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P4 Hab. Clínicas |Obstetrícia Lucianne Albuquerque |Medicina Os distúrbios psiquiátricos mais graves que podem incidir no período puerperal são os quadros psicóticos. Incidem em 1 a 2: 1.000 gestações e tendem a se manifestar nas primeiras 2 semanas pós-parto. Em até 70% dos casos, esse transtorno tem características de transtorno bipolar ou de depressão maior com traços psicóticos. As pacientes frequentemente exibem sinais de confusão mental e desorientação (às vezes, intercaladas com momentos de lucidez), alucinações, distorção da realidade, insônia e pensamentos anormais ou obsessivos sobre seus filhos. Fantasias e ideações agressivas contra si e contra o recém-nascido são comuns, sendo relatadas taxas de 5% de suicídio e até 4% de homicídio entre essas pacientes. As mulheres com quadros psicóticos prévios à gestação são de maior risco para a ocorrência desse quadro, assim como as pacientes que apresentaram psicose puerperal em gestação anterior ou antecedente de transtorno bipolar. Frequentemente, a psicose puerperal está associada a transtorno bipolar, contudo, pode correlacionar-se a outras morbidades psiquiátricas, como depressão grave psicótica, transtorno esquizoafetivo e esquizofrenia. O desenvolvimento do quadro psicótico puerperal é considerado uma emergência médica, sendo que essas pacientes devem ser hospitalizadas e deve haver mobilização familiar a fim de garantir cuidados adequados ao recém-nascido. O tratamento também inclui não permitir que a mãe fique sozinha com o recém-nascido, contudo, visitas supervisionadas podem ser estimuladas - e introduzir drogas antipsicóticas. Casos refratários podem beneficiar-se de eletroconvulsoterapia.
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