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Estratégias de Logística Nacional e Internacional Parte II: Conteúdo semanas 4 - 6 semana 4 Cadeias de suprimentos globais Canais de distribuição Internacional Cadeias de Suprimentos Globais A maioria das empresas tem algum nível de operação global. A tabela 1 mostra os objetivos das empresas ao se globalizarem e os seus motivos. Tabela 1: Fundamentação Lógica da Globalização. Fonte: Bowersox, 2014. Aumentar a receita Objetivo Fundamentação lógica Conseguir economias de escala Reduzir os custos diretos Reduzir a carga tributária global da empresa Reduzir a incerteza de acesso ao mercado Avançar a tecnologia Melhorar a sustentabilidade • Abrir mais mercados • Expandir‐se mais que os concorrentes • Obter acesso a mercados que limitam o acesso sem operações locais • Obter vantagem da capacidade de produção disponível; • Obter vantagem de salários ou despesas; imobiliárias mais baixos; • Reduzir os requisitos de combustível, diminuindo a distância ou alterando o modal de transporte; • Obter vantagem das diferenças dos requisitos de produção. • Obter benefícios fiscais locais ou regionais relacionados à propriedade, ao estoque ou à receita; • Obter reduções nos impostos de valor agregado devido à localização da produção ou outros serviços com valor agregado (isto é, embalagem, gerenciamento de estoque, customização). • Comprar produtos de locais que envolvem menos incerteza nos transportes; • Comprar produtos de locais que envolvem menos restrições de segurança. • Obter produtos ou outros recursos (incluindo recursos humanos) de locais que tenham disponibilidade contínua de materiais e especialização, como energia ou profissionais treinados. • Obter acesso à tecnologia avançada que pode não estar disponível nos locais atuais; • Obter acesso a conhecimentos especializados ou habilidades de linguagem. Integração global Capacidade de resposta local Estratégias de Globalização A globalização da cadeia de suprimentos pode ser caracterizada pela utilização de 4 estratégias: • Nenhuma estratégia internacional; • Estratégia doméstica múltipla; • Estratégia global ; • Estratégia transnacional. A tabela 2 apresenta as características da logística e da cadeia de suprimentos glo- bais pela perspectiva dos produtos, da estratégia de mercado, da estratégia da cadeia de suprimentos , da estratégia de gestão e do desenvolvimento de recursos humanos. Estratégia Global Alta Alta Baixa Baixa Estratégia transnacional Estratégia doméstica múltipla Nenhuma estratégia internacional Tabela 2: Características diferenciais das estratégias globais. Fonte: Bowersox, 2014. Considerações importantes para o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Global 1. Estrutura de ciclo das atividades: o ciclo das atividades logísticas internacionais faz com que o tempo entre o pedido e a entrega seja longo. Os principais fatores que impac- tam no tempo são: requisitos financeiros, requisitos especiais de embalagens, a programa- ção de frete transoceânico e a liberação alfandegária; 2. Transportes: a desregulamentação , a partir de 1980,melhorou os transportes em nível global. Porém , com o aumento das operações globais há restrições de infraestrutura física. 3. Considerações operacionais: nesse quesito são consideradas as questões de idioma (tradução de documentos, embalagens), as questões referentes à ajustes de características de desempenho e de requisitos de segurança. São também consideradas a grande quan- tidade de documentos necessários para as operações internacionais e a alta incidência de operações à base de troca e de drawback. Considerações importantes para o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Global 4. Integração dos sistemas de informações: A integração operacional exige capacidade de direcionar pedidos e administrar estoques eletronicamente em todo o mundo. Para apoiar as operações globais são necessários dois tipos de integração de sistemas: um ERP global e um sistema de planejamento global para maximizar a utilização de ativos de ma- nufatura e de logística ao mesmo tempo que atende os requisitos de serviço ao cliente. 5. Alianças: alianças com transportadoras e fornecedores de serviços especializados são essenciais para o comércio internacional. Alianças internacionais oferecem acesso ao mercado e à especialização e reduzem o risco inerente das operações globais. Suprimentos Globais 1. Suprimentos a partir de países de baixo custo: • Fornecimento de países onde os salários são baixos reduz o custo de manufatura; • Buscar fornecedores de países de baixo custo, pode aumentar a quantidade de fontes possíveis e aumentar a pressão competitiva sobre fornecedores nacionais • A estratégia pode aumentar a exposição da empresa a tecnologias avançadas de produtos e de processos. A pressão dos fornecedores globais força os fornecedores domésticos a investir em novas tecnologias. 2. Desafios para os suprimentos a partir de países de baixo custo: • Identificar as fontes capazes de produzir os produtos de acordo com a qualidade e a quantidade necessárias; Suprimentos Globais • Proteção da propriedade intelectual: fornecedores e países envolvidos nas operações devem ter restrições legais para proteger os projetos dos produtos e os segredos comer- ciais; • Conformidade de produtos importados/exportados: regulamentações associadas ao volume de importação de produtos, ao percentual de componentes importados em um produto; • Comunicação com fornecedores e empresas de transportes: dificuldades referentes a fuso horário, idioma e tecnologia; • Garantir segurança enquanto o produto estiver em trânsito; • Estoque e risco de obsolescência associados à extensão de tempo em que o produto está em trânsito; • Entender a diferença entre preço unitário e custo total: - preço unitário: inclui componentes e mão de obra direta e indireta; - custo total: considera frete, estoque, obsolescência, tarifas aduaneiras, impostos, recu- peração e considerções sobre riscos. Orientações para o suprimento A decisão de comprar materiais e componentes localmente ou em país de baixo custo é complexa. A tabela 3 lista os critérios gerais para o suprimento. A definição depende do ítem específico e da experiência da empresa. Tabela 3: Orientações para o suprimento. Fonte: Bowersox , 2014. Duração do ciclo de vida do produto Curta Longa Poucas Alta Baixo Baixo Baixo Baixas Baixa Muitas Baixa Alto Alto Alto Altas Alta Critérios Suprimento doméstico Suprimento a partirde países de baixo custo Variações em tamanho, cor ou estilo do produto Intensidade de mão de obra Conteúdo de propriedade intelectual Custo de transportes Valor do produto Restrições de segurança ou de importação Incerteza nos transportes Quadro 1: Dimensões estratégicas relevantes. Fonte: Pipkin; Balin; Bassani, 2017. Canais de distribuição Internacional Para ingressar nos mercados internacionais as empresas devem considerar as seguintes dimensões estratégicas: • Recursos e capacidades da empresa em termos administrativos, tecnológicos e de pessoal; • As necessidades de investimento por parte da organização; • Os riscos que a organização está preparada para assumir; • O grau de controle sobre o processo que é desejado; • O potencial de lucro advindo de uma ou outra alternativa de ingresso. O quadro 1 identifica as dimensões relevantes para a escolha estratégica de ingresso em mercados internacionais. 1. Recursos e capacidades da firma MODERADOS ELEVADOS MAIOR MAIOR MAIOR MAIOR MENOR MENOR MENOR MENOR Dimensões estratégicas Estratégia de baixoenvolvimento Estratégias de alto envolvimento 2. Necessidade de investimentos 3. Riscos assumidos 4. Grau de controle sobre o processo 5. Potencial de lucro Figura 1: Contínuo estratégico. Fonte: Pipkin (1998) apud Pipkin; Balin; Bassani, 2017. A figura1 apresenta o contínuo estratégico que mostra as dimensões relevantes para a escolha da estratégia de ingresso em mercados internacionais. Em um extremo do contínuo aparecem as estratégias de ingresso de exportação e importação, com menor nível de envolvimento com o mercado externo . As exportações podem ser diretas ou indiretas e mostram uma menor disposição para o risco. No outro extremo do contínuo estratégico aparece a estratégia de investimento externo direto através da qual a empresa decide instalar uma operação produtiva, de montagem ou de marketing em um mercado externo. Entre os extremos do contínuo existem estratégias combinadas ou formas mistas de ingresso no mercado externo. As empresas poderão adotar a estratégia mais apropriada a suas condições, considerando os seus recursos e as suas capacidades à luz da análise do ambiente externo. Exportação e Importação Menor Risco, comprometimento e controle Maior Risco, comprometimento e controle Acordos Contratuais Joint Venture/ Alianças Investimento Direto A seguir as estratégias para entrada no mercado externo: 1. Exportação: é a forma mais fácil e mais comum de entrada no mercado internacional. Nessa modalidade os riscos de perda financeira podem ser minimizados. A exportação pode acontecer no modo indireto ou no modo direto; • Exportação indireta: utiliza intermediários como trading companies ou importadores estrangeiros sediados no país de origem da exportação; • Exportação direta: a empresa conduz suas exportações diretamente, criando um de partamento de exportação. 2. Formas mistas ou relacionais: • Marketing de relacionamento: orientado para a realização de relacionamentos fortes e contínuos com clientes individuais, baseados no reconhecimento de compromisso mútuo entre parceiros. As relações são de longo prazo e oferecem a redução de riscos e incertezas. Também oportunizam a redução de custos nas operações; • Marketing transacional: baseia-se em trocas discretas, orientadas para o curto prazo, sem preocupação quanto à repetição de transações ao longo do tempo. Mais adequa do para tratar com produtos de consumo não duráveis. Estratégias Relacionais • Licenciamento: acordo contratual para a utilização de tecnologias, processo de produção, marcas, patentes. • Franchising: é a forma mais rápida de entrar no mercado internacional. O franqueador fornece um pacote de produtos, sistemas e gerenciamento de serviços. O franqueado fornece conhecimento do mercado, capital e envolvimento pessoal no gerenciamento; • Alianças estratégicas internacionais: são relacionamentos estabelecidos entre 2 ou mais empresas para uma mútua cooperação e divisão dos riscos para o alcance de um objetivo comum; • Joint ventures: quando 2 ou mais empresas juntam suas forças para formar uma nova empresa. Essa modalidade fornece menos riscos de entrada em mercados que possuem barreiras legais e cultu- rais para a aquisição de uma companhia existente; • Investimento externo direto: a empresa instala seus processos produtivos no exterior ampliando suas capacidades em mercados externos. Nessa modalidade a empresa tem controle total de seu investimento mas corre riscos inerentes ao ambiente internacional como, por exemplo, desvalorização cambial. A instalação no exterior pode ser por: - baixos custos de mão de obra; - proteção contra altas taxas de impostos. Estratégias Relacionais - Reduzir os custos de transporte para esse mercado; - Acessar matérias primas; - Acesso a um mercado. O investimento externo direto é o estágio mais elevado de comprometimento de recursos, de risco e de controle. semana 5 Estratégias Logísticas A estratégia em logística tem 03 objetivos principais 3 Melhoria de serviços: a estratégia de serviços é desenvolvida tendo como parâmetro os serviços proporcionados pelos concorrentes . Lucros normalmente dependem do nível de serviço oferecido. Custos aumentam com a melhoria do nível do serviço ao cliente , mas os lucros podem ser mais significativos que o aumento dos custos. 1 2Redução de custos:estratégia voltada para a redução de custos variáveis relacionados ao transporte e armazenagem. Os níveis de serviço são mantidos constantes à medida que alternativas de menores custos são encontradas. O objetivo maior é a maximização dos lucros; Redução de capital: estratégia voltada para a redução do nível de investimentos nos sistemas logísticos. O objetivo maior é maximizar o retorno sobre os ativos logísticos. Ex: embarcar diretamente para o cliente para evitar o armazenamento; optar por just in time ao invés manter estoques, usar provedores terceirizados de serviços logísticos; Tabela 1: Exemplos de processo de decisão estratégica, tática e operacional. Fonte: Ballou, 2007. Níveis de Planejamento O planejamento logístico deve responder perguntas sobre o quê, quando e como e se desenvolve em três níveis: 1. Estratégico: horizonte temporal de longo prazo ( mais de um ano). Dados considerados são , muitas vezes, inexatos; 2. Tático: médio prazo ( menos de um ano) 3. Operacional: processo de decisório de curto prazo. Decisões tomadas a cada hora ou diariamente. Trabalha com dados precisos. Localização das instalações Área da decisão Estratégica Tática Nível da decisão Operacional Estoques Transporte Processamento de pedidos Serviço aos clientes Armazenagem Compra Quantidade, área e localização de armazéns, plantas e terminais Projeto do sistema de entrada, transmissão de pedidos e processamento Seleção do material de deslocamento, leiaute da instalação Desenvolvimento de relações fornecedor-comprador Localização de estoques e normas de controle Seleção de modal Padrões de procedimentos Processamento de pedidos, atendimento de pedidos pendentes Separação de pedidos e reposição de estoques Liberação de pedidos e apressar compras Quantidades e momento de reposição Roteamento, despacho Preparação das remessas Escolhas de espaços sazonais e utilização de espaços privados Contratação, seleção de fornecedores, compras antecipadas Níveis dos estoques de segurança Leasing de equipamento periódico Regras de priorização dos pedidos de clientes Níveis de serviço ao cliente: principal meta do planejamento estratégico logístico é a determinação do nível de serviço, pois quanto mais alto o nível maior são os custos. Localização das instalações: a estratégia de localização das instalações tem como foco determinar a alocação de custos mais baixos ou a alternativa de maior lucratividade. Decisões sobre estoques: referem-se a definição da estratégia de gestão: estoques empurrados aos pontos de armazenagem ou puxados para os pontos de estocagem. A estratégia utilizada impacta na definição da localização da instalação. Estratégia transportes: as decisões sobre transportes envolvem a seleção dos modais, o volume de cada embarque , as rotas e a programação. Fatores importantes nas decisões são a proximidade ou distância entre os armazéns, os clientes e as fábricas. Esses fatores também influenciam sobre a localização do armazém. Áreas de Planejamento O planejamento logístico é considerado como um triângulo de tomada de decisões logísticas que tem o nível de serviço ao cliente como objetivo. As áreas envolvidas são inter-relacionadas e as decisões tomadas impac- tam sobre a lucratividade, sobre o fluxo de caixa e sobre o retorno do investimento. Figura 1: Triângulo de tomada de decisões logísticas. Fonte: Ballou, 2007 Estratégia da estocagem • Níveis dos estoques; • Disposição dos estoques; • Métodos de controle. Objetivos de serviço ao cliente Estratégia de transporte • Meios de transporte; • Roteamento/cronograma dos envios; • Tamanho/consolidação dos embarques. Estratégia de localização • Quantidade, área e localização das instalações; • Determinação depontos de estocagem para as fontes de abastecimento; • Demarcação de demanda a pontos de estocagem ou fontes de abastecimento; • Armazenamento público/próprio. Figura 2: conflito generalizado entre custos de trans- porte e de estoque como uma função das característi- cas de serviços de transporte. Fonte: Ballou, 2007. Diretrizes para a formulação de estratégias 1. Custo total: o conceito de custo total envolve a questão do conflito de custos logísticos como, por exemplo, para diminuir os custos com esto- ques aumentam-se os custos com transportes. Os conflitos de custos entre atividades devem ser gerenciados coordenadamente. Veja exemplo na figura 2. 2. Distribuição diferenciada: estratégias múlti- plas de distribuição de produtos são resultado de exigências diferenciadas de serviços aos clientes, características diferenciadas de produtos e níveis diferenciados de vendas. Ex: os clientes que com- pram em alto volume podem ser atendidos direto pela fábrica enquanto os demais podem ser aten- didos a partir de armazéns. Cu st o Ferroviário Custo total Custo do serviço de transporte Custo de estoque (inclui estocagem e tânsito local) Rodoviário Serviço de transporte (maior rapidez e confiabilidade) Aéreo 3 Diretrizes para a formulação de estratégias 3. Estratégia mista: permite o estabelecimento de uma estratégia ótima para grupos diferenciados de produtos, representando custos menores em relação aos de uma estratégia global exclusiva. 4. Adiamento: também conhecido como postergação ou postponement , em inglês : é o princípio segundo o qual o tempo da remessa e a localização do processamento do produto acabado na distri- buição deveriam ser adiados até que os pedidos do cliente fossem recebidos. 5. Consolidação: Criar grandes embarques a partir de vários embarques de menor porte. Gera econo- mias de escala na estrutura custo-frete. 6. Padronização: A variedade de produtos pode aumentar os estoques e reduzir o tamanho dos em- barques (aumento de custos!). Como apresentar ao mercado a variedade que os clientes desejam sem aumentar os custos logísticos? Utilizar conceitos de padronização e adiamento combinados. Ex : padronização a partir de partes intercambiáveis, a modularização dos produtos... Figura 3: Características de cadeias de suprimentos sod estoques e suprimentos sob pedidos. Fonte: Ballou, 2007 Cadeia de suprimentos eficiente Tipo de cadeias de suprimentos Características do projeto de canal Fornecimento sob estoque Cadeia de suprimentos receptiva Fornecimento sob pedido Escolha da estratégia de canal 1. Fornecimento sob estoque: busca maior eficiência . Demanda suprida a partir dos estoques (em- purrada). Estoques são processados para conseguir operação rentável de produtos, compras em alta quantidade, processamento de lotes de pedidos e transporte de grande vulto. Mantém estoques de segurança para garantir disponibilidade. 2. Fornecimento sob pedido: busca responsividade (produção puxada pela demanda). Característi- cas: substituição instantânea, prazos de entrega mínimos, processamento flexível, processamento individual dos pedidos. Os custos da responsividade são compensados pela minimização dos esto- ques dos produtos acabados. • Rodadas econômicas de produção • Estoques de produtos acabados • Quantidades econômicas de compras • Remessas de grandes volumes • Processamento por batelada • Capacidade máxima • Trocas rápidas de produção • Prazos de entrega mínimos • Processamento flexível • Transporte de qualidade • Processamento individual de pedidos Avaliação do Desempenho Estratégico As estratégias da cadeia de suprimentos deverão ser avaliadas para verificar se estão produzindo os resultados esperados. Os critérios de avaliação são: 3Retorno sobre o investimento:indica a eficiência na utilização do capital. É a razão entre as economias anuais decorrentes da estratégia e o investimento efetuado nessa estratégia.1 2Fluxo de caixa:é o dinheiro que uma estratégia gera. Ex: ao diminuir o volume de estoques no canal de suprimentos, o dinheiro liberado do estoque manobrado como ativo é convertido em dinheiro vivo. Economias:são a melhoria dos lucros do negócio a partir de mudanças nos custos relacionados à estratégia. semana 6 Terceirização, Quarteirização e Seleção de fornecedores. CONTEXTUALIZAÇÃO Nas décadas de 1980 e 1990 o setor industrial passa por grandes mudanças em busca de ganhos de produtividade: uso de robótica, CAD, manufatura flexível, just in time, kaizen são ferramentas e siste- mas que passam a integrar os sistemas produtivos. Nesse contexto, o setor de distribuição também vive uma revolução que exige uso intensivo de tec- nologia da informação para o intercâmbio de dados (EDI). A tecnologia permitiu uma maior coorde- nação entre os membros da Cadeia de Suprimentos. Há uma maior preocupação dos varejistas com o nível de serviço que, juntamente com a redução de custos, dá origem ao movimento ECR ( Efficient Consumer Response). A partir de então, empresas com atuação global passaram a exigir uma logística mais eficiente para viabilizar as suas estratégias corporativas. Com isso surge a globalização da logística. O planejamen- to logístico deve considerar aspectos globais na definição das tecnologias a adotar, na escolha das fontes de suprimentos (global sourcing), na escolha dos fornecedores de serviços logísticos e na escolha dos mercados a serem atendidos. Razões para a terceirização • A globalização das atividades produtivas das empresas (por exemplo: vestuário, calçado , automo- bilística ) é uma das razões da terceirização da logística pois aumentou a complexidade dos sistemas logísticos ; • As empresas passam a se concentrar em suas competências centrais (core competencies) contra- tando prestadores de serviços logísticos para atividades como armazenagem, gestão de estoques, abastecimento de linhas de montagem, além de transporte de matéria prima, componentes e pro- dutos acabados; • A terceirização permite atingir novos mercados e oferecer um melhor nível de serviço usando as competências do prestador de serviços; • A terceirização permite a redução de custos. Considerações: O investimento em softwares e hardwares permite reduzir os custos logísticos e aumentar o nível de serviço . Esse investimento é alto e requer mão de obra especializada e assim as empresas conside- ram a contratação de um operador logístico como uma alternativa interessante. Prestadores de Serviços Logísticos - PSLs Operador Logístico: Operador Logístico é o fornecedor de serviços logísticos , especializado em gerenciar todas as ativi- dades logísticas, ou parte delas nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agre- gando valor aos produtos dos mesmos e que tenha competência para, no mínimo , prestar simulta- neamente serviços nas três atividades consideradas básicas: controle de estoques, armazenagem e gestão de transporte. (Definição da Associação Brasileira de Movimentação e Logística = ABML). O operador logístico é um terceirizado, em inglês, third party logistics (3PL). Quarteirizadores (fourth party logistics = 4PL) São empresas especializadas em coordenar vários 3PLs e oferecem ao cliente uma visão completa do fluxo logístico. Os 4PLs surgiram a partir da necessidade de usar múltiplos prestadores de servi- ços especializados em atividades logísticas distintas , a terceirização de atividades com maior número de componentes informacionais e a demanda por um serviço one-stop. 3 Classificação das atividades Logísticas As atividades logísticas suscetíveis de serem subcontratadas são dividas em 2 grandes grupos: • Logística de entrada ou de suprimento = inbound logístics • Logística de saída ou de distribuição = outbound logístics Esses grupos estão ligados a seis subgrupos e suas respectivas atividades:Fornecedores, Administração de Materiais, Manufatura, Distribuição Física, Cliente e Consumidor. As atividades de transporte, armazenagem , agenciamento de cargas e despacho aduaneiro são as atividades mais terceirizadas , pois são mais operacionais e repetitivas. As atividades mais intensivas em tecnologias e com caráter estratégico, como serviços de tecnologia da informação, gerenciamento de frotas, serviço ao clien- te são menos terceirizadas. As atividades logísticas oferecidas pelos prestadores de serviços logísticos são classificadas de acordo com a sua natureza e são: • Transporte: envolvendo os diferentes modos e serviços auxiliares, no caso de transporte internacional; • Armazenagem de produtos; • Manipulação de produtos, incluindo embalagem, identificação, composição de kits, etc. Classificação das atividades Logísticas • Operações Industriais: montagem , testes de qualidade etc; • Operações comerciais, como recebimento e tratamento de pedidos, de pagamentos, realização de propaganda, etc; • Serviços de cunho informacional, como administração de estoques, rastreamento de veículos, etc; • Consultoria em engenharia e administração logística. A estruturação dos serviços oferecidos por um PSL deve resultar da combinação de três aspectos: • A natureza das atividades; • Características de circulação dos produtos: canais de distribuição, restrições físicas (peso, volume, temperatura) e restrições de gestão (frequência, valor dos produtos, rotatividade dos estoques); • Área geográfica servida. Processo de terceirização Por que terceirizar? • Para manter o foco nas funções que formam as competências centrais da empresa; • Quando existe uma relação custo/eficiência desfavorável das atividades a serem subcontratadas; • Problemas financeiros. Quando não terceirizar: • Quando há necessidade de investimentos difíceis de se tornarem rentáveis; • Operações que precisam de competências muito específicas; • Operações que demandam manipulação de informações estratégicas ou confidenciais. Como avaliar se a empresa deve terceirizar? • Analisar se a relação custo/benefício é positiva; • A busca por menor preço já foi o principal fator da decisão de terceirizar. Porém devem ser considerados custos de monitoramento para as interações embarcador/prestador de serviços e prestador de serviços/ consumidor; custos de ferramentas para a avaliação da satisfação do cliente final. A visibilidade do proces- so completo de serviço ao cliente deve ser orçada, para permitir o monitoramento do PSL . Assim a empre- sa diminui os riscos de perder mercado devido à má qualidade de serviços prestados aos seus clientes . Processo de terceirização Na distribuição, muitos PSLs compartilham informações que permitem acompanhamento em tempo real da posição da carga. A decisão de terceirizar será resultado da análise dos custos e benefícios totais envolvidos na prestação de serviço a ser contratada. Seleção de fornecedores Escolha do Prestador de Serviço Logístico – PSL. Definir o serviço a contratar e identificar a oferta são as primeiras decisões a serem tomadas. A seleção do prestador de serviço logístico deve considerar: • Compatibilidade de sistemas de informações utilizadas pelos PSLs e pela empresa contratante; • Referências de outros clientes; • Reputação da empresa; • Estabilidade/ saúde financeira da empresa; • Experiência de trabalho nos negócios, como tempo que atua no mercado; • Compatibilidade da cultura das empresas; • Facilidades de comunicação entre as empresas; • Localização e escopo geográfico; • Preço dos serviços oferecidos. Para o processo de seleção, estabelecer os critérios que devem ser obrigatoriamente atendidos pelo PSL. Ex: ter boa reputação no mercado, experiência mínima de 2 anos. Seleção de fornecedores Ferramentas de controle: O contrato logístico é a principal ferramenta de gestão da parceria logística. O contrato é detalhado em termos de preços e níveis de serviço e contém cláusulas de multa em caso de não atendimento dos objeti- vos propostos. O uso de indicadores é necessário para medir e avaliar o desempenho das atividades logís- ticas terceirizadas. Se a parceria for bem sucedida, os mecanismos de controle e monitoramento devem ser continuamente ajustados. Reintegração de atividades: A reintegração das atividades logísticas é comum e deve-se a fatores como a confiabilidade do desempe- nho das operações e a manutenção do know how da empresa. Também são consideradas as questões relativas ao mau desempenho dos prestadores de serviços logísicos, fusão do cliente com outra empresa, percepção do cliente que a relação foi prejudicada, problemas trabalhistas e insolvência do cliente entre outras. Desafios aos Operadores Logísticos O crescimento do comércio eletrônico faz com que as empresas tenham que reconfigurar os seus sistemas logísticos para atender as novas características da demanda. Assim, o comércio eletrônico é um dos nichos de mercado mais visados pelos prestadores de serviços logísticos. As empresas ponto-com buscam parcerias com empresas de encomendas expressas pois essas tem maior capilaridade para atender pessoas físicas Os fabricantes também tem buscado canais de distribuição mais rentáveis e passaram a utilizar o business to business to consumer (B2B2C) onde uma empresa de TI faz o elo entre a indústria , o comércio tradicio- nal e o virtual em parceria com PSLs. Através da internet e de ferramentas de e-commerce, revendedores acessam catálogos e efetuam o pedido que será entregue ao cliente final pelo PSL. O prestador de serviço logístico, além de ser o responsável pela distribuição, também realiza atividades de armazenagem, preen- chimento de pedidos e logística pós-venda. Desafios aos Operadores Logísticos Para garantir os níveis de serviço exigidos pelo comércio eletrônico, os embarcadores subcontratam a entrega final ao consumidor e todas as atividades relacionadas à distribuição, ampliando a gama de servi- ços logísticos oferecidos. Destacam-se os serviços de postponement, onde os PSLs realizam atividades de finalização do processo de produção, como a montagem final de produtos e os serviços de logística de pós-venda como é o caso da coleta e posterior devolução de aparelhos submetidos a conserto. O comércio eletrônico entre consumidores , consumer to consumer (C2C) é viabilizado por plataformas eletrônicas e intermediado por empresas que oferecem infraestrutura tecnológica e administrativa (ex.: Mercado Livre e OLX). Empresas de encomendas expressas são contratadas para entregar os produtos comprados.
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