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APG S16P1- INFLAMAÇÃO ARTICULAR OBJETIVOS Compreender o metabolismo do ácido úrico no sangue; Entender a anatomia do pé (articulações e movimentos); Conhecer a fisiopatologia da gota. ANATOMIA DO PÉ O tarso (tornozelo) é a região Ossos tarsais: proximal do pé que consiste em 7 ossos tarsais incluindo o tálus e o calcâneo, localizados na parte posterior do pé. O calcâneo é o maior e mais forte osso tarsal. Os ossos tarsais anteriores são o navicular, os 3 cuneiformes, chamados cuneiformes lateral, intermédio e medial, e o cuboide. As articulações entre os ossos tarsais são chamadas articulações intertarsais. O tálus, o osso tarsal mais superior, é o único osso do pé que se articula com a tíbia e com a fíbula. Ele se articula de um lado com o maléolo medial da tíbia e do outro lado com o maléolo lateral da fíbula. Essas articulações formam a articulação talocrural (tornozelo). Durante uma caminhada, o tálus transmite cerca da metade do peso do corpo para o calcâneo. O restante é transmitido para os outros ossos tarsais. : O metatarso, região intermediária do Metatarso pé, consiste em cinco ossos metatarsais numerados de I a V, de medial para lateral, cada metatarsal consiste em uma base proximal, uma diáfise intermediária e uma cabeça distal. Os ossos metatarsais se articulam proximalmente com o primeiro, o segundo e o terceiro cuneiformes e com o cuboide para formar as articulações tarsometatarsais. Distalmente, eles se articulam com a fileira proximal de falanges para formar as articulações metatarsofalângicas. O primeiro metatarsal é mais espesso que os outros porque sustenta mais peso. Falanges: Cada falange consiste em uma base proximal, uma diáfise intermediária e uma cabeça distal. O hálux apresenta duas grandes falanges chamadas falange proximal e falange distal. Os outros 4 dedos apresentam três falanges cada um – proximal, média e distal. As falanges proximais de todos os dedos se articulam com os ossos metatarsais. As falanges médias dos dedos (II a V) se articulam com suas falanges distais, enquanto a falange proximal do hálux (I) se articula com sua falange distal. As articulações entre as falanges do pé, assim como as das mãos, são chamadas de articulações interfalângicas. Os arcos possibilitam que o pé Arco do pé: suporte o peso do corpo, distribuem o peso corporal de maneira ideal pelos tecidos moles e duros do pé e proporcionam uma alavanca na ação de caminhar. O arco longitudinal apresenta duas partes, ambas formadas pelos ossos tarsais e metatarsais distribuídos de maneira a formar um arco da parte anterior para a posterior do pé. A parte medial do 19. 20. arco longitudinal se origina no calcâneo, sobe até o tálus e desce pelo navicular, três cuneiformes e cabeças dos três ossos metatarsais mediais. A parte lateral do arco longitudinal também começa no calcâneo; sobe até o cuboide e desce pelas cabeças dos dois ossos metatarsais laterais. O arco transverso é encontrado entre as porções lateral e medial do pé e é formado pelo navicular, pelos três cuneiformes e pelas bases dos cinco ossos metatarsais. Quando uma pessoa usa salto alto, OBS 1: entretanto, a distribuição de peso muda, de modo que a parte anterior do pé pode receber até 80% do peso e o calcanhar, 20%. Em consequência disso, os coxins gordurosos na parte anterior do pé sofrem danos e surgem dor articular e alterações estruturais ósseas. METABOLISMO DO ÁCIDO ÚRICO O ácido úrico é o produto final do catabolismo das purinas (adenina e guanina), sendo formado principalmente no fígado a partir da xantina pela ação da enzima xantina oxidase. Há uma relação entre o metabolismo de purinas e ingestão protéica, relatando que os ácidos nucléicos devem ser sintetizados a partir de aminoácidos, podendo assim, estimular o metabolismo nuclear e contribuir para um aumento do anabolismo das purinas. Sendo assim, os níveis séricos de ácido úrico apresentam-se elevados em decorrência de uma elevada ingestão protéica, por um aumento na produção endógena de urato ou pela redução da excreção renal de urato monossódico. Individualmente, os níveis de ácido úrico dependem de fatores metabólicos determinados geneticamente, como atividade enzimática, fatores nutricionais e também da eficiência de sua excreção renal. Tradicionalmente, níveis aumentados de ácido úrico são relacionados predominantemente com a desordem clínica conhecida como gota, na qual a hiperuricemia é um fator de risco para tal doença e que ocorre devido à deposição de cristais de uratos monossódicos insolúveis nas articulações. Entretanto, além do envolvimento articular. FISIOPATOLOGIA DA GOTA A gota é uma forma de artrite O QUE É A GOTA? que causa episódios súbitos e graves de dor, sensibilidade, rubor, calor e tumefação das articulações. Afeta em geral uma articulação em cada vez, com freqüência a articulação maior do dedo grande do pé, quando então se chama podagra. Pode afetar também outras articulações, como as do joelho, tornozelo, pé, mão, punho e cotovelo. A dor e a tumefação da gota são causadas por cristais de ácido úrico depositados na articulação. O ácido úrico é uma substância que se forma normalmente quando o organismo decompõe produtos de excreção denominados purinas. O ácido úrico em geral dissolve-se no sangue e passa para a urina através dos rins. Na pessoa com gota, os níveis de ácido úrico no sangue ficam tão altos que se formam cristais de ácido úrico, que se depositam nas articulações e em outros tecidos, causando inflamação do revestimento da articulação (sinóvia). Após vários anos, os Formação dos Tofos: cristais de ácido úrico podem acumular-se na articulação e nos tecidos circunjacentes, formando grandes depósitos denominados tofos, que têm o aspecto de caroços debaixo da pele. Os tofos são encontrados com freqüência ao redor das articulações afetadas por ataques de gota anteriores, em cima dos dedos das mãos e dos pés e na borda externa da orelha. Os cristais de ácido úrico Outros Problemas: podem formar pedras nos rins, nos ureteres (tubos que ligam os rins com a bexiga), ou na própria bexiga. Vários fatores podem permitir a formação desses depósitos. Podem ocorrer depósitos quando você não bebe a quantidade de líquidos suficientes para que a urina possa dissolver todo o ácido úrico. Podem também formar-se depósitos em decorrência de anormalidades metabólicas, como, por exemplo, a incapacidade do organismo de tornar a urina menos ácida. A gota pode associar-se com a pressão arterial alta ou com as doenças renais. Como esses problemas podem levar os rins a funcionarem mal, seu médico pesquisará se há complicações e as tratará quando presentes. CAUSAS DA GOTA Quase todas as pessoas com gota têm níveis aumentados de ácido úrico no sangue (hiperuricemia). Há muitas pessoas, porém, que têm hiperuricemia mas não têm gota. A hiperuricemia é causada por uma das situações seguintes, ou por ambas: • Os rins não conseguem livrar-se do ácido úrico com rapidez suficiente. • O organismo produz ácido úrico demais. O uso de certos diuréticos pode causar hiperuricemia. Utilizam-se os diuréticos para livrar o organismo do excesso de líquidos e para diminuir a pressão arterial. Os diuréticos, entretanto, podem comprometer a capacidade dos rins de eliminar o ácido úrico, aumentando desse modo os níveis de ácido úrico no sangue. Podem também desempenhar papel importante na hiperuricemia e na gota as características hereditárias e fatores como dieta, peso e uso de álcool. ALIMENTOS A SEREM EVITADOS Sardinhas, anchovas e frutos do mar • Aves domésticas e carnes • Miúdos (rim, fígado) • Legumes (feijão, soja, ervilha) Muito embora tenham seu papel nos episódios de gota, e como taldevem ser controlados, a dieta e o excesso de bebida não constituem a causa principal desse transtorno. (Também está relacionada com a obesidade). REFERÊNCIAS MORESCO, Noal. Ácido úrico como fator de risco para doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. Rev. Bras. Farm, v. 92, n. 1, p. 3-8, 2011. TORTORA, Gerad J., and Bryan Derrickson. Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2016.
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