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Resumo para Prova de Fenomenologia estágio Feijoo (2015) relata que ao sentir-se rejeitada, muitas mulheres se perguntam o que há de errado com elas e depositam toda essa culpa em si mesma, culpam-se por serem rejeitadas pelo parceiro, a cliente fez diversas vezes esse movimento temendo essa rejeição e culpando-se em algumas ocasiões imaginando que não é aquilo que o marido espera, o que provocou brigas e conflitos constantes e por ela sempre relembrar de vivências passadas de traições vinda do marido e com ex-parceiros que a fizeram se sentir mal consigo mesma. Pompeia (2011) relata que o ser-aí ao se conectar com o mundo e tudo que está ao seu redor na sua vida, o ser alinha seus sentimentos, emoções e afetos, o que chamamos de tonalidades afetivas, que são expressas ao sentir ciúme, angústia, medo e insegurança, causando as tais crises de ciúmes com choros e desentendimentos. A cliente sempre procurou meios de terceirizar e se apoiar nos conteúdos ligados ao esoterismo e espiritualismo, em vez de legitimar seus sentimentos e crises de ciúmes e também já apontou que esse sentimento vem da ausência emocional do seu pai, que pode estar relacionado a sua baixa autoestima. O distanciamento mencionado e suas dificuldades de relacionamento, aspectos mostrados quando tenta relacionar-se com seu marido, evidenciam inseguranças e medos relacionados ao abandono afetivo que sofreu do pai. Pompeia e Sapienza (2013) afirmam que culpa é um sentimento de intimidade de si, está ligada a algo e esse algo sempre está ligado ao mundo, quando vivo uma culpa sinto que não fui o que eu queria ser, a culpa se instala quando o modo de ser ou ter sido, faço ou não faço, ou a realidade vista se distanciou- se do sonho em relação ao que pode ser de outra forma, não adaptando-se com o que a pessoa gostaria de ser. A cliente mencionou diversas vezes que sempre foi colocada como culpada e isso teve inicio desde a sua infância até o seu relacionamento mais recente, relatando que sentimentos de tristeza e raiva sempre foram alimentados pela sua família e por isso sempre aceitou esse lugar tão facilmente e sempre acreditando que a culpa era toda sua de qualquer coisa negativa que afligia o casal. Feijoo e Costa (2020) relatam que a angústia provoca um estranhamento do mundo dado, aproximando o ser-aí de seu funcionamento inexistente, de modo que o caráter de disponibilidade se torna opressor. A angústia lança o ser-aí numa intensidade existencial que o transforma, pois quando o possível se mostra radicalmente a distração mais básica para ações cotidianas se perde. Quando a angústia se pronuncia, ocorre prontamente uma atividade de limitação dos sentidos cotidianos exigindo do ser-aí uma decisão existencial fundamental. Mostrando que a cliente encontra-se em um desfecho ao priorizar a si e se tornando a autora principal da sua vida, construindo seu próprio movimento consigo, está determinada em retomar a sua vida, mesmo com inseguranças do futuro, mostrou-se disposta a mudar a situação atual em que se encontra. Pompeia e Sapienza (2013) afirmam que o desfecho é um movimento de transição, de algo se realiza e vira uma ação concreta, sendo ao mesmo tempo algo que se encerra e se abre, dando importância aos momentos de passagem. Mas, ainda mostra que não elaborou o que ela considerou como uma nova traição entre o ex e a mulher que estava entre eles durante um determinado tempo como amiga de ambos, mostrando que esse desfecho não foi elaborado pela cliente. Segundo Sapienza (2004) terapia pode ajudar a cliente a se aproximar da verdade de sua vida, de si mesmo, a possibilidade de retornar ao que foi vivido e encontra-se com o acontecido a fim de vivenciá- lo, e isso significa possibilitar que ele se aproprie de sua história. Apropriar-se de sua história é aceitá-la como a sua, retomar e reviver os significados e sentidos já vividos, e como terapeutas verificamos sua forma de existir e sua forma de ser-do-mundo consigo e com os outros.
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