 
compatibilização e somatório de vários projetos e informações, muito além do que as simples dimensões 
do mobiliário. 
Outro detalhe negligenciado está no fato de que o desenhista da perspectiva nem sempre busca 
referências em catálogos técnicos para melhor representar o projeto. Estas referências são o design de 
cada item especificado para o espaço ou ambiente, ou do maior número possível deles. Por exemplo, 
supondo-se que o projeto demanda um sanitário com características mais minimalistas, há uma grande 
probabilidade de que o projetista irá escolher peças com o mínimo de detalhes e ornamentos possíveis. 
Ao se escolher um vaso sanitário, irá selecionar um mais geométrico e sem muitos ornamentos. Caso 
escolha um estilo mais detalhista, irá para o polo oposto. 
Se a perspectiva expressar estas preocupações, o desenho irá ganhar muito em qualidade e contexto, 
deixando de ser uma referência abstrata de figuras geométricas, apresentando-se com estilo e contexto. 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.4757.68365/content/_4669356_1/index.html#section_1
33 
 
 
 
 
Figura 2 - Exemplo de sanitário minimalista Fonte: 2Mmedia, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma fotografia de um banheiro com banheira, duas pias e um espelho. 
 
 
Figura 3 - Exemplo de sanitário um pouco mais ornamentado Fonte: Projects3d, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a fotografia de um banheiro com bancada, espelho, armários, banco, 
Observe nas três figuras seguintes, as diferenças entre um estilo minimalista e um mais ornamentado. 
 
Figura 1 - Representação da planta baixa, cortes e quadros de especificações de uma edificaçãoFonte: Cherezoff, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a planta de uma edificação, com cortes, quadros de materiais e locação. 
34 
 
 
para chuveiro, bancada para pia com armário sob a bancada de cor marrom. Banheiro com paredes de 
cor caramelo e piso com tonalidade marrom castanho claro. 
 
Vale lembrar que, quanto mais detalhes e ornamentos se deseja inserir na imagem, maior será o tempo 
investido na produção e inserção de tamanha quantidade de detalhes. Neste caso, para o desenho feito à 
mão livre ou com o auxílio de ferramentas de desenho, tais como esquadros, réguas e compassos, o uso 
de lapiseiras e canetas nanquim cada vez mais finas (0.3 ou 0.5) e o uso de escala de desenho cada vez 
maiores, irão facilitar a produção desta imagem. 
É relevante considerar que, caso opte-se pelo desenho feito à mão, o investimento em treino e produção 
da imagem é maior do que aquele caso ela fosse produzida por computadores e softwares em 3D. Então, 
por que produzir o desenho à mão? Em primeiro lugar, porque em termos de propostas iniciais de desenho 
ou design, os croquis são, ainda hoje, imbatíveis, já que são muito ágeis para registrar estas primeiras 
ideias iniciais. Em segundo lugar, porque o desenho pode ser usado como expressão artística para a 
representação de um espaço, sendo que as imagens feitas por computador tendem ou a ficarem frias e 
sem expressão ou a se repetirem muito, pois, neste caso, a personalização do artista ou ilustrador tende 
a sumir em meio a uma enorme quantidade de botões e funções que devem ser acionados para a produção 
de uma imagem feita pelo computador. E, em terceiro lugar, porque, no dia-a-dia de execução de uma 
obra e diante da necessidade de entregar respostas a eventuais problemas que podem ocorrer, o desenho 
à mão livre resolve muitos problemas de forma muito ágil. 
 
privada, lixo, box e banheira. 
 
Figura 4 - Exemplo de sanitário cheio de cores e ornamentos Fonte: Chicetin, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma fotografia de um banheiro com banheira de hidromassagem, box 
35 
 
 
armários e criados. Piso de madeira com tábuas horizontais em direção à linha do horizonte. 
1.1 Leitura e interpretação do projeto arquitetônico para produção da perspectiva interna 
É de grande importânica que o profissional que produzirá a perspectiva interna busque dominar a leitura 
e interpretação do projeto arquitetônico e, ao mesmo tempo, que o projeto arquitetônico expresse as 
informações necessárias para o bom desenvolvimento do desenho. 
O projeto de design de interiores poderá, também, fornecer várias outras informações relevantes. Ao se 
definir tipo e dimensões de mobiliários para a organização interna dos ambientes, chamados tecnicamente 
de layout, estes elementos fornecerão ao ilustrador claras informações referentes às dimensões e 
acabamento dos objetos, dos planos de parede, piso e teto. Os projetos luminotécnico, acústico e outros 
irão auxiliar na composição dos ambientes, apresentando, por exemplo, o tipo de luminária, as alturas do 
plano de trabalho (das mesas e outras superfícies de acesso ao ususário do espaço), e a sua forma de 
distribuição no espaço. 
Na luminotécnica, as luminárias geram fluxo lumionos de modo direto, direto e indireto e indireto. As 
soluções variam desde luminárias como arandelas, pendentes, de piso, plafons e outros recursos e tipos 
disponívies. Além desta organização inicial, os catálogos de design de luminárias ainda podem apresentar 
uma gama enorme de outras possibilidades. 
 
 
Figura 5 - Exemplo de um quarto mais ornamento – ver detalhes do criado mudo, paredes e tetoFonte: SireAnko, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um desenho com um ponto de fuga. Quarto com cama de casal, 
36 
 
 
diferentes tipos de luminárias pendentes, a linha do meio, por outro tipos de luminárias pendentes, e a 
linha inferior, por luminárias alocadas no piso - luminárias tipo abajour. 
1.2 Projeto acústico 
Caracterizado por lidar com duas formas de controlar o som e o ruído, esse projeto trabalha com duas 
estratégias possíveis: a de isolamento do ruído e a de condicionamento do som. A primeira tem como 
objetivo isolar o máximo possível um som indesejável (o ruído). Já, a outra pressupõe uma boa condição 
acústica para se perceber, de forma exata, o som gerado em um ambiente. Muitas vezes, o 
condicionamento acústico auxilia na redução do ruído gerado em um ambiente. 
O condicionamento acústico é o que mais pode gerar intervenção no desenho, pois este está diretamente 
ligado ao revestimento das superfícies dos ambientes. Quanto mais material absorvente temos em um 
determinado espaço, melhor, ou até menor, é a percepção do som neste mesmo ambiente. Assim, o 
ilustrador deverá observar como as superfícies e elementos do projeto deverão ser apresentados para que 
o observador da cena apreenda tal detalhe. 
Por um lado, quanto mais liso e denso for o material que reveste as superfícies, mais ele irá refletir o som, 
gerando ruídos. Por outro lado, quanto mais poroso e de baixa densidade for o material que reveste a 
superfície, mais ele irá absorver o som, como ilustra a figura a seguir, que apresenta um exemplo de 
revestimento poroso para condicionamento acústico. 
 
Figura 6 - Alguns tipos de luminárias possí veis de serem utilizadas nos ambientesFonte: Marta Shershen, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um desenho dividido em três linhas. A linha superior é composta por 
37 
 
 
Figura 7 - Exemplo de forro acústico no tetoFonte: Ballykdy, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um forro modulado quadrado, cor branca, com orifícios que fazem ocontrole do som nos ambientes fechados. 
 
O tratamento do ruído já se dá via espessura de vedações ou barreiras que separam um ambiente 
do outro. A não ser que signifique uma nova parede ou alvenaria no espaço, de modo geral, não 
gera grande impacto no desenho, sendo a sua relevância maior no nível do detalhamento da 
edificação. 
 
Figura 8 - Exemplos de revestimento na parede – padrão hexagonalFonte: Archideaphoto, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um painel modulado de material poroso, com desenho hexagonal de 
várias cores, revestindo a parede. 
1.3 Projeto paisagístico 
Apesar de, na maioria dos projetos, o paisagismo ser uma caracterísitca externa à edificção e sua relação 
com o entorno, muitos ambientes de uma edificação serão impactados pelo projeto paisagístico – tantos 
externos quanto internos. 
Espaços, como áreas de lazer de uma edificação, normalmente têm uma relação muito próxima com a 
vegetação. Estilos arquitetônicos e de design que trabalham com valores do oriente, greco-romanos e 
mesmo tropicais exploram de sobremaneira a vegetação como elementos expressivos do conceito e 
partido adotados. No século XXI, as expressões da arquitetura sustentável faz-se utilizando, de modo 
muito claro, a vegetação como um item que caracteriza o conceito e partido, tais como os tetos jardins ou 
os jardins veticias muito explrados hoje em dia. Portanto, além dos modelos tradicionais de jardins que 
marcaram a história do paisagismo (o jardim francês vesus o jardim inglês, o jardim moderno de Burlemarx, 
38 
 
o jardim minimalista japonês e oturos), esse mesmo paisagismo avança como solução para diversos 
problemas urbanos, tais como garantia de área permeável nas edificações reduzindo impacto das 
enchentes nas cidades; jardins utlizados para armazenamento de água de chuva, reduzindo o alto 
escoamento pluvial; o uso da arborização para geração de sombras e drástica redução das ilhas de calor 
e efeito estufa; e, até mesmo, jardins verticais com o ojbetivo de produção de plantas comestíveis – 
hortelãs e frutas. 
O jardim de inverno interno às edificações de várias regiões do Brasil também é muito utilizado para levar 
a iluminação natural e a salubirdade da luz solar para dentro dos ambientes. Esse recursos arquitetônico 
é muito explorado nas edificações brasileiras, ainda mais levando-se em consideração o espaço de área 
urbana cada vez mais exíguo para se construir em função do alto custo por metro quadrado em terreno 
urbano bem localizado (próximo às infraestruturas de grande procura nas cidades de médio e pequeno 
 
 
cortadas na vetical, altura de aproximadamente 2,5 metros, alocadas à dieita e à esquerda da imagem. 
porte, como escolas, postos de saúde, áreas verdes, locais de trabalho e lazer, etc). 
 
Figura 9 - Exemplo de perspectiva interna representando jardim internoFonte: SireAnko, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um desenho com edificação aos fundos e vegetação mais à frente e à 
direita. 
 
Figura 10 - Espaço integrado com paisagismo de pequeno porteFonte: NMC2S, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um ambiente com vegeração ao fundo. Divisórias em madeira clara, 
39 
 
 
canteiros próximos às paredes. Piscina ou espelho d’água na parte direita inferior da imagem. Ambiente 
sem cobetura, mas com muros pintados de branco com apoximadamente três metros de altura. 
Espreguiçadeira cor preta no centro da imagem. 
1.4 Catálogos e dimensões de mobílias, eletrodomésticos e materiais de acabamento 
O que será alocado no ambiente deverá respeitar as medidas e proporções dos objetos da vida real. 
Quando o desenho inicial está na fase de estudo preliminar e ainda sendo pensado, é preciso buscar 
manter, desde então, as proporções dos objetos e mobiliários nos ambientes. Por exemplo, ao se 
desenhar uma fechadura de uma porta, ela fica aproximadamente na altura do umbigo de uma pessoa 
com 1,75 de altura. O assento de uma cadeira fica no nível do joelho de uma pessoa com a mesma altura. 
Buscando seguir estas orientações, o desenho tende a ter uma coerência maior no momento detalhá-lo 
ou ilustrá-lo com uma escala específica. E, conforme o desenho avança, é necessário ter uma maior 
coerência entre as medidas e o espaço onde os objetos serão alocados. 
O arquiteto Eduardo Bajzek, no vídeo em que trata da sua carreira, cita uma vantagem interessante do 
desenho. Segundo ele, o desenho, apesar das restrições em relação à perspectiva feita por computador, 
tem uma vantagem intrínseca, uma vez que é exatamente essa limitação de detalhes que “permite que o 
observador imagine o espaço que ele visualiza na imagem. O que falta em especificidade, a pessoa 
preenche com a sua imaginação”. Portanto, muitas vezes, não especificar muito o desenho poder ser uma 
estratégia vantajosa, pois faz com que o observador participe da criação da imagem e do espaço, além 
de fornecer um plano mais claro, mas não tão rígido, de como o ambiente pode ser organizado. 
4.2 2 Tipos de perspectivas de interiores 
Os tipos de isométricas possíveis para a representação do espaço são: 
• ISOMÉTRICAS; 
• CAVALEIRAS; 
• CÔNICAS OU DE UM PONTO DE FUGA; DE DOIS PONTOS DE FUGA. 
As perspectivas isométricas e cavaleira auxiliam na construção do ambiente sobre uma superfície plana e 
são muito práticas de serem construídas em função das linhas paralelas de suas arestas. Outra vantagem 
sua é a possibilidade de lançar as medidas sobre estas arestas, garantindo controle sobre as dimensões 
alocadas nos ambientes. 
Entretanto, essas perspectivas não representam de modo adequado o espaço visto pelo observador, 
simulando sua imersão no ambiente projetado. Segundo Ching (2011, p. 110), 
 
Figura 11 - Espaço de área de lazer, integrado com a vegetaçãoFonte: Thanyakan Thanapanprasert, iSto ck, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma área de lazer, com vegetação em vasos de pequeno porte e 
40 
 
 
[a]s perspectivas cônicas são válidas apenas para a visão monocular. O desenho em perspectiva pressupões que 
o observador veja com um único olho. Quase nunca vemos algo desta maneira. Mesmo com a cabeça em posição 
fixa, vemos por meio dos olhos que estão constantemente em movimento, examinando objetos e seu entorno, 
alternando ambientes sucessivamente. Assim, perspectiva cônicas podem apenas aproximar-se da maneira 
complexa como os olhos realmente funcionam. 
O autor ainda chama a atenção para o fato de que a representação em perspectiva é fruto de aprendizado. 
A nossa visão é muito mais complexa e dinâmica do que aponta a representação perspectivada. 
Tendemos a focar em uma área e, ao mesmo tempo, percebermos uma área de fundo maior que a focada. 
Ao focarmos, percebemos formas, cores e detalhes. Fora do foco, perdemos tais informações, mas ainda 
temos a acuidade para a captura do movimento. Além disso, tratamos as regras da perspectiva também 
sem considerar a acuidade visual nas mais diferentes faixas etárias. 
As perspectivas cônicas e de dois pontos de fuga são mais eficientes em inserir, de fato, o observador na 
simulação do projeto, por ser mais próximo de como a visão humana apreende o espaço em que o 
observador está inserido. Ainda assim, as perspectivas de um ponto de fuga e dois pontos de fuga são as 
mais indicadas para simular a realidade do espaço construído. 
2.1 Elementos básicos da perspectiva 
Para se construir as perspectivas, existem elementos gráficos e geométricos que precisam ser 
compreendidos e considerados a fim de obter uma imagem coerente com o se espera. Estes elementos 
básicos são: 
LINHA DO HORIZONTE; 
PONTO DE FUGA; 
ALTURA DO 
OBSERVADOR; 
 
O QUE DEVERÁ SER REPRESENTADO; 
DISTÂNCIA ENTRE REPRESENTADO E OBSERVADOR. 
 
 
Figura 12 - Representação dos elementos da perspectivaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um desenho de uma pessoa depé, sobre um plano. Na frente dela, um 
outro plano perpendicular ao plano do solo onde ele se encontra. No plano perpendicular ao solo, o 
desenho de uma casinha com telhado de duas águas. Mais a frente o objeto real desenhado – a mesma 
de maior tamanho. 
 
41 
 
Legenda da figura acima: 
 
Número 1 Plano da linha do horizonte. 
Número 2 Plano projeção do objeto – seria também o plano do desenho ou plano do observador. 
Número 3 Plano do piso ou solo. 
Número 4 Linha do solo. 
Número 5 Objeto real. 
Número 6 Objeto representado. 
2.2 Linha do horizonte 
A linha do horizonte pode ser caracterizada como a linha que demarca o encontro entre o céu e a terra ou 
mar (no caso de áreas litorâneas). Outra caracterização é a de um plano, paralelo ao solo, e que passa 
pelos olhos do observador. 
As perspectivas com pontos de fuga têm algo em comum: seus pontos de fuga estão geralmente alocados 
na linha do horizonte. Ela é o resultado de um plano paralelo ao solo e perpendicular aos olhos do 
observador. E, portanto, tem uma relação direta com a altura do observador. 
A relação dos objetos com a linha do horizonte irá também determinar o que o observador vê do ambiente 
ou dos objetos nele inseridos. Os itens abaixo da linha do horizonte, por exemplo, podem ter sua parte 
superior vista. Já, aqueles acima da linha do horizonte, podem ter sua a base visível. E, se estão na mesma 
altura, temos a vista somente das suas faces laterais, desde que o objeto esteja afastado do ponto de 
fuga. A figura a seguir ilustra tal situação. 
 
42 
 
Figura 13 - Perspectiva com dois pontos de fuga: representação de cubos acima, abaixo e sobre a linha do 
horizonteFonte: 
Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra desenhos de cubos em direção aos pontos de fuga. Perspectiva com 
dois pontos de fuga. Dois cubos à esquerda, sendo um acima e outro abaixo da linha do horizonte. Um 
terceiro cubo sobre a linha do horizonte, próximo ao segundo ponto de fuga, mais à direita do desenho. 
2.3 Pontos de fuga 
Ponto no qual as arestas do objeto irão se bifurcar em direção a um ponto, no caso da perspectiva de um 
ponto, ou em direção a dois pontos, no caso de uma perspectiva de dois pontos. 
 
Figura 14 - Perspectiva de um ponto de fuga: representação de cubos acima, abaixo e sobre a linha do horizonteFonte: 
Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra desenhos de cubos em direção aos ponto de fuga central ao desenho. 
Três cubos abaixo da linha do horizonte; dois cubos acima da linha do horizonte. 
2.4 Altura do observador 
No projeto de interiores, a altura média das pessoas é muito utilizada, pois, assim, percebe-se claramente 
como uma pessoa irá apreender o espaço. Ambientes muito pequenos como sanitários, o observador 
precisa ser realocado em lugares pouco comuns pelo fato de que estes ambientes normalmente são muito 
estreitos. 
A alocação do observador funciona também como uma expressão artística: um observador próximo ao 
solo verá, próximo de si, objetos enormes e que podem dar a sensação de pequenez ou opressão. Já, um 
43 
 
observador acima dos ambientes ou do espaço gera a impressão de liberdade ou até de poder, pois 
enxerga tudo pelo alto, em que, por vezes, os objetos ou pessoas observadas parecem pequenas. 
 
Figura 15 - Imagem em que o observador parece estar de sobrevoo, gerando a sensação de liberdadeFonte: Milos 
Muller, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma fotografia de uma paisagem. Estrada na parte de baixo com 
caminões à esquerda. Sol se pondo e vegeração à esquerda e à direita. 
 
 
Figura 16 - Imagem em que o observador parece estar próximo ao solo, gerando a sensação de pequenez – quase 
como se um animal de pequeno porte estivesse observando a estradaFonte: Milos Muller, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a fotografia de uma paisagem. Estrada à direita a imagem, com 
caminhões indo em direção ao sol que está se pondo. Vista de baixo da imagem. Gramado à esquerda e 
à direita. 
2.5 Objeto que deverá ser representado 
O objeto ou espaço/ambiente a ser representado é outro fator relevante a se considerar. Por exemplo, em 
ambientes muito fechados, como já citado, há a necessidade de se optar pelo que será mostrado em 
44 
 
função da sua relevância na imagem. Valendo-se, para isso, de soluções como esconder um elemento 
para exibir outro. Um exemplo prático é a vegetação em frente a uma edificação – se no projeto ela 
esconder elementos da fachada que deveriam ser exibidos, tal vegetação deixa de existir ou é exposta de 
forma parcialmente transparente. 
2.6 Distância entre o que será representado e o observador 
Na perspectiva e na representação de um objeto ou ambiente, a distância destes observadores até o 
objeto irá gerar vários fenômenos óticos a serem considerados. 
Um dos principais fenômenos é o tamanho dos objetos. Quanto mais próximo eles estão do observador, 
maiores terão que ser representados, mais detalhes temos do objeto e, com isso, melhor nitidez e 
saturação de cores. 
Quando a distância do objeto ao observador é grande, teremos o efeito contrário: tendemos a perceber 
melhor o seu contexto, porém, perde-se em detalhes e saturação, bem como objetos de tamanhos iguais 
ou próximos reduzem de tamanho conforme se aproximam do ponto de fuga. 
Na representação de paisagens, objetos muito distantes perdem não somente os detalhes, mas também 
a sua saturação e nitidez: os elementos mais distantes na imagem tendem a se misturar com o ar e, com 
isso, ele se desbota. Na figura a seguir vemos este fenômeno, observando as montanhas no plano de 
fundo da imagem, que vão se misturando com o ar do entorno e perdem detalhes e coloração tendendo a 
uma tonalidade branco azulado esmaecido. 
 
 
Figura 17 - Imagem com incidência do sol. Porém, planos mais ao fundo se desbotam e se misturam com o arFonte: 
4kodiak, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma autoestrada, em uma paisagem com areia e britas dos dois lados 
da via. O fotógrafo retratou a imagem como se estivesse agachado. A estrada, que forma uma perspectiva 
de um ponto de fuga, possui uma cadeia de montanhas no horizonte se misturando suavemente com o ar 
aparentemente seco. 
4.3 3 Perspectiva com um ponto de fuga ou perspectiva 
cônica 
Caracteriza-se, basicamente, por imagens criadas que simulam o espaço tridimensional sobre uma 
superfície bidimensional, utilizando-se de um ponto de fuga sobre uma linha do horizonte, explícita ou não. 
45 
 
Este tipo de perspectiva é muito eficiente para ambientes estreitos e compridos como corredores, algumas 
cozinhas, lavabos e sanitários, nos quais uma das dimensões é muito maior do que a outra. 
É uma das perspectivas que mais se aproxima da imersão do observador no espaço ou ambiente, embora 
não seja a perspectiva que melhor expressa a organização geral do ambiente. Pode ter um caráter 
compositivo e de foco muito forte ao se alocar os objetos mais relevantes do espaço sobre este ponto de 
fuga ou próximo a ele. Na figura a seguir, vemos uma imagem explorando a visualização de um 
 
portas de cores brancas tanto à direita quanto à esquerda. Ao fundo, uma porta. 
5 Assista aí 
3.1 Dividindo espaço entre elementos por igual 
Itens do desenho que se repetem e possuem a mesma distância podem ser apresentados utilizando o 
método de divisão de retângulos em perspectiva. O método é mostrado nos passos e figura a seguir: 
Sobre a linha do horizonte, marque o ponto de fuga (PF) (2). 
Em seguida, defina a aresta ou a locação do primeiro elemento do desenho (3). 
Do ponto de fuga, puxe uma linha até as extremidades da linha em (3) – ver item (4). 
corredor e o foco da imagem recaindo sobre os elementos de fundo da imagem. 
 
Figura 18 - Perspectiva com um ponto de fugaFonte: Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer : a imagem mostra um corredor ou hall de acesso, com paredes brancas nos dois ladose 
 Passo 1 
Marque no papel a linha do horizonte (1). 
Passo 2 
Passo 3 
Passo 4 
46 
 
Mantendo-se alinhada à linha ligada ao ponto de fuga (4), marque o segundo elemento do desenho (5) – 
é uma linha vertical, paralela à primeira, porém menor em função das linhas de fuga. 
Nesta situação, já é possível vislumbrar um retângulo em pé e em perspectiva. 
Pelos vértices deste retângulo, cruze duas linhas em x (6) – no desenho, duas linhas tracejadas. Elas 
auxiliarão a encontrar a metade da primeira e segunda linha. 
O ponto (7) e o cruzamento das linhas (6) tracejadas. 
Saindo do ponto de fuga, ligue uma linha até este ponto (7), e termine na primeira linha (3). 
A partir daí, temos o centro das duas linhas e das futuras linhas. 
Trace uma linha inclinada, saindo do vértice da primeira linha e passando pelo centro da segunda linha 
(9) até chegar na linha de fuga. Neste ponto, trace a terceira linha. 
Repita o processo quantas vezes quiser ou precisar. 
 
 
 
 
Figura 19 - Construção da perspectiva de um ponto de fugaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra duas imagens. Na superior, linhas na vertical, em distâncias iguais, 
reduzindo de tamanho segundo a perspectiva de um ponto de fuga. Na de baixo, mostra um desenho de 
Passo 5 
Passo 6 
Passo 7 
Passo 8 
Passo 9 
Passo 10 
Passo 11 
Passo 12 
47 
 
postes à esquerda e árvores sem folhas à direita, representando uma paisagem. Perspectiva com um 
ponto de fuga. 
3.2 Alocando pessoas em diferentes lugares 
A alocação de pessoas é importante para dar uma noção de escala ao espaço projetado e representado. 
A inserção da figura humana, de modo simples ou de modo mais detalhado, permite uma percepção ainda 
melhor do ambiente, suas dimensões, espaços de circulação, altura e proporção dos objetos, enfim, a 
relação do homem com seu espaço construído. 
O método a seguir pode ser utilizado para pessoas ou para objetos que se queira garantir a quebra de 
padrão ou dar alguma naturalidade à imagem criada. Afinal, todos sabemos que as pessoas não se 
comportam como em um exército no espaço. Elas ocupam lugares de modo mais livres ou espontâneos. 
Muito parecido com o processo anterior de marcação de objetos a uma mesma distância, a alocação de 
pessoas pode utilizar-se de um processo análogo, como mostra a figura a seguir. 
Marcam-se eixos, que correspondam ao corpo da pessoa, e, em seguida, buscam-se pontos de referência 
deste corpo para serem transpostos para outros eixos de outros corpos. A partir daí, definese se será da 
mesma estatura ou se serão de pessoas com estaturas diferentes, conforme ilustra a figura seguinte. 
Este método garante alturas coerentes e proporcionais de elementos análogos. 
 
Figura 20 - Construção da perspectiva de um ponto de fuga – exemplo de aplicaçãoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o desenho de linhas na vertical, intercaladas, reduzindo de tamanho 
segundo a perspectiva de um ponto de fuga. 
 
 
48 
 
Figura 21 - Alocação de figuras humanas em diferentes lugaresFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra pessoas alocadas aleatoriamente. Desenho em perspeciva com um 
ponto de fuga. 
3.3 Malha para produção de pisos 
É um processo análogo ao anterior. Lembre-se que alocar objetos modulados ou padronizados é um 
processo já consagrado na perspectiva. Portanto, veremos um só processo se repetir várias vezes, porém 
adaptando-se a novas necessidades. 
Marque a linha do horizonte e um ponto de fuga. Abaixo da linha do horizonte, marque uma linha graduada. 
 
Figura 22 - Marcação modular do piso na linha horizontalFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um desenho parecendo um triângulo. Na base, uma linha graduada em 
50 centímetros, dividida em oito partes. Ponto de fuga no topo da figura, por onde passa a linha do 
horizonte. 
 
Desta linha graduada, ligue estes pontos de marcação até o ponto de fuga. 
49 
 
 
Figura 23 - Linhas da modulação do piso ligado ao ponto de fugaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um desenho como um triângulo, dividido na base em oito partes de 50 
centímetros. Nestes pontos de divisão nascem linhas que irão se encontrar em um ponto sobre a linha do 
horizonte. 
 
Lance uma distância no olho e trace uma diagonal cruzando os pontos A e B até marcar o ponto C – 
conforme a imagem a seguir. 
 
Figura 24 - Marcação da linha diagonal para marcação do piso em perspectivaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o mesmo desenho da figura anterior, porém com duas linhas novas. 
Uma na horizontal paralela à linha de solo, a uma di stância x de tal linha. A outra linha é inclinada e ela 
passa pelo vértice das duas linhas horizontais. 
 
50 
 
Do cruzamento da linha em diagonal com as linhas que se direcionam até o ponto de fuga, temos 
marcações para traçar uma malha de linhas paralelas entre si que irão reduzir de distância entre si para 
dar uma noção de perspectiva. 
 
Figura 25 - Desenho do piso em perspectivaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma grade em perspectiva, construída a partir do desenho da figura 
antreior. A maior largura é a base, com modulação de 50 por 50. 
 
Concluída a malha, basta preenchê-la com algum padrão ou outra cor qualquer. 
 
Figura 26 - Desenho do piso intercalado em preto e branco, em perspectivaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma malha graduada com padrão em preto e branco. 
51 
 
3.4 Malha para alocação de objetos 
A malha apresentada anteriormente também pode servir como modulação para alocar a base de objetos 
do qual se saiba as dimensões. 
3.5 Construção da perspectiva de um ambiente com um ponto de fuga 
A construção da perspectiva com um ponto de fuga é, de modo geral, bem simples. Entretanto, é 
interessante que se faça o desenho, sobre uma folha A3 ou A4, várias vezes e de diferentes vistas para 
entender o processo e praticar. 
O desenvolvimento do desenho à mão, neste caso, é mais útil ao dia-a-dia profissional do que com uso 
de régua e esquadros, haja vista que muito do produzido aqui é agilmente desenvolvido por softwares 3D 
disponíveis no mercado. Claro que o desenho também pode e deve ser utilizado como meio de expressão 
e comunicação do projeto. 
Assim, com a planta baixa e elevação ou corte do ambiente em mãos, certifique-se das dimensões dos 
objetos do ambiente. 
 
Figura 27 - Planta e corte para produção da perspectiva (planta em centímetros, transformar para metros)Fonte: 
Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra dois desenhos técnicos de arquitetura de uma cozinha com dimensões 
em três metros de largura por quatro metros de profundidade. Planta organizada de baixo para cima. Um 
desenho à esquerda (a planta do ambiente) e outro à direita (o corte A//A – único corte). O corte está 
voltado para o fundo do ambiente. No corte, temos o pé direito (2,8 metros de altura) e altura de bancadas 
e armário. Bancada da pia com altura de 80 centímetros. Armário com altura de 80 centímetros e a 1,6 
metro do piso. Mesa de apoio (dimensões de 2 metros por 50 centímetros) a 80 centímetros do piso, 
alocada na parede da esquerda, a dois metros da parede de baixo, em planta. Em planta, a bancada da 
cozinha se organiza em C (com 60 centímetros de largura). Ao fundo, temos uma porta de 80 centímetros 
de largura por 2,10 metros de altura e do seu lado direito o fogão de seis bocas (dimensões de 75 
centímetros por 60 centímetros por 85 centímetros). 
Lance uma linha horizontal próxima à base da folha. Esta linha será tratada com uma linha de solo (LS). 
52 
 
 
largura do ambiente. Escala sugerida = 1/20, sobre sulfite A4 ou A3. 
 
Em seguida, construa um retângulo com a largura do ambiente e com o pé direito marcado na folha,como 
ilustra a imagem a seguir. Sendo a largura de três metros e o pé-direito de 2,8 metros. A altura do 
observador corresponde à altura da linha do horizonte (LH). 
 
Figura 29 - Marcação dos elementos da perspectiva de um ponto - linha horizonte, largura e altura do ambienteFonte: 
Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um retângulo sobre a linha de solo. Tendo uma base com três metros e 
altura de 2,80 metros (pé direito do ambiente). A uma altura de 1,70 metro, passa uma linha do horizonte, 
paralela à linha de solo, cruzando este retângulo de ponta à ponta. Marcação do ponto de fuga (PF) sobre 
a linha do horizonte. 
 
Marque, também, a altura dos olhos do observador, que é a linha do horizonte (LH). Sua altura é da altura 
média de uma pessoa. No desenho foi marcado em 1,70 metro. Em seguida, marque na linha do horizonte 
(LH) e o ponto de fuga (PF). Evite o centro para não gerar um desenho monótono, tampouco as 
extremidades para não esconder uma das paredes, perdendo o efeito de percepção do espaço. Após isso, 
marque, na base da figura, um módulo de 50 centímetros. Ele poderá ser utilizado como cerâmica 
É o piso inicial do desenho. Sugestão de escala: 1/20. 
 
Figura 28 - Marcaç ão da linha de soloFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a figura mostra uma linha horizontal (linha de solo) e uma marcação de três metros na 
53 
 
 
ponto). De cada ponto, parte uma linha que irá se ligar ao ponto de fuga. Dos vértices do retângulo de três 
por dois, também partem oito linhas que se ligam ao ponto de fuga. Marca-se do ponto de fuga, indo para 
a direita, outro ponto a três metros de distância (sobre a linha do horizonte). Este novo ponto será o ponto 
de fuga auxiliar (PFA). Linhas inclinadas irão se ligar a ele para dividir as linhas que se ligam ao ponto de 
fuga, formando uma malha em perspectiva. A primeira linha inclinada parte do vértice do retângulo, à 
esquerda inferior (cruzamento da linha de solo com uma linha vertical - pé-direito do ambiente). Marque, 
na linha de solo à esquerda, os pontos à 50 centímetros de distância um do outro. Este pontos irão gerar, 
na perspectiva, a impressão do ambiente com quatro metros de profundidade. Estas linhas se ligarão ao 
PFA e irão dividir as linhas de fuga em vários pontos. 
 
Partindo desta marcação de 50 centímetros por 50 centímetros, ligue estes traços até o ponto de fuga 
(PF), tal qual a figura anterior. Em seguida, determine a profundidade da imagem. Na figura a seguir, foi 
marcado um ponto à direita do PF a três unidades de distância. Extrapole duas unidades de 50 centímetros 
(à esquerda) para marcar a profundidade de quatro metros da sala. Ligue estes pontos no PFA, tal qual a 
figura anterior. 
 
ou porcelanato ou como guia para marcação dos objetos no espaço, como ilustrado a seguir. 
 
Figura 30 - Marcação do solo - para modulação do pisoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a base da imagem divida em seis partes (50 centímetros para cada 
54 
 
Figura 31 - Lançamento da profundidade do ambienteFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra uma malha sobre o piso da edificação. É um retângulo de três por 2,80, 
com uma linha do horizonte a 1,70 da linha de solo. Tendo o ponto de fuga e ponto de fuga auxiliar (PF e 
PFA) sobre a linha do horizonte. 
 
O próximo passo é marcar as dimensões dos objetos na linha vertical que corresponde ao pé-direito da 
edificação a as larguras dos objetos na base ou linha do solo ou no topo, na linha de teto. 
 
Figura 32 - Construção dos prismasFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a marcação das alturas de bancadas e armário à direita, sobre a linha 
de pédireito. Marcação da mesa de apoio à esquerda e linha de base das luminárias, sobre a linha de pé-
direito. 
Observe que, da extremidade direita e esquerda, da linha se solo (LS) partem duas linhas inclinadas que 
irão se ligar ao PFA. Estas linhas correspondem à profundidade do ambiente. E a marcação dos objetos 
em profundidade irão ocorrer nesta mesma linha do solo. Portanto, está sendo marcada a mesa de apoio 
no centro e a parte do armário na parede do fundo, conforme a área cinza marcada no piso. 
55 
 
 
Figura 33 - Lançamento da mesa de apoio e trecho do armário no fundoFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um retângulo marcando as larguras da mesa de apoio e largura da 
bancada em C, braço alçado na parede do fundo. 
 
O próximo passo é ligar as linhas de altura da mesa de apoio com as linhas de largura, assim como a 
continuidade da bancada ao fundo. Observe como foi marcada também a boneca da porta (10 centímetros) 
e a largura da porta (80 centímetros) na linha de teto. A altura da porta (2,10 metros) é marcada na linha 
vertical que corresponde ao pé-direito da edificação, neste caso. Marcou-se também a altura da base das 
luminárias e a janela sob os armários, na parede à direita. Lembre-se de que estas medidas já estavam 
na planta e no corte do ambiente. 
 
Figura 34 - Construção dos prismas no ambienteFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a marcação em prismas na cozinha, correpondendo à bancada, armários, 
mesa e limite do suprote das luminárias, duas unidades, marcada como uma linha até o teto. 
 
56 
 
Observe que o que temos são, basicamente, prismas que já ocupam o espaço dos elementos do ambiente. 
Na última imagem vimos o desenho final concluído. O tempo geral de produção do desenho foi de cinco 
horas, porém, com prática e treino, é possível reduzir drasticamente o tempo de produção do desenho. 
 
Figura 35 - Desenho acabado Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o desenho acabado da cozinha. 
 
A imagem a seguir utilizou a referência anterior para realizar o estudo de uma outra possibilidade de 
57 
 
 
#PraCegoVer: a imagem mostra a perspectiva de uma cozinha com um ponto de fuga. Croqui em preto e 
branco. Bancadas ao fundo, porta de correr à direita, janela na parede do fundo. Armários sobre bancadas 
à esquerda e à direita. 
5.1 4 Perspectiva com dois pontos de fuga 
A figura a seguir demonstra, de modo claro, como se organiza a perspectiva com dois pontos de fuga. 
Novamente, temos a linha do horizonte e, sobre ela, marcamos dois pontos. Com isso, a partir de uma 
aresta as demais irão se ligar a um e outro ponto de fuga. O que chamamos de aresta, neste caso, é uma 
linha que se conecta a vértices da geometria. Na figura a seguir isso fica mais claro: temos sempre dois 
pontos nos vértices dos cubos e uma linha formada por estes dois pontos – eis, assim, o vértice. A união 
destes vários vértices forma um plano. Neste caso, a face dos cubos. Observe, portanto, que as faces dos 
cubos se direcionam a um ou a outro ponto de fuga. As linhas nas verticais são paralelas entre 
organização do espaço. 
 
Figura 36 - Perspectiva um ponto de fugaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
58 
 
 
Cubos abaixo da linha do horizonte. 
 
A vantagem desta perspectiva é que ela permite uma vista mais ampla do espaço do que a de um único 
ponto de fuga. 
Assim como na perspectiva de um ponto de fuga, a altura do observador é também de grande relevância. 
Ela irá permitir a visão das superfícies dos objetos, lembrando que os planos paralelos ao solo que ficam 
abaixo da linha do horizonte terão sua parte superior exposta, já os objetos que ficam acima da linha do 
horizonte, deixarão sua base exposta e, quanto mais distante o objeto do observador, menor o seu 
tamanho e menos detalhes. 
A figura a seguir, que representa um edifício de esquina, mostra uma outra possibilidade de aplicação da 
perspectiva com dois pontos de fuga. 
 
si e perpendiculares a um plano do piso. As linhas horizontais se direcionam aos pontos de fuga. 
 
Figura37 - Perspe ctiva com dois pontos de fugaFonte: Poltorak, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra o desenho de vários cubos em perspectiva com dois pontos de fuga. 
59 
 
 
Figura 38 - Vista urbana – parte externa de um edifícioFonte: Chuvipro, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um prédio em dois ponto de fuga. Ele tem quatro pavimentos e localizase 
em uma esquina. A imagem mostra as ruas de encontro na base do prédio. 
 
Ao projetarmos as linhas laterais da edificação, conseguimos obter os dois pontos de fuga auxiliares 
indicando a perspectiva. 
 
Figura 39 - Vista urbana – parte externa de um edifícioFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra um prédio em dois ponto de fuga. Ele tem quatro pavimentos e localizase 
em uma esquina. A imagem mostra as ruas de encontro na base do prédio. Foram acrescentados os dois 
pontos de fuga (um a esquerda e outro à direita) e a linha do horizonte. 
60 
 
4.1 Construção 
Marque a linha do horizonte e aloque a altura do observador. A marcação dos pontos de fuga deverá ser 
distante um do outro para se evitar uma grande deformação do desenho. Pelos pontos de fuga, nascem 
as linhas de arestas dos objetos ou ambientes a serem desenhados. 
 
Figura 40 - Marcação da linha do horizonte e os dois pontos de fugaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a linha do horizonte, com dois pontos de fuga distantes entre si, 
marcados sobre ela. Uma linha na vertical, mais próxima ao segundo PF, com um trecho acima e abaixo 
da linha do horizonte. 
 
Marcada a aresta, deslocando-a do centro, ligue os pontos de fuga até as extremidades da aresta (linha 
na vertical). 
 
Figura 41 - Ligando a quina do ambiente aos pontos de fugaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra que, da extremidade da linha na vertical, partem linhas que se li garão a 
cada um ds pontos de fuga. 
 
Marque mais duas linhas na vertical distantes da linha central. 
 
Figura 42 - Delimitando dimensões do ambienteFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra que nas linhas que se ligam ao ponto de fuga, marca-se à esquerda e à 
direita duas linhas na vertical, paralelas à primeira linha. 
 
Ligue essas linhas até os pontos de fuga. Reforce o espaço em que os objetos serão alocados. A partir 
daí, pode-se colocar uma folha de papel manteiga e traçar os elementos do espaço ou realizar o desenho 
à mão livre, mas orientando-se pela perspectiva. Pode-se também aplicar uma malha modulada para 
auxiliar na locação dos objetos. 
61 
 
 
Figura 43 - Fechando o prisma onde serão alocados os objetosFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra a ligação dessas novas linhas nos pontos de fuga. O desenho final é um 
espaço organizado em dois pontos de fuga. 
6 Assista aí 
4.2 Curva de aprendizado do desenho 
Hoje em dia, temos vários recursos em termos de informática que rapidamente geram uma imagem do 
espaço. São vários programas, funções e recursos disponíveis que permitem o entendimento do espaço 
construído e sua função. Outrora, a perspectiva à mão livre e/ou com instrumentos de desenho eram os 
únicos recursos gráficos disponíveis para se gerar imagens tridimensionais. 
O tempo de aprendizado dos programas ou softwares disponíveis hoje variam muito. Programas como 
Sketchup são bem intuitivos e o tempo de domínio é pequeno. Já, programas como Blender ou o 3D max 
da Autodesk têm uma curva de aprendizado maior, mas, ao mesmo tempo, permitem trabalhos com 
grande qualidade profissional. Programas BIM (como Revit e Archicad) são programas cuja curva de 
aprendizado é ainda maior, mas, que por outro lado, reduzem drasticamente os eventuais problemas na 
hora de se executar uma obra. 
Entretanto, nenhum deles possuem uma curva de aprendizado maior que a do desenho feito à mão livre 
ou com instrumentos de desenho. Hoje, no mercado de construção civil, no qual o conceito de perspectiva 
ainda é muito relevante, essas imagens feitas à mão se tornaram muito raras, provavelmente em função 
do seu tempo de produção e domínio da técnica. 
No entanto, existem profissionais, mesmo no Brasil, que investem na produção da perspectiva feita à mão. 
Não é raro usarem softwares como o Sketchup para selecionar o melhor ângulo do que será representado 
e, a partir daí, realizar o desenho. Profissionais como Eduard Bazek e o Youtuber e quadrinista Rapha 
Pinheiro optaram por ocupar este nicho de mercado, e, com isto, se tornaram uma forte referência no 
setor, sendo que o segundo desenvolveu um curso no qual ensina a criar a perspectiva à mão, porém com 
o auxílio de ferramentas computacionais. 
É importante lembrar que ferramentas contemporâneas estão cada vez mais presentes, tais como na 
lógica de jogos em primeira pessoa; softwares que permitem gerar o ambiente com um percurso limitado 
para o usuário; realidade virtual com o auxílio de óculos de imersão; e realidade aumentada. Assim, a 
realidade virtual permite inserir o usuário no ambiente que ainda não existe. 
A realidade aumentada é outro recurso na aplicação de perspectivas isométricas para percepção do 
modelo gerado no computador. Estas funções, hoje em dia, demandam basicamente aplicativos baixados 
em celulares que decodificam um código impresso e, a partir daí, inserem uma imagem virtual em um 
ambiente físico real. 
 
A realidade aumentada e realidade virtual são conceitos diferentes entre si. O primeiro demanda o 
meio em que você está para gerar um modelo sobre a realidade e é passível de interação. A 
realidade virtual já demanda o uso de óculos e outros recursos e que buscam isolar você do meio 
em que está inserido, lhe realocando em uma outra realidade. Assim, depende do profissional 
62 
 
buscar a melhor solução para representar suas ideias e comunicá-las às pessoas envolvidas no 
processo, sejam elas clientes, fornecedores, incorporadores ou construtores. 
 
 
Figura 44 - Uso de óculos para realidade aumentadaFonte: Gorodenkoff, iStock, 2020. 
#PraCegoVer: a imagem mostra duas pessoas usando um óculos de realidade virtual (VR) olhando 
construções de prédios sobre uma mesa. 
 
A simulação do espaço ganhou novas ferramentas, colocando em xeque a relevância do processo 
artesanal – que ainda existe, e deve continuar a existir apesar da radical redução do uso – e está aberta 
para a incorporação de novos conceitos e avanços tecnológicos. É relevante sempre pensar em que 
momento cabe o desenho na produção de design, pois, como análise da realidade e expressão das ideias 
iniciais do projeto, o desenho pode ainda ser uma ferramenta atual. 
4.3 Construção da imagem e uma analogia com o fotógrafo 
Devemos ter em mente que desenhar um espaço ou objeto é construir uma imagem. Há sempre a 
necessidade de selecionar o que e como será representado. A ausência de propósito pode gerar imagens 
pouco interessantes e sem foco no que se quer mostrar. Assim, cabe, aqui, uma analogia com o fotógrafo, 
uma vez que esse profissional sabe a importância de construção mais consciente da imagem, da 
hierarquia dos elementos internos a esta imagem, da relevância da composição e do foco na fotografia. 
Para isso, de modo geral, pouca coisa é deixada ao acaso, tendo tudo um propósito ou plano. Não se 
referindo, neste caso, à fotografia artística, que seria um outro ramo da fotografia e que se permite uma 
abertura e espontaneidade um pouco maior, dependendo sempre do estilo do fotógrafo. 
Outro hábito desse profissional é alocar a câmera de modo preciso ao que se quer representar. No caso 
da imagem em perspectiva como desenho, analisar o projeto e definir onde a câmera será colocada, 
normalmente tem com objetivo mostrar a quantidade exata de informação, organizar uma boa composição 
e explicar, através da imagem, como o espaço ficará depois de pronto. Selecionando, dessa forma, o que 
mostrar e o que não mostrar,

Outros materiais