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Fundamentos do Design A04

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FUNDAMENTOS DO DESIGN 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Shirlei Miranda Camargo 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Você sabe a diferença entre design e arte? Ou entre design e artesanato? 
Não seria tudo “arte”, pois todos se preocupam em fazer algo “belo”? E design 
autoral, já ouviu falar? É algo que está bem na moda! Com tantos 
questionamentos, a ideia nesta aula é aprender um pouco mais sobre a profissão 
de designer, portanto, serão abordados tópicos como o perfil de um designer, a 
remuneração média da profissão e também vamos diferenciar design, arte, 
artesanato e design autoral. 
CONTEXTUALIZANDO 
Obviamente, se você está lendo esta aula é porque alguma coisa motivou 
você a querer se tornar um designer de sucesso, certo? E, por meio dos 
conteúdos abordados anteriormente, deu para perceber a importância dessa 
profissão para a sociedade, não é? Tanto é que uma das possibilidades de 
atuação para o designer chama-se “design social”. Já ouviu falar? Veja um 
exemplo a seguir retirado do site Design Culture (Ribeiro, 2018). 
Leitura complementar 
• O estudante de design Hikaru Imamura criou um kit básico para vítimas 
de desastres naturais. O kit conta com uma bacia de metal, um manual 
sobre como transformar o tonel em fogão à lenha, pacotes de arroz 
desidratado, garrafas de água, utensílios, luvas de trabalho, toalhas e 200 
porções de comida pré-cozida. Além disso, a própria embalagem de 
madeira pode ser usada como lenha para produzir calor. Cada tambor 
possui comida e água suficiente para manter 30 pessoas por 2 dias, tempo 
de espera estimado de que a ajuda humanitária/governamental precisaria 
para chegar até áreas de difícil acesso (Ribeiro, 2018). 
Nesta aula, veremos também as outras possibilidades de atuação do 
design nas suas diferentes áreas. 
TEMA 1 – PROFISSIONAL DE DESIGN 
Como vimos anteriormente, algumas pessoas confundem “designer” com 
“design”. Designer é o profissional, a pessoa que faz design. Segundo o Serviço 
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o designer é um 
 
 
3 
profissional que analisa e combina uma série de coisas como técnicas, métodos, 
materiais, tecnologias, processos produtivos, custos, normas técnicas e legais. 
Dessa forma, ele tenta atender às necessidades do projeto e do cliente, dentro 
de um orçamento pré-estabelecido (Sebrae, 2019). Resumidamente, o designer 
“ajuda a dar forma e ordem às amenidades da vida, seja no contexto de 
fabricação, ou de lugar e ocasião” (Potter, 1980, p.10). 
E como já vimos, a área de atuação de um designer pode ser muito ampla, 
indo de desenvolvimento de rodas de carros até interfaces de celulares. Tal fato 
acabou levando o design a ter uma série de especializações, e até a uma certa 
banalização no uso dessa palavra: food design, hair design, body design etc. 
Além disso, muito vezes o designer é confundido com publicitário, estilista, 
arquiteto... (Arrivabene, 2009). 
Em relação ao mercado de trabalho, afirma-se que o design é um dos 
pilares da “economia criativa” – indústrias e serviços voltados ao bem-estar do 
consumidor com a intenção de oferecer produtos e experiências diferenciadas. 
Além disso, o design é fundamental para a indústria, principalmente para 
aquelas que comercializam seus produtos no mercado externo. Essa 
preocupação já não é tão recente, pois, há mais de 20 anos, o Ministério da 
indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil lançou o Programa Brasileiro 
do Design com a ideia de promover o desenvolvimento do design brasileiro. No 
entanto, o mercado de trabalho do design brasileiro ainda tem muito a crescer. 
(Guia do Estudante Abril, 2019). 
Entre as possibilidades de atuação do designer, merecem destaque: 
• incubadoras de projetos, independentes ou ligadas a universidades; 
• escritórios de design, atendendo a demandas nas áreas de design de 
produtos, editorial, gráfico, animação, games e interiores; 
• escritórios de arquitetura, com design gráfico e de interiores; 
• agências de publicidade, com design gráfico, animação e games; 
• indústrias nas áreas de desenvolvimento de produtos e gráfico; 
• comércio, bem como comércio eletrônico; 
• TVs, jornais e revistas, no design de animação, gráfico e editorial; 
• entretenimento, nas áreas do design de games e animação; 
• educação, na produção de material para o design instrucional; 
 
 
4 
• ONGs e outras organizações por meio do design social. 
Ainda, o designer pode trabalhar por contrato, como funcionário de uma 
empresa, em escritórios próprios ou ser um consultor autônomo em projetos 
pontuais. Em um processo de design, ele pode atuar desde o planejamento, 
passando pela criação e desenvolvimento dos produtos/serviços em si, até a 
gestão integrada do projeto e o acompanhamento da produção (Sebrae, 2016). 
E você sabe quais são os atributos desejados em um designer, já que em 
breve você será um? 
De acordo com o site ID7, especializado na criação visual de empresas e 
profissionais autônomos, um bom designer é aquele que é: solucionador (busca 
soluções rápidas para os problemas de quem o contratou); conhecedor 
(conhece a visão do cliente principalmente com ajuda de briefings); objetivo 
(escuta o cliente e oferece uma solução clara e objetiva); funcional (não oferece 
somente algo bonito, mas sim funcional); experiente (tem um portfólio bem 
construído, organizado para mostrar melhor os trabalhos realizados). 
Complementando essas informações, conforme o Sebrae (2019), os 
requisitos de um designer devem ser: 
• estar sintonizado às mudanças e novidades do mundo globalizado; 
• ter criatividade para propor soluções inovadoras; 
• possuir formação e capacitação técnica para desenvolver projetos; 
• ter capacidade para analisar, avaliar e solucionar problemas; 
• habilidade para atuar com pessoas de outras áreas; 
• possuir responsabilidade e ética para atuar segundo os valores da 
sociedade. 
Ou seja, o designer deve ser uma pessoa criativa, atenta às novidades e 
tendências, socializável, além de possuir formação específica. 
No entanto, a profissão designer não é regulamentada no Brasil (como na 
Itália e em outros países), assim como outras profissões, por exemplo, a de 
jornalista. 
Porém, isso não significa que as profissões não regulamentadas não são 
reconhecidas; elas inclusive seguem a Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT). Enfim, elas exigem preparo e técnica, mas não necessariamente 
precisam de uma formação formal (Saiba..., 2014). 
 
 
5 
Porém, em 2017, o deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame, 
afirmando que essa regulamentação interessa ao consumidor – logo, a 
sociedade como um todo –, colocou em votação o Projeto de Lei 6.808/2017, 
que regulamenta a profissão de designer (Haje, 2017). 
De acordo com a nova proposta que ainda está sendo avaliada, os 
designers deverão ter graduação em design ou em áreas afins (comunicação 
visual, desenho industrial, programação visual, projeto de produto, design 
gráfico, design industrial, design de moda e design de produto) em curso 
devidamente registrado e reconhecido pelo Ministério da Educação (Haje, 2017). 
E, caso o projeto de lei seja aprovado, os designers passarão a contar 
com a proteção de sindicatos, terão a definição de um piso salarial, poderão 
participar de licitações do governo, e, em contrapartida, também terão deveres 
e obrigações (serão responsabilizados por suas atividades) (Designers..., 2012). 
TEMA 2 – ÁREAS DE ATUAÇÃO E REMUNERAÇÃO 
Agora vamos falar mais especificamente das atribuições de um designer 
(Haje, 2017). 
• Planejamento e projeto de sistemas, produtos ou mensagens visuais 
ligados aos respectivos processos de produção industrial, objetivando 
assegurar sua funcionalidade ergonômica, sua correta utilização, 
qualidade técnica e estética, e racionalização estrutural. 
• Projetos, aperfeiçoamento, formulação, reformulação e elaboração de 
desenhosindustriais ou sistemas visuais sob a forma de desenhos, 
diagramas, memoriais, maquetes, artes finais digitais, protótipos e outras 
formas de representação bi e tridimensionais. 
• Estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e 
divulgação de caráter técnico-científico ou cultural no âmbito de sua 
formação profissional 
• Pesquisas e ensaios, experimentações em seu campo de atividade e em 
campos correlatos, quando atuar em equipes multidisciplinares. 
• Desempenho de cargos e funções em entidades públicas e privadas cujas 
atividades envolvam desenvolvimento e/ou gestão na área de design. 
• Coordenação, direção, fiscalização, orientação, consultoria, assessoria e 
execução de serviços ou assuntos de seu campo de atividade. 
 
 
6 
• Exercício do magistério em disciplinas em que o profissional esteja 
adequadamente habilitado. 
• Desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, 
paraestatais, autárquicas, de economia mista e de economia privada. 
Ainda segundo o site Vagas, as palavras-chave que mais se repetem na 
descrição das vagas publicadas sobre designer em suas páginas são (Vagas, 
2019): 
• criação e desenvolvimento; 
• responsável pela criação; 
• criação de layouts; 
• criação de peças; 
• design gráfico. 
Perceba que a palavra criação aparece com muita frequência. Portanto, 
onde quer que se atue, terá que ser com criatividade! Enfim, as atribuições de 
um designer são muitas e bem importantes para nossa sociedade e sempre 
estão envolvidas com a criatividade. Se você é criativo, bem-vindo ao time! 
Agora, se você não se acha assim “tão” criativo, não se preocupe, pois ao longo 
do curso você vai desenvolver sua criatividade. 
Já em relação à remuneração do designer, de acordo com o site Vagas, 
o salário médio é de aproximadamente 2,34 salários mínimos, mas varia 
conforme a experiência. De maneira mais detalhada, temos a seguir um quadro 
com mais informações sobre a variação dos salários de um designer em relação 
à experiência e também ao porte da empresa. 
Quadro 1 – Média salarial de um designer segundo experiência x porte da 
empresa em salários mínimos 
 
Fonte: Trabalha Brasil, 2019. 
O que você achou dos salários? Já tinha uma noção? Quem sabe a 
regulamentação da profissão ajuda a definir um piso salarial melhor. Contudo, 
Trainee Júnior Pleno Sênior Master
Pequena 1,70 1,96 2,25 2,59 2,98 
Média 2,04 2,35 2,70 3,11 3,57 
Grande 2,45 2,82 3,24 3,73 4,29 
* salário mínimo de R$ 998,00 
Nível ProfissionalPorte da 
Empresa
 
 
7 
mais adiante também abordaremos a questão do designer como profissional 
autônomo, que é outra possibilidade de trabalho. A seguir, faremos alguns 
esclarecimentos sobre o escopo do design. 
TEMA 3 – DIFERENÇAS ENTRE DESIGN E ARTESANATO 
Alguns definem o artesanato como uma atividade socioeconômica, e 
outros, como a expressão cultural de um povo (Souza, 1991). Segundo Brasil 
(2012), o artesanato está ligado à cultura, é produzido em pequena escala por 
meios tradicionais ou rudimentares. Por sua vez, Souza (1991, p. 34) define 
artesanato como “[...] uma atividade com finalidades comerciais, que pode ser 
desenvolvida com ou sem o uso de máquinas rudimentares, onde predomina a 
habilidade manual e a criatividade de seu agente produtor, e desde que a sua 
produção não se realize em série.” 
Existem várias formas de classificar o artesanato. O Sebrae classifica 
seus diferentes tipos como: indígena, conceitual, tradicional e cultural (Mascêne; 
Tedeschi, 2010). 
Segundo Freitas (2017), o artesanato surgiu da necessidade de o ser 
humano se alimentar, se abrigar e mesmo se expressar e, portanto, está 
presente na vida humana desde os povos primitivos. Ou seja, o artesão era a 
pessoa que transformava a matéria-prima em produto acabado por meio de suas 
próprias mãos. A partir do século XI, o artesanato se organizou em pequenos 
espaços que começaram a surgir, chamados de “oficinas”. Eram comandadas 
pelo mestre-artesão, que detinha o conhecimento e comandava os aprendizes, 
que recebiam roupas, alimentação e o conhecimento em troca de sua mão de 
obra. Assim, criaram-se as “corporações de ofício”: organizações em que cada 
mestre-artesão representava sua cidade ou região protegendo seus interesses 
socioeconômicos (IBDA, 2019) 
Freitas (2017) comenta que o artesanato teve grande influência no 
desenvolvimento da industrialização, entretanto, essa mesma industrialização 
contribuiu para a “marginalização” do artesanato. Com a Revolução Industrial, 
houve uma desvalorização dos trabalhos manuais em detrimento da 
mecanização e da produção em escala (em grande quantidade) (IBDA, 2019). 
Ou seja, “foi também um período de contestação, de um lado o capitalismo a 
todo vapor e de outro artistas e pensadores”. Tanto é que algum tempo depois 
 
 
8 
foi criado o grupo “Artes e Ofícios”, por William Morris (IBDA, 2019), como vimos 
anteriormente, no breve histórico sobre a origem do design. 
No Brasil, podemos considerar os índios os primeiros artesãos, com sua 
cerâmica, pintura com tingimentos naturais, cestarias e arte plumária (IBDA, 
2019). 
Portanto, podemos concluir que o artesanato envolve trabalhos manuais 
de poucas unidades. Logo, o design se difere do artesanato, pois se preocupa 
em produzir produtos em grande escala (muitas unidades) e, para isso, conta 
com a industrialização de seus processos. Resumindo: o artesanato faz poucos 
produtos de maneira artesanal e o design faz muitos produtos de forma industrial. 
Contudo, em nada um é superior ao outro, apenas são propostas 
diferentes. O artesanato faz parte do folclore de cada região, funcionando como 
memória de usos, costumes e tradições importantes da cultura, sendo inclusive 
um dos mais ricos do mundo. Além disso, o artesanato é de extrema importância 
para o país, pois proporciona o sustento de muitas famílias e comunidades 
(IBDA, 2019). 
TEMA 4 – DIFERENÇAS ENTRE DESIGN E ARTE 
Há uma linha tênue entre design e arte. É muito comum um designer ser 
chamado de artista ou ver seus trabalhos nomeados como arte (Vinícius, 2017). 
Pode ser porque, no início da industrialização, eram os artesãos e artistas que 
realizavam os “desenhos industriais”, herdeiros do secular “desenho ornamental” 
(Eguchi; Pinheiro, 2010, p. 1.676). 
No entanto, na Revolução Industrial, quando surgiu o design 
efetivamente, os artistas-designers notaram que a união entre arte e indústria 
era algo “complicado” (Hsuan-an, 2017). Isso porque o design é objetivo, ou seja, 
tem um propósito, a função de resolver algum problema. Por sua vez, a arte é 
subjetiva, pois os sentimentos do artista ditam a arte, e não um cliente ou algum 
problema que precisa ser resolvido. Isso significa que a arte tem seu valor em si 
e não por alguma função que exerce (Vinícius, 2017). 
Segundo Fideles (2014), “[...] a principal diferença entre arte e design é 
que a arte faz perguntas, já o design responde. O design existe para preencher 
uma necessidade. Arte não preenche nenhuma necessidade, exceto a sua 
própria necessidade interna de existir e desafiar o espectador.” 
 
 
9 
Outra diferença é que, no design, há regras: o grid para fazer uma 
diagramação, a roda de cores para optar pela melhor combinação, as regras de 
composição e layout. Ou ainda, qual problema será resolvido, se a ergonomia 
do produto está adequada, entre outros. Já na arte (principalmente depois do 
modernismo) não há regras (Fideles, 2014). Por exemplo, o famoso artista pop 
Andy Warhol transformou em arte 32 latas de sopa (Figura 1). 
Figura 1 – Latas de sopa que compuseram a obra de Andy Warhol 
 
Crédito: Giuliano Del Moretto/Shutterstock. 
Vídeo 
• Saiba mais sobre Andy Warhol no link a seguir. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=CV4c-nNXoeU>. 
Portanto, podemos definir o designer como um profissional que elabora 
um projeto inovador, criativo, que explora diferentesmateriais, utilizando o modo 
de produção industrial, indo do protótipo à seriação (produção em série de um 
objeto). Contudo, o designer também se preocupa com o belo e com a cultura, 
pois como Eguchi e Pinheiro (2010) afirmam, o designer é o “artista” da indústria, 
que coloca valores, principalmente estéticos e culturais, nos objetos (Eguchi; 
Pinheiro, 2010). Resumindo, designers e artistas são diferentes porque, o 
primeiro, tem o propósito de resolver algo e segue certas regras; já o segundo 
não, contudo, ambos estão extremamente inter-relacionados, pois se preocupam 
com a estética. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol
https://pt.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol
 
 
10 
TEMA 5 – DIFERENÇAS ENTRE DESIGN E DESIGN AUTORAL 
Embora a questão da autoria no âmbito do design pareça ser recente, ela 
surgiu, como vimos anteriormente, com William Morris, em 1880, que já praticava 
design autoral escrevendo, projetando, ilustrando e produzindo seus próprios 
livros (McCarthy, 2013, citado por Pires, Weimar, 2015). Contudo, somente no 
final dos anos 1980 e início dos anos 1990 é que esse assunto foi retomado. 
O design é, por natureza, um processo colaborativo, o que indica que 
requer mais do que um elemento produtor (uma pessoa produzindo): designer + 
cliente ou equipe de designers (ou de outros setores) + cliente. Além disso, o 
design é essencialmente uma atividade anônima (Pires; Weymar, 2015). Por 
exemplo, você sabe quem fez o banner da Uninter? Ou quem projetou o banco 
do ônibus que você utiliza? 
O questionamento sobre o designer como autor iniciou nos Estados por 
meio do ensaio “The designer as author” (“O designer como autor”), de 1996, de 
Michael Rock. Ele trouxe à tona a discussão sobre a atividade do designer, que 
poderia ultrapassar a função de projetista. Na ótica do design autoral, o designer 
é visto como produtor de conteúdo e não apenas aquele que cria ou dá forma a 
algo solicitado por alguém. Ou seja, ele não apenas responde aos problemas 
propostos pelo cliente, mas sim cria, elabora, concebe (Tinga, 2017). 
Contudo, segundo Cris Rosenbaum, em entrevista exclusiva à Haus, o 
design autoral é uma tendência: “o movimento do design autoral vem ganhando 
força. As pessoas estão cada vez mais interessadas em saber de onde vem e 
quanto tempo demorou para se fazer a peça, em entender o trabalho dos 
artistas” (Haus, 2017). 
Observa-se, no Brasil, que muitos designers em busca de um caminho 
próprio estão criando e viabilizando a produção de suas próprias criações 
autorais. No passado, acreditava-se que o único caminho possível para se fazer 
design era dentro de uma grande empresa ou em um escritório de design e 
poucos profissionais optavam por criar suas próprias linhas de produtos. No 
entanto, a nova geração de designers brasileiros já aposta mais em suas 
próprias ideias de produtos licenciando seus projetos ou ainda criando suas 
próprias marcas (Monnerat, 2013). 
Como o designer carioca Pedro Braga afirma: 
 
 
11 
Cresci numa geração que busca desenvolver e amadurecer o seu 
trabalho utilizando os novos meios produtivos – muitos automatizados 
– e inovando em metodologias alternativas de criação e produção. 
Uma geração que, apesar de não deter os meios produtivos em seu 
atelier, ou escritório, possui o conhecimento adequado e as 
parcerias necessárias na indústria para viabilizar suas ideias em 
produtos autorais, com bastante personalidade. Nesse contexto, 
consigo desenvolver meus projetos no meu escritório, em casa, 
utilizando esboços manuais, ilustrações tridimensionais e material 
básico para elaboração de modelos em escala, já que os protótipos 
podem ser feitos junto com os parceiros da produção (Monnerat, 2013). 
Um exemplo de design autoral é o case da coleção Privilège, de 2012, 
composta de banco e cadeira inspirados nos “banquinhos de obra” existentes 
nos canteiros de obra da construção civil. A força do desenho e a sua 
simplicidade chamam atenção e nos levam à reflexão (Sigaud, 2013) 
 Enfim, esse é um tema novo e, portanto, as discussões sobre em que 
situação o designer poderá ser considerado autor e também como gerir as duas 
atividades – designer x designer autoral – continuarão (Tinga, 2017). 
TROCANDO IDEIAS 
Como vimos nesta aula, existe uma linha tênue entre design, arte e 
artesanato. Leia a reportagem “Designer brasileiro é nomeado patrono de arte 
em prêmio internacional de Cultura”, disponível em: 
<https://www.gazetadopovo.com.br/haus/estilo-cultura/marcelo-rosenbaum-
patrono-arte-montblanc/>. 
Agora, reflita e dê sua opinião. Na reportagem anterior, os objetos 
fabricados no projeto “A Gente Transforma” são arte, artesanato ou design? 
Porque você acha isso? 
NA PRÁTICA 
Discutimos, nesta aula, a diferença (e semelhanças) entre design, arte e 
artesanato. Identifique, nos objetos de sua convivência, um que seja definido 
como arte, outro artesanato e outro design. Mostre-os para outras pessoas e 
pergunte para elas como elas os classificam e por quê. Será que elas vão 
perceber as diferenças? 
 
 
12 
FINALIZANDO 
Nesta aula, foi possível se inteirar um pouco mais sobre a profissão que 
você escolheu seguir. Aprendemos sobre a profissão em si e seu escopo, 
diferenciando-a de artistas e artesãos, assim como lhe apresentamos outra 
perspectiva da profissão: o design autoral. Também tratamos da remuneração e 
da importante e controversa questão da regulamentação da profissão de 
designer no Brasil. 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
APROVADO projeto que regulamenta profissão de designer. Design Brasil, 1.º 
out. 2015. Disponível em: <http://www.designbrasil.org.br/design-em-pauta/aprov 
ado-projeto-que-regulamenta-profissao-de-designer/#.ViUtavmrSM9>. Acesso em: 
17 ago. 2019. 
ARRIVABENE, R. Design-Projeto Mutante. 2009. 
BRASIL, A. Artesanato x design. Amanda Brasil Graphic Design, 3 ago. 2012. 
Disponível em: <http://abrasil-designgrafico.blogspot.com/2012/08/artesanato-x-
design.html>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
CANHA. Regulamentar ou não? Aprovado projeto que regulamenta profissão de 
designer. Medium, 1.º out. 2015. Disponível em: <https://medium.com/ 
chocoladesign/regulamentar-ou-n%C3%A3o-aprovado-projeto-que-regulamenta-
profiss%C3%A3o-de-designer-146ab517a514>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
DESIGN. In: Guia do Estudante Abril, 16 maio 2019. Disponível em: 
<https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/design/>. Acesso em: 17 ago. 
2019. 
DESIGNERS esperam há mais de 30 anos pela regulamentação da profissão. 
Design Brasil. 6 set. 2012. Disponível em: <https://www.designbrasil.org.br/ 
design-em-pauta/designers-esperam-ha-mais-de-30-anos-pela-regulamentacao-
da-profissao/>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
EGUCHI, H. C.; PINHEIRO, O. J. Design versus artesanato: identidades e 
contrastes. Estudos em Design, v. 18, n. 2, 2010. 
FIDELES, R. Design versus arte: a diferença e sua importância. IDesigns, 2 set. 
2014. Disponível em: <http://idesigns.com.br/blog/129-design-versus-arte-a-difer 
enca-e-sua-importancia>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
FREITAS, A. L. C. Design e artesanato: uma experiência de inserção da 
metodologia de projeto de produto. São Paulo: Blucher Acadêmico, 2017. 
HAJE, L. Projeto regulamenta profissão de designer. Agência Câmara Notícias, 
31 ago. 2017. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/ 
noticias/TRABALHO-E-PREVIDENCIA/541946-PROJETO-REGULAMENTA-
PROFISSAO-DE-DESIGNER.html>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
 
 
14 
HAUS. Entrevista: Cris Rosenbaum fala sobre o crescimento do design autoral no 
Brasil. Gazeta do Povo, 5 out. 2017. Disponível em: 
<https://www.gazetadopovo.com.br/haus/design/cris-rosenbaum-fala-sobre-o-cre 
scimento-do-design-autoral/>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
HSUAN-AN, T. Design: conceitos e métodos. São Paulo: Blucher, 2017. 
IBDA – INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA. 
A origem do artesanato. Disponível em: 
<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=46&Cod=1571>.Acesso em: 17 ago. 2019. 
MASCÊNE, D. C.; TEDESCHI, M. Atuação do Sistema Sebrae no artesanato. 
Brasília: Sebrae, 2010. 64 p. 
MONNERAT, H. O design autoral de Pedro Braga. Designoteca, 29 abr. 2013. 
Disponível em: <http://site.designoteca.com/2013/04/29/o-design-autoral-de-
pedro-braga/>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
PIRES, F. R.; WEYMAR, L. B. C. História do design autoral. In: SEMINÁRIO DE 
HISTÓRIA DA ARTE, 5., Pelotas. Anais... Pelotas: UFPEL, 2015. 
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS. O que é design e o que ele pode fazer pela sua empresa. Sebrae 
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sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-design-e-o-que-ele-pode-fazer-pela-sua-empr 
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	Enfim, esse é um tema novo e, portanto, as discussões sobre em que situação o designer poderá ser considerado autor e também como gerir as duas atividades – designer x designer autoral – continuarão (Tinga, 2017).

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