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PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 1 CONCEITO DE ANSIEDADE ❖ Medo, antecipação e preocupação -> Fisiologia X patológica ❖ A ansiedade fisiológica ela motiva a pessoa a fazer suas atividades diárias. Exemplo: “Será que vou ter dinheiro para manter meus gatos? Por isso vou estudar par garantir meu emprego”. A ansiedade quando fisiológica gera uma determinada preocupação, quando patológica deprime o paciente, irrita, causa danos secundários, leva ao paciente a tomar medicamento. ❖ A ansiedade pode ser patológica, quando traz prejuízo ao paciente, sofrimento, paralisa-o. Nesse caso falamos do transtorno de ansiedade. Presença de sintomas como Tremor, taquicardia, preocupação, sensação de aperto no peito e na mente, “bolo na garganta que sobe e desce”. ❖ Personagens como burro de Shrek (está sempre ansioso, acelerado, preocupado), leitão de ursinho Pooh e medo de divertidamente são personagens ansiosos. ❖ *No filme do ursinho Pooh cada animal representa uma doença mental CAUSAS DOS TRANSTORNOS ANSIOSOS ❖ Fator genético ❖ Fatores hormonais ❖ Doenças orgânicas • O transtorno ansioso pode parecer asma e vice versa. Se atentar a pacientes que tem asma e são ansiosos. ❖ “Traumas psicológicos” • Coisas que a pessoa já viveu podem ser gatilhos para quadros ansiosos. ❖ TCE (Traumatismo cranioencefálico) ❖ Uso de substâncias psicoativas (SPAs) ❖ Uso de medicamentos (corticoides, Roacutan, sibutramina...) CRITÉRIO DIAGNÓSTICO PARA OS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE SEGUNDO O DSM -5 E A CID-11 TRANSTORNO ANSIOSO GENERALIZADO ❖ Ansiedade, apreensão e preocupações excessivas na maioria dos dias, por muitos meses (no DSM-5, pelo menos seis meses), em diferentes atividades e eventos da vida. Além disso, a pessoa considera difícil controlar a preocupação e a ansiedade. ❖ A ansiedade e a preocupação estão associadas a pelo menos mais três dos seguintes sintomas: • Inquietação ou sensação de estar “com os nervos à flor da pele” • Cansaço fácil, fatigabilidade • Dificuldade de concentrar-se • Irritabilidade, “pavio curto” • Tensão muscular, dificuldade de relaxar • Alteração do sono (dificuldade de pegar no sono ou mantê-lo) ❖ O foco da ansiedade ou preocupação não é decorrente de outro transtorno mental (como medo de ter crises de pânico, ser contaminado – no caso de TOC –, ganhar peso – no caso da anorexia) ❖ Ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social. ATAQUES DE PÂNICO E TRANSTORNO DE PÂNICO ATAQUE DE PÂNICO ❖ Crises de ansiedade, de intenso desconforto ou de sensação de medo de que alcançam um pico em minutos (geralmente não duram mais que meia ou uma hora), com pelo menos quatro dos seguintes critérios: • palpitações ou taquicardia • sensação de falta de ar, desconforto respiratório • sensação de asfixia ou de estar sufocando • suor de mãos, pés, face, geralmente frio • medo de perder o controle ou enlouquecer • medo de morrer, de ter um ataque cardíaco • tremores ou abalos • formigamentos ou anestesias nos dedos e nos lábios • ondas de calor ou calafrios • desrealização (sensação de que o ambiente familiar • está estranho) ou despersonalização (sensação de • estranheza quanto a si mesmo) • tontura, instabilidade • dor ou desconforto torácico • náusea ou desconforto abdominal TRANSTORNO DE PÂNICO ❖ Ter ataques de pânico de forma repetitiva e inesperada ❖ Pelo menos um dos ataques foi seguido por período mínimo de um mês com os seguintes critérios: • preocupação persistente com a possibilidade de • ter novos ataques • preocupação com implicações ou • consequências dos ataques, como perder o • controle, enlouquecer ou ter um infarto TRANSTORNOS ANSIOSOS SAÚDE MENTAL PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 2 • alterações do comportamento relacionadas aos • ataques (evitar aglomerações, evitar sair de • casa) • presença ou não de agorafobia associada TIPOS DE TRANSTORNOS ANSIOSOS TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG) ❖ Ansiedade sem foco específico. É válido para várias esferas da vida da pessoa, sejam elas social, laborativa, acadêmica, relacionamento. ❖ Prevalência na população geral: 5-10%. Sendo muito alta. ❖ Proporção mulher/homem: 1:1. Traz sofrimento psíquico ao paciente. ❖ Ansiedade e preocupação excessivas (critério maior) + 3 sintomas (menores) por, pelo menos 6 meses. ❖ Traz sofrimento psíquico ao paciente. CRITÉRIOS/SINTOMAS: ❖ Inquietação ou sensação de nervosismo ❖ Dificuldade em concentrar-se ou sensação de “branco” ❖ Alterações do sono (sono satisfatório ou dificuldade em conciliar ou manter o sono) ❖ Irritabilidade, fatigabilidade, tensão muscular. ❖ A pessoa pode ter o sono não reparador/restaurados, no qual ela dorme 8h, mas ainda acorda mal, cansado. ❖ Gera tensão muscular, cefaléia occipital ou temporal, tremores, Trato respiratório ou gastrointestinal. SÍNDROME DO PÂNICO (SP) ❖ Mais comum em mulheres. ❖ Prevalência geral de 1,5 – 5%. ❖ CriseS de pânico em um mês + mudança de comportamento por causa das crises. ❖ Comportamento evitativo: A pessoa passa a evitar os locais onde tem a crise porque ela acha que aquilo causa a crise nela. ❖ Crise/ataques de pânico é algo pontual: Crises de medo extremo, espontâneas, sem gatilhos, aleatórias, recorrentes. Normalmente duram de minutos a poucas horas. Pico da crise em 10 minutos. ❖ Nas crises intensas, os pacientes podem experimentar diversos graus da chamada despersonalização, que se revela como sensação de a cabeça ficar leve, de o corpo ficar estranho, sensação de perda do controle, estranhar-se a si mesmo. Pode ocorrer também a desrealização, ou seja, a sensação de que o ambiente, antes familiar, parece estranho, diferente, não familiar. Além disso, ocorre com frequência nas crises de pânico um considerável medo de ter um ataque do coração, um infarto, de morrer e/ou enlouquecer. As crises são de início abrupto (chegam ao pico em 5 a 10 minutos) e de curta duração (duram em geral 15 minutos, raramente mais de 1 hora). São muitas vezes desencadeadas por determinadas condições, como estar em aglomerados humanos, ficar “preso” (ou com dificuldade para sair) em congestionamentos no trânsito, supermercados com muita gente, shopping centers ou estar em situações de ameaça ❖ A síndrome ocorre quando a pessoa teve várias crises. ❖ O que mais caracteriza a síndrome do pânico é não ter o gatilho, mas pode ter. ❖ Denomina-se o quadro de transtorno de pânico caso as crises sejam recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises, preocupações com possíveis implicações da crise (perder o controle, ter um ataque cardíaco ou enlouquecer) e sofrimento subjetivo significativo. O transtorno de pânico pode ou não ser acompanhado de agorafobia, ou seja, muito desconforto e fobia de lugares amplos e aglomerações CRITÉRIOS (4 OU MAIS SINTOMAS): ❖ Palpitações, coração acelerado, taquicardia ❖ Tremores ou Abalos ❖ Sensação de falta de ar ou sufocamento ❖ Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio ❖ Náusea ou desconforto abdominal ❖ Calafrios ou ondas de calor ❖ Sudorese ❖ Sensação de asfixia ❖ Dor ou desconforto torácico ❖ Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento) ❖ Desrealização (sensações de irreal) ou despersonalização (sensação de estar distante de si mesmo) ❖ Medo de perder o controle ou “enlouquecer” ❖ Medo de morrer AGORAFOBIA → A AGORAFOBIA PODE OU NÃO ESTÁ LIGADA A SÍNDROME DO PÂNICO. ❖ Pode inclusive ser um agravamento do episódio de síndrome do pânico MEDO ACENTUADO PERSISTENTE (≥ 6 MESES) OU ANSIEDADE SOBRE 2 OU MAIS DAS SEGUINTES ❖ Uso de transporte público. ❖ Estar em espaços abertos (p. ex., estacionamento, mercado). ❖ Estarem um local fechado (p. ex., lojas, teatros). ❖ Ficar na fila ou no meio de multidão. ❖ Estar sozinho fora de casa. PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 3 ❖ Medo de ter uma crise ou precisar de alguma assistência estando fora de casa ❖ O medo deve envolver pensamentos em que o escape da situação pode ser difícil ou em que os pacientes não receberiam ajuda caso fiquem incapacitados pelo medo ou ataques de pânico. ALÉM DISSO, TODOS OS SEGUINTES DEVEM ESTAR PRESENTES: ❖ As mesmas situações quase sempre provocam medo ou ansiedade. ❖ Pacientes evitam ativamente a situação e/ou exigem a presença de acompanhante. ❖ O medo ou a ansiedade é desproporcional à ameaça real (levando em conta as normas socioculturais). ❖ O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional. TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO ❖ Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) NÃO é mais um transtorno ansioso(desde a CID-10), mas será abordado nesta aula devido às semelhanças ❖ Prevalência = homens e mulheres. ❖ Prevalência na população < 5% ❖ Eles se caracterizam por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos compulsivos. Esses quadros são vividos como uma pressão sobre o indivíduo, como algo que o obriga e a que se submete. OBSESSÃO X COMPULSÃO ❖ OBSESSÃO → Relacionada a pensamento, pensamento que a pessoa tem e vem sem que a pessoa queira, é necessária alguma coisa para se livrar do pensamento. Caracterizam-se por ideias, pensamentos, fantasias ou imagens persistentes que surgem de forma recorrente na consciência; são vivenciados com angústia e como algo que “invade” a consciência. ❖ COMPULSÃO → Relacionada a atos e atitudes, coisas que a pessoa fará, toda vez que a pessoa acorda ela fala alguma coisa por X vezes, normalmente é uma consequência da obsessão. predominam comportamentos e rituais repetitivos, como lavar as mãos inúmeras vezes, tomar muitos banhos, verificar se as portas e janelas estão trancadas dezenas de vezes, colocar todos os objetos do quarto em certa ordem, etc., assim como atos mentais, como repetir palavras mentalmente em silêncio, fazer listas mentais, fazer determinadas contas, em geral em resposta a uma ideia obsessiva ❖ Existem 3 tipos de TOC → Um predominantemente obsessivo, outro predominantemente compulsivo e outro misto. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TOC ❖ Caracterizado por pensamentos ou atitudes repetitivos, que, caso o paciente não atenda, lhe trazem sofrimento intenso ❖ Pode cursar com crises de angústia intensa, com sudorese, taquicardia, dispneia... CRITÉRIOS PARA OBSESSÕES ❖ Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento. ❖ O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos. CRITÉRIOS PARA COMPULSÃO ❖ Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. ❖ Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos. RESUMINDO ❖ OBSESSÕES: pensamentos, impulsos e imagens recorrentes, persistentes e intrusivos. Causam sofrimento para o paciente. ❖ COMPULSÕES: comportamentos repetitivos, que o paciente sente necessidade em fazer para aliviar sua ansiedade/angústia ou o seu pensamento obsessivo. ❖ filme: toc toc TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT) INTRODUÇÃO ❖ Transtorno mental caracterizado por crises de REVIVÊNCIA do trauma sofrido ❖ NEM TODO TRANSTORNO QUE SURGE DEPOIS DE UM TRAUMA É TEPT ❖ Revivência do trauma, viver um trauma que aconteceu até 6 meses atrás. Ou a Revivência do trauma ou sonho vívido. ❖ A pessoa tem certeza de que a situação está ocorrendo novamente. Como por exemplo, uma PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 4 pessoa que foi assaltada e tem o TEPT ela tende a achar que está sendo seguida, que será assaltada, ter taquicardia e ter a sensação que está sendo assaltado novamente.etc. EPIDEMIOLOGIA ❖ Mais comum em mulheres ❖ Prevalência: 10% da população geral ❖ 60-80% da população submetida a traumas (a cada 10 pessoas que sofrem traumas, 6-8desenvolvem TEPT) SINTOMATOLOGIA ❖ Revivência do trauma (flashback), como se estivesse passando novamente por um novo trauma ❖ Sonhos vívidos. A pessoa está dormindo e acorda ansiosa, chorosa, angustiada, sonhando com o assalto, so que é um sonho no qual ela se sente sendo assaltada de novo, uma Revivência dormindo. ❖ Desconforto em situações/locais parecidos ❖ Comportamento evitativo, evita o local que aconteceu a situação ❖ Incapacidade de lembrar alguns aspectos importantes do trauma ❖ Irritabilidade, hipervigilância, resposta exagerada ao susto CRISES DO TEPT ❖ Angústia ❖ Choro fácil ❖ Taquicardia ❖ Taquipneia/dispneia ❖ Sudorese ❖ Medo intenso DIAGNÓSTICO ❖ O paciente deve ter sido exposto a uma situação estressante (trauma) ❖ Tem que ter revivência/rememoração/pesadelos e comportamento evitativo. ❖ Quadro surge até 6 meses após o trauma (ou até 6 meses do início do trauma, se longo – exemplo: assédio persistente no trabalho) ❖ ❖ O TEPT é um transtorno com forte componente de ansiedade que se desenvolve após a exposição do indivíduo a um ou mais eventos extremamente ameaçadores, traumáticos e horríveis (como estupro, sequestro, assalto, homicídio, desabamentos, incêndios, catástrofes naturais, eventos de guerra, entre outros). ❖ O paciente busca evitar os pensamentos e as recordações do evento traumático ou, ainda, evitar atividades, situações ou pessoas que de alguma forma representem reminiscências do evento. No TEPT, o indivíduo experimenta um estado de contínua sensação de ameaça; tende a estar hipervígil ou pronto para reagir a estímulos, como ruídos inesperados. Os sintomas duram muitas semanas ou meses e causam grande sofrimento TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (TAS) ❖ Introdução ❖ Antiga “fobia social” ❖ Prevalência homens = mulheres ❖ Prevalência na população geral > 10% SINTOMATOLOGIA ❖ Angústia ❖ Choro fácil ❖ Taquicardia ❖ Taquipneia/dispneia ❖ Sudorese ❖ Medo intenso ❖ Sintomas gastrointestinais (diarreia) DIAGNÓSTICO ❖ Medo acentuado e persistente (≥ 6 meses) em situações sociais ❖ Medo de uma avaliação negativa por outras pessoas. Todos os seguintes devem estar presentes: ❖ As mesmas situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade ❖ Evitação ❖ O medo é desproporcional à ameaça real ❖ Sofrimento significativo ❖ A ANSIEDADE SOCIAL E A FOBIA SOCIAL caracterizam-se por medo intenso e persistente de situações sociais que envolvam expor-se ao contato interpessoal, demonstrar capacidade de desempenho ou participar de situações competitivas e de cobrança. Fobia social é um quadro mais grave que a ansiedade social. O indivíduo sente intensa angústia ao ter de falar em público, apresentar um seminário, fazer uma palestra, chegando a apresentar dificuldade até em utilizar banheiros públicos, alimentar-se em refeitórios públicos ou assinar cheques na frente de pessoas desconhecidas. O medo da exposição é mais forte com pessoas estranhas ou tidas, por algum motivo, como hierarquicamente em posição superior (chefes no trabalho, diretor da escola, professores, entre outras). O indivíduotenta evitar tais situações e reconhece o caráter absurdo de seus temores. Há, geralmente, grande sofrimento com tais dificuldades, que pode comprometer a carreira estudantil e profissional das pessoas acometidas e limitar sua vida social, emocional e de lazer. FOBIAS ESPECÍFICAS. INTRODUÇÃO ❖ Mais comum em mulheres ❖ Prevalência: 15% da população geral PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 5 QUADRO CLÍNICO ❖ Medo exacerbado de animais, objetos ou situações claros ❖ A exposição ao “gatlho” traz crise de ansiedade ❖ Medo irracional ❖ O estímulo é evitado pelo paciente (ou tolerado com pavor) TIPOS ❖ Animais ❖ Natureza: tempestade, raio, cachoeira ❖ Sangue e ferimentos ❖ Situações ❖ Outros: medo de palhaços DIAGNÓSTICO ❖ Medo exacerbado + sofrimento intenso em contato com o gatlho + evitação + pelo menos6 meses ❖ Tratamento: terapia de exposição ❖ As síndromes ou transtornos fóbicos caracterizam-se por medos intensos e irracionais, desproporcionais, desencadeados por situações, objetos ou animais que objetivamente não oferecem ao indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal medo. ❖ Na AGORAFOBIA, o medo e a angústia relacionam-se a um conglomerado de pessoas (em supermercados, shopping centers, congestionamento no trânsito, entre outros lugares) em espaços amplos ou em locais de onde possa ser difícil escapar ou onde o auxílio ou a presença de pessoas próximas não seja rapidamente acessível. Os indivíduos com agorafobia têm frequentemente crises de medo, que chegam ao pânico quando estão fora de casa, em um congestionamento, em uma ponte ou túnel, em meio a uma multidão, em um estádio de futebol, em um grande supermercado, no cinema ou no teatro. Têm, com frequência, medo de viajar de ônibus, automóvel ou avião. ❖ Já a FOBIA SIMPLES ou específica caracteriza-se por medo intenso, persistente, desproporcional e irracional, como medo de animais (barata, sapo, cobra, passarinho, cachorro, cavalo, entre outros), medo de ver objetos cortantes, como seringas, faca, vidros quebrados, ou medo de ver sangue ❖ A ANSIEDADE SOCIAL E A FOBIA SOCIAL TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO ❖ Sobretudo em crianças, pode haver medo e ansiedade importantes relacionados a separar-se de pessoas significativas, percebidas como protetoras (mães, avós, pais, entre outras). Tipicamente, a criança tem muito medo e ansiedade de, para ir à escola, separar-se da mãe ou de outros membros da família. Chora muito, fica muito ansiosa e amedrontada, tem medo de que algo muito ruim ocorra. ❖ A criança muitas vezes pede ou exige que a mãe fique com ela na sala de aula. Também pode ter dificuldades em dormir sozinha e/ou ter pesadelos relacionados à separação SÍNDROMES ANSIOSAS DE BASE ORGÂNICA ❖ Os quadros de ansiedade podem ser de origem orgânica, isto é, pode ocorrer uma síndrome ansiosa (em crises de pânico ou ansiedade generalizada) que é claramente resultante de doença física, uso de fármacos, substâncias ou outra condição orgânica. Nesses casos, a síndrome ansiosa associa-se temporalmente à instalação de uma doença orgânica (p. ex., hipertireoidismo, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer, entre outras) ou ao uso de medicamentos, como corticoides, antiparkinsonianos, anti-hipertensivos, ou substâncias tóxicas, como cocaína, álcool, maconha, gasolina, chumbo ou mercúrio. ❖ As síndromes ansiosas também são comuns nos quadros psicopatológicos associados ao período pré-menstrual e ao puerpério e relacionados a grandes cirurgias (como transplante cardíaco). Na ansiedade de base orgânica, é particularmente frequente a presença da irritabilidade e da labilidade do humor. TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS E TRANSTORNOS CONVERSIVOS: HISTERIA ❖ As crises histéricas, com acometimento da consciência, desmaios, movimentos abruptos e marcantes, parecidos (mas, na verdade, distintos) com a crise tônico-clônica de epilepsia, ou os quadros conversivos com afonia, cegueira ou paralisias psicogênicas, ocorriam, muitas vezes, em pessoas com comportamento e personalidade caracteristicamente dramáticos, certo infantilismo e, eventualmente, sedução pueril e necessidade de ser o centro das atenções ❖ Subdividiam-se os quadros histéricos em três grandes subgrupos: histeria de conversão ou conversiva (que corresponde ao atual transtorno conversivo, no DSM- 5), histeria dissociativa (que corresponde ao atual “transtorno dissociativo”) e forma mista de histeria (com conversão e dissociação) ❖ Na dissociação, ocorre a perturbação, a separação e o isolamento de aspectos da mente e da personalidade. Aqui, dissociação significa “separação”, “rechaço”, de uma parte da mente inaceitável para o indivíduo. A dissociação pode ocorrer por meio de crises em que se perde parcialmente a consciência (a pessoa se “desliga” do ambiente e de si mesma, com desmaio parcial e abalos musculares), ou em episódios em que parte da PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 6 memória é momentaneamente apagada, como a memória retrógrada de eventos traumáticos do passado. Pensamentos, desejos e experiências vividas, conflitantes com os valores do paciente, são isolados e suprimidos do campo da consciência e da memória. • NA AMNÉSIA DISSOCIATIVA: o indivíduo esquece elementos seletivos e significativos do ponto de vista psicológico (amnésia psicologicamente seletiva). Do ponto de vista temporal, trata-se, geralmente, de uma amnésia retrógrada, com o indivíduo esquecendo ou apagando todos ou alguns aspectos seletivos do passado ou de um evento passado particular (em geral traumático ou inaceitável psicologicamente). • FUGA DISSOCIATIVA: o indivíduo perambula sem rumo, por horas ou dias, em estado parcialmente alterado da consciência (e pode apresentar o chamado estado crepuscular da consciência). • TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE: há ruptura da identidade e presença de dois ou mais estados de personalidade distintos (identidades dissociadas). A ruptura da identidade implica, geralmente, marcante descontinuidade no senso de si mesmo, no senso de agência e no domínio das próprias ações. O comportamento é observado por outras pessoas ou é relatado pelo indivíduo. • DESPERSONALIZAÇÃO é definida como estranhamento e sensação de irrealidade em relação ao próprio Eu • DESREALIZAÇÃO é caracterizada por perceber o mundo ao redor, pessoas e objetos conhecidos e familiares como se fossem irreais ou estranhos, como se estivessem em um sonho, em cenas distantes ou nubladas, sem cor ou visualmente distorcidas ❖ Os transtornos conversivos, no DSM-5, são quadros em que um ou mais sintomas de alteração de função motora ou sensorial psicogênica estão presentes. Os sintomas devem causar sofrimento e/ou disfunção e não são explicados por causas neurológicas ou médicas somáticas. Assim, no DSM-5, os transtornos conversivos são de: • fraqueza ou paralisia (das pernas, de um braço, de uma mão); • movimentos anormais, como tremores, distonias, mioclonias, distúrbios da marcha; • dificuldades ou impossibilidade de deglutição; • alterações da fala, como afonia ou disfonia, rouquidão ou fala arrastada; • ataques semelhantes a uma convulsão epiléptica (“crise histérica”); • anestesia ou perda sensorial (cegueira ou visão em túnel, perda auditiva ou olfativa); • sintomas mistos. ❖ No transtorno do transe, o indivíduo deve apresentar estados de transe nos quais há alteração de seu estado de consciência, e o senso de identidade pessoal é alterado. No transe com possessão, a consciência e identidade da pessoa é substituída por uma instância ou identidade externa “possuidora”; o indivíduo se comporta com a sensação de estar sendo controlado pela entidade ou agente “possuidor”. Esses quadros de transe são recorrentes e, se o diagnósticofor feito em um episódio único, devem durar vários dias HIPOCONDRIA OU TRANSTO RNO HIPOCONDRÍACO ❖ No transtorno hipocondríaco (transtorno de ansiedade de doença, CID-11 e DSM-5, nosofobia, CID-11), predominam os temores e as preocupações intensas com a ideia de ter uma patologia grave. Essas ideias surgem geralmente a partir de sensações corporais ou sinais físicos mínimos ou insignificantes. O indivíduo procura constantemente médicos e serviços de saúde para ver se “agora tem a doença mesmo” ou para receber garantias do contrário. Entretanto, embora haja preocupação enorme com a possibilidade de sofrer de tais doenças, tal preocupação não tem caráter delirante, e o indivíduo pode fazer uma crítica, em algum momento, quanto ao caráter absurdo de suas preocupações FISIOPATOLOGIA DOS TRANSTORNOS ANSIOSOS ❖ Hipótese das monoaminas ❖ Disfunção (queda) de neurotransmissores (pelo menos um): • Serotonina (5HT) • Dopamina (DA) • Noradrenalina (NA) DO SOFRIMENTO AO SUICÍDIO: ❖ Sofrimento → Pensamento de morte → Ideação, Planejamento suicida → Tentativa de o suicida suicídio ❖ Suicídio ativo X suicídio passivo CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DAS DOENÇAS ❖ F40 - Transtornos Fóbico-Ansiosos ❖ F40.1 Fobias Sociais (TAS) ❖ F41.0 Síndrome do Pânico ❖ F40.0 Agorafobia ❖ F41.1 Transtorno de Ansiedade Generalizada ❖ F40.2 Fobias Específicas Isoladas ❖ F42 Transtorno Obsessiva-compulsivo ❖ F43 Reação ao Estresse Grave TRATAMENTO MUDANÇA DE ESTILO DE VIDA(MEV) - PREVENÇÃO PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 7 ❖ Meditação ❖ Atenção plena / Mindfullness ❖ Exercícios de respiração ❖ Ventosaterapia ❖ Yoga ❖ Acupuntura ❖ Auriculoterapia ❖ Atividades físicas regulares (30 min, 3-5 vezes por semana) ❖ Exercer espiritualidade ❖ Exposição ao sol (10-20 min por dia, entre 10:00 e 15:00) ❖ Lazer Higiene do sono ❖ Hábitos alimentares saudáveis PSICOTERAPIA ❖ PSICOFÁRMACOS ❖ PSICOEDUCAÇÃO → PACIENTE TER NOÇÃO DA SUA DOENÇA, QUE PRECISA SE CUIDAR E SEG UIR O TRATAMENTO ❖ FARMACOLÓGICO ❖ ANTIDEPRESSIVOS: resolvem a disfunção de neurotransmissores a longo prazo. ❖ ANSIOLÍTICOS: tratamento sintomático. NÃO TRATAM A DOENÇA, SO ALIVIA OS SINTOMAS NO MOMENTO. ANTIDEPRESSIVOS ❖ ISRS: Sertralina, escitalopram, fluoxetina. • Tem menos efeito colateral • Bom efeito terapêutico • Custo “ok” • Fluoxetina é distribuída pelo SUS. Causa perda de peso nos 6 primeiros meses de tratamento. Tem um papel ativador interessante. Causa efeitos gastrointestinais, principalmente se usada fora ou antes das refeições. • Sertralina: pode usar na gestação e na lactação. Tem um efeito bom. Pouco efeito colateral. • Paroxetina: causa ganho de peso, reduz libido. • Fluvoxamina: excelente para TOC. Pouquíssimo efeito sobre libido, não causa ganho de peso. Não tem tanto efeito terapêutico para depressão. • Citalopram: parece bastante o escitalopram, porém tem menos efeitos terapêuticos. É mais barato. • Bupropiona + ISRS = Pega os 3 neurotransmissores • Escitalopram: bom efeito terapêutico para ansiedade e depressão, poucos efeitos colaterais. Afeta pouco o libido, porém, causa sonolência. Pode causar ganho de peso. ❖ DUAIS: Duloxetina, venlafaxina, desvenlafaxina. • A desvenlafaxina é o metabólito ativo a venlafaxina • A diferença entre a desvenlafaxina e a venlafaxina é que a desvenlafaxina tem menos efeito colateral, porém menos efeito terapêutico. • São muito usados em paciente que tem dor crônica, enxaqueca etc. • Venlafaxina e desvenlafaxina são muito bons para serem usados com mirtazapina. Mesmo tendo mecanismo de ação a mirta aumenta o efeito da venla e da desvenla ❖ TRICÍCLICOS: amitriptilina, nortriptilina, clomipramina, imipramina • No SUS temos a amitriptilina e a clomipramina • Os tricíclicos e os duais são mais potentes que os ISRS. • Normalmente começa o uso com ISRS, se não melhorar mesmo com aumento da dose vai para um dual ou tricíclico. • Os tricíclicos são cardiotóxico, causam ganho de peso e constipação. ❖ OUTROS: Mirtazapina, bupropiona. • O Mirtazapina tem ação igual aos duais, serotoninérgico e noradrenergico, é muito potente, mas frequentemente causam ganho de peso. • Uma associação interessante é o uso da bupropiona com ISRS • TRATAMENOT EM TOC ANTIDEPRESSIVOS ( ISRS) + ANSIOLÍTICOS ❖ Se refratário, podemos associar a antipsicóticos: • Típicos: Haldol, Trifluoperazina, Tioridazina • Atípicos: Olanzapina, Risperidona, Aripiprazol • As vezes no paciente com TOC é usado o antidepressivo, o ansiolítico e o antipsicótico. Casos em que ele não melhorou totalmente com o uso do antidepressivo. ❖ Benzodiazepínicos: Ansiolíticos, anticonvulsivantes, hipnóticos, amnésicos, relaxantes musculares. Ex.: • Clonazepam, diazepam: meia vida longa. • Alprazolam, bromazepam: meia vida intermediária. • Lorazepam, midazolam: meia vida curta /ultracurta. EFEITOS COLATERAIS DOS BENZODIAZEPÍNICOS ❖ Dependência ❖ Tolerância ❖ Aceleram processos demenciais ❖ Risco de uso abusivo ❖ Depressão respiratória ❖ Depressão respiratória (em altas doses, ou associado a álcool) ❖ Alterações psicomotoras / risco de queda e acidentes PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 8 ❖ Disfunção cognitiva ❖ Abstinência
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