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Tradução e Interpretação de Libras

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Gildenor Silva Fonseca
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Silvana Marques da Silva
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade abordará acerca da tradução e interpretação, desde 
suas origens à conceituação, ressaltará a amplitude desta temática apon-
tando aspectos gerais das línguas orais e língua de sinais, especificamen-
te, a tradução e interpretação em Libras. Para tanto, foram enfocados os 
seguintes tópicos: a) a origem da tradução e interpretação; b) conceituan-
do tradução e interpretação; c) tradutor e intérprete de Língua de Sinais 
no mundo; d)tradutor e intérprete de Língua de Sinais no Brasil; e) funda-
mentos da tradução interpretação; f) tradução e interpretação como campo 
disciplinar; g) competências e habilidades necessárias aos tradutores e in-
térpretes; h) intérpretes de línguas orais X intérpretes de Língua de Sinais: 
trajetórias profissionais; i) o trabalho do tradutor de Libras: diferentes con-
textos de atuação; j) o tradutor intérprete de Libras no contexto educacio-
nal; k) formação educacional do tradutor intérprete de Libras; l) princípios 
básicos para a prática interpretativa em Língua de Sinais. Trata-se de um 
módulo voltado para os estudos da tradução e interpretação e o ato inter-
pretativo, bem como as políticas públicas voltadas para as conquistas das 
pessoas surdas, com ênfase no profissional tradutor intérprete de Libras, o 
reconhecimento dessa profissão e as responsabilidades e condutas desta 
categoria. Essa temática justifica-se por sua riqueza e relevância social, 
haja vista que a tradução e interpretação são formas de romper as barrei-
ras comunicacionais e aproximar culturas de diferentes povos, no caso da 
tradução e interpretação em Libras, promover a comunicação entre surdos 
e ouvintes brasileiros.
Tradução. Interpretação. Libras.
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 CAPÍTULO 01
A ORIGEM DA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
17Conceituando a Tradução e Interpretação ______________________
Tradutores e Intérprete de Língua de Sinais no Mundo __________
Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais no Brasil ______________
Recapitulando _________________________________________________
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 CAPÍTULO 02
FUNDAMENTOS DA TRADUÇÃO INTERPRETAÇÃO
Tradução e Interpretação como Campo Disciplinar _____________
Recapitulando _________________________________________________
Competências e Habilidades necessárias aos Tradutores e 
Intérpretes ____________________________________________________
Intérpretes de Línguas Orais x Intérpretes de Língua de Sinais: 
Trajetórias Profissionais ________________________________________
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Formação Educacional do Tradutor Intérprete de Libras ________
Princípios Básicos para a Prática Interpretativa em Língua de 
Sinais __________________________________________________________
Considerações Finais ___________________________________________
Fechando a Unidade ___________________________________________
Referências ____________________________________________________
Recapitulando _________________________________________________
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 CAPÍTULO 03
O TRABALHO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS: 
DIFERENTES CONTEXTOS DE ATUAÇÃO
O Tradutor Intérprete de Libras no Contexto Educacional _______ 56
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A tradução e interpretação são atividades remotas, tornaram 
campos de estudo amplo e inesgotável, uma área de suma importância 
para que povos de diferentes línguas possam se comunicar de maneira 
efetiva, assim como promover o acesso a importantes textos de diferen-
tes temas. 
No Brasil, a tradução e interpretação em Língua Brasileira de 
Sinais-Libras iniciou-se de maneira informal, especialmente de forma 
voluntária no âmbito religioso. A partir da década de 80, esta profissão 
passou a ser vista como atividade laboral e de suma importância para 
que as pessoas surdas pudessem se expressar, exercer cidadania e, 
principalmente, participar das causas surdas. 
Muitas foram as lutas da comunidade surda para garantir o 
direito à comunicação de forma plena, esse direito à acessibilidade 
ocorreu, de forma mais notória, a partir da Lei 10.436 de 2002, quando 
por meio dessa legislação a Libras foi reconhecida como meio legal de 
comunicação e expressão. A partir daí, outras possibilidades se abri-
ram ampliando os direitos da comunidade surda. Em 2005, esta Lei 
foi regulamentada pelo Decreto 5.626, que trouxe a obrigatoriedade do 
intérprete de Libras em sala de aula, com uma crescente demanda de 
interação entre surdos e ouvintes, especialmente no contexto educa-
cional, esse profissional passou a ser mais requisitado, ampliando as 
possibilidades de contratação desta categoria. 
Em 2010, a Lei 12.319 regulamentou a profissão de tradutor e 
intérprete da Libras e ditou as competências e a formação exigida para 
atuação, ressaltando ainda as responsabilidades e condutas a serem 
seguidas.
Faz-se necessário também abordar acerca das competências 
e habilidades necessárias aos tradutores e intérpretes, haja vista que 
o ato tradutório é altamente complexo e exige habilidades e competên-
cias específicas desses profissionais, além disso, elencar os tipos de 
tradução e interpretação, assim como as semelhanças e diferenças da 
atuação entre intérpretes de línguas orais e de sinais.
Muitos são os espaços e contextos de atuação do profissional 
tradutor e intérprete de Libras, no entanto, o que mais se destaca é 
o contexto educacional, e, como há muitas especificidades no âmbito 
escolar, nesta unidade será tratado também sobre paradigmas e rea-
lidades dessa profissão no que tange à interpretação em sala de aula.
Por fim, o módulo traz informações sobre a formação educa-
cional do tradutor intérprete de Libras à luz das legislações; e princípios 
básicos para a prática interpretativa. 
É importante ressaltar que este estudo e a prática da interpre-
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tação não se esgotam neste material, sugere-se que outras pesquisas 
sejam realizadas, e novas literaturas produzidas, ampliando ainda mais 
as possibilidades acerca desta prazerosa área que é a tradução e inter-
pretação. 
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A comunicação entre os seres humanos sempre ocorreu das 
mais diversas formas e, para que possamos compreender esse fenô-
meno, faz-se necessário uma retrospectiva. Nossos ancestrais já se co-
municavam através de sons, gestos e diferentes expressões. 
Ao longo do tempo, com a evolução da linguagem, o homem 
primitivo passou a manifestar as ações e pensamentos por meio das 
pinturas rupestres, cujas interpretações são passíveis haja vista que, 
segundo GONTIJO (2004), existe o significante, a referência, dessa for-
ma atinge-se o significado das pinturas, assim como retratam o modo 
de vida dos antepassados. 
PERLES (2006) relata que, “há cerca de 3.000 anos antes de 
Cristo, os egípcios representavam aspectos de sua cultura por meio de 
desenhos e gravuras colocados nas casas, edifícios e câmaras mortuá-
rias”. Esse mesmo autor menciona sobre os primeiros meios de comu-
nicação capazes de vencer a distância, entre eles os sonoros e visuais: 
A ORIGEM DA
TRADUÇÃO & INTERPRETAÇÃO
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o tantã, berrante, gongo, sinais de fumaça entre outros. Logo, a comuni-
cação é inerente ao ser humano e passa por processo de aprimoramen-
to e evolução conforme a necessidade sociocultural, nesse aspecto, a 
eficácia e evolução dela ocorreu após a invenção da escrita por volta do 
século IV antes de cristo.
Com o passar do tempo, a escrita ultrapassou os limites do registro e tem 
se tornado uma maneira de pensar, conceber, criar e ser. Por ser inventada, 
a escrita acarretou a aprendizagem formal como indispensável. Para que o 
homem tenha acesso a ela, muito além de saber decodificar as letras (em-
bora seja o primeiro passo para o letramento), é preciso saber interpretá-la/
traduzi-la. (BRIKS, 2012, p.2.)
A tradução é um campo amplo e inesgotável e possui várias 
ramificações, uma delas é o ato de traduzir registros de uma língua à 
outra ou mesmo termos de uma mesma língua, nesse aspecto, você, 
caro leitor, poderá se envolver com a riqueza que permeia os estudos 
da tradução, cuja ciência proporciona a aproximação de culturas e po-
vos de diferentes espaços geográficos, e quebra de barreira linguística. 
No que tange à tradução nos registros escritos, para um me-
lhor embasamento dessa temática, fizemos um apanhado, de forma 
resumida, acerca do processo da criação de registros, sugerimos que 
faça novas leituras sobre esse assunto e fique por dentro do processo 
evolutivo da escrita dos primórdios à contemporaneidade.
É fascinante compreender o quão evolutivo é o processo de 
comunicação, os registros sempre ocorreram, no entanto, a invenção 
da escrita através do alfabeto possibilitou registros importantíssimos 
sobre os mais diferentes povos e sua civilização, história e ciência.
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=tUWIp
zYaKXw
A tradução é uma área ampla e ramificada, uma ciência crucial 
para que povos de diferentes línguas possam a qualquer tempo e lugar 
se comunicar de maneira efetiva, assim como promover o acesso a im-
portantes textos de diferentes temas. Com a globalização e revoluções 
tecnológicas, esta atividade tornou-se ainda mais forte e imprescindí-
vel, pode-se dizer que a tradução é uma das atividades mais antigas 
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do mundo, difícil relatar a data precisa em que se iniciou o processo 
e necessidade desta, porém, pesquisas relatam que a torre de Babel 
foi o que impulsionou a necessidade do ato de traduzir, inclusive já foi 
descrita na Bíblia em Gênesis. A torre de Babel, supostamente, erguida 
por homens da Babilônia, cujo intuito era o de construir algo tão alto 
que chegasse ao céu, além disso eternizar seu nome para as próximas 
gerações.
Observe o quadro abaixo onde Derrida (2002 ) aborda acerca 
da criação de novas línguas, fato que tornou imperativo o ato de traduzir 
para que os povos pudessem compreender a língua do outro e, assim, 
interagir.
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Quadro 01: Gênesis e a torre de Babel
11: 1 Toda a terra tinha uma só língua e se servia das mesmas palavras. 
1 Alguns homens, partindo para o oriente, encontraram na terra de Se-
naar uma planície onde se estabeleceram. 
2 E disseram uns aos outros: “Vamos, façamos tijolos e cozamo-los no 
fogo.” Serviram-se de tijolos em vez de pedras e de betume em lugar 
de argamassa. 
3 Depois disseram: “Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre 
cujo cimo atinja os céus. Tornemos assim célebre o nosso nome, para 
que não sejamos dispersos pela face de toda a terra”. 
4 Mas, o senhor desceu para ver a cidade e a torre que construíram os 
filhos dos homens. 
5 “Eis que são um só povo, disse ele, e falam uma só língua: se come-
çam assim, nada futuramente os impedirá de executarem todos os seus 
empreendimentos. 
6 Vamos: desçamos para lhes confundir a linguagem, de sorte que já não 
se compreendam um ao outro”. 
7 Foi dali que o Senhor os dispersou daquele lugar pela face de toda a 
terra, e cessaram a construçãoda cidade. 
8 Por isso, deram-lhe o nome de Babel, porque ali o Senhor confundiu a 
linguagem de todos os habitantes da terra, e dali os dispersou sobre a 
face de toda a terra.
Fonte: DERRIDA,2002.
Este mito bíblico está registrado no Antigo Testamento, per-
cebe-se que há muito tempo a tradução é uma importante ferramenta 
de registro e compartilhamento de conhecimentos, porém ela se tornou 
objeto de estudo apenas na metade do século XX quando passou a ser 
reconhecida como campo acadêmico. 
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CONCEITUANDO A TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO
Os conceitos de tradução e interpretação são vastos e distin-
tos, dependendo da linha de estudo. Destacaremos alguns para com-
preendermos as diferenças e ligações existentes entre eles. O termo 
tradução apresenta vários significados, entre eles os conceitos trazidos 
pelo dicionário on-line de português:
Ação de traduzir, de passar para outra língua: tradução do português para o 
espanhol. Obra traduzida; texto que se traduziu: ele disse que não vai cobrar 
pela tradução; ler uma tradução de Homero. Ato de transpor uma mensa-
gem de um formato para outro: tradução de um discurso. [Figurado] O que 
expressa ou reflete alguma coisa; interpretação, imagem, reflexo: tradução 
do pensamento de alguém. [Informática] Processo que decodifica uma lin-
guagem informática; decodificação. (DICIO,2020)
A autora Baker(1998) diz que a tradução é a habilidade da 
transferência de significados de uma língua à outra sem muitas mu-
danças. Já Klein-Braley e Frankklin complementam essa ideia quando 
abordam que a tradução vai além de transferir significados, relaciona-se 
à cultura, ou seja, não são apenas léxicos e seus significados, mas o 
contexto que envolve a interpretação. 
De acordo com JAKOBSON (2007), o termo tradução pode ter 
duas vertentes a interlingual, aquela que envolve duas distintas línguas; 
a língua fonte, de origem, para a língua alvo, de chegada, a intralingual, 
que refere-se à tradução de termos dentro da mesa língua e a interse-
miótica quando signos não verbais são traduzidos para a linguagem 
verbal. Conhecer o propósito e o público da língua alvo que receberá a 
tradução é de suma importância, haja vista que o ato tradutório, como 
vimos pelos autores supracitados, não está em traduzir palavra por pa-
lavra, se assim fosse, o texto traduzido perderia o sentido, levando em 
consideração que cada língua possui gramática e cultura distintas. Vale 
ressaltar, portanto, que traduzir não significa apenas conhecer ou ser 
fluente nas línguas envolvidas, mas ter uma série de habilidades lin-
guísticas e tradutórias, conhecer de maneira aprofundada as culturas 
de ambas línguas, fonte e língua alvo, e conhecimento acerca dos di-
versos gêneros textuais. 
Outro fator extremamente relevante na tradução é conside-
rar o contexto cujas palavras e termos estão inseridos, uma vez que 
uma mesma palavra pode acarretar vários significados, além disso, em 
qualquer língua existe metáforas, ou seja não se pode traduzir ao “pé 
da letra”. Ratificando essa ideia ALBIR apud LUCINDO( 2006) diz que 
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“tradução é um processo de reexpressão do sentido que as palavras e 
frases adquirem no contexto”. Dessa maneira, conclui-se que para tra-
duzir é necessário que profissional tradutor tenha diferentes competên-
cias, GONÇALVES e MACHADO (2006) cita uma lista de competências 
tradutórias que será detalhada no capítulo 2 desta unidade.
Ainda sobre o conceito de tradução, QUADROS (2004) afirma 
que a tradução sempre abarca uma língua escrita, as diversas moda-
lidades oral e sinalizada podem verter-se à língua escrita e vice-versa. 
Outra discussão que merece atenção apresentada pelos estu-
dos da tradução como uma das suas ramificações é a interpretação, 
cuja atividade será verter da língua fonte para a língua alvo, podendo 
ser na modalidade oral ou sinalizada de maneira simultânea ou conse-
cutiva. 
No que tange ao par linguístico Libras/Língua Portuguesa, 
cabe ao intérprete ter vasto conhecimento técnico, pois esse trabalho 
envolve processos de complexidade vasta, tendo em vista que envolve 
o contexto sociocultural do surdo, que deve ser levado em considera-
ção, além de escolhas assertivas no que diz respeito ao léxico, estrutura 
gramatical e semântica; competindo a ele interpretar a língua falada 
para a sinalizada e vice-versa. 
LACERDA (2000) aborda sobre o ato tradutório, cuja profissão 
do tradutor-intérprete exige dar sentido da língua de origem à língua 
alvo, observando sempre os diferentes contextos de atuação. É na inte-
ração verbal que o sentido do enunciado é construído na relação esta-
belecida entre interlocutores. 
Por isso, não se pode afirmar que alguém que se comunique 
em Libras seja intérprete e do mesmo modo que muitos conhecedores 
da Libras não possuem habilidade para exercer tal ofício. A mesma ob-
servação deve ser considerada para pais ou filhos de pessoas surdas. 
Essa complexidade, mencionada anteriormente, comporta variados ní-
veis de aprendizagem e conhecimento (do técnico ao mestrado). Isso 
vai depender da demanda e do nível cultural, educativo da comunidade 
surda. Uma vez que os profissionais precisam ir se adequando ao nível 
de exigência e necessidade dos surdos que atendem. Intérprete é o 
profissional que domina a língua do país e tem domínio no uso da língua 
de sinais, possui competência e habilidades necessárias e possuir a 
qualificação especificada e determinada pelas legislações vigentes. 
No que tange ao papel desse profissional no contexto educa-
cional, vale ressaltar que há uma diferenciação em relação ao profes-
sor. Haja vista que este planejará e explanará o conteúdo, já aquele 
é responsável por interpretar as informações e mediar a comunicação 
entre os surdos e ouvintes de uma maneira geral.
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Filme sobre o assunto: A intérprete.
Uma ficção que trata dos desafios do intérprete no ato inter-
pretativo.
“Silvia Broome (Nicole Kidman) é uma intérprete das Nações 
Unidas que, por acaso, ouve uma ameaça de morte a um chefe de es-
tado africano, planejada para ocorrer em plena Assembleia das Nações 
Unidas.” 
Disponível no link: http://www.adorocinema.com/filmes/fil-
me-52502/
TRADUTORES E INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS NO MUNDO
Podemos observar algumas particularidades destacadas do 
documento que consta o Programa Nacional de Apoio à Educação de 
Surdos, organizado pela Doutora Ronice Müller de Quadros, a forma-
ção de intérpretes na Europa. Veja algumas habilidades desenvolvidas 
em seus cursos: 
Na Bélgica: leitura labial, significado da comunicação, o con-
texto do mundo de uma pessoa surda, gramática, história, psicologia e 
outros. 
Na Inglaterra, dão destaque para a fluência na BSL, 
preocupando-se com a comunicação e em seguida com a interpretação. 
Utilizam a língua de sinais e não o inglês sinalizado. Os cursos são 
ofertados em tempo integral e financiados com recursos do governo, já 
na França, o profissional deve ter domínio da língua falada, ter conheci-
mento da FSL e sobre a profissão de intérprete. 
Os tradutores e intérpretes na Alemanha são treinados para 
que tenham grande habilidade em tradução e interpretação, além de 
conhecimento do código de ética profissional e psicologia do surdo, du-
rante um período de 2 anos, priorizando a qualificação dos professores 
formadores e de forma subsecutiva qualificação dos alunos. Na Dina-
marca, possui duração de 2 anos com abordagem do contexto psico-
lógico, biológico e cultural do surdo, além dos aspectos gramaticais, 
sintáticos e práticas de interpretação. Na Suécia, o curso com duração 
de 2 anos e há necessidade de uma avaliação de proficiência. Noruega 
para admissão no curso, exige-sedomínio da língua de sinais. França, 
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possuem uma formação legalizada, com duração de 2 anos e não há 
exigência de conhecimento ou domínio da língua de sinais local. 
Os intérpretes da Itália, Holanda e Dinamarca também são 
formados com recursos financeiros públicos. Os registros desses pro-
fissionais variam de localidade para localidade. Apenas a Espanha exi-
ge qualificação profissional. Na maioria dos casos, os intérpretes são 
pessoas experientes e reconhecidamente competente para exercer a 
função.
Com relação à formação de intérpretes nos Estados Unidos 
percebemos um avanço nesse quesito, tendo em vista que o nível de 
conhecimento chegou ao mestrado, com realce para a interpretação da 
língua de sinais, fundamentado nas habilidades de comunicação. Dura 
2 anos mais 1 verão.
TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS NO BRASIL
Por muito tempo, o papel do tradutor e Intérprete de Libras 
evidenciou-se nos trabalhos voluntários, muitos desenvolviam tal fun-
ção dentro da própria família quando tinha algum familiar surdo, es-
pecialmente no âmbito religioso. Segundo LEITE( 2004) no Brasil, a 
convocação oficial de intérprete se deu por meio do Imperial Instituto 
Nacional dos Surdos-mudos- INES, que, posteriormente, passou a se 
chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos. 
O INES é uma grande referência com relação ao ensino de 
surdos no Brasil, sua fundação se deu por meio de um professor surdo, 
francês, Éduard Huet, esse professor apresentou a Dom Pedro II uma 
proposta de uma escola para surdos, a proposta foi concebida e por 
muito tempo, como Huet era francês, a língua mais praticada na escola 
era a Língua Francesa de sinais, por isso a Libras sofre influência dessa 
língua, como era a única escola, recebia surdos de várias regiões do 
Brasil. 
Na década de 80, quando ingressei no quadro de profissionais dessa insti-
tuição, havia um funcionário técnico-administrativo (inspetor de aluno), cha-
mado Francisco Esteves, que era reconhecido e respeitado pela comunidade 
escolar como sendo o único profissional com domínio da língua de sinais, 
denominada, na época, de mímica. O sr. Esteves, como era conhecido, sina-
lizava livremente com os alunos surdos nos vários ambientes do INES (cor-
redores, pátio, refeitório e dormitórios), mas não tão livremente em eventos 
no auditório da instituição, onde, oficialmente permitido.( LEITE, 2004, p,24)
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Imagem 1: INES
Fonte: Sintufrj, 2019
Percebe-se que a Libras era utilizada de maneira informal, sur-
ge então, no ano de 1988, as comissões de lutas das pessoas com de-
ficiência, essa mesma autora supracitada relata que Ana Regina Cam-
pello juntamente com João Carlos Carreira Alves representaram, luta 
no Rio de Janeiro, os surdos nessa. Ambos tinham acesso à interpreta-
ção através do corajoso trabalho da Denise Coutinho, corajoso porque, 
nessa época, o ato de interpretar em público era um trabalho alvo de 
muitas críticas, a sociedade nesse período julgava que interpretar era 
um retrocesso à imagem social dos surdos, bem como do intérprete. No 
trabalho intitulado: “Os Papéis do Intérprete de Libras na Sala de Aula 
Inclusiva”, a autora Emile Marques Costa Leite, narra muito bem a tra-
jetória do intérprete de Libras no Brasil e relata que a primeira experiên-
cia de intérprete de Libras em sala de aula ocorreu na Escola Estadual 
Alceu Amoroso Lima, em Laranjeiras, uma escola próximo ao INES, a 
turma era do ensino médio e o intérprete que desempenhou a função foi 
João Carlos Carreira Alves.
No entanto, a profissão passou a ser evidenciada e validada à 
medida que a comunidade surda participasse de maneira mais efetiva 
na sociedade. 
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Nessa época, os intérpretes não tinham o status profissional que hoje pos-
suem, mas muitos daqueles intérpretes que atuavam nesses espaços se tor-
naram, ao longo dos anos, líderes da categoria e, atualmente, participam do 
cenário nacional enquanto articuladores do movimento em busca da profis-
sionalização desse grupo, como membros e presidentes das associações de 
intérpretes de Língua de Sinais no país. (QUADROS, 2008).
Apenas em meados de 1988, este profissional ganhou espaço 
como atividade laboral. A partir da organização da Federação Nacional 
de Educação e Integração dos Surdos- FENEIS, entidade filantrópica, 
cuja finalidade é defender os direitos dos surdos, no que tange às polí-
ticas públicas em prol da educação, saúde, cultura e assistência social 
entre outros. 
QUADROS (2004) relata que, em 1988, ocorreu o I Encontro 
Nacional de intérpretes de Língua de Sinais organizado pela FENEIS, 
promoveu o intercâmbio entre intérpretes do Brasil, e, em 1992, aconte-
ceu o II Encontro Nacional de Intérpretes de Língua de Sinais, cuja ini-
ciativa deu pela FENEIS que além do intercâmbio entre os intérpretes 
no país, promoveu discussões e votação do regimento interno do De-
partamento Nacional de Intérpretes fundado e a aprovação do mesmo e 
que entre 1993 a 1994, aconteceu alguns encontros estaduais. 
A Federação Brasileira das Associações dos Profissionais Tra-
dutores e Intérpretes e Guia-Intérpretes de Língua de Sinais - Febrapils 
foi fundada no ano de 2008, cuja fundação não tem duração determi-
nada, é uma entidade sem fins lucrativos e apresenta personalidade 
jurídica de direito privado, representante da comunidade surda e/ou sur-
docega, guias, intérpretes, tradutores e também das respectivas Asso-
ciações. Está focada na formação/profissionalização/atuação dos TILS- 
Tradutor e Intérprete de Libras, construindo uma consciência coletiva de 
incentivo e valorização dos profissionais dessa área. 
A federação supracitada tem como missão a defesa e repre-
sentação das Associações dos profissionais Tradutores e Intérpretes de 
Libras e guia-intérpretes. Sua atuação se dá especialmente sob três 
pilares: 
Formação inicial e continuada dos TILS; Febrapils atua sob três grandes pi-
lares: a formação inicial e continuada dos TILS; a profissionalização para 
refletir sobre a atuação dos TILS à luz do código de conduta e ética; e o 
engajamento político dos TILS para construir uma consciência coletiva. (FE-
BRAPILS,2008)
A Febrapils é parceira da Federação Nacional de Educação 
e Integração dos Surdos - Feneis, esta parceria visa um trabalho que 
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promova e defenda diferentes ações que favoreçam a acessibilidade 
linguística e cultural para as pessoas surdas e surdocegas, especifica-
mente, na garantia de tradução e interpretação de excelência. Ademais, 
trata dos diversos aspectos de cunho legal no que tange à atuação des-
ses profissionais, desde o código de conduta, revezamento e trabalho 
em equipe, notas públicas acerca dos concursos e bancas examinado-
ras para seleção de Tradutores e Intérpretes de Libras.
Em 2010, a Lei Federal nº 12.319 regulamenta a profissão de 
Tradutor e Intérprete de Libras, revisando todo o contexto ético, de for-
mação, de função e de atuação desse profissional.” O tradutor e intér-
prete terão competência para realizar interpretação das 2 (duas) lín-
guas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução 
e interpretação da Libras e da Língua Portuguesa” (BRASIL,2010). Vale 
ressaltar que esta lei sofreu alguns vetos, dessa forma no que concerne 
à formação do tradutor e intérprete de Libras, a exigência é de nível mé-
dio, podemos observar que não contempla a mesma exigência do que 
determina o Decreto 5.626/05, que exige a formação em curso superior 
de Tradução e Interpretação em Libras- Língua Portuguesa.
Quadro 02: Lei 12.319
Presidência da RepúblicaCasa Civil
Subchefia para assuntos jurídicos
LEI Nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010.
Mensagem de veto
Regulamenta a profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira 
de Sinais - LIBRAS.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacio-
nal decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º Esta Lei regulamenta o exercício da profissão de tradutor e intér-
prete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. 
Art. 2º O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpreta-
ção das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e profi-
ciência em Tradução e Interpretação da Libras e da Língua Portuguesa. 
 Art. 3º (VETADO) 
Art. 4º A formação profissional do tradutor e intérprete de Libras - Língua 
Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de: 
I - cursos de educação profissional reconhecidos pelo Sistema que os 
credenciou; 
II - cursos de extensão universitária; e 
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III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de en-
sino superior e instituições credenciadas por Secretarias de Educação. 
Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode 
ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da 
comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por uma 
das instituições referidas no inciso III.
Art. 5º Até o dia 22 de dezembro de 2015, a União, diretamente ou por 
intermédio de credenciadas, promoverá, anualmente, exame nacional 
de proficiência em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portu-
guesa. 
Parágrafo único. O exame de proficiência em Tradução e Interpretação 
de Libras - Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examina-
dora de amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes 
surdos, linguistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de 
educação superior. 
Art. 6º São atribuições do tradutor e intérprete, no exercício de suas 
competências: 
I - Efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, sur-
dos e surdos-cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para 
a língua oral e vice-versa; 
II - Interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as 
atividades didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas nas institui-
ções de ensino nos níveis fundamental, médio e superior, de forma a 
viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares; 
III - Atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino 
e nos concursos públicos; 
IV - Atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das 
instituições de ensino e repartições públicas; e 
V - Prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos admi-
nistrativos ou policiais. 
Art. 7º O intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico, zelan-
do pelos valores éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana 
e à cultura do surdo e, em especial: 
I - Pela honestidade e discrição, protegendo o direito de sigilo da infor-
mação recebida.
II - Pela atuação livre de preconceito de origem, raça, credo religioso, 
idade, sexo ou orientação sexual ou gênero. 
III - Pela imparcialidade e fidelidade aos conteúdos que lhe couber tra-
duzir. 
IV - Pelas postura e conduta adequadas aos ambientes que frequentar 
por causa do exercício profissional.
V - Pela solidariedade e consciência de que o direito de expressão é 
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um direito social, independentemente da condição social e econômica 
daqueles que dele necessitem. 
VI - pelo conhecimento das especificidades da comunidade surda. 
Art. 8º (VETADO) 
Art. 9º (VETADO) 
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 1º de setembro de 2010; 189° da Independência e 122° da 
República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fonte: BRASIL,2010
A Regulamentação do intérprete de Libras e tantas outras con-
quistas que esta categoria vem alcançando ganhou ainda mais força e 
notoriedade após a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, pois esta le-
gislação reconhece a Libras como meio de comunicação, sendo utilizado 
um sistema linguístico visual-motor, com estrutura gramatical própria em 
que a transmissão de fatos e ideias são provenientes das experiências 
das comunidades surdas brasileiras. Essa lei também rege sobre a assis-
tência e acesso em locais públicos e no âmbito educacional à comunica-
ção efetiva e eficiente. Nesse paradigma, Segundo QUADROS (2004), foi 
uma grande conquista do povo surdo e, consequentemente, favoreceu o 
reconhecimento do profissional intérprete de Libras no Brasil.
Ademais, o Decreto nº5. 626, de 22 de dezembro de 2005 traz 
definições sobre quem se enquadra nos padrões de uma pessoa com 
deficiência sobre a inclusão das Libras como disciplina curricular nos 
cursos de licenciatura e fonoaudiologia de todas as instituições públicas 
e privadas e nos âmbitos municipal, estadual e federal e do Distrito Fe-
deral. E ainda dita as regras sobre a formação do Professor de Libras 
e do Instrutor de Libras, assim, como os processos de certificação e 
proficiência que irão garantir a habilitação para a função docente. 
Nesse decreto, também estão regidas as responsabilidades 
das instituições para que garantam a inclusão dos alunos surdos ou 
com deficiência auditiva no meio escolar e seus direitos inerentes à saú-
de, desde ações preventivas, diagnóstico e assistência. O Poder Públi-
co é incluído nos capítulos do decreto, sendo expostas as suas funções 
em relação à concessão, permissão de serviços no que diz respeito ao 
uso e propagação da Libras. 
Além disso, o decreto supracitado determina que “as institui-
ções Federais de ensino deverão proporcionar aos alunos surdos os 
serviços de Tradutor e Intérprete de Libras- Língua Portuguesa em sala 
de aula em outros espaços educacionais (BRASIL, 2005). 
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Ainda nesse contexto legal, a comunidade conta com o Estatu-
to da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo (Decreto Le-
gislativo nº 186, de 2008, de acordo com as previsões do §3º do artigo 
5º da Constituição Da República Federativa do Brasil) e instituído pela 
Lei 13.146, de 2015, que destina assegura e promover o exercício dos 
direitos e liberdades fundamentais por pessoas deficientes, buscando a 
inclusão social em condições de igualdade.
Com relação à Educação de surdos, as diretrizes da Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
dizem que
Para a inclusão dos alunos surdos, nas escolas comuns, a educação bilíngue 
- Língua Portuguesa/LIBRAS, desenvolve o ensino escolar na Língua Portu-
guesa e na língua de sinais, o ensino da Língua Portuguesa como segunda 
língua na modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de tradutor/
intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os demais 
alunos da escola (BRASIL, 2008, p. 17)
Nessa perspectiva de bilinguismo, o profissional tradutor e in-
térprete de Libras ganha ainda mais notoriedade, haja vista que ele será 
o mediador entre surdos e ouvintes, do par linguístico Libras e Língua 
Portuguesa. Em sua atuação, deve levar em consideração uma série 
de condutas a serem seguidas, por exemplo, ser fiel ao sentido do texto 
que será traduzido ou interpretado de uma língua a outra, ou seja, não 
cabe ao intérprete interferir no conteúdo da informação, mesmo que o 
intuito seja o de ajudar, pois o objetivo da interpretação é que se passe 
o que realmente foi dito pelos envolvidos no discurso, cabe ainda a este 
profissional ser imparcial, ou seja não deve expor sua opinião no discur-
so da interpretação e reconhecer o seu nível de competência e buscar 
ajuda, quando julgar necessário, para aceitar trabalhos, especialmente 
palestras técnicas, além disso, o intérprete deve ter uma conduta ética 
com relação asvestimentas, sem adereços, para que não chame aten-
ção indevida para si.
 Outro aspecto de suma importância presente no Art. 6º do có-
digo de ética é a confidencialidade, condição essencial como forma de 
proteção aos envolvidos no trabalho, exceto em caso de interpretação 
no contexto jurídico, se houver judicialmente ordem de quebra de con-
fidencialidade.
Ademais, no Art. 10 do referido código de ética algumas res-
ponsabilidades são atribuições do TILS, entre elas a de manter infor-
mados e atualizados sobre diversos assuntos referentes à profissão, 
capacitação e formação continuada, ter postura e apresentar aparência 
adequada, para um melhor desempenho da função lançar mão de co-
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nhecimentos linguísticos, técnicos e científicos, além disso, ser solidário 
com iniciativas que favoreçam a categoria, mesmo que não traga bene-
fício direto.
Aos TILS são vedadas algumas atitudes, tais quais: aconse-
lhar ou opinar, salvo quando for requerido pelo solicitante, atitudes de 
concorrência desleal ou exploração de trabalho de colegas, é vedado 
ainda lançar mão de informações adquiridas no ato interpretativo para 
benefício próprio e o uso de substâncias que possam alterar o estado 
psicoemocional que leve ao prejuízo do desempenho profissional.
Conheça na integra o código de conduta e ética do tradutor e 
intérprete de Língua de sinais.
Acesse o Link:
https://drive.google.com/file/d/0B7ZxCOYQ0QJmTUdtZ2xI-
ZHlqQ1U/view
Editora: Saraiva
A tradução e interpretação são imperativas para a inclusão dos 
surdos nos diferentes contextos, seja educacional, jurídico, empresarial 
e em espaços de lazer. O profissional TILS faz o papel de mediador da 
comunicação entre pessoas surdas e ouvintes que não se comunicam 
em Libras, além disso, traduz da Língua Portuguesa para a Libras, e 
vice-versa, textos escritos, vídeos, áudios entre outros. 
Em suma, o papel do profissional intérprete de Libras é de 
extrema relevância na sociedade, haja vista que a comunicação é pri-
mordial para o desenvolvimento do ser humano, e a interpretação do 
para linguístico Libras/ Língua Portuguesa torna-se imprescindível para 
a interação dos surdos, esta atuação exige responsabilidades, capaci-
tações continuadas e diferentes competências e habilidades inerentes 
à profissão.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: CETREDE Órgão: Pref. Juazeiro do Norte/CE 
Prova: Intérprete de Libras
Qual decreto regulamentou a Lei 10.46/2002 que dispõe sobre a 
inclusão da Libras como disciplina curricular, formação do profes-
sor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras? Decreto nº:
a) 6.526/2003. 
b) 2.536/2015. 
c) 5.626/2005. 
d) 5.652/2003.
e) 6.625/2015.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IFBP Prova: Professor EBTT - 
Letras - Língua Portuguesa Libras
A Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida como Lei Brasi-
leira de Inclusão, prevê expressamente que os tradutores e intér-
pretes da Libras: 
a) Atuantes na educação básica devem, no mínimo, possuir bacharela-
do em Letras/Libras.
b) Atuantes na educação básica devem possuir um curso de formação 
de, no mínimo 250 h/a, na área de Tradução/Interpretação e certificado 
de proficiência na Libras. 
c) Quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cur-
sos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior, com 
habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. 
d) Quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos 
cursos de graduação, devem possuir, no mínimo, nível médio completo, 
com curso de formação de, no mínimo, 250 h/a em Tradução e Interpre-
tação em Libras. 
e) Fluentes em Língua de Sinais com curso de especialização em Libras 
poderão atuar como tradutor/intérprete tanto no ensino básico como na 
graduação, excluindo-se apenas a atuação na pós-graduação
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: COMPROV/UFCG Órgão: UFCG Prova: Tradutor 
Intérprete de Libras
A Libras é a primeira língua dos surdos brasileiros, mas ainda 
muitas pessoas não a conhecem. Como a necessidade de comu-
nicação é uma via de mão dupla, a profissão de intérprete serve 
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construir possibilidades de comunicação no exercício de suas 
competências entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e 
surdos-cegos, surdos-cegos e ouvintes. No Brasil, essa realidade 
demanda que exista o tradutor e intérprete de Libras atuando na Li-
bras e na língua portuguesa oportunizando com sua profissão que 
eventos comunicativos de várias ordens aconteçam, por exemplo: 
aulas, seminários, conferências, reuniões, etc. A partir dessas con-
siderações, responda marcando a alternativa correta sobre o nú-
mero da Lei que regulamenta a profissão de intérprete e a data de 
sua criação.
a) Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
b) Lei 12.319, de 1 de setembro de 2010.
c) Lei 10.436, de 24 de abril de 2002.
d) Lei 8. 313, de 23 de dezembro de 1991.
e) Lei 13.146, de 6 de julho de 2015.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: COMPROV/UFCG Órgão: UFCG Prova: Tradutor 
Intérprete de Libras
O papel do intérprete é realizar a interpretação da língua falada 
para a língua sinalizada e vice-versa, devendo, porém, observar os 
preceitos éticos. Marque a alternativa INCORRETA.
a) Confiabilidade (sigilo profissional).
b) Parcialidade (o intérprete não deve ser neutro e interferir com opi-
niões próprias).
c) Discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento 
durante a atuação).
d) Distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal são 
separados).
e) Fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alte-
rar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum 
assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito).
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: IF/PE Órgão: IF/PE Prova: Tradutor Intérprete de 
Linguagem de sinais-Libras
A presença de intérpretes de Língua de Sinais, no Brasil, em traba-
lhos religiosos foi iniciada por volta dos anos:
a) 1980.
b) 1990.
c) 1970.
d) 2000. e) 1960.
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Através do código de ética profissional, o tradutor e intérprete de Libras 
estará orientado em sua atuação, haja vista que este profissional é o 
mediador da comunicação entre pessoas surdas e ouvintes, com isso, 
estabelece uma relação com as partes envolvidas na interação conver-
sacional, o que exige uma série de responsabilidades e condutas sérias 
e adequadas. Nesse sentido, relate 5 preceitos éticos que o intérprete 
de Libras deve ter no exercício da função.
TREINO INÉDITO
Sobre a profissão do tradutor intérprete de Libras, todas as alternativas 
abaixo estão incorretas, exceto: 
a) Os filhos que têm pais surdos são intérpretes de Libras.
b) Professores de surdos também são intérpretes de língua de sinais.
c) Qualquer pessoa ouvinte que domine a Libras tem também habilida-
des e competências tradutórias, podendo ser intérprete de Libras.
d) É papel do intérprete ao realizar a interpretação ter sigilo profissio-
nal, discrição e ser fiel ao tema da interpretação, tendo em vista que o 
principal objetivo da interpretação é passar de uma língua à outra o que 
realmente foi dito.
e) De acordo com o código de ética do intérprete, este profissional deve 
sempre encorajar as pessoas surdas a buscarem decisões legais ou 
outras a seu favor.
NA MÍDIA
Campanha chama a atenção para a falta de acessibilidade
Com o intuito de mobilizar os canais de comunicação com relação à 
falta de acessibilidade, a Federação Brasileira das Associações dos 
Profissionais Tradutores e Intérpretes e Guia- Intérpretes - Febrapils eFederação Nacional de Educação e Integração dos Surdos - Feneis 
lançaram a campanha #LibrasNaTV, especialmente nesse momento de 
pandemia os surdos relatam 
 Dificuldade que têm para receber as informações por meio dos canais 
de comunicação, haja vista que a maioria não tem a janela do intérprete. 
“Em tempos de pandemia é urgente que as diferentes mídias respon-
sáveis pelo jornalismo se responsabilizem pela garantia de acesso às 
informações em Libras para nossa comunidade”, diz Thiago Pereira da 
Silva, 35, um dos líderes da comunidade surda de Piracicaba.
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Fonte: Jornal de Piracicaba
Data:16 de Abril de 2020
Leia a notícia na íntegra: https://www.jornaldepiracicaba.com.br/cam-
panha-chama-a-atencao-para-a-falta-de-acessibilidade/
NA PRÁTICA
Torna-se urgente que as emissoras de TV e demais veículos de comu-
nicação se atentem para essa campanha divulgada pelo jornal e difun-
dida pelas redes sociais, os canais de comunicação devem garantir o 
direito à acessibilidade, pois a falta dela ocasiona a falta de informações 
necessárias trazendo prejuízos a toda comunidade surda. São mais de 
10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil, segundo 
dados do IBGE, um número significativo que merece todo respeito e 
garantia de que seus direitos serão atendidos.
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Dando continuidade a esta unidade, neste capítulo, buscare-
mos apresentar os estudos da Tradução e Interpretação enquanto cam-
po disciplinar. Como foi tratado no capitulo 1, podemos constatar que a 
tradução é uma atividade que existe desde sempre, a partir do momento 
que há culturas, povos e línguas diferentes, podemos associá-los ao ato 
da tradução. Dessa forma, entende-se que o campo disciplinar da Tra-
dução/Interpretação não foi algo “inventado”, mas construído ao longo 
de uma trajetória. Alguns estudiosos começaram a perceber a impor-
tância de se refletir sobre o “fazer” tradutório. Aqui, discorreremos sobre 
este campo disciplinar que são os estudos da tradução, a formação que 
ela oferece e competências necessárias a esses profissionais, intérpre-
tes de língua de sinais X intérpretes de línguas orais.
No decorrer do capítulo, será abordado detalhadamente quais 
os códigos envolvidos na atividade tradutória, mapeamentos do campo 
disciplinar, ferramentas para a tradução interpretação, tipos de tradu-
ção/interpretação e competências necessárias ao tradutor/intérprete. 
FUNDAMENTOS DA
TRADUÇÃO INTERPRETAÇÃO
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TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO COMO CAMPO DISCIPLINAR 
Para entendermos a importância da Tradução/Interpretação 
como campo disciplinar, faz-se necessário conhecer e reconhecer o su-
jeito que atuava nesse espaço e o seu objeto de trabalho antes deste se 
tornar objeto de estudo científico. Percebe-se que a atividade de tradu-
ção pode assumir naturezas diversas, de acordo com o que está sendo 
transmitido. E, no decorrer da história, nota-se que esse processo foi 
tratado de formas diferentes, obtendo-se também resultados sociais di-
ferentes, conforme a visão e crenças destes profissionais.
Contextualizaremos a partir desse momento os 04 principais 
modelos de tradutor/intérprete no que diz respeito às línguas de sinais. 
(LEITE, 2004) elenca como: 1) ajudador, 2) condutor, 3) facilitador da 
comunicação e 4) especialista bilíngue e bicultural.
Quadro 3: Modelo de “papéis” do intérprete
1 – Ajudador
Tem relação com o tempo em que a 
profissão de intérprete se encontra-
va em fase de organização, nos Es-
tados Unidos, quando a maioria das 
pessoas (amigos ou familiares de 
surdos) que tinham alguma influên-
cia nas duas línguas, desempenha-
vam essa função.
2 – Condutor
Projeta o intérprete como se fosse 
máquina e aparece ao longo dos 
últimos estágios de profissionali-
zação. Na tentativa dos intérpretes 
em cumprir o modelo de condutor, 
como se fossem máquinas, surgem 
os problemas da qualidade e da 
responsabilidade pela interpretação 
realizada.
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3 – Facilitador da comunicação
Conceito muito similar ao “Condu-
tor”. Surdos e TILS começam um 
processo a sensibilizar-se para a hu-
manidade das pessoas envolvidas 
na interpretação. Assim, o intérprete 
deixa de ser visto como máquina de 
tradução.
4 – Especialista bilíngue e bicul-
tural
É o modelo que leva em 
consideração os fatores situacional 
e cultural como sendo relevantes 
para o desempenho da tarefa de 
interpretar.
Fonte: LEITE, 2004
Por muito tempo, a prática interpretativa em língua de sinais 
foi permeada e validada por alguns mitos, realidade é que o sujeito que 
desempenhava essa função era visto como alguém que detinha um co-
nhecimento comunicativo, mesmo que elementar entre duas línguas. 
QUADROS (2004, p.29) pontua 03 principais: mitos
- Professores de surdos são intérpretes de língua de sinais.
O professor de surdos deve saber e utilizar muito bem a lín-
gua de sinais. Mas, isso não implica ser intérprete de Língua de Sinais. 
Cada profissional desempenha sua função e papel que se diferenciam 
imensamente.
- As pessoas ouvintes que dominam Língua de Sinais são 
intérpretes.
Esse também é um equívoco, porque dominar a Língua de Si-
nais não é o suficiente para a pessoa exercer a profissão de intérprete 
de Língua de Sinais. São necessárias habilidades e competências es-
pecíficas.
- Os filhos de pais surdos (codas) são intérpretes de Lín-
gua de Sinais.
Normalmente, os filhos de pais surdos intermediam as rela-
ções entre os seus pais e as outras pessoas, mas desconhecem técni-
cas, estratégias e processos de tradução/interpretação.
O ato interpretativo é um ato também cognitivo-linguístico, com 
processos altamente complexos. Geralmente, o intérprete se coloca 
diante de duas pessoas que têm uma intenção comunicativa especifica, 
e é responsabilidade dele fazer com que isso ocorra de forma que o 
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produto da interpretação chegue sem influências e prejuízos que com-
prometam a informação dada. Este intérprete deve ter conhecimentos 
técnicos e competências específicas para que suas escolhas sejam 
apropriadas, conseguindo, assim, a maior aproximação cultural, linguís-
tica e social.
Por entenderem a complexidade e necessidade de se refle-
tir sobre os métodos utilizados e esse “fazer” tradutório, muitos foram 
os estudiosos e pesquisadores deste campo. Muitos artigos foram pu-
blicados, geralmente, associados a disciplinas já estabelecidas, como: 
Linguística Aplicada e Literatura Comparada, mas não havia um campo 
específico para a Tradução/Interpretação. Essa realidade só se modifi-
cou a partir do final do século XX, com James S. Holmes.
A partir de 1972 através do pesquisador James homes, conso-
lidou-se a tradução como um campo disciplinar institucionalizado. Em 
um congresso de Linguística aplicada, sediado em Estolcomo, Holmes 
apresentou oralmente o trabalho “The name and Nature of Translation 
Studies” (O nome e a natureza dos Estudos da Tradução). Apesar de 
ter sido publicado somente dezesseis anos depois, em 1988, é conside-
rado o texto “fundacional” desse campo de estudos (VASCONCELLOS 
e JUNIOR, 2009).
Holmes desenvolveu um mapa conceitual que descreve esse 
novo campo disciplinar. Posteriormente, vários outros pesquisadores 
fizeram novos mapas tomando como raiz este.
Figura 1: Mapeamento dos Estudos da Tradução Holmes (1972)
Fonte: VASCONCELLOS e JUNIOR (2009)
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É possível notar a complexidade e especificidades do campo 
da tradução pela ramificação proposta nesse mapa, que faz a distin-
ção entre estudos aplicados (voltados para a prática) e estudos puros 
(teóricos e descritivos). Para VASCONCELLOS e JUNIOR (2009, p.5), 
a relevância de se fazer o mapeamento de um campo disciplinar, “a 
constituição de seu status de profissional, e a conscientização desse 
profissional com relação aos possíveis desdobramentos e expressões 
do campo disciplinar no qual está inserido”. À medida que houveram 
avanços nos estudos desse campo disciplinar, consolida-se e reconhe-
ce também o profissional da Tradução/ Interpretação.
Fazer um mapeamento de um campo disciplinar significa, então, estabelecer 
os contornos e identidades de um conjunto de conhecimentos específicos, 
desenhando sua trajetória desde a origem e institucionalização, até os des-
dobramentos atuais, coloridos por suas interfaces com outras disciplinas e 
práticas afins. (VASCONCELLOS, 2008, p.4).
No primeiro mapa apresentado por Holmes, ainda não apa-
rece o campo da Interpretação em Línguas de Sinais, nem sobre os 
TILS como subcategoria dos Estudos da Tradução - ET. Isso só ocorreu 
décadas depois, em que formas incluídas também outras subáreas im-
portantes dos “ET”, como os estudos intersemióticos (principalmente, 
os relacionados à tradução de romances para o teatro), tradução do 
computador e/ou tecnológicos, dentre outros.
Em 2002, o mapeamento feito por Williams & Chesterman 
mostra os avanços e novos desdobramentos do campo disciplinar “ET”, 
como podemos notar na figura 2. 
Figura 2: Mapeamento Estudos da Tradução Williams & Chesterman (2002)
Fonte: VASCONCELLOS, 2008.
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Nesse mapeamento, a pesquisa na área de Tradução está di-
vidida em 12 subáreas, e algo importante é que a área nove passa 
a contemplar a Interpretação, contendo dentro de si diferentes tópicos 
que elencam os tipos de interpretação, como o “Tipos Especiais de In-
terpretação” que é a interpretação em Língua de Sinais e para surdos.
Cada vez mais, os Estudos da Tradução abrangem um reper-
tório cada vez maior de interesses disciplinares. Vamos verificar que 
novos interesses disciplinares emergem, adquirindo importância e sen-
do apresentados como áreas sistematizadas e consolidadas, como é o 
caso de interpretação de línguas sinalizadas, que passam a constituir 
ramos do campo disciplinar”. (VASCONCELLOS e JÚNIOR, 2009, p. 
7). Isso se confirma por meio da St. Jerome Publishing, uma das mais 
importantes editoras de obras sobre os Estudos da tradução. A tabela 
abaixo consta em seu sítio eletrônico e foi traduzido para o português 
no material “Estudos da Tradução I” da UFSC.
Quadro 04: Subáreas Campo Disciplinar Tradução Interpretação - St. Jerome 
Publishing.
1 Tradução Multimídia e Audiovisual
2 Tradução Religiosa e Bíblica
3 Bibliografias
4
Interpretação para a Comunidade/ Interpretação de Diálogo/ Inter-
pretação para Serviço Público
5 Interpretação Simultânea e de Conferência
6 Estudos Comparativos e Contrastivos
7 Estudos Baseados em Corpus
8 Interpretação Legal e Jurídica
9 Avaliação/Qualidade/Avaliação/Testes
10 História da Tradução Interpretação
11 Estudos Interculturais
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12 Estudos de Interpretação
13 Tradução Literária
14 Tradução (Auxiliada) por Computador
15 Trabalhos de Múltiplas Categorias
16 Estudos Orientados ao Processo
17 Metodologia e Pesquisa
18 Interpretação de Línguas Sinalizadas
19 Tradução Técnica e Especializada
20 Terminologia e Lexicografia
21 Gênero e Tradução
22 Tradução e o Ensino de Línguas
23 Tradução e Política
24 Tradução e a Industria da Língua
25 Políticas de Tradução
26 Teoria de Tradução
27 Formação do Tradutor e Intérprete
Fonte: VASCONCELLOS e JÚNIOR, 2009.
Nota-se nesse mapeamento mais subáreas, além das que tra-
dicionalmente constavam no início das pesquisas voltadas para esse 
campo. São citados: (5) Interpretação Simultânea e de conferência, (8) 
Interpretação legal e jurídica, (10) História da Tradução e Interpretação, 
(12) Estudos de Interpretação, (18) Interpretação de Línguas Sinaliza-
das, (27) Formação do Tradutor Intérprete. A Interpretação se consolida 
e ganha força, aparecendo cada vez mais nos desdobramentos dos 
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Estudos da Tradução.
Quanto à área (18) Interpretação de Línguas Sinalizadas(em 
Inglês “Signed Language Interpreting”), VASCONCELLOS (2008) apon-
ta ter ocorrido algum equívoco ou “esquecimento” pela editora St. Je-
rome que algum tempo depois lança uma série intitulada “The Sign 
Language Translator and interpreter”, é utilizado o termo ‘Sign” não 
“Signed”, a diferença é que uma língua sinalizada se distingue de uma 
língua de sinais pela estrutura das unidades oracionais. Em uma língua 
sinalizada, os sinais básicos seguem as categorias da língua oral do 
país/região onde a comunicação ocorre. Seria o que chamamos no Bra-
sil de “Português Sinalizado” ou “Bimodalismo”, que é quando alguém 
tenta repetir a estrutura da língua portuguesa através de gestos e sinais, 
o que é totalmente diferente da Libras, que é a primeira língua do surdo 
brasileiro, tendo uma estrutura própria e totalmente independente do 
português falado no Brasil.
O crescimento real de pesquisas e institucionalização da Tra-
dução/Interpretação em Línguas de Sinais como campo disciplinar dos 
Estudos da Tradução, efetivou-se após a publicação em 2007 de St. 
Jerome Publishing com o lançamento de “The Sign Language Trans-
lator e Interpreter” (Tradução e Interpretação de Língua de Sinais). O 
mapeamento das Línguas de Sinais faz emergir discussões quanto as 
identidades profissionais dos sujeitos que atuam nesse campo, e que 
eles tenham uma formação ampla e com bases sólidas.
Até então, no decorrer desta unidade, buscamos esclarecer as 
diferenças entre Tradução e Interpretação e o campo disciplinar Estu-
dos da Tradução. A partir disso, falaremos em que os Estudos da Tra-
dução contribuem para a formação e inserção dos TILS no mercado de 
trabalho.
Este artigo apresenta um pouco mais sobre institucionalização 
dos Estudos da Tradução e a criação de cursos Universitários para a 
formação dos tradutores e Intérpretes.
JÚNIOR, João Azenha, Os Caminhos da Institucionalização 
dos Estudos da Tradução no Brasil. Encontro Nacional da Associação 
de Pós-Graduação em Letras e Linguística, PUC – SP, 2006. Disponível 
em: http://letras.letras.ufmg.br/gttrad/os_caminhos_da_ietb.html
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COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NECESSÁRIAS AOS TRADUTO-
RES E INTÉRPRETES
Como já mencionado neste material, o ato tradutório é alta-
mente complexo e exige habilidades e competências específicas des-
ses profissionais. Antes de adentrarmos nessas competências e habi-
lidades, apresentaremos quais os códigos envolvidos e os modelos de 
processos de Tradução/ Interpretação, para que fique mais claro para 
você leitor o que envolve esse “Fazer” Tradutório.
O livro “Intérprete de Libras” apresenta a proposta de tipos de 
tradução feitas por Ronah Jakobson (1896-1982), que são: Tradução 
Intralingual, Interlingual e Intersemiótica. (RODRIGUES, 2011).
Tradução intralingual ou reformulação – Consiste na interpre-
tação dos signos verbais por meio de outros signos dentro da mesma 
língua. Ou seja, é uma tradução feita dentro da mesma língua, a língua 
fonte e a língua alvo é a mesma. Esse tipo de tradução pode ser enten-
dido como uma paráfrase. Um exemplo é quando o trabalho é feito com 
textos do passado ou contemporâneos e temos que buscar equivalên-
cia para o que foi dito em outra épocana mesma língua, ou em que as 
palavras são utilizadas fora do seu contexto usual.
Tradução interlingual, ou tradução propriamente dita – Consis-
te na interpretação dos signos verbais por meio de alguma outra língua. 
Quando há transposição da mensagem de uma língua para outra, ca-
racteriza-se a tradução interlingual, ela pode ser considerada um fato do 
bilinguísmo, pois envolve o domínio de duas línguas diferentes.
[...] no nível da tradução interlingual. Não há comumente equivalência com-
pleta entre as unidades de código, ao passo que as mensagens podem ser-
vir como interpretações adequadas das unidades de código ou mensagens 
estrangeiras [...] Mas frequentemente, entretanto, ao traduzir de uma língua 
para outra, substituem-se mensagens em uma das línguas, não por unidades 
de códigos separadas, mas por mensagens inteiras de uma outra língua. Tal 
tradução é uma forma de discurso indireto, o tradutor recodifica e transmite 
uma mensagem recebida de outra fonte. Assim, a tradução envolve suas 
mensagens equivalentes em dois códigos diferentes (JAKOBSON, 1975 
apud RODRIGUES, 2011, p.38).
Tendo em vista este mundo que cada vez fica mais globaliza-
do, a tradução interlingual sempre teve um papel importante nas re-
lações, mediações, acordos e tratados internacionais. Com o advento 
da internet, sua importância cresce mais, atualmente, é fácil encontrar 
textos científicos e seculares em diversas línguas na rede mundial de 
computadores. A grande realidade é que sem a tradução alguns setores 
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simplesmente não funcionariam.
Tradução intersemiótica ou transmutação – Consiste na inter-
pretação dos signos verbais por meio de sistemas de signos não ver-
bais. Como por exemplo, se passa um romance ou conto para o cinema, 
vídeo em história em quadrinhos, poema para ilustrações de livro, ou de 
música a dança, música a pintura, etc. 
Nos três tipos de Tradução apresentados aqui, o objetivo prin-
cipal é alcançar a mensagem pretendida, em uma situação ou outra 
talvez se nota algum grau de omissão ou inferência nesse processo, 
mas todos esses resultados irão depender das escolhas e tomadas de 
decisões feitas pelo tradutor/intérprete. Por isso, a importância de uma 
formação de qualidade e adequada a essa função.
Agora que já apresentamos os códigos envolvidos na Tradu-
ção/Interpretação, falaremos as modalidades de processos de Tradu-
ção/ Interpretação do “fazer” tradutório.
São três os principais modelos de tradução: Consecutiva, Si-
multânea e Intermitente. Apresentaremos os autores e o sua aborda-
gem de estudo de cada uma, o que fundamenta esses modelos e como 
se dá o seu processo tradutório.
Interpretação Simultânea – Geralmente, nessa modalidade os 
intérpretes trabalham em duplas e se posicionam em cabines no fun-
do da sala ou em alguma posição de visão privilegiada do ambiente. 
Utilizam fones de ouvido para receberem a mensagem do discurso e 
evitarem ruídos comunicativos. Ao mesmo tempo que escutam a men-
sagem na língua fonte, por um pequeno “lag time” (tempo de atraso), 
transmitem a mensagem no outro idioma (língua-alvo), isso de forma 
simultânea e ininterrupta.
[..] a vantagem dessa modalidade é a possibilidade de interpretação do dis-
curso para várias línguas ao mesmo tempo, com a utilização de equipamen-
tos adequados. Vale lembrar que, nesse caso, o cenário mais apropriado é a 
atuação de intérpretes que trabalhem com todos os pares de idiomas neces-
sários para o evento, evitando, assim, o uso excessivo de “relay” – quando o 
intérprete ouve o discurso vindo da cabine de outro idioma e não diretamente 
do palestrante. (PAGURA, 2003 apud SCAPOL, 2018, p.4).
A interpretação simultânea pode ocorrer mesmo com os parti-
cipantes não estando no mesmo espaço físico, através de áudio confe-
rência ou vídeo conferência. A interpretação simultânea também pode 
ser feita com o intérprete sentando-se próximo a até dois ouvintes, e 
ele transmite de forma simultânea o discurso, também por nome “in-
terpretação sussurrada, também conhecida pelos termos em francês 
“chuchotage” ou em inglês “whispering”” (SCAPOL, 2018, p. 4). 
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Na interpretação simultânea em Libras o posicionamento do 
intérprete é um pouco diferente, se for ocorrer a interpretação da Língua 
Sinalizada para a Língua Oral, o intérprete, geralmente, posiciona-se 
sentado na primeira fileira do evento, em frente ao palestrante, enquan-
to ele sinaliza simultaneamente o intérprete verbaliza para a Língua 
Oral o discurso feito. Se a intenção interpretativa é que seja transmitida 
uma mensagem da Língua Oral para a Língua de Sinais, o intérprete 
deve se posicionar próximo ao palestrante ou a quem será o locutor, 
proporcionando que esses interlocutores tenham uma visão nítida e am-
pla de tudo que acontece no espaço. Alguns cuidados técnicos do intér-
prete de Libras no momento da interpretação simultânea são quanto a 
qualidade do som que está chegando aos participantes, para que seja 
sem ruídos e em um volume confortável, é importante frisar também a 
importância de uma boa iluminação, ambiente bem iluminado, mas que 
essa não cause desconforto visual.
Interpretação Consecutiva – É o modelo de interpretação em 
que o intérprete acompanha todo o discurso ou um período longo de 
fala do locutor, ele faz anotações e, após esse período pré-estabele-
cido, assume a palavra e transmite o que foi dito em um outro idioma. 
(PAGURA. 2003, p. 11).
O modelo de Interpretação Consecutiva comumente é utilizado 
em pequenos eventos ou reuniões. Situações em que o discurso não cos-
tuma ser muito longo tendo em vista que é duplicado o tempo de fala in-
tercalando entre locutor e intérprete. Há também uma proximidade maior 
entre os participantes, geralmente só com dois idiomas envolvidos. 
Interpretação Intermitente - “A interpretação intermitente ocorre 
quando se interpreta entre as partes do discurso original, imediatamen-
te após o orador original ter completado algumas frases ou palavras” 
(TORRES, 2012, p. 89). Esse modelo é bem similar ao consecutivo, o 
período entre a fala do locutor e intérprete são menores. Muitos profis-
sionais, “grosso” modo, dizem que o modelo intermitente seria o media-
no entre o tempo da interpretação simultânea e consecutiva. Na prática, 
isso é bem contestável, porque o tempo de recepção e transmissão da 
mensagem no modelo intermitente é bem maior que na simultânea.
Tanto a interpretação simultânea, quanto consecutiva e intermitente exige a 
mobilização de capacidades variadas, são tarefas complexas, entremeadas 
de pormenores, mas que no fim, dizem respeito a se poder “transpor” uma 
mensagem de forma mais fidedigna possível de uma língua a outra. Assim 
por não terem uma característica fundamental em comum, essas modalida-
des de interpretação se entrecruzam, pois uma, de certa forma, é evolução 
da outra. (RODRIGUES, 2011, p.63).
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As modalidades acima podem ser utilizadas em diferentes 
contextos. Por otimizar e dinamizar o tempo de processo interpretativo, 
atualmente o modelo de interpretação mais utilizado é a simultânea. 
RODRIGUES, 2011, elenca alguns pontos que evidenciam a complexi-
dade e responsabilidade que envolvem esse modelo interpretativo:
• Não controla a produção do discurso da mesma forma que o 
palestrante, já que é este quem dita o ritmo.
• Não pode ter, geralmente, o mesmo alcance de compreensão 
do assunto tratado se comparado ao público, posto que este, usualmen-
te, interessa-se por palestras e conferências que tem a ver com sua for-
mação profissional, acadêmica, com seus anseios e experiências pes-
soais (comumente uma pessoa não vai a um congresso técnico sobre 
engenharia ambiental, por exemplo, se não tiver algumaafinidade com 
a área, o intérprete, comparado a essa pessoa, pode possuir menor 
bagagem de conhecimentos e termos próprios da área).
• Deve contar com a memória de curto prazo muito mais ampla 
do que a do palestrante e do público, haja vista que esses podem lançar 
mão de anotações a qualquer momento da palestra. 
• Deve ser capaz de coordenar de modo adequado a com-
preensão do discurso na língua-fonte até a produção do discurso na 
língua-alvo e utilização da memória de curto prazo ao passar do estágio 
de que recebem (input) para o estágio do que produz (output) durante 
toda a interpretação.
Estes filmes mostram a atuação do tradutor intérprete, tanto 
das Línguas Orais quanto da Língua de Sinais em situações formais de 
atuação de trabalho, quanto em espaços informais.
O Intérprete – The Interpreter (Original) (Martin Sulik, 103 mim, 
Bernilale Special). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?-
v=y_VaO7972XU
A família Bélier - La Famille Bélier (Original) (Eric Jehelmann, 
106 minutos, Mars). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?-
v=FpHvIAShQ94
https://www.youtube.com/watch?v=y_VaO7972XU
https://www.youtube.com/watch?v=y_VaO7972XU
https://www.youtube.com/watch?v=FpHvIAShQ94
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Competências Tradutórias
Como já falado, são vários os contextos, tipos e modelos de 
tradução e interpretação que envolvem o ato tradutório, colocando o tra-
dutor/intérprete sempre em uma dinâmica alerta e com tomadas rápidas 
de decisão, para que alcance o seu objetivo interpretativo, que é levar 
uma mensagem o mais “equivalente” possível à língua alvo.
Para tanto, faz-se necessário que o tradutor/intérprete tenha 
em sua formação e consolide em sua prática, competências que tornem 
esse processo cada vez mais fluido e eficaz. QUADROS (2004) apre-
senta 6 categorias de competências tradutórias elencadas por Roberts 
(1992), que são indispensáveis ao profissional da área.
Quadro 5: Competências Tradutórias.
Competência linguística
Habilidade em manipular com as 
línguas envolvidas no processo de 
interpretação (habilidades em enten-
der o objetivo da linguagem usada 
em todas as suas nuanças e habi-
lidade em expressar corretamente, 
fluentemente e claramente a mesma 
informação na língua-alvo), os intér-
pretes precisam ter um excelente 
conhecimento de ambas as línguas 
envolvidas na interpretação (ter ha-
bilidade para distinguir as ideias 
principais das ideias secundárias e 
determinar os elos que determinam 
a coesão do discurso).
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Competência para transferência
Não é qualquer um que conhece 
duas línguas que tem capacidade 
para transferir a linguagem de 
uma língua para outra; essa 
competência envolve a habilidade 
para compreender a articulação do 
significado no discurso da língua 
fonte, habilidade para interpretar 
o significado da língua fonte para 
língua-alvo (sem distorções, 
adições ou omissões), habilidade 
para transferir uma mensagem na 
língua fonte para a língua-alvo sem 
influência da língua fonte e habilidade 
para transferir da língua fonte para 
língua-alvo de forma apropriada do 
ponto de vista do estilo.
Competência metodológica
Habilidade em usar diferentes mo-
dos de interpretação (simultâneo, 
consecutivo, etc.), habilidade para 
escolher o modo apropriado diante 
das circunstâncias, habilidade para 
retransmitir à interpretação, quando 
necessário, habilidade para encon-
trar o item lexical e a terminologia 
adequada avaliando e usando-o com 
bom senso, habilidade para recordar 
itens lexicais e terminologias para 
uso no futuro.
Competência na área
Conhecimento requerido para com-
preender o conteúdo de uma men-
sagem que está sendo interpretada.
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Competência bicultural
Profundo conhecimento das culturas 
que subjazem as línguas envolvidas 
no processo de interpretação (co-
nhecimento das crenças, valores, 
experiências e comportamentos dos 
utentes da língua fonte e da língua-
-alvo e apreciação das diferenças 
entre a cultura da língua fonte e a 
cultura da língua-alvo).
Competência técnica
Habilidade para posicionar-se apro-
priadamente para interpretar, habi-
lidade para usar microfone e habili-
dade para interpretar usando fones 
quando necessário
Fonte: QUAROS, 2004.
Estudos desenvolvidos tempos depois acrescentam novas 
competências e frisam a importância da competência linguística, esta, 
que nesta unidade, já abordamos seu conceito. Dentre as novas com-
petências que passam a compor esse universo, uma muito importante 
ao Tradutor/Intérprete é a competência referencial “ refere-se ao de-
senvolvimento da capacidade de buscar conhecer e familiarizar com os 
referentes dos diversos universos em que uma atividade de Tradução/
Interpretação pode ocorrer.” (VASCONCELLOS e JÚNIOR, 2009, p.15). 
Isso significa, que mesmo o tradutor/intérprete não tenha conhecimen-
tos específicos em determinada área como: médica, judicial, etc., mas 
ele pode aprender a buscar isso através de estratégias especificas e 
desenvolver um processo de tradução/interpretação com qualidade.
Um pesquisador brasileiro chamado José Luiz Gonçalves em 
parceria com Ingrid Nunes Machado publicou, em 2006, um artigo que 
apresenta o panorama do ensino da Tradução no Brasil, bem como um 
quadro de competências necessárias a esses sujeitos. VASCONCE-
LLOS e JÚNIOR (2011) apresentam e tecem comentários sobre este 
mapeamento.
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Imagem 2: Categorias de Competências
Fonte: VASCONCELLOS e JÚNIOR, 2011.
Essa imagem apresenta 17 categorias descritas pelos autores, 
como sendo competências necessárias ao tradutor/intérprete, gosta-
ríamos de poder nesse caderno apresentar detalhadamente cada uma 
delas, mas esse estudo se faz necessário também com atividades prá-
ticas, por isso, para que possa continuar avançando em seus estudos, 
sugerimos que busque aprofundar os seus conhecimentos através das 
publicações na área, e mais que isso, quando pensamos em tradução/
interpretação, sabemos que é um ato cognitivo-linguístico prático, por 
isso, também é importante associar os conhecimentos adquiridos aqui 
a sua prática interpretativa.
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INTÉRPRETES DE LÍNGUAS ORAIS x INTÉRPRETES DE LÍNGUA 
DE SINAIS: TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS
Para finalizarmos esse capítulo, faremos alguns paralelos so-
bre as diferenças e semelhanças dos tradutores/intérpretes de Línguas 
de Sinais e os das línguas orais. No que diz respeito às competências, 
habilidades e complexidade do “fazer” tradutório. Esses profissionais 
lidam com o mesmo objeto e buscam os mesmos resultados, que é a 
transmissão de uma mensagem da forma mais “equivalente” possível.
As maiores diferenças entre esses profissionais estão relacio-
nadas ao campo de trabalho e ao relacionamento e proximidade que 
costumam ter com os seus clientes. Como é descrito por PEREIRA 
(2008).
Quadro 6: Intérpretes de Línguas Orais X Intérpretes de Línguas de Sinais.
Tradutores e Intérprete de Lín-
guas Orais
Tradutores e Intérprete de Lín-
guas Sinais
1 - Interpretam de/ para línguas 
orais. 2 - Seus clientes são pessoas 
ouvintes de diferentes em tornos 
geográficos. 
3 - Seu campo de trabalho limita-se, 
normalmente, a encontros interna-
cionais.
1 - Intérprete de/ para alguma língua 
de sinais. 
2 - Seus clientes são pessoas sur-
das e ouvintes do mesmo entorno 
geográfico.
3 - Seu campo de trabalho é tão 
amplo quanto as necessidades 
comunicativas e de informação de 
seus clientes.
Diferenças nas Áreas de Atuação
1 - Tradução escrita

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