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Gislane Azevedo Leandro Calbente Reinaldo Seriacopi Historia ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA 8 8 MANUAL DO PROFESSOR D2-PNLD24-2108-CAPA-Conquista-HIST-V8-MP.indd 13 8/10/22 2:59 PM 1a edição São Paulo • 2022 GISLANE CAMPOS AZEVEDO SERIACOPI (Gislane Azevedo) Mestra em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi professora universitária, pesquisadora e professora de História dos ensinos Fundamental e Médio nas redes pública e privada. LEANDRO CALBENTE CÂMARA (Leandro Calbente) Bacharel em História e Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi professor de História dos ensinos Fundamental e Médio na rede pública. Editor e autor de materiais didáticos. REINALDO SERIACOPI Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Comunicação Social pelo Instituto Metodista de Ensino Superior. Editor especializado na área de História. Historia COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA 8 MANUAL DO PROFESSOR D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 1D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 1 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br A conquista – História – 8o ano (Ensino Fundamental – Anos Finais) Copyright © Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi, 2022 Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas Direção editorial adjunta Luiz Tonolli Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva Edição Deborah D’ Almeida Leanza (coord.), Solange Mingorance, Rui C. Dias, Thamirys Gênova da Silva Lemos Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.), Carolina Machado, Veridiana Maenaka Gerência de produção e arte Ricardo Borges Design Andréa Dellamagna (coord.) Projeto de capa Sergio Cândido Imagem de capa 1001nights/Getty Images Arte e produção Vinicius Fernandes (coord.), Camila Ferreira Leite, Jacqueline Nataly Ortolan (assist.) Diagramação Estúdio Diagrami Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Licenciamento de textos Amandha Rossette Baptista Iconografia Jonathan Santos, Emerson de Lima (trat. imagens) Ilustrações Alex Silva, Bentinho, Carlos Caminha, Estúdio Diagrami, Sonia Vaz Cartografia Allmaps, Sonia Vaz Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Seriacopi, Gislane Campos Azevedo A conquista história : 8o ano : ensino fundamental : anos finais / Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2022. Componente curricular: História. ISBN 978-85-96-03505-7 (aluno) ISBN 978-85-96-03506-4 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Câmara, Leandro Calbente. II. Seriacopi, Reinaldo. III. Título. 22-114756 CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89 Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380 D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 2D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 2 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 Caro professor, O trabalho docente é prazeroso e realizador, mas, por vezes, solitário e desafiador. Há inúmeras questões para solucionar: planejamento das aulas, elaboração de atividades e de instrumentos de avaliação, análises e devolutivas desses instrumentos, entre tantas outras. Por meio deste Manual do professor, buscamos estabelecer um canal de diálogo com você. Nele, expressamos valores, crenças, propostas e sugestões, bem como indicamos os caminhos percorridos na elaboração desta coleção. Além disso, refletimos tanto sobre os marcos legais que regem a educação brasileira como sobre as mudanças no ensino de História, especialmente as advindas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Neste manual, você também encontrará reflexões sobre a importância de a escola e a educação serem cada vez mais democráticas e inclusivas, e sobre como esses princípios podem nos ajudar a construir e a viver em uma sociedade mais justa e acolhedora. Portanto, acreditamos que este manual é uma ferramenta que pode auxiliá-lo a melhor explorar esta coleção didática e a atuar em defesa da democracia e da cidadania em seu cotidiano escolar. Boa leitura! Os autores APRESENTAÇÃO D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 3D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 3 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 CONHEÇA O MANUAL DO PROFESSOR ........................................VI INTRODUÇÃO ..........................................................................................................X ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO ...............................................................XI ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A COLEÇÃO ................................XX 1 Pressupostos teóricos ................................................................................ XX 1.1 A História como disciplina escolar no Brasil .................................... XX 1.2 As mudanças na década de 1990: a LDB e os PCNs ..................... XX 1.3 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ...................................XXI 1.4 O processo de ensino-aprendizagem em que acreditamos ... XXX 1.5 Livro didático: crenças e caminhos trilhados nesta coleção ...XXXVIII 1.6 A história da África, dos africanos e dos afrodescendentes ......XL 1.7 A história dos povos indígenas ............................................................XLI 2 Metodologia da coleção ........................................................................XLII 2.1 O autoconhecimento e o protagonismo .........................................XLII 2.2 A contextualização e a relação entre presente e passado ......XLIII 2.3 O trabalho com documentos ............................................................XLVII 2.4. As unidades conceituais ......................................................................XLIX 3 Reflexões sobre tipos de avaliação ........................................................L 3.1 Práticas avaliativas .......................................................................................LI 4 Referências bibliográficas consultadas e recomendadas .... LVI 5 Objetivos e justificativas do volume ...............................................LXII 5.1 Unidade 1 ....................................................................................................LXII 5.2 Unidade 2 ....................................................................................................LXII 5.3 Unidade 3 .................................................................................................. LXIII 5.4 Unidade 4 ..................................................................................................LXIV 6 Habilidades da BNCC para o 8o ano ...............................................LXV SUMÁRIO D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 4D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 4 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 7 Quadro de conteúdos, objetos de conhecimento, competências/habilidades da BNCC e planejamento do volume .................................................................................................... LXVI 8Avaliações do volume 8 .....................................................................LXVIII 8.1 Avaliação da unidade 1 .................................................................... LXVIII 8.2 Avaliação da unidade 2 .......................................................................LXIX 8.3 Avaliação da unidade 3 .......................................................................LXXI 8.4 Avaliação da unidade 4 ..................................................................... LXXII 8.5 Gabaritos das avaliações...................................................................LXXIV ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ESPECÍFICAS DO VOLUME 8 ..LXXX UNIDADE 1 Igualdade ....................................................................................10 CAPÍTULO 1 Iluminismo e monarquia constitucional na Europa .........14 CAPÍTULO 2 A Revolução Industrial ............................................................ 38 UNIDADE 2 Liberdade ......................................................................................66 CAPÍTULO 3 Revoluções iluministas: Estados Unidos e França .............70 CAPÍTULO 4 Rebeliões na colônia: a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana ....................................................................................104 CAPÍTULO 5 Os processos de independência da América espanhola e da América portuguesa ....................................................... 124 UNIDADE 3 Nação e nacionalismo ........................................................ 150 CAPÍTULO 6 O Primeiro Reinado e o período regencial ......................154 CAPÍTULO 7 O neocolonialismo ....................................................................180 UNIDADE 4 Terra e meio ambiente ......................................................206 CAPÍTULO 8 O governo de D. Pedro II ........................................................ 210 CAPÍTULO 9 A Guerra do Paraguai e o fim da escravidão ..................238 COMO SE FAZ... ...............................................................................................266 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................284 D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 5D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 5 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 8 Avaliações do volume 8 8.1 • Avaliação da unidade 1 1. O século XVIII foi um momento de profundas transformações sociais, políticas, econômicas e cultu- rais, principalmente pelo que o historiador Eric Hobsbawm chamou de “dupla revolução”: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Pensando nisso, responda às questões a seguir: a) Como podemos definir o conceito de “revolução”? b) Por que o conceito de “revolução” pode ser usado tanto para se referir às transformações ocorridas na França a partir de 1789 quanto às mudanças provocadas pelas transformações técnicas ocorridas na Inglaterra do século XVIII? 2. O Iluminismo foi um movimento de ideias que influenciou profundamente as mudanças que ocorreram na Europa e nas Américas no século XVIII. Podemos afirmar que o pensamento iluminista: a) teve como opositores pensadores como o inglês John Locke e o francês René Descartes. b) recusava a separação entre a Igreja e o Estado e defendia que era papel do rei definir a religião de sua população. c) tinha como princípio o uso da razão como instrumento fundamental do conhecimento humano. d) propunha que a educação deveria ter como função impedir a divulgação do conhecimento científico. e) defendeu o fim da liberdade política e de expressão, servindo para a afirmação das ideias absolutistas. 3. Relacione as ideias apresentadas a seguir com os pensadores iluministas que foram seus formuladores. a) Defendia a liberdade de expressão e julgava essencial combater o clero e os nobres que fizessem oposição aos monarcas. b) Um crítico fervoroso do Absolutismo, defendia a divisão do poder em três: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. c) Republicano, para ele o verdadeiro soberano era o povo, de quem o governante era apenas um funcionário. I. Montesquieu II. Voltaire III. Rousseau a) I. a - II. b - III. c b) I. a - II. c - III. b c) I. b - II. c - III. a d) I. b - II. a - III. c e) I. c - II. b - III. a 4. Um dos elementos centrais que marcaram o Iluminismo foi a defesa da razão como instrumento para conquistar a liberdade e da capacidade de o ser humano pensar por si próprio. A ciência passou a ser valorizada como caminho para conhecer a natureza, afastando-se do entendimento da religião sobre o mundo físico. Pensando nisso, reúna-se com um colega e façam uma pesquisa sobre alguma invenção ou descoberta que mostre a importância da ciência e do conhecimento científico no Brasil. Durante a pesquisa, procurem responder às seguintes perguntas: • Qual é a invenção ou descoberta científica pesquisada? • Que contribuições essa invenção ou descoberta trouxe para a sociedade? • Essa invenção ou descoberta ainda hoje tem impacto na sociedade? • Quem foi o(a) cientista ou pesquisador(a) responsável por essa descoberta? Escreva uma pequena biografia sobre ele(a). Depois, compartilhem as conclusões do grupo com o restante da turma. Ouça, anote e discuta também as informações compartilhadas pelos colegas dos outros grupos. 5. A Revolução Industrial provocou profundas mudanças na maneira de fabricar produtos e nas relações de trabalho, iniciando uma nova fase do capitalismo. Escreva um pequeno texto explicando os principais elementos que permitiram à Inglaterra ser o centro inicial dessas transformações. 6. Leia com atenção o texto a seguir, que trata das consequências da Revolução Industrial, e depois responda às questões. NÃO ESCREVA NO LIVRO. LXVIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 68D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 68 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 CONHEÇA O MANUAL DO PROFESSOR Introdução Apresenta a composição da coleção e sua estrutura geral, explicando como são articuladas as propostas de trabalho da obra com a metodologia e com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Organização da coleção Detalha as seções e os boxes da coleção, explicitando sua forma de apresentação nos volumes, suas respectivas localizações e suas funções para o processo de ensino-aprendizagem. Orientações gerais para a coleção Nas Orientações gerais para a coleção, são expostos os referenciais teóricos que norteiam a obra como um todo, algumas reflexões sobre ensino-aprendizagem de História e as conexões entre a obra e a BNCC. Agrega, ainda, o detalhamento dos eixos de trabalho deste manual, contendo os Pressupostos teóricos; a Metodologia da coleção; as Reflexões sobre tipos de avaliação; as Referências bibliográficas consultadas e recomendadas (com comen- tários); os Objetivos e justificativas do volume; as Habilidades da BNCC para o 8o ano; o Quadro de conteúdos, objetos de conhecimento, competências/habilidades da BNCC e planejamento do volume; e as Avaliações do volume 8 (sugeridas). Avaliações do volume 8 Sugerimos, em cada volume, algumas estratégias avaliativas (propostas) que podem ser utilizadas em diferentes etapas do processo de ensino-aprendizagem. Referências bibliográficas consultadas e recomendadas A lista de obras comentadas, que serviram de referência para a elaboração deste manual, constitui-se em valiosas recomendações para o aprimoramento do professor. 4 Referências bibliográficas consultadas e recomendadas ALBERTI, Verena. Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In: PEREIRA, Amilcar Araújo; MONTEIRO, Ana Maria (org.). Ensino de História e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 53. O capítulo escrito por Verena Alberti provoca a reflexão sobre o ensino da história das relações raciais com base na literatura sobre o tema. A autora afirma a importância de mostrar que a história da população negra vai além da escravidão,da pobreza ou da submissão. ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino Médio. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília: 2008. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102251/alegro_rc_dr_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 12 jul. 2022. Embora a pesquisa seja com estudantes do Ensino Médio, as reflexões sobre aprendizagem significativa e sobre conhecimentos prévios para novas aprendizagens são pertinentes à educação como um todo. BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- -prática. Campinas: Papirus, 2012. Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação das metodologias ativas. BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- -prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/ uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022. Versão digital da coletânea publicada em 2012. BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. A sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Tradução: Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Os autores apresentam a metodologia da sala de aula invertida como espaço de esclarecer dúvidas, realizar atividades, trocar conhecimentos e fixar a aprendizagem. BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 37-48. O capítulo escrito por Holien Gonçalves Bezerra aborda o que os professores devem selecionar e quais conceitos enfatizar na elaboração das suas aulas de História. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. Obra cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, acrescido de questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais. BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. Obra clássica da historiografia escrita pelo historiador francês Marc Bloch (1886-1944), esse livro de metodologia da História foi publicado postumamente, em 1949, com a organização de Lucien Febvre. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do país. BRASIL. Decreto-lei no 869, de 12 de setembro de 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/1965-1988/del0869.htm. Acesso em: 18 nov. 2019. Decreto-lei (atualmente revogado) que criou as disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). BRASIL. Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l5692.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. Lei que, durante a ditadura civil-militar, regulou o ensino de 1o e 2o graus, atuais ensinos Fundamental e Médio. LVI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 56D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 56 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 VI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 6D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 6 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 Orientações didáticas específicas do volume 8 As orientações específicas, correspondentes ao Livro do Estudante, são sugestões de estratégias didático-pedagógicas que buscam auxiliar o trabalho do professor dentro e fora da sala de aula. São compostas de sugestões de abordagens, textos e atividades complementares, propostas de bibliografia etc. referentes a cada capítulo. A BNCC NA UNIDADE Competências • Gerais (CG): 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10: trabalhadas com os estudantes à me- dida que valorizam a construção e a utilização do conhecimento histórico acerca das revoluções ocorridas na Europa e na América, exercitando a problematização de suas particulari- dades, como no caso da guerra de independência dos Estados Unidos ao abordar assuntos como a criação da Constituição e seus efeitos na socie- dade da época; a Revolução Francesa, ao trabalhar com as causas e conse- quências do processo revolucionário na França e no mundo; os processos de independência das colônias espa- nholas e portuguesas e as rebeliões do período. • Específicas de Ciências Humanas (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. • Específicas de História (CEH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Habilidades • EF08HI04 • EF08HI05 • EF08HI06 • EF08HI07 • EF08HI08 • EF08HI09 • EF08HI10 • EF08HI11 • EF08HI12 • EF08HI13 • EF08HI14 Temas Contemporâneos Transversais na Unidade • Cidadania e civismo: Temá- tica abordada ao refletir sobre as desigualdades sociais brasi- leiras na página 81; ao discutir a divisão do estado em três poderes na página 100; a no- ção de cidadania no passado e no presente e a importância da participação popular nas mudanças da sociedade na página 100; ao discutir o sen- tido dos feriados nacionais na página 104; As razões que le- vam à criação de heróis nas páginas 113 e 124; valoriza- ção da história das mulheres no presente na página 132; o desenvolvimento da empa- tia na página 149. Aborda-se ainda o conceito de liberdade em toda a unidade, especial- mente nas páginas 66, 67, 68, 69, 78, 123; a liberdade como direito humano fundamental na página 103; reflexão sobre a imparcialidade da justiça na página 117; a situação dos in- dígenas na página 136; o direito à felicidade na página 74; aborda-se a Declaração dos Di- reitos do Homem e do Cidadão ao solicitar que os estudantes elaborem uma Declaração dos Direitos das Crianças e Adolescentes na página 102. • Ciência e Tecnologia: A identificação de os- sadas dos inconfidentes é pano de fundo para discutir a importância da tecnologia e ciência no presente na página 112. • Economia: Ao abordar cobrança de tributos na página 110. • Saúde: Ao discutir a covid-19 na página 69; e ao refletir sobre capacitismo nas páginas 148 e 149. 66 LIBERDADE A liberdade se manifesta nas ações individuais e coletivas, nas relações entre o governo de um país e seu povo, assim como nas relações dos países entre si. Nesta unidade, estudaremos, entre outros assuntos, de que modo o ideal de liberdade impulsionou os movimentos anti- coloniais ocorridos no continente americano entre os séculos XVIII e XIX e a Revolução Francesa de 1789. UNIDADE 66 2 Grafite do artista inglês Banksy chamado Ballon debate, em Ramala, na Palestina, em 2005. Esse grafite foi feito no chamado Muro da Cisjordânia, uma barreira erguida pelo Estado de Israel que separa parte de seu território do território da Palestina, o que é um desrespeito a diversas liberdades dos palestinos. D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 66D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 66 09/08/22 15:5009/08/22 15:50 D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24-AV.indd 66D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24.indd 66 30/08/2022 11:5130/08/2022 11:51 Texto complementar O uso de rodas de conversa como estratégia pedagógica As rodas de conver- sas possibilitam encontros dialógicos, criando pos- sibilidades de produção e ressignificação de sentido – sa- beres – sobre as experiências dos partícipes. Sua escolha se baseia na horizontaliza- ção das relações de poder. Os sujeitos que as compõem se implicam, dialeticamen- te, como atoreshistóricos e sociais críticos e reflexivos diante da realidade. [...] [...] As rodas são mais do que disposição física (circular) dos participantes e bem mais que uma relação custo-be- nefício para o trabalho com grupos. Elas são uma postu- ra ético-política em relação à produção do conhecimen- to e à transformação social, efetivando-se a partir das ne- gociações entre sujeitos. SAMPAIO, Juliana et al. Limites e potencialidades das rodas de conversa no cuidado em saúde: uma experiência com jovens no sertão pernambucano. Interface, Botucatu, v. 18, supl. 2, p. 1299- 1311, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/ v18s2/1807-5762-icse-18-s2-1299. pdf. Acesso em: 14 ago. 2022. 67 67 M AR CO D I L AU RO /G ET TY IM AG ES D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 67D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 67 09/08/22 15:5009/08/22 15:50 D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24-AV.indd 67D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24.indd 67 30/08/2022 11:5130/08/2022 11:51 A BNCC na unidade, no capítulo e nas duplas de páginas Indicamos as competências e as habilidades da BNCC trabalhadas em cada unidade, em cada capítulo e em cada dupla de páginas. Temas Contemporâneos Transversais na unidade Seção presente na abertura de todas as unidades, que articula o trabalho didático da unidade aos Temas Contemporâneos Transversais. Texto complementar Nessa seção, são apresentados textos variados, cujos conteúdos auxiliam o professor em sua prática pedagógica e complementam informações sobre o conteúdo abordado no Livro do Estudante. VII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 7D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 7 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 2, 3, 4, 5, 6: trabalhadas com os estudantes ao identificarem os for matos de punição aos rebelados; as diferenças nas punições baseadas nas classes sociais dos envolvidos nas re beliões; e ao discutir a questão do racismo e das diferenças socioeco nômicas na sociedade brasileira do passado e do presente. • CEH: 1, 2, 3, 4 e 6: abordadas na discussão das relações de poder intrín secas às diferentes punições aplicadas aos grupos sociais rebelados e que perduram ainda hoje na sociedade brasileira; e na análise historiográfica. • Habilidades EF08HI05, EF08HI06, EF08HI07, EF08HI11 e EF08HI14: enfocadas com na descrição e carac terização das punições aplicadas aos rebeldes das Conjurações Mineira e Baiana; no papel do governo nesse processo; e ao se trabalhar a parti cipação dos negros na Conjuração Baiana. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Sobre a identificação de Luís Gonzaga das Neves, pergunte aos estudantes como essa infor- mação auxilia a compreensão de aspectos da sociedade baiana do século XVIII. Incentive os estudantes a refletir sobre o papel da alfa- betização na vida em sociedade como identificar o transporte público ou ler um bilhete; até os mais elaborados, como a capa- cidade de construir argumentos de forma autônoma. Ao mesmo tempo, destaque o respeito que se deve a povos e pessoas que não fazem uso da escrita. Destaque que os castigos foram determinados de acordo com o grupo social ao qual o indivíduo condenado perten- cia. Se considerar interessante, mencione o dito popular “Aos amigos tudo; aos inimigos, a lei”. Explique que ditos populares expressam condutas e práti- cas comuns numa sociedade. Estimule-os então a citar e ana- lisar outros ditos que conhecem e que revelam elementos da história e cultura da sociedade brasileira. Esse trabalho pode ser interdisciplinar em parceria com o professor de Língua Portuguesa. • VALIM, Patrícia. Da sedição dos mulatos à Conjuração Baiana de 1789: a construção de uma memória histórica. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Uni versidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/ tde12022008111026/publico/DISSERTACAO_PATRICIA_VALIM.pdf. Acesso em: 15 ago. 2022. O texto explora revisões historiográficas sobre a Conjuração Baiana. AMPLIAR HORIZONTES 116 Punição rigorosa aos mais pobres Os conspiradores defendiam o fim da escravidão, a liberdade de comércio, a inde- pendência da capitania da Bahia e a formação de uma república inspirada nos princípios franceses de igualdade, liberdade e fraternidade. Pregavam ainda a construção de uma sociedade sem discriminações étnica e social. Em 1798, eles passaram a divulgar seus ideais revolucionários em cartazes manuscritos afi- xados pela cidade. Os textos falavam de igualdade e denunciavam os altos impostos e os preços dos produtos alimentícios. Alguns chegavam a propor o não pagamento dos impostos cobrados pelo governo. Em um primeiro momento, a reação do governo foi prender o soldado Luís Gonzaga das Virgens, identificado pela caligrafia como autor de alguns dos panfletos. A resposta de grupos de apoio foi planejar uma revolta popular e, em meio à agitação, resgatar o soldado da prisão. O governo agiu mais rapidamente e prendeu 48 integrantes do movimento. Como no caso da Conjuração Mineira, alguns deles se livraram da prisão por pertencerem à elite ou por falta de provas. Duras penas atingiram os conspiradores mais pobres. Os que eram escravizados foram açoita- dos. Quatro dos acusados receberam pena de morte: os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino e os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas. Eles foram enforcados em novembro de 1799, e seus corpos, esquartejados e expostos para que todos os vissem. Fac-símile de um dos avisos públicos criados pelos envolvidos na Conjuração Baiana, 1798. Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade, em Salvador (BA), 2020. Os participantes da Conjuração Baiana condenados à morte foram executados nesse local, em 1799. AR QU IV O PÚ BL IC O DO E ST AD O DA B AH IA , S AL VA DO R- BA JO A SO UZ A/ SH UT TE RS TO CK .C OM 116 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 116D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 116 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd 116D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 116 30/08/2022 13:1330/08/2022 13:13 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Destaque a composição populacional de Salvador em 1789. Comente que as capitais do período colonial tinham um número maior de negros e mestiços pobres, uma vez que a demanda por mão de obra era maior. Relembre-os da multiplicidade de atividades desenvolvidas por essa população (tanto a livre como a escravizada), determinando a dependência do colonizador em relação a ela. Reafirme que a resistência à opressão se deu de diversas maneiras e em diferentes espaços, sendo a Conjuração Baiana e a Revolta dos Malês exemplos dessas manifestações. Incentive-os a buscar outras informações que os ajudem a com- preender a persistência da discriminação no Brasil contemporâneo. Observe que durante muito tempo, na his- toriografia, negros e negras foram silenciados, estereotipados e estigmatizados. Movimentos internacionais como o de luta por direitos nos Estados Unidos, a criação das ideias pan-africanistas e os movimentos de independência dos países africanos denuncia- ram esse silenciamento e deram condições para novas chaves inter- pretativas, tanto no campo da História como em outras áreas. Como resultado de toda a mobi- lização do movimento negro e do reconhecimento da importância da história africana e afro-brasileira para a compreensão do Brasil con- temporâneo, a Lei no 10.639/2003 introduziu a obrigatoriedade dos conteúdos de História e Cultura da África e dos afro-brasilei- ros nos currículos escolares. A lei deve ser compreendida como fer- ramenta fundamental na difusão de conhecimentos e na constru- ção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Assim, buscamos fornecer na coleção ele- mentos variados para o trabalho coma História e Cultura da África e dos afro-brasileiros em sala de aula. Atividade 1. Dados mostram que a popu- lação carcerária brasileira é, em sua maioria, composta de pessoas negras, jovens e com pouca escolaridade. Enquanto 53,6% da popula- ção brasileira é composta de negros e pardos, estes repre- sentam 61% da população carcerária. Ao mesmo tempo, cerca de 80% dos presos estudaram, no máximo, até o Ensino Fundamental. A média nacional de pessoas que não cursaram ou não concluíram o Ensino Fundamental é de cerca de 50%. O texto “Perfil da população carcerária brasi- leira”, do site Politize!, traz mais informações sobre o perfil da população carcerária brasileira e pode contribuir para embasar as discussões em sala de aula. Disponível em: https://www. politize.com.br/populacao- carceraria-brasileira-perfil/. Acesso em: 15 ago. 2022. 117 A atuação dos negros na Conjuração Baiana Os negros – escravizados ou libertos – estiveram presentes nos movimentos emancipacionistas ocorridos no final do século XVIII, na colônia portuguesa na América. Na Conjuração Mineira, a participação deles foi mais restrita porque os próprios líderes do movimento não eram defensores do fim da escravidão. Porém, na Conjuração Baiana, a atuação dessas pessoas foi marcante, com um significado social e político mais profundo. Representantes das camadas mais baixas da população aderiram à conspiração e acabaram se tornando as principais lideranças do movimento. Segundo algumas estimativas, em 1798, viviam, no município de Salvador e em suas imediações, cerca de 110 mil pessoas, e dois terços desse total eram negros e mestiços pobres. Eram pessoas que, por causa de suas origens étnicas e condições econômicas, não tinham prestígio social e enfrentavam constantemente o precon- ceito, a discriminação e diferentes formas de violência. Era principalmente a elas que os líderes da Conjuração Baiana se dirigiam. Mesmo liberta, uma pessoa negra via-se muitas vezes obrigada a demonstrar subserviência aos brancos. Os ex-senhores chegavam a exigir que seus antigos trabalhadores escravizados lhes devessem obediência e lealdade sob a ameaça, inclusive, de revogar as cartas de alforria. Estes, por sua vez, tanto nos espaços urbanos como nas zonas rurais, eram obrigados a realizar trabalhos estafantes e sofriam constante violência física. Como forma de resistência a essa opressão, foram diversas as revoltas escravas em Salvador. Uma das mais significativas aconteceu em 1835, a Revolta dos Malês, que será estudada no capítulo 6. 1. Na Conjuração Baiana, a Justiça agiu com maior rigor em relação às pessoas das camadas mais baixas da população. Em seu entendimento, na atualidade, a Justiça age com o mesmo rigor, independentemente do perfil étnico e das condições socio- econômicas de quem está sob julgamento? Explique. Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas. Busto de João de Deus Nascimento, mártir da Conjuração Baiana, na praça da Piedade, em Salvador (BA), 2021. JO Á SO UZ A/ FU TU RA P RE SS 117 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 117D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 117 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd 117D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 117 30/08/2022 13:1330/08/2022 13:13 Atividades Respostas de atividades e/ou complementos referentes ao Livro do Estudante, que contribuem para o detalhamento ou a assimilação de algum tema. Procedimentos didáticos Nas aberturas de unidade, os procedimentos abrangem orientações sobre o conceito da unidade e algumas indicações de como as imagens e o texto de abertura podem ser trabalhados em sala de aula, além de orientações de como mobilizar o conhecimento prévio dos estudantes. Há procedimentos didáticos indicados para cada página do Livro do Estudante, com orientações sobre abordagens possíveis para os conteúdos e os conceitos trabalhados na respectiva página. Ampliar horizontes Boxe que apresenta sugestões de sites, livros, jogos digitais e vídeos, indicadas para os estudantes e o professor, que contextualizam um tema ou um conceito estudado. VIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 8D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 8 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 2, 3, 4, 5, 6 e 7: trabalhadas no estudo iconográfico; na análise sobre os desdobramentos da Conjuração Mi neira e suas particularidades (como os castigos aos rebeldes); e nas reflexões sobre o presente. • CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6: abordadas na problematização dos grupos sociais envolvidos na rebelião; nas formas de repressão do Estado naquele período; na discussão sobre as relações entre presente e passado, que possibilitam o posicionamento do estudante a res peito do mundo contemporâneo; e na interpretação historiográfica. • Habilidades EF08HI05, EF08HI06 e EF08HI11: enfocadas na análise dos grupos envolvidos; nas consequências da Conjuração Mineira para rebeldes; e na reflexão sobre a atuação repres siva do Estado. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Peça aos estudantes que identifiquem o termo lesa-ma- jestade. Explique a eles que uma colônia era considerada, naquele contexto, propriedade do rei, bem como toda a riqueza ali produzida. Retome alguns elementos sobre a forma de governo monárquico, indicando que nesse modelo não há, para o monarca, um limite entre o que é público e privado, pois tudo pertence e ele. Joaquim José da Silva Xavier foi o único, entre os inconfidentes, condenado à morte. Integrante mais pobre do grupo, acredita- -se que ele não teria conseguido mobilizar forças a seu favor. Sua punição “exemplar” era uma forma de garantir que o recado seria compreendido pelas camadas populares. Parte dos inconfiden- tes, por outro lado, teve sua pena reduzida, assim, alguns foram exi- lados em colônias portuguesas na África, mas lá puderam desenvol- ver novas atividades comerciais e reconstruir suas vidas. Atividade 1. a) Recursos tecnológicos são atualmente utilizados para verificar a datação de vestígios e até mesmo identificar áreas onde há remanescentes de antigas civilizações. Entre os exemplos, os estudantes poderão mencionar tecnologias de processamento de dados, que permi- tem analisar e guardar grande quantidade de informações acerca de determinado processo histórico, por exemplo, e até mesmo tecnologias de acondicionamento e preservação de fontes materiais. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO Peça aos estudantes que procurem na internet uma reprodução do quadro Resposta de Tiradentes à comutação da pena de morte dos inconfidentes, de autoria de Leopoldino de Faria. Eles deverão, previamente, buscar informações sobre a pintura, o autor e a época de produção da obra. De posse dessas informações, devem analisar a imagem representada. 112 O plano fracassa Alguns imprevistos alteraram os planos dos rebeldes. A derrama, que seria anunciada em fevereiro de 1789, foi mais uma vez adiada. Isso punha fim à expectativa de juntar forças e mobilizar a população. Em março, o governador da capitania convocou vários devedores para quitar suas dívidas com o reino. Alguns deles eram conjurados e revelaram a conspiração ao governador em troca do perdão de suas dívidas. Com a delação, todos os conspiradores foram detidos. O alferes Tiradentes, como era conhecido Joaquim José da Silva Xavier, estava fora da capitania e foi preso no Rio de Janeiro. Às prisões, seguiu-se um inquérito conhecido como devassa. Eram ao todo 34 presos, acusados de crime de lesa-majestade, ou seja, de traição ao rei. Esse crime era geralmente punido com a pena de morte. O processo durou dois anos, e os acusados foram transferidos para o Rio de Janeiro até que se decretasse a sentença final. O poeta Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) morreu na prisão, ainda em Vila Rica. Alguns historiadores afirmam que teria sido assassinado, pois tinha informações que comprometiam pessoasinfluentes aliadas ao movimento. Em abril de 1792, a sentença foi anunciada, e 11 réus, entre eles Tiradentes, foram condena- dos à morte. Mais tarde, todas as sentenças foram alteradas porque os réus obtiveram o perdão da rainha de Portugal, Maria I, com exceção de Tiradentes, que foi executado por enforcamento. Alferes: militar de baixa patente. Devassa: investigação para apurar um crime, com pesquisa de provas e interrogatório de testemunhas, com a finalidade de definir se houve ou não ato criminoso para a posterior abertura de processo criminal. Tomografia computadorizada: exame feito com computadores capazes de produzir imagens de altíssima qualidade. Bandeira de Minas Gerais, que é idêntica à bandeira usada pelos conjurados, mudando apenas a cor do triângulo, de verde para vermelho. DOVLA982/SHUTTERSTOCK.COM DI VU LG AÇ ÃO /U NI CA M P 1. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram em 2011 as ossadas de três pessoas envolvidas na Conjuração Mineira e que foram punidas com degredo na África. Para a identificação das ossadas, utilizaram-se tecnologias de análise, como raio X e tomografia computadorizada. Sobre isso, responda às questões. 1. a) Consulte resposta e comentários nas Orientações didáticas. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes identifiquem que o trabalho de reconhecimento das ossadas envolve profissionais de áreas distintas, como cientistas e profissionais da área da Medicina, cujos resultados contribuem para ampliar as informações que os historiadores têm a respeito da Conjuração Mineira. Crânio de José Resende de Costa, um dos inconfidentes, morto no continente africano, identificado por pesquisadores em 2011. a) Como a tecnologia pode contribuir para pesquisas históricas? Dê exemplos. b) Esse trabalho demonstra como é a multidisciplinaridade científica na prática. Em seu enten- dimento, que contribuições outros componentes curriculares podem dar ao conhecimento histórico? Por que a multidisciplinaridade é importante na ciência? 112 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 112D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 112 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd 112D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 112 30/08/2022 13:1330/08/2022 13:13 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 1, 3, 5 e 7: trabalhadas com os estudantes ao estabelecerem uma aná- lise sobre o impacto da vinda da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro; e compreenderem as principais caracte- rísticas da administração joanina. • CEH: 1, 2 e 5: abordadas no estudo das transformações na colônia decor- rentes da chegada e da instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro. • Habilidades EF08HI05, EF08HI06, EF08HI08, EF08HI12 e EF08HI14: enfocadas na explicação e caracteri- zação da organização política e social da América portuguesa; e na identifi- cação das revoltas do período. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Ao introduzir o processo que levou à independência da América portuguesa, ressalte a importância de um aconte- cimento anterior, ocorrido em 1807: a saída da Família Real de Portugal e sua chegada ao Brasil, em 1808, em decorrência da ameaça napoleônica sobre a Europa. Um aspecto a ser des- tacado é a organização social de Portugal no período, que previa a divisão da sociedade em nobreza, clero, burguesia e plebe. Essa realidade, muito distante da vida na América portuguesa, provocou grande impacto quando a Corte se ins- talou no Rio de Janeiro. Organize a turma em grupos de três ou quatro integrantes. Em seguida, solicite-lhes que respondam: • Qual a distância, em quilômetros, de Portugal a Salvador e de Portugal ao Rio de Janeiro? • Qual é o tempo médio que essas viagens duram hoje, por meio dos transportes ma- rítimo e aéreo? • Quanto tempo a Família Real levou para rea- lizar a viagem entre 1807 e 1808? • Qual tipo de navio os portugueses utilizaram para essa viagem? Outras questões podem ser incluídas, a depender de sua avaliação. Por fim, após os grupos obterem as respostas, organize uma dis- cussão sobre essas espacialidades e promova um debate sobre como eram longas as viagens de navio naquele período. O resultado também pode ser consolidado em materiais de divulga- ção impressos ou digitais. Atividade complementar Refletir sobre as espacialidades As distâncias e o tempo para percorrê-las são, em geral, difí- ceis para os estudantes dessa faixa etária mensurarem. Isso se torna ainda mais complexo quando se trata de viagens em períodos muito distantes da atua- lidade, como a realizada pela Família Real portuguesa. Diante disso, proponha uma atividade de pesquisa em interdiscipli- naridade com Matemática. 134 NA AMÉRICA PORTUGUESA Os ideais de emancipação também chegaram à América portuguesa; porém, diferentemente do que aconteceu na América espanhola, o processo de independência não ocorreu por meio de guerras contra a dominação metropolitana. No território português, houve um gradual afrouxa- mento dos laços coloniais e uma costura de acordos entre as elites brasileiras. No final de 1807, D. João, príncipe regente de Portugal, membros da família real portuguesa e da corte lusa transferiram-se para o Brasil fugindo das tropas napoleônicas que invadiram Portugal. Ao desembarcar na colônia, uma das primeiras medidas do príncipe regente foi decretar a abertura dos portos do Brasil às nações amigas. Com essa medida, a família real e sua corte poderiam ter acesso a artigos de luxo vindos do exterior, preservando o padrão de vida com o qual estavam acostumados na Europa. Ao mesmo tempo, a medida beneficiava os ingleses, pois as taxas alfandegárias cobradas sobre os produtos trazidos por navios vindos do Reino Unido eram menores do que aquelas cobradas sobre produtos trazidos por navios de outras nações. Essa medida colocava fim ao chamado pacto colonial, implantado desde os primeiros tempos coloniais e que tinha por objetivo garantir aos portugueses o monopólio comercial do Brasil. Ainda em 1808, o governo fundou, no Rio de Janeiro, o Banco do Brasil, que passou a emitir papel-moeda e a liberar créditos, e autorizou a criação de indústrias manufatureiras, algo proibido pela metrópole até então. Outra mudança importante ocorreu em 1815, quando o Brasil foi elevado à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (região localizada no sul de Portugal), o que não alterou o status político da colônia, mas pode ter sido o marco inicial de emancipação política e administrativa do Brasil. Leque comemorativo da chegada da família real à América, de autoria desconhecida, século XIX. MUS EU IM PERI AL. P ETRÓ POLI S, RJ 134 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 134D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 134 09/08/22 11:3609/08/22 11:36 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24.indd 134D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24.indd 134 30/08/22 16:3830/08/22 16:38 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Projete ou distribua cópias de pinturas e fotografias das construções realizadas durante o período joanino. Trata-se de prédios, praças e instituições que adequavam a capital para a administração e a morada da Família Real, como a Casa da Moeda do Rio de Janeiro, o Palácio da Quinta da Boa Vista etc. Incentive a turma a levan- tar hipóteses sobre os motivos de cada um deles ter sido criado nesse período. Comente os projetos desen- volvidos para a Corte. A cons - trução de espaços aprazíveis ao primeiro grupo recaía sobre o bolso dos moradores, e essa situação acabou por provocar revoltas e movimentos como a Revolução Pernambucana. Questione os estudantes sobre como eles acham que o dinheiro público deve ser gasto. Discuta sobre a preservação e a defesa do patrimônio his- tórico brasileiro. Por razões que perpassam o descaso dos governos com a história, o Brasil tem perdido boa parte dos seus acervos históricos e arqueoló- gicos. Uma das situações maisgraves aconteceu em 2018, quando um incêndio consumiu o Museu Nacional. O prédio, situado no parque da Quinta da Boa Vista, foi fundado em 1818 por D. João VI para ser a resi- dência da Família Real no Brasil. • A VIDA na corte e as transformações na cidade do Rio de Janeiro. MultiRio, Rio de Janeiro, c1995-2022. Disponível em: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/88-a-corte-no- rio-de-janeiro/8854-a-vida-na-corte-e-as-transforma%C3%A7%C3%B5es-na-cidade-do-rio-de-janeiro. Acesso em: 26 jul 2022. Imagens e textos conduzem a um passeio pelas ruas e edificações do Rio de Janeiro na época em que a cida- de recebeu a Família Real. AMPLIAR HORIZONTES 135 A administração joanina Em 1808, o Rio de Janeiro era uma cidade pequena, com cerca de 60 mil pessoas e com habitações precárias. A chegada da família real demandou a realização de diversas reformas. Ruas e estradas foram pavimentadas e alargadas, praças ganharam chafarizes e residências, e prédios públicos foram construídos. Salvador e Rio de Janeiro receberam escolas médico-cirúrgicas, e a capital passou a sediar o Jardim Botânico, a Biblioteca Real e a Imprensa Régia, instituição que trouxe consigo o fim da proibição de se publicar jornais, livros e panfletos na colônia. Em 1808, foi fundado o jornal Gazeta do Rio de Janeiro, publicação com notícias e artigos a serviço do governo. A manutenção das despesas reais e o luxo da corte eram pagos pela população por meio de impostos. A população pobre sofria com o aumento dos preços e com a falta de emprego, e tudo isso agravava a insatisfação não só dos habitantes do Rio de Janeiro mas também de outras regiões do Brasil. Em Pernambuco, por exemplo, a população se armou e organizou um movimento emanci- pacionista, a Revolução Pernambucana (1817). Os revoltosos constituíram um governo próprio e redigiram uma constituição inspirada em princípios iluministas. Ainda que as forças portuguesas tenham reprimido o movimento, ele evidenciou o rápido crescimento das tensões sociais na colônia. A vinda da família real para o Brasil também impactou a população indígena. Em maio de 1808, D. João assinou uma carta régia que decretava a Guerra Justa contra os botocudos, nome genérico dado a alguns grupos indígenas do interior dos atuais estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. O objetivo era liberar as terras em que esses indígenas viviam para promover a colonização da região, o que acabou acontecendo, apesar da forte resistência indígena. Guerra Justa: artifício usado desde 1570 para justificar o combate contra os indígenas que resistiam ao domínio português, transformando os vencidos em escravizados legalizados pelo poder. • Nos bastidores da realeza, de Giselda Laporta Nicolelis. São Paulo: FTD, 2014. No livro, os leitores são convidados a acompanhar uma visita escolar ao Museu de História, em que D. Carlota Joaquina narra a chegada da família real ao Brasil colonial, em 1808. FICA A DICA Representação da cerimônia de beija-mão na corte de D. João, gravura extraída do livro A. P. D. G. Rascunhos sobre a vida portuguesa, hábitos, costumes e características, publicado em Londres (Inglaterra), 1826. A cerimônia do beija-mão colocava o monarca em contato direto com seus súditos. Estes, depois da reve- rência, podiam aproveitar a ocasião para solicitar-lhe algum favor. CO LE ÇÃ O BR AS IL IA NA /F UN DA ÇÃ O BI BL IO TE CA N AC IO NA L, R IO D E JA NE IR O, R J 135 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 135D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 135 09/08/22 11:3609/08/22 11:36 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24-AV1.indd 135D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24-AV1.indd 135 01/09/22 16:2601/09/22 16:26 Proposta de avaliação Nessa seção, apresentamos sugestões de avaliações (simples e breves) que podem contribuir para o processo de análise dos estudantes para as práticas pedagógicas. Atividade complementar Seção com propostas de atividades extras, como jogos, pesquisas, entrevistas e sugestões de trabalhos interdisciplinares. IX D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 9D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 9 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 A BNCC NA UNIDADE Competências • Gerais (CG): 1, 3, 4, 6, 7 e 9: traba- lhadas com os estudantes à medida que valorizam a construção e a utiliza- ção do conhecimento histórico acerca dos modelos políticos e econômicos vi- gentes no século XIX e analisam suas causas e consequências entre os di- ferentes grupos e indivíduos nos territórios independentes. • Específicas de Ciências Humanas (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. • Específicas de História (CEH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Habilidades • EF08HI06 • EF08HI15 • EF08HI16 • EF08HI17 • EF08HI19 • EF08HI20 • EF08HI22 • EF08HI23 • EF08HI24 • EF08HI25 • EF08HI26 • EF08HI27 Temas Contemporâneos Transversais na unidade • Cidadania e Civismo: o tema é abordado por meio de discus- sões a respeito dos conceitos de nação e nacionalismo na unida- de e trazem diversas reflexões a respeito da vida em sociedade, principalmente nas páginas 152 e 153; exemplos de expressão da nacionalidade brasileira no presente na página 162; refle- xão a respeito de soberania na página 203; discussões a respei- to do racismo na página 185; combate à xenofobia no pre- sente na página 185 e, por fim, eurocentrismo na página 191. • Multiculturalismo: o tema é abordado por meio da dis- cussão sobre a arte africana, como forma de combate ao preconceito, página 186; na página 153, ao abordar aspec- tos dos povos indígenas e, nas páginas 177 e 178, ao resga- tar para o presente a história da poeta negra Luísa Mahin. • Ciência e Tecnologia: o te- ma é abordado ao discutir os papéis da ciência e da tecno- logia no combate ao racismo na página 185. • Saúde: o tema é abordado por meio da discussão sobre a mortalidade infantil na página 157 e por reflexões antidrogas na página 194. 150 Para chegar ao modelo de bicicleta que conhecemos atualmente, ela passou por diversas mudanças e aperfeiçoamentos. Na composição de fotos: aplicação de imagem do primeiro modelo de bicicleta, feito de madeira e sem pedais, criado por Karl Drais von Sauerbronn, em 1817, sobre imagem de ciclistas em parque em XXXXX, 20XX. NAÇÃO E NACIONALISMO Nesta unidade, estudaremos como, no final do século XIX, algumas nações europeias subjugaram outros povos por motivações econômicas, aliadas a interes- ses nacionalistas. Também vamos entender como o pro- jeto de nação brasileira, desenvolvido a par- tir do Primeiro Reinado, excluía grande parte da população do país. UNIDADE 150 Sede das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos, 2021. 3 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 150D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 150 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-C06-MPU-G24.indd 150D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-C06-MPU-G24.indd 150 30/08/2022 16:1330/08/2022 16:13 INTRODUÇÃO A coleção é composta de quatro volumes destinados ao 6o, 7o, 8o e 9o ano do Ensino Fundamental, e está funda- mentada nos princípios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de modo que cada volume se organiza em quatro unidades conceituais, dedicadas a um ou mais conceitos-chave: • 6o ano: Técnicas e tecnologias • Civilizações • Política • Diversidade. • 7o ano: Território e governo • Tolerância • Trabalho • Deslocamentos populacionais. • 8o ano: Igualdade • Liberdade • Nação e nacionalismo • Terra e meio ambiente. • 9o ano: Cidadania • Violência • Meios de comunicação de massa • Equidade. Esses conceitos-chave foram definidos considerando sua relevância e pertinência, de modo a possibilitar aos estudan- tes a compreensão do mundo em que vivem com base nos diferentes contextos trabalhados nos capítulos que compõem cada volume. Assim, a perspectiva cronológica adotada nesta coleção se relaciona de maneiraintegrada tanto com os conceitos-chave de cada unidade quanto com as competências e habilidades estabelecidas pela BNCC. Para tanto, os conteúdos e as atividades propostos na coleção têm por base processos de ensino-aprendizagem que valorizam, entre outros elementos, o protagonismo do estudante e a associação entre a História estudada no livro e o cotidiano vivido na prática. Dessa forma, consideramos o desenvolvimento das competências e habilidades (tanto cognitivas como socioemocionais) dos educandos voltadas para a educação integral. Assinalamos ao professor, em todos os volumes e em todas as suas respectivas unidades e capítulos, de que forma conteúdos e atividades se entrelaçam com as premissas da BNCC. Essa articulação se mostra presente nas seções A BNCC na unidade, A BNCC neste capítulo e A BNCC nesta dupla. Desse modo, o professor terá à disposição um mapeamento completo das formas pelas quais a BNCC está presente e articulada em todos os conteúdos da coleção. De maneira a sintetizar a nomenclatura, na parte específica deste manual, as Competências Gerais recebem a sigla CG; as Competências Específicas de Ciências Humanas levaram a sigla CECH; as Competências Específicas de História, CEH; já as habilidades permaneceram como estão na BNCC. Como exemplos, verifique a seguir de que modo citamos e detalhamos a articulação entre conteúdo e BNCC neste manual: Volume 8, parte específica, unidade 3, página 150. Volume 8, parte específica, unidade 3, capítulo 7, página 180. Volume 8, parte específica, unidade 3, capítulo 7, página 186. A BNCC NESTE CAPÍTULO Competências • CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. • CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Habilidades • EF08HI23 • EF08HI24 • EF08HI26 • EF08HI27 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 2, 6 e 7: são trabalhadas com os estudantes ao analisar o conceito de neocolonialismo e suas principais características. • CEH 1, 2 e 4: são abordadas com a turma à medida que os estudantes constroem argumentos críticos sobre políticas e práticas neocoloniais, a par- tir do contexto histórico da Segunda Revolução Industrial. • Habilidade EF08HI24: é enfocada com os estudantes ao relacionar o neocolonialis- mo com a Segunda Revolução Industrial. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Caso considere interessante, este conteúdo pode ser trabalhado utilizando-se de metodologias ativas (veja mais detalhes no item 1.4 • O processo de ensi- no-aprendizagem em que acreditamos, no manual geral). O tema central pode ser:“Existe racismo em relação à África e aos africanos? Existem estereótipos?”. Esses são temas mais globalizan- tes, mas que requerem pesquisas pontuais por parte dos estudantes. Não deixe de reforçar com eles a necessidade de trabalhar com evi- dências, formulação de hipóteses, registro das etapas e bibliografia. Caso queira seguir a organiza- ção do livro didático, no entanto, pode-se-se perguntar aos estu- dantes: que imagem vocês têm do continente africano? Examine as considerações levantadas e inicie um debate sobre os estereótipos que dizem respeito à ausência de paisagem urbana, à pobreza e à violência. Apresente imagens de cidades como Joanesburgo, na África do Sul, ou Lagos, na Nigéria, a fim de debater aspectos da situ- ação atual do continente. Aponte de que forma esses estereótipos também estão presentes na maneira como a América Latina ainda é vista em outros lugares do mundo. A proposta é que eles reconheçam como os estere- ótipos que nutrimos de outros povos e localidades recaem, diversas vezes, sobre realidades que nos são mais familiares. 180 O NEOCOLONIALISMO • Entender o processo de neocolonialismo na África e na Ásia e seu impacto sobre as populações locais. • Relacionar o neocolonialismo e as mudanças advindas da Segunda Revolução Industrial. • Conhecer as ideologias raciais que embasaram o neocolonialismo na Ásia e na África. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 7CAPÍ TULO Você já assistiu a algum filme do Tarzan? Sabia que esse personagem já existe há mais de 100 anos? Ele aparece no livro Tarzan of the apes (Tarzan dos macacos), uma história escrita em 1912 por Edgar Rice Burroughs (1875-1950). As aventuras de Tarzan foram contadas em mais de duas dezenas de livros, além de terem sido adaptadas para o cinema e para os quadrinhos. A história criada por Burroughs começa com o naufrágio de um navio inglês na costa da África. Apenas duas pessoas se salvam: lorde Greystoke e sua esposa. Eles constroem uma cabana na praia, onde a mulher dá à luz um menino, porém os pais morrem e o bebê é “adotado” por um grupo de grandes macacos, que dão a ele o nome de Tarzan. No livro, “Tarzan” quer dizer “pele branca” na linguagem dos grandes macacos. Edgar Rice Burroughs nunca pôs os pés na África. Tudo em seu livro e nos outros que ele escreveu sobre as aventuras de Tarzan é fruto de sua imaginação. As histórias de Tarzan foram produzidas em um período no qual alguns países europeus invadiram e dominaram territórios intei- ros da África, transformando essas regiões em colônias. Neste capítulo, estudaremos esse processo que ocorreu na África e na Ásia. Cartaz do filme A lenda de Tarzan, produzido em 2016. W AR NE R BR OS . P IC TU RE S 180 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180 09/08/22 16:2909/08/22 16:29 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 180D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 180 30/08/2022 16:3430/08/2022 16:34 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 1, 2 e 3: são trabalhadas com os estudantes a partir da contextuali- zação das particularidades culturais e sociais dos países africanos. • CEH 1, 2 e 5: são abordadas com a turma por meio da análise de caracte- rísticas sociais e culturais de sociedades africanas no período abordado. • Habilidade EF08HI24: é enfocada com os estudantes ao compreender as par- ticularidades dos países africanos no período abordado, tendo como ponto de partida as práticas culturais. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS O poema “Hidrografia” chama a atenção para a terra africana, suas peculiaridades, suas riquezas e sua história. Por meio dele, somos estimulados a refletir sobre outras realidades, percepções e epistemologias em vez de focar na Europa como centro do mundo e referên- cia a ser seguida. Ao abordá-lo com os estudantes, lembre-os que a Literatura faz parte do repertório de fontes utilizadas com regularidade em diversas obras historiográficas, contri- buindo para o estabelecimento da interdisciplinaridade com a História. O trecho da palestra “O perigo de uma única histó- ria”, de Chimamanda Ngozi Adichie, reproduzido na seção Texto complementar, pode ser também discutido em sala de aula, complementando a ati- vidade de análise de narrativas literárias sobre a África. Atividade 1. c) A intenção da atividade é aproximar a reflexão pro- posta no poema ao cotidiano dos estudantes. Caso eles respondam negativamente, é possível lembrar que existem muitas comunida- des brasileiras que vivem em grande proximidade de rios, aproveitando os recursos naturais desses espaços para a sobrevivência. Texto complementar O perigo de uma única história Eu acho que essa única história da Áfri- ca vem da literatura ocidental. Então, aqui temos uma citação de um mercador lon- drino chamado John Locke, que navegou até o oeste da África em 1561 e mante- ve um fascinante relato de sua viagem. Após referir-se aos negros africanos como “bestas que não têm casas”, ele escreve: “Eles também são pessoas sem cabeças, que têm sua boca e olhos em seus seios”. [...] Mas o que é importante sobre sua escrita é que ela representa o início de uma tradição de contar histórias africa- nas no Ocidente. Uma tradição da África subsaariana como um lugar negativo, de diferenças, de escuridão, de pessoas que, nas palavras do maravilhoso poeta Rudyard Kipling, são “metade demônio, metade criança”. 186 A ARTE AFRICANA COMO AFIRMAÇÃO Até a realização da Conferênciade Berlim, a dominação europeia sobre o continente africano tinha ocorrido de maneira mais consistente somente nas regiões litorâneas. A presença portu- guesa na África era das mais antigas, vinha desde o tempo das Grandes Navegações, quando o governo de Portugal começou a construir feitorias em diversas regiões do continente. Em 1498, os portugueses chegaram em Moçambique, transformando o local em importante entreposto comercial e ponto de apoio para suas embarcações rumo ao Oriente. O domínio colonial – que se intensificou após a Conferência de Berlim – foi marcado por guerras, corrupção e desigualdade. Além dos problemas enfrentados pelas colônias, que muito dificultaram a construção de Estados nacionais livres, restaram também a incompreensão e o preconceito. A arte foi uma das formas encontradas por muitos africanos para refletir sobre a experiência colonial e a situação vivida por seus povos nos séculos XIX e XX. 1. Rui Knopfli (1932-1997), um dos principais poetas de Moçambique, soube como poucos representar as amarguras da população de seu país e o orgulho de ser africano e livre. Leia a seguir um trecho de um de seus poemas e responda às questões propostas. Hidrografia São belos os nomes dos rios na velha Europa. Sena, Danúbio, Reno são palavras cheias de suaves inflexões, lembrando em tardes de ouro fino, frutos e folhas caindo, a tristeza outoniça dos chorões. [...] Todo o mistério reside nos rios da minha terra. Toda a beleza secreta e virgem que resta está nos rios da minha terra. Toda a poesia oculta é a dos rios da minha terra. Os que, cansados, sabem todas as histórias do Sena e do Guadalquivir, do Reno e do Volga ignoram a poesia corográfica dos rios da minha terra. Vinde acordar as grossas veias da água grande! Vinde aprender os nomes de Uanéteze, Mazimechopes, Massintonto e Sábiè. Vinde escutar a música latejante das ignoradas veias que mergulham no vasto, coleante corpo do Incomáti, o nome melodioso dos rios da minha terra, a estranha beleza das suas histórias e das suas gentes altivas sofrendo e lutando nas margens do pão e da fome. [...] KNOPFLI, Rui. Hidrografia. In: SAÚTE, Nelson. Nunca mais é sábado: antologia de poesia moçambicana. Lisboa: Dom Quixote, 2004. p. 278-281. a) O que significa, para o poeta, desvendar todo o mistério dos rios da terra dele? b) Como é possível relacionar a experiência do neocolonialismo com o apelo que o poeta faz para que conheçamos os rios da África? c) Em sua comunidade, existem rios que são importantes para a vida das pessoas? Cite o(s) rio(s) e explique a importância dele(s) para a região em que você vive. Respostas pessoais. Consulte comentários nas Orientações didáticas. 1. a) Significa trazer o olhar para a África, em vez de ficar voltado para a Europa, e conhecer a história de seu povo. O poeta ressalta o desconhecimento da história da África e o cansaço de estudar os rios da Europa e suas histórias. 1. b) É um apelo para que as pessoas deixem de lado os preconceitos e se interessem pela história da África, que vai além da escravidão e do neocolonialismo. 186 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 186D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 186 09/08/22 16:2909/08/22 16:29 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 186D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 186 30/08/2022 16:3430/08/2022 16:34 X D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 10D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 10 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 Compartilhando identidades Se você já assistiu alguma vez à cerimônia de entrega de medalhas nos Jogos Olímpicos ou nos Jogos Pan-Americanos, deve ter notado que a premia- ção é acompanhada pelo hino do país do atleta vencedor. Nesse momento, toda uma nação se vê representada pelo atleta que ocupa o lugar mais alto do pódio. Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, na China, 2022. O conceito de nação é definido por certos aspectos culturais de um povo, que os diferenciam de todos os outros povos. NI MINZHE/CHINASPORTS/GETTY IMAGES 152 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 152 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 152 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 A língua, a comida, os costumes, as crenças, a cultura, o modo de ser e as tradições são alguns dos aspectos que fazem uma população se reconhecer como pertencente a uma mesma nação. Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir. 1. Em seu entendimento, quais são as principais manifestações culturais que caracte- rizam a identidade brasileira? 2. Você acha importante conhecer a cultura de outras nações? Por quê? Resposta pessoal. O estudante pode citar as festas, a culinária, o futebol, a língua, a música etc. Resposta pessoal. Procure mostrar a importância de conhecer e respeitar as expressões culturais variadas, evitando-se, assim, a xenofobia e o etnocentrismo. Esse sentimento de pertencimento a uma nação, cha- mamos de nacionalismo. O nacionalismo pode contribuir para a autoestima dos povos e para ajudar a desenvolver nas pessoas a vontade de melhorar o país.Porém, se exacerbado, esse sentimento torna-se peri- goso, uma vez que pode resultar em xenofobia e também em racismo. Mulheres da etnia kamaiurá, da aldeia Ipavu, dançam na Festa do Uluri, em um ritual de preparação para a liderança feminina. Gaúcha do Norte (MT), 2018. Xenofobia: aversão a coisas e pessoas de fora do país.Racismo: preconceito e atitude de hostilidade contra indivíduos pertencentes a uma etnia diferente, geralmente considerada inferior. O conceito de nação também pode se estender a povos sem fronteiras definidas, como as diferentes nações indígenas existentes no Brasil. Nesse ritual, as mulheres preparam uma jovem de 13 anos que passou por um período de reclusão e será liberada para participar da vida na comunidade. LU CI OL A ZV AR IC K/ PU LS AR IM AG EN S 153 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 153 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 153 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO Abertura da unidade Quatro páginas compostas de textos e imagens introduzem o conceito a ser estu- dado por meio de estratégias de antecipação, de sensibilização e de problematização do eixo conceitual, com linguagem atrativa e compreensível, mas com rigor histórico. Apresentam também atividades direcionadas para a valorização do conhecimento prévio dos estudantes. NAÇÃO E NACIONALISMO Nesta unidade, estudaremos c omo, no final do séc ulo XIX, algum as nações europeias subju garam outros p ovos por motivações eco nômicas, aliada s a interes- ses nacionalista s. Também vamos entender como o pro- jeto de nação br asileira, desenvo lvido a par- tir do Primeiro Re inado, excluía gr ande parte da população do país. UNIDADE 150 Sede das Naçõ es Unidas, em Nova York, Esta dos Unidos, 2021. 3 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 50 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 50 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 SE RG I R EB OR ED O/ AL AM Y ST OC K PH OT O/ FO TO AR EN A 151 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 51 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 51 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 Na segunda dupla da abertura de cada unidade, sempre há questões propostas aos estudantes que buscam dialogar com situações do cotidiano ou do mundo contemporâneo (contextualização), nas quais os estudantes podem verificar a presença do conceito apresentado e, com isso, discutir algumas características dessas situações, evidenciar conhecimentos prévios e construir uma experiência escolar significativa. XI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV2.indd 11D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV2.indd 11 02/09/22 18:2302/09/22 18:23 Texto principal e imagem condutora Com linguagem clara e adequada à faixa etária dos estu- dantes, o conteúdoé organizado de maneira cronológica, mas em permanente diálogo com outras temporalidades, por meio de seções, boxes, atividades e imagens que buscam entrelaçar as múltiplas esferas das sociedades, como a política, a econo- mia, o cotidiano e a produção cultural. Além disso, são traçadas relações entre a História e as outras áreas do saber, envolvendo questões relacionadas à pluralidade cultural, à formação cidadã, ao meio ambiente, à saúde e ao combate a todo tipo de violên- cia. Com essa abordagem, acreditamos que, gradualmente, o estudante pode compreender que, embora cada área tenha sua especificidade, o conhecimento não é algo compartimentado. O fio condutor de alguns capítulos é a imagem condutora, que serve de ponto de partida para a estrutura do capítulo. Nessa perspectiva, a imagem deixa de ser somente um com- plemento do texto. Por meio dessas imagens, apresentamos elementos da organização e do modo de viver, pensar e sentir das sociedades abordadas. Ao final da leitura de um capítulo, o estudante poderá compreender a importância do assunto ou do processo demonstrado, adquirir novos conceitos e desenvolver a própria visão sobre a realidade, assim como se tornar crítico às imagens do passado e também do mundo contemporâneo. O NEOCOLONIALISMO • Entender o processo de neocolonialismo na África e na Ásia e seu impacto sobre as populações locais.• Relacionar o neocolonialismo e as mudanças advindas da Segunda Revolução Industrial. • Conhecer as ideologias raciais que embasaram o neocolonialismo na Ásia e na África. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 7CAP ÍTULO Você já assistiu a algum filme do Tarzan? Sabia que esse personagem já existe há mais de 100 anos? Ele aparece no livro Tarzan of the apes (Tarzan dos macacos), uma história escrita em 1912 por Edgar Rice Burroughs (1875-1950). As aventuras de Tarzan foram contadas em mais de duas dezenas de livros, além de terem sido adaptadas para o cinema e para os quadrinhos. A história criada por Burroughs começa com o naufrágio de um navio inglês na costa da África. Apenas duas pessoas se salvam: lorde Greystoke e sua esposa. Eles constroem uma cabana na praia, onde a mulher dá à luz um menino, porém os pais morrem e o bebê é “adotado” por um grupo de grandes macacos, que dão a ele o nome de Tarzan. No livro, “Tarzan” quer dizer “pele branca” na linguagem dos grandes macacos. Edgar Rice Burroughs nunca pôs os pés na África. Tudo em seu livro e nos outros que ele escreveu sobre as aventuras de Tarzan é fruto de sua imaginação. As histórias de Tarzan foram produzidas em um período no qual alguns países europeus invadiram e dominaram territórios intei- ros da África, transformando essas regiões em colônias. Neste capítulo, estudaremos esse processo que ocorreu na África e na Ásia. Cartaz do filme A lenda de Tarzan, produzido em 2016. W AR NE R BR OS . P IC TU RE S 180 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180 09/08/22 16:2909/08/22 16:29 Capítulos As aberturas dos capítulos problematizam o conteúdo que será estudado, relacionando-o a algum fato ou acon- tecimento da atualidade (contextualização). O objetivo é mobilizar e sistematizar o conhecimento prévio dos estu- dantes, motivá-los para o estudo e auxiliá-los a identificar diferenças e semelhanças, bem como mudanças e perma- nências no presente e no passado. Objetivos de aprendizagem O boxe Objetivos de aprendizagem, presente em todas as aberturas de capítulo, expõe os conteúdos a serem desenvolvidos naquela etapa, como uma maneira de engajar os estudantes no próprio pro- cesso de aprendizagem. O panteão dos heróis Muitos anos depois das guerras pela independência, o governo da Venezuela encomendou ao artista Arturo Michelena (1863-1898) um quadro para celebrar a independência do país. O artista começou a produzir a obra, mas faleceu antes de finalizá-la. Mesmo inconclusa, a obra ajuda a refletir sobre o processo que culminou na formação dos países latino-americanos. Analise-a com atenção. A obra se chama O panteão dos heróis. Em grego, panteão designa o conjunto de deuses. Com o tempo, a palavra passou a significar também mausoléu (túmulo imponente), onde se encontram depositados os restos mortais de pessoas notáveis. Se o quadro tem esse título, quem são os heróis a que se refere o artista? No quadro, está representada uma grande quantidade de pessoas. Há um religioso, pessoas em trajes civis, mas a maior parte são homens em trajes militares. Esses homens representam diversos chefes militares que enfrentaram as tropas espanholas nas lutas pela independência da América. Apoiado no pedestal da estátua está José Antonio Páez (1790- 1873), que, posteriormente, seria presidente da Venezuela. O panteão dos heróis, Arturo Michelena. Óleo sobre tela, 135 cm x 168 cm, 1898. José Antonio Páez, futuro presidente da Venezuela, encostado no pedestal da estátua. Detalhe da obra O panteão dos heróis. Entre os antigos gregos e romanos, panteão era um templo dedicado aos deuses. Mas, nesse caso, é um monumento cons- truído para abrigar os restos mortais de figuras ilustres consideradas heróis nacionais. IMAGEM CONDUTORA M US EO A RT UR O M IC HE LE NA , C AR AC AS , V EN EZ UE LA M US EO A RT UR O M IC HE LE NA , C AR AC AS , V EN EZ UE LA 128 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 128D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 128 09/08/22 11:3509/08/22 11:35 XII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 12D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 12 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 Olho vivo A seção promove a leitura e a análise de imagens, com ênfase no contexto histórico em que foram produzidas e nos significados que lhes são atribuídos. Mostra, por exemplo, o caráter ideológico da produção de obras imagéticas – isto é, como uma imagem aparentemente “neutra” pode ter sido pro- duzida com o objetivo de transmitir valores, ideologias, convencer pessoas ou consolidar estereótipos. Em geral, esse modelo de trabalho com recursos visuais: • desenvolve o exercício de observação e descrição minuciosa da imagem, além de contribuir para a identificação de personagens, objetos, cenário, iluminação, planos, enquadramento, entre outros elementos; • apresenta uma pesquisa sobre a obra, com as informações sobre o autor e as características da produção (técnicas e materiais usados), do consumo e da preservação, ajudando os estudantes a compreender melhor a imagem e inseri-la em seu contexto histórico; • mostra uma interpretação do objeto analisado, considerando seu valor como testemunho de uma época; • incentiva os estudantes a emitir comentários e a expressar suas opiniões; • habilita os estudantes a ver com criticidade as imagens do tempo presente. Essa seção evidencia ainda como as imagens são resultado de seu tempo, sendo condicionadas tanto à evolução técnica e científica das sociedades que as produziram como aos propósitos dos seus autores, entre outros elementos determinantes do seu contexto histórico de produção. OLHO VIVO Proclamação da Independência, François-R ené Moreaux. Óleo sobre tela, 2,44 m x 3,83 m, 1844. A cena é uma representação idealizada d a Proclamação de Independência do Brasil em obr a executada anos depois de o fato ter acontecido . 1 4 3 9 5 8 2 A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA Não foi apenas o governo da Venezuela que e ncomendou representações artísticas para ce - lebrar seu processo de independência, essa ati tude também ocorreu no Brasil. Em 1844, o Se nado brasileiro encomendou ao pintor francês Fran çois-René Moreaux (1807-1860) – que chega ra ao Brasil em 1838 – uma obra sobre a Proclamaçã o da Independência pelo príncipe regente D. P edro. Vinte e dois anos haviam se passado desde o 7 de setembro de 1822. Moreaux representou no quadro uma cena que nunca existiu: D. Ped ro a cavalo, em São Paulo,
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