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EMPRESAS TRANSNACIONAIS - AULA 2

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EMPRESAS TRANSNACIONAIS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Ludmila Andrzejewski Culpi 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O processo de internacionalização de empresas é um fenômeno central 
para a compreensão da dinâmica atual das Relações Internacionais. As teorias 
clássicas de Relações Internacionais não consideravam as empresas 
multinacionais ou transnacionais como atores das Relações Internacionais, o 
que mudou especialmente a partir da década de 1970. Nesse momento, o 
Estado deixou de ser entendido como o único agente do sistema internacional, 
embora ainda seja entendido enquanto o ator central. As empresas se 
tornaram atores fundamentais na governança global, ao adquirirem poder de 
influência devido a capacidade econômica que possuíam e ao papel que 
exercem no comércio internacional e nas finanças internacionais. Nesta aula, 
será apresentado o processo de evolução histórica da internacionalização das 
empresas, resultante da intensificação da globalização, bem como a definição 
de empresas multinacionais. 
 
TEMA 1: A ORIGEM E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA 
INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS 
A história das multinacionais é vinculada às origens da atividade de 
comércio entre comunidades. O comércio foi induzido pela distribuição desigual 
de recursos entre regiões e se manteve ao longo dos séculos, porém, as 
grandes distâncias entre os agentes tornavam a atividade complexa. Nesse 
sentido, as empresas multinacionais garantiram uma solução para esse dilema, 
pois administravam as transações dentro de suas fronteiras. 
Conforme Bresser-Pereira (1995), existem quatro fases no processo de 
inserção internacional das empresas multinacionais. Na primeira etapa surgem 
as empresas comerciais, baseadas no imperialismo e no comércio 
internacional. As grandes empresas administram o comércio, a infraestrutura e 
são responsáveis por criar um sistema bancário. Contudo, não implantam 
indústrias, para manter a relação de dependência da colônia com a metrópole. 
Na segunda etapa se perpetua a lógica do imperialismo, contudo, são 
delegadas novas funções aos países da periferia que recebem as montadoras 
das multinacionais. Observa-se a incorporação do regime taylorista de 
produção industrial, com base nas técnicas de produção em massa. 
 
 
 
3 
Na terceira etapa os países da periferia se aproveitaram da crise do 
imperialismo para promover sua indústria nacional, ameaçando as empresas 
multinacionais. Neste estágio, a partir dos anos 1950, o capitalismo voltou a 
crescer, o que garantiu uma prosperidade geral. As grandes empresas 
deixaram de exportar para implantar indústrias nas economias em 
desenvolvimento. O quarto estágio de inserção internacional das empresas, 
que representa uma continuidade do terceiro estágio, inicia-se nos anos 1960, 
quando o objetivo primordial era garantir acesso aos mercados locais. No 
quarto estágio o objetivo é aproveitar a mão de obra com menor custo para 
produção de mercadorias intensivas em trabalho. Nesse caso, a proximidade 
geográfica é um fator relevante na decisão sobre o país. 
 
TEMA 2: O REGIME FORDISTA-TAYLORISTA COMO PARADIGMA PARA A 
ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL E O TOYOTISMO 
No começo do século XX, Henry Ford substituiu o método de produção 
artesanal da indústria automobilística pela produção em massa, inserindo 
novas formas de organização da produção nas fábricas. Com o objetivo de 
subordinar os trabalhadores ao ritmo intenso da produção, Ford sistematizou a 
produção com base no pagamento de salários elevados (Gorender, 1997). O 
regime fordista aplicou a abordagem da organização científica do trabalho, 
criada por Taylor, baseada na exclusão dos tempos mortos no processo com o 
objetivo de expandir a produção a custos reduzidos. Esse método incorpora o 
princípio taylorista da separação entre trabalho intelectual e trabalho manual, 
sendo que o primeiro fica a cargo de diretores e gerentes e o segundo é 
reservado a operários no chão de fábrica. Desse modo, o método fordista 
passou a ser conhecido como regime fordista-taylorista. 
Ford produzia em massa todos os componentes dos produtos, contudo, 
não tinha claro como iria gerenciar a empresa globalmente sem centralizar a 
tomada de decisões. Esse aspecto promoveu a queda da hegemonia desta 
empresa nos anos 1930, a partir da entrada da General Motors (GM) na 
competição. O fundador da GM, Alfred Sloan, diversificou a produção para 
atender ao mercado, sendo que a Ford possuía apenas um modelo. Ademais, 
Sloan implantou funções nos setores de marketing e finanças. 
 
 
 
4 
 
A produção flexível foi adotada no Japão, a partir da visita do engenheiro 
Eiji Toyota à Ford, que propôs melhorias no sistema de produção. O sistema 
Toyota de produção, ou sistema de produção flexível, surgiu a partir disso, 
implantando uma empresa automobilística mais eficiente. O modelo flexível de 
gestão da empresa propõe a diferenciação da organização da produção e do 
trabalho baseada nas inovações tecnológicas que buscam uma relação de 
produção mais democrática. Assim, surgem equipamentos especializados, sem 
a lógica da produção em larga escala, com o objetivo de atender a um mercado 
distinto. 
 
TEMA 3: DEFINIÇÃO DE INTERNACIONALIZAÇÃO 
A internacionalização é um processo que engloba um conjunto de 
fatores, como aprendizado, experiência e conhecimento, A internacionalização 
é compreendida como o resultado do processo de globalização. Desse modo, a 
internacionalização é um impacto da crescente interdependência entre os 
Estados. Assim, as empresas para preservarem sua competitividade precisam 
se inserir no mercado externo. 
Segundo Porter (1990) todas as empresas que têm êxito no exterior 
possuem um elemento em comum: a inovação tecnológica. Chesnais 
argumenta que existem três tipos de internacionalização: exportação, 
investimento externo direto e fluxos de capital financeiro. De acordo com Welch 
& Luostarinen (1988), a internacionalização é “um processo que permite um 
envolvimento crescente em operações internacionais” através das fronteiras. 
Para Muniz (2004), a internacionalização pode ser vista enquanto um estado, 
relativo ao grau de dependência e atuação externa, e como um processo, 
associado às diferentes etapas passadas pela empresa. 
 
TEMA 4: DEFINIÇÃO DE EMPRESAS: MULTINACIONAIS E 
TRANSNACIONAIS 
A primeira definição de empresas multinacionais utilizada foi a de 
Vernon, que a apresenta como "uma grande companhia com filiais industriais 
em, pelo menos, seis países” (Chesnais, 1996, s/p), sendo esta a definição 
econômica. Por sua vez, a definição sociológica argumenta que as empresas 
 
 
5 
são instrumentos por meio das quais algumas práticas da empresa são 
transferidas entre Estados. 
As empresas internacionais são aquelas que possuem filiais instaladas 
em mais de um país. Contudo, as multinacionais são mais abrangentes porque 
são grandes corporações oligopolistas que aumentaram sua relevância a partir 
dos anos 1950. 
A empresa transnacional está acima das fronteiras geográficas e 
culturais. A empresa transnacional opera no mercado financeiro, nas diferentes 
bolsas de valores ao redor do mundo. Já a multinacional está listada na bolsa 
de valores com menor relevância e tem menor acesso ao crédito. As empresas 
transnacionais, diferentemente das empresas multinacionais, perdem sua 
referência nacional, ao não terem capital social pertencente a qualquer país, 
não sendo um país que controla a produção. A empresa transnacional é 
considerada um investimento de baixo risco que permite o acesso ao 
financiamento a baixo custo. 
 
TEMA 5: PROCESSOS E FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS 
EMPRESAS 
Uma questão que deve ser levantada: é sempre lucrativo para a 
empresa estabelecer filiais no exterior ou há outras formas de se 
internacionalizar sem necessariamente fundar subsidiárias no mercado 
exterior? Em muitos casosas empresas optam por instalar subsidiárias e em 
outros elas terceirizam essas atividades, somente as gerindo. As grandes 
corporações de confecção de roupas optam por essa estratégia, sem controlar 
o processo de fabricação, que é realizado por terceiras em países estrangeiros, 
porém colocando sua marca no bem final. 
Outra forma de se internacionalizar, além de abrir filiais no exterior, é por 
meio da venda de conhecimento desenvolvido por uma corporação para outras 
empresas, pois a primeira possui direitos de propriedade sobre esse 
conhecimento. Essa firma se torna reconhecida por fornecer inovações 
técnicas e transforma estes em plataformas de negócio. As diferentes maneiras 
de se vender tecnologia são: 
1. franchising, no qual a empresa que vende oferece a estrutura do 
negócio; 
 
 
6 
2. licenciamento, que representa uma autorização para a produção e 
venda da mercadoria de uma outra empresa; 
3. transferência de tecnologia, que se refere à transferência de um 
processo para outra empresa em troca de dinheiro. 
 
As diferentes formas de internacionalização são: i) exportação (direta, 
intermediada ou cooperativa); ii) contratos (acordos de licença, franquias, 
contratos de gestão e alianças estratégicas); iii) estabelecimento de 
subsidiárias; e iv) venda de tecnologia. As alianças estratégicas podem assumir 
várias formas, podendo ser fusões, aquisições, joint ventures, participação 
societária, consórcios, dentre outros (Cerceau e Tavares, 2002). 
 
NA PRÁTICA 
A primeira empresa multinacional de que se tem notícias foi a 
Companhia das Índias Orientais. “Essa empresa deixou muitas lições para as 
corporações modernas, contudo poucas aprenderam com os erros do passado” 
(Freitas, 2012. s/p). 
A Companhia das Índias Orientais foi estabelecida em 1600 e possuía, 
durante aproximadamente 200 anos, o controle sobre o comércio do Ocidente 
com o Oriente, que era garantido pelo governo britânico. A sua relação com a 
coroa britânica foi determinada pela troca de interesses, provocando corrupção. 
A companhia foi a primeira a adotar o modelo corporativo de sociedade aberta, 
ou seja, aquela que abre seu capital na bolsa de valores. Nos dias atuais, 
existem muitas empresas como a Companhia das Índias Orientais, que 
possuem monopólio do mercado e também das práticas de gestão, 
especulando no mercado de ações por meio do uso de informações 
privilegiadas, ocasionando alguns episódios de corrupção. 
 
SÍNTESE 
Na presente aula investigamos a origem histórica das empresas e o 
processo de internacionalização das corporações. Em um segundo momento, 
foi estudado o regime fordista-taylorista e posteriormente o toyotismo, ambos 
métodos de organização industrial que impactaram as indústrias modernas. Foi 
 
 
7 
estudada também a definição de internacionalização, que é compreendida 
como um resultado da crescente interdependência entre os Estados e provoca 
a intensificação do número de multinacionais. 
Ademais, foram verificadas as definições de empresas multinacionais, globais e 
transnacionais, bem como as diferentes formas de inserção internacional das 
empresas. 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRESSER-PEREIRA, L. C.; SPINK, P. Peter (Orgs.). Reforma do 
Estado e administração pública gerencial. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio 
Vargas, 1998, p. 21-38. 
CERCEAU, J.; TAVARES, M. C. Estratégias de internacionalização: 
um estudo comparativo de casos de empresas do setor siderúrgico. Minas 
Gerais: Fundação Dom Cabral (Caderno de Ideias), 2002. 
CHESNAIS, F. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996. 
GORENDER, J. Globalização, tecnologia e relações de trabalho. Estudos 
Avançados, v. 11, n. 29, p. 311-361, 1997. 
MUNIZ, B. The internalization process of a brazilian company: a 
study of the Uppsala and the Network models applied to a brazilian company. 
Linkopings University, 2004. 
 
CONTEÚDO COMPLEMENTAR 
TEMA 1 
Leitura complementar: Para uma análise mais completa da evolução histórica 
da internacionalização de empresas, leia o texto de Luiz Carlos Resser-Pereira 
Empresas multinacionais e interesse de classe. Acesse em: 
<http://www.bresserpereira.org.br/papers/1978/78-
EmpresasMultinacionais.pdf>. 
 
TEMA 2 
Saiba mais: Para visualizar melhor a ideia de linha de produção assista ao 
http://www.bresserpereira.org.br/papers/1978/78-EmpresasMultinacionais.pdf
http://www.bresserpereira.org.br/papers/1978/78-EmpresasMultinacionais.pdf
 
 
8 
filme de Charles Chaplin Tempos modernos. Acesse em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=bDkM0ux6H50>. 
 
TEMA 3 
Leitura complementar: Para compreender melhor o conceito de 
internacionalização leia a resenha feita por Maria Luiza Vitule do livro de 
François Chesnais, A mundialização do capital. Acesse em: 
<http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/trabedu/article/view/1505/1147>. 
 
TEMA 4 
Leitura complementar: Para entender a diferença entre empresas 
multinacionais e transnacionais, leia o texto Multinacionais e transnacionais. 
Acesse em: <https://geovest.files.wordpress.com/2013/01/multinacionais-e-
transnacionais.pdf>. 
 
TEMA 5 
Saiba mais: Conheça melhor o processo de internacionalização das empresas 
brasileiras assistindo ao programa Série Sustentável sobre 
internacionalização de empresas. Acesse em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=353LFJxGHY0>. 
 
 
 
https://geovest.files.wordpress.com/2013/01/multinacionais-e-transnacionais.pdf
https://geovest.files.wordpress.com/2013/01/multinacionais-e-transnacionais.pdf

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