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UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 193 - Ética, Bioética e Saúde Pública Os fundamentos da ética em pesquisa Acontecimentos históricos → 1900 – 1930 - Prússia (1900): Regulamentação explícita quanto à necessidade do consentimento dos indivíduos envolvidos na pesquisa. - Neste período as pesquisas eram de iniciativa dos investigadores, sendo dirigidas às pessoas que apresentavam a enfermidade que estava sendo estudada. → Pós-guerra - Código de Nuremberg (1947): considerou a questão do consentimento informado e voluntário. Esse código define que o consentimento voluntário do ser humano é essencial, e apenas pode ser dado por pessoas legalmente capazes para isso. O livre direito de escolha desses cidadãos deve ser exercido sem nenhuma forma de coerção ou mentira. Além disso, deve ser explicado para a pessoa a natureza, a duração e o propósito do experimento, além dos métodos utilizados, os riscos esperados e os efeitos sobre a saúde do participante. Tudo isso deve ser explicitado antes de o indivíduo decidir participar da pesquisa. Por fim, o dever e a responsabilidade de garantir a qualidade do consentimento repousam sobre o pesquisador que inicia ou dirige um experimento ou se compromete nele. São deveres e responsabilidades pessoais que não podem ser delegados a outrem impunemente. - Declaração de Helsinque (1964): e suas versões posteriores de 1975, 1983, 1989, 1996, 2000 e 2008, elaborada pela Associação Médica Mundial. Neste documento é acolhida a ideia do código de Nuremberg, onde se torna fundamental o consentimento informado. Conforme o mesmo autor, o grande marco de Helsinque é, em 1975, com a sua revisão, onde fica clara a necessidade da criação de comitês de ética em pesquisa, e na objeção de não se publicar trabalhos com providências antiéticas. - Relatório Belmont (1978): definição dos três princípios das pesquisas, posteriormente 4. • Respeito à dignidade e à autonomia das pessoas; • Beneficência; • Justiça; • Não-maleficência. A bioética em pesquisas no Brasil → Resolução 01/1988 CNS - Nas pesquisas envolvendo seres humanos deve prevalecer o critério de respeito à sua dignidade e à proteção de seus direitos e bem-estar. → Resoluções 196/96 - Pesquisa envolvendo seres humanos (PESH): pesquisa que, individual ou coletivamente, envolva o ser humano, de forma direta ou indireta, em sua totalidade ou partes dele, incluindo o manejo de informações ou materiais. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 193 - Ética, Bioética e Saúde Pública - Deve ser apresentado ao CEP e/ou CONEP para apreciação (item III.2): todo procedimento de qualquer natureza, envolvendo o ser humano, cuja aceitação não esteja ainda consagrada na literatura científica, será considerado como pesquisa e, portanto, deverá obedecer às diretrizes da presente resolução. - As PESH devem atender a exigências éticas e cientificas fundamentais: • garantir o respeito à autonomia do pesquisado, respeitando-o em sua dignidade e defendendo- o em seu desamparo; • ponderar sempre os riscos e os benefícios, tanto atuais quanto potenciais, individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e com o mínimo de danos e riscos; • afiançar que danos previsíveis serão evitados; • garantir que a pesquisa tenha relevância social, com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos desamparados. - Criação do sistema CEP/CONEP: a CONEP funciona como uma instância final de recursos, elaborando e revendo normas sobre ética em pesquisa, aprovando protocolos de pesquisas de áreas temáticas especiais, constituindo um sistema de informação e acompanhamento dos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos. → Resolução 466/12: revogou a resolução 196/6 - Resolução 510/16: complementou a resolução 466/12 em alguns aspectos de pesquisa em ciências sociais. - Resolução 580/18: complementou a resolução 466/12 também. → Plataforma Brasil: ambiente de acompanhamento das pesquisas, envio de projetos e etc. → Resoluções do CFM - Art. 1°: É vedado ao médico vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas envolvendo seres humanos, que utilizem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada. → Código de Ética Médica – 2020 - XXIII: Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico não agirá com isenção, independência, veracidade e honestidade, com vista ao maior benefício para os pacientes e para a sociedade. - XXIV: Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa. - É vedado ao médico: • Art. 99. Participar de qualquer tipo de experiencia envolvendo seres humanos com fins bélicos, políticos, étnicos, eugênicos ou outros que atentem contra a dignidade humana. • Art. 100. Deixar de obter aprovação de protocolo para realização de pesquisa em seres humanos, de acordo com a legislação vigente. → Carta Circular 1/2021 - Trata de orientações para procedimentos em pesquisas com qualquer etapa em ambiente virtual.
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