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Estratégias nutricionais para emagrecimento e hipertrofia Mitos e Verdades André Maranhão Nutricionista CRN-6: 19923 Pós graduado em Nutrição Esportiva @andremaranhaonutri Nutrição É a Ciência que estuda a composição dos alimentos e as necessidades nutricionais do indivíduo, em diferentes estados de saúde e doenças. Fenômenos químicos Fenômenos físicos Fenômenos fisiológicos Podemos definir nutrição como a soma dos processos de ingestão e conversão de substâncias alimentícias em nutrientes biodisponíveis, que podem ser utilizados para manter a homeostase orgânica. E esses processos envolvem nutrientes que podem ser utilizados com finalidade energética (carboidratos, lipídios e proteínas - BCAA), para a construção e reparação de tecidos (proteínas, lipídios e minerais), construção e manutenção do sistema esquelético (cálcio, fósforo e proteínas) e para regular a fisiologia corpórea (vitaminas, minerais, lipídeos, proteínas e água) HICKSON JR, 2002 Indivíduos normais saudáveis Indivíduos ativos Processos fisiológicos ajustados Necessidade energética do exercício Atletas GET Necessidades de nutrientes • Tipo de atividade • Fase do treinamento • Período de competição 4X Avaliação Nutricional • Dados alimentares; • Dados antropométricos; • Avaliação clínica; • Exames bioquímicos; • Dados do exercício. Necessidade Energética Cada nutriente vai possuir e fornecer ao organismo uma ação específica. Assim, todos os nutrientes são de fundamental importância para o bom funcionamento do organismo. HIPERTROFIA Para Schoenfeld (2010), hipertrofia muscular é o aumento dos elementos contráteis e da matriz extracelular, que gera um aumento da área de secção transversa do músculo estriado esquelético. Anglieri e Silva (2015) dizem que a hipertrofia muscular é o crescimento muscular causado pela síntese proteica aumentada na região que sofreu microlesões decorrentes do treinamento resistido (TR); A manipulação das variáveis do TR influenciam diretamente o desenvolvimento da hipertrofia muscular (ACSM, 2009; SCHOENFELD, 2010). Por isso, deve - se procurar utilizar os parâmetros mais adequados de: intensidade, volume, seleção dos exercícios, ordem dos exercícios, intervalo de descanso, velocidade de execução e tipo de contração (PETERSON; RHEA; ALVAR, 2005; SCHOENFELD, 2010). QUANTO CONSUMIR DE PROTEÍNA? • 8 homens • Dias sem treinamento • 0,1 a 3,5 g/kg/peso • Homens saudaveis entre 18 e 40 anos; • > 3 anos de experiência em TR; • > 4 dias de treino (aprox. 1 hora de duração) • Não utilizavam esteroides anabolizantes. Quantidade de proteina variou de 0,1g – 3,5 g / kg / peso Método de avaliação: Fluxo e oxidação de fenilalanina Um melhor desempenho e maiores aumentos massa muscular ocorreu entre os participantes com ingestão de proteínas maior que a RDA A afirmação do Instituto de Medicina que diz: “Não é necessária a adição de proteína para adultos saudáveis acima da RDA”, PRECISA SER REVISTA! Conclusão • Revisão sistemática com meta-análise; • Estudos randomizados, controlados acima de 6 semanas; • Relação entre proteína total consumida (suplementação) e mudanças na massa magra. • Estudos com meta análise; • Participantes que praticavam TR pelo menos 2x na semana; • Sem uso de outros produtos que poderiam potencializar o processo de hipertrofia; • Pessoas saudáveis, sem limitação física. Palavras-chave: protein supplementation and resistance training or muscle strength A suplementação de proteína é eficaz e mais efetiva em indivíduos jovens treinados , elevando a massa magra. A suplementação é válida, se você consome MENOS que 1,6g / kg /dia de proteina Conclusão • Indivíduos mais velhos tem resistência anabólica, ou seja, a quantidade de proteína precisa ser mais elevada; • Consumir 0,8 g / kg / peso por dia parece ser insuficiente para quem tem o objetivo de ganhar força e massa muscular com treinamento resistido; • É razoável recomendar uma ingestão proteica de aproximadamente 2,2 g / kg / peso por dia. E quanto à dose? Dados sugerem que existe uma dose de proteina saturante, quanto à estimulação de SPM induzida pela alimentação; Witard OC, et al., 2016 A dose ideal para maximizar a SPM é de 10g de AAE (equivalente a uma dose de 20 g de proteína), a partir da qual se observa um platô na SPM; Witard OC, et al., 2014 Acima dos valores citados anteriormente, verifica-se uma estimulação pronunciada de oxidação irreversível de aminoácidos e síntese de ureia; Moore, D.R. et al., 2009 Contudo, estudos observaram um aumento de 10% nos valores médios de estimulação da SPM, após exercício de resistência, quando aumentavam a dose de proteína (whey) de 20 g para 40 g; Witard, O.C et al., 2014; Moore, D.R et al., 2009 Um estudo com adultos jovens e saudáveis observou a estimulação da SPM com ingestão de 20 g e 40 g de proteína num pós treino de resistência envolvendo grupos musculares do corpo todo; 20 g x 40 g Maior estímulo de SPM Percentagem de ativação muscular Maior necessidade proteica pós treino Macnaughton, L.S. et al., 2016 Em idosos, é sugerido que a dose individual de proteína seja maior, comparado aos mais jovens Objetivo de otimizar a resposta anabólica, seja em repouso ou pós treino de resistência Aproveitamento de aminoácidos Pennings, B. et al., 2012 Provavelmente os idosos necessitam de uma dose entre 35 e 40 g QUANDO CONSUMIR PROTEÍNA? Janela anabólica: Mito ou Verdade? Estudos mostram que o exercício de resistência pode estimular a síntese proteica por pelo menos 24h e até 48h A magnitude desse estímulo diminui com o passar do tempo (3h > 24h > 48h) O músculo vai perdendo sensibilidade à ingestão proteica Estudos metabólicos sugerem que a ingestão proteica IMEDIATAMENTE após o exercício, NÃO é fundamental para otimizar a resposta anabólica muscular Morton, R.W. et al., 2015; Aragon, A.A. et al., 2013; Rindom, E. et al., 2016 Ingestão de 80 g de proteína em 3 protocolos: 1. Doses de 10 g com intervalos de 1,5 h 2. Doses de 20 g com intervalos de 3 h 3. Doses de 40 g com intervalos de 6 h O momento e a distribuição da ingestão de proteínas é um fator chave na taxa de síntese proteica muscular Durante as 12h de repouso após a prática de exercício físico resistido, a ingestão de Whey Protein de 3 em 3 horas na dose de 20 g, foi o PADRÃO ideal para promover taxas significativas de síntese muscular Avaliação da distribuição da quantidade proteica diária entre as refeições O consumo de uma quantidade moderada de proteína em 3 refeições por dia foi mais eficaz em produzir síntese muscular em 24 h em relação ao hábito de consumir maior parte da necessidade proteica no período da noite Conclusão Uma explicação teórica da melhor estimulação da SPM numa ingestão proteica mais distribuída ao longo do dia, pode ser atribuída ao fato de que a quantidade de AAE e de LEUCINA ideias para maximizar a SPM, estejam repetidamente a ser fornecida, em intervalos regulares Atherton, P.J. et al., 2010 Estudos tem sugerido que a ingestão de uma fonte de proteína de absorção mais lenta, antes de dormir, promove um balanço nitrogenado positivo durante a noite. Manter uma maior disponibilidade de aminoácidos no sangue ao longo da noite, parece estimular a SPM e/ou atenuar a DPM Res, P.T. et al., 2012; Betts, J.A. et al., 2011; Groen, B.B. et al., 2012 É hora da revisão: 1. O processo de hipertrofia requer lesão muscular, nutrição adequada e descanso; 2. Possivelmente, a quantidade de proteína recomendada para ganho de massa muscular atualmente, precisa ser revista; 3. A necessidade média para ganho de massa muscular deve ficar por volta de 1,6 g de proteína por kg de peso corporal; 4. Doses de 20 g por refeição parecem ser mais eficazes, podendo chegar a 40 g, dependendo do tipo de treinamento e/ou idade do indivíduo; 5. Fracionar a proteína diária em todas as refeições é maiseficaz que consumir em grandes quantidades e em poucas refeições. EMAGRECIMENTO Para falar sobre emagrecimento, é inevitável citarmos 3 estratégias mais utilizadas hoje em dia: LOW CARB CETOSE JEJUM INTERMITENTE Não existe consenso Inferior a 45% do VET 20 – 50 g por dia < 10% do VET Vários protocolos 12h, 24h, 48h... Um breve histórico: As dietas para perda de peso até o final do século XX tinham como base principal uma grande restrição de gordura na dieta, eram as dietas “lowfat”, porém as dietas pobres em carboidratos e com uma maior proporção de gorduras e proteínas começaram a ser foco de atenção dos pesquisadores. XAVIER, 2017 Cuidado! Correlação não é causa O excesso de carboidratos refinados na dieta pode desencadear diversas reações metabólicas negativas, tais como: hiperglicemia, hiperinsulinemia, podendo acarretar em resistência a insulina, gerando uma cascata que pode levar o individuo ao sobrepeso e obesidade, ocorrendo assim o surgimento de diversas patologias. CARMO, 2017 Índice Glicêmico É a velocidade de transformação dos carboidratos em glicose e energia para o corpo. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=%C3%ADndice+glicemico&source=images&cd=&cad=rja&docid=WS2fa6krTn4gEM&tbnid=WBwzpzhF6Qm79M:&ved=0CAUQjRw&url=http://verdesnaturais.com/tag/nutriente/&ei=paBMUeqqOonq8gT85oGABA&psig=AFQjCNFEmcB9TPOg4eoYW-JQWNnNnW5rhQ&ust=1364062512622728 •≤ 55Baixo IG •56 - 60Moderado IG •≥ 70Alto IG BRAND-MILLER; FOSTERPOWELL; COLAGIURI, 2003 Diversos estudos têm mostrado que os carboidratos são substratos energéticos indispensáveis à realização dos exercícios físicos, e estão relacionados diretamente com o desempenho esportivo. Carboidratos x Alta intensidade • Nos exercícios de alta intensidade, observa-se a preferência do organismo pelos carboidratos como substrato energético, em detrimento dos lipídios e das proteínas, pois os carboidratos apresentam a capacidade de produzir adenosina trifosfato (ATP) mais rapidamente, por meio de processos oxidativos. 2015 Foram selecionados estudos que continham no máximo 120 g de CHO 5 semanas de dieta Acúmulo de gordura hepática: 44,6% - 11,9% • Estudo de 6 semanas; • 4 “WOD’s” por semana • Composição corporal realizada por DEXA • LCKD x Normal diet < 50 g de CHO por dia < 10% energia Objetivo de induzir e manter cetose O protocolo seguido, pode levar à perda de peso e melhorar a composição corporal sem afetar negativamente a massa magra, a força ou o desempenho. Os atletas de Crossfit podem melhorar o desempenho e, ao mesmo tempo, melhorar sua composição corporal Esses resultados também podem ser úteis para atletas de levantamento de peso olímpico, boxeadores ou lutadores, que buscam perder gordura, mas sem comprometer o desempenho 16 obesos 3 lanches 3 refeições3 refeições O fracionamento das refeições não promoveu maior perda de peso em indivíduos obesos É hora da revisão: 1. Indivíduos diabéticos se beneficiam da LC em diversos parâmetros; 2. Reduções não precisam ser, necessariamente, severas para que existam melhoras; 3. A melhora em alguns parâmetros pode existir em curtos espaços de tempo; 4. Para ser considerada low-carb, a dieta precisa estar abaixo das recomendações atuais de CHO (menor que 50%); 5. Dieta cetogênica não é para todo mundo, assim como o JI. Uma anamnese completa sobre a rotina do paciente, preferências, nível de ansiedade, compulsão alimentar é a melhor forma de decidirmos qual melhor protocolo a ser usado; 6. No final das contas, o balanço energético SEMPRE será o divisor de águas. @andremaranhaonutri André Maranhão “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” Roberto Shinyashiki
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