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IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NA NUTRIÇÃO

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UNIASSELVI 
CÓDIGO DA TURMA FLC 10575 
 
 
 
 
 
PAPER: A IMPORTÂNCIA DE PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
Tutora: Prof. Alessandra Carneiro 
 
 
 
Alunos: Camilo F. Dias Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uberlândia, 2021. 
 
 
 
RESUMO: O trabalho foi proposto pela tutora na iminência de cumprirmos o 
cronograma final da disciplina e foi delimitado o tema “a importância da pesquisa 
cientifica”. Portanto, levando por base esse recorte, os alunos acima mencionados a 
partir da leitura de artigos científicos randomizados e já publicados em sítios eletrônicos 
como PUBMED, SCIELO e afins, apresentam uma ideia básica, porém validada acerca do 
que é o cenário da pesquisa científica no brasil quando se fala em nutrição, bem como 
apresentam e realçam a importância da mesma para formação do conhecimento e 
desenvolvimento dos temas relacionados à esta área do saber e tão importante da 
saúde e da coletividade. Na oportunidade serão apresentados dados confirmados, 
opinião de especialistas sobre o tema, principais dificuldades, e claro, as considerações 
finais de que sem uma pesquisa cientifica forte e comitês legais para desenvolvimento 
da mesma, estaremos travados, bem como que, a consolidação dos autos estudos de 
caráter cientifico são cruciais pro desenvolvimento completo do profissional que atua 
na área e lida diretamente com a vida de terceiros e de grupos. 
 
PALAVRAS CHAVE: pesquisa científica; nutrição e pesquisa; pesquisa científica e 
desenvolvimento; nutrição e saber. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Com base nas referências bibliográficas neste trabalho apresentadas, o grupo entendeu 
como sendo crucial deixar claro que o incentivo à pesquisa em saúde é indispensável 
para apoiar a tomada de decisão no enfrentamento dos problemas sociais. 
Nesse sentido, ressaltamos desde já que há por parte do poder público iniciativas de 
fomento e incentivo à pesquisa, trata-se te um trabalho do Ministério da Saúde que atua 
diretamente com temas relacionados à Alimentação e Nutrição, sendo uma das 
principais forças de pesquisa ativas no país e de onde saem os “recursos” para 
prosseguimento de muitos estudos. 
Houve nesse diapasão, incremento de 2002, uma plataforma do governo federal 
chamada “Pesquisa Saúde” que durou até 2017 e nos últimos anos vem sendo atualizada 
e analisada como dado público, o que mostra a importância da pesquisa nessa área para 
o desenvolvimento das pessoas e do país. 
Desse movimento tão importante, tivemos predomínio de pesquisas epidemiológicas, 
clinicas e de saúde coletiva, focando em segurança alimentar e melhora das condições 
humanas dos brasileiros. 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1 OS MÉTODOS DA PESQUISA EM NUTRIÇÃO 
Em meados de 2006 foi realizado o I Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em 
Nutrição, a Revista de Nutrição ratificou o propósito de se apresentar como um espaço 
para a veiculação da produção científica qualificada, gerada pelos programas de Pós-
Graduação em Nutrição no Brasil, sendo este o primeiro grande grupo envolvido com o 
tema. 
Um dos maiores problemas enfrentados reside na busca de qualificação metodológica 
dos projetos de pesquisa, requisito básico para a afirmação da produção científica no 
plano nacional e internacional, e para consolidar a formação de mestres e doutores. 
Disso resultou a proposição de um Fórum para discutir questões de método 
concernentes à pesquisa em Nutrição.1 
Desde essa época então, direcionou-se os esforços para quatro principais áreas: 
epidemiologia nutricional, ciência e tecnologia dos alimentos, nutrição clínica e 
bioquímica nutricional. 
Fato é que desde lá os estudos já são muito mais consolidados e importantes, fazendo-
se importante citar crescimento do número de publicações relativas à nutrição e pela 
ampliação de seu espectro no cenário mundial. A recente indexação da Revista de 
Nutrição em duas das mais expressivas bases de dados internacionais: a Scopus, em 
2007, e a Web of Science (ISI/Thomson-Reuters), em 2008, sendo estes anos os marcos 
da pesquisa cientifica na área da nutrição no país. 
Importante citar três estudos basilares, retirados do estudo de Maria Angélica Tavares 
de Medeiros e Gilberto Kac2, quais sejam: 
“No artigo Proposta metodológica para o módulo de consumo alimentar individual na 
pesquisa brasileira de orçamentos familiares - POF, Edna M. Yokoo e colaboradoras 
descrevem as etapas da metodologia utilizada para a estimativa de consumo da POF 
2008/2009. A importância desse tipo de investigação reside no fato de que o único estudo 
nacional de consumo direto foi realizado 30 anos atrás, em 1974-75 (Estudo Nacional da 
Despesa Familiar - ENDEF). Assim, as informações sobre o consumo alimentar a serem 
coletadas pela POF 2008/2009 facultarão um maior conhecimento a respeito da situação 
nutricional das famílias brasileiras. Além disso, sabe-se da dificuldade de realização de 
inquéritos dietéticos populacionais, por sua complexidade e seu elevado custo” (grifo 
nosso) 
“Em outra linha, as autoras Dulcineia S.P. Abdalla e Karine C.M. Sena, no trabalho 
Biomarcadores de peroxidação lipídica na aterosclerose, relacionam as técnicas de análise 
da oxidação de lipoproteínas e os distintos métodos envolvidos na adoção de 
biomarcadores para o estudo da aterosclerose. Chamam atenção, ainda, para a necessidade 
de escolha criteriosa do método que mais se ajuste ao tipo de pergunta a que se quer 
responder. O monitoramento desses indicadores se põe como ferramenta de grande valia 
para o processo de prevenção de doenças crônicas.” (grifo nosso) 
“No terceiro artigo, Nutrição no pós-genoma: fundamentos e aplicações de ferramentas 
ômicas, de autoria de Eliane Fialho, Fernando S. Moreno e Thomas P. Ong, são definidos 
os principais tipos de técnica que vêm sendo adotados em uma nova frente aberta à 
pesquisa em Nutrição, qual seja a dos estudos do campo da genômica. De caráter inovador, 
a nutrigenômica está centrada na investigação da interação gene-nutriente. A possibilidade 
de utilização dessa técnica na investigação nutricional marca mais um avanço na 
 
1 Kac G, Fialho E, Santos SMC. Panorama atual dos programas de pós-graduação em Nutrição no Brasil. 
Rev Nutr. 2006; 19(6):785-92. 
2 Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rn/a/3PW9PgsvzTvYThn8QYwxQPB/?format=pdf&lang=pt > 
Acesso em 02/01/2021. 
identificação de biomarcadores para subsidiar o estabelecimento de recomendações 
dietéticas específicas para a prevenção de doenças.” (grifo nosso) 
Diante disso, resta óbvia então a importância dos métodos de pesquisa e da união das 
forças dos sistemas de pós graduação em nutrição pelo país, cujo podem ser 
fomentados por grupo interessados, ou pelo governo, seguindo desde então a 
padronização informada e os interesses no social por parte do poder publico e interesse 
na cura por parte das entidades privadas. 
2.2. FOMENTO À PESQUISA EM SAÚDE E POLITICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO. 
Instituído pelo Ministério da Saúde entre 2004 e 2008 foram mais de 278 pesquisas, e 
mais de 14,5milhões investidos. Foram realizados estudos analíticos e questionários 
online restando claro que as regiões que mais necessitam de apoio e recursos é a região 
Norte e Nordeste, sendo que o fomento descentralizado de verbas parece ser o modelo 
mais viável para que se alcance resultados globais a nível brasil quando se fala em 
política de pesquisa em saúde. 
Nesse sentido há de informar acerca do (Programa Pesquisa para o SUS – PPSUS) que 
são gerenciadas pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT), foram 
contemplados 233 coordenadores de pesquisa no país, Todos esses dados foram feitos 
com base no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 16.0 para 
Windows, sendo que 53% dos coordenadores de pesquisa à época responderam ao 
questionário, sendo traçados algumas diretrizes: 
(1) priorizar as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oesteem função de a transição nutricional 
apresentar-se de forma polarizada, com desnutrição e excesso de peso da população; 
(2) aumentar volume de recursos com sustentabilidade e regularidade de lançamento de 
editais; 
(3) melhor a governança, principalmente em relação aos aspectos gerenciais das FAPs. 
Além disso, já é possível, com base nas entrevistas com os coordenadores, entender 
para onde caminha a pesquisa em saúde e nutrição e quais devem ser as áreas a serem 
ainda mais estudadas e pesquisadas: 
1 - Segurança Alimentar 50,4% 
2 - Sobrepeso e Obesidade 30% 
3 - Desenvolvimento e Validação de Metodologias 30% 
4 - Carências nutricionais por micronutrientes 16,3% 
5 - Promoção da Alimentação Saudável na Atenção Básica 13% 
6 - Pesquisa e Epidemiologia Nutricional 11,4% 
7 - Hábitos e Cultura Alimentar 8,9% 
8 - Educação Alimentar e Nutricional 6,5% 
9 - Amamentação e Alimentação Complementar da Criança 5,7% 
10 - Formação de Recursos Humanos 3,3% 
Fonte: < 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/ccs_artigos/percepcao_pesquisadores_alimentacao_nutrica
o.pdf > Acesso em 02/12/2020. 
 
Então, nesse diapasão, partindo para as considerações finais sobre o tópico, restou claro 
para nós, que a modalidade fomento descentralizado, foi escolhida pelos pesquisadores 
sendo considerada como a melhor para o aperfeiçoamento da PNAN ( política nacional 
de alimentação e nutrição), que propõe respeitar, proteger, promover e prover os 
direitos humanos á saúde e á alimentação, e na região Norte essa modalidade não foi 
assinalada como tema prioritário, então os grupos que contribuíram para a definição do 
perfil nutricional brasileiro estão localizados na região Sudeste e Nordeste e 
futuramente, com as mudanças da chamada “nova epidemiologia” esses grupos podem 
acabar ampliando os seus interesses para outros campos do conhecimento. 
Para os pesquisadores os fomentos, sendo nacional ou descentralizado foram de 
extrema importância para atender as prioridades necessárias, já que os mesmos 
priorizam a saúde pública. 
A priorização das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste deve-se fortalecer a 
capacidade regional (intra e inter) de C &T com centros de pesquisas e formação de 
recursos humanos e fortalecimento da formação dos profissionais, podendo dessa 
forma cumprir o papel da formação de pessoal (pessoas qualificadas para atuar nas 
ações de promoção da saúde). No Brasil a governança em C&T ainda está em 
construção. 
Os pesquisadores com todos os conhecimentos que possuem buscam contribuir para a 
superação da problemática alimentar e nutricional brasileira e para o fortalecimento da 
PNAN (política nacional de alimentação e nutrição) e foram indicados 10 temas 
prioritários de pesquisa que não estavam na décima subagenda de alimentação 
nutricional, antes da atualização de 2010, isso mostra a importância dos pesquisadores 
atuando nessa área. 
2.3. A QUALIDADE DA PESQUISA CIENTÍFICA EM NUTRIÇÃO NO BRASIL 
Segundo verificou-se a partir dos estudos dos artigos selecionados, a pesquisa deixou 
de ser uma “ciência do terceiro mundo”, como dita CASTRO, 1982, passando tão 
somente do aspecto bibliométrico para o aspecto tecnológico, o que é muito bem vindo 
quando percebemos que essas inovações aumentam o poder de revisão sistemática dos 
temas envolvidos garantindo maior profundidade e interdisciplinaridade, resultando em 
pesquisas mais efetivas e eficientes. 
Assim, realçamos a importância das fundações de amparo à pesquisa, que desde sempre 
são a mola propulsora para as pesquisas no país, bem como dos periódicos lançados e 
compartilhados publicamente em plataformas digitais, papers, artigos e afins, que 
permite cruzar dados de grandes pesquisadores ou resultados obtidos para alavancar 
ainda mais algum tema ou imergir ainda mais profundo em outros, resultando numa 
maior qualidade nos resultados. 
Desde o primeiro banco de dados criado, então com o CIBRAN – X Consórcio de 
Instituições Brasileiros na área da Nutrição temos a oportunidade de fundir estudos e 
propagarmos conhecimento. 
Contudo, o que se percebe é que a maioria dos periódicos escolhidos para pesquisa ou 
revisões sistemáticas, quase 57% são de outros países, sendo a língua inglesa a principal 
fonte, e que, muitas revistas brasileiras de nutrição não estão regulares perante Science 
Citation Index, que cuida de administrar esses estudos, o que tende a ser preocupante 
e deve ser revisto urgentemente. 
Entretanto, apesar desse porém, com relação à qualidade da pesquisa em si, não 
podemos reclamar, haja vista que, segundo pesquisas oficiais, o número de citações 
supera o numero de artigos, o que, de alguma maneira, realça que nossa pesquisa é 
efetiva e pode ser utilizada em outros estudos e inclusive é replicada em estudos 
internacionais, sendo nossos autores lidos pelo mundo todo e nossa pesquisa validade 
perante a comunidade estrangeira. 
Somente em tom ilustrativo, trazemos a figura em realce: 
 
Fonte: < https://brapci.inf.br/index.php/res/download/54656 > Acesso em 02/12/2021. 
 
2.4 PRODUÇÃO CIÊNTIFICA EM NUTRIÇÃO E PLANO DE AÇÕES 
Como verificado acima, a produção cientifica na área da saúde já possui alguns 
parâmetros e têm seu modus operandi já delineado, contudo, temas específicos 
relacionados à nutrição estão em pauta sempre, desde a criação do programa FOME 
ZERO, que foi o carro chefe das políticas públicas sociais relacionados à área da nutrição 
alimentação e fome. 
Hoje, os planos de ações se voltam mais para a obesidade, saúde e qualidade de vida, 
sendo a primeira um dos maiores problemas de saúde publica enfrentados pelo país 
atualmente, e em cujo o qual tem sido direcionado parte dos seus esforços e fomentos, 
como abordado anteriormente. 
É interessante, porém, percebermos que há uma dissociação entre os problemas de 
saúde pública e a produção de conhecimento em si. Ou seja, conferir legitimidade ao 
discurso cientifico no brasil não é algo tão fácil quando se tem um padrão 
comportamental civil que muito mais tem acesso e credita sua esperança no discurso 
político do que especificamente na pesquisa, o que gera uma infinidade de problemas 
práticos. 
Entretanto, percebemos pelos estudos, que há sim uma grande visibilidade 
internacional da ciência em epidemiologia nutricional no Brasil, e que, se houvesse 
melhor dinâmica de atuação pública os dados cientométricos poderiam ser melhor 
utilixados e as fundações de amparo a pesquisa financiarem temas que fossem 
replicados à comunidade civil de forma a esclarecer e educar a sociedade, minimizando 
problemas relacionados à falta de cultura e conhecimento acerca da nutrição e de uma 
alimentação equilibrada e digna. 
Assim, o que se espera é que as pesquisas instituídas em cenário nacional e financiadas 
pelo governo possuam junto aos governantes mais eficiência e compatibilidade, de 
modo que essas politicas públicas sejam sempre embasadas no caráter científicos das 
pesquisas já realizadas, ou que sirvam ao menos como norte para entender melhor as 
necessidades populacionais quando o assunto é fome, obesidade e falta de 
conhecimento informação segura. 
Importante trazermos, então, a citação de Gibbons e Fuller em que o mesmo aponta 
para a diversidade de métodos e sua aplicação fática: 
“Gibbons (1994) chamam o conhecimento produzido segundo a lógica auto-referente 
delineada acima de Modo 1 de produção, característico do capitalismo anterior à Segunda 
Guerra Mundial. O Modo 2 corresponderia a uma forma de produzir conhecimento, onde a 
lógica interna de cada disciplina teria um poder menor para condicionar objetos, estratégias 
e metodologias de estudo, já que a produção é mais diversificada, sob o ponto de vista 
institucional, dos atores envolvidos e dos interesses em questão. A produção desse 
conhecimento implicaria um feedback maior para os atores externos à comunidade (social 
accountability), isto é, a produçãonum contexto de aplicação, onde a solução de um 
problema determinado e prático comanda as estratégias teóricas e metodológicas. Outros 
autores defendem que essas duas formas sempre existiram”3. 
Assim, o que se percebe é que esse fenômeno divide as questões quanto ao consumo 
do conhecimento científico entre a inovação industrial (science push/market pull) e a 
demanda pública. As duas questões situam o problema na configuração do programa de 
 
3 Gibbons M, Nowotny H, Limoges C, Trow M, Schwartzman S, Scott P. The new production of knowledge 
- the dynamics of science and research in contemporary societies. London: Thousand Oaks/ California: 
Sage Publications; 1994. 
investigação, das condições de produção do conhecimento em si, sob o 
condicionamento de interesses outros que não aqueles internos à comunidade 
científica4. 
Especificamente sobre a obesidade, para que entendamos o fenômeno, foi realizado 
levantamento bibliográfico nas bases do ISI/Thomson Scientific. A estratégia de busca 
incluiu o termo "Brazil" no campo "endereço" de pelo menos um dos autores, para 
caracterizar a produção brasileira, e o termo "obesity" no campo assunto. 
Em relação ao tema obesidade na área de epidemiologia nutricional, o Brasil representa 
2,3% da produção mundial e ocupa o 12º lugar em produção. Essa participação qualifica 
a área entre as de maior visibilidade, vejamos: 
Fonte: < https://www.scielosp.org/article/rsp/2006.v40nspe/86-92/pt/ > Acesso em 02/12/2021. 
Felizmente, apesar de ignorar muitas variáveis e evidências científicas, o conhecimento 
científico conseguiu fundamentar tomadas de decisões importantes acerca da situação 
alimentar no país. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Assim, percebemos com o trabalho e leitura dos artigos, que, embora em número 
reduzido, os pesquisadores brasileiros da área de nutrição destacam-se da média 
nacional no que tange à qualidade de suas publicações, elegendo revistas estrangeiras 
de bom nível para divulgar os resultados de suas pesquisas. 
 
4 Schwartzman S. A pesquisa científica e o interesse público. Rev Bras Inovação. 2002;1:361-95. 
No mesmo sentido de que, muitas vezes as políticas públicas não serem tão fiéis às 
estatísticas, o peso dos estudos científicos na área da nutrição, especialmente aqueles 
relacionados à fome, obesidade e conhecimento tem se tornado mais valorizado. 
Vislumbramos ainda que, no meio acadêmico, desde 2004 há uma maior e melhor 
organização dos sistemas de pós graduação e dos meios de indexação e 
compartilhamento de informações, o que gera ainda mais condições de se implementar 
pesquisas efetivas. 
Ainda fica claro, porém, que o PNAN plano nacional de alimentação e nutrição ainda 
tem de focar em áreas e regiões mais subdesenvolvidas como Norte e Nordeste e que 
os estudos desenvolvidos por financiamento privado têm outro direcionamento, mais 
focado no comércio e no business do que no social. 
Logo, resta indubitável a força da pesquisa cientifica para estruturação de melhores 
models de atuação e para o bom desenvolvimento da ciência como um todo, sendo 
crucial para o desenvolvimento da humanidade e da nossa ciência enquanto parte das 
ciências da saúde. 
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coordenadora; Gonçalves BS, Silva LF, Itacarambi P, colaboradores. São Paulo: Instituto 
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