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Feito por Ayane Paula – MED 14 9 Paramentação cirúrgica Aula ministrada pelo Prof. Maurilio Toscano Tem o objetivo de estabelecer uma proteção no centro cirúrgico contra riscos biológicos provocados por microrganismos presentes e liberados pelos pacientes, profissionais de saúde, materiais, equipamentos e ar-ambiente. Barreira microbiológica contra a infecção pós-operatória. Componentes 1. Uniformes privativos ou vestes cirúrgicas Calça, jaleco, sapato fechado. Tecido de algodão, preferencialmente e devem estar limpos, não precisam estar estéreis. O “pijama” deve ter mangas, mas deixar os cotovelos livres. A porosidade ideal é de 7 a 10u. Não pode usar outros trajes debaixo das vestes cirúrgicas. Preferencialmente a camisa deve estar ensacada, ou seja, por baixo da calça. 2. Propés Devem ser colocados antes da área restrita do centro cirúrgico (CC). Podem ser descartáveis ou reprocessáveis. Eficácia no controle de infecções hospitalares questionável. 3. Gorros ou toucas Devem ser colocados antes da área restrita do CC. Podem ser reprocessáveis (tecido de algodão) ou descartáveis. Não precisa ser estéril. 4. Máscaras cirúrgicas ou protetores respiratórios Podem ser descartáveis (polipropileno/poliéster) ou reprocessáveis (tecido de algodão). Não precisam ser estéreis, devem ser trocadas em cirurgias mais longas (com mais de 4 horas) ou após serem sujas ou molhadas. Não devem ser guardadas no bolso para reutilização. Eficaz na filtração de partículas maiores que 5 micro. 5. Protetores oculares ou óculos ou máscaras protetoras dos olhos 6. Aventais cirúrgicos Devem ser estéreis e trocados quando sujos ou em cirurgias prolongadas. Deve oferecer cobertura completa do tronco e pescoço, MMSS até os punhos e MMII até os joelhos. Eficácia quanto à prevenção de contaminação e ISC (infecções de sítio cirúrgico): elevada e são semelhantes entre os diversos materiais. Precisamos levar em consideração sempre: o tempo cirúrgico e a quantidade de perda sanguínea e de outros fluidos. Os aventais têm uso dispensável na robótica. Feito por Ayane Paula – MED 14 10 7. Luvas Látex, estéreis, descartáveis (tamanho de 5 a 9,5). Podem sofrer desgastes, furos, rasgos, dependendo do tipo e duração da cirurgia. Obs: luvas duplas cirúrgicas > 1h ou trocar a cada duas horas. Banho do paciente Tomar banho com água e sabão antes da realização da cirurgia (noite da véspera ou na manhã do procedimento) O banho com antissépticos devera ser reservado a situações especiais, como: cirurgia de grande porte, cirurgias om implantes ou casos de surtos. Realizar higiene oral com clorexidie a 0,12% nos casos de intubação orotraqueal. Tecidos de algodão reprocessável X Descartáveis Tecidos de algodão reprocessáveis ✓ Menos poluentes X Não há uma padronização de sua confecção (não há padronização na barreira para líquidos e penetração de microrganismos), o número de reprocessamentos pode alterar a composição original. Descartáveis ✓ Podem ser totalmente impermeáveis ou semi-impermeáveis ou podem ser de composição mista (com reforço na frente e nos antebraços X Ausência de normas sobre suas especificações técnicas (porosidade) X Aumento de lixo e materiais não degradáveis Feito por Ayane Paula – MED 14 11 Tricotomia Não deve ser feita de rotina. Se necessária realizar momentos antes da incisão cirúrgica e fora da sala operatória. Usar tricotomizador elétrico, evitar o uso de laminas. A lamina quebra a integridade cutânea, causando risco de infecção. Escovação cirúrgica Obs: Estudo da Cochrane conclui que a escovação não necessariamente precisa da escova, mas sim deixar o antisséptico em contato com a pele por um tempo determinado, esfregar a mão é igualmente compatível a esfregar com a escova.E a Clorexidina é melhor que iodo. Feito por Ayane Paula – MED 14 12 Na degermação eu devo promover: eliminação da microbiota transitória, a redução da microbiota residente e o retardamento da recolonização da microbiota residente, pelo efeito residual. PASSOS 1) Lavar com sabão as mãos, antebraços e cotovelos; 2) Recolher com as mãos em concha o antisséptico e espalhar nas mãos, antebraço e cotovelo. No caso de escova impregnada com anti-séptico, pressione a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes 3) Palma da mão, dorso da mão, antebraço inteiro, cotovelos, dedos, interdigitais, unhas. Sempre com movimentos unilaterais de cima para baixo. 4) Limpar sob as unhas com as cerdas da escova ou com limpador de unha sob água corrente. 5) Friccionar as mãos, observando espaços interdigitais e antebraços por no mínimo de 3 a 5 minutos, mantendo as mãos acima dos cotovelos. 6) Enxaguar as mãos com água corrente, no sentido mãos – cotovelos, retirando o resíduo do produto. Fechar a torneira com o cotovelo, joelho ou pés, se a torneira não possuir sensor. 7) Secar com batidinhas com pano estéril CALÇANDO LUVAS CIRÚRGICAS Microbiota transitória: também conhecida como microbiota de contaminação, é composta por microrganismos diversos e de virulências variadas. Nem sempre estão presentes na superfície da pele da maioria das pessoas e são removidas facilmente. Ex: E. coli (que tem condições mínimas de sobrevivência sobre a pele) Microbiota residente: é constituída por microrganismos capazes de sobreviver e se multiplicarem na superfície cutânea e folículos pilosos, sendo, portanto, de difícil remoção. Ex: os estafilococos coagulase negativa, corybactéria (difteróides), acinetobactérias e outros Feito por Ayane Paula – MED 14 13 Ambiente Cirúrgico Aula ministrada pelo Prof. Gilberto Pagnossin Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediatas (Ministério da Saúde). Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de ambientes, devidamente localizados, dimensionados, inter- relacionados e dotados de instalações e equipamentos, com pessoal qualificado e treinado para a realização de procedimentos cirúrgicos, de forma a oferecer o máximo de segurança aos pacientes e às melhores condições de trabalho para a equipe técnica (Lamb, 2000). Normatizações Portaria MS nº 400/77 Portaria GM/MS 1889/94 RDC-50 - 2002 RDC-307/2002 No centro cirúrgicos temos algumas atividades básicas, como a realização de procedimentos cirúrgicos, podemos recepcionar e transferir pacientes; assegurar a execução de procedimentos pré- anestésicos e executar procedimentos anestésicos nos pacientes; Realizar a correta escovação das mãos; Executar cirurgias em regime de rotina ou em situações de urgência; Realizar relatório médico, de enfermagem e registro das cirurgias realizadas; Proporcionar cuidados pós-anestésicos; Garantir apoio diagnóstico necessário e retirar órgãos para transplantes; Para um centro cirúrgico adequado devemos também ter um planejamento físico adequado. A localização do centro cirúrgico deve ocupar uma área independente da circulação geral deixando a área afastada do livre trânsito de pessoas e materiais estranhos. Deve, ao mesmo tempo, possibilitar o acesso fácil de pacientes e isso é feito através de unidades de pronto-socorro, de internação cirúrgica e de terapia intensiva. O dimensionamento deve ser determinado pelo número de leitos que se pretende colocar, da especialidade que ali irá atuar, do número de cirurgias que serão realizadas no dia, qual será o horário de funcionamento e depende também do material disponível. Segundo a RDC 50 e 370/2002, devemos ter PARA CADA SALA DE OPERAÇÃO, 50 LEITOS NÃO ESPECIALIZADOS E 15 LEITOS CIRÚRGICOS. Planejamento físico 1. Localização “A anestesia e a cirurgia conturbam todos os principais sistemas corporais.” BRUNNER & SUDDART, 2004 Feito por Ayane Paula – MED 14 14 2. Dimensionamento 3.Componentes do Ambiente 4. Funcionamento LOCALIZAÇÃO Ocupar área independente de circulação geral - Livre do transito de pessoas - Livre de materiais estranhos ao serviço - Exceção: obstetrícia Possibilitar o acesso fácil de pacientes - Unidade de internação cirúrgicas - Pronto socorro - Terapia intensiva DIMENSIONAMENTO Número de leitos 1 sala de operação para cada 50 leitos não especializados 1 sala cirúrgica para cada 15 leitos cirúrgicos RDC 50 e 307 / 2002 Especialidade Número de cirurgias / dia Horário de funcionamento Material disponível COMPONENTES DO AMBIENTE Área crítica ou restrita: Área de atendimento ao paciente no intraoperatório, ou seja, é a sala de cirurgia. Área semiciritica ou semi-restrita: Áreas de atendimeto assistencial no pré e pós-operatório – recuperação anestesica, guarda de materiais e equipamentos, corredores. Área não crítica ou não restrita: São todos os demais compartimentos não ocupados por pacientes – vestiários, secretaria, recepção interna, anatomia patologica, Rx, conforto da equipem local de acesso dos profissionais do bloco. Estrutura da sala de cirurgia Feito por Ayane Paula – MED 14 15 Tamanhos: Grande 36 m² Média 25 m² Pequena 20 m² Paredes: Cantos arredondados Revestimento de material resistente e anti-acústico Superfície lisa, não porosa, resistente, de cor leve, lavável. Menor número possível de ranhuras ou frestas. Piso: Resistente a água e desinfetantes, de superfície lisa e fácil limpeza Não poroso Não contém ralos, nem frestas Ser pouco sonoro e autonivelante Portas: Amplas, de fácil abertura, com visor e cor neutra Revestidas com material lavável e que evitem o acúmulo de poeira Dimensões mínimas: 1,20 x 2,10 Janelas Localizadas para permitir a entrada de luz natural; Lacrada; Persianas recobertas por vidros foscos - limpeza e escurecimento da SO; Equipamentos fixos Foco central; Negatoscópio; Sistema de canalização de ar e gases; Suporte de soro fixo; Ar condicionados; Equipamentos especiais Equipamentos móveis Mesa cirúrgica e acessórios; Aparelho de anestesia; Mesas auxiliares; Bisturi elétrico; Aspirador de secreções; Foco auxiliar; Banco giratório; Balde inoxidável com rodízio; Escada de dois degraus; Aparelhos monitores; Carro ou mesa para material estéreis; Equipamentos posicionamento do paciente: Equipamentos especiais Sistemas de Abastecimento Equipamentos básicos Feito por Ayane Paula – MED 14 16 Oxigênio c/ fluxômetro Ar comprimido Vácuo clínico Sinalização de enfermagem Tomadas 110 e 220w Iluminação – FOCO Eliminação de sombras: luz de várias direções; Redução do calor: L lâmpadas e filtros atérmicos; Intensidade adequada: conforto para a equipe; Eliminação de reflexos: material metálico fosco; Iluminação geral proporcional: diminuir contraste; Estrutura da sala de recuperação anestésica Equipamentos e materiais de suporte respiratório Ventiladores mecânicos; Máscaras e cateteres (O2); Ar comprimido E Vácuo clínico Sondas aspiração; Carrinho emergência (com material para intubação e ventilação manual); Soro e transfusão, cateteres, seringas, agulhas, etc...; Outros Aparelhos para medida pressão venosa; Equipamentos e materiais de suporte cardiovascular; Monitor cardíaco; Oxímetro de pulso; Esfigmomanômetro, PNI; Ar condicionado O ar é uma via de transmissão de bactérias e fonte de contaminação. Cerca de 30.000 a 60.000 microrganismos podem depositar-se no campo operatório por hora. O ar condicionado tem algumas funções no campo cirúrgico: Função de exaustão; - O dimensionamento varia de acordo com o porte e complexidade do Bloco cirúrgico; - Deve ter no mínimo 2 macas; - Nº de macas = nº Salas de Cirurgia + 1 - Distância entre leitos = 0,8m; - Distância entre leitos e parede (exceto cabeceira) = 0,6m; - Deve ter sistemas de Abastecimento, Instalações e Equipamentos básicos Feito por Ayane Paula – MED 14 17 Remoção de odores, calor e gases anestésicos voláteis; Controle bacteriológico; Filtragem do ar; Retirar e impedir entrada de partículas contaminantes; Troca de ar 25 x / hora; Pressão positiva no interior da sala – exceção: caso o paciente não seja portador de uma doença aerossol a pressão deve ser negativa. Conforto térmico; Controle da temperatura e umidade; Para as salas específicas de transplante – AR + fluxo laminar (filtra completamente das partículas) FUNCIONAMENTO Funcionários - Básicos; - Técnicos e especializados; Provisionamento; - Materiais descartáveis; - Materiais permanente – manutenção; - Rouparia; Característica dos usuários – cirurgião, anestesista, paciente; Sistema de reposição; Número e tipo de procedimentos; eletivos e Urgências; Horário de funcionamento; O Bloco cirúrgico deve possuir sistema de emergência com gerador próprio, capaz de assumir automaticamente o suprimento de energia e mantê-la. Cancelamento de cirurgia Impossibilidade pessoal; Impossibilidade de material médico e equipamentos; Feito por Ayane Paula – MED 14 18 Impossibilidade do paciente; Alteração da programação cirúrgica; Problemas anestésicos; Outras causas; HOSPITAL DAS CLÍNICAS, Usp 2007 Referentes à estrutura organizacional - 27%; Relacionados às equipes médicas - 61,7%; Relativos aos pacientes- 2,99%; Relacionados à equipe de enfermagem - 1,79%; Outros motivos - 6,88 %
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