Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Trabalho nº 2, de Humanas
Caso Chiara 
Na série Sessão de Terapia, em sete episódios da 4ª temporada, conhecemos Chiara, nome fictício de Joana, comediante famosa que demonstra não aceitar o diagnóstico de depressão, algo que segundo ela, “não combina com a vida completa e feliz” vivida por sua persona pública.
Ao procurar o terapeuta Caio, Chiara traz como queixa o fato de estar cansada de viver a personagem dela mesma, 24 horas por dia.
Ao longo das sessões, Chiara revela uma postura de superioridade e independência ilusória, agindo como se fosse completa e autossuficiente. Entretanto, na realidade, está em um estado de completa dependência, incapaz de reconhecer sua própria incompletude e as diferenças entre ela e as pessoas ao seu redor, o que fica claro quando, ao entrar no consultório, Chiara começa a falar incessantemente, como se estivesse atuando num palco para entreter e agradar seu público, no caso ali, Caio, o psicólogo, que a interrompe gentilmente pedindo para conhecer a verdadeira Joana, não a persona que ela projeta.
Durante a sessão, Caio mantém uma postura assertiva e direta, questionando Chiara sobre suas emoções e mencionando histórias metafóricas para ilustrar a dinâmica de sua relação com sua persona e seu eu verdadeiro.
Sobre a hipótese diagnóstica
Chiara parece apresentar um quadro de dificuldades relacionadas à autoestima e à autoaceitação. Sua busca pela perfeição e sua autocrítica constante indicam um conflito interno relacionado à pressão social e à necessidade de reconhecimento externo.
Apresenta aspectos de várias camadas da pirâmide de Maslow, mostrando que diferentes necessidades estão presentes e influenciam seu comportamento e suas emoções. Em nossa análise identificamos as seguintes necessidades:
Necessidades de segurança: a personagem demonstra busca por segurança emocional, especialmente em seus relacionamentos e nas decisões que toma.
Necessidades sociais: Chiara também mostra a necessidade de interação social e conexão com os outros, buscando apoio e compreensão em seu círculo próximo.
Necessidades de estima: ela exibe sinais de busca por reconhecimento e valorização, tanto de si mesma quanto dos outros ao seu redor.
Auto realização: Chiara parece estar em um processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, buscando entender melhor a si mesma e suas motivações para alcançar a realização pessoal.
Em nossa perspectiva, Chiara apresenta características de Transtorno de Ansiedade, sobretudo relacionado a questões de autoestima, autocrítica e perfeccionismo.
Na maior parte da série, observando o comportamento de Chiara, é possível identificar os seguintes funcionamentos:
Cristalizador
1. Padrões Fixos de Comportamento: Chiara parece apresentar um funcionamento cristalizador quando adota padrões rígidos de comportamento, busca incessantemente por perfeição e apresenta dificuldade em lidar com situações que fogem aos seus padrões preestabelecidos, o que limita sua flexibilidade e capacidade de adaptação.
2. Autoimagem Concreta e Limitada: Chiara pode estar presa a uma autoimagem cristalizada, onde a visão de si mesma é rígida e baseada em ideais inatingíveis de perfeição, o que dificulta a aceitação de suas imperfeições, levando-a à um ciclo de autocrítica e insatisfação constante.
Fluido:
1. Exploração de Novas Perspectivas: por outra ótica, Chiara também exibe sinais de funcionamento fluido ao buscar ajuda terapêutica e abrindo-se para a exploração de novas perspectivas e possibilidades, demonstrando um movimento em direção à autoconsciência e autoaceitação, o que indica disposição para crescer e se desenvolver emocionalmente.
2. Capacidade de Autoconhecimento: participando da terapia, Chiara mostra disposição para a autorreflexão e autoconhecimento, indicando abertura para olhar além de suas barreiras emocionais, compreendendo mais profundamente suas motivações e padrões de comportamento.
Nossa Justificativa:
A abordagem humanista valoriza a capacidade do indivíduo de alcançar seu potencial máximo, enfatizando o crescimento pessoal, a autorrealização e a autenticidade, por esse viés, Chiara está em processo de autoexploração, buscando compreender suas emoções e desafiando padrões de comportamentos cristalizados que limitam seu desenvolvimento emocional. Porém, mesmo apresentando características cristalizadoras, Chiara também demonstra sinais de abertura e disposição para uma mudança positiva, o que é encorajador do ponto de vista humanista, pois sugere um potencial de crescimento e desenvolvimento mais fluido e autêntico.
Ao longo dos episódios, é possível perceber alguns Mecanismos Neuróticos no comportamento de Chiara, como:
1. Mecanismo de Defesa de Deslocamento: quando ela desloca sua ansiedade e insegurança pessoal para a busca incessante por perfeição e validação externa, crendo que somente atingindo padrões elevados poderá se sentir aceita e valorizada.
2. Mecanismo de Defesa de Racionalização: quando Chiara recorre à racionalização, ou seja, justifica suas atitudes excessivas e autocríticas como algo necessário para alcançar seus objetivos, sem explorar as emoções subjacentes que a levam a agir dessa forma.
3. Mecanismo de Defesa de Repressão: quando reprimi emoções e pensamentos conflitantes, evitando lidar diretamente com suas inseguranças e medos, o que pode levar a um ciclo de ansiedade e autocrítica.
Chiara flutua sobre esses mecanismos de forma constante quando fala repetida e compulsivamente sobre si mesma e sua vida de forma exagerada, a fim de mascarar sua verdadeira vulnerabilidade, buscando validação constante dos outros. Isso pode ser observado na cena do 5º episódio onde ela monopoliza a sessão falando sobre sucesso profissional e atribuindo todas as suas dificuldades aos outros, sem assumir responsabilidade por suas próprias escolhas. Essa cena recorrente ilustra o padrão comportamental neurótico de Chiara. 
Também há casos esporádicos, como no episódio 3, onde ela demonstra comportamento obsessivo-compulsivo ao ficar constantemente rearrumando objetos no consultório do terapeuta, numa tentativa de controlar sua ansiedade latente.
Para a personagem em questão, algumas intervenções/técnicas poderiam ser utilizadas, como:
1. Abordagem Centrada no Cliente, já que Chiara expressa sentimentos de falta de controle e ansiedade, oferecendo um ambiente de escuta ativa e aceitação incondicional para que ela possa se sentir genuinamente compreendida.
2. Empatia Ativa durante as sessões, refletindo os sentimentos e pensamentos de Chiara, de forma que ela se sinta mais conectada e compreendida, promovendo uma exploração mais profunda de suas questões emocionais.
3. Utilizando técnicas de Questionamento Socrático, o terapeuta pode ajudá-la a explorar suas crenças e pensamentos automáticos relacionados à necessidade de controle, o que lhe permitirá ganhar maior compreensão de seus próprios padrões comportamentais.
4. Introduzir práticas de Mindfulness pode ajudar Chiara a desenvolver habilidades de autoconsciência e regulação emocional. O terapeuta poderá orientá-la em exercícios simples de mindfulness para lidar com momentos de ansiedade ou descontrole.
Essas intervenções são direcionadas para ajudar Chiara a lidar com suas demandas emocionais, falas ou expressões que refletem sua necessidade de controle e ansiedade latente. Ao aplicá-las o terapeuta pode ajudar Chiara a desenvolver estratégias mais saudáveis para lidar com suas emoções e melhorar sua qualidade de vida.
De acordo com a abordagem Humanista, alguns conceitos podem ser aplicados ao caso de Chiara. A saber:
Autenticidade:
Chiara está em busca de compreender a si mesma de forma mais autêntica, olhando para além das máscaras que tem usado para se proteger. A terapia oferece a oportunidade para que ela se reconecte com sua verdadeira essência e viva de acordo com seus valores e crenças verdadeiros.
Autorrealização:
O processo terapêutico de Chiara pode ser visto como uma jornada em direção à autorrealização, onde ela busca atingir seu potencial máximo como ser humano,desenvolvendo sua autoconsciência e autenticidade.
Crescimento Pessoal:
A disposição de Chiara para explorar novas perspectivas e desafiar padrões limitantes evidencia um desejo intrínseco de crescimento pessoal. A terapia oferece um ambiente seguro para que ela cresça, aprenda e se desenvolva emocionalmente.
Centramento no Cliente:
A abordagem humanista enfatiza o cliente como o foco central do processo terapêutico. Chiara é encorajada a se autorrefletir, estabelecer suas próprias metas e liderar seu próprio processo de crescimento, fortalecendo assim sua autonomia e autoestima.
Empatia e Aceitação Incondicional:
A empatia e aceitação incondicional do terapeuta são fundamentais no processo de Chiara, criando um espaço seguro e acolhedor onde ela se sinta livre para explorar suas emoções e vulnerabilidades sem julgamentos.
É importante frisar que a aplicação desses conceitos destaca a importância do respeito pela individualidade, do incentivo ao crescimento pessoal e do acolhimento das emoções como elementos essenciais para a promoção do bem-estar emocional e desenvolvimento da autenticidade do paciente.
À luz do DSM, podemos acrescentar que Chiara apresenta:
1. Transtorno de Ansiedade, pois demonstra sintomas consistentes, incluindo preocupações persistentes, sensação de apreensão constante e dificuldade em controlar seus pensamentos ansiosos;
2. Transtorno Depressivo, pois há sintomas como falta de motivação, desânimo, sentimentos de vazio e dificuldade em encontrar prazer nas atividades cotidianas;
3. Transtorno de Personalidade, observados na dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos saudáveis, bem como em lidar com suas próprias emoções de forma construtiva.
4. Transtorno do Controle dos Impulsos, já que em 
alguns momentos, Chiara exibe comportamentos impulsivos e autodestrutivos, sugerindo a possibilidade de um transtorno do controle dos impulsos que pode estar impactando sua qualidade de vida e bem-estar emocional.
Considerações Finais
Chiara apresenta complexidade emocional que indica um exame mais detalhado, além de uma avaliação mais precisa de possíveis diagnósticos e necessidades de intervenção terapêutica especializada.
Referências Bibliográficas 
MENDES, José. Um estudo das práticas dos conceitos de Maslow no gerenciamento para a melhoria contínua do setor de manutenção: Uma proposta de avaliação e controle da eficiência de processos industriais. Santos / SP, 2015.
Fróes, Henrique, & Viana, Terezinha de Camargo. (2013). As noções de inconsciente derivadas da teoria da defesa: primeiras elaborações freudianas. Tempo psicanalitico, 45(2), 267-285. Recuperado em 09 de maio de 2024, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382013000200003&lng=pt&tlng=pt.
Schelini, P. W.. (2006). Teoria das inteligências fluida e cristalizada: início e evolução. Estudos De Psicologia (natal), 11(3), 323–332. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2006000300010
Stenzel, Lucia Marques. (2022). A abordagem humanista no debate da psicoterapia baseada em evidências. Revista da Abordagem Gestáltica, 28(1), 70-82. https://dx.doi.org/10.18065/2022v28n1.7
Branco, Paulo Coelho Castelo, & Silva, Luísa Xavier de Brito. (2017). Psicologia humanista de Abraham Maslow: recepção e circulação no Brasil. Revista da Abordagem Gestáltica, 23(2), 189-199. Recuperado em 09 de maio de 2024, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672017000200007&lng=pt&tlng=pt.
Bezerra, Márcia Elena Soares, & Bezerra, Edson do nascimento. (2012). Aspectos humanistas, existenciais e fenomenológicos presentes na abordagem centrada na pessoa. Revista do NUFEN, 4(2), 21-36. Recuperado em 09 de maio de 2024, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912012000200004&lng=pt&tlng=pt.