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Desafios da bioética_ pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto

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Desafios da bioética: pesquisas com seres 
humanos, eutanásia e aborto
APRESENTAÇÃO
No contexto de todas as suas relações (social, política e jurídica), a vida é o bem mais valioso 
para o ser humano. Nesse cenário, a proteção da vida e da integridade física do ser humano, 
direitos considerados mais preciosos, a Bioética surge no âmbito da sociedade científica, como 
proposta de um espaço para se refletir sobre o desenvolvimento e o uso das tecnologias e seu 
impacto sobre a natureza e a vida humana.
Vale ressaltar, que o avanço da medicina rumo à determinação de novos tratamentos clínicos e 
cirúrgicos bem como de novos métodos de diagnósticos envolve a experimentação em seres 
humanos e, por isso, as questões relativas à vida e ao viver bem e dignamente têm sido tratadas 
pela legislação que rege a Bioética como um grande desafio.
No que tange a eutanásia e o aborto, o desafio é ainda mais delicado, pois o direito à vida digna 
trata-se de um direito resguardado na Constituição Federal de 1988, tornando urgentes a 
definição de quando a vida se inicia e a revisão sobre questões de direito à morte que envolvem 
os diferentes tipos de eutanásia.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá as fases e principais etapas da pesquisa 
envolvendo seres humanos, a complexidade do aborto e sua dificuldade em definir o início da 
vida e os tipos de eutanásia e as suas relações com a Bioética.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever as fases e principais etapas da pesquisa envolvendo seres humanos.•
Analisar o aborto frente à dificuldade de definir o início da vida conforme a política dos 
direitos humanos.
•
Identificar os tipos de eutanásia e as suas relações com a Bioética.•
DESAFIO
O termo eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como "boa morte" ou "morte 
apropriada". Segundo Platão e Aristóteles, a eutanásia ou o abandono do recém-nascido com 
deficiências físicas e mentais (visíveis a olho nu) já era praticada pelos gregos; espartanos 
jogavam os recém-nascidos com deficiências contra as rochas, acreditando estarem concedendo-
lhes uma morte rápida. Dessa forma, eutanásia e aborto, em caso de malformações do feto, 
tornam-se semelhantes: ambas exigem que se decida sobre conceder ou não o direito de "bem 
morrer".
Você, profissional da saúde, foi convocado a integrar a Comissão de Bioética para analisar uma 
situação protocolada pelo setor de Ginecologia do hospital. Uma paciente, 23 anos de idade, no 
quarto mês de gravidez, recebeu o diagnóstico de presença de feto anencefálico. Ao ser 
informada do fato, ela e seu marido solicitaram que fosse interrompida a gravidez, mas os 
membros do serviço de Ginecologia emitiram pareceres diferentes com relação à melhor 
conduta a ser tomada e, por isso, foi solicitada uma consultoria ao Comitê de Bioética, visto que, 
para que o aborto se realize nesse caso, é preciso ter, no mínimo, dois pareceres favoráveis ao 
aborto, e a paciente só possui um.
Durante a reunião do Comitê de Bioética, alguns profissionais defendem o direito da mãe em 
decidir sobre o seu corpo, defendendo também que, assim, ela será protegida de algum risco 
relacionado ao processo gravidez-parto e do dano emocional causado pela obrigatoriedade de 
manter uma gestação indesejada frente a um diagnóstico de sobrevida do bebê, na maioria dos 
casos, com estimativa de vida de poucas horas a até no máximo dois anos. Outros, baseados no 
princípio moral de defesa incondicional da vida contraindicam a realização do aborto, alegando, 
inclusive, a alternativa de prolongar a gestação para usá-lo como doador de órgãos 
imediatamente após o seu nascimento.
Diante das condições expostas, como membro da Comissão de Bioética, emita o seu parecer 
favorável ou contra o aborto, discorrendo sobre as seguintes questões:
1. É moralmente aceitável indicar o aborto nestas circunstâncias? Justifique.
2. É moralmente aceitável a alternativa de levar a gravidez adiante e eventualmente usar o 
recém-nascido após sua morte como doador de órgãos? Justifique.
INFOGRÁFICO
A Pesquisa Clínica é o estudo sistemático que segue métodos científicos aplicáveis aos seres 
humanos, denominados voluntários ou "sujeitos de pesquisa". Quando realizada com 
medicamentos, por exemplo, tem o objetivo de verificar efeitos, analisar a absorção, 
distribuição, metabolismo e excreção com a finalidade de estabelecer a eficácia e a segurança do 
produto.
Visto que a ética em pesquisa científica envolvendo seres humanos implica o respeito pela 
dignidade humana e a segurança dos participantes, é necessário respeitar suas fases de 
desenvolvimento, observando-se requisitos necessários, para que a pesquisa evolua de uma a 
outra.
Veja, no Infográfico a seguir, quais são essas fases e o que caracteriza cada uma delas.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Um dos princípios da Bioética é o da beneficência, que deve ser entendido como uma dupla 
obrigação: primeiramente, a de não causar danos; e, em segundo lugar, a de maximizar o 
número de possíveis benefícios e minimizar os prejuízos. No contexto dos profissionais da 
saúde, ele refere-se ao dever de agir no interesse do paciente, compreendendo o interesse como 
aquilo que é o adequado para a sua melhor condição física e psicológica.
Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Desafios da Bioética: pesquisas com seres 
humanos, eutanásia e aborto da obra Bioética e Biossegurança Aplicada, que serve como base 
teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
BIOÉTICA E 
BIOSSEGURANÇA 
APLICADA
Fernanda Stapenhorst
Érica Ballestreri
U N I D A D E 2
Desafios da bioética: 
pesquisas com seres 
humanos, eutanásia 
e aborto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste capítulo, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever as fases e principais etapas da pesquisa envolvendo seres 
humanos.
 � Analisar o aborto frente à dificuldade de definir o início da vida con-
forme a política dos direitos humanos.
 � Identificar os tipos de eutanásia e as suas relações com a Bioética.
Introdução
A vida é o bem mais valioso para o ser humano no contexto de todas as 
suas relações (social, política e jurídica). Sendo a proteção da vida e da 
integridade física do ser humano os direitos considerados mais preciosos, 
a bioética surge no âmbito da sociedade cientifica, como proposta de 
um espaço para se refletir sobre desenvolvimento e uso das tecnologias 
e seus impactos na natureza e na vida humana, preocupando-se com 
todo tipo de intervenção humana.
O avanço da medicina rumo à determinação de novos tratamentos 
clínicos e cirúrgicos e novos métodos de diagnóstico envolve a expe-
rimentação em seres humanos, o que torna necessária a avaliação dos 
projetos de pesquisa antes da sua fase de execução, afim de garantir 
integridade e dignidade aos participantes.
As questões relativas à vida e ao viver bem e dignamente têm sido 
tratadas pela bioética com grande desafio. No que tange a eutanásia e 
o aborto, o desafio é ainda mais delicado, pois o direito à vida digna é
um direito resguardado pela Constituição Federal de 1988 e com isso
precisamos definir quando a vida se inicia, bem como as questões de
direito a morte que envolvem os diferentes tipos de eutanásia.
Neste texto, você aprenderá conceitos e posicionamentos a respeito 
dos temas: pesquisa com seres humanos, aborto e eutanásia e suas re-
lações com a bioética.
Bioética
A bioética surge no âmbito da sociedade científica como proposta de um 
espaço para se refletir sobre o desenvolvimento e o uso das tecnologias, além 
do seu impacto sobre a natureza e a vida humana. A preocupação da bioética 
é com todo tipo de intervenção humana e um dos objetivos é apresentar os 
riscos das possíveis aplicações, oferecendo aos pesquisadores e à sociedade 
parâmetros para que eles possam julgar e se manifestar sobre a oportunidade 
do uso das tecnologias. 
No caso da pesquisa comseres humanos, a ênfase da bioética estará nos 
efeitos que o projeto desenhado pelo pesquisador terá sobre os participantes. 
A função prioritária da bioética em pesquisa é proteger o participante, um 
indivíduo que se submete voluntariamente a um risco.
Os três princípios referentes à bioética são os da autonomia, da benefi-
cência e da justiça. Todavia, a incidência de um quarto princípio, o da não 
maleficência, é reconhecida por muitos pesquisadores.
O principio da autonomia se reporta à capacidade de autoescolha, que é a 
possibilidade de alguém tomar suas próprias decisões. As pessoas devem ser 
reconhecidas como entes capazes de tomar suas próprias decisões, devendo 
ser prévia e devidamente informadas a respeito dos procedimentos, seus riscos 
e suas consequências. 
O princípio da beneficência deve ser entendido como uma dupla obrigação: 
primeiramente, a de não causar danos; e, em segundo lugar, a de maximizar 
o número de possíveis benefícios e minimizar os prejuízos.
Já o princípio da justiça pode ser resumido no dever da imparcialidade
na distribuição dos riscos e dos benefícios inerentes à pesquisa, bem como 
no tratamento igualitário. 
Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto2
O princípio da não maleficência é o mais controverso de todos e muitos 
autores o incluem no princípio da beneficência. Estes justificam essa posição 
por acharem que, ao evitar o dano intencional, o indivíduo já está, na realidade, 
visando ao bem do outro.
A bioética não possui novos princípios básicos fundamentais. Ela trata da 
ética já conhecida e estudada ao longo da história da filosofia, porém aplicada 
a uma série de situações novas, que são causadas pelo progresso das ciências 
biomédicas.
Pesquisa envolvendo seres humanos
Sem dúvida, a experimentação com seres humanos é uma das razões de gran-
des discussões na bioética se baseia no dilema entre o respeito à dignidade 
humana e a necessidade de experimentação imposta pelo desenvolvimento 
tecnocientífico, que representa benefício para a humanidade. 
No século XVI, Galileu defendeu que a verdade sobre os fenômenos na-
turais não deveria ser simplesmente aceita, mas, sim, deveria passar por 
experimentação sistemática e observação crítica. A partir daí, surgiu o método 
científico e desde então o número de pessoas que se dedica à pesquisa e à 
ciência vem aumentando consideravelmente. Tornou necessário, então, serem 
criadas maneiras de formalizar e legalizar os procedimentos que poderiam 
ser utilizados e as atitudes que deveriam ser tomadas para que fosse viável e 
seguro lidar com seres humanos em pesquisas. Entre elas, estão os Comitês 
de Ética, a Declaração de Nuremberg, de 1947, a Declaração de Helsinque, 
publicada em 1964, a Resolução do Conselho Nacional de Saúde n. 196/96 e 
Resolução do Conselho Nacional de Saúde n. 466/12.
O Código de Nuremberg foi o primeiro documento específico envolvendo 
ética na pesquisa com seres humanos, em 1947, e surgiu em função das pes-
quisas médicas abusivas que eram praticadas nos campos de concentração 
durante a Segunda Guerra Mundial. Os médicos que praticavam experimentos 
negligentes eram levados a julgamento no Tribunal de Nuremberg, porém, 
os juízes não encontravam disposições éticas ou legais que pudessem servir 
de subsídios para condenar os médicos, então, a partir daí, foi elaborado um 
documento contendo 10 itens que passou a ser conhecido como o Código de 
Nuremberg. 
Entre os itens do código, podemos destacar o item I – “O consentimento 
voluntário do ser humano é absolutamente essencial para a inclusão na pes-
quisa” – e o item V – “Não deve ser conduzido nenhum experimento quando 
existirem razões para acreditar que pode ocorrer morte ou invalidez perma-
3Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto
nente, exceto, talvez, quando o próprio médico pesquisador se submeter ao 
experimento”. O código estabelece somente um paciente falante e que tenha 
autonomia para decidir o que é melhor para si participe e que a ele sejam 
apresentos pontos referentes a como deve ser conduzida a experimentação, 
aos direitos do investigado, a quem conduzirá a investigação e à segurança 
do investigador. 
Porém, mesmo com a elaboração do código, as práticas abusivas conti-
nuaram, por essa razão surgiu a Declaração de Helsinque, elaborada pela 
Associação Médica Mundial, em 1964, que, após passar por diversas revisões, 
a última em 2008, foi considerada um guia para os pesquisadores em todo o 
mundo. Essa declaração traz um conjunto de princípios éticos que orientam a 
pesquisa com seres humanos e é considerada o primeiro padrão internacional 
de pesquisa biomédica. 
O Brasil, até 1988, não dispunha de normas específicas. A orientação para 
as pesquisas envolvendo seres humanos se baseavam nos documentos inter-
nacionais. Assim, em 1987, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) iniciou uma 
análise sobre essa questão e no ano seguinte publicou a Resolução nº 01/88, 
que abrangia vigilância sanitária, biossegurança e ética (BRASIL, 1988a). 
Em 1996, essa resolução foi revista e então elaborada a Resolução n. 196/96, 
que então foi revogada pela Resolução 466/12, que estabelece as normas e 
diretrizes de pesquisa envolvendo seres humanos e aborda as questões que 
vão, desde o início do projeto de pesquisa até a operacionalização da pesquisa. 
Pela resolução, todo projeto de pesquisa em seres humanos que possa conter 
riscos, entendidos como possibilidade de danos à dimensão física, psíquica, 
moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano em qualquer 
fase da pesquisa e em qualquer área do conhecimento, deve ser aprovada 
antes do início de sua execução por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
Os CEPs devem ser multidisciplinares, ou seja, não mais da metade dos 
membros deve pertencer à mesma categoria profissional e é obrigatório ter um 
representante da comunidade. Esses representantes não serão remunerados. Os 
CEPs vão atuar analisando os projetos e os acompanhando, de modo a garantir 
e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários. Assim, o pesquisador, 
ao desenvolver uma pesquisa que envolve seres humanos, deverá enviar o 
protocolo de pesquisa ao CEP, contendo um conjunto de documentos com a 
finalidade de comprovar os procedimentos científicos e éticos empregados. 
O projeto de pesquisa deve ser submetido ao CEP da instituição em que a 
pesquisa será realizada. Caso a instituição não possua um CEP, o pesquisador 
deverá submeter o projeto à apreciação do CEP de outra instituição. Ao ser 
Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto4
aprovado um projeto, o CEP passa a ser co-responsável pelos aspectos éticos 
da pesquisa. 
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) é quem controla 
a atuação dos CEPs e os projetos de pesquisa de interesse à saúde pública e 
coletiva. Essa comissão é vinculada ao governo.
A resolução também exige o respeito à autonomia do ser humano, delegando 
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) como documento que 
envolve os aspectos éticos básicos da pesquisa, que são:
 � Esclarecer os indivíduos e proteger grupos vulneráveis e os legalmente 
incapazes (autonomia);
 � Ponderar entre riscos e benefícios (beneficência);
 � Comprometer-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e ris-
cos, garantindo que danos previsíveis serão evitados (não maleficência); 
 � Relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os 
sujeitos da pesquisa e a minimização do ônus para os sujeitos vulne-
ráveis (justiça). 
O TCLE visa à aceitação de um tratamento específico ou à experimenta-
ção, sabendo da sua natureza, das suas consequências e dos seus riscos, ele 
assegura todos os direitos e a autonomia dos sujeitos da pesquisa, inclusive o 
direito a indenizações, ressarcimentos, medicamentos, etc. O participante, após 
receber explicação completa sobre a natureza da pesquisa, os seus objetivos, 
os métodos, os benefícios previstose os potenciais riscos, tendo concordado 
com estes, deverá assinar e receber uma cópia do TCLE e tem o direito de 
desistir a qualquer momento. 
O TCLE deve ser redigido em linguagem clara e acessível, conter a jus-
tificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados na pesquisa 
e garantir o sigilo e a privacidade dos sujeitos quanto aos dados que possam 
identificá-los. Ele deverá ser elaborado pelo pesquisador responsável e apro-
vado pelo CEP.
A pesquisa envolvendo seres humanos deverá observar alguns aspectos, 
como: 
 � Ser adequada aos princípios científicos e estar fundamentada na ex-
perimentação prévia realizada em laboratórios, animais ou em outros 
fatos científicos;
 � Ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter 
não possa ser obtido por outro meio;
5Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto
 � Devem, os benefícios, sempre prevalecer aos riscos previstos;
 � Contar com o consentimento livre e esclarecido do sujeito da pesquisa;
 � Assegurar a confidencialidade, a privacidade e a proteção da imagem 
do pesquisado;
 � Respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos 
quando as pesquisas envolverem comunidades;
 � Comunicar às autoridades sanitárias os resultados da pesquisa sempre 
que necessário; 
 � Assegurar a inexistência de conflito de interesses entre o pesquisador 
e os sujeitos da pesquisa ou patrocinador do projeto.
Considera-se que toda pesquisa envolvendo seres humanos tem riscos. 
Levando isso em conta, esse tipo de pesquisa será admissível quando o risco 
se justifique pela importância do benefício esperado e que o benefício seja 
maior, ou no mínimo igual, a alternativas já estabelecidas para prevenção, 
diagnóstico e tratamento. Além disso, o pesquisador responsável deverá 
suspender a pesquisa imediatamente ao perceber algum risco ou dano não 
previsto no termo de consentimento. A responsabilidade de assistência inte-
gral às complicações e aos danos decorrentes dos riscos é do pesquisador, do 
patrocinador e da instituição. 
Eutanásia
A prática da eutanásia é um assunto delicado e que causa discordâncias entre 
os pontos de vista do direito e da saúde. Aqueles que são contrários se fun-
damentam nos princípios religiosos e os da dignidade da pessoa humana; já 
aqueles de opinião favorável a essa prática médica se baseiam no ponto de vista 
de que todos merecem uma morte digna, sem dor ou sofrimento, e apontam 
a vontade do enfermo como algo indiscutível e inviolável.
A palavra eutanásia é de origem grega e significa morte doce, morte calma, 
tendo sido empregada pela primeira vez por Francis Bacon, no século XVII. 
Segundo Platão e Aristóteles, a eutanásia já era praticada nos povos gregos. A 
prática da eutanásia ou o abandono do recém-nascido com deficiências físicas 
e mentais (visíveis a olho nu) já era praticada pelos espartanos, quando eles os 
jogavam contra as rochas, dando-lhes uma morte rápida. Hoje, o termo se refere 
ao ato de pôr fim à vida de um doente com o objetivo de cessar os sofrimentos 
intoleráveis e inúteis. Porém, muito ainda se discute sobre a legalização dessa 
prática, sendo a Holanda e logo em seguida a Bélgica os pioneiros a legalizá-la. 
Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto6
No entanto, mesmo a prática da eutanásia sendo legalmente reconhecida em 
alguns países, muitos cuidados são tomados para se garantir a legitimidade 
do pedido, entre eles:
 � O paciente deve reafirmar o pedido várias vezes, ser adulto e estar 
mentalmente competente;
 � É necessária a presença de dois médicos para garantir a legitimidade 
do sofrimento e da irreversibilidade do quadro;
 � O paciente deve apresentar dor e sofrimento intoleráveis, tanto do ponto 
de vista físico, quanto psíquico;
 � O médico que está acompanhando o caso deve ouvir a opinião de outro 
profissional que não o esteja atendendo.
No Brasil, a inviolabilidade do direito à vida é uma das garantias protegidas 
pela Constituição Federal de 1988. Sendo um dos mais importantes princípios, 
qualquer violação deve responder diretamente pelo direito penal, em que são 
oferecidas as regras para que seja regulada a sociedade.
Segundo o Artigo 5º da Constituição Federal Brasileira de 1988 (BRASIL, 
1988b):
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a in-
violabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos seguintes: O direito à vida está totalmente 
relacionado à garantia que cada indivíduo possui de viver dignamente, 
sem obrigar essas pessoas a penas e torturas, desumanas, tal como 
desnecessárias.
Dessa forma, o direito à vida, por séculos, tem sido considerado como o 
bem mais significante que alguém possa ter. No direito brasileiro, a eutanásia 
é vista como homicídio, portanto, ilícita e imputável, pois a morte termina a 
existência de uma pessoa e, com isso, cessam-se seus direitos.
Para as pessoas que advogam a legalização da eutanásia, os grandes medos 
que a justificam são:
 � Do sofrimento no momento de morrer: com sufocamento, muita dor e 
tubos por todo o corpo;
 � Da degeneração do corpo e de que os familiares o vejam assim;
 � Do abandono e da solidão na hora da morte;
7Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto
 � Do não respeito ao desejo de morrer;
 � Da dependência para as atividades cotidianas.
O debate sobre a legalização da eutanásia está cada vez mais presente. 
A discussão é trazida quando são cometidos abusos terapêuticos, como, por 
exemplo, manter a todo custo uma vida que está se finalizando. É sempre 
importante a escuta e a acolhida de alguém que quer encerrar sua vida com 
dignidade. Por outro lado, existe o temor de que a morte será apressada de 
modo muito fácil com os chamados excluídos: pobres, idosos, deficientes e 
psicóticos.
Existem dois elementos básicos na caracterização da eutanásia: a intenção 
do agente e o efeito da ação. A intenção de realizar a eutanásia gera uma ação 
(eutanásia ativa) e a omissão, isto é, a não realização de uma ação que teria 
indicação terapêutica naquela circunstância (eutanásia passiva). Do ponto de 
vista ético, ou seja, da justificativa da ação, não há diferença entre elas, pois 
ambas levam à morte.
Dessa forma a eutanásia ativa seria o ato deliberado de provocar a morte 
sem sofrimento do paciente, por fins humanitários, e eutanásia passiva seria 
quando a morte ocorre por omissão proposital em se iniciar uma ação médica 
que garantiria a perpetuação da sobrevida. 
Também há a eutanásia duplo efeito, nos casos em que a morte é acelerada 
como consequência de ações médicas, não visando ao êxito letal, mas, sim, 
ao alívio do sofrimento do paciente.
Há muita dificuldade de diferenciar a eutanásia do suicídio assistido. O que diferencia 
os dois conceitos é quem realiza o ato. No caso da eutanásia, o pedido é feito para 
que alguém execute a ação que vai levar à morte; no suicídio assistido, é o próprio 
paciente que realiza o ato, embora necessite de ajuda para realizá-lo, e com isso se 
difere do suicídio, quando essa ajuda não é solicitada.
A eutanásia pode ser voluntária, não voluntária e involuntária. É vo-
luntária quando há expresso e informado consentimento do paciente; não 
voluntária, quando se realiza sem o conhecimento da vontade do paciente, e 
involuntária, quando é realizada contra a vontade do paciente. Os casos mais 
Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto8
comuns da eutanásia não voluntária são os que envolvem pacientes incapazes 
e pacientes em estado vegetativo persistente.
No meio dessa polêmica sobre a abreviação ou o prolongamento do pro-
cesso de morrer, cabe uma questão importante: a definição do momento da 
morte. Atualmente, condição necessária e suficiente para se atestar a morte, 
já que define um ponto sem retorno no processo de morrer, no quala perda de 
integração do corpo é definitiva, é a morte encefálica. A morte encefálica é 
a ausência total das funções cerebrais, coma irreversível, apnéia e reflexos e, 
nesse caso, a Lei nº 9434, de 1997, em território nacional, permite a retirada 
de órgãos, tecidos e partes do corpo humano (BRASIL, 1997). O Parecer nº 
12/98 (1998 apud KOVÁCS, 2003) do Código de Ética Médica se refere à morte 
encefálica como o momento do óbito, e a família precisa ser avisada antes do 
desligamento dos aparelhos ou da não reanimação. 
Assim, a eutanásia traz à tona dois princípios que se chocam: por um lado, 
a autonomia do paciente que quer cuidar de seu próprio processo de morte 
e, por outro, a sacralidade da vida, postulada pelas principais religiões que 
consideram como transgressão a disposição sobre o próprio corpo.
Aborto
A questão do aborto vem sendo debatida ao longo do tempo e é sempre com-
plexa e polêmica, envolvendo aspectos de alta indagação e englobando campos 
distintos, como ética, medicina, direito religião e filosofia.
Os mais remotos apontamentos de que se tem referência sobre a prática de 
métodos abortivos foram ainda no século XXVIII antes de Cristo na China. 
Nos extremos da discussão sobre aborto, há aqueles que defendem o direito 
à vida a partir do momento da concepção, condenando qualquer tipo de exceção 
que permita a interrupção da gravidez de forma voluntária. No outro extremo, 
estão os que admitem a possibilidade de interrupção da gravidez por vontade 
da mulher em diversas situações.
A ideia de que a mulher deve ter assegurado o direito sobre o próprio 
corpo, entendido como extensão do corpo o feto e que, consequentemente, tem 
autonomia para interromper uma gravidez indesejada é um dos argumentos 
mais difundidos atualmente pelos grupos liberais. A existência de legislação 
punitiva ao aborto não diminui os índices da prática, apenas colabora para que 
as mulheres mais pobres recorram a métodos pouco seguros de abortamento, 
o que põe em risco a vida da gestante. 
9Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto
Na sua definição básica, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aborto 
é a morte embrionária ou fetal, seja ele induzido ou espontâneo, antes de completar 
20 semanas ou com peso fetal inferior a 500 g. 
Os tipos de aborto são: aborto espontâneo e provocado. A literatura médica 
classifica o aborto como espontâneo ocorre quando há morte na concepção 
por qualquer causa natural ou devido ao estímulo dos centros contráteis do 
útero. A maioria dos abortos espontâneos ocorre porque o feto não está se 
desenvolvendo normalmente. Em alguns casos, o estado de saúde da mãe pode 
levar ao aborto. Os exemplos incluem: diabetes não controlada, infecções, 
problemas hormonais, problemas no útero ou no colo do útero.
O aborto espontâneo ainda pode ser classificado em:
 � Aborto iminente – quando a mulher tem um leve sangramento seguido 
de dores nas costas e cólicas menstruais.
 � Aborto inevitável – quando há dilatação do útero para expulsão do feto 
ou embrião, seguido de fortes dores e perda de sangue.
Já o outro tipo de aborto é o provocado, que é aquele que leva a expulsão do 
concepto de maneira intencional, seja por ingestão de medicamentos ou pela 
introdução de objetos que facilitem a dilatação e o esvaziamento da cavidade 
uterina. Eles podem ser por aspiração, curetagem, químicos, envenenamento, 
etc.
A lei penal brasileira capitula o aborto como crime contra a vida, estando 
previsto nos Artigos 124º a 126º do Código Penal, exceto quando há risco de 
vida para a mãe ou quando a gravidez resulta de um estupro. Dessa forma, 
no nosso país, o procedimento, quando não ocasionado dentro dos critérios 
citados, é realizado clandestinamente, sem qualquer controle de higiene e, não 
raras vezes, por pessoal pouco qualificado, gerando graves complicações na 
saúde da praticante.
A classificação jurídica do aborto legal inclui os tipos de aborto que não 
constituem crime:
Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto10
 � Aborto terapêutico, provocado para evitar perigo fatal à vida da ges-
tante. Tem que haver risco de vida, não havendo meio de salvá-la, e 
não apenas dano à saúde ou higidez da mulher
 � O aborto sentimental ou moral é aquele cuja gravidez é resultante 
de estupro.
 � O aborto eugênico é aquele praticado em função de malformação ou de 
comprometimento fetal e que seja incompatível com a vida. É o caso da 
anencefalia, que é uma anomalia que torna incompatível a vida do feto 
destituído de encéfalo, dependente apenas da permanência no ventre 
materno. Na forma da lei, a vida é considerada cessada tão logo ocorra 
a morte cerebral (Lei nº 9.434/97 – Lei dos Transplantes de Órgãos), 
então, não havendo atividade cerebral, não há vida. (BRASIL, 1997).
Mas quando realmente começa a vida humana? Será que o embrião resul-
tante da fusão dos gametas é apenas uma simples célula com particularidades 
específicas ou já é um ser humano?
Para a maioria das religiões, a vida começa com a fecundação. Segundo o 
Papa João Paulo II, “o respeito pela vida humana se impõe desde o momento 
em que começou o processo da concepção, isto é, o ser humano deve ser 
respeitado como pessoa desde o primeiro instante da sua existência”. 
Para alguns cientistas, a vida começa na fixação do embrião no útero 
após a nidação. Outros cientistas defendem que a vida começa quando há a 
formação do sistema nervoso, uma vez que a morte cerebral marca o fim da 
vida. E, por outro lado, para vários juristas, a vida começa imediatamente 
após o parto, quando o bebê passa a ter direitos garantidos pela Constituição.
Na discussão bioética do aborto, há de um lado os defensores da autonomia 
do indivíduo e por conseguinte a autonomia da vida reprodutiva, e, de outro 
lado, os defensores da heteronomia da vida, do sentido filosófico da existência 
e da visão sagrada e intocável da vida. É uma questão recheada de influências 
socioculturais e morais de cada sociedade e do tempo histórico, que se mostra 
com um desafio para os pesquisadores do assunto.
11Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto
1. A criação de diretrizes para as 
práticas em pesquisa científica 
com seres humanos tem por 
objetivo criar um padrão ético entre 
pesquisadores e instituições do 
país. Em relação a essas exigências e 
diretrizes, qual a alternativa correta?
a) A responsabilidade de assistência 
integral às complicações e danos 
decorrentes dos riscos é do 
Comitê de Ética em Pesquisa.
b) Os projetos de pesquisa devem 
ser submetidos à avaliação 
de um Comitê de Ética em 
Pesquisa que, uma vez aprovado, 
torna-se corresponsável 
nos cuidados éticos com os 
participantes do estudo.
c) De acordo com o Conselho 
Nacional de Saúde, o termo de 
consentimento livre e esclarecido 
deverá ser elaborado pelo 
Comitê de Ética em Pesquisa.
d) Nas pesquisas científicas 
envolvendo seres humanos é 
indicado o uso de um Termo 
de Consentimento Livre e 
Esclarecido a ser assinado 
somente pelo pesquisador e 
entregue ao sujeito da pesquisa 
com o objetivo de comprovar 
sua participação na pesquisa.
e) O Código de Nuremberg 
elaborado pela Associação 
Médica Mundial em 1964 
é considerado o 1º padrão 
internacional da pesquisa 
biomédica que orienta a 
pesquisa com seres humanos.
2. A palavra eutanásia tem origem 
grega e significa “morte sem dor” ou 
“boa morte”. Quando a prática tem 
por objetivo reduzir o sofrimento e 
o tempo de vida de um paciente, 
através de acompanhamento 
médico, quando a morte é 
acelerada como consequência 
de ações médicas não visando ao 
êxito letal, mas sim ao alívio do 
sofrimento do paciente estamos 
falando da eutanásia de qual tipo?
a) Eutanásia não voluntária.
b) Eutanásia involuntária.
c) Eutanásia ativa.
d) Eutanásia passiva.
e) Eutanásia de duplo efeito.
3. Um ginecologista realizou o 
procedimento de curetagem em 
uma amiga, para interromper a 
gravidez a pedido dela, causando 
aexpulsão do embrião. Qual 
o tipo de aborto praticado?
a) Aborto eugênico.
b) Aborto sentimental.
c) Aborto iminente.
d) Aborto provocado.
e) Aborto inevitável.
4. Considerando os aspectos 
ético-legais envolvidos na 
pesquisa científica, assinale 
a alternativa correta:
a) Uma vez aceitada a participação 
na pesquisa, os participantes não 
terão o direito de abandoná-la.
b) O princípio ético da justiça 
estabelece que um participante 
voluntário da pesquisa 
pode assumir riscos em 
favor do bem coletivo.
Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto12
c) O pesquisador deve esclarecer 
os indivíduos e proteger 
grupos vulneráveis e os 
legalmente incapazes – Princípio 
da não maleficência.
d) O princípio ético da autonomia 
preceitua liberdade individual 
para os participantes 
determinarem suas decisões, 
tomadas conforme os valores 
e as convicções pessoais.
e) A distribuição dos riscos e 
benefícios inerentes à pesquisa, 
bem como no tratamento 
igualitário aos iguais diz respeito 
ao princípio da beneficência.
5. Uma grávida recebe recomendação 
médica para ficar de repouso, 
caso contrário, poderia sofrer 
um aborto. No entanto, ela não 
consegue liberação no trabalho e 
acaba indo trabalhar. Em dois dias 
ela sofre o aborto. Em relação à sua 
culpabilidade, a mulher, em tese:
a) Não praticou crime algum.
b) Praticou o crime de 
aborto doloso.
c) Praticou o crime de 
aborto culposo.
d) Praticou o crime pela 
aceleração do parto.
e) Praticou o crime de 
desobediência.
13Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Bra-
sília, DF, 1988b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 26 set. 2017.
BRASIL. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília, DF, 2012. Disponível em: 
<http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/reso466.pdf> Acesso em 17/02/2019.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 001, de 1988. Brasília, DF, 1988a. 
BRASIL. Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, te-
cidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras 
providências. Brasília, DF, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L9434.htm>. Acesso em: 26 set. 2017.
BRASIL. Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996. Brasília, DF, 1996. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/1996/res0196_10_10_1996.html>. 
Acesso em: 26 set. 2017.
KOVÁCS, M. J. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicologia USP, São Paulo, v. 
14, n. 2, p. 115-167, 2003.
Leituras recomendadas
ÁVILA, L. A. S. Aborto: debate social e aspectos jurídicos. In: ENCONTRO DE INICIAÇÃO 
CIENTÍFICA, 2015, Toledo. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://intertemas.unito-
ledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/4836/4589>. Acesso em: 26 set. 2017.
GUILHEM, D. OLIVEIRA, M. L. C.; CARNEIRO, M. H. S. Bioética, pesquisa envolvendo seres 
humanos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, DF, v. 13, n. 1, p. 117-123, 2005.
MORAES, J. D.; RIBEIRO, D. C. Direito à morte (eutanásia) na Constituição Federal: 
uma visão semiótico-bioética. REPATS, Brasília, DF, v. 3, n. 1, p. 323-345, jan./jun. 2016.
OLIVEIRA, P. H.; ANJOS FILHO, R. N. Bioética e pesquisas em seres humanos. Revista da Fa-
culdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 101, p. 1187-1227, jan./dez. 2006. 
POLIPPO, M. A política dos direitos humanos iluminados pela ética e aborto. Revista 
Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 3, n. 2, p. 1-26, 2008.
SILVA, T. A. G. F. Aspectos relevantes da eutanásia. In: ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIEN-
TÍFICA, 2015, Toledo. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://intertemas.toledopru-
dente.edu.br/revista/index.php/ETIC/article/view/5529/5256>. Acesso em: 26 set. 2017.
SILVA, I. C. M. et al. Bioética, Eutanásia e Dignidade Humana. In: SALÃO DE INICIAÇÃO 
CIENTÍFICA, 9., 2008, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.
pucrs.br/research/salao/2008-IXSalaoIC/index_files/main_files/trabalhos_sic/cien-
cias_sociais_aplicadas/direito/62186.pdf>. Acesso em: 26 set. 2017.
SOUZA, L. D. et al. Direito à vida: aborto de feto anencéfalo e eutanásia. Id on Line 
Revista Multidisciplinar e de Psicologia, Jaboatão dos Guararapes, PE, v. 10, n. 31, p. 
126-152, set./out. 2016.
Desafios da bioética: pesquisas com seres humanos, eutanásia e aborto14
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
O aborto, apesar de ser tema de debate recorrente no que diz respeito à políticas públicas, ainda 
segue sendo compreendido por uma grande parcela da sociedade apenas como a interrupção da 
vida, fazendo com que toda a complexidade envolvida acabe sendo deixada de lado, 
contribuindo para que ele se configure muito mais como um tema moral controverso do que de 
saúde pública.
Acompanhe, no vídeo seguinte, uma reflexão sobre o tema, conhecendo o que prevê a legislação 
brasileira em caso de aborto.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) A criação de diretrizes para as práticas em pesquisa científica com seres humanos 
tem por objetivo criar um padrão ético entre pesquisadores e instituições do país. Em 
relação a essas exigências e diretrizes, qual a alternativa correta? 
A) A responsabilidade de assistência integral às complicações e danos decorrentes dos riscos 
é do Comitê de Ética em Pesquisa.
B) Os projetos de pesquisa devem ser submetidos à avaliação de um Comitê de Ética em 
Pesquisa que, uma vez aprovado, torna-se corresponsável nos cuidados éticos com os 
participantes do estudo.
C) De acordo com o Conselho Nacional de Saúde, o termo de consentimento livre e 
esclarecido deverá ser elaborado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Nas pesquisas científicas envolvendo seres humanos, é indicado o uso de um Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido a ser assinado somente pelo pesquisador e entregue ao 
D) 
sujeito da pesquisa com o objetivo de comprovar sua participação na pesquisa.
E) O Código de Nuremberg, elaborado pela Associação Médica Mundial em 1964, é 
considerado o 1o padrão internacional da pesquisa biomédica que orienta a pesquisa com 
seres humanos.
2) A palavra eutanásia tem origem grega e significa "morte sem dor" ou "boa morte". 
Quando a prática tem por objetivo reduzir o sofrimento e o tempo de vida de um 
paciente, através de acompanhamento médico, quando a morte é acelerada como 
consequência de ações médicas não visando ao êxito letal, mas sim ao alívio do 
sofrimento do paciente estamos falando da eutanásia de qual tipo? 
A) Eutanásia não-voluntária.
B) Eutanásia involuntária.
C) Eutanásia ativa.
D) Eutanásia passiva.
E) Eutanásia de duplo efeito.
3) Um ginecologista realizou o procedimento de curetagem em uma amiga, para 
interromper a gravidez a pedido dela, causando a expulsão do embrião. Qual o tipo 
de aborto praticado? 
A) Aborto eugênico.
B) Aborto sentimental.
C) Aborto iminente.
D) Aborto provocado.
E) Aborto inevitável.
4) Considerando os aspectos ético-legais envolvidos na pesquisa científica, assinale a 
alternativa correta: 
A) Uma vez aceitada a participação na pesquisa, os participantes não terão o direito de 
abandoná-la.
B) O princípio ético da justiça estabelece que um participante voluntário da pesquisa pode 
assumir riscos em favor do bem coletivo.
C) O pesquisador deve esclarecer os indivíduos e proteger grupos vulneráveis e os legalmente 
incapazes – Princípio da Não Maleficência.
D) O princípio ético da autonomia preceitua liberdade individual para os participantes 
determinarem suas decisões, estas tomadas conforme os valores e as convicções pessoais.
E) A distribuição dos riscos e benefícios inerentes à pesquisa, bemcomo no tratamento 
igualitário aos iguais, diz respeito ao princípio da beneficência.
5) Uma grávida recebe recomendação médica para ficar de repouso, caso contrário, 
poderia sofrer um aborto. No entanto, ela não consegue liberação no trabalho e acaba 
indo trabalhar. Em dois dias, ela sofre o aborto. Em relação à sua culpabilidade, a 
mulher em tese: 
A) Não praticou crime algum.
B) Praticou o crime de aborto doloso.
C) Praticou o crime de aborto culposo.
D) Praticou o crime pela aceleração do parto.
E) Praticou o crime de desobediência.
NA PRÁTICA
Não há ainda um consenso internacional quando o assunto é a eutanásia. Desde 1934, por 
exemplo, o Uruguai tolera a morte assistida, permitindo que a Justiça não penalize quem comete 
o homicídio piedoso. Apesar disso, a prática não é legalizada. A Colômbia, desde 1997, segue a 
mesma lógica. No Brasil, no entanto, a eutanásia é ilegal e considerada antiética pelo código de 
medicina.
A Europa é o continente onde mais países permitem o suicídio assistido. Na Bélgica – onde a 
prática é legalizada desde 2002 – é permitida inclusive a eutanásia de crianças desde que o 
paciente compreenda o "lado irreversível da morte" – o que é julgado por uma equipe de 
médicos e psicólogos – desde que ambos os pais deem seu consentimento. Na Holanda, menores 
também podem optar pela morte, mas é preciso ter a idade mínima de 12 anos. Além dos dois, 
Suíça, Alemanha, Áustria e Luxemburgo também legalizaram a eutanásia. Nos Estados Unidos, 
atualmente, cinco Estados autorizam a prática: Oregon, Washigton, Vermont, Montana, Texas.
O debate público é um meio importante para levar os países à legalização ou descriminalização 
da prática. Frequentemente, aparecem na mídia casos que comovem uma nação inteira, 
permitindo que o tema seja amplamente debatido e o que pensa-se sobre a vida e a dignidade 
humana, repensado.
Um exemplo recente é o caso de Vincent Humbert, um jovem bombeiro que comoveu a França, 
mobilizando todos que lutam pelo direito à eutanásia. Acompanhe o caso, clicando na imagem a 
seguir.
 
Com o caso de Vincent, o debate acentuou-se tanto na França que, hoje, a eutanásia assistida já 
não é mais criminalizada, além de também já ser permitido a sedação terminal – direito dos 
pacientes em fase terminal ou com uma doença grave e incurável a uma sedação profunda e 
prolongada até a morte, com a suspensão concomitante de todo tipo de tratamento que vise 
prolongar a vida de forma artificial.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Pesquisa com Seres Humanos
Veja neste vídeo, uma reportagem onde o apresentador Paulo Bellardi conversa sobre o tema, 
suas implicações e a ética aplicada a esse tipo de estudo.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Eutanásia
Acompanhe por meio da leitura deste artigo, uma discussão à luz do direito, da ética e da 
religião, acerca das circunstâncias dos pacientes terminais, com expectativa de morrer e de que 
forma o Ordenamento Jurídico Brasileiro trata essas práticas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O Brasil deve descriminalizar o aborto?
Veja, com a leitura desta matéria, diferentes visões sobre um tema ainda tão controverso como o 
aborto, refletindo se o Estado deve ou não limitar o direito da mulher de interromper uma 
gestação.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Resolução n.º466, de 12 de Dezembro 2012
Neste link você terá acessoa Resolução que aprova diretrizes e normas regulamentadoras de 
pesquisas envolvendo seres humanos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Resolução n.º510, de 07 de abril de 2016
Esta Resolução dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais 
cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os 
participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os 
existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Entenda o que é Eutanásia, Ortotanásia e Distanásia
Neste artigo você verá qual a diferença destes termos que definem formas de abordagem médica 
em relação à morte do paciente.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Distanásia - Revista Bioética - CFM
Este artigo procura refletir sobre uma questão contemporânea sempre mais polêmica, qual seja, 
a distanásia (obstinação terapêutica). Iniciamos definindo o que se entende por distanásia, 
analisando a combinação tecnociência e medicina.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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