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aula 3_ A SUPERVISAO EDUCACIONAL E O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DA ESCOLA

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A supervisão educacional 
e o desenvolvimento 
institucional da escola
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira
A escola é uma instituição? 
E sta aula busca responder afirmativamente à pergunta anterior. Procura-se também caracterizar a escola como instituição social. Para tanto, o estudo se inicia com este conceito, encontrado em um dicionário online:
Instituições sociais – Consistem numa estrutura relativamente permanente de padrões, papéis e relações que 
os indivíduos realizam segundo determinadas formas sancionadas e unificadas, com o objetivo de satisfazer às 
necessidades sociais básicas (Fichter). As características das instituições são: têm finalidade e conteúdo relati-
vamente permanentes, são estruturadas, possuem estrutura unificada e valores. Além disso, devem ter função (a 
meta ou propósito do grupo, cujo objetivo seria regular as suas necessidades) e estrutura composta de pessoal 
(elementos humanos), equipamentos (meios materiais ou imateriais), organização (disposição de pessoal e do 
equipamento, observando-se uma hierarquia – autoridade e subordinação), comportamento (normas que regulam 
a conduta e as atitudes dos indivíduos). (DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA, 2007)
Para Berger e Berger (1977), as características essenciais das instituições sociais são:
 exterioridade – instituições são experimentadas como algo dotado de realidade exterior e 
situam-se fora do indivíduo, de certa maneira diferindo da realidade formada pelos pensa-
mentos, sentimentos e fantasias do indivíduo;
 objetividade – são objetivamente reais, já que todos (ou quase todos) admitem que de fato 
elas existem, e existem de uma determinada maneira;
 coercitividade – instituições são dotadas de força coercitiva, mas reconhecer o seu poder não 
significa afirmar que elas não podem mudar – na realidade, elas mudam constantemente;
 autonomia moral – as instituições possuem uma autoridade moral, ou seja, não se mantêm 
apenas por meio da coercitividade, mas invocam um direito à legitimidade, que varia de 
acordo com a instituição;
 historicidade – as instituições possuem uma história em praticamente todos os casos expe-
rimentados pelo indivíduo, a instituição existia antes que ele nascesse e continuará a existir 
depois de sua morte, as ideias corporificadas nas instituições foram acumuladas durante um 
longo período, por meio de inúmeros indivíduos cujos nomes e rostos pertencem ao passado.
Resumindo, pode-se afirmar que as escolas, como as demais instituições sociais,
[...] são organizações ou mecanismos sociais que controlam o funcionamento da socieda de e dos indivíduos. São 
produtos do interesse social que refletem as experiências quantitativas e qualitativas dos processos socioeconômicos. 
Organizadas sob a forma de regras e normas, visam à ordenação das interações entre os indivíduos e suas respectivas 
27Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
A supervisão educacional e o desenvolvimento institucional da escola
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formas organizacionais. Tornando mais econômicas essas interações, as instituições 
(formais ou informais), são instrumentos indispensáveis à compreensão da lógica evolutiva 
das partículas sociais, sendo o seu estudo primordial ao entendimento dos complexos 
processos pelos quais o capital se estrutura. Em essência, as instituições são responsáveis 
pela organização das interações sociais, analisando sua evolução e desenvolvendo métodos 
que as associem a um ambiente favorável à alocação racional de recursos que otimizem a 
satisfação das necessidades sociais. (WIKIPÉDIA, 2007)
Utilizando o conceito de Goffman (1980), pode-se dizer que as escolas – assim 
como as famílias – são “instituições sociais totais”, com função socializadora, 
coerentes e em perfeita sintonia com seu público, onipresentes e fortemente 
legitimadas. Além disso, ambas são responsáveis pela introdução de crianças e 
adolescentes no mundo dos adultos.
A importância do desenvolvimento 
e da mudança institucional da escola
Como foi dito anteriormente, as escolas mudam constantemente, isto é, não 
são instituições estáticas. No entanto, de acordo com o perfil da escola, essa mudança 
pode ser mais ou menos rápida e perceptível. Por exemplo, escolas tradicionais 
mudam lentamente, muitas vezes parecem estar distantes dos dias atuais, apegadas 
a práticas e rituais antigos. Mello (1991) constatou que os teóricos da Educação vêm 
recolocando a dinâmica do funcionamento da escola no centro de suas preocupações. 
Segundo a autora, o objeto central das pesquisas em Educação passou a ser:
[...] captar as contradições na relação escola-sociedade e entender como decisões internas 
à instituição escolar, aparentemente de caráter apenas técnico-pedagógico, podem manter 
uma forte reciprocidade com processos econômicos e políticos que se relacionam com a 
igualdade social e a qualidade de vida da população, especialmente de seus segmentos 
mais desfavorecidos. (MELLO, 1991, p. 45)
Dessa forma, vai se consolidando o conceito de desenvolvimento institucional, 
uma série de ações que envolve basicamente planejamento, acompanhamento 
e avaliação. Essas ações visam ao aprimoramento da instituição e têm efeitos 
benéficos, como dar maior organicidade às atividades administrativas e de 
planejamento, implementar a modernização gerencial e contribuir para a segurança 
na tomada de decisões. Além disso, esse processo tem como finalidade a mudança 
planejada e progressiva, e a construção de uma sólida identidade institucional.
Dessa forma, para o supervisor educacional, surgem novos desafios que 
o levam a se aproximar do gestor da escola, sem perder de vista as questões 
eminentemente pedagógicas. Um de seus focos principais passa a ser a mudança 
institucional da escola, mudança esta que leva a escola a alcançar patamares 
progressivos de excelência. Quando se fala em desenvolvimento ou mudança 
institucional, esses termos sempre devem ser entendidos como decorrentes da 
ação coletiva dos atores institucionais.
Pela própria definição, vê-se que mudança é processo, transformação 
progressiva, resultado de ações conjuntas. Nesse sentido, Benavente et al. (1990, 
p. 24) afirmam com propriedade que:
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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A supervisão educacional e o desenvolvimento institucional da escola
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[...] a mudança das instituições processa-se por um jogo de pressões no qual as lógicas 
dos diversos atores e a ocupação dos espaços profissionais de cada um tem uma função 
determinante. As instituições não mudam “por decreto”, embora mudanças estruturais e de 
finalidades, com as consequentes medidas políticas, possam ser elementos fundamentais de 
facilitação e desafio ou, ao contrário, de limitação e de bloqueio da ação dos protagonistas 
das práticas e da vida cotidiana da instituição; as decisões governamentais determinam um 
quadro de referência estruturante, mas são as práticas dos atores diretos da vida escolar 
que potencializam, contrariam e contradizem ou ainda desafiam e “empurram” os limites 
das normas e medidas governamentais.
Essas afirmativas são sintetizadas no esquema a seguir.
Contexto 
externo 
à escola
Mudança 
institucional
Contexto 
interno 
da escola
Mudanças provocadas 
pela legislação, pela 
comunidade
Mudanças provocadas 
pelos atores institu-
cionais
Desenvolvimento 
institucional
A seguir, por meio de outro esquema, será visto o fluxo de ocorrência da 
mudança institucional.
Início
Avaliação institucional
Planejamento estratégico
Sensibilização da instituição para a mudança
Primeiras ações
Avaliação das primeiras ações Bem-sucedidasMalsucedidas
Consolidação da mudança institucional
Fim até a próxima avaliação institucional
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A supervisão educacional e o desenvolvimento institucional da escola
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Ação supervisora e desenvolvimento 
institucional da escolaO desenvolvimento institucional foi conceituado anteriormente como uma 
série de ações intencionais de planejamento, acompanhamento e avaliação, que 
tem como meta aprimorar a instituição, seus processos e produtos. Assim sendo, 
esse é um objetivo de todos os membros da equipe da escola e, consequentemente, 
da supervisão educacional.
Agora, é preciso que se analise a prática do supervisor, apresentando suas 
principais ações – executadas no dia a dia escolar – no sentido do alcance daquela 
meta essa reflexão sobre o cotidiano é fundamental, pois, segundo Penin (apud 
FERNANDES, 2004, p. 112),
[...] o conhecimento do cotidiano escolar é necessário por duas razões. Primeiro, porque, 
sendo conhecido, é possível conquistá-lo e planejar ações que permitam transformá-lo, 
assim como lutar por mudanças institucionais no sentido desejado [...] Segundo, porque o 
cotidiano, sendo conhecido, pode fornecer informações a gestões institucionais democrá-
ticas que queiram tomar medidas adequadas para facilitar o trabalho ao nível cotidiano 
das escolas e melhorar a qualidade do ensino aí realizado.
Não se pode esquecer que esse conjunto de ações sempre estará pautado, 
assim como a ação supervisora, pela tendência pedagógica – ou conjunto de 
tendências pedagógicas – predominante na instituição escolar. No entanto, deve-
-se lembrar que essas ações contribuem decisivamente para mudanças no próprio 
quadro tendencial existente na escola. Assim, pode-se concluir que a relação 
entre as concepções de homem e sociedade, as teorias pedagógicas e as práticas 
educativas norteiam essa ação.
O supervisor educacional atua essencialmente sobre um triângulo, como na 
figura mostrada a seguir.
Currículo
Didática Avaliação
Ação 
supervisora
Outra questão a ser destacada é que a ação supervisora envolve aspectos 
gerais – de atuação coletiva – e especificidades, articulando as dimensões técnica, 
cognitiva, afetiva e político-social (CANDAU, 1987; MIZUKAMI, 1986).
Deve-se lembrar também que a ação supervisora aponta para o coletivo da 
escola e tem no professor seu principal foco. Segundo Medina (1997, p. 32), é o 
trabalho do professor que dá sentido ao trabalho do supervisor escolar, pois a 
partir da realidade e das dificuldades pedagógicas do professor será construída a 
ação conjunta, voltada para o trabalho docente.
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A supervisão educacional e o desenvolvimento institucional da escola
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Como exemplo, são apresentadas a seguir algumas ações da supervisão edu-
cacional, utilizando-se o desenho do triângulo mostrado anteriormente, mas com os 
conceitos de planejamento, acompanhamento e avaliação.
Planejamento
 Construção do Projeto Político Pedagógico da escola.
 Planejamento coletivo do currículo escolar e de suas constantes reformulações.
 Aperfeiçoamento do processo de planejamento acadêmico.
 Elaboração do calendário escolar.
 Planejamento da ação supervisora na escola, articulada com os demais órgãos do sistema educacional.
Avaliação
 Coordenação da elaboração do sistema de 
avaliação de aprendizagem da escola.
 Participação no projeto de avaliação insti-
tucional da escola e nas avaliações sistêmi-
cas promovidas pelo Estado (Enem, Saeb 
etc.).
 Elaboração de análises de rendimento, de 
retenção e de evasão escolar, com o conse- 
quente levantamento de alternativas para 
sanar os problemas detectados.
 Coordenação colaborativa, com os demais 
membros da Equipe Técnico-Pedagógica 
da escola e dos Conselhos de Classe.
Outras ações
 Contribuição para as alternativas de inclusão.
 Apoio à melhoria da qualidade do ensino.
 Facilitação do uso da tecnologia de informação e comunicação no processo pedagógico.
 Fomento à inovação educacional.
 Participação ativa na Equipe Técnico-Pedagógica da escola.
 Contribuição efetiva para a melhoria do clima institucional da escola.
Acompanhamento
 Estímulo e contribuição para a formação 
continuada (atualização pedagógica) dos 
professores.
 Contribuição para o aprimoramento da 
relação com a comunidade externa à escola.
 Otimização do sistema de informações aca- 
dêmicas.
 Desenvolvimento de ações para a fixação 
dos professores na escola, diminuindo o 
turnover.
 Organização de um banco de dados – me-
mória do processo pedagógico desenvolvi-
do pela escola.
 Acesso e difusão de informações pedagó-
gicas.
Ação 
supervisora
A partir do que foi estudado nesta aula, pode-se entender o conceito de 
desenvolvimento institucional e perceber a importância da atuação do supervisor 
educacional nesse processo. Além de tudo o que foi dito, existem palavras-chave 
fundamentais para o assunto, como democracia e diálogo, atributos indispensáveis 
ao trabalho pedagógico. Como bem disse Paulo Freire (1998, p. 127),
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A supervisão educacional e o desenvolvimento institucional da escola
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Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos 
outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser 
transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a 
falar com eles.
 Celso Vasconcellos (2002, p. 86-87), com sua habitual forma clara e direta, também escreveu 
sobre a supervisão educacional. Leia atentamente o texto a seguir, em que ele apresenta uma 
proposição do que o supervisor educacional não faz.
[...] não é fiscal do professor; não é quem entrega os professores para a direção ou mantenedora (dedo- 
-duro), não é pombo-correio (que leva recado da direção para os professores e vice-versa), não é 
coringa/tarefeiro/quebra-galho/salva-vidas (ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, 
assistente social etc.), não é tapa-buraco (que fica “toureando” os alunos em sala de aula no caso 
de falta de professor), não é burocrata (que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos, 
estatísticas sem sentido, mandando um monte de papéis para os professores preencherem – escola 
de “papel”), não é gabinete (que está longe da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não 
é dicário (que tem dicas e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de 
técnicas, receitas), não é generalista (que entende quase nada de quase tudo).
 Agora, escolha uma área de atuação entre as três que foram vistas no triângulo planejamento 
– acompanhamento – avaliação e escreva um pouco sobre ela: descreva como, na sua opinião, 
o supervisor educacional pode desempenhar bem o seu papel em prol do desenvolvimento 
institucional da escola. 
 
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