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APG 23 - Sistema Digestório 1. Compreender a anatomia e histologia do Sistema Digestório Boca Palato (Duro e mole) Mapa Mental: Irrigação arterial: • Palato Duro: Artéria palatina maior, ramo da artéria palatina descendente, que é ramo da artéria maxilar e artéria palatina menor, um ramo menor da artéria palatina descendente. • Palato Mole: Artéria palatina ascendente, ramo da artéria facial. A artéria palatina maior atravessa o forame palatino maior e segue em sentido anteromedial, enquanto a ar- téria palatino menor entra no palato através do forame palatino menor e se anastomosa com a artéria palatina ascendente. Drenagem Venosa: Veias tributárias do plexo venoso pterigóideo. Drenagem linfática: • Linfonodos submandibulares • Linfonodos jugulares profundos • Linfonodos faríngeos laterais Tecidos: A face superior (nasal) do palato é coberta por túnica mucosa respiratória, e a face inferior (oral) é coberta por túnica mucosa oral, densamente povoada por glân- dulas. Inervação: • Sensitiva: Ramos do nervo maxilar, nervo palatino maior, nervo nasopalatino e nervo palatino menor. • Motora: Com exceção do músculo tensor do véu palatino suprido pela divisão mandibular do nervo trigêmeo (NC V3), todos os músculos do palato mole são supridos através do plexo faríngeo de nervos. Língua Tecidos: recoberta por uma túnica mucosa rosa e úmida e pode assumir vários formatos e posições. Na região da raiz, sua mucosa possui muitas pequenas massas de tecido linfóide que recebem o nome de tonsila lingual. Ainda cobertas por esta mucosa, temos pequenas glândulas salivares linguais. A mucosa dorsal é coberta por inúmeras papilas gustativas. Irrigação arterial: • Raiz da língua: Artérias dorsais da língua, derivadas da artéria lingual, que se origina da artéria carótida externa. • Corpo da língua: Artérias profundas da língua, derivadas da artéria lingual. • Assoalho da boca: Artéria sublingual, derivada da artéria lingual. Drenagem venosa: • Veias dorsais da língua • Veias profundas da língua • Veias sublinguais Pode haver drenagem de parte dessas veias, ou de todas elas, para a veia jugular interna, ou isso pode ser feito indiretamente, unindo-se primeiro para formar uma veia lingual que acompanha a parte inicial da artéria lingual. Drenagem Linfática: • Raiz da língua: Linfonodos cervicais profundos superiores. • Parte medial do corpo da língua: Linfonodos cervicais profundos inferiores. • Partes laterais do corpo da língua: Linfonodos submandibulares. • Ápice e frênulo da língua: Linfonodos submentuais. Toda a linfa da língua termina sendo drenada para os linfonodos cervicais profundos. Inervação: • Motora: Todos os músculos da lín- gua, exceto o palatoglosso que é iner- vado pelo plexo faríngeo, são inerva- dos pelo nervo hipoglosso (NC XII). • Sensibilidade geral: 2/3 anteriores: Nervo trigêmeo (NC V). 1/3 posterior: Nervo glossofaríngeo (NC IX). • Sensibilidade gustativa: 2/3 anteriores: Nervo facial (NC VII). 1/3 posterior: Nervo glossofaríngeo (NC IX). Faringe Histologia: Orofaringe: epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Nasofaringe: epitélio pseudoestratificado ciliado. Laringofaringe: parcialmente ambos os anteriores citados. Esôfago O esôfago é um tubo muscular de aproximadamente 25 cm de comprimento com um diâmetro médio de 2 cm, que conduz o alimento da faringe para o estômago. Localiza-se na divisão mediana da caixa torácica, seguindo a curvatura da coluna vertebral ao descer através do pescoço e do mediastino. O esôfago normalmente tem três constrições, onde estruturas adjacentes deixam impressões: • Constrição cervical (esfíncter superior do esôfago): em seu início na junção faringoesofágica, a aproximadamente 15 cm dos dentes incisivos, causada pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe. • Constrição broncoaórtica (torácica): uma constrição combinada, no local onde ocorre primeiro o cruzamento do arco da aorta, a 22,5 cm dos dentes incisivos, e depois o cruzamento pelo brônquio principal esquerdo, a 27,5 cm dos dentes incisivos. • Constrição diafragmática: no local onde atravessa o hiato esofágico do diafragma, a aproximadamente 40 cm dos dentes incisivos. O tecido muscular do esôfago se mostra organizado em lâminas musculares circulares internas e longitudinais externas, possuindo fibras de dois tipos diferentes em cada uma de suas três porções: em seu terço superior (porção cervical) a lâmina externa consiste em músculo estriado esquelético voluntário; seguindo para o terço médio (porção torácica) a musculatura sofre uma transição para músculo liso, de modo que essa região se apresenta mista, com os dois tipos de fibras musculares; já o terço inferior (porção abdominal) é formado predominantemente por músculo liso. Histologia: Histologicamente, o esôfago é dividido em quatro camadas: 1- túnica mucosa: consistindo em epitélio, glândulas esofágicas, lâmina própria e lâmina muscular da mucosa; 2- Tela submucosa: apresentando tecido conjuntivo e maior aporte vascu- lar; 3- túnica muscular: apresentando duas camadas, circular e longitudinal, variando seu tipo de fibra conforme supracitado; 4- túnica adventícia. Estômago O estômago é a parte expandida do sistema digestório entre o esôfago e o intestino delgado. Está separado do esôfago pela "linha Z" ou junção gastroesofágica e do duodeno pelo piloro. É especializado no acúmulo e preparo química e mecanicamente do alimento ingerido para a digestão e a passagem para o duodeno. O estômago mistura os alimentos e atua como reservatório; sua principal função é a digestão enzimática. O suco gástrico converte gradualmente a massa de alimento em uma mistura semilíquida – o quimo – que passa rapidamente para o duodeno. O estômago vazio tem calibre apenas ligeiramente maior que o do intestino grosso; entretanto, é capaz de se expandir muito e pode conter de 2 a 3 litros de alimento. Anatomicamente o estômago apresenta quatro divisões: • Cárdia: a parte que circunda o óstio cárdico, a abertura superior do estômago. Em decúbito dorsal, o óstio cárdico geralmente está situado posteriormente à 6a cartilagem costal esquerda, a 2 a 4 cm do plano mediano, no nível da vértebra T11. • Fundo gástrico: a parte superior dilatada que está relacionada com a cúpula esquerda do diafragma, limitada inferiormente pelo plano horizontal do óstio cárdico. A incisura cárdica está situada entre o esôfago e o fundo gástrico. O fundo gástrico pode ser dilatado por gás, líquido, alimento ou pela combinação destes. Em decúbito dorsal, o fundo gástrico geralmente está situado posteriormente à costela VI esquerda, no plano da linha medioclavicular (LMC). • Corpo gástrico: a parte principal e maior do estômago, entre o fundo gástrico e o antro pilórico. É onde temos a maior produção de suco gástrico e onde encontramos a pequena e a grande curvatura. • Parte pilórica: região afunilada de saída do estômago, sua parte mais larga, o antro pilórico, leva ao canal pilórico, sua parte mais estreita. O piloro é a região esfincteriana distal da parte pilórica. É um espessamento acentuado da camada circular de músculo liso que controla a saída do conteúdo gástrico através do óstio pilórico (abertura inferior do estômago) para o duodeno. Há esvaziamento intermitente do estômago quando a pressão intragástrica supera a resistência do piloro. Normalmente, o piloro encontra-se em estado de contração tônica, de modo que o óstio pilórico é reduzido, exceto quando dá passagem ao quimo (massa semilíquida). A intervalos irregulares, a peristalse gástrica faz o quimo atravessar o canal e o óstio pilórico até o intestino delgado, onde continua a mistura, a digestão e absorção. Tal como os demais órgãos e porções do sistema digestório, o estômago é amplamente constituído por uma estrutura muscular, a qual é responsável pela realização dos movimentos peristálticos e está disposta em três camadas, sendo elas organizadas em longitudinal na parte mais externa, circular na porção intermediária e oblíqua na parte mais interna.Assim como no esôfago e nas demais estruturas do sistema digestório, essa disposição das fibras musculares do estômago está relacionada com o seu peristaltismo, digerindo e conduzindo o alimento na direção do intestino delgado, próximo órgão na sequência da digestão. Histologia: Histologicamente, o estômago também apresenta as quatro camadas apresentadas no esôfago, sendo: túnica mucosa, submucosa, muscular e serosa. A mucosa apresenta glândulas e células produtoras tanto de muco quanto de substâncias que formam o suco gástrico, responsável pela digestão no estômago. No interior do estômago a superfície lisa da mucosa gástrica é castanho-avermelhada no indivíduo vivo, exceto na parte pilórica, onde é rósea. Em vida, é coberta por uma camada de muco contínua que protege sua superfície contra o ácido gástrico secretado pelas glândulas gástricas. Quando contraída, a mucosa gástrica forma estrias longitudinais denominadas pregas gástricas; estas são mais acentuadas em direção à parte pilórica e ao longo da curvatura maior. Duodeno O duodeno, a primeira e mais curta (25cm) parte do intestino delgado, também é a mais larga e mais fixa. Sua função é receber os alimentos parcialmente digeridos no estômago e continuar o processo digestivo, utilizando-se de enzimas próprias, enzimas hepáticas e pancreáticas. O duodeno segue um trajeto em formato de C ao redor da cabeça do pâncreas; começa no piloro no lado direito e termina na flexura (junção) duodenojejunal no lado esquerdo. Essa junção ocorre aproximadamente no nível da vértebra L II, 2 a 3 cm à esquerda da linha mediana. A junção geralmente assume a forma de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal. A maior parte do duodeno está fixada pelo peritônio a estruturas na parede posterior do retroperitoneal. Anatomicamente o duodeno apresenta as seguintes relações anatômicas e é dividido em quatro partes: • Superior: primeira parte do duodeno. Ascende a partir do piloro e é superposta pelo fígado e pela vesícula biliar. O peritônio cobre sua face anterior, mas não há peritônio posteriormente, com exceção da ampola. A parte proximal tem o ligamento hepatoduodenal (parte do omento menor) fixado superiormente e o omento maior fixado inferiormente. • Descendente: segunda porção duodenal. Segue inferiormente, curvando-se ao redor da cabeça do pâncreas. Inicialmente, situa-se à direita da VCI e paralela a ela. Os ductos colédoco e pancreático principal entram em sua parede posteromedial. Esses ductos geralmente se unem para formar a ampola hepatopancreática, que se abre em uma eminência, chamada papila maior do duodeno, localizada posteromedialmente na parte descendente do duodeno. A parte descendente do duodeno é totalmente retroperitoneal. A face anterior de seus terços proximal e distal é coberta por peritônio. Entretanto, o peritônio é refletido de seu terço médio para formar o mesentério duplo do colo transverso, o mesocolo transverso. • Inferior (horizontal): terceira porção duodenal. Segue transversalmente para a esquerda, passando sobre a VCI, a aorta e a vértebra L3. É cruzada pela artéria e veias mesentéricas superiores e pela raiz do mesentério do jejuno e do íleo. Superiormente a ela está a cabeça do pâncreas e seu processo uncinado. A face anterior da parte horizontal é coberta por peritônio, exceto na parte em que é cruzada pelos vasos mesentéricos superiores e pela raiz do mesentério. Posteriormente, é separada da coluna vertebral pelo músculo psoas maior direito, VCI, aorta e vasos testiculares ou ováricos direitos. • Ascendente: quarta e última porção duodenal. Segue superiormente e ao longo do lado esquerdo da aorta para alcançar a margem inferior do corpo do pâncreas. Aí, ela se curva anteriormente para se unir ao jejuno na flexura duodenojejunal, sustentada pela fixação de um músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz). Esse músculo é formado por uma alça de músculo esquelético do diafragma e uma faixa fibromuscular de músculo liso da terceira e da quarta partes do duodeno. A contração desse músculo alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, facilitando o movimento do conteúdo intestinal. O músculo suspensor do duodeno passa posteriormente ao pâncreas e à veia esplênica e anteriormente à veia renal esquerda. Jejuno e Íleo A segunda parte do intestino delgado, o jejuno, começa na flexura duodenojejuna, onde o sistema digestório volta a ser intraperitonial. A terceira parte do intestino delgado, o íleo, termina na junção ileocecal, a união da parte terminal do íleo e o ceco. Juntos, o jejuno e o íleo têm 6 a 7 m de comprimento, o jejuno representa cerca de dois quintos e o íleo cerca de três quintos da parte intraperitoneal do intestino delgado. A maior parte do jejuno está situada no quadrante superior esquerdo (QSE) do compartimento infracólico, enquanto a maior parte do íleo está no quadrante inferior direito (QID). A parte terminal do íleo geralmente está na pelve, de onde ascende, terminando na face medial do ceco. Embora não haja uma linha de demarcação nítida entre o jejuno e o íleo, eles têm características distintas: O mesentério é uma prega de peritônio em forma de leque que fixa o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome. A origem ou raiz do mesentério (com aproximadamente 15 cm de comprimento) tem direção oblíqua, inferior e para a direita. Estende-se da flexura duodenojejunal no lado esquerdo da vértebra L II até a junção ileocólica e a articulação sacroilíaca direita. O comprimento médio do mesentério, desde a raiz até a margem do intestino, é de 20 cm. A raiz do mesentério cruza (sucessivamente) as partes ascendente e horizontal do duodeno, parte abdominal da aorta, VCI, ureter direito, músculo psoas maior direito e vasos testiculares ou ováricos direitos. Entre as duas camadas do mesentério estão os vasos mesentéricos superiores, linfonodos, uma quantidade variável de gordura e nervos autônomos. Intestino Grosso O intestino grosso é o local de absorção da água dos resíduos indigeríveis do quimo líquido, convertendo-o em fezes semissólidas, que são temporariamente armazenadas e acumuladas até que haja defecação. O intestino grosso é formado pelo ceco; apêndice vermiforme; partes ascendente, transversa, descendente e sigmoide do colo; reto e canal anal. O intestino grosso pode ser distinguido do intestino delgado por: •Apêndices omentais do colo: projeções pequenas, adiposas, semelhantes ao omento. •Tênias do colo: três faixas longitudinais distintas: (1) tênia mesocólica, à qual se fixam os mesocolos transverso e sigmoide; (2) tênia omental, à qual se fixam os apêndices omentais; e (3) tênia livre, à qual não estão fixados mesocolos nem apêndices omentais. •Saculações: dilatações da parede do colo entre as pregas semilunares. •Calibre (diâmetro interno) muito maior. As tênias do colo (faixas espessas de músculo liso que representam a maior parte da camada longitudinal) começam na base do apêndice vermiforme como a camada longitudinal espessa do apêndice vermiforme que se divide para formar três faixas. As tênias do colo seguem por todo o comprimento do intestino grosso. Ceco e Apêndice Vermiforme O ceco é a primeira parte do intestino grosso; é contínuo com o colo ascendente. É uma bolsa intestinal cega, que mede aproximadamente 7,5 cm de comprimento e largura. Situa-se na fossa ilíaca do quadrante inferior direito do abdome, inferiormente à sua junção com a parte terminal do íleo. Se for distendido por fezes ou gases, o ceco pode ser palpável através da parede anterolateral do abdome. É quase todo revestido por peritônio, mas não tem mesentério. Ligado à parede lateral do abdome por uma ou mais pregas cecais de peritônio. O apêndice vermiforme é um divertículo intestinal cego (6 a 10 cm de comprimento) que contém massas de tecido linfóide. Origina-se na face posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. O apêndice vermiforme tem um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, originado da face posterior do mesentério da parte terminal do íleo. O mesoapêndice fixa-seao ceco e à parte proximal do apêndice vermiforme. A posição do apêndice vermiforme é variável, mas geralmente é retrocecal. A irrigação arterial do ceco é realizada pela: artéria ileocólica, o ramo terminal da AMS. A artéria apendicular, um ramo da artéria ileocólica, irriga o apêndice vermiforme. A drenagem venosa do ceco e do apêndice vermiforme: segue por uma tributária da VMS, a veia ileocólica. A drenagem linfática do ceco e do apêndice vermiforme: segue até os linfonodos no mesoapêndice e até os linfonodos ileocólicos situados ao longo da artéria ileocólica. Os vasos linfáticos eferentes seguem até os linfonodos mesentéricos superiores. A inervação do ceco e do apêndice vermiforme: provém dos nervos simpáticos e parassimpáticos do plexo mesentérico superior. As fibras nervosas simpáticas originam-se na parte torácica inferior da medula espinal, e as fibras nervosas parassimpáticas provêm dos nervos vagos. As fibras nervosas aferentes do apêndice vermiforme acompanham os nervos simpáticos até o segmento T10 da medula espinal. Colo O colo é dividido em quatro partes – ascendente, transversa, descendente e sigmoide – que sucedem uma à outra formando um arco. Colo Ascendente O colo ascendente é a segunda parte do intestino grosso. Segue para cima na margem direita da cavidade abdominal, do ceco até o lobo hepático direito, onde vira para a esquerda na flexura direita do colo (flexura hepática). Essa flexura situa-se profundamente às costelas IX e X e é superposta pela parte inferior do fígado. O colo circunda o intestino delgado, o colo ascendente à direita do intestino delgado, o colo transverso superior e/ou anteriormente a ele, o colo descendente à esquerda e, por fim, o colo sigmoide inferiormente a ele. O colo ascendente é mais estreito do que o ceco e é secundariamente retroperitoneal ao longo da face direita da parede posterior do abdome. O colo ascendente é coberto por peritônio anteriormente e nas suas laterais; entretanto, tem um mesentério curto em aproximadamente 25% das pessoas. O colo ascendente é separado da parede anterolateral do abdome pelo omento maior. Um sulco vertical profundo revestido por peritônio parietal, o sulco paracólico direito, situa-se entre a face lateral do colo ascendente e a parede adjacente do abdome. Colo Transverso O colo transverso é a terceira parte do intestino grosso, a mais longa e a mais móvel. Atravessa o abdome da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, onde se curva para baixo e dá origem ao colo descendente. A flexura esquerda do colo (flexura esplênica) geralmente é superior, mais aguda e menos móvel do que a flexura direita do colo. Situa-se anteriormente à parte inferior do rim esquerdo e fixa-se ao diafragma através do ligamento frenocólico. O colo transverso e seu mesentério, o mesocolo transverso, frequentemente descem até o nível das cristas ilíacas. O mesentério adere à parede posterior da bolsa omental ou se funde com ela. A raiz do mesocolo transverso situa-se ao longo da margem inferior do pâncreas e é contínua com o peritônio parietal posteriormente. Sendo livremente móvel, a posição do colo transverso é variável, geralmente pendendo até o nível do umbigo (nível da vértebra L III). No entanto, em pessoas magras e altas, o colo transverso pode estender-se até a pelve. Colo Descendente O colo descendente ocupa posição secundariamente retroperitoneal entre a flexura esquerda do colo e a fossa ilíaca esquerda, onde é contínua com o colo sigmoide. Assim, o peritônio cobre o colo anterior e lateralmente e o liga à parede posterior do abdome. Embora retroperitoneal, o colo descendente, sobretudo na fossa ilíaca, tem um mesentério curto em aproximadamente 33% das pessoas; entretanto, em geral, ele não é longo o suficiente para causar vólvulo (torção) do colo. Ao descer, o colo passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo. Como o colo ascendente, o colo descendente tem um sulco paracólico (o esquerdo) em sua face lateral. Colo Sigmoide O colo sigmoide, caracterizado por sua alça em forma de S com comprimento variável, une o colo descendente ao reto. O colo sigmoide estende-se da fossa ilíaca até a terceira vértebra sacral (S III), onde se une ao reto. O fim das tênias do colo, a aproximadamente 15 cm do ânus, indica a junção retossigmoide. O colo sigmoide geralmente tem mesentério longo – o mesocolo sigmoide – e, portanto, tem grande liberdade de movimento, principalmente sua parte média. A raiz do mesocolo sigmoide tem inserção em formato de V invertido, que se estende primeiro medial e superiormente ao longo dos vasos ilíacos externos e, depois, medial e inferiormente a partir da bifurcação dos vasos ilíacos comuns até a face anterior do sacro. O ureter esquerdo e a divisão da artéria ilíaca comum esquerda situam-se no retroperitônio, posteriormente ao ápice da raiz do mesocolo sigmoide. Os apêndices omentais do colo sigmoide são longos; eles desaparecem quando o mesocolo sigmoide termina. As tênias do colo também desaparecem quando o músculo longitudinal na parede do colo se alarga para formar uma camada completa no reto. Reto e Canal Anal O reto é a parte terminal fixa (basicamente retroperitoneal e subperitoneal) do intestino grosso. 2. Compreender a anatomia da parede anterolateral do abdome e Peritônio A parede é musculoaponeurótica, exceto a parede posterior, que inclui a região lombar da coluna vertebral. A junção ocorre na extremidade inferior do mesentério do colo sigmoide. O reto é contínuo inferiormente com o canal anal. É contínuo com o colo sigmoide no nível da vértebra S III. O limite superior da parede anterolateral do abdome é formado pelas cartilagens das costelas VII a X e o processo xifoide do esterno; o limite inferior é o ligamento inguinal e as margens superiores das faces anterolaterais do cíngulo do membro inferior (cristas ilíacas, cristas púbicas e sínfise púbica). A parede anterolateral do abdome é formada por pele e tela subcutânea, composta principalmente por gordura, músculos, suas aponeuroses e fáscia muscular, gordura extraperitoneal e peritônio parietal. Fáscia da parede anterolateral do abdome A tela subcutânea da maior parte da parede contém quantidade variável de gordura. É um depósito de gordura importante. Os homens são mais suscetíveis ao acúmulo subcutâneo de gordura na parede anteroinferior do abdome. Na obesidade mórbida, a camada de gordura tem muitos centímetros de espessura e, em geral, forma uma ou mais dobras flácidas (abdome em avental). A pele está frouxamente fixada à tela subcutânea, exceto no umbigo, onde está firmemente aderida. A maior parte da parede anterolateral tem três camadas musculotendíneas; as fibras de cada camada seguem em direções diferentes. Essa estrutura tripla é semelhante à estrutura dos espaços intercostais no tórax. A parede do abdome, embora contínua, é subdividida em paredes anterior, laterais direita e esquerda e posterior para fins descritivos. Músculos A parede anterolateral do abdome tem cinco (pares bilaterais de) músculos: três planos e dois verticais. Funções Os músculos da parede anterolateral do abdome: •Formam uma sustentação forte e expansível para a parede anterolateral do abdome •Sustentam e protegem as vísceras abdominais contra lesões Inervação A pele e os músculos da parede anterolateral do abdome são supridos principalmente pelos seguintes nervos: •Nervos toracoabdominais: são formados pelas partes abdominais, distais dos ramos anteriores dos seis nervos espinais torácicos inferiores (T7 a T11); correspondem aos nervos intercostais inferiores distais à margem costal •Ramos cutâneos laterais (torácicos): dos nervos espinais torácicos T7 a T9 ou T10 •Nervo subcostal: o grande ramo anterior do nervo espinal T12 •Comprimem o conteúdo abdominal para manter ou aumentar a pressão intra-abdominal e, assim, fazem oposição ao diafragma (o aumento da pressão intra-abdominal facilita a expulsão) •Movem o tronco e ajudam a manter a postura. •Nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal: ramificaçõesterminais do ramo anterior do nervo espinal L1. •T7 a T9 inervam a pele superior ao umbigo •T10 inerva a pele ao redor do umbigo •T11, mais os ramos cutâneos dos nervos subcostal (T12), ílio-hipogástrico e ilioinguinal (L1), suprem a pele inferior ao umbigo. Durante seu trajeto através da parede anterolateral do abdome, os nervos toracoabdominal, subcostal e ílio-hipogástrico se comunicam uns com os outros. Irrigação arterial, Drenagem linfática e Drenagem venosa Os vasos sanguíneos primários (artérias e veias) da parede anterolateral do abdome são: •Vasos epigástricos superiores e ramos dos vasos musculofrênicos dos vasos torácicos internos • Vasos epigástricos inferiores e circunflexos ilíacos profundos dos vasos ilíacos externos •Vasos circunflexos ilíacos superficiais e epigástricos superficiais da artéria femoral e veia safena magna, respectivamente •Vasos intercostais posteriores do 11o espaço intercostal e os ramos anteriores dos vasos subcostais. A distribuição dos vasos sanguíneos abdominais profundos reflete a disposição dos músculos: os vasos da parede anterolateral do abdome têm um padrão circunferencial, oblíquo (semelhante aos vasos intercostais), enquanto os vasos da parede anterior central do abdome têm orientação mais vertical. A artéria epigástrica superior é a continuação direta da artéria torácica interna. Ela penetra na bainha do músculo reto do abdome superiormente, através de sua camada posterior, supre a parte superior do músculo reto do abdome e anastomosa-se com a artéria epigástrica inferior aproximadamente na região umbilical. A artéria epigástrica inferior origina-se da artéria ilíaca externa imediatamente superior ao ligamento inguinal. Segue em sentido superior na fáscia transversal para entrar na bainha do músculo reto do abdome abaixo da linha arqueada. Penetra na parte inferior do músculo reto do abdome e anastomosa-se com a artéria epigástrica superior. A drenagem linfática da parede anterolateral do abdome segue os seguintes padrões: •Vasos linfáticos superficiais acompanham as veias subcutâneas; os vasos superiores ao plano transumbilical drenam principalmente para os linfonodos axilares; entretanto, alguns drenam para os linfonodos paraesternais. Os vasos linfáticos superficiais inferiores ao plano transumbilical drenam para os linfonodos inguinais superficiais • Vasos linfáticos profundos acompanham as veias profundas da parede do abdome e drenam para os linfonodos ilíacos externos, ilíacos comuns e lombares direitos e esquerdos (cavais e aórticos). Peritônio O peritônio é uma membrana serosa transparente e contínua que reveste a cavidade abdominopélvica e recobre as vísceras abdominais. Consiste em duas porções, uma delas, a parietal, reveste a parte interna da parede abdominal, enquanto a outra, a visceral, reveste órgãos como o estômago e o intestino. Peritônio Parietal: Como está aderido à parede abdominopélvica, possui a mesma vascularização e inervação que a região que a fixa. Assim como a parede adjacente, o peritônio é capaz de fazer a sensibilidade geral, de dor, temperatura e pressão. O peritônio parietal delimita a cavidade peritoneal, diferente da cavidade abdominal. Peritônio Visceral: Assim como o parietal, é vascularizado e inervado pelos mesmos componentes dos órgãos revestidos. No entanto, é insensível à dor, temperatura e pressão, sendo estimulado principalmente por distensão e irritação química. Os órgãos intraperitoneais estão dentro da cavidade peritoneal, mas recebem esse nome por estarem quase que totalmente revestidos pelo peritônio visceral. Já os órgãos extraperitoneais, retroperitoneais e subperitoneais estão situados fora da cavidade peritoneal, entre o peritônio e a parede abdominal ou pélvica. Sendo assim, possuem pouca parte de sua estrutura revestida por peritônio. O rim, por exemplo, é retroperitoneal, mas sua face anterior é aderida ao peritônio parietal. Cavidade peritoneal: A cavidade peritoneal, formada pelo peritônio parietal, está contida nas cavidades abdominal e pélvica. É um espaço virtual, entre as lâminas parietal e visceral, e contém um líquido peritoneal, responsável por lubrificar as superfícies e diminuir o atrito aos movimentos, por armazenar tecido adiposo e também por combater infecções, uma vez que nesse líquido há também leucócitos e anticorpos. Nos homens, essa cavidade é fechada. Porém, nas mulheres há uma comunicação com o exterior, através das tubas uterinas, cavidade uterina e vagina, uma possível via de infecção externa. Apesar da cavidade peritoneal ser apenas uma fração do volume corporal, o peritônio em si deve conter muitas dobras para revestir adequadamente os órgãos, de forma que sua superfície total é até mesmo maior que a da pele. Por serem quase totalmente revestidos pelo peritônio, os órgãos intraperitoniais têm uma porção nua, por onde entram estruturas neurovasculares. Após a rotação e surgimento da curvatura maior do estômago, a cavidade peritoneal foi dividida em uma porção maior e outra menor. O mesocolo transverso divide a cavidade abdominal em uma porção supra (contém o estômago, fígado e baço) e outra infracólica (intestino delgado, colo ascendente e descendente). Há diferentes denominações para o peritônio: •Mesentério: Reflexão do peritônio parietal e visceral responsável por envolver um órgão e o fixar à parede abdominal. Pode ser chamado apenas de mesentério, no caso do intestino delgado, por exemplo, ou ainda ter outras denominações, como mesocolos transverso e sigmoide, mesoesôfago, mesogástrio ou mesoapêndice. •Omento: Reflexão do peritônio entre dois órgãos. O omento maior é uma prega peritoneal de quatro camadas que forma um avental, desde a curvatura maior do estômago e da parte proximal do duodeno até se fixar à superfície anterior do colo transverso (tênia omental). Já o omento menor, possui apenas duas camadas e une a curvatura menor do estômago e o duodeno ao fígado. •Ligamento: Reflexão do peritônio responsável por estruturar dois órgãos ou por fixar um órgão à parede abdominal. O fígado, por exemplo, está unido à parede pelo ligamento falciforme, ao estômago pelo ligamento hepatogástrico (porção membranácea do omento menor) e ao duodeno pelo ligamento hepatoduodenal (parte livre e espessa do omento menor, que dá passagem à tríade portal – veia porta, artéria hepática e ducto colédoco). O estômago está unido à superfície inferior do diafragma pelo ligamento gastrofrênico e pelo ligamento frêno-esofágico, ao baço pelo ligamento gastroesplênico e ao colo transverso pelo ligamento gastrocólico. Todas essas porções estão fixadas continuamente na curvatura maior do estômago e fazem parte do omento maior. A bolsa omental é uma cavidade posterior ao estômago e ao omento menor. Possui dois recessos, uma prega peritoneal, um superior e outro inferior. O superior é delimitado pelo ligamento coronário do fígado e pelo diafragma, enquanto o inferior fica entre as partes superiores do omento maior. Há comunicação da bolsa omental com a cavidade peritoneal pelo forame omental (de Winslow). Os limites desse forame são: •Anteriormente: ligamento hepatoduodenal, contendo a tríade portal. •Posteriomente: veia cava inferior e pilar direito do diafragma (retroperitoneais e recobertos por peritônio parietal). •Superiormente: fígado (recoberto por peritônio visceral). •Inferiormente: parte superior do duodeno. Referências: Moore, KL, Dalley, AF e Agur, AMR (2022). Anatomia Orientada para Clínica (8ª ed.). Junqueira, LCU, & Carneiro, J. (2017). Histologia Básica - Texto e Atlas (13ª ed.). Netter, FH (2018). Netter: Atlas de Anatomia Humana (7ª ed.).
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