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Estratégias de emagrecimento e hipertrofia muscular Profª Júlia Canto Nutricionista N U T R I Ç Ã O E S P O R T I VA S D E 3 9 4 7 Avaliação nutricional • Investigação detalhada dos hábitos alimentares → padrão alimentar, número, tipo e composição das refeições, restrições, preferências alimentares e apetite. • Avaliação dos hábitos e das condições alimentares da família → disponibilidade de alimentos, condições, procedimentos e comportamentos em relação ao preparo, conservação, armazenamento e cuidados higiênicos. • Cálculo do gasto energético e avaliação da ingestão alimentar → definição a quantidade calórica a ser consumida de acordo com o objetivo e composição corporal do paciente. Dieta isocalórica, hipercalórica ou hipocalórica. Mecanismos fisiológicos: fome, saciedade, controle glicêmico... Determinantes da ingestão alimentar Mecanismos comportamentais: escolha do alimento, cultura, hábitos, estilo de vida, preferências e aversões... Balanço energético Hipertrofia muscular Hipertrofia muscular É o aumento da secção transversal da área de células musculares (fibras) → estimulado principalmente pelo acréscimo de proteínas miofibrilares que são predominantemente compostas pelas proteínas actina e miosina. Síntese proteica • A síntese proteica no musculo esquelético é regulada por inúmeras sinalizações que exercem controle sobre o RNA mensageiro (RNAm). • As principais vias envolvidas nestes processos são as cascatas desencadeadas pela insulina e fatores de crescimento, como o fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1) → ativam mTOR Síntese proteica • O exercício ativa as vias de transdução de sinais para gerar um aumento na síntese de proteínas contráteis, e ao mesmo tempo inibe as vias intracelulares que sinalizam atrofia muscular (degradação proteica). • O exercício resistido induz a atividade da via PI3-K/Akt/mTOR sinalizadora da cascata de modulação da síntese proteica → hipertrofia Síntese proteica • Insulina • IGF-1 • Leucina • Exercício de força (após) • Hormônio do crescimento • Exercício aeróbico (AMPK) • Ingestão calórico-proteica insuficiente • Estresse metabólico Síntese proteica Todos os aminoácidos precisam estar presentes! Síntese proteica Síntese proteica Durante o exercício, a síntese proteica é suprimida. • Diminuição da energia destinada à SP; • Liberação de glicocorticoides; • Diminuição da insulina. Após o exercício, a taxa de síntese supera a taxa de degradação, que retorna aos valores pré-exercício Estratégias nutricionais para hipertrofia muscular Quando se fala em hipertrofia muscular, é preciso, na maioria dos casos, uma dieta hipercalórica e hiperproteica. • A recomendação proteica para indivíduos ativos é de 1,4 a 2,0g/Kg. • Fracionar quantidade ao longo do dia, a cada 3-4h, na dose de 0,25g/Kg ou 20-40g, sendo de 0,5-0,6g/Kg ou 30-40g antes de dormir. • No período após o treino (até 2h) é fundamental o fornecimento de 10g de AAE para potencializar a recuperação muscular e a síntese proteica. THOMAS et al., 2016; JAGER et al., 2017 Estratégias nutricionais para hipertrofia muscular Mesmo com o estímulo anabólico do exercício físico e da ingestão proteica, se a ingestão energética não estiver adequada, a hipertrofia muscular será prejudicada! Para promover um balanço nitrogenado positivo, são necessárias no mínimo 100 Kcal não nitrogenadas para cada grama de nitrogênio. • Ex: se uma dieta tiver 15g de nitrogênio, serão necessárias 1500Kcal, no mínimo, advindas de carboidratos e gorduras. • 1gN = 6,25g de proteína. Estratégias nutricionais para hipertrofia muscular Atividade Quantidade de CHO por dia Leve intensidade duração < 1h/dia 3–5 g/Kg/dia Moderada intensidade duração de 1h/dia 5–7 g/Kg/dia Alta intensidade duração de 1-3h/dia (ex: endurance) 6–10 g/Kg/dia Muito alta intensidade mais de 4h/dia 8–12 g/Kg/dia Recomendação habitual no esporte: 15 a 30% do VET Carboidratos Lipídios Janela anabólica -Nutrient timing Mas... A quantidade de proteínas ingerida ao longo do dia e o seu adequado fracionamento é mais importante do que a quantidade de proteína pós-treino Estudos já demonstraram que a ingestão de proteínas de AVB contendo 10g de AA essenciais (aprox. 15-20g de PTN) até 2h após o exercício maximiza a síntese proteica muscular. Emagrecimento Emagrecimento EMAGRECERPERDER PESO ou • Peso = soma de todos os compartimentos corporais (gordura, músculos, ossos, água, tecidos etc.) • Não necessariamente significa perder gordura! • Perder peso vindo de outros compartimentos pode não ser desejável • Significa a redução da quantidade de gordura corporal • É o que buscamos no planejamento dietético para obesidade Emagrecimento Emagrecimento Elevado %GC pode prejudicar a hipertrofia Biogênese mitocondrial • Biogênese mitocondrial envolve a expressão coordenada do genoma mitocondrial (mtDNA) e nuclear (nDNA) que produzem proteínas dessa organela. • Vias AMP-AMPK-PGC1α Rev Bras Med Esporte – Vol. 23, No 4 – Jul/Ago, 2017 Biogênese mitocondrial Estratégias nutricionais para emagrecimento Para o emagrecimento é necessário promover uma restrição calórica (dieta hipocalórica) → 10 a 20% do GET ou de 250 a 500 Kcal. • Em geral, a massa corporal total diminui em resposta a períodos prolongados do balanço energético negativo → proporção da perda é de aprox. 75% de tecido adiposo e 25% em massa livre de gordura. • Se a perda de peso estiver acompanhada de redução da massa muscular esquelética, pode afetar negativamente os processos metabólicos, função muscular e desempenho físico, além do próprio emagrecimento → dieta hiperproteica. CARBONE et al., 2012 OLIVEIRA, SANTOS, TOSCANO, 2019 30% de LIP 40% CHO 30% PTN OU > 1,0 g/kg • Moderada restrição de CHO e manutenção de LIP • Acima da RDA já pode ser considerada hiperproteica. • Mais comum: 1,2 a 1,6 g/kg/dia. • ATENÇÃO: dietas de baixo carboidrato precisam ser hiperproteicas para evitar que o corpo usar proteína muscular como fonte de energia! Dietas hiperproteicas e emagrecimento OLIVEIRA, SANTOS, TOSCANO, 2019 Dietas hiperproteicas e emagrecimento • Proteínas: maior ETA → corpo gasta mais calorias para metabolizar • Saciedade (atuam no núcleo arqueado diminuindo grelina) • Manutenção da massa muscular → fracionamento das proteínas ao longo do dia →manutenção da aminoacidemia • Alguns estudos mostram maior oxidação de gorduras à curto prazo. • Modulação da glicemia e melhora de perfil lipídico Gasta mais energia! Dietas hiperproteicas e emagrecimento OLIVEIRA, SANTOS, TOSCANO, 2019 Dietas hiperproteicas e emagrecimento • Boa estratégia em conjunto com a restrição calórica • Em geral, estudos que comparam dietas hipocalóricas e hiperproteicas mostram mais benefícios na perda de peso e controle metabólico do que apenas hipocalórica e normoproteica. • Não significa ofertar proteína em excesso! • Fracionamento→ atenção à quantidade por refeição. Deficiência relativa de energia – RED-S Atenção à restrição calórica! Se excessiva, pode promover uma deficiência relativa de energia (RED-S) em atletas. Para garantir uma boa disponibilidade energética, usa-se a fórmula: DE = (IE – GEE)/MLG DE = disponibilidade energética, IE = ingestão energética, GEE = gasto energético do exercício, MLG = massa livre de gordura. THOMAS et al., 2016 • Representa o total de energia para o corpo realizar todas as suas outras funções (vitais). • Faixa recomendada: 45 Kcal/MLG • < 30 Kcal/MLG pode levar a consequências sérias no atleta. Adaptado de Mountjoy et al., 2018. Deficiência relativa de energia – RED-S Ingestão de fibras e emagrecimento • Requerem mais tempo de mastigação • Aumento do tempo de esvaziamento gástrico • Diminuição da secreção de insulina • Aumento da sensação de saciedade • Auxilio do bom funcionamento e da integridadedo intestino • Controle do colesterol e da glicose plasmáticos. Ingestão de fibras e emagrecimento FERMENTAÇÃO INTESTINAL fibras prebióticas Pectinas, inulina FOS SÍNTESE DE BACÉRIAS BIFIDOGÊNICAS E LACTOBACILOS ESTIMULAM A PRODUÇÃO DE AGCC AMBIENTE INTESTINAL SAUDÁVEL ABSORÇÃO DE NUTRIENTES OTIMIZA PRODUÇÃO DE INSULINA OTIMIZA METABOLISMO DE CARBOIDRATOS E LIPÍDIOS Efeito EPOC • Consumo excessivo de oxigênio no pós exercício → EPOC (excess posterxercise oxygen consumption) • Finalidade: ressíntese da via ATP/CP, recuperação muscular, atenuação dos níveis de lactato, estabilização da frequência cardíaca e da temperatura corporal • A duração do efeito EPOC ainda é incerta, mas acredita-se que aconteça em torno de 1 hora pós exercício. • Dessa forma, o exercício demanda energias extras do organismo, além do programado durante o momento da atividade física. • O efeito EPOC é considerado importante para processos de perda de peso → depende da intensidade e volume do treino. Periodização Nutricional Efeito Platô Efeito mais rápido no início Adaptação → estabilização Efeito Platô Periodização nutricional • Mudar as estratégias para promover novos estímulos • Objetivos: favorecer o metabolismo oxidativo, “quebrar” o efeito platô, melhorar performance esportiva. • Low carb, Jejum intermitente e Cetogênica→ estratégias podem ser aplicadas na periodização, junto com a restrição calórica. • Adesão→mudar estratégias também pode ajudar. • Qualidade alimentar deve ser prioridade → saúde e performance Associação entre dieta e treinamento É possível emagrecer e hipertrofiar ao mesmo tempo?
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