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Relatório PCC História de Minas Gerais

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Prévia do material em texto

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
TRIÂNGULO MINEIRO CURSO DE 
GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA 
 
 
 
 
 
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) 
 
 
História do Brasil Colonial 
História de Minas Gerais 
Ensino de História 
Teoria da História I 
 
 
 
 
ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS 
 
 
 
A HISTÓRIA DE MINAS GERAIS PRESENTE NOS LIVROS DIDÁTICOS DE 
HISTÓRIA: 
Araribá Mais História: Ensino Fundamental, Moderna. 1 ed. São Paulo, 2018. 
História – Conexões com a História: Ensino Médio, Moderna. 2 ed. São Paulo, 2015. 
 
 
 
 
 
 
Discente: Maria Eduarda Silva 
 
 
 
 
 
UBERABA, 29 de Novembro de 2021
 
1. INTRUDUÇÃO 
O presente trabalho se propõe a discutir e analisar os conteúdos 
programáticos sobre História de Minas Gerais presentes nos livros dedáticos, 
considerando sua importância para auxiliar na construção de um Ensino de História 
crítico. 
Se atentando para o contexto de elaboração do Ensino de História no Brasil 
antes do século XIX é complexo falar-se em si de um Ensino de História. O sistema 
educacional proposto pelos Jesuítas da Companhia de Jesus possuía cunho 
primordialmente religioso e preocupava-se em converter a população originária 
brasileira — os indígenas — e formar alguns jovens da elite da época para que 
ingressassem na Universidade de Coimbra. Com as reformas pombalinas e a 
expulsão dos Jesuítas, começou-se a pensar em um novo modelo educacional 
influenciado pelas ideias Iluministas onde o Estado começou a se preocupar em 
participar, estruturar e controlar o modelo de educação escolar. 
Desse modo o Ensino de História surge com o interesse de criar uma 
identidade nacional em um momento de ruptura com a metrópole portuguesa, ao 
passo que buscava formar uma nação integra e civilizada, resgatando figuras 
nacionais e exaltando como heróis e trabalhando para que a visão consolidada fosse 
aquela dos grupos que estavam na alçada de poder, visto que é fato, que “as 
disciplinas escolares surgem do interesse de grupos e instituições [...]”. (FONSECA, 
2006, p.15). 
Ao pensar na análise dos livros didáticos deve-se considerar que eles são 
fruto de um tempo histórico que atendem aos interesses de determinados grupos 
para atingerem determinados objetivos, através de diversas abordagens. Pensando 
nas proposições do historiador March Bloch, devmos reconher esses materiais como 
fruto desse tempo e como fontes históricas de seu tempo que ao serem 
constatemente analisadas criticamente e reelaboradas, servirão como ferramenta de 
apromoração do estudo histórico que forme cidadãos conscientes e não passivos. 
Seguindo esse reciocínio, é importante ter em mente a elaboração de um 
material didático que se preocupe com esses objetivos que alente a criticidade dos 
indivídos e sirva como ferramenta emancipatória ao longo de seu processo de 
fromação, consoante as proposições educacionais de Paulo Freire: “com presença 
consciente no mundo não posso escapar à responsabilidade ética do meu mover-me 
no mundo.” (FREIRE,1996, p.21). 
Portanto, é evidente que o ensino assume duas faces, a que pretende a 
legitimação de poder opressor de determinados grupos e aquela que visa contruir o 
caráter crítico nos induvídos, evidenciando a importância de materiais dedáticos 
voltados ao segundo objetivo exposto. 
 
2. JUSTIFICATIVA 
No que concerne os estudos sobre o material didático usado nas escolas, 
temos uma quantidade diminuta de trabalhos que são ainda muito recentes, 
entretanto esse campo de estudo é de extrema importância no contexto edicacional 
e merece mais aberdagens com mais amplitude. 
Sendo assim, é de primordial que sejam analisados os materiais que são 
usados nas salas de aula ao se ensinar história, tendo em vista que os materiais 
didáticos são instrumento de trabalho do professor e do aluno, suportes 
fundamentais na mediação entre o ensino e a aprendizagem.” (BITTENCOURT, 
p.1), buscando sempre uma revisão de conteúdos e elaboração que busque cada 
vez mais faze com que os alunos se entendam como sujeitos histórcos produtos de 
seu tempo, tendo em vista que segundo Bloch a história é justamente a ciência que 
estuda os homens no tempo e suas influências. 
Em suma, a análise dos conteúdos programáticos de Historia de Minas Gerais 
nos livros didáticos partem do objetivo de analisar a formação e organização dessa 
região do país que foi palco de uma instensa transformação no contexto do perído 
colonial, uma vez que, temos uma nova constiução econômica suatentada na 
extração de ouro e baseasa na escravização de mão de obra indígena e negra. 
Além de, ter uma forte presença de desigualdade social e econômica e ser cenário 
de vários levantes populacionais e emancipatórios que demonstram suas influências 
até os dias atuais, junto com os impactos naturais que são reflexo da predatória 
atividade extrativista, ao passo que esses conhecimentos sejam transmitidos de 
maneira crítica e compromotidos com a veracidade dos conteúdos propostos. 
 
3. METODOS E OBJETIVOS 
As proposições que se seguem, buscam fazer uma análise crítica de 
como os conteúdos acerca da História de Minas Gerais são abordados nos 
livros Araribá Mais História, obra coletiva desenvolvida pela editora 
moderna com a colaboração de Renata Consegilere, Solange Freitas, 
Joana Lopes Acuio, Maria Raquel Apolinário, Pamela Shizue Goya e Maria 
Lidia Aguilar, elaborado para o 7 ano do Ensino Fundamental e o livro 
História – Conexões com a História de Alexandre Alves e Letícia Fagundes 
de Oliveira, destinado aos estudos do 2 ano do Ensino Médio. De modo que 
se articule a forma como esses conteúdos se apresentam com referenciais 
teóricos estudados nas aulas de História de Minas Gerais, ministradas pelo 
professor Flávio Saldanha, apresentando a argumentação de análise de 
forma clara e elucidada, fazendo um comparativo. 
A crítica construída ao longo do trabalho irá se basear nos seguintes 
aspectos sobre a História de Minas Gerais nos livros didáticos: 
• O processo de formação e a ocupação inicial do território das Minas 
Gerais; 
• A formação econômica de Minas Gerais setecentista; 
• Política, administração e rebeliões nas Minas Gerais dos séculos XVIII e 
XIX; 
• A sociedade mineradora; 
• As sociedades escravistas mineiras dos séculos XVIII e XIX. 
 
4. ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS 
4.1 ENSINO FUNDAMENTAL II 
Pensando a análise dos conteúdos programáticos do livro Araribá Mais da 
Editora Moderna, será englobada a unidade VII dedicada a tartar sobre a História de 
Minas Gerais. A unidade está dividida em três capítulos (19, 20 e 21). Os capítulos 
estão divididos de modo que cada um tarta de um tópico acerca do tema. 
O capítulo 19 se inicia na página 210 e nele são abordados os tópicos da 
formação inicial das Minas Gerais, a política e administração das minas e como essa 
política da coroa ocasinou revoltas naquele constexto, ainda que faça uma citação 
superficial somente sobre a Revolta de Vila Rica ocorrida em 1720. 
No seu texto inicial é feito um pequeno resumo de como se deu a ocupação 
das Minas fazendo o uso da seguinte citação de Antonil para descrever como o fluxo 
migratório para a região foi numeroso: 
“Cada ano vêm nas frotas quantidade de portugueses e de 
estrangieros para passarem as Minas Das cidades, Vilas, 
recôncavos e sertões do Brasil vão brancos, pardos e pretos e 
muitos índios, de que os paulistas se servem. A mistura é de 
toda condição de pessoas: homens, mulheres, moços e velhos, 
pobres e ricos, nobres e plebeus, seculeres e clerigos […]." 
De fato, esse fluxo foi numeroso e fez se iniciar uma verdadeira “corrida do 
ouro”, como a autora Carla Maria Junho Anastasia cita no texto “A construção dos 
Espaços da Violência: a (des)organização político administrativa da capitania de 
Minas Gerais”, após a descoberta de amostras de “ouro preto” pelo bandeirante 
paulista Antônio Ridrigues Arzão, em 1693 e a divulgação dessa descoberta a 
populaçãoda colônia se vislumbrou com a possibilidade de enriquecimento, 
migrando massivamente para a região. 
O capítulo também se preocupa em demonstrar que essa ocupação não foi 
pacifica, dado que as primeiras descobertas das lavras auríferas se deram pelo 
pioneirismo paulista e eles queriam a exclusividade de exploração do recurso, 
travando uma disputa violenta contra os exploradores estrangeiros, que culminou na 
Guerra dos Emboabas. Destacar essa ocupação conflituosa é importante para a 
compreensão dos alunos desse caráter violento da ocupação da região, além disso, 
o material também mostra como esses acontecientos foram importantes para uma 
maior presença da Coroa na região. 
Desse modo, o restante do capítulo se dedica a abordar a maior presença da 
metropole na região. Iniciando da página 212 o tópico “O Aumento do Controle 
Metropolitano”, nesses excertos são citadas as medidas adotadas pela metrolpole, 
visto que a atividade mineradora era extremamente lucrativa e conforme a autora 
Fernanda Borges de Moraes, quando atividades desenvolvidas na colônia se 
mostravam lucrativas, o movimento se dirigia no sentido de maior centralização 
político-administrativa, o que resultava, na maioria das vezes, na restrição dos 
direitos e privilégios concedidos.(MORAES,2007,p.61). Assim é perceptível a 
preocupação dos textos seguintes no capítulo demonstrar o alto aparato 
administrativo empregado na região e ainda descreve como essa organização era 
feita, explicando como a coroa elevou vários povoados a categoria de vila, 
aumentaram a fiscalização, fizeram a separação das regiões de São Paulo, Rio de 
Janeiro e Minas Gerais e reduziram a liberdade dos colonos em busca de evitar 
contrabando e ter controle na região. 
Ainda são explicados os massivos impostos cobrados e o sistema de 
destruição de datas usados na época para fazer esse controle, é importante notar 
que o texto cita como esse processo normatizador não obteve o sucesso sendo 
motivo de tensão durante o período analisado. O capítulo se encerra explicando 
como essa normatização, somada a diminuição progressiva da extração do ouro de 
aluvião na região, culminou no conflito da Revolta de Vila Rica, entretanto o conflito 
é citado de modo pouco aprofundado, explicando somente parte de suas motivações 
e seu desfecho, porém é importante a citação do conflito para mostrar que o 
processo de formação da região foi desde seu início muito violento. Ainda é 
abordado de modo muito curto a descoberta de diamantes e a forma como a 
normatização nessa região foi maior. 
Podemos perceber também uma intertextualidade com as matérias de 
Geografia, Biologia e preocupação em mostrar os impactos da mineração na 
atualidade na parte das atividades, em que é dado um texto que cita como a 
mineração é prejudicial ao meio ambiente e ocasionou em 2015 o rompimento da 
barragem de Mariana, devastando várias áreas da região causando a morte de 
muitas pessoas. Essa analogia é importante para que os alunos percebam que a 
história não é um estudo que se prende apenas a questões do passado e que há 
uma relação entre as ações passadas e presentes. 
O Capítulo 20 intitulado “A Sociedade Mineradora”, faz uma análise de como 
era a sociedade na região, na página 219 há um texto introdutório que cita caráter 
urbano da região de Minas Gerais, em contraste com a região do Nordeste 
açucareiro que era em sua maioria rural. Fala ainda de como as atividades 
econômicas se diversificaram ao longo do tempo e que naquele contexto a 
mobilidade social era maior e segue para analisar alguns grupos sociais presentes. 
Começa fazendo uma análise muito rasa sobre as populações originárias. 
Citas apenas que essa população estava presente no interior e dificultou a entrada 
dos exploradores paulistas no sertão, apesar de falar como esses povos foram 
usados como mão de obra na mineração, não se atenta à falar muito sobre a 
presença que tiveram se reduz a dizer que para burlar a lei que proibia a 
escravização dos indígenas, os colonos assumiram a tarefa de catequizá-los 
(CONSEGLIERE, et al., 2018, p.220). Faz também uma citação pequena de como 
havia presença indígena nos quilombos, conforme é possível constatar no texto 
“Repensando Palmares: resistência escrava na colônia” de Stuart Schwartz, 
entretanto não explora as possíveis relações estabelecidas entre escravizados e 
indígenas nesse contexto. 
Na página seguinte se inicia o texto “A Elite e as Camadas Intermediárias”, 
nele o material faz um apanhado sucinto das elites da sociedade mineira, com 
alguns funcionários de altos cargos administrativos e apesar de citar haver uma 
desigualdade entre os distintos grupos presentes em Minas não explora as devidas 
questões socais de concentração da produção de ouro e o endividamento 
enfrentado por essas elites. Apesar de citar que a maioria da população se 
compunha por negros escravizados, não faz uma citação profunda das condições de 
exploração que sofria esse grupo. 
Tendo isso em mente, se inicia o tópico no qual são citados os povos 
escravizados. Nele o material faz uma divisão entre os escravizados que 
trabalhavam em condições exaustivas de trabalho nas Minas e os escravizados de 
centros urbanos que trabalhavam em atividades remuneradas e assim poderiam ter 
mais perspectiva de comprar alforrias, entretanto essa divisão e citação não traz 
outras questões sobre a violência sofrida por esses indivíduos, as dificuldades 
enfrentadas por eles mesmo após alforriados e como essas atividades remuneradas 
eram uma forma dos senhores obterem um pequeno aumento nos seus lucros. Além 
disso, não é explorada a questão das dificuldades e condições de pobreza pela qual 
passavam os escravizados após libertos, sem fazer nenhuma citações aos 
escravizados que eram nascidos no Brasil. Não é citada também a questão das 
fugas e formação que quilombos e mocambos que aconteciam muito nesse contexto 
e essas fugas como exposto por Russel Wood eram uma maneira ilegal e 
temporária para se obtivesse liberdade: 
“Deve-se fazer uma breve referência aos escravos que 
ganhavam a liberdade ilegalmente e, em geral, de forma 
apenas temporária Estes eram os escravos que fugiam de seus 
senhores e formavam pequenos grupos, conhecidos como 
calhambolas ou mocambos, que por sua vez se uniam para 
formar os quilombos em várias épocas, mais de quatro ou mais 
de sete escravos fugitivos já eram legalmente considerados 
como um quilombo. ”(RUSSELL WOOD, 2005 p. 71). 
As irmandades também recebem uma breve citação, mas sem ganhar muito 
vislumbre. 
No último capítulo do material, o capítulo 21 que recebe o nome de “Novas 
configurações na colônia”, vemos a intenção de se mostrar como era composta a 
formação econômica da região e quais mudanças isso trouxe para o contexto das 
Minas coloniais. O texto evidencia como o foco na extração de ouro ocasionou uma 
grande crise de desabastecimento na região e que a necessidade de abastecimento 
ocasionou a integração das regiões da colônia para desenvolver atividades 
mercantis como explicitado por Fernanda Borges de Moraes: 
“A descoberta do ouro em Minas Gerais inseriu uma nova 
atividade, que desencadeou expressivas transformações na 
estrutura político administrativa, econômica e territorial da 
América Portuguesa Foi como se, por assim dizer, fosse 
introduzido o elo que faltava à articulação de um imenso 
território colonial até então constituído por compartimentações 
geográficas, nas quais igualmente compartimentadas se 
desenvolviam atividades produtivas mercantis.” 
(MORAES,2007,p.63). 
Por fim, é citada a diversificação das atividades econômicas na região mais 
tarde com a introdução da atividade pecuária e produção de alguns gêneros 
alimentícios destinados ao abastecimento do mercado interno. 
De modo geral, o material explicita muitos detalhes importantes sobre a 
formação, economia e sociedade da região das Minas, mas não se aprofunda em 
algunspontos importantes como a questão dos povos escravizados e nem dá um 
panorama muito robusto sobre a questão da pobreza e desigualdade que imperava 
na região na época. 
4.2 ENSINO MÉDIO 
Partindo agora para a análise do livro História — Conexões com a Hitória, 
será analisado apenas um capítulo (15), com o título “A mineração na América 
Portuguesa”, se comparado ao livro anteriormente analisado, ele traz um pouco mais 
de aprofundamento em certas questões como, por exemplo nas interesses da coroa 
portuguesa pela extração de ouro para reverter seu cenário de crise, porém se 
atentando apenas ao que diz respeito a parte econômica. 
No tópico 15.1 do capítulo, o material faz suas introduções dando uma 
cotextualização de como as expedições dos bandeirantes paulistas contribuíram 
para serem descobertas as jazidas de ouro e diamentes na região de Minas Gerais e 
que seu objetivo inicial era o de apressar indígenas para usar como mão-de-obra e 
como essas bandeiras causavam conflitos com os jesuítas, dedicando na página 
313 um texto sobre os conflitos e tensões entre esses dois grupos acerca do 
tratamento aos povos originários, um ponto interessante nessa passagem da 
matéria é que há um quadro na mesma página que busca fazem uma descontrução 
da figura dos bandeirantes que durante muitos anos foram retratados como heróis e 
homens brancos de vestimenta rebsucada, porém nos últimos anos ao se revisar 
essa figura temos em vista que esses indivíduos são totalemnte diferentes do 
apresentado, sendo imoortante tratar dessas relativizações no contexto escolar 
buscando a criticidade do ensino. 
Da página 315 à 316 são abordados os pontos de como as tensões com a 
Espanha e a crise econômica vivenciada por Portugal no século XVIII fizeram com 
que a coroa encontrasse na descoberta do ouro uma possível solução para essa 
crise, visto que os lucros fornecidos pela produção açucareira no nordeste estavam 
em baixa ocasionados pela competição do açucar Holandês. 
“Várias tentativas de dinamizar a economia vinham sendo 
feitas pela Coroa portuguesa, entre elas a reorganização da 
exploração comercial de suas colônias e pequenas ações de 
incentivo à industrialização da economia metropolitana na 
Europa. No entanto, a situação econômica do Império só 
começou a mudar no final do século XVII, quando foram 
encontradas grandes jazidas de ouro em território americano.” 
(ALVES; OLIVEIRA, 2015, p.316). 
Na página seguinte é citado o fluxo que se deu para a região das Minas em 
decorrencia da extração aurífera e como no livro de Fundamental II, mostra que 
essas pessoas eram de camadas sociais diversas e cita ainda a desordenação com 
a qual foi pensada a ocupação da região. Faz uma breve citação de como se teve 
uma crise no abstecimento das Minas e além de demonstrar como a extração 
predatória e o alto fluxo de pessoas foram fatores, coloca uma apêndice a questão 
da configuração territorial da região que dificultava certas atividades rurais. 
Na página 318 temos a divisão de três tópicos: Guerra dos Emboabas, 
tecnicas de extração do ouro e mão de obra. Essa página demonstra a preocupação 
em msotrar que a ocupação inicial do território mineiro não foi pacifica e como esse 
conflito teve influeência na nova configuração territorial da região, pois a coroa 
decidiu se fazer mais presente e desnenbrou Minas dos Estados de São Paulo e Rio 
de Janeiro para controlar os ânimos exaltados e contolar a extração aurífera, como 
exposto por Fernada Borges de Moraes: 
“Inicialmente, as áreas mineradoras estavam subordinadas à 
jurisdição da Capitania do Rio de Janeiro, cujo território 
abarcava enormes extensões de Centro Sul da América 
Portuguesa Tal situação perdurou até 1709 quando houve o 
desmembramento desse território com a criação da Capitania 
de São Paulo e Minas do ouro Figurando como um dos 
desdobramentos da Guerra dos Emboadas, esse novo recorte 
territorial marcou a tentativa de, ao mesmo tempo, instaurar a 
ordem, apaziguar os paulistas e estabelecer maior controle 
sobre a região das minas.” (MORAES,2007,p.76). 
Em seguida temos um pequeno texto que trata das técnicas de extração, nele 
é abordado brevemente como se extraía o ouro de aluvião. Logo após esse texto, 
temos o que irá tratar da mão de obra empregada na região das minas, nesse 
excerto é citado que teve emprego do trabalho forçado dos povos originários em 
primeiro momento, mas que a mão de obra negra escravizada era mais expressiva e 
que esses escravizados eram originários principalmente de regiões como a Costa da 
Mina, e essa preferência se dava pelo conhecimento que tinham de técnicas de 
extração de ouro. Porém, cita muito pouco as questões do tráfico negreiro em maior 
proporção depois da descoberta de ouro e há apenas uma breve citação sobre as 
condições de trabalho vivenciadas por eles. 
Na parte acerca da integração do território, é citado que as regiões da 
América Portuguesa na época ficavam isoladas e que com a descoberta do ouro e 
necessidade de abastecimento foi possibilitada uma integração do território, além de 
citar que com a descoberta de jazidas na região Centro-Oeste e Mato Grosso essas 
relações de integração se intensificaram, com a formação de rotas entre essas 
regiões e que a região da Bahia tinha importante rota para o abastecimento das 
Minas. 
Ainda nessa página, vemos uma preocupação do material em mostrar as 
controvérsias presentes naquela sociedade. Faz uma análise sobre a questão dos 
escravizados libertos e a questão de ascensão social, trazendo a visão de dois 
historiadores: Eduardo França Paiva e Laura de Mello Souza. Mostrando as visões 
deles sobre o aumento do número de alforrias entre os escravizados dessa região. 
Porém, o material não se atenta em fazer uma análise profunda da desigualdade 
que pairava sobre aquela população e ainda que (alforriados) esses ex-escravizados 
estariam na condição de baixo poder aquisitivo, junto com homens brancos pobres 
que possuíam o desejo de enriquecer nas Minas sendo assim a constituição 
democrática da sociedade mineira poderia se reduzir numa expressão: um maior 
número de pessoas dividiam a pobreza” (SOUZA,2004,pp.50-1). 
Por fim, para encerrar o capítulo são expostos os impostos empregados pela 
coroa sobre o ouro extraído e como o emprego das casas de fundição foi uma 
tentativa de combater o contrabando, além disso, é dito também como essa 
tributação se manteve presente e que mesmo com a diminuição da quantidade de 
ouro extraído esses impostos não diminuíram desse modo acarretando revoltas, 
fazendo uma breve citação sobre a revolta de Vila Rica. O texto ainda faz o uso de 
imagens para demostrar como era o ouro extraído naquela época, promovendo uma 
ferramenta visual aos alunos. 
Juntamente com isso, o material fala sobre as irmandades leigas e sua 
presença e demonstra como a descoberta do ouro não foi suficiente para que 
Portugal se restabelecesse economicamente, com a produção aurífera diminuindo e 
que o tratado comercial estabelecido com a Inglaterra (Tratado de Methuen) fez com 
que grande parte do ouro brasileiro financiasse a industrialização inglesa. 
Diferente do livro de fundamental II, o livro destinado ao ensino médio faz 
menos pontos de relação entre o conteúdo analisado e a realidade atual vivenciada. 
O material traz alguns quadros com tabela ou citações para serem feitas questões 
de análise deles, mas a preocupação central do material é preparar os alunos para o 
vestibular. 
 
5. CONCLUSÃO 
Após e leitura e análise dos materiais, fica evidente que há uma preocupação 
em relativizar certos temas e trazer uma bagagem teórica mais coerente e crítica aos 
alunos, porém ainda feitas de modo muito supercial sem se ater de modo mais 
pronfundo em temas como a vizão de povos oprimidos. 
Em ambos os materiais vemos a utilização de termos de modo mais correto 
como: indígenas ao invés de índios e escravizados ao invés de escravos. Poréma 
visão desses povos em relação à história ou a presença e importância das mulheres 
nesse contexto não se faz presente. 
Certas informações comoa formação dos quilombos e como a população 
escravizada utilizava como forma de resistência e liberdade são apenas apêndices 
ou nem são citados, mostando a necessidade de sempre revisar esses materiais 
para que empreguem mais esses pontos. 
De modo geral, ainda há muito a ser feito para que as apostilas sejam 
elaboradas de modo mais completo e sejam cada vez mais um material de 
construção de conhecimento critíco, pois são umas das mais importantes 
ferramentas de trabalho no ensino. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 ANASTASIA, Carla Maria Junho. A Construção dos espaços da violência: a 
(des)organização político-administrativa da capitania de Minas Gerais. In: A 
Geografia do Crime: violência nas Minas Setecentistas.pp.27-52. 
BITTENCOURT, C. Identidade nacional e ensino de História do Brasil. KARNAL, L. 
História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 
pp. 185-204, 2016. 
BITTENCOURT, C. Conteúdos e métodos de ensino de história: breve abordagem 
histórica. In: Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 
2005, p. 77-96. 
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício do historiador. Rio de Janeiro: 
ed.Zahar, 2001. 
FONSECA, Thais Nívia de Lima e. História & ensino de História / Thais Nívia de 
Lima e Fonseca. – 2ª. Ed., 1ª. Reimpressão. – Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. 
MORAES, Fernanda Borges de. De arraiais, vilas e caminhos: a rede urbana das 
Minas colonial. 
SCHWARTZ, Stuart. Repensando Palmares: resistência escrava na colônia. In: 
Escravos, roceiros e rebeldes. 
SOUZA, Laura de Mello e. O Falso Fausto. In: Os Desclassificados do Ouro: a 
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WOOD-RUSSELL, A.J.R. Os caminhos da liberdade. In: Escravos e Libertos no 
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