Buscar

Fundamentos do Design - Capítulo 1 - O que é Design

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DO DESIGN
CAPÍTULO 1 - O QUE É DESIGN?
Luciana da Silva Bertoso
Introdução
Vivemos em ambientes construídos por objetos dos quais somos usuários. Estamos em interação constante com esses objetos que devem nos trazer bem-estar, conforto e felicidade. Nesse sentido, o design está presente desde que acordamos até o momento que nos deitamos: em nossas casas, nos transportes, na educação, no trabalho, na saúde. Ele pode estar em contato direto com nossa pele no vestuário como também afastado em um website.
O emprego da palavra design vem sendo utilizado para nomear uma série de atividades, como hair design, cake design, nail-design. Como também, muitas vezes é utilizado na publicidade para chamar a atenção para algum aspecto estético de um produto.
Mas afinal o que é design? E quem é o designer? Pensando de uma forma generalizada e no senso comum, quando uma pessoa fala que o design de um carro ou embalagem é arrojado, logo pode-se pensar em um produto com uma forma diferenciada, moderna e atraente. Levando a um sentido de algo bem feito, com aparência “bonita”, entretanto, o conceito de design é mais abrangente e plural (HSUAN-AN, 2018).
O design é o termo que designa a profissão e o designer é o profissional que se dedica ao design. Mas o design não se relaciona apenas com os produtos que consumimos. Então, qual o seu alcance? E como atuar nesse campo que está em evidência?
Vamos começar esse primeiro capítulo compreendendo algumas definições do design, desde conceituações tradicionais até questionamentos contemporâneos. Compreenderemos também a função do designer, seu papel, habilidades e possibilidades de atuação. Em seguida, vamos entender quais os limites da profissão. No último tópico, vamos abordar o mercado de trabalho no cenário nacional e internacional, com alguns exemplos de empresas renomadas de design.
Vamos lá? Acompanhe este capítulo com atenção!
1.1 Introdução ao design
Para muitas pessoas, design se refere à criatividade. Para outros, se relaciona com habilidades técnicas, e ainda há quem relacione com os dois. Definir o design é um desafio, muitas pesquisas e definições são exploradas para compreender o escopo do design. De acordo com Morris (2010), o desenvolvimento de produtos é uma prática comum entre a humanidade desde a antiguidade na criação de ferramentas, no adorno do corpo, na pintura de uma parede. Entretanto, existem alguns conceitos importantes para serem esclarecidos, bem como a ambiguidade da palavra design em sua a definição.
Vamos entender isso, a seguir, com algumas abordagens da conceituação do design. 
A palavra design vem do inglês e foi utilizada com mais frequência no início do século XIX. São inúmeros autores que tratam de sua conceituação, e isso tem gerado debates, principalmente por sua ambiguidade semântica.
Cardoso (2008) aponta que o termo design tem suas origens mais remotas no latim do verbo designare, que significa tanto designar, determinar, quanto desenhar algo. Nesse sentido, o design engloba tanto a parte abstrata de conceber algo quanto a parte concreta sua materialização.
De acordo Bürdek (2010, p. 13) o termo design foi descrito pela primeira vez pelo Oxford Dictionary em 1588 como “um plano que possa ser realizado; o primeiro projeto gráfico de uma obra de arte ou; um objetivo de artes aplicadas que seja útil para a construção de outras obras. ”
Moura e Gusmão (2009) apontam a dificuldade de definição do design, muitas vezes até na forma mais simplista. Isso ocorre pela crença de que o design é desenho e o designer um artista criativo. O desenho encontra-se no escopo do design, mas o seu entendimento é mais complexo.
Nesse sentido, os autores explicam as diferentes definições da palavra design. No inglês ela é utilizada de duas formas, com substantivo com significado de plano, intenção, e como verbo (to design) que se relaciona com o ato de projetar, criar algo.
Há também a distinção entre a palavra desenho e design: no inglês – draw (desenho) e design, espanhol – dibujo (desenho) e diseño, no italiano disegno (desenho) e design e no francês dessein (desenho) e désign. No Brasil, incorporamos ao nosso dicionário a palavra na língua inglesa por não termos uma palavra em português que defina esse campo que não é apenas design, como também não é apenas projeto.
Deste modo, o design é uma atividade que gera projetos, no sentido objetivo de planos, esboços, modelos e protótipos (CARDOSO, 2008; HSUAN-NA, 2018). Ele pode ser descrito como um processo completo que busca resolução de um problema, por meio de uma metodologia, e leva a construção e configuração de um resultado concreto.
A Industrial Designers Society of America (IDSA, 2018) define o termo design industrial como um plano para alcançar uma finalidade específica que envolve a resolução de problemas e a comunicação. O design facilita a vida, procura criar ou melhorar objetos (produtos) deixando-os mais funcionais e atrativos, mais eficientes e acessíveis.
Para aprender mais sobre a etimologia da palavra design, assista ao vídeo abaixo. https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1548786582&entry_id=1_jrmnwfcx
 (
O termo 
design 
industrial surgiu como um atributo da revolução industrial e da produção em massa. Foi utilizado pela primeira vez em 1948 nos Estados Unidos por Matrin Stam, que definiu o projetista industrial como o profissional que se dedica à indústria em qualquer campo, especialmente na configuração de novos materiais. 
(BÜRDEK,
 
2010).
)VOCÊ SABIA?
A abrangência do design gera inúmeros debates, principalmente sobre o aspecto da forma e da função que podem ser considerados requisitos do projeto, mas não seu objetivo. A definição elaborada pelo Design Center de Berlim em 1979 descrita por Bürdek (2010, p. 15) aponta aspectos relevantes sobre o escopo do design. “Um bom design deve expressar as particularidades de um produto, responder a questões do meio ambiente, de economia de energia, da reutilização, de duração e de ergonomia”.
Entretanto faz-se necessário esclarecer que o design não se limita ao desenvolvimento de produtos. O próprio termo “produto” segundo Bürdek (2010) está em mutação, nesse sentido, podemos pensar no design não apenas do objeto em si, mas de interfaces ou superfícies que são configuradas pelo designer. Como atualmente tem se falado em design de serviços, design digital, design de jogos, sobre as configurações que devem ter para que atendam às necessidades dos usuários.
A definição de design é revisada e atualizada a longo do tempo. Hsuan-An (2018) aponta que o design deve ser entendido em dois contextos: conceitual e projetual. O conceitual se refere às ideias e o projetual ao processo técnico-prático. O autor fala também do processo de projeto que deve ser considerado um processo de inovação e criatividade. “Design é toda atividade projetual efetiva de criação e de produção de objetos, sistema de objetos e ambientes organizados, realizada por meio de processos racionalizados, com o objetivo de contribuir para melhorar a qualidade de vida humana” (HSUAN-AN, 2018, p. 45).
Nesse sentido o processo de design de acordo com Walsh et al. apud MOZOTA (2011, p. 26), possui quatro características essenciais, os 4Cs do design. Clique nos itens a seguir para conhecê-los.
• Criatividade: o design exige a criação de algo que não existia antes.
•Complexidade: o design envolve decisões quanto a um grande número de parâmetros e variáveis.
•Comportamento: o design requer o equilíbrio de várias necessidades, às vezes conflitantes (custo e desempenho, estética e facilidade de uso, materiais e durabilidade).
•Capacidade de escolha: o design impõe que se façam escolhas entre muitas soluções possíveis para um problema em todos os níveis, desde o conceito básico até o menor detalhe de cor ou forma.
Para que o design seja efetivo e satisfatório dependerá da atividade pensada racionalmente, mesmo que seja influenciada por percepções e sentimentos do designer.Sendo assim, o projeto constitui um processo de racionalização do pensamento, como também da avaliação, e da sequência das operações para se chegar no resultado esperado.
Perceba que as definições do design atualmente são plurais. Bürdek (2010, p. 15) sugere que em vez de uma nova definição para o design na virada do século XX para o XXI, se deve nomear alguns problemas que o design deve atender, listado a seguir. Clique na interação.
Visualizar progressos tecnológicos.
Priorizar a utilização e o fácil manejo de produtos.
Tornar transparente o contexto da produção, do consumo e da reutilização.
Promover serviços e a comunicação, mas também, quando necessário, exercer com energia a tarefa de evitar produtos sem sentido.
O design deve estar alinhado com as necessidades da sociedade, por isso muitos produtos são reconfigurados ou melhorados, por apresentem problemas, ou pela descoberta de uma nova tecnologia, ou ainda por adaptação às novas demandas. Essas modificações podem se relacionar à estética, à funcionalidade, à segurança, à qualidade, dentre outros aspectos que podem influenciar a interação entre usuário e produtos (HSUAN-AN, 2018).
Figura 1 - Adaptações na telefonia móvel às novas tecnologias e necessidades dos usuários.
Fonte: Dedi Grigoroiu, Shutterstock, 2019.
Sendo assim, o design deve priorizar a melhoria da qualidade de vida, buscando soluções criativas para os problemas do dia a dia, levando em consideração às necessidades locais e globais. A seguir, vamos estudar o perfil do designer.
1.2 A função do designer
O designer é o profissional que atua na elaboração e execução de projetos, busca de soluções criativas, economicamente viáveis, que possam ser implementadas. É um inovador e lançador de tendências, ao tentar iniciar uma mudança com uma nova ideia, “ele considera o mundo como uma realidade a ser interpretada” (MOZOTA, 2011, p. 18). Ele pode atuar como profissional liberal (freelancer), em consultoria própria, como 
Funcionário de agências de design ou no departamento de design de alguma empesa (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2014). 
Neste tópico vamos entender qual o papel do designer e as possibilidades de atuação nesta área tão ampla.
1.2.1 O papel do designer
Hsuan-An (2018) aponta que o papel do designer é de buscar meios de gerar ideias eficazes para resolução dos problemas. Os resultados dependerão da pesquisa (busca de informações sobre o contexto do problema), criatividade (capacidade de gerar ideias) e habilidade técnica (elaboração de esboços e modelos do produto e/ou serviço) do designer.
Best (2012) complementa que o papel do designer é inovar, no sentido de buscar uma maneira melhor de fazer as coisas, por meio do processo de design, que se inicia com a identificação do problema, para posteriormente ocorrer a geração de ideias e a avaliação das oportunidades. Na etapa inicial do projeto são selecionados os membros da equipe que devem buscar imergir no contexto do problema a ser solucionado: os usuários devem ser observados e entrevistados? É importante conversar com fornecedores? O observador perspicaz para que o projeto tenha sucesso.
A capacidade de comunicação, principalmente a comunicação visual é importante para o designer. A comunicação visual no design consiste na transmissão de ideias com intuito de comunicar uma mensagem. Essa mensagem pode ser transmitida por meio de um produto físico ou gráfico, como também um serviço ou uma experiência, esse produto ou serviço poderá ser aceito ou rejeitado pelo público. Por isso, se aprofundar no contexto ao qual se está projetando é imprescindível para que haja coerência e aceitabilidade das ideias que serão comunicadas (BEST, 2012).
Para ser um bom designer não basta apenas ter habilidade com desenho, como também assimilar teorias e técnicas. Mozota (2011) aponta algumas habilidades em design que são importantes para os profissionais: imaginação e senso de detalhe, qualidade de diálogo, senso de materiais, qualidade de percepção, capacidade de gerenciar um projeto e capacidade de síntese, como podemos ver no quadro a seguir:
Quadro 1 - As habilidades no design incluem habilidades práticas, imersão no contexto do problema, criatividade, com o suporte das técnicas, habilidades comerciais e de apresentação e redação.
Fonte: MOZOTA, 2011, p. 23.
Além disso um bom designer deve ter conhecimentos artísticos, culturais, tecnológicos, sociais, psicológicos, ergonômicos e históricos (HSUAN-AN, 2018). A seguir vamos conhecer quais as possibilidades de atuação do designer.
1.2.2 Áreas de atuação
O designer cria e desenvolve conceitos e especificações que otimizam a função, o valor e a estética de produtos, ambientes, sistemas e serviços para o benefício do usuário, da indústria e da sociedade (IDSA, 2018). Existem diversas áreas específicas de atuação do design, como design o design gráfico, de joias, automóveis, embalagens, web design, interface digital, multimídia, dentre outros. Entretanto Hsuan-An (2018) classifica essas diversas campos em 3 grandes áreas: design de produto, design de comunicação e design de interiores, que serão descritas a seguir:
Design de produto
Grande parte dos objetos utilitários são produzidos por meio do design de produtos. Mesmo o desenvolvimento de uma caneta, que aparentemente tem uma forma simples, exige pesquisa e se relaciona com diversos fatores do contexto, cultural, social, econômico, tecnológico e psicológico. É preciso compreender a fundo para quem esse produto será desenvolvido para que esse satisfaça às necessidades e desejos dos consumidores (HSUAN-AN 2018).
O designer de produto concebe e executa projeto de móveis, moda, luminária, tapetes, dentre outros. Como também melhora ou cria uma solução original para um sistema, adapta um sistema a uma nova tarefa e faz o redesign de produtos – modificando certos aspectos, sem alterar sua essência (MOZOTA, 2011).
 (
Humberto e Fernando Campana são reconhecidos nacionalmente e internacionalmente pela criatividade em incorporar matérias-primas do dia a dia, como plástico bolha, mangueira de jardim, cordas, papelão, dentre outros materiais na criação de móveis e objetos que carregam características brasileiras com o uso das cores e misturas (CAMPANA, 2018). 
Conheça mais: < 
http://campanas.com.br/
>.
)VOCÊ O CONHECE?
Design de comunicação
A comunicação atualmente é dinâmica. Por meio dos produtos e suas interfaces nos comunicamos, recebemos informações em grande parte em forma de imagens que podem ser estáticas ou animadas. Muitas imagens, sejam de logomarcas de uma camiseta, embalagens de fast-food, páginas de sites, capas de CDs e DVDs, são feitas por meio do processo de design (HSUAN-AN, 2018).
Por meio da gramática visual (ponto, linha, equilíbrio, escala textura, cor, hierarquia, enquadramento, dentre outros) o design de informação comunica uma mensagem. O designer de comunicação precisa sintetizar graficamente um conceito, para que os usuários possam compreender a mensagem. Portanto, é uma ponte entre a organização comunicadora e o público (SOROMENHO; AMARO, 2012).
Figura 2 - Essa embalagem de batata frita remete à uma marca mundialmente conhecida sem citar o seu nome. Exemplo de design de comunicação na embalagem e logo que destacam a eficácia do design de comunicação.
Fonte: Sorbis, Shutterstock, 2018.
O design de comunicação abrange produtos e serviços variados que se relacionam com a impressão gráfica e informática, tais como: cartaz, embalagens, livros, programa de identidade visual, computação gráfica, web design, animação, games, dentre muitos outros. Com o aumento acelerado do uso da internet as empresas têm cada vez mais a demanda de profissionais qualificados para desenvolver sites, aplicativos e displays (HSUAN-AN, 2018).
 (
Indie Game
, de Lisanne Pajot e James Swirsky (2012), é o primeiro documentário 
longa-metragem
 sobre o desenvolvimento de jogos
. Mostra o processo criativo de alguns 
designer
s de
 jogos independentes, e de como se expressam por meio dos jogos, bemcomo os desafios da profissão. O documentário é uma jornada que muitos cineastas, 
designer
s, artistas e empreendedores, e muitos outros profissionais podem se identificar na era
 
digital.
)VOCÊ QUER VER?
Design de interiores
O design de interiores é uma área que desenvolve projetos de ambientes (internos), considerando aspectos técnicos, ergonómicos e estéticos para criar a melhor solução para espaços construídos. Ele está inserido em uma área mais extensa que é o design de ambientes que projeta tanto ambientes internos quanto externos. O design de interiores engloba planejamento, organização e composição de móveis, objetos, elementos decorativos, em espaços internos como residências, espaços comerciais, interior de navio, dentre outros. O designer de interiores precisa ter conhecimentos também em design de produto e comunicação, pois ele deve reorganizar o espaço já construído pela disposição dos objetos e demais elementos (HSUAN-AN, 2018).
Figura 3 - No projeto de design de interiores prioriza-se as melhores formas de interação entre o usuário e o espaço, por meio de cores, texturas, mobiliário dentre outros que sejam coerentes com a proposta do ambiente.
Fonte: Naphat_Jorjee, Shutterstock, 2018.
Design de serviços
O design de serviços traz uma nova forma de pensar, é uma abordagem interdisciplinar focada na criação de experiências por meio da combinação de recursos tangíveis e intangíveis. Pode ser empregado em diversos setores como saúde, varejo, transporte, habitações, moda, entre outros segmentos (STICKDORN; SCHNEIDER, 2014). Empresas como Spotify, Aribnb, Booking e Uber são exemplos de serviços que trazem propostas coerentes com as demandas da sociedade.
Figura 4 - O Spotify é um exemplo de serviço que tem traz umas novas formas de acesso e compartilhamento de músicas. Fonte: emasali stock, Shutterstock, 2019.
Deste modo o design de serviços é uma forma holística de olhar as necessidades dos usuários e transformá-las em soluções que aprimorem fatores como a facilidade de uso, a satisfação, melhoria da relação empresas- usuários. O design de serviços pode tanto criar quanto melhorar serviços existentes priorizando a interação dos usuários (STICKDORN; SCHNEIDER, 2014).
Essas são algumas possibilidades de atuação com o design, porém existem muitas outras áreas que estão sendo exploradas pelo design.
A atividade de design também pode ser classificada segundo a dimensão do produto. Mozota (2011) descreve três dimensões da atividade: duas dimensões (2D), três dimensões (3D) e uma nova dimensão (4D) que inclui a dimensão da interface com o usuário, orientadas pelas novas tecnologias de informação, como podemos ver no quadro a seguir:
Quadro 2 - Tipos de disciplinas do design.
Fonte: MOZOTA, 2011, p. 21.
Em relação aos desafios da profissão no cenário nacional, Martins et. al. (2013) ressaltam as dificuldades de compreensão do design como uma área que visa o bem-estar social, visto que muitas vezes é associado apenas a produção de artigos de luxo e alto valor. Outra questão é a falta de valorização da profissão dentro de um mercado de trabalho que cresce, mas ainda não reconhece a importância do designer. Para os autores isso parece se relacionar com o valor que se atribuí a industrialização de um país. Muitas empresas veem o designer como um profissional altamente qualificado para produzir soluções estéticas, mas não acreditam que o design pode ser um fator de inovação não somente do produto, mas do negócio, com melhorias desde a processos produtivos como organizacionais.
Morris (2010) acrescenta que os desafios da profissão atualmente estão em lidar com a alta complexidade que vivemos, o número de informações aumentou e a segmentação de áreas também. Diante deste contexto, como o designer deve atuar nesse mundo complexo, com as exigências de precisão e tempo? Para auxiliar nesses desafios muitas pesquisas no campo do design têm sido elaboradas e inúmeras contribuições ocorreram para otimização do trabalho e busca da inovação.
CASO
Uma equipe de designers foi contratada para solucionar um problema local de distribuição de alimentos em Baltimore, nos Estados Unidos. A população precisava se deslocar longas distâncias porque não havia um supermercado próximo. Então, criaram uma iniciativa de um mercado virtual para combater o problema. Inicialmente realizaram um projeto piloto que permitia aos moradores do bairro encomendar os alimentos online em uma biblioteca pública local, e as compras eram entregues no dia seguinte sem taxa de entrega para os clientes.
A tarefa dos designers foi criar peças publicitárias para anunciar e explicar o programa aos moradores da região com a linguagem mais clara e adequada. Para isso, criaram um cartaz e, em seguida, conversaram com os participantes do programa. Os principais pontos destacados pelos moradores foram:
· 	Publicidade em ônibus: a maioria dos membros da comunidade disse que pega ônibus para chegar ao supermercado;
· 	Desenvolvimento do logotipo: os designers conversaram com os membros da comunidade sobre possíveis nomes para o programa de supermercado virtual;
· 	Sacolas térmicas de compras: muitos clientes queixaram-se de que seus congelados derretiam no trajeto a pé da biblioteca até suas casas com o calor do verão.
Depois de ouvirem atentamente às opiniões, os designers reviram completamente sua abordagem.
A publicidade nos ônibus tornou-se o canal de comunicação. Na pesquisa sobre o logotipo, muitas pessoas gostaram do nome Baltmarket, por se tratar de um nome específico à comunidade. E por
fim os designers divulgaram sacolas térmicas reutilizáveis como um incentivo aos clientes
(LUPTON, 2013).
O designer precisa olhar para o mundo com a mente aberta, ir além para buscar novas possiblidades. Se as pessoas simplesmente copiassem, nada de novo surgiria. A capacidade imaginativa é o que diferencia um designer profissional de um inventor de ocasião (MORRIS, 2010).
Os grandes designers sempre estão em busca de novas experiências, mas como podemos inovar se sempre estamos seguimos o mesmo caminho? Nosso campo de visão sempre será o mesmo. Os designers precisam ir além, buscar novas experiências, como conhecer lugares novos, viajar, ou até mesmo algo mais simples como ler um jornal diferente, fazer um novo caminho para o trabalho, observar os detalhes da rua por onde caminha. Os grandes profissionais da área sempre estão dispostos a buscar novos desafios, novas respostas para problemas, trabalhar com novos colegas e tentar coisas novas (MORRIS, 2010). Nesse sentido o designer lida com conhecimentos de diversas áreas, por isso a interdisciplinaridade é tão importante. Vamos compreender no próximo tópico quais as áreas e conhecimentos específicos são correlatos ao design.
1.3 Interdisciplinaridade no design
O design é multidisciplinar e tem uma vasta amplitude como você pode ter percebido até agora, utiliza a teoria e prática das artes visuais que são aplicadas a produtos manufaturados. Ele é tanto ciência quando arte, e estabelece uma ponte entre o caráter lógico da abordagem científica quanto as dimensões intuitivas e artísticas do trabalho criativo (HSUAN-AN, 2018; MOZOTA, 2011).
Por ser uma área de planejamento de interfaces (produtos, serviços, sistemas) o design tende cada vez mais a inúmeras possibilidades no mundo complexo que vivemos. Por isso, o design tende a dialogar com inúmeros outras áreas algumas mais próximas outras mais distantes (CARDOSO, 2013). Neste tópico iremos tratar dos limites e convergências do design com áreas correlatas.
1.3.1 Limites entre design e arte/ design e tecnologia
A distinção histórica entre arte e artesanato fundamentada na transição em que um mesmo indivíduo concebe e desenvolve um artefato, para outro em que há uma separação nítida entre projetar e fabricar para a produção em série foi importante na primeira fase de desenvolvimento do design. Entretanto, atualmente existem muitos produtos de elevada tecnicidade que são fabricados com técnicas tradicionais, e por questõestécnicas, produtivas e de valores podem ser fabricados em pequenas séries. Esse é um dos motivos da complexidade da distinção entre arte e design (CARDOSO, 2008; MALDONADO, 2012). A seguir, falaremos mais a respeito deste tema. 
Para Mozota (2011) as distinções entre um designer e um artista se relacionam com o tipo de trabalho desenvolvido pelo designer, ele cria algo para os outros em uma equipe multidisciplinar gerindo esse processo em prol da inovação.
Assim como conceituar o design, definir a arte sempre foi um desafio. A arte é qualquer atividade humana racional e utilitária. Na concepção da estética contemporânea a arte é expressão criadora e processo de construção que por sua combinação de propriedades formais tais como: sons, movimentos, cores, linhas etc., cria objetos de arte (MICHAELIS, 2018).
Uma segunda distinção que gera debates no campo do design é a distinção entre artesanato e design. De acordo com Freitas (2017) o artesanato está presente desde os povos mais primitivos, surgiu da necessidade do homem de se alimentar, se proteger e se expressar e foi se aprimorando ao longo do tempo. O artesão atuava na produção de objetos desde a concepção do produto até a sua comercialização.
O artesanato é uma atividade manual com finalidades comerciais, que pode ou não ser desenvolvida com uso de máquinas, mas há o predomínio da habilidade manual e da criatividade. É produzido em pequena escala.
Já o design é uma atividade integrada que ultrapassa a considerações formais e funcionais, é uma atividade estratégica de comunicação e inovação, o profissional que atua no design é preparado para a atividade projetual nas mais diversas formas, para análise do comportamento do consumidor e percepções de oportunidades de mercado (FREITAS, 2017).
Já para Cardoso (2013) a dicotomia entre design e artesanato está desgastada, pois vivemos atualmente em novas perspectivas de produção além da produção em massa. O autor exemplifica apontando que um cartaz projetado e impresso com ferramentas digitais, pode ser realizado por uma única pessoa desde sua concepção a sua produção, e pode ser produzido como peça única, mas não poderia ser considerado um objeto artesanal. O design deve ser pensado como um campo em plena evolução.
E por fim, o terceiro ponto que vamos abordar é a relação entre design e tecnologia. Souto (2012) analisa alguns autores que conceituam a tecnologia e descreve que ela é uma disciplina em paralelo com a ciência. Nesse sentido, a tecnologia não é apenas a aplicação do conhecimento científico, pois pesquisadores de tecnologia analisam áreas ainda com pouco conhecimento estabelecido.
A tecnologia visa a produção de know-how (técnica e prática eficiente) para a inovação operacional. Nesse sentido cabe ressaltar também que para a implementação de uma tecnologia em um projeto de design é preciso analisar a sua viabilidade produtiva e rentabilidade, bem como as características físico-químicas presentadas pelos materiais.
Em muitos casos, no desenvolvimento de produtos tecnologicamente complexos, a participação do designer se limita à solução dos aspectos visuais, funcionais e ergonômicos do produto e aspectos relacionados à parte mecânica, eletrônica e informática são responsabilidades dos engenheiros (HSUAN-AN, 2018).
1.3.2 Convergência entre áreas correlatas ao design
Estabelecer e compreender a convergência entre as diversas áreas que tangem o processo de design nos auxilia no entendimento dos principais elementos da interdisciplinaridade no design.
O design é uma área projetual que se relaciona em suas origens a outras áreas como artes plásticas, arquitetura e engenharia, e ao mesmo tempo para Cardoso (2013, p. 237) “o design é um campo essencialmente híbrido que opera a junção entre corpo e informação, entre artefato, usuário e sistema”.
Nesse sentido Souto (2012) aponta algumas diferenças e similaridades entre design, arte e tecnologia em relação aos seus objetivos: o design busca a satisfação das necessidades e desejos dos usuários com inovações que visam o bem-estar social, já a arte busca a estética e a tecnologia busca atingir metas específicas, com inovações que visam a melhoria de processos operacionais. Apesar dessa distinção, a autora ressalta que os objetivos dessas áreas não são totalmente excludentes: o design também busca a estética, assim como as artes pode-se buscar à satisfação do usuário, bem como o design incorpora a inovação tecnológica.
Para sintetizar os diversos tipos de design e as áreas correlatas que entram nos conhecimentos multidisciplinares do design, será apresentado a seguir o diagrama de David Walker com os diversos tipos de design e suas relações. O autor coloca as raízes do design como profissão nos trabalhos artesanais, com imersão do design em diferentes técnicas de artesanato e sua inserção na comunidade criativa. O tronco da árvore representa as áreas específicas do conhecimento artesanal, que podem ser: cerâmica, bordado, desenho, joalheria, dentre outros; representa a permanência do conhecimento do design em sua forma material. E os ramos representam a valorização das diversas áreas e disciplinas do design e formam uma síntese das necessidades mercadológicas e de conhecimento do design.
 Figura 5 - De acordo com o Diagrama de David Walker, as origens do design estão embasadas no artesanato, bem seu escopo incorpora a arte e a ciência, a partir desses conhecimentos surgem as áreas do design.
Fonte: MOZOTA, 2011, p. 22.
Em meio a tanta pluralidade pode-se dizer que o “designer” faz de tudo um pouco, e é um termo de aplicação a um número crescente de atividades (CARDOSO, 2013).
 (
Abstract: The Art of Design
, de Scott Dadich (2017), é uma série que apresenta oito mentes criativas da arte e do 
design 
contemporâneo
, como o 
designer 
de tênis da Nike Ralph Gilles; Paula Scher que criou a logo do Windows 8 e Citbabank, dentre outros 
designer
s talentosos. 
A série está organizada em oito episódios que apresentam algumas áreas de atuação 
dos designers
 na atualidade e o processo criativo desses profissionais.
)VOCÊ QUER VER?
Neste tópico, você entendeu um pouco mais sobre a interdisciplinaridade no design, os limites entre design e arte/design e tecnologia, assim como a convergência entre áreas correlatas. No próximo tópico vamos falar do mercado de trabalho. Continue acompanhando!
1.4 Mercado de trabalho
Atualmente temos uma profusão de produtos e serviços, com isso as empresas têm cada vez mais buscado o 
Design. A atuação do
Designer
Está em toda parte desde a criação de embalagens de produtos até o
Desenvolvimento de interfaces gráficas para aplicativos móveis e desktop.
A demanda pelo design aumentou ao longo dos tempos. De acordo com Mozota (2011) isso ocorreu por três fatores: a busca de diversidade pelas empresas, geração de novas necessidades por meio da inovação e pelo desejo dos designers de expressarem sua criatividade. Mozota (2011) destaca algumas áreas de integração do design em uma empresa. Clique nos itens a seguir para ver.
• Comunicações corporativas e política da marca.
• Produto e políticas de inovação.
• Espaço de varejo e posicionamento da marca no varejo.
O design pode ser integrado como CEO (responsável pela estratégia de uma empresa) quando a estratégia da empresa implica na modificação de sua identidade, como por exemplo na fusão de empresas. Também pode ser integrado nas comunicações corporativas, em tudo que se relaciona com a identidade visual da organização, online e off-line, criação de eventos ou participação em mostras profissionais. No marketing, o design pode ser integrado na criação de uma nova embalagem, desenvolvimento e valorização de uma marca, organização da promoção do produto. E pode ser integrado na produção de pesquisa e desenvolvimento para um projeto (MOZOTA, 2011).
 (
A história
 do sabonete é um exemplo de utilização do 
design 
para criar uma demanda. 
Em 
1884
 W. H. Leaver percebeu que para aumentar suas vendas na classe trabalhadora, teria que criar um produto diferenciado. Então batizoude “
Sunlight
” os seus sabonetes, que eram vendidos em barras de 30g embrulhados em uma imitação de papel pergaminho com 
seu nome
 e o de seu produto, o “Sunlight”. Esse é um exemplo que demostra que por meio da diferenciação da mercadoria o 
design 
colaborou para divulgar o produto de forma eficaz (MOZOTA,
 
2011).
)VOCÊ SABIA?
“O design como profissão tem participação ativa nas economias nacionais” (MOZOTA, 2011, p. 56), por isso também seu desenvolvimento depende da economia nacional e internacional. Ele cria uma demanda por produtos e serviços que estimula o consumo. Bem como, pode contribuir para elevação da taxa de exportação de um país, quando se desenvolvem produtos considerados com qualidade e desempenho superior. Deste modo, o design tem papel importante para gerar vantagem competitiva de um país, visto que a competitividade de uma economia é mensurada por sua capacidade de gerar pesquisas e inovar (BRASIL, 2014).
Neste tópico vamos conhecer um pouco de como o design tem atuado em empresas nacionais e internacionais, como também alguns aspectos sobre ética no design.
1.4.1 Principais empresas de design no Brasil
Os estudos que abordam o design no Brasil são incipientes. De acordo com Landim (2010) o potencial do design ainda não foi explorado no país, e a maioria da população ainda desconhece essa atividade. Isso pode ocorrer pelo fato da industrialização brasileira ter acontecido tardiamente em relação a outros países em que o design se encontra mais desenvolvido. Entretanto o país vem empreendendo esforços e iniciativas de incentivo para promoção do design brasileiro para além das fronteiras nacionais (BRASIL, 2014). O Brasil possui uma diversidade de negócios em design, que buscam atender as diferentes dinâmicas do mercado. A indústria brasileira tem recebido prêmios internacionais de design que avaliam a qualidade do design, acabamento, escolha de materiais, grau de inovação, funcionalidade, ergonomia, segurança, design global, dentre outros critérios. Isso comprova que existem muitas organizações nacionais que vem empenhado esforços para gerar inovações que são reconhecidas mundialmente.
 (
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em colaboração com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Centro Brasil 
Design 
(CBD) realizou um diagnóstico do 
design 
brasileiro, com um levantamento do estado da arte do 
design 
no Brasil, com objetivo de ampliar a compreensão do 
design 
no país e fortalecer o setor. O Centro Brasil 
Design 
é uma organização que busca inspirar, informar e conectar o 
design 
brasileiro, a indústria e os órgão governamentais para promover o desenvolvimento econômico e social do país. 
Para conferir o relatório e outros matérias do CBD acesse:
 < 
https://www.cbd.org.br/categoria/materiais-cbd/
>.
)VOCÊ QUER LER?
Podemos destacar alguns setores que vem empregando o design no Brasil como: audiovisual, têxtil e confecção, calçados, médico-odonto-hospitalar, mobiliário, embalagem para alimentos, cerâmica e revestimento, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos e máquina e equipamentos (CBD, 2014). A seguir serão apresentadas algumas empresas nacionais de destaque.
Casa Rex
Estúdio de design gráfico, localizado em São Paulo, fundada por Gustavo Piqueira designer gráfico, conhecido e premiado internacionalmente. Desenvolvem projeto gráficos para diversos setores, identidade visual, sistemas de identidade e de sinalização e material promocional e institucionais. Alguns dos trabalhos que desenvolveram são: linha de produtos para a livraria Cultura, projeto premiado para a marca Brigaderia C by B, estampas para uniformes escolares e muitos outros projetos. Piqueira enxerga o design como um diálogo, para ele, quanto mais se dialoga, mais rica torna-se a experiência profissional. Isso é refletido na Casa Rex, que expande sua atuação para além das fronteiras tradicionais do design (CASA REX, 2018).
 (
Gustavo Piqueira, além de um dos mais premiados 
designer
s gráficos do Brasil é autor de 20 livros sobre os temas mais diversos
. Piqueira é conhecido por um humor ácido, que é bem 
característico
 de seus livros. Entre suas obras podemos destacar o livro “
8 viagens ao Brasil
”, que discute a interação entre indústria, arte e códigos culturais vigentes que deram origem à criação da imagem do Brasil. Conheça mais das obras literárias do 
designer 
em:
<
http://www.gustavopiqueira.com.br/index.html
>.
)VOCÊ O CONHECE?
Mula Preta Design
A Mula preta é um estúdio de design conhecido por unirem o lúdico e o sofisticado, fundada pelo designer André Gurgel e arquiteto Felipe Bezerra em Natal, no Rio Grande do Norte. Seus produtos exaltam principalmente a brasilidade nordestina. Dentre eles podemos destacar a luminária Six, premiada no A' Design Award. Inspirada pelo polígono hexagonal, a luminária foi projetada para propiciar uma melhor interação com o usuário, outro produto de destaque é e o acessório de design Cacto inspirado na beleza natural do Nordeste (MULA PRETA, 2018).
Brazil & Murgel
Os designers Fabio Brazil e Henrique Murgel exploram e valorizam as propriedades dos materiais pelo o design de joias na Brazil & Murgel. A inspiração para as criações vem de elementos da natureza, luz, sombra, movimentos, sons transformados em texturas e formatos. Utilizam materiais como ouro 18k, pérolas, diamantes, turmalinas e outros materiais para compor cada joia. Utilizam o design para materializar intenções, sensações em peças únicas. O anel sibilo é uma das joias premiadas que Brazil & Murgel elaboram em ouro branco e turmalina. A joia chama a atenção por sua simplicidade, com um desenho limpo e minimalista que pudesse enfatizar a beleza e a cor da turmalina (BRAZIL E MURGEL, 2018).
Podemos ver nesses casos que o design nessas empresas é um fator central que leva à inovação.
Em relação aos desafios da profissão no cenário nacional Martins et. al. (2013) ressaltam os desafios da compreensão do design como uma área que visa o bem-estar social, visto que muitas vezes é associado apenas a produção de artigos de luxo e alto valor. Outra questão é a falta de valorização da profissão, dentro de um mercado de trabalho que cresce, mas ainda não reconhece a importância do designer. Para os autores, isso parece se relacionar com o valor que se atribuí a industrialização de um país.
A seguir vamos conhecer um pouco do design no cenário mundial.
1.4.2 As maiores empresas de design do mundo
De acordo com Mozota (2011) em um parâmetro mundial pode-se identificar o incentivo a promoção do design. Japão, Grã-Bretanha e Dinamarca são exemplos de países em que o governo trabalha em colaboração com centros de design em nível nacional e regional, com auxílio na promoção de concursos, edição de publicações, financiamento e de pesquisa. O design como profissão também tem participação ativa nas economias dos países, dentre as maiores agências de design do mundo podemos destacar Dragon Rouge, na França e FrogDesign, na Alemanha. Esses países utilizam o design para além do desenvolvimento de produto, como um valor estratégico.
 (
O 
World Design Rankings 
classifica os países mais premiados no 
A’Design 
& Award Competition
, maior premiação de 
design 
do mundo com destaque para os melhores 
designer
s e empresas com foco em inovação, tecnologia e criatividade. Tem objetivo de fornecer dados e informações sobre o estado da arte da indústria do 
design
, apresentando também os talentos promissores. Os rankings exibidos são baseados nas pontuações agregadas e atuais dos participantes entre os anos de 2010 e 2018. Os Estados Unidos estão em 1º lugar seguidos da China e do Japão; o Brasil está em 11º lugar com 136 premiações. 
Confira o ranking completo em:
<
http://www.worlddesignrankings.com/#rankings
>.
)VOCÊ QUER LER?
A seguir serão descritas algumas empresas internacionais que integram o design tanto no desenvolvimento de produto quanto escritórios e agências de design. Clique nas abas para conhecê-las.
PepsiCo Design & InnovationO design na PepsiCo é movido por inspirar o futuro. A companhia atua no ramo alimentício e bebidas com marcas mundialmente conhecidas, como Pepsi-Cola, Lay’s e Quaquer. Para PepsiCo o design tem função estratégica, trabalham de forma colaborativa para gerar valor comercial criando experiências e engajamento com os usuários. Integram o design em diferentes disciplinas como branding design, design industrial e design estratégico. O design vai muito além da forma, para a organização ele é um processo criativo para identificar oportunidades, bem como variável de negócio e característica intrínseca do produto. A PepsiCo descreve o seu processo de design em duas etapas: uma fase de entrada, na qual a equipe multifuncional pesquisa, analisa e seleciona insights relevantes em três áreas (tecnologia, sociedade e negócios); e uma fase de saída em que essas percepções são transformadas em soluções significativas e viáveis (PEPSICO, 2018).
Um dos seus produtos premiados é o Pepsi Spire. Uma experiência customizada de bebidas, que o usuário cria seu refrigerante. É uma máquina touth screen em que é possível adicionar alguns sabores aos refrigerantes da marca, como morango, limão, uva. Inúmeras combinações são possíveis para criar uma bebida personalizada (PEPSI SPIRE, 2018).
Meta Design
Empresa alemã e um dos principais escritórios de design do mundo, a Meta Design foi fundada em 1979 por Erik Spiekermann, tipógrafo e designer gráfico internacionalmente reconhecido por seu trabalho. Para a Meta Design o equilíbrio entre solidez e adaptabilidade é a chave para uma companhia se sustentar no mercado, com um foco definido e criatividade para explorar novas oportunidades. A companhia trabalha com a integração do branding com o design. Seu processo se inicia com a compreensão do propósito de uma empresa, por meio de pesquisas e entrevistas. Após, definem a marca e constroem uma base estratégica que se alinha com a visão geral da empresa. Com base nesse trabalho de estratégia, a Meta Design cria experiências de marca distintas que podem abranger todos os pontos de contato com uma marca e interação: digitais e físicos. O intuito da organização é colaborar com empresas a identificar novas áreas para explorar e inspirar mudanças por meio da inovação. Desenvolvem conceitos para serviços, produtos e até portfólios inteiros para experiências de marca consistentemente positivas. Dentre os clientes atendidos pela Meta Design podemos destacar trabalhos com a Woksvagem, Porsch, Coca-Cola, dentre outras marcas conhecidas globalmente (META DESIGN, 2018).
Lenovo
A inovação faz parte do DNA da Lenovo, empresa mundialmente reconhecida, com enfoque no aprimoramento das experiências dos usuários com a tecnologia. Seu portfólio vai desde smartphones até o data center. Com uma cultura empresarial inclusiva, formada por uma equipe de gestão diversificada, onde se dedicam a promover um ambiente que incentive o empreendedorismo e o talento das pessoas. São reconhecidos pelos prêmios de design com os produtos ThinkPad, Monitor Thinking Vision, Yoga 730, dentre outros (LENOVO, 2018). Brian Leonard, vice-presidente da Lenovo Experience Design Group descreve que o processo criativo da empresa é centrado nas necessidades das pessoas. Para isso, realizam uma abordagem global com workshops da equipe de design com especialistas em marketing, vendas, produtos, usuários e experiência do cliente. Brian explica que isso é extremamente importante porque a tecnologia está continuamente nos aproximando. Isso significa que os consumidores na Europa estão influenciando os gostos na Ásia, os consumidores asiáticos estão adicionando seu talento único aos produtos, que por sua vez influenciam os gostos dos americanos, e assim por diante. Hoje, a Lenovo projeta para um consumidor global (LENOVO, 2017).
Esses são alguns exemplos de marcas que englobam o design em diversos segmentos. Portanto pode-se concluir que o design tem participação em questões macroeconômicas, e colabora para elevar o nível de inovação e competitividade de uma nação, além de ser ativo para o desempenho empresarial (MOZOTA, 2011).
Síntese
Chegamos ao final do capítulo. Aprofundamos nosso conhecimento sobre a conceituação do design como um campo que está em crescente evidência e construção de pesquisas. A abordagem sistêmica é inerente ao design, visto que, seus fundamentos e processos tangenciam diversas áreas como artes, engenharia e arquitetura. O designer do mundo complexo que vivemos atualmente tem inúmeras oportunidades e desafios. Deste modo, podemos concluir que o design vem colaborando para o bem-estar, qualidade de vida e desenvolvimento econômico.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
· Compreender alguns dos principais conceitos sobre design e quais suas principais características;
· Compreender a abrangência do design em relação a seu escopo para além do produto-objeto;
· 	Conhecer as principais áreas de atuação do design concentradas no design de produto, comunicação e interiores;
· Entender a interdisciplinaridade no design, que nasce das artes aplicadas e da industrialização;
· 	Conhecer as relações entre design e mercado, e quão relevante a área é para o desenvolvimento econômico do Brasil e no mundo.
Bibliografia
ABSTRACT: The Art of Design. Produção: Morgan Neville e Scott Dadich. Estados Unidos. Netflix. 2017.
ARTE. In: Michaelis On-line. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca
/portugues-brasileiro/arte/>. Acesso em: 09/01/2019.
BEST, K. Fundamentos da Gestão do design. Porto Alegre: Bookman, 2012.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Diagnóstico do Design Brasileiro. Disponível em: <https://www.cbd.org.br/categoria/materiais-cbd/>. Acesso em 08/01/2019.
BRAZIL E MURGEL. Disponível em: <http://brazil-murgel.com/>. Acesso em: 08/01/2019.
BÜRDEK, B. E. Design: história, teoria e prática do design de produtos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2010.
CAMPANAS. Disponível em: <http://campanas.com.br/>. Acesso em: 11/01/2019. CASA REX. Disponível em: <http://casarex.com/>. Acesso em: 08/01/2019.
CORRÊA, M.; SILVA, C. Os objetos e os seus usos. Cultura Visual, Salvador, n. 19, p. 11-26, julho 2013. CARDOSO, R. Uma introdução à história do design. 3. ed. São Paulo: E. Blucher, 2008.
CARDOSO, R. Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
FREITAS, A. L. C. Design e artesanato: uma experiência de inserção da metodologia de projeto de produto. São Paulo: E. Blucher, 2017
INDUSTRIAL DESIGNERS SOCIETY OF AMERICA. Industrial Design Defined. Disponível em: <http://www.idsa. org/news/dblog/what-id>. Acesso em: 08/01/2019.
HSUAN-AN, T. Design conceitos e métodos. São Paulo: E. Blucher, 2018.
INDIE GAME. Direção e Produção: Lisanne Pajot e James Swirsky. Estados Unidos. Blink Works. 2012. LANDIM, P. C. Design, empresa, sociedade. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.
LENOVO. Disponível em: <https://www.lenovo.com/br/pt?Redirect=False>. Acesso em: 08/01/2019. LUPTON, E. Intuição, ação, criação: graphic design thinking. São Paulo: G. Gili, 2013.
MARTINS, E, et al. O papel do designer contemporâneo a partir das contribuições europeias na formação do profissional. Revista Arcos Design, Rio de Janeiro, v. 7 n. 1, p. 138-156, jul. 2013.
META DESIGN. Disponível em: <https://en.metadesign.com/expertise/>. Acesso em: 08/01/2019. MORRIS, R. Fundamentos de design de produto. Porto Alegre: Bookman, 2010.
MOURA, M.; GUSMÃO, C. O Design no trânsito entre a criação e a tecnologia. In: Jofre Silva. (Org.). Design, Arte e Tecnologia. 4. ed. São Paulo: Rosari, 2009, p. 1-25.
MOZOTA, B. B. Gestão de design: usando o design para construir valor de marca e inovação. Porto Alegre: Bookman, 2011.
MULA PRETA. Disponível em: <https://www.mulapreta.com//>. Acesso em: 08/01/2019.
PEPSICO. Disponível em: <http://design.pepsico.com/our-mission.php?v=73#section1>.
/2019.
PIQUEIRA, G. Oito viagens ao Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 2017.
Acesso em: 08/01
 	. Gustavo Piqueira. Disponível em: <http://www.gustavopiqueira.com.br/index.html>.Acesso em: 11/01
/2019.
PEPSI SPIRE. Disponível em: <http://www.pepsispire.com/#abou>. Acesso em: 08/01/2019.
SOROMENHO, C.; AMARO, A. R. Design de comunicação [o que é, para que serve]. Lisboa: Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, 2012. Disponível em: <https://issuu.com/mestrado_2012_fautl
/docs/graphicdesign-fautl>. Acesso em: 10/01/2019.
SOUTO, V. T. ARTE + DESIGN + CIÊNCIA + TECNOLOGIA = INOVAÇÃO. In: 11#.ART International Meeting of Art
and Technology, 2012, Brasília. 10. art. Brasília: PPG ARTE - Universidade de Brasília, 2012. Disponível em: < https://art.medialab.ufg.br/up/779/o/virginia_tiradentes.pdf>. Acesso em 09/01/2019.
STICKDORN, M.; SCHNEIDER, J. Isso é design thinking de serviços. Porto Alegre: Bookman, 2014.
WORLD DESIGN RANKINGS. Latest world design rankings. Disponível em: < http://www.worlddesignrankings. com/#rankings>. Acesso em: 11/01/2019.

Continue navegando