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Curso de Engenharia de Produção Campus Juazeiro/Bahia Docente: Mariele Pinheiro Discentes: Luiz Henrique Galdino de Sousa Samira Mel Gomes da Silva Turma: M3 RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL I PRÁTICA 1 – ERROS, MEDIDAS E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Petrolina/PE 2021 Sumário OBJETIVOS ..................................................................................................................................2 INTRODUÇÃO TEÓRICA .........................................................................................................2 Sistemático ..........................................................................................................................2 Aleatório .............................................................................................................................2 Valor mais provável da grandeza .......................................................................................2 Desvio Padrão ....................................................................................................................2 MATERIAIS .................................................................................................................................3 Régua .................................................................................................................................3 Paquímetro .........................................................................................................................4 Relógio Comparador ..........................................................................................................5 Cronômetro ........................................................................................................................5 PROCEDIMENTO E ANÁLISES .............................................................................................6 Algarismos Significativos...................................................................................................6 Régua milimétrica...............................................................................................................7 Medidas com paquímetro....................................................................................................8 Medidas com relógio comparador.......................................................................................9 Tempo de Reação................................................................................................................10 QUESTÕES ..................................................................................................................................11 2 1. OBJETIVOS A atividade experimental proposta tem como objetivo compreender o grau de incerteza que cada medida possui, aprender a diferenciar os tipos de erros e como utilizar os princípios da Teoria de Erros e de Algarismos Significativos no tratamento de dados. Além disso, busca verificar divergências no processo de medição em instrumentos como régua, paquímetro, relógio comparador e cronômetro. 2. INTRODUÇÃO TEÓRICA O correto funcionamento dos instrumentos de medição é essencial para a vida. O funcionamento do equipamento pode afetar os resultados obtidos. Além disso, mesmo que funcione de forma eficaz, é necessário entender a confiabilidade do equipamento utilizado e como ele se adapta ao experimento a ser realizado. Quando um processo de medição é realizado, valores diferentes podem ser encontrados. Isso está relacionado, por exemplo, ao instrumento utilizado, a inaptidão do operador, ao método empregado, etc. Os erros podem acontecer de modo sistemático ou aleatório. Por isso, o percentual de confiabilidade do resultado de uma medida é atribuído ao valor do seu erro: 2.1 Sistemático Neste caso, é possível encontrar a origem do erro e eliminá-lo ou compensá-lo. Normalmente, esse tipo de erro está ligado com as características do instrumento utilizado para medir, como balança mal calibrada. 2.2 Aleatório Os erros de origem aleatória habitualmente são resultantes de variações que acontecem de modo repentino durante os experimentos. É possível diminuir a frequência desses erros por meio de tratamento matemático estatístico fundamentado no postulado de Gauss: 2.2.1 Valor mais provável da grandeza Considerando uma série de medidas (x₁, x2, x3,..., xn) com mesma confiabilidade, o valor mais provável (x̅) da grandeza medida será obtido através média aritmética dos valores experimentais adquiridos: Figura 1: Fórmula do cálculo do valor médio 2.2.2 Desvio Padrão O desvio padrão representa preferencialmente o valor mais provável, porque representa a dispersão da média de vários subconjuntos das medidas de uma determinada grandeza (n), ao invés de um único valor. É necessário utilizar a média aritmética do conjunto de dados (Xi), a média aritmética de um conjunto de dados (MA) e a quantidade total de dados no conjunto (n): 3 Figura 2: Fórmula do cálculo do desvio padrão 3. MATERIAIS Nesta experiência, foram utilizados simuladores de resultados experimentais com quatro equipamentos de medição: régua, paquímetro, relógio comparador e cronômetro. I) Régua No experimento, utilizamos dois modelos distintos de régua para medição: centimetrada e milimetrada. Figura 3: Régua centimetrada. A régua milimétrica, seja de aço, plástico ou madeira, é comumente usada para aferir comprimentos pouco pequenos e em contextos nos quais a precisão almejada para a medida não é elevada. É cabível fazer uso de diferentes trechos da régua na repetição das medidas, contribuindo para que ocorra a redução de variações na marcação da escala e, dessa maneira, tornar as medidas mais independentes. 4 Figura 4: Régua milimétrica. II) Paquímetro O paquímetro é um instrumento de medida que tem como finalidade medir pontualmente a distância entre dois lados proporcionalmente opostos de um respectivo objeto. Inicialmente, seu uso era direcionado ao planejamento de navegações com margem de erro de aproximadamente dezenas de quilômetros. No presente, o paquímetro atua na medição de pequenas peças, como tubos e parafusos, permitindo, assim, que o resultado da medida seja mais exato, com o auxílio de outras ferramentas de medida. Figura 5: Paquímetro com resolução de 0,05 mm. Esse equipamento geralmente é composto por duas orelhas, uma fixa e outra móvel, para medir diâmetros internos e uma haste para aferir a profundidade de cavidades. Além disso, também é composto de duas bases, uma fixa e solidária com a escala principal e outra móvel onde é localizado o vernier (nônio). Existem, atualmente, diversos modelos de paquímetro, entre eles o digital, o duplo e o universal, utilizado neste experimento por simulação. O Vernier (Nônio) é um dispositivo capaz de elevar a sensibilidade de uma escala, tendo em vista que subdivide a menor divisão dela. Ele está presente na escala móvel, que desliza conjuntamente à escala do equipamento, chamada de escala principal. Em uma suposta situação, em que o nônio contém vinte espaços entre as linhas verticais, e a menor divisão da escala principal seja o milímetro, este será dividido por vinte, obtendo o resultado de vinte avos de milímetro, que consiste na menor divisão da escala principal. 5 III) Relógio Comparador O relógio comparador é um equipamento capaz de medir por comparação a um padrão desconhecido. O funcionamento dos relógios comparadores é respaldado em uma haste de comando, na qual a extremidade é rosqueada a uma ponta de medição. Quando ocorre o movimento dessa haste, o mesmo é enviado para um pinhão e, posteriormente, para o ponteiro, que é indicado no mostrador. Por meio desse mecanismo, o movimento inicial é amplamente aumentado e a leitura é vista diretamente no mostrador. Figura 6: Relógio Comparador Existem variados modelos de relógios comparadores. Entretanto, os mais utilizados atualmente são os que possuem resolução de 0,01 mm (modelo usado neste experimento). O curso do relógio também diferencia conforme o tipo do equipamento, masos mais tradicionais são de 1mm, 10mm, 250” ou 1”. Essa ferramenta possui inúmeras utilidades e sempre se encontra acoplada a algum local, no qual possa ser fixado ou posicionado, como dispositivos especiais e mesas de medição. IV) Cronômetro O cronômetro é um instrumento muito relevante para o processo de medição. É essencial em práticas e ambientes que exijam o controle do tempo, como linhas de produção, processos laboratoriais e cálculo do tempo de reação (tema de uma das simulações do experimento em questão). Atualmente, existem diversos modelos deste equipamento que, no século XVIII, era utilizado apenas na navegação. O cronômetro digital é composto por uma armação, uma bobina, display, bateria e quartzo oscilador. Figura 7: Cronômetro digital 6 4. PROCEDIMENTO E ANÁLISES I) Algarismos Significativos A primeira simulação do experimento permitiu medir os diâmetros e os comprimentos das circunferências de 6 círculos de tamanhos diferentes, fazendo uso de uma régua milimetrada e uma régua centimetrada. Ao utilizarmos ambas, obtivemos medidas com diferentes números de algarismos significativos. a) Na simulação, qual a melhor maneira para medir o diâmetro? Utilizando a régua milimetrada obtém-se uma precisão muito maior do que com a régua centimetrada, que nos fornece apenas um algarismo correto na medição das circunferências, a partir disso, todas as outras casas que nos sondarmos a arriscar, será um algarismo arbitrário, duvidoso. b) Preencha a tabela com os dados pedidos utilizando a régua centimetrada e a milimetrada. Considere as circunferências numeradas em ordem crescente sendo a circunferência 1 a menor. Circunferência Diâmetro Comprimento Área (cm) (mm) (cm) (mm) (cm² ) (mm²) 1 2,2 21,9 6,8 68,5 3,7 375,3 2 2,7 26,3 8,2 82,1 5,4 541,2 3 3,2 32,9 10,3 102,4 8,2 841,6 4 3,8 37,2 11,8 117,3 11 1089 5 4,0 40,8 12,9 128,6 12 1310 6 4,7 46,3 14,6 145,5 17 1682 Qual o valor de π utilizado para o encontro da área? π1: 3,1 (cm) e 3,13 (mm) π2: 3,0 (cm) e 3,12 (mm) π3: 3,2 (cm) e 3,11 (mm) π4: 3,1 (cm) e 3,15 (mm) π5: 3,2 (cm) e 3,15 (mm) π6: 3,1 (cm) e 3,14 (mm) c) Explique quais das duas retas é mais confiável. Como dito, a régua milimetrada possui um maior grau de confiabilidade no que diz respeito à precisão da medição dos dados pedidos na tabela, diâmetro, comprimento, e por consequência, a área. 7 II) Régua milimétrica O objetivo da segunda simulação foi realizar 5 leituras de uma régua com escala em milímetro, através do simulador. Considerando que a cada 1 cm tem-se 10 mm e que cada linha pequena corresponde a 1 mm, bastou realizarmos a soma da quantidade de marcas intermediárias que passam da unidade inteira até a borda do objeto (Figuras 8, 9, 10, 11 e 12). Figura 8 Figura9 Figura 10 Figura 11 8 Figura 12 III) Medidas com paquímetro A terceira simulação consistiu na realização de 5 medições com o paquímetro com resolução de 0,05 mm. Para isso, foi necessário considerar o movimento do nônio sobre a escala principal e sua precisão, que pode ser obtida por intermédio da seguinte fórmula: (i + 1) - L/n Sendo, o tamanho do nônio na régua representado por L; o número de divisão da escala móvel (vernier) dado por n; e a parte inteira do resultado da divisão L/n simbolizada por i. Em seguida, identificamos a quantidade de milímetros presentes na escala principal, do lado esquerdo do zero da escala móvel (nônio ou vernier). A leitura é realizada a partir do primeiro traço do nônio que coincide com outro traço da escala principal. Logo, obtivemos o resultado da medição, somando os dois valores adquiridos (Figuras 12, 13 e 14). Figura 13: Medições com paquímetro Figura 14: Medições com paquímetro 9 Figura 15: Medições com paquímetro IV) Medidas com Relógio Comparador Em conformidade com as anteriores, a quarta simulação teve como propósito realizar 5 medições com um relógio comparador. Consideramos a posição relativa ao deslocamento do ponteiro principal e do contador de voltas. Primeiramente, observamos o sentido em que o ponteiro girou. Quando a ponta de contato recebe uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, o resultado é positivo. No sentido contrário, entretanto, a diferença é negativa. Sabendo disso, contamos quantos traços o ponteiro menor (contador de voltas) e o maior (principal) ultrapassaram, realizando a soma de ambos os dados, por último. Figura 16: Medição com relógio comparador Figura 17: Medição com o relógio comparador 10 Figura 18: Medição com relógio comparador V) Tempo de Reação A última simulação se destina ao estudo do tempo de reação humano. Foram realizadas uma série de 10 medidas, para que fosse calculado o desvio médio padrão, além da incerteza do resultado. a) Cronômetro 01 Cronômetro 02 Tempo de reação 4:10 4:31 00:21 2:22 2:62 00:40 3:33 3:70 00:37 2:91 3:29 00:38 3:92 4:26 00:34 3:02 3:39 00:37 2:61 2:99 00:38 4:02 4:36 00:34 2:92 3:18 00:26 2:52 2:88 00:36 Média do tempo de reação: 00:34,1 Desvio padrão (σ): 00:05,6 c) Ma = σ /√n Ma: Incerteza do tipo A n: Número de amostras Ma = 5,6 s/√10 Ma = 1,7708 Mb = metade da menor medição = 0,005 u (incerteza combinada) = √Ma² + Mb² u = √ 3,13573264 + 0,000025 u = 1,77 11 5. QUESTÕES 1. Qual é a diferença entre exatidão e precisão? Dê exemplos que ilustrem as definições. A exatidão está relacionada à proximidade do valor verdadeiro e a precisão está ligada à dispersão dos valores consequentes de uma série de medidas. Por outro lado, a precisão corresponde à aptidão de um instrumento de medição oferecer indicações muito aproximadas, quando se mede o mesmo mensurando, sob as mesmas condições. Um exemplo de precisão é quando, em uma dada situação, uma pessoa pesa 60 kg e, ao medir seu peso, obtém três leituras diferentes do seu peso, como 63 kg, 63 kg, 63 kg, no contexto hipotético. Nesse caso, pode-se dizer que a balança está precisa. O peso está errado, mas o valor obtido nas três vezes medidas são iguais. No que se refere à exatidão, supondo que é colocado sobre a plataforma da balança um “peso-padrão” de 40kg que está certificado pelo Inmetro, Ipem ou Laboratório de Massa da Toledo do Brasil. Se a balança indicar os mesmos 40 kg, significa que a mesma possui exatidão. Se forem colocados estes mesmos 40 kg diversas vezes e a balança indicar sempre os 40kg ou algo muito próximo deste valor, corresponde a exatidão. 2. Um grupo de estudantes deseja avaliar a qualidade de três métodos alternativos para determinar a aceleração local da gravidade. Assim, eles mediram a aceleração local cinco vezes usando cada um dos três métodos em questão. Os resultados obtidos encontram-se na tabela abaixo. A partir dessa informação, responda às perguntas a seguir justificando sua resposta. a. Qual dos três métodos usados pelos estudantes pode ser considerado mais impreciso? Método A, considerando a grande variação nas cinco medidas. b. Qual dos três métodos pode ser considerado mais inexato? Considerando o valor verdadeiro da gravidade (9.80665 m/s²), e realizando o cálculo da tendência ou bias, tem-se que o método mais inexato é o método B. 3. O que é o erro de uma medição? Erro de medição representa o resultado de uma quantidade submetida a medição e o valor verdadeiro ou de referência para a quantidade medida. 4. Quais são as possíveis fontes de erro em uma medição? A fonte de erro é qualquer fator que afeta o processo de medição e causa erros de medição. Restrições técnicas e econômicas levaram à construção de sistemas de medição não ideais. As peças, conexões, montagens, circuitos e outros módulos que os constituem têm defeitos. O princípio de funcionamento do sistema de medição pode causar erros de medição. O operador também pode introduzir erros adicionais no processo de medição. Erros de interpolação em leituras, erros inerentes ao sistema de medição ou aplicações irregulares são todos exemplos típicos. A amplificação inadequada do instrumento também causa modificações na precisão. A inércia do instrumento e seu 12 efeito de histeresenão permitem que o instrumento seja traduzido de uma maneira verdadeiramente precisa. 5. O que é incerteza? Incerteza equivale ao erro que quantifica o nível de confiança do resultado de uma medição. Quanto maior é a incerteza, menor é o grau de confiança. No entanto, a incerteza não corresponde ao erro. O cálculo do erro depende de conhecer o valor verdadeiro do que está sendo medido. No entanto, esse cálculo não tem esse tipo de restrição. É possível calcular a incerteza mesmo sem saber qual é o valor verdadeiro determinado. Portanto, a incerteza tem mais utilidade que o conceito de erro. 6. Qual é a diferença entre os procedimentos de avaliação da incerteza do tipo A e do tipo B? A incerteza do tipo A equivale àquela que é obtida por análise estatística de uma série de observações. A incerteza do tipo B, por sua vez, se refere à incerteza que se obtém por quaisquer outras metodologias. Ambas podem ser consideradas como desvios padrão. O procedimento para estimar esse tipo de incerteza é um pouco mais complicado e requer mais atenção: é importante levar em conta todas as informações disponíveis que estejam ligadas à qualidade do resultado da medição. 7. O que são algarismos significativos? Os algarismos significativos são aqueles que são importantes para definir a quantidade ou a precisão de um número. Aponta a margem de erro na medição e assegura quais números podem ser usados no cálculo, também determina se os valores estão corretos e quais deles constituem uma aproximação. Determinamos algarismos significativos porque, em uma determinada métrica, eles são todos os algarismos representados nos números, começando do primeiro número diferente de zero à esquerda até o último número dentro do limite de erro do dispositivo de medição.
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