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Arquivo Aula - Direito Empresarial - Títulos de Crédito

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Direito Empresarial – Títulos de Crédito – Professora Simone Lara – Turma DIR3AN-MCD – 1º Semestre 2019 - E-mail: Site: 
AULA 1 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 25/02/2019
Apresentação do professor
BIBLIOGRAFIA 
Fabio Ulhoa Coelho – Curso de Direito Comercial / Manual - Teoria Geral do Direito Empresarial e Títulos de Crédito – Saraiva ou RT a partir de 2014. 
Vade Mecum – Leis complementares + CC/2002 (Lei Uniforme de Genebra) (Lei do Cheque)(Lei de Duplicata)
AVALIAÇÕES
A1 – Caso Pratico 
Direito Cambiário – direito ou relação jurídica de cambio – troca de documentos que representam o dinheiro. Títulos/documentos que representam crédito. 
Introdução
Qualquer papel contendo um valor em dinheiro pode ser um documento, mas nem todo documento é um título de crédito, para tal o legislador deve estabelecer através de norma. O fato de ter ou não a frase “título de crédito”, não significa ser ou não tal. 
Linguagem técnica – as assinaturas são a parte mais importante do título. Somente é constituído após assinatura. Existem regras especificas para tal, que são se suma importância serem observadas. 
Títulos de crédito são especiais, sendo estudados separado de contratos, em uma matéria dedicada apenas para tal. 
Quem preencher/emitir o título passa a ser chamado de SACADOR (A) – criador/preenchedor das informações do título. Também é o DEVEDOR, dependendo do título. O título pode estar em branco, mas deve estar assinado, tendo assim validade. 
O beneficiado do título denomina-se BENEFICIÁRIO (credor) – Aquele que receberá o título.
Ainda pode existir o SACADO pode ser o devedor ou credor, dependo do título. Ex.: Na nota promissória o sacado é o beneficiário (credor). Na letra de cambio, sendo uma modalidade diferente de título, poderá o sacado ser indicado como devedor pelo sacador (necessário duas assinaturas). 
Obs.: O sacador pode ser devedor (comum) e credor conforme exemplo: Telhanorte vende materiais para uma construtora, sendo a primeira sacador e o segundo sacado, faturando num prazo de 60 dias tal operação. A conta fica em 1 milhão de reais. Poderá ser parcelado. Após a entrega do material a construtora (sacado) passa a ser devedora da Telhanorte (sacador), num crédito de 1 milhão de reais. 
Obs.: Para desconto bancário/factori, o título deve conter assinatura de no mínimo duas partes, porém quanto mais devedores, maior será a solvência. 
Obs.: Tanto poderá haver um devedor pessoa jurídica (título assinado por um representante devidamente constituído) como pessoa física. 
Existem mais de 100 tipos de títulos de crédito, mas só iremos estudar 4:
· Cheque (LC);
· Letra de Cambio (LUG);
· Nota promissória (LUG);
· Duplicata (LD):
· Mercantil;
· De prestação de Serviço.
Todos são títulos executivos extrajudiciais (tem força de sentença).
PROGRAMA DE AULA
· Origem dos títulos;
· Atributos (QUALIDADES POSITIVAS);
· Circulabilidade/Negociabilidade – quando se pode fazer um novo negocio utilizando o título como pagamento através de endosso (passar o título para outra pessoa).
Ex.: “A” deve para “B”. “A” assina e entrega o título a “B”. A operação envolve a venda de uma moto de “B” para “A”, que paga de entrada 10 mil reais, restando um título de 25 mil. “B” passa a ser o portador do título, decidindo comprar uma joia para a amante, que custa 40 mil. Oferece 15 mil em dinheiro e o título de 25 mil. Se o vendedor da joia verificar que o devedor dos 25 mil possui boa solvência, poderá ou não aceitar e, aceitando, “B” deverá endossa-lo para que a transferência seja válida. Caso o título não seja quitado, poderá o credor final cobrar de qualquer um dos devedores, no caso “A” ou “B” (litisconsórcio passivo facultativo). 
· Executividade – os títulos de crédito não pagos (no vencimento), são passíveis de execução direta, sendo TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS, pulando a etapa do conhecimento (ingresso de ação/lide com a pretensão de executar títulos extrajudiciais, dispensando o processo de conhecimento). 
· Princípios cambiários (só se aplicam aos títulos de crédito);
· Cartularidade;
· Literalidade (só vale o que está expressamente escrito, não cabendo interpretação);
· Autonomia (mais importante – matéria de defesa);
· Abstração;
· Inoponibilidade das exceções pessoais frente aos terceiros de boa-fé.
 Recibo pode ser feito separado dos contratos e vale em qualquer forma, porém em matéria de títulos de crédito, não tem validade como quitação, apenas terndo validade de forma apartada quando estiver em conjunto com o título. 
· Características 
· Forma de pagamentos dos títulos de crédito;
· Institutos cambiais (muitos são utilizados da mesma forma em todos os títulos, mas em alguns não):
· Saque (sacador);
· Aceite (aceitar pagar o título);
· Aval (garantia/garantidor);
· Endosso (assinar passando o título a outrem);
· Pagamento (como e de quem será cobrado – 1º do devedor principal);
· Vencimento;
· Protesto;
· Ações cambiais;
· Prescrições das ações;
AULA – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 11/03/2019
Falta coletiva por conta do caos causado pelas chuvas do domingo 10/03/2019.
AULA 2 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 18/03/2019
CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO.
Títulos executivos extrajudiciais. 
· Letras de Cambio
· Nota Promissória 
· Cheque
· Duplicata
· Debentures (só estudaremos com as SA’s)
CHEQUE
Existem varias hipóteses, mas seguiremos a de Fabio Ulhoa Coelho.
1. Modelo (formato)
· Modelo livre – pode pegar uma caneta e papel para fazer, ou impresso no computador (lápis ou lapiseira não, pois apagam), desde que cumpridos os requisitos impostos pela lei ou através de blocos que se compra em papelarias.
Ex.: Letra de Cambio e Nota promissória. 
 
· Modelo vinculado – aquele que segue um padrão, com formatos pré-determinados, distribuição e disposição, não podendo ser confeccionados por pessoas não autorizadas. 
Ex.: Cheque e duplicata.
· Duplicata
· Física
· Virtual/escritural
· Programas governo.
2. Estrutura de funcionamento
a. Promessa de pagamento – Nota promissória – papel que contem uma ordem de pagamentos contida nele.
Cria duas situações jurídicas
· Alguém faz a promessa de pagar (promitente / emitente) – Sacador
· Alguém recebe o valor prometido (beneficiário / favorecido) – Sacado
b. Ordem de pagamento – Letra de Cambio, Cheque e duplicata.
São três situações possíveis: 
· Quem dá a ordem para pagar chamado de sacador (criador)
· Aquele que recebe a ordem para pagar chamado Sacado (devedor)
· Quem se beneficia do valor chamado beneficiário / favorecido (credor)
· DP – quem dá a ordem é um vendedor de mercadoria ou prestador de serviço.
· Mercantil – comprador/vendedor (aquele que recebe a mercadoria)
· Prestação de Serviço – tomador (aquele que recebe o serviço)
· LC – quem dá a ordem manda pagar a ele mesmo ou a terceiro.
Obs.: Pode ser usado para todos tipos de negócios, menos para compras e vendas mercantis.
· 3º - outra pessoa
· Sacador (própria pessoa)
Obs.: na nota promissória, sacado é credor, aqui é devedor. 
Cheque – funciona igual a letra de cambio 
Possui forma, tamanho e demais especificações. 
Quem preenche e assina é o sacador / emitente (criador) – devedor principal. 
Banco, no cheque, tem figura de depositário, apesar de sacado, pois utilizará o valor da conta do sacador. 
O emitente tem papel de depositante (quem deverá prover o valor a ser pago)
Obs.: é possível o sacador preencher em seu favor, equiparando a operação de saque no banco com o cartão de debito, sacando o cheque para sigo mesmo. 
Atualmente é possível se abster de receber cheques, o que em outros tempos possuía força obrigatória de aceite.
Caso da A1 onde o cheque a ser pago será a favor de 3º. 
Exemplo: Ana Dias compra 50.000,00 de mercadorias na ZARA, pagando com cheque, contraindo obrigação de pagar (devedora), impondo ao banco (sacado/pagador/depositário) pagar o valor do mesmo em razão da não cobertura. Caso não exista saldo, ou este seja insuficiente, o cheque não será pago,somente o sendo se integralmente, resultando a possibilidade de negativação do nome da sacadora.
Mesmo que o cheque estiver preenchido de forma correta e cumprido os requisitos, não havendo fundos, o pagamento é de difícil concretização, gerando prisão apenas em caso de estelionato. 
3. NO TOCANTE A EMISSÃO – criação – saque
a. Causais – que existe uma causa específica (negócio jurídico específico)
Único título desta modalidade – duplicata
· Se mercantil – causa que dá origem a mesma é compra e venda mercantil (coisas móveis – carro, moveis, carros, eletros, etc.)
· Se de prestação de serviço – sua efetiva prestação gera direito de saque, podendo o fazer o prestador de serviço. (ex.: transportes, limpeza, segurança, etc.)
b. Não causais
Não tem um negócio jurídico específico, podendo ser sacado em inúmeras situações diferentes, desde que o credor aceite. Ex.: locação, alienação fiduciária, etc. 
4. CIRCULAÇÃO
Em matéria cambial, significa fazer um novo negócio (jurídico), utilizando como pagamento um título de crédito, podendo ser total ou parcial, somente se o vendedor/credor aceitar. Ex.: compra e venda e prestação de serviço.
Com aceite de tal operação, o cheque (titulo) passa a ser colocado/entra em circulação
a. Total – paga-se a totalidade da dívida com o título.
b. Parcial – Paga-se parcialmente o valor devido da transação efetivada. 
Ex.: Zara, com o cheque de 50 mil, decide comprar da Samsung 50 aparelhos celulares para dar de presente a seus funcionários, sendo aceito pelo vendedor, a operação correrá normalmente. Poderia utilizar para pagamento parcial ou total de compras de matéria prima e, no caso de ser aceito, é perfeitamente efetivada.
A1 - Obs.: não é preciso avisar/notificar/interpelar/protestar (dar notícia) ao sacador do cheque (título) sobre sua circulação. 
Obs.: qualquer um dos 4 títulos supra poderão entrar em circulação, independente da anuência do devedor/sacador, devendo ser pago ao portador (e cumpridos os requisitos conforme o caso).
· À Ordem – nominal ao credor – direciona a quem foi ordenado de ser pago.
Endosso – assinatura de transferência de titularidade/propriedade de um título, de um credor a outro.
Ex.: Zara recebe cheque nominal de Ana Dias e para colocar em circulação deverá, no anverso do título, com frase (não é obrigado): “paga-se a Fabrica X de Roupas”, assinado pelo representante legal da Zara, com os dados da empresa abaixo da rubrica. 
O que está sendo dito nesta operação: Banco eu ZARA, Credora deste título, repasso o mesmo à Fabrica X. 
 ZARA será o endossante
Fabrica X – endossatário – passando a ser credora.
Obs.: o cheque só poderá ser endossado uma única vez, caso ocorra, antes de depositar, se tornará uma ceção civil de crédito (Cessão Ordinária de Crédito). O que muda é a força do título. 
Enquanto possuir natureza cambial (não perdeu sua força), serão aplicados tais princípios. 
Caso seja endossado uma 2ª vez, perde-se a natureza cambial, deixando de ser aplicável tais princípios. 
Ex.: No caso da compra na ZARA, a fabrica X poderá opor processo contra Ana Dias, no caso de não pagamento do título, podendo incluir no polo passivo a própria ZARA, ou escolher apenas uma. Para processar, deverá ter respeitado certos prazos, de acordo com a praça.
Praças diferentes – 60 dias. (cidades diferentes)
Praças iguais – 30 dias. (mesma cidade – emissão e local da conta).
A data a ser respeitada será a do dia de emissão/criação do cheque (título), excluído o da emissão, contado em dias úteis (horário de funcionamento do banco), incluído o ultimo dia. 
Caso não respeite os prazos, perderá o direito de executar os endossantes do cheque, não perdendo o direito de executar o devedor principal. 
Prescrição – 6 meses (não é o mesmo que 180 dias). Passado este prazo, poderá ingressar com outros tipos de ação buscando o recebimento, contados a partir do último dia do fim de um dos prazos de apresentação (conforme praça).
Obs.: todo mês, para os negócios jurídicos, possui 30 dias. Sábados, domingos e feriados só não contam no primeiro e no ultimo dia. 
Art. 132 CC contagem de prazo. 
· Não À Ordem – significa que desde o começo, qualquer assinatura é uma Cessão Civil de Crédito – não considerado título de crédito (não possibilidade de aplicação das regras dos títulos de crédito/força cambial). É retirada a força cambial, podendo ser discutido tudo que não tenha sido alegado anteriormente, independente de quem esteja na posse do cheque. 
Obs.: se houve uma ordem de pagamento, deverá pagar, posteriormente resolvendo os problemas da transação original somente com o credor primário. 
Obs.: poderá ser riscado e rubricado a frase “não a ordem”, perdendo o valor legal da frase.
A1 – nesta história foi dito que o cheque foi feito não a ordem
AULA 3 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 25/03/2019
Atividade A1 – entrega 
AULA 4 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 01/04/2019
Cheque Lei 7.357/85
Artigo 32 – In fine abaixo:
Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário.
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. 
Pagável: 
· A vista – qualquer menção não muda sua natureza, não existindo cheque pré-datado para a Lei (pós-datado) – costume brasileiro – por ser aceito vincula as partes (sendo um pacto entre o sacador – emitente/devedor principal - e o favorecido/beneficiário - credor), mas não ao banco (este segue a Lei). 
Ex.: “Bom para XX/XX/XXXX”; “Só para XX/XX/XXXX”; “Depositar em XX/XX/XXXX” 
Valerá apenas entre as partes como pacto civil, sem natureza cambial.
Sacado = banco – não está vinculado ao pacto civil, estando obrigado a cumprir a Lei. 
Exemplo:
Cheque emitido em favor de Carlos Gomes, emitido por Ana Dias.
Data: 20 de fevereiro de 2019
Valor: 50.000,00
Nomina a Carlos (requisito em função do valor).
Banco itaú
Prescrição: 30 dias se mesma praça ou 60 se outra, contado a partir da data do cheque, se dia útil, caso não, a partir do primeiro dia útil seguinte.
Obs.: prazo em dias, conta-se em dias, meses, não importa se tem 31 ou 30, conta-se em meses. 
Inscrição: Bom para 30/04/2019
Carlos vai ao banco no dia 21/02/2019 e apresenta o cheque. Independente da menção bom para, que não vincula o sacado (banco), o mesmo paga o valor do cheque, havendo fundos na conta, ou devolve com o carimbo 11 (sem fundos). 
Caso seja pago ou volte, se resultar em prejuízo (dano material ou moral), poderá Ana pleitear a reparação contra Carlos (nunca contra o banco em casos deste tipo). 
Apresentação é considerada a partir da data da emissão (data que vem expressa no mesmo).
Obs.: cuidado – no momento de preencher o cheque, mesmo estando em outra praça, se preencher com a praça do cheque, valerá 30 dias. Princípio da literalidade – vale o que está no documento, não podendo ser impugnado por mais que haja provas em contrário. 
No exemplo supra, caso a data de preenchimento fosse 30/04/2019, levando o cheque para apresentação, o banco considerará como data em branco, passando a contagem de prazo a partir da apresentação do cheque ao banco. Ex.: Carlos apresenta no dia 21/02, estando o cheque preenchido com 30/04, o sacado considerará como dia 21/03, por ser data futura, passando a contagem do prazo prescricional a contar desta data.
Obs.: para inicio da contagem prescricional, não considera-se este como o final do prazo de apresentação, somente assim o sendo a partir da data de emissão passada ou atual (mesmo dia da apresentação), ou no caso de em branco ou com data futura, será contado o prazo de apresentação, mesmo apresentado, e depois começará a contagem do prazo prescricional. 
Obs.: regra no Brasil – o credor poderá apresentar o cheque a qualquer tempo, desde que não esteja prescrito, devendo os bancos aceitar e, caso haja saldo, pagar, caso não, carimbará a linha 11. 
Obs.: no caso em que o credor apresentar o cheque fora do prazo de apresentação e dentro do prazoprescricional ocorrerá a exclusão dos endossantes do polo passível, devendo ser cobrado apenas do emitente. 
Ex.: no caso da atividade, excluiria CHR18, Banco Y e Alpha Factoring. 
Obs.: Elvira, sendo avalista, se equipara a devedor principal, podendo ser também executada.
Proteção do emitente: quando apresentado fora do prazo, poderá o emitente, desde que não tenha culpa, alegar matérias se eximindo da obrigação. 
Caso houvesse sido apresentado dentro do prazo, todos seriam legítimos para serem cobrados, além de não permitir que o emitente alegue matérias para se eximir da obrigação. 
Após devolução do cheque, dentro do prazo de apresentação, deverá ser protestado (coobrigados, endossantes e avalistas destes), sendo facultativo contra o emitente e o avalista. Condição “sine qua nom”, sendo obrigatório o protesto para manter os efeitos contra terceiros. 
Os coobrigados serão devedores, porém o nome que fica negativado é o do emitente. 
Obs.: não há necessidade de que o cheque seja devolvido uma segunda vez (linha 12) para as providencias supra.
Prazo para apresentação do cheque ao protesto – 30 ou 60 dias, conforme regra da praça (dentro do prazo de apresentação original do cheque). 
O cartório irá mandar uma carta comunicando a possibilidade de protesto, convocando para pagamento no prazo de 3 dias para a não incidência do protesto. Se pagar no prazo, não haverá protesto. 
Obs.: Caso o cheque tenha sido apresentado no ultimo dia, para que consiga protestar poderá conseguir uma Declaração do Banco ou da Câmara de compensação, servirá como equiparação ao protesto, somente para fins de execução singular.
Obs.: A Declaração data e assinada pelo Sacado ou pela câmara de compensação, não vale para ações de pedido de falência. Neste caso o protesto cartorário é sempre obrigatório. 
Sendo os efeitos de uma falência gravíssimos, só poderá pedi-la após cumprido o protesto em cartório. A razão é fundada no procedimento especifico cartorário, através de formulário especifico, de forma que o oficial do cartório irá colher a assinatura pessoal do devedor, explicando as consequências do não pagamento.
CHEQUE SEM FUNDOS:
Se preenchidos os requisitos incorrerá em: 
Estelionato (art. 171, CP) – pena de um a cinco anos e multa. 
Só ocorre na modalidade dolosa, não existindo culposa. Agente causador (emitente) deve ter desejado o resultado “devolução do cheque”, de forma premeditada – fraude – sendo um crime de dano patrimonial (deve provar que não terá como reparar o dano patrimonial).
Ex.: sujeito vai a uma agência e decide comprar uma BMW de 500 mil. Consegue convencer o vendedor, com muita lábia, e convenciona de pagar 250 mil a vista e o restante em cheque, não havendo fundos, o que já era desejo do golpista, resultando em dano patrimonial.
Ex.: caso de locação, onde é pago o aluguel em cheque, porém volta sem fundos, não havendo estelionato, pois é sabido o endereço do emitente devedor, e havendo todas as condições de cobrança. 
 
Negligência, imprudência, imperícia - não enseja em estelionato. Ex.: pessoa que não tem controle de suas finanças. 
AULA 5 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 08/04/2019
ESPÉCIES DE CHEQUES:
1. CHEQUE CRUZADO
Cheques maiores que R$ 100,00 devem trazer expresso o nome a quem será beneficiado. Trata-se de requisito obrigatório, passando a ser exigido a partir de R$ 100,01.
O cheque cruzado é aquele que vem com duas linhas paralelas na diagonal. Tem por finalidade restringir o pagamento do cheque somente por meio de compensação na conta do beneficiário (só se recebe depositando em uma conta bancaria. 
 
2. CHEQUE LEVADO EM CONTA	 (c/ ou s/ um número de conta específico) 
Poderá ser incluído no centro das barras paralelas o nome de um banco específico qualquer, podendo ainda, restringir a um determinado numero de conta. 
3. CHEQUE VISADO – cheque onde o sacado atesta o valor em conta, antes da compensação.
Funciona de forma que o sacado, por solicitação do sacador, emite um cheque especifico chamado visado, o qual só será feito existindo o saldo objeto do cheque, efetuando a reserva deste valor, de forma que o sacador não poderá utiliza-lo.
Esta reserva segue o prazo de apresentação do cheque, conforme a praça, de forma que passado o prazo, deixa o banco de se obrigar a reservar o valor em conta, podendo o sacador utilizar o mesmo como bem entender, ficando passivo apenas das implicações do titulo executivo. 
4. CHEQUE ADMINISTRATIVO – Cheque que pode ser sacado em outra agência diversa a do emitente, do mesmo banco geralmente. 
Uma forma desta espécie é o Cheque de viagem - “Traveller’s checks” 
SUSTAÇÃO DO CHEQUE 
a) Revogação ou contra-ordem de pagamento
Somente o emitente pode utilizar esta modalidade e só restringe o pagamento após o prazo de apresentação, mesmo que tenha saldo. Caso depositado dentro do prazo, será pago normalmente. 
O pedido é feito através de documento escrito (carta epistolar), possuindo alguns bancos, formulário específico para tal, devendo também haver uma justa causa da sustação do pagamento. 
b) Oposição ao pagamento 
Poderá ser pedido pelo emitente ou qualquer dos beneficiários (primário ou endossatário), ou seja, qualquer pessoa, motivado por alguma razão que justifique (roubo, furto, perda, etc.), de maneira que o 3º credor buscará o emitente para reemissão de novo cheque em substituição ao extraviado. 
Necessário o mesmo documento da revogação, sendo exigência do banco (não legal), o fornecimento de B.O. relativo ao fato, para garantir que o banco seja isento de responsabilidade.
O banco deverá fornecer o endereço do emitente, desde que a pessoa a exigir a informação é a mesma a quem estava direcionado o cheque. 
CARACTERÍSTICAS 
1. Qualquer cheque é de MODELO VINCULADO (padronizado por lei, definido pelo banco central)
Sua emissão está restrito aos bancos ou instituições financeiras, mesma que o cidadão possua um mega impressora.
2. EMISSÃO LIVRE / NÃO CAUSAL (Norma Jurídica Específica)
Credores já foram obrigados a aceitar cheques (curso forçado), podendo pagar qualquer coisa, desde que aceito pelo credor.
Atualmente poderá obrigatoriamente ser aceito desde que nas relações de consumo, estando passivo a consulta a órgão específico, podendo não ser aceito pelo estabelecimento, mesmo obrigado. 
3. ESTRUTURA – Ordem de pagamento
a. Alguém dá a ordem
i. Pessoa Jurídica
ii. Pessoa Física
b. Alguém recebe a ordem 
i. Banco (sacado) – não é devedor nem cocredor, sendo depositário (civil)
c. Beneficiário da ordem
i. Credor Beneficiário
4. CIRCULAÇÃO
Regra – cheque no Brasil só podem ser endossados uma vez. A partir do 2º endosso, transforma-se em Cessão Civil (CCC)
Todos endossos devem ser feitos no próprio cheque, por escrito, seguindo as regras da LC. 
a. Endosso – natureza cambial – seguirá os princípios cambiais – a ordem.
Se dá através da assinatura do 1º credor
b. Cessão civil de Crédito – natureza civil (código civil 2002 – cessão civil de crédito)
Se dá através da assinatura do 1º credor
INSTITUTOS CAMBIAIS QUE SE APLICAM AOS CHEQUES
1. ACEITE – não se aplica aos cheques.
2. Endosso – aplica-se quase na totalidade, restringindo a ilimitação e o endosso caução.
3. Aval – aplica-se em tudo, inclusive no cheque.
4. Protesto – aplica-se a regra do prazo de apresentação, devendo ser este respeitado para seguir com o protesto ou mediante a declaração datada e assinada pelo banco ou câmara de compensação de cheques, servindo apenas para as execuções singulares. Já nas execuções coletivas (iguais a falência), não se aplica. 
AULA 6 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 15/04/2019
PRINCÍPIOS CAMBIÁRIOS -Art. 887, CC
Conceito é um conjunto de ideias, e definição é a escolha de um ou mais conceitos para justificar o tema. 
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Definição de títulos de crédito de Césare Vivanti
Princípios:
1) Documentonecessário (obrigatório) = princípio da cartularidade – ligado a cártula, que lembra cartolina, que significa papel, devendo este ser físico neste material. 
· Cheque
· Duplicata Mercantil (D.M.) ou D.P.S.
· Nota promissória (N.P.)
· Letra de cambio (L.C.) 
Quando no caso de ação de cobrança de um título de crédito, deverá ser juntado o original. (não valem copias simples ou autenticadas). Exceções:
· Primeira hipótese – quando, por exemplo, uma nota promissória emitida contra Carlos, antes do vencimento (20/04/2019), em 20/10/2018, vem este a falecer, devendo ser incluída a dívida no inventario. Feito isso, o espólio impugna a assinatura do título, necessitando juntar o documento original ao processo para perícia. No decorrer do deslinde, vence o título, podendo o credor alegar a retenção do título em outro processo, juntando provas de tal, autenticadas pelo tribunal, sendo aceito pelo juiz;
· Segunda hipótese – duplicata mercantil – criação brasileira, que existe física e virtualmente/digitalmente/escrituralmente (por meio de programas para tal). Em razão da existência do Livro (obrigatório) de Registro de Duplicatas, para todos que emitem duplicatas, físicas ou não, contendo todos os dados de cada duplicata.
Com as informações do livro, remete-se ao cartório de protesto, sendo permitido protestar e executar o mesmo. Dentre estas informações, virão detalhes correspondentes ao título;
· Terceira hipótese – Cópias digitais autenticadas pelo advogado, em razão dos processos eletrônicos, são aceitas mediante a assinatura digital do patrono, sendo de responsabilidade deste falsificações. 
2) Literal – segundo princípio cambial – se refere ao princípio da literalidade – que não admite interpretação. Seu fundamento é pautado na premissa que só é valido o que vem expresso no título, podendo vir no anverso, no verso, em folhas de extensão ou folhas anexas (admitidas no direito cambial).
Aval – garantia pessoal – só aparece em títulos de crédito
· Para ter validade, deverá conter a assinatura do avalista no título. Caso esteja separada, não terá validade jurídica, servindo apenas para discutir o direito em um processo de conhecimento, que poderá durar anos, podendo receber ao final. 
Fiança – vedada para os títulos de crédito. Valido apenas para os contratos e outros negócios jurídicos (não títulos de crédito). 
As quitações, para valerem, devem ser apostas/inseridas no título, na frente, no verso ou mesmo em folha de extensão, que mesmo este sendo apartado, se mantido junto será valido. 
Obs.: recibos apartados/separados não tem validade para quitação de títulos de crédito face a terceiros de boa-fé, mas sendo valido contra o credor original (vendedor parte direta no negócio). 
Primeira exceção – Contra os credores originais, recibos apartados serão validos para defesa da execução. 
Segunda exceção – nos casos de DM e DPS, mesmo estando o recibo apartado, será valido contra o 3º de boa-fé.
Defesa (devedor) contra a parte negociante, pode utilizar recibos em apartado. 
Exemplo: Ana comprou colar de pérolas de Paulo, por R$ 50.000,00. Pagou 25 em dinheiro (2018) e 25 em NP (20/03/2019). Paulo endossa o título à Carlos em janeiro (novo credor endossatário - terceiro). Carlos, por não ter participado da compra e venda originaria do título, não é parte negocial da compra e venda. Carlos vende uma moto para Paulo, pagando este 75 mil em espécie e 25 mil da nota promissória. Em fevereiro, Paulo encontra com Ana na rua, e esta estava a procura dele para quitar antes do prazo o título. Paulo omitindo que passou a NP, recebe e fornece recibo contra o pagamento, enrolando a ela e não devolvendo o título por já ter sido transacionado. No vencimento Carlos vai cobrar o título, recebendo a negativa de Ana, alegando que já pagou, demonstrando o recibo, sendo informada pelo mesmo que o pagamento foi ilegal, ingressando Carlos com ação de execução. Não é possível interpor embargos com o recibo, somente se no polo ativo figurasse Paulo, devendo pagar Carlos por ser Terceiro de Boa-fé, surgindo o direito de ação de regresso (pauliana).
No mesmo exemplo acima, Paulo não transmite a NP, recebendo o mesmo nos mesmos moldes, ingressando com ação de execução. Neste caso, poderá Ana utilizar-se do recibo, mesmo sendo apartado, mas havendo sido emitido pelo autor da ação, podendo todos os documentos apartados serem juntados na ação. 
3) Autônomo – princípio da autonomia / independência – as obrigações são independentes/autônomas em títulos de crédito. 
Obrigação é o dever de pagar um valor. Poderá ser demonstrado em juízo através da assinatura do devedor, seguindo um dos institutos abaixo: 
“tu te tornas eternamente responsável pelos títulos que assina” – analogia ao pequeno príncipe. 
· Assinatura de aceite,
· Endosso,
· Aval,
· Saque (assinatura do criador). 
Para que a obrigação exista, deverá existir um dos institutos acima. 
Autônomas em razão de cada assinatura representar um devedor do título e, mesmo que haja vício em uma delas, não será estendida as outras, mantendo a validade das demais.
Ex.: título emitido e assinado por Ana – devedora - (15/11/2018 com vencimento em 20/03/2019) a Paulo Ramos – credor -, podendo exigir garantia daquela, sendo aceito, assinará como tal no próprio título, como avalista, o sócio ADM de Ana, estando o patrimônio da empresa garantindo o título. Na cobrança, Paulo descobre que Ana é interditada por ser pródiga, sendo sua assinatura anulável, não invalidando o Aval. 
Obs.: quando tratar-se de títulos de cheques, sempre escanear colorido, pois poderá a parte contraria impugnar, devendo o impugnado juntar o original no cartório de ofício onde tramita a ação, para a guarda do documento real. 
Obs.: Sempre que for receber documentos duvidosos de clientes, redija um recibo se isentando da responsabilidade e declarando que o cliente declara ser verdadeiro. 
AULA 7 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 22/04/2019
PRINCÍPIOS CAMBIÁRIOS 
Art. 887, CC.
Definição – 
· Cartularidade – cártula/exceções (era digital está extinguindo tal instituto);
· Literalidade – escrita/obrigações (era digital também tende a extinguir):
· Verso 
· Anverso
· Folha de extensão 
· Autonomia – principal princípio cambiário
· 
3.1) Subprincípio da Abstração – (abstrair significa retirar algo)
Para surgir um título de crédito deve haver um negócio jurídico
1º Negócio Jurídico = Causa subjacente
Ex.: Ana Dias (compradora) – colar de pérolas (objeto). Comprado de Paulo Ramos (vendedor). 25 mil a vista e 25 em uma promessa de pagamento (NP – vencimento 20/04/2019). Emissão/criação em 15/02/2019. 
2º Negócio Jurídico = circulação (utilização do título recebido para outro negócio)
Ex.: Paulo Ramos compra moto de Carlos Gomes. Valor de 100.000,00, com entrada de 75.000,00 em espécie. Oferece o título de Ana Dias, não sendo obrigado que Carlos aceite. Aceitando, Paulo endossa o título, passando Carlos deter o direito de receber, não importando para que o título foi dado.
Conforme exemplo acima, observamos que ao entrar em circulação ocorre a abstração, deixando de ser levado em conta todos os argumentos ligados a causa subjacente. 
Obs.: Parte contra parte pode alegar tudo um contra o outro. 
Caso o terceiro seja de boa-fé, mesmo existindo vicio na 1ª negociação, não poderá invocá-lo contra o terceiro. 
No caso de terceiro de má-fé, quando o terceiro está em conluio com o credor cessionário/codevedor, configura-se vício (Abuso de direito), podendo invocar todos os argumentos referentes a negociação inicial. Difícil de provar.
PROVA - 3.2) Inoponibilidade das Exceções pessoais frente aos terceiros de boa-fé. (Não se pode alegar/opor/utilizar na defesa). Princípio processual cambial – só será utilizado quando houver processo de cobrança. 
Argumento a ser utilizado pelo credor 3º de boa-fé. 
Caso do objeto ser falso, conter outros tipos de vícios, entre outros. 
Neste caso o 3º que recebeu o título, não tendo conhecimento do vício, não poderá sofrer embargos sob argumentos ligadosentre as partes do negócio jurídico inicial. 
Ana X Paulo – Emitente do título/sacador/promitente – devedora principal.
Paulo X Carlos – credor/tomador/beneficiário codevedor endossante (indireto)
Carlos – 2º Credor endossatário. Parte negocial só com o Paulo. Caso leve a cobrança a jurisdição, poderá cobrar Paulo e Ana. 
Na apresentação do título no vencimento, somente Ana poderá ser cobrada. Pagando, se dá a quitação do mesmo, devendo esta ocorrer no próprio título (princípio da literalidade). Caso não pague, com a negativa deste, no plano processual poderá cobrar qualquer um dos que assinaram o título, no exemplo, podendo Carlos cobrar a Ana e/ou o Paulo, juntos, somente um ou somente o outro. 
Para executar o devedor que não é o principal, deverá obrigatoriamente protestar o título. Caso não tenha certidão de protesto (em tempo hábil=dentro do prazo legal, houve o protocolo no cartório para protesto), o juiz julgará a petição como inepta. 
Prazo legal para protesto = 2 dias úteis do vencimento. 
Contra devedores principais não necessita de protesto para cobrança judicial. 
A única maneira de se provar que houve tentativa de cobrança é por intermédio do protesto (ao protestar fica provado a negativa de pagamento). 
Mesmo levando o título após o vencimento no cartório, este irá protestar, porém não haverá o direito de executar codevedores. GRAVÍSSIMO. 
Obs.: O prazo de 2 dias uteis é para o protocolo do título para protestar, não para a certidão de protesto ou o protesto em si. 
Poderá o credor pagar no cartório, caso o faça, o credor irá retirar o valor do mesmo e o título já terá sido devolvido ao devedor. Caso não pago, poderá o Credor exequente cobrar qualquer um dos codevedores ou o devedor principal, juntos, separados, somente um ou outro. 
Mesmo estando todos no mesmo processo de cobrança, somente poderá ser alegado defeitos de parte contra parte, nunca contra 3º de boa-fé. 
AULA 8 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 29/04/2019
INSTITUTOS CAMBIÁRIOS
Atos específicos praticados nos títulos de crédito com coisas que ocorrem em matéria creditícia cambial. 
1. Saque – assinatura = obrigação significa sacar/criar/emitir criado com a assinatura do sacador/emitente (todo e qualquer título existirá esta figura)
Poderá ser utilizado o instituto procuração para todos os atos que englobem o saque. 
É permitido a emissão do título em branco, preenchido ou semipreenchido, devendo obrigatoriamente estar assinado (direito brasileiro permite todas estas formas).
Assinado o título passa existir. 
Sacador = Devedor 
Sacador é chamado, conforme a letra, de:
a) Cheque – emitente = Devedor Principal
b) Letra cambial – sacador = Codevedor (devedor indireto – na apresentação não será cobrando, mas se o principal não pagar, será cobrado)
c) Nota promissória – Emitente = Devedor principal
d) Duplicata (título originalmente brasileiro) – sacador (na duplicata é credor):
a. Duplicata mercantil – vendedor de mercadoria móveis = codevedor (só será cobrado se o título entrar em circulação);
b. Prestação de serviço – prestador de serviço (de qualquer serviço de natureza econômica, excluídos os gratuitos) = codevedor (só será cobrado se o título entrar em circulação).
2. Aceite – assinatura = obrigação
Ato cambiário pelo qual uma pessoa física ou jurídica apõe/segue a sua assinatura no título (somente aceito nas letras de câmbio e nas duplicatas), aceitando pagar o valor estampado na cártula, nos termos do pactuado expressamente escrito se em letra de câmbio e nos termos da lei de duplicata se nesta forma. Aquele que aceitar, passará a ser o devedor principal. 
No caso de cheque e nota promissória não há necessidade de aceite em razão de já ser o sacador o devedor principal. 
Na letra de câmbio o aceite é facultativo.
Na duplicata o aceite é presumido (artimanha brasileira). No caso de vendedor de mercadorias móveis, no ato de entregar o produto vendido, por meio da nota fiscal, colhe a assinatura do comprador ou recebedor junto ao canhoto da NF, sendo a comprovação da dívida. Com os dados da nota, é emitida a duplicata contra o comprador.
Continuação aceite * início 13/05/2019
Aceite Assinatura Devedor 
· Letra de Cambio - facultativo aceito
· Duplicata Mercantil – presumido (recebido o serviço ou mercadoria, havendo a demonstração pelo canhoto ou recibo) – Presunção legal. Mesmo não havendo a assinatura no recibo/NF, será presumido com o aceite do produto ou prestação de serviço.
Ex.: Ana Dias RG XXXX, CPF XXXX End. – Devedor se tornará Devedor Principal somente com sua assinatura no título, representando o não aceite da dívida. Vencimento: 20/11/2019. Sacado = devedor. Valor R$ 50.000,00 – pagará por esta única via de LC a quantia 50.000,00 à Carlos Gomes – credor - (RG/CPF), ou à sua ordem. São Paulo (de acordo com o credor/emitente), 15/01/2019. Devedor: Sacado Ana Dias (RG/CPF/END) aceitante = sacado – deve assinar. Paulo Ramos (RG/CPF/End) = Sacador = Codevedor. Caso o sacado se recuse a assinar e o codevedor assine, será devedor, mas não será Devedor Principal. 
Neste caso, para executar Paulo Ramos, o título deverá ser protestado em tempo hábil (prazos que a lei prevê, variando confirme o título – letra de cambio = 2 dias úteis após o vencimento).
Após a recusa da assinatura do sacado, tentada em 16/01/2019, será permitido ao Carlos Gomes protestar o codevedor, mesmo não havendo o vencimento do título, executando o protesto por falta de aceite, que consiste na intimação da devedora para que a mesma assine o título. Pode nem sequer comparecer para assinar, ou comparecer e se negar a assinar, de forma que o cartório redige um relatório, gerando uma certidão, devolvendo ao Carlos.
Face esta negativa, Carlos poderá, de posse da certidão e do título, iniciar a execução antecipadamente de Paulo.
Caso Ana houvesse assinado, o vencimento estaria valido, devendo aguardá-lo para assim protestar e executar contra ambos, devedor principal e codevedor. 
Existe a possibilidade de inclusão da clausula não aceitável (princípio da cartularidade) no título (Pagará por esta única via de LC não aceitável, a quantia de 50.000,00), de forma que este instrumento não exigirá que Ana assine, devendo o credor, no vencimento, ir até a casa da Devedora buscar o dinheiro. Pagando estará extinto. Caso não pague, deverá o título ser protestado por falta e pagamento, contra o Paulo (codevedor).
Após a assinatura do Sacado, passará a denominar-se aceitante, terminologia técnica a quem aceita pagar.
Existem 3 situações na assinatura do devedor:
· Deverá o valor integral/total (sem ressalvas, apenas assinatura);
· Aceita, inserindo condição (ex.: só na quantia de 25.000,00 / só no montante de 25% / 1/3 do valor etc.) deverá escrever, segundo o princípio da literalidade, se vinculando apenas pela parte que se responsabilizou;
Obs.: para a lei de Genebra, trata-se de condição não escrita/não existente, para efeitos de execução, equivalendo a não assinatura, mesmo assinado, devido as frases das modalidades abaixo, possibilitando a execução antecipada do título:
· Poderá ser limitativa – limita o valor a ser pago;
· Modificativo – modifica um atributo modificável (ex.: modifica a data do vencimento para 20/01/2020). Permitido por lei. Ex. modificação: Data de vencimento, local/praça de vencimento etc. 
· Não assina – deixa em branco. Acarreta o vencimento antecipado da letra contra o sacador (codevedor).
3. Endosso – assinatura = obrigação
Conceito: endosso é um ato cambial unilateral, pelo qual uma pessoa física ou jurídica, transfere a propriedade do crédito, por meio de sua assinatura, ou por mandatário/procurador/representante com poderes especiais, para um novo credor do título, se tornando um codevedor e, portanto, se vinculando ao pagamento total da cártula, salvo clausula “sem garantia”/“sem obrigação” 
Efeitos do Endosso:
· Transferência da propriedade do crédito;
· Vinculação ao pagamento total, salvo clausula sem garantia/obrigação.
O endossante se vincula no endosso, porém, caso insiraa cláusula sem garantia, aquele que o fez, estará isento do pagamento. Clausula liberatória/exoneratória. 
Partes no endosso:
· Endossante ou endossador (doutrina antiga) – emitente do título ou endossatário; 
· Novo credor – credor endossatário.
Ex.: Nota promissória – ANVERSO – venc. 20/11/2019 50.000,00 Pagarei esta única via de NP, a quantia de cinquenta mil, à Carlos Gomes (CPF/RG) – credor / beneficiário -, ou a sua ordem SP, 15/02/2019 (emissão) Ana Dias emitente – sacador 
Em NP o emitente é o sacador e devedor principal. 
Obs.: protesto só é necessário contra codevedores, não necessitando contra devedor principal. 
VERSO – Carlos passa o título à Paulo (20/02/2019), necessitando da assinatura do beneficiário (Carlos), acompanhada de uma frase identificadora (obrigatório no Anverso do título), não necessitando da frase no verso (endosso em branco), em razão da fácil possibilidade de verificar a identidade do endossante, bastando conferir o nome do credor/beneficiário no anverso do título. Não é obrigatório a identificação do novo credor.
Ao assinar, Carlos se torna um codevedor/endossante, perante Paulo.
A apresentação do título para cobrança se dá apenas contra o devedor principal. A ação poderá ser contra ambos, ou contra apenas um ou outro.
Com a negativa de pagamento deverá Paulo recorrer ao protesto por falta de pagamento, no prazo de 2 dias úteis. 
Paulo endossa o título e passa o mesmo a um novo credor (Itaú), tornando-se aquele endossante e este endossatário.
Endosso é ilimitado, salvo no cheque que apenas é permitido um, sem que o mesmo perca a força cambial. 
Obs.: muito importante – para os casos de cobrança contra os codevedores, deverá haver o protesto dentro do prazo conforme a cártula. 
Obs.: é possível fazer o endosso em preto ou em branco, sendo obrigatório, no em branco, o último credor deverá incluir seu nome no título como endossatário. 
Obs.: Poderá o novo credor do título endossado em branco, transferir o título sem o preenchimento do endossatário, quantas vezes o portador do mesmo desejar (significa que o título pode ser transmitido indefinidamente sem o preenchimento do endossatário, devendo o último credor preencher para recebimento).
Continuação aceite * término 13/05/2019
AULA 9 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 06/05/2019
Professora faltou!
AULA 10 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 13/05/2019
Continuação aceite *
AULA 11 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 20/05/2019
Endosso próprio: 
Deve existir os seguintes efeitos:
· Transferência da propriedade do crédito
· Vinculação do endossante
· No total do título, salvo “sem garantia”.
Endosso deve ser total:
· Modal
· Condição, termo ou encargo. – ineficaz a clausula. 
Ex.: Pague-se a Paulo Ramos “se vender minha fazenda”
· Parcial
· Caso seja parcial – será nulo.
Ex.: Pague-se a Paulo Ramos “1/2 do valor do título”
Endosso não pode conter condição, caso contenha, a lei considerará como não escrita. (somente a condição) 
· Clausula “não a ordem”
· Título de crédito (natureza cambial) CCC (cessão Civil de Crédito)
Ex.: Pague-se a Paulo Ramos “não a ordem” – verso
Anverso – NP vencimento 20/11/2019 R$50.000,00 – Pagarei a Carlos Gomes a quantia de ........., ou a sua ordem. – SP 15/02/2019 – Ana Dias (emitente, promitente ou sacador – devedor principal) não pagamento – protesto (2 dias uteis) cartório protestará Ana Dias.
Ex. 2 continuação): o mesmo título supra recebe o endosso torna-se CCC Pague-se a Itaú S/A – 
Obs.: o título somente se tornará CCC, após inserida clausula “não a ordem”, no momento que for endossado mais uma vez após tal clausula, independente de quantas vezes já houver sido endossado antes. 
· Todos Endossantes = passarão a ser considerados cedentes
· Endossantes – responsáveis pelo total do crédito – assinou;
· Cedente – Não se vincula ao pagamento do crédito – assinou.
· Endossatário (novo credor) Cessionário 
Endosso improprio: 
· Mandato – Procuração – transferência da posse e não da titularidade. Permite que um terceiro receba e de quitação, mantendo a titularidade ao mandatário. 
Ex.: Pague-se a Paulo Ramos Pague-se a Pedro Ramos por procuração / por representação / para cobrança assinatura de Paulo Ramos. Desta forma fica legitimado o poder para cobrar, mas não para se apropriar do título. Assim, não é necessário emitir procuração em cartório.
Gera os seguintes poderes (procurador, representante ou mandatário):
· Cobrar
· Dar quitação
· Protestar
· Executar
Quando se representa, por força de lei é como se estivesse presente o representado. Pedro será terceiro de boa-fé, pois não foi parte direta no negócio, porém, toda matéria poderá ser alegada contra o mesmo, por ser representante do Paulo.
· Endosso Caução, Garantia ou Pignoratício.
Todos os direitos reconhecem como um bem imaterial, porém para efeitos cambiais, o legislador brasileiro considera coisa móvel (como carro, móvel, cadeira, joias etc.). A garantia real que recai sobre tais bens, é o penhor (o que se empenha o bem).
Ex.: Paulo Ramos contrai empréstimo no Itaú, que o exige garantia entrega o cheque de R$ 50.000,00 inserindo a clausula pague-se ao Itaú S/A por caução / por garantia/ em penhor (equivale a “por procuração”). Não passa a propriedade do título. O vencimento do título é 20/11/2019. O parcelamento do empréstimo termina em 20/04/2020. Ao vencer o título, o banco será responsável por cobrar e guardar o valor numa conta aberta com esta finalidade. Poderá propor a Paulo de abater do que falta, lhe oferecendo desconto, podendo aceitar ou não. Na quitação, o banco deverá devolver o valor empenhado, com juros e correção monetária, ao Paulo. Caso se torne inadimplente, após todos os procedimentos de cobrança, poderá o banco executar o saldo 
· Endosso Tardio – Póstumo – transfere a propriedade, mas não vincula o endossante. 
Ex.: Pague-se ao Itaú S/A. vencimento 20/11/2019. Transferência em 23/12/2019 (após vencimento). 
Poderá ocorrer após o vencimento com o: 
· Protesto realizado 
· Sem o protesto realizado
Transformará o título em CCC, seguindo as regras desta conversão. 
Por que o banco aceitaria um título perdido, já vencido? Somente pagando um valor ínfimo, muito menor do que o real valor. Ex.: 50.000,00 – paga 10.000,00. 
AULA 12 – DIREITO EMPRESARIAL – TÍTULOS DE CRÉDITO – PROFESSORA SIMONE LARA – 27/05/2019
4. Aval – assinatura = obrigação
Ato cambiário pelo qual uma pessoa física ou jurídica, por meio de sua assinatura de próprio punho garantindo o pagamento de um título de crédito, total ou parcialmente, em favor de outro obrigado (devedor) no/neste título. Trata-se de garantia pessoal prestada/dada somente em títulos de créditos. É uma obrigação autônoma e independente, diferente da fiança que é garantia pessoal acessória.
Responderá com todo e qualquer patrimônio pessoal. Diferente das garantias reais (um carro, uma joia, uma máquina etc.). 
Obs.: excepcionalmente, haverá avalista nos contratos vinculados a nota promissória (título de crédito), pois desta forma o banco poderá escolher se executa a NP ou o Contrato, tornando igual o efeito de um e do outro. 
Partes: 
· Avalista (garantidor/garante);
· Avalizado (garantido) (devedor do título que deverá pagar, mas com o garantidor para assegurar o pagamento). 
Se a obrigação do avalizado for nula (se menor, coagido, incapaz etc.) não anula a do avalista. 
Ex.: Anverso – NP – R$ 50.000,00 - Credor/beneficiário Pagarei a Carlos Gomes a quantia de ........, ou a sua ordem. SP 15/02/2019 – por aval (assinatura) Mariana Gomes – de Ana Dias – Devedor Principal
Verso – Por aval de Ana Dias – Mariana Gomes – Avalista (pessoa física ou jurídica)
Pode ser parcial – por aval de Ana Dias no limite de XXXX (percentual, valor, parte etc.)
Aval em branco – não há nome do avalizado
Aval em preto – há nome do avalizado. 
Existem dois tipos de avalista, segundo todos os requisitos supra, acrescido de 
Avalizado é sempre um devedor (obrigado)· Principal Direto = avalista – equipara-se ao DP – torna-se devedora principal por equiparação. 
· Devedor indireto, coobrigado, corresponsável = avalista – não equipara-se ao DP – torna-se o equivalente ao avalizado. 
Prazos prescricionais – variam conforme a equiparação, seguindo as regras acima.
Ex.: mesmo título acima, pré-datado para 20 11/2019, de maneira que Carlos endossa o título passando ao Banco Itaú, este tornando-se o novo credor endossatário (pague-se ao Banco Itaú S/A - ass. Carlos Gomes - endossante). 
Desta forma, passou o Itaú a ter como devedores – Ana Dias, Mariana Gomes e Carlos Gomes.
Obs.: poderia Carlos incluir a cláusula de não garantia, isentando da responsabilidade.
Poderá o banco exigir mais garantia para descontar o título, trazendo Carlos – Por aval de Carlos Gomes (avalizado) – Alvorada Comercio EIRELI (avalista)
4 Devedores:
· DP – Ana Dias e Mariana – não é preciso protesto para executar (facultativo).
· Codevedor – Carlos e Alvorada – é obrigado protesto antes em tempo hábil = 2 dias uteis (NP não paga). 
Prazo prescricional
· Para DP – 3 anos – termo “a quo” a partir do vencimento do título não pago.
· Para devedor indireto – deverá juntar a NP + certidão de protesto – 1 ano – termo “a quo” se inicia a partir da data do protesto. Neste caso, isto serve para provar que o credor tentou cobrar o DP.
Clausula “sem despesas” ou “sem protesto” – deve vir expresso. Só pode ser inserida por codevedores. Quer dizer que inserida esta, desobrigará o credor de protestar o título para que execute o mesmo. Neste caso a data referência será a do vencimento. 
Ex.: exemplo supra – Por aval de Carlos Gomes – sem protesto – Alvorada.
Desta forma, não haverá necessidade de protestar Alvorada para execução. Caso Carlos se torne isento da ação devido a não observação de prazo, Alvorada continuará como devedora. 
NP / LC – LUG (lei uniforme de genebra)
Duplicatas – 5.474/68:
· 3 anos/Vencimento = DP
· 1 ano / protesto (prazo protesto 30 dias)
· “Sem despesa” ou “sem protesto” – 1 ano do vencimento
Cheque:
· 6 meses – DP + Aval – a partir do fim do prazo para apresentação.
· 6 meses – Codevedor + Aval – a partir do fim do prazo para apresentação (30 ou 60 dias).
· 6 meses para execução.
Obs.: problema com Código Civil (art. 903, CC) – se aplica o CC em título cambial proibindo o Aval parcial no Brasil. Não se aplica, pois são apenas para títulos que não possuem lei especial os autorizando, de forma que todas as leis especiais autorizam tal procedimento.
Aval – pode ser:
· Simultâneo – visualmente é idêntico ao sucessivo, porém é quando mais de um avalista presta aval ao mesmo avalizado. Ocorre quando duas ou mais pessoas (avalistas) garantem o pagamento do mesmo avalizado do título. De dois a mais avalizados. Não se sabe quem assinou primeiro, equivalendo como se todos houvessem assinados juntos. Ex.: Por aval de Carlos Gomes – Alvorada, Master, Milton.
· Sucessivo – é o aval prestado por um avalista em favor de outro avalista (aval de aval). Sequência de avalistas, havendo no mínimo dois avalistas, mas podendo haver 3, 4, 5 etc. Não há limite de avalistas. Cada avalizado é diferente, não sendo os mesmos. 
Ex.: Por aval – Alvorada (avalizado) – Master ind. LTDA (avalista) - codevedora.
Obs. em todos os títulos: quando o DP puro paga, todos os outros devedores são desobrigados do pagamento. Quando um dos avalistas paga, surge o direito a ação de regresso sobre os devedores anteriores ao mesmo. Quando o aval for simultâneo, caso um dos avalistas pague, tem direito de ação no valor integral sobre os avalistas devedores anteriores, além do percentual dos outros avalistas simultâneos, na proporção da divisão do valor por igual dentre todos. Ex.: acima, divide-se 50.000,00 por três e cobra uma terça parte de cada um. Poderá cobrar o 1/3 que pagou, dos devedores anteriores. 
5. Protesto – outra finalidade (cobrança extrajudicial)
PROVA – TODOS JUNTOS (PARES E ÍMPARES)
CARACTERÍSTICAS GERAIS DE TODOS – ESTUDAR
INSTITUTOS 
DAS 19:10 AS 20:30

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