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Projeto Atividade física como fator de intervenção no processo de ansiedade e depressão em idosos

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Atividade física como fator de intervenção no processo de 
ansiedade e depressão em idosos
Caio Alexandre da Costa Ernesto1
Jhonatan de Castro Silva1
Milena Barros das Neves1
Rita de Cássia Andrade da Fonseca2
RESUMO
A literatura apoia os benefícios do exercício para pessoas com transtornos de ansiedade e depressão; no entanto, há controvérsias sobre esses benefícios para idosos deprimidos.
O objetivo deste artigo é determinar o efeito de diferentes tipos de exercícios na depressão e ansiedade em idosos por meio de uma revisão sistemática de ensaios clínicos. Fontes de dados: PubMed-MEDLINE (2011 a 2021); LILACS (2011 a 2021) e SCIELO (2011 a 2021); pesquisa manual em outras fontes.
Métodos: ensaios clínicos foram incluídos com pessoas com idade > 60 anos com diagnóstico de depressão e ansiedade, sem restrição por ano de publicação, idioma e sexo, com intervenções de exercícios estruturadas e controladas com os cuidados habituais (medicamentos, psicoterapia, terapia de eletrochoque), placebo ou sem intervenção. Foram realizados a busca, onde aplicou-se os critérios de inclusão e exclusão, avaliação da qualidade metodológica e extração dos dados independentemente; as discrepâncias foram resolvidas por consenso entre os acadêmicos. O desfecho primário foi a pontuação dos sintomas depressivos e de ansiedade.
Resultados: onze estudos foram identificados (n=7.195). Em geral, o exercício físico produz melhora da depressão e ansiedade em idosos, com mais evidências em curto prazo (3 meses) e com trabalho de força de alta intensidade.
Conclusões: o exercício é benéfico para idosos com depressão e ansiedade; No entanto, os estudos que o apoiam são de baixa qualidade metodológica e heterogêneos, o que torna necessária a realização de ensaios clínicos que esclareçam a magnitude do efeito e as doses em que é benéfico.
PALAVRAS-CHAVE: Atividades físicas; Depressão; Ansiedade; Idoso.
ABSTRACT
The literature supports the benefits of exercise for people with anxiety and depression disorders; however, there is controversy about these benefits for depressed older adults.
1Acadêmicos do 8º Período do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira
2Professora orientadora do 8° Período do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira.
The aim of this article is to determine the effect of different types of exercise on depression and anxiety in the elderly through a systematic review of clinical trials. Data sources: PubMed-MEDLINE (2011 to 2021); LILACS (2011 to 2021) and SCIELO (2011 to 2021); manual search in other sources.
Methods: clinical trials were included with people aged > 60 years with a diagnosis of depression and anxiety, without restriction by year of publication, language and gender, with structured and controlled exercise interventions with usual care (drugs, psychotherapy, electroshock therapy ), placebo or no intervention. The search was carried out, where the inclusion and exclusion criteria, assessment of methodological quality and data extraction were applied independently; discrepancies were resolved by consensus among academics. The primary outcome was the depressive and anxiety symptoms score.
Results: eleven studies were identified (n=7,195). In general, physical exercise improves depression and anxiety in the elderly, with more evidence in the short term (3 months) and with high intensity strength work.
Conclusions: exercise is beneficial for elderly people with depression and anxiety; However, the studies that support it are of low methodological quality and heterogeneous, which makes it necessary to carry out clinical trials that clarify the magnitude of the effect and the doses at which it is beneficial.
KEYWORDS: Physical activities; Depression; Anxiety; Old man.
1 – INTRODUÇÃO
Os transtornos mentais têm alta prevalência na população em geral, destacando-se a depressão e a ansiedade como uma das mais importantes, pois estima-se que afete cerca de 10% da população e 2% dos idosos; até 40% das pessoas relatam sintomas depressivos em algum momento da vida. A depressão e a ansiedade estão associadas a alta morbidade, elevados custos e consequências socioeconômicas, tanto nas pessoas que sofrem como em suas famílias. É mais comum em pessoas com doenças crônicas (obesidade, asma, doenças cardiovasculares, câncer, etc.), comportamentos não saudáveis ​​(baixo nível de atividade física, tabagismo e consumo de álcool). Segundo PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2015, uma prevalência de depressão e ansiedade de 1,8% ao ano e 25,2% em algum momento da vida foi identificada em pessoas com mais de 60 anos de idade. Por outro lado, a Pesquisa Nacional de Saúde, realizado no ano de 2020, a prevalência de transtornos mentais em algum momento da vida era de 40%; afetam transtornos (depressão, ansiedade, mania e distimia), 13,9% ideação suicida, 12,3% das pessoas de 60 a 75 anos; neste estudo, não foi avaliada a prevalência de transtornos mentais em pessoas com menos de 65 anos (CARDOSO, 2012).
Com o processo de envelhecimento, a qualidade de vida (QV) da população idosa pode diminuir gradativamente. A QV pode ser conceituada como o conjunto harmonioso de satisfações que os indivíduos obtêm no dia a dia, que considera os aspectos físicos, psicológicos e sociais da vida (ALMEIDA; MOURÃO; COELHO, 2018). Boa QV para o idoso pode ser definida como sentir-se melhor, realizar adequadamente as atividades básicas de vida diária e viver de forma independente. Portanto, a QV passa a ser alvo de programas voltados para a assistência ao idoso (BENTO; SOUSA, 2017).
Atualmente, observa-se um aumento da incidência de distúrbios psicológicos em idosos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente um em cada 10 idosos pode sofrer de depressão (FORLENZA, 2007). A depressão é a segunda causa mais comum de deficiência física e psicossocial na população em geral, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares (CAMARANO, 2019). É um transtorno mental frequentemente associado ao aumento do sofrimento psicológico em idosos. Alguns sintomas depressivos podem aparecer em idosos devido ao uso de vários medicamentos ou após outros transtornos psiquiátricos, com o transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno do pânico (FORLENZA, 2007).
A depressão e a ansiedade é uma doença comum entre os idosos; muitos deles sofrem de múltiplas doenças que os obrigam a consumir grande quantidade de medicamentos, o que os torna mais propensos a não aderir aos tratamentos farmacológicos. Além disso, cerca de 20% dos idosos não respondem adequadamente aos medicamentos formulados, o que torna importante a busca por outras terapias que possam contribuir para a melhoria da saúde geral e mental dessas pessoas (CAMARANO, 2019).
A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requer gasto de energia superiores aos níveis de descanso, como caminhar, dançar, jardinar, subir escadas, entre outras atividades. O exercício físico, por sua vez, é definido como movimentos corporais planejados, estruturados e repetitivos (prescritos por profissionais ou não) realizados para melhorar ou manter um ou mais componentes da aptidão física (VERAS; OLIVEIRA, 2018). Portanto, as atividades físicas - realizadas pelos idosos em casa ou em academias - contribuem para um estilo de vida mais ativo.
Por outro lado, sabe-se que o sedentarismo pode causar alterações fisiológicas, pois reduz a capacidade aeróbia máxima, a força muscular, as respostas motoras e a capacidade funcional geral. O sedentarismo também leva à diminuição da capacidade de realizar atividades, interferindo na qualidade de vida dos idosos. Portanto, o processo de envelhecimento associado ao sedentarismo favorece a dependênciamental, social e física (VERAS, R. P., & OLIVEIRA, 2018).
As intervenções reabilitadoras devem ser programadas de forma a atender às necessidades de cada indivíduo. Por esse motivo, a prática regular de atividade física deve ser um hábito comum, a fim de quebrar o círculo vicioso do sedentarismo, doenças e incapacidade. Além disso, a prática de exercícios físicos pode contribuir para uma maior participação social, resultando em benefícios biopsicofísicos e, consequentemente, melhorando a QV dos idosos (NASCIMENTO; LAGO; ALMEIDA; GUSMÃO; DUARTE; REIS, 2018).
Nesse contexto, avaliar a QV, a ansiedade, a depressão e os níveis de atividade física (NAF) parece especialmente importante em idosos, uma vez que esses aspectos podem acelerar ou retardar os sintomas associados à prevalência de doenças crônico-degenerativas No entanto, poucos dados foram publicados na literatura sobre NAF entre idosos da cidade de Campos dos Goytacazes – RJ, seja para subsidiar comparações nacionais e internacionais, seja para sugerir indicadores para possíveis intervenções em saúde pública.
Existem estudos que sustentam os benefícios da prática de exercícios físicos em pessoas com transtornos depressivos, em sua maioria realizados com atividades aeróbicas, existem até metanálises que relatam como dificuldade a falta de homogeneidade dos estudos, ocasionada pelos diversos desenhos epidemiológicos, diferenças nos critérios diagnósticos para depressão e ansiedade, o uso de vários protocolos de exercícios e usam diferentes formas de avaliar o resultado. Uma revisão sistemática de 2018 sobre os benefícios do exercício em idosos com depressão e ansiedade, que avaliou estudos publicados até maio de 2017, concluiu que há poucas e conflitantes evidências dos benefícios do exercício em sintomas depressivos e de ansiedade em idosos (BENTO; SOUSA, 2017).
Entretanto, é sabido que o exercício físico pode ser usado no sentido de retardar e, até mesmo, atenuar o processo de declínio das funções orgânicas que são observadas com o envelhecimento, pois promove melhoras na capacidade respiratória, na reserva cardíaca, no tempo de reação, na força muscular, na memória recente, na cognição e nas habilidades sociais. Vale salientar que os exercícios físicos devem ser executados de forma preventiva, ou seja, antes de a doença apresentar suas manifestações clínicas. As intervenções reabilitadoras devem ser programadas de modo a atender às necessidades de cada indivíduo e, dessa forma, a atividade física deve ser mantida regularmente durante toda a vida para que o indivíduo possa gozar de melhorias na qualidade de vida e aumento na longevidade (MARQUEZ FILHO, 2015).
Além disso, o exercício físico leva o indivíduo a uma maior participação social, resultando em um bom nível de bem-estar biopsicofísico, fatores esses que contribuem para a melhoria de sua qualidade de vida (ROSA; MELLO; FORMIGONI, 2011).
Durante a realização de exercício físico, ocorre liberação da bendorfina e da dopamina pelo organismo, propiciando um efeito tranquilizante e analgésico no praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós-esforço e, em geral, consegue manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais estável frente às ameaças do meio externo (ALMEIDA; MOURÃO; COELHO, 2018).
No entanto, vale destacar a importância do discernimento entre o conceito de Atividade Física que é uma expressão genérica que pode ser definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso, e do Exercício Físico (um dos seus principais componentes), que é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física, pois durante o desenvolvimento deste estudo os termos atividade física e exercício físico serão abordados como dois aspectos distintos (LOPES, 2001).
Com base no exposto, este estudo levantou o seguinte questionamento: qual o efeito de intervenções com diferentes tipos de exercícios físicos na depressão e ansiedade em idosos em comparação com outras terapias? Para resolvê-lo por meio de uma revisão sistemática de ensaios clínicos com atribuição aleatória.
De acordo com o exposto, podemos observar que as alterações psicológicas estão extrinsecamente ligadas à qualidade de vida e assumem um papel de grande importância na terceira idade, sendo necessária uma atenção especial a este assunto.
Portanto, o objetivo deste estudo será determinar o efeito de diferentes tipos de exercícios na depressão e ansiedade em idosos por meio de uma revisão sistemática de ensaios clínicos.
2 - MATERIAIS E MÉTODOS
Critérios de inclusão do estudo
Ensaios clínicos randomizados paralelos, publicados em qualquer idioma e sem restrição de ano, foram incluídos porque esse tipo de estudo é a melhor evidência para avaliar a eficácia de uma intervenção.
Os participantes são indivíduos com idade ≥ 60 anos e de ambos os sexos.
Por tipo de diagnóstico, estudos que definiram sintomas depressivos e ansiedade foram incluídos de acordo com manuais de classificação internacional e aplicação de escalas de depressão, tais como: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), Classificação Internacional de Doenças (CID), Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton, Escala de Avaliação de Depressão Geriátrica, Escalas de Depressão Geriátrica por Yesavage e Inventário de Depressão de Beck (BDI) (FOX; MATHEUS, 2014). Foram incluídos estudos sobre pessoas com alterações na saúde física, mas não acompanhadas de outras doenças psiquiátricas (demências, esquizofrenia, psicose, ansiedade, etc.) que pudessem influenciar o resultado.
Os diferentes tipos de exercícios considerados são aqueles aplicados a indivíduos com diagnóstico de depressão e ansiedade (maior ou menor). A terapia de controle é o cuidado usual (medicamentos, psicoterapia, terapia de eletrochoque), placebo ou nenhuma intervenção.
O desfecho primário foi o grau de sintomas depressivos, de 0 a 3 meses,> 3-12 meses e> 12 meses.
Seleção de estudos
Foram selecionados os ensaios para inclusão ou exclusão após a leitura dos títulos e resumos dos estudos identificados pela estratégia de busca. Os ensaios selecionados foram comparados e quaisquer discrepâncias que surgiram foram resolvidas por meio de discussão até que o consenso foi alcançado. Foram lidos independentemente o texto completo dos estudos pré-selecionados e incluíram os ensaios que atenderam aos critérios declarados. Os artigos finalmente selecionados para a revisão foram verificados para evitar a inclusão de dados publicados em duplicata.
Extração e gerenciamento de dados
Os dados foram extraídos de forma independente, usando um formulário de coleta de dados predefinido. Os formulários foram verificados para estabelecer a concordância e as diferenças foram niveladas por discussão e consenso.
3 - RESUTADOS
Seleção de estudos
A busca realizada para a seleção dos estudos incluídos nesta revisão está detalhada, conforme descrito abaixo fluxograma do processo de seleção dos estudos. No total, foram encontradas 7.195 referências com relatórios potencialmente úteis: PubMed-MEDLINE (2011 a 2021); LILACS (2011 a 2021) e SCIELO (2011 a 2021). Na lista de referências de revisões sistemáticas anteriores, foram encontrados 4 registros adicionais, e na busca manual de periódicos especializados, outro 7. Após ajuste para registros duplicados com base no título e resumo, foi deixado para revisar na íntegra 34 relatórios, de que não foi possível obter 2 para revisão (a referência completa não foi acessada e os autores não foram contatados). Finalmente, 11 estudos foram incluídos para análise - 2 deles tinham dois relatórios cada - para um total de 13 relatórios. De todos os estudos incluídos, um foi publicado em português e os demais em inglês.
Fluxograma do processo de seleção dos estudos
Referências em bases de dados = 2.689
Referências de outras origens = 4.506
Total de referências = 7.195
Referênciasexcluídas por título e resumos = 7.112
Referências duplicadas identificadas por título e resumo = 49
Referências incluídas por título e resumo, sem acesso ao texto completo = 2
Relatórios completos revisados = 11
Excluídos 
Ensaio clínico tipo cluster = 1
Idade = < 60 anos
Sem diagnóstico de depressão e ansiedade = 12
Intervenção sem estrutura de exercício = 1
Estudos incluídos nas análises = 11
Dos estudos presentes nos relatórios, total de relatórios incluídos = 13
Estudos excluídos
As principais razões para não incluir os estudos foram: os participantes não tinham um diagnóstico de depressão e ansiedade no início do estudo (11 estudos), a idade de todos os participantes não tinha ≥ 60 anos (5 estudos), não apresentava uma intervenção estruturada em exercício físico (2 estudos) e o desenho era de um ensaio clínico com agrupamento do tipo atribuição aleatória (1 estudo).
Características dos estudos incluídos
Fonte de informação: os dados foram extraídos de artigos originais publicados.
Centros de estudo: 7 dos estudos foram realizados com pessoas pertencentes a lares ou clínicas geriátricas; três estudos incluíram pacientes da comunidade, e o estudo restante incluiu pacientes de um centro cultural comunitário (Tabela 1).
	A
U
T
O
R
	A
N
O
	P
A
C
I
E
N
T
E
S
	CARACTERÍSTICAS
	I
N
T
E
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N
Ç
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O
	C
O
M
P
A
R
A
Ç
Ã
O
	TEMPO DE AVALIAÇÃO DE RESULTADO
	AVALIAÇÃO DE RESULTADO
	Shahidi e cols.
	2011
	70
	Mulheres de 60 a 80 anos com depressão (depressão geriátrica> 10 pontos) pertencentes a um centro cultural comunitário na cidade de Teerã.
	Foram realizadas duas intervenções: a) ioga do riso: 10 sessões orientadas por um indivíduo treinado) 10 sessões de exercício aeróbio em grupo (corrida) acompanhadas de alongamento. A sessão durou em média 30 min, cada sessão com variações de tempo e intensidade; terminou com um «arrefecimento» de 5 minutos
	Grupo de controle: qual tratamento eles receberam não é descrito
	Não reportado
	Escala de depressão geriátrica de Yesavage
	Krishnamurthy e cols.
	2011
	69
	Homens e mulheres> 60 anos, residentes em um asilo para idosos no sul da Índia; Pessoas com DM não controlado, hipertensão não controlada, doenças neurológicas, demência e deficiência auditiva foram excluídas; uma pessoa foi excluída por ter hanseníase
	Duas intervenções foram avaliadas: o grupo Ayurveda recebeu uma preparação à base de ervas ou um "tônico rejuvenescedor" composto por 50g de Emblica officinalis , 12,5g de Sida cordifolia , 12,5 g de Terminalia arjuna , 200g de açúcar, 100g de Whitania somnifera , 25g de Piper longum e 100g de mel dissolvido em 500 ml de água. Durante 24 semanas, os indivíduos consumiram 10g desta preparação duas vezes por dia (às 6h00 e 18h00) seguido por 200ml de leite desnatado. A preparação à base de plantas foi feita por um especialista em Ayurveda. O grupo de Yoga fez 75 sessõesmin, seis vezes / semana, durante 24 semanas. Cada sessão continha exercícios respiratórios (10min), afrouxamento (5min), posturas físicas (20min), respiração regulada voluntariamente (10min), relaxamento baseado em ioga (15min) e canções piedosas (15min). As sessões foram conduzidas por um instrutor de ioga treinado.
	O grupo controle não recebeu intervenção. Eles foram informados de que receberiam a intervenção com ioga ou Ayurveda após o estudo
	3 e 6 meses
	Escala de depressão geriátrica de Yesavage, versão curta (GDS-S)
	Brenes e cols.
	2011
	37
	Idade> 65 anos, que apresentava de 2 a 4 sintomas de depressão, depressão leve (DSM-IV). Pessoas com deficiência cognitiva (MMSE> 22), uso de antidepressivos, contra-indicações ao exercício, abuso de álcool ou outras substâncias, doença bipolar, psicose ou esquizofrenia foram excluídas. Alistado por meio de convites, folhetos e palestras públicas em lares de idosos
	Duas intervenções foram avaliadas: grupo de sertralina, dose da primeira semana, 25mg / dia; segunda semana, 50mg / dia; semana 4, 100mg / dia e semana 8, 150mg / dia; incrementos de 25 foram feitosmg / dia em pessoas que sofreram efeitos adversos; dose máxima, 150mg / dia; e grupo exercício, aeróbio 3 vezes / semana 16 semanas; cada 60 sessãomin consistia em aquecimento (5min), exercício aeróbico (15min), exercício de força (20min), exercício aeróbico (15min), esfriar (5min); o exercício aeróbico foi feito caminhando a 50-85% da FCR; o exercício de força consistiu em duas repetições de extensão de perna, flexão de joelho, flexão de planta, subir escadas. Os exercícios foram supervisionados por um treinador certificado pelo American College of Sports Medicine
	Grupo de atendimento usual: ligou para o telefone nas semanas 2, 6, 10 e 14 para discutir sua saúde geral
	16 semanas
	Questionário de Saúde do Paciente-9 , Escala de Depressão de Hamilton, Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage, versão curta
	Sims e cols.
	2016
	38
	Idade> 65 anos sem contra-indicações para exercícios, GDS> 11; Pessoas com depressão relacionada ao uso de álcool ou drogas, psicose, esquizofrenia, doença bipolar, ideação suicida, demência ou outros transtornos psiquiátricos, doença terminal, hipertensão não controlada, DM não controlada, angina instável ou em uso de medicamentos antidepressivos foram excluídos. Sujeitos com mais de 65 anos do estado de Victoria (Austrália) foram convidados a participar por correio e telefonemas
	O programa de exercícios resistidos foi realizado 3 vezes / semana, durante 10 semanas; Foi trabalhado com intensidade de 80% RM, 3 séries de 8-10 repetições; adesão foi definida como tendo participado de pelo menos 60% das sessões agendadas
	O grupo de controle recebeu conselhos sobre o exercício
	10 semanas e 6 meses
	Escala de depressão geriátrica de Yesavage
	Tsang e cols.
	2016
	82
	Homens e mulheres> 65 anos com depressão ou características óbvias de depressão indicadas pelo GDS pertencentes a lares de idosos não governamentais em Hong Kong; pessoas com deficiência de linguagem ou problemas cognitivos ou que mudaram a dose ou o tratamento antidepressivo durante as 4 semanas anteriores ao início do estudo foram excluídas
	Sessões de qigong em grupo 30-45 min, 3 vezes / semana , 16 semanas; Eles foram encorajados a praticar por conta própria diariamente em sessões de 15 minutos; as sessões foram conduzidas por um instrutor de qigong
	Grupo de controle, grupo de leitura de documentos com terapeuta qualificado, 3 vezes / semana, 45 min
	8 e 16 semanas
	Depressão: Escala de Depressão Geriátrica Yesavage (versão curta em chinês)
	Haboush e cols.
	2016
	25
	Homens e mulheres> 60 anos, pertencentes à comunidade, sem doença terminal, sem dificuldades para dançar, sem tratamento psiquiátrico ou psicológico (exceto em uso de medicamentos antidepressivos em dose estável nos últimos 3 meses), sem doença bipolar, dependência de álcool ou outras substâncias , alto risco de suicídio, sem comprometimento cognitivo (MSQ> 8); tem na Escala de Depressão de Hamilton> 10 pontos
	Uma aula de dança de salão individual semanal de 45 minutos por 8 semanas; as sessões foram conduzidas por um instrutor certificado
	Grupo de controle, o início das aulas foi atrasado 8 semanas
	8 e 12 semanas
	Depressão: Escala de Depressão de Hamilton e Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (GDS)
	Singh e cols.
	2015
	60
	Idade> 60 anos, residentes de lares comunitários no centro de Sydney com diagnóstico de depressão maior ou menor ou distimia (DSM-IV) e GDS> 14; pessoas com demência (MMSE> 23), com contra-indicações para exercícios, doença bipolar, psicose, risco de suicídio, tomando antidepressivos (últimos 3 meses) ou se exercitando mais de 2 vezes / semana foram excluídas
	Dois grupos de intervenção com exercícios de resistência supervisionados: no de alta intensidade (80% RM), grandes grupos musculares foram trabalhados 3 vezes / semana durante 8 semanas, 3 séries de 8 repetições; no de baixa intensidade (20% RM), foram trabalhados os mesmos grupamentos musculares dos de alta intensidade, na mesma frequência e volume; nenhum aumento de carga foi feito; a intensidade foi controlada em cada sessão coma Escala de Borg (15-18 pontos); a cada 4 semanas um teste de força era realizado para aumentar a carga de trabalho; cada sessão, uma média de 60 min, seguida por um trecho de 5 min
	O grupo de controle recebeu os cuidados habituais de seu médico assistente; eles foram convidados a não iniciar qualquer outro tratamento nas próximas 8 semanas
	8 semanas
	Escala de Depressão de Hamilton; Escala de depressão geriátrica de Yesavage
	Beccatini
	2015
	42
	Homens e mulheres> 60 anos com depressão maior (DSM-IV e GDS> 14) e capazes de realizar atividades físicas; pessoas com demência, tratamento antidepressivo nos últimos 15 dias e exercícios nos últimos 15 dias ou com risco iminente de suicídio; foi realizada ligação nas clínicas de geriatria da cidade de São Paulo (Brasil)
	Grupo de intervenção com exercício: 3 vezes / semana, intensidade leve a moderada, 1h / sessão, por 54 semanas; cada sessão consistia em exercícios de caminhada, flexibilidade e equilíbrio; as sessões foram conduzidas por um fisioterapeuta. Grupo exercício + sertralina: recebeu a mesma dose de sertralina e o mesmo programa de exercícios que os outros grupos
	Grupo com medicação antidepressiva: começando com sertralina 50mg / dia em incrementos de 50mg a cada 6 semanas até um máximo de 150mg / dia
	54 semanas
	Depressão: Escala de Depressão Geriátrica (GDS), Escala Montgomery-Asbberg para Depressão
	Chou e cols.
	2014
	14
	Homens e mulheres> 60 anos vivendo em residências comunitárias, com diagnóstico de depressão maior ou distimia de causa não orgânica (DSM-IV; Escala para Estudos Epidemiológicos de Depressão, versão chinesa,> 16), nenhum exercício nos últimos 6 meses e sem contra-indicações para exercícios físicos; MiniMental> 25 (sem prejuízo cognitivo); metade eram mulheres
	Grupo de tai-chi: 3 sessões de 45 min; cada sessão consistia em 10 min de aquecimento, 25 min de tai-chi e 10 min de resfriamento; as sessões foram conduzidas por um especialista em tai-chi
	O grupo de controle começou as sessões de tai-chi 3 meses após o início do estudo
	3 meses
	DSM-IV; Escala para Estudos Epidemiológicos de Depressão (CES-D), versão chinesa,> 16
	Singh e cols.
	2017 2020
	32
	Homens e mulheres> 60 anos, voluntários da comunidade, com depressão leve ou distimia (DSM-IV); Pessoas com demência (GFMS> 23), psicose, doença bipolar ou ideação suicida, uso de antidepressivos nos últimos 3 meses ou ter se exercitado mais de 2 vezes / semana no último mês, cardiopatia isquêmica instável ou IAM nos últimos 6 meses , doença neurológica progressiva grave, hérnia inguinal sintomática
	Exercício de resistência progressivo: primeiras 10 semanas (supervisionado), grandes grupos musculares, 3 vezes / semana, 80% RM, 3 séries / 8 repetições, sessões de 45 min, teste de força a cada 4 semanas para ajustar a carga de treinamento; semanas 10-20 (sem supervisão), continuar o treinamento de força em um laboratório (máquinas), em casa (pesos livres) ou em um clube de saúde (máquinas disponíveis); os sujeitos foram treinados para fazer o exercício por conta própria a 80% RM, 3 séries / 8 repetições, 2-3 vezes / semana; contato telefônico semanal para saber o estado de saúde e os efeitos adversos, por meio de questionário estruturado; 20 semanas a 26 meses, sem recomendações de qualquer tipo ou interações entre pacientes e investigadores
	Educação em saúde: primeiras 10 semanas (supervisionado): leituras e vídeos, 2 vezes / semana 1 hora por sessão; semanas 10-20, sem sessões de educação ou exercícios ou outras recomendações; contato telefônico semanal para saber o estado de saúde e os efeitos adversos, por meio de questionário estruturado; 20 semanas a 26 meses: sem recomendações de qualquer tipo ou interações entre pacientes e pesquisadores
	6, 10 e 20 semanas; 26 meses
	Depressão: Escala de depressão de Beck (BDI), Escala de depressão de Hamilton, Escala de depressão geriátrica (GDS), critérios do DSM-IV
	McNeil e cols
	2001
	30
	Idade> 60 anos pertencente a lares comunitários, sem prejuízo cognitivo (MMSE <25), sem tratamento para problemas emocionais, BDI 12-14 (depressão moderada) e teste de Cooper completo
	Dois grupos de intervenção: exercício, caminhada fora da residência em sessões de 20 min, que aumentou para 40 min em 6 semanas; foi dada instrução para andar vigorosamente; contato social, 2 visitas domiciliares por semana por um estudante de graduação em psicologia, com uma duração incremental de 20-40min
	O grupo controle foi mantido na lista de espera sem intervenção por 6 semanas
	6 semanas
	Depressão: Escala de Depressão de Beck (BDI)
3 – RESULTADOS
Descrição dos participantes: um dos estudos incluiu apenas mulheres; o restante incluiu homens e mulheres; 8 estudos foram realizados com pessoas com mais de 60 anos de idade, enquanto 3 incluíram indivíduos com mais de 65 anos de idade; Pacientes com diagnóstico de depressão participaram de todas as investigações, 2 tinham os critérios do DSM-IV como única ferramenta diagnóstica para depressão; 2 utilizaram a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (GDS); Um estudo usou a Escala de Depressão de Hamilton e outro, a Escala de Depressão de Beck; 3 estudos utilizaram os elementos diagnósticos do DSM-IV e a aplicação de escalas, 2 com GDS e 1 com a Scale for Epidemiological Studies of Depression (CES-D) versão chinesa; 1 estudo incluiu pessoas com diagnóstico de depressão sem especificar os critérios usados ​​ou por atender aos critérios da GDS; 1 estudo não especificou a ferramenta de diagnóstico. Todos os estudos excluíram pessoas com outros transtornos psiquiátricos, como doença bipolar, esquizofrenia e demências; além disso, excluíram pessoas com doenças crônicas não controladas e com contraindicação ao exercício; 6 estudos incluíram apenas pessoas que não consumiram antidepressivos, um deles durante os 15 dias anteriores ao início da pesquisa e dois pelo menos durante os últimos 3 meses; Dois estudos relataram ter incluído pacientes em uso de medicamentos antidepressivos que não tiveram alterações na dose ou tipo de medicamento, um durante as últimas 4 semanas 41 e outro durante os últimos 4 meses.
4 – DISCUSSÃO
Nesta revisão sistemática, encontramos estudos que avaliaram os efeitos de diferentes tipos de atividades físicas e exercícios (trabalho de força, atividades aeróbicas, tai-chi, qiagon, ioga e atividades mistas) na depressão em idosos; o seguimento dos grupos estudados variou amplamente, de 6 semanas a 26 meses.
Em geral, o trabalho de força apresentou reduções significativas nos graus de depressão das pessoas incluídas nos estudos, efeitos que foram evidentes a curto (<3 meses), médio (3-12 meses) e longo prazo (> 12 meses) ; apenas um estudo de médio prazo não encontrou diferenças nos níveis de depressão 6 meses após o início da intervenção, o que pode ser explicado pela falta de poder do estudo devido a um tamanho de amostra insuficiente, uma vez que inicialmente calcularam um tamanho de amostra total de 130 pessoas (65 por grupo) e no final incluíram apenas 32 indivíduos; além disso, a intervenção durou 10 semanas e o efeito pode ser perdido nas 24 semanas seguintes; Apesar do exposto, 57% do grupo submetido a trabalho de força apresentou redução dos sintomas depressivos em 6 meses de acompanhamento, redução que ocorreu apenas em 44% do grupo controle; finalmente, a adesão à intervenção em 6 meses foi de 58%, o que poderia reduzir o tamanho do efeito46 . Ressalta-se que, ao comparar o efeito do trabalho resistido em alta intensidade (80% RM) versus baixa intensidade (20% RM) no curto prazo, ambos apresentaram redução nos níveis de depressão, mas naqueles submetidos ao treinamento com maior intensidade, a diminuição foi maior, sugerindo um efeito dose-resposta. O estudo de Singh et al teve três fases (até a semana 10 supervisionada, das semanas 10 à 20 apenas contato telefônico e da semana 20 à 26 meses sem nenhum tipo de contato), mantendo a redução dos sintomas depressivos no grupo intervenção; Em uma análise secundária, constatou-se que pessoas com maior adesão ao trabalhode resistência proposto mantiveram maior redução dos sintomas depressivos do que aquelas que não praticavam ou pararam de fazê-lo.
Dois estudos tiveram o treinamento com atividades aeróbicas (corrida e caminhada) como grupo de intervenção, o que mostrou reduções significativas nos escores de depressão; no estudo de McNeil et al, o desfecho foi avaliado em curto prazo (6 semanas), enquanto o estudo de Shahidi et al não relatou a duração do seguimento. Essas descobertas mostram o possível benefício de curto prazo das atividades aeróbicas, como caminhar e correr, para pessoas com depressão; este tempo é semelhante ao necessário para alcançar melhorias com medicamentos antidepressivos, que têm a desvantagem de produzir efeitos adversos significativos nas pessoas que os usam. Ressalta-se que essas investigações não controlam adequadamente a dose (frequência, volume e intensidade) das atividades aeróbias realizadas, o que torna difícil tirar conclusões sobre como este tipo de exercício deve ser prescrito no tratamento de idosos com depressão e ansiedade.
Exercícios mistos, que combinam atividades como caminhada, alongamento, trabalho de força e equilíbrio, foram utilizados como instrumentos de intervenção em dois dos estudos; Brenes et al relataram benefícios do exercício em idosos deprimidos com seguimento de médio prazo (16 semanas), enquanto Beccatini encontrou efeito semelhante em longo prazo (54 semanas). Deve-se levar em consideração que a redução nas pontuações de sintomas depressivos tanto a médio quanto a longo prazo no grupo de exercícios são comparáveis ​​àquelas das pessoas submetidas a tratamento com antidepressivos (sertralina), o que torna o exercício misto uma alternativa de intervenção nesses pacientes, possivelmente com menos efeitos adversos.
Outras intervenções, como ioga do riso, ioga, qigong, tai-chi e dança de salão, foram avaliadas nos diferentes estudos incluídos nesta revisão sistemática; Reduções significativas nos sintomas depressivos foram relatadas em todos aqueles que se submeteram a essas intervenções; no curto prazo, qigong (8 semanas) e dança de salão (8 semanas) foram eficazes; A médio prazo, ioga (12 e 24 semanas), qigong (16 semanas) e tai-chi mostraram benefícios(12 semanas); nenhum estudo avaliou o efeito de longo prazo. Deve-se levar em consideração que os autores que avaliaram os efeitos do tai-chi, em uma análise posterior dos resultados de seu estudo, constataram que, ao controlar pela variável "suporte social", os efeitos do tai-chi sobre os sintomas depressivos foram perdidos 51. Esses resultados mostram o possível benefício que os idosos podem obter com essas intervenções a curto e médio prazo, mas as evidências ainda não são suficientes para recomendar as características precisas dessas atividades para a redução dos sintomas depressivos.
5 – CONCLUSÃO
Ainda existem muitas lacunas sobre o papel da atividade física e dos exercícios em idosos com diagnóstico de depressão e ansiedade; Embora em geral se possa afirmar que as diferentes atividades podem ser eficazes no tratamento desta condição clínica, os estudos existentes são de baixa qualidade metodológica e apresentam alto risco de viés, por isso recomenda-se a realização de ensaios e desenhos clínicos randomizados de alta qualidade metodológica (geração adequada da sequência de randomização, utilizar procedimentos que permitam ocultação adequada das intervenções por quem atribui as intervenções, avalia os resultados e analisa os dados; da mesma forma, quem realiza as intervenções devem ser pessoas alheias à pesquisa , padronizado na forma de executá-los; os dados devem ser analisados ​​por intenção de tratamento).
Pesquisas futuras devem comparar os efeitos de diferentes tipos de atividade física e exercícios versus terapias antidepressivas convencionais (por exemplo, exercícios aeróbicos versus medicamentos antidepressivos, trabalho de força versus psicoterapia, etc.); comparar os efeitos de diferentes tipos de atividades físicas e exercícios entre si (por exemplo, exercícios aeróbicos versus trabalho de força; tai-chi versus ioga, etc.); comparar os efeitos do mesmo tipo de atividade física e exercício em diferentes dosagens (por exemplo, exercícios de resistência em intensidades de 20% RM vs. 60% RM vs. 80% RM); exercício aeróbico 3 vezes / semana a 50-70% da frequência cardíaca máxima versus exercício aeróbio 3 vezes / semana a 75-85% da frequência cardíaca máxima, etc.). Esses estudos devem ter controle rígido das intervenções tanto na duração quanto na dosagem.
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