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SP1- UC10- FERNANDA VIEIRA

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SP1- UC10
Fernanda Silveira Vieira RA: 25172 T4-A
1 – Entenda o ciclo celular (fases, como ocorre, desenvolvimento, sinalização, proteínas de reparo, regulação). 
O ciclo celular pode ser considerado como um o ciclo de vida de uma célula. Isto é, é a série de estágios de crescimento e desenvolvimento que uma célula passa entre seu "nascimento" - formação pela divisão de uma célula mãe - e reprodução - divisão para gerar duas células filhas.
Estágios do ciclo celular
Para se dividir, uma célula deve completar várias tarefas importantes: ela precisa crescer, copiar seu material genético (DNA), e dividir-se fisicamente em duas células-filhas. As células realizam estas tarefas em uma série de etapas previsíveis e organizadas que constituem o ciclo celular. O ciclo celular é um ciclo e não um caminho linear, porque ao final de cada um, as duas células-filhas podem começar novamente mesmo processo, a partir do início.
Em células eucarióticas, ou células com núcleo, os estágios do ciclo celular são divididos em duas fases principais: interfase e a fase mitótica (M).
· Durante a interfase, a célula cresce e faz uma cópia de seu DNA.
· Durante a fase mitótica (M), a célula separa seu DNA em dois conjuntos e divide seu citoplasma, formando duas novas células.
Interfase
A preparação para a divisão acontece em três etapas:
· Fase G: Durante a fase, também chamada de primeira fase de intervalo, a célula cresce e torna-se fisicamente maior, cópia organelas, e fabrica os componentes moleculares que precisará nas etapas posteriores. 
· Fase S: Na fase S, a célula sintetiza uma cópia completa do DNA em seu núcleo. Ela também duplica uma estrutura organizadora de microtúbulos chamada de centrossomo. Os centrossomos ajudam a separar o DNA durante a fase M.
· Fase G: Durante a segunda fase de intervalo, ou fase G. A célula cresce mais, produz proteínas e organelas, e começa a reorganizar seu conteúdo em preparação para a mitose. A fase G_2 termina com o início da mitose.
As fases G juntas são chamadas de interfase. O prefixo inter significa entre, refletindo que a interfase ocorre entre uma fase mitótica (M) e a próxima.
Imagem do ciclo celular. A interfase é composta da fase G1 (crescimento da célula), seguida pela fase S (síntese de DNA), seguida pela fase G2 (crescimento da célula). Ao final da interfase, vem a fase mitótica, que é composta de mitose e citocinese e leva à formação de duas células-filhas. A mitose precede a citocinese, apesar de que os dois processos normalmente se sobrepõem um pouco. 
Fase M
Durante a fase mitótica (M), a célula divide seu DNA duplicado e o citoplasma para formar duas novas células. A fase M envolve dois processos distintos relacionados à divisão: mitose e citocineses.
Na mitose, o DNA nuclear da célula se condensa em cromossomos visíveis e é separado pelo fuso mitótico, uma estrutura especializada formada por microtúbulos. A mitose acontece em quatro etapas: prófase (algumas vezes dividida em prófase inicial e prometa fase), metáfase, anáfase e telófase. Você pode aprender mais sobre estes estágios 
Na citocinese, o citoplasma da célula é dividido em dois, formando duas novas células. A citocinese normalmente começa assim que a mitose termina, com alguma sobreposição. É importante notar que a citocinese ocorre de formas diferentes em células animais e vegetais.
Citocinese em células animais e vegetais.
Em uma célula animal, um anel contrátil de fibras de citoesqueleto se forma no meio da célula e se contrai, produzindo uma invaginação chamada sulco de clivagem. Ao final, o anel contrátil divide a célula-mãe, produzindo duas células-filhas.
Em uma célula vegetal, vesículas oriundas do complexo de Golgi se movem para o meio da célula, onde elas se fundem para formar uma estrutura chamada placa celular. A placa celular se expande para fora e se conecta com as paredes laterais da célula, criando uma nova parede celular que divide a célula-mãe para formar duas células-filhas. 
· Em animais, a divisão da célula ocorre quando um conjunto de fibras cito esqueléticas chamado anel contrátil contrai-se em direção ao interior da célula e parte a célula em duas, um processo chamado de citocinese contrátil. A endentação produzida à medida que o anel se contrai para o interior da célula é chamada de sulco de clivagem. Células animais podem ser clivadas em duas, por compressão, porque são relativamente macias e moles.
· Células de plantas são muito mais duras que células animais; elas são cercadas por uma parede celular rígida e têm uma pressão interna alta. Por isto, as células de plantas se dividem em duas através da construção de uma nova estrutura no meio da célula. Esta estrutura, conhecida como lamela média, é feita de membrana plasmática e componentes da parede celular disponíveis em vesículas, e ela divide a célula em duas.
Saída do ciclo celular e G
O que acontece às duas células-filhas produzidas numa rodada do ciclo celular? 
Isto depende de que tipo de células elas são. Alguns tipos de células dividem-se rapidamente, e nestes casos, as células-filhas podem entrar imediatamente em um novo ciclo de divisão celular. Por exemplo, muitos tipos de células em um embrião jovem dividem-se rapidamente, como as células em um tumor.
Outros tipos de células dividem-se lentamente ou não se dividem. Estas células podem deixar a fase G e entrar em um estado de repouso chamado Fase G. Em G, a célula não está ativamente se preparando para dividir, está apenas desempenhando suas funções. Por exemplo, pode conduzir sinais como um neurônio (como aquele no desenho abaixo) ou armazenar carboidratos como uma célula do fígado. G é um estado permanente para algumas células, enquanto outras podem reiniciar a divisão caso recebam os sinais corretos.
Imagem de um neurônio com uma estrutura ramificada complexa; este tipo de neurônio é chamado de célula de Purkinje.
Quanto tempo dura o ciclo celular?
Células diferentes podem levar tempos diferentes para completar o ciclo celular. Uma típica célula humana pode levar cerca de 24 horas para se dividir, mas células de ciclo rápido de mamíferos, como aquelas que revestem o intestino, podem completar um ciclo a cada 9-10 horas quando mantidas em cultura.
Diferentes tipos de células também dividem seu tempo entre as fases do ciclo celular de formas diferentes. Em embriões novos de rã, por exemplo, as células quase não gastam tempo em G_ e, ao invés disso, passam rapidamente pelas fases S e M - resultando na divisão de uma grande célula, o zigoto, em muitas células menores.
2 – Entenda diferenciação celular, metástase e apoptose (mutações). 
A diferenciação celular constitui um processo biológico complexo e vital, uma vez que regula a expressão de um grande número de genes ligados a funções tecido-específicas e controla a proliferação celular. O processo de diferenciação compreende diversas etapas programadas geneticamente. Dentre elas, destacam-se: a proliferação de células progenitoras ou células-tronco (stem cells), imortais e que respondem a estímulo mitogênico; a ativação e/ou repressão de inúmeros genes; a expressão de proteínas de determinadas linhagens, que mediam funções biológicas específicas; a repressão progressiva da capacidade de responder a fatores mitogênicos; e por fim, a diferenciação terminal completa, associada à perda irreversível do potencial proliferativo. A carcinogênese, por sua vez, é caracterizada pela produção de clones de células com alterações genéticas e epigenéticas, comumente associadas com a expressão e função anormais de proto-oncogenes e/ou antioncogenes, que resultam, sobretudo, em perda do controle sobre a diferenciação e proliferação celulares. Estes clones exibem propriedades típicas de células que não sofreram diferenciação terminal completa, ou seja, mantêm a imortalidade e capacidade de responder a estímulo proliferativo. Segundo esta perspectiva, considera-se o câncer uma doença de diferenciação1-4. Por outro lado, postula-se que no fígado adulto, as denominadas células ovais (pequenas células com núcleo ovoide),que proliferam durante as etapas iniciais da hepatocarcinogênese, são células progenitoras que podem se diferenciar em hepatócitos, bem como dar origem ao câncer hepático. Em nossos estudos de carcinogênese experimental no modelo do hepatócito resistente (modelo RH)6-9, observamos que o ß-caroteno (carotenoide com atividade pró vitamínica A) reduziu o número de células ovais remanescentes (ao final do período experimental). Este achado sugere que o carotenoide pode favorecer a diferenciação celular hepática, o que poderia explicar o papel protetor do carotenoide contra lesões Pré-neoplásicas no fígado, constatado nos referidos estudos. Neste contexto, objetiva-se revisar a relação entre a diferenciação das células ovais e o câncer hepático, e o papel do ß-caroteno na diferenciação celular, como um eventual mecanismo de ação do carotenoide na quimioprevenção do câncer.
DIFERENCIAÇÃO CELULAR: IMPORTÂNCIA NA HEPATOCARCINOGÊNESE E PAPEL MODULADOR DO ß-CAROTENO Cellular Differentiation: Importance in Hepatocarcinogenesis and Modulator Role of ß-Carotene Maria Margareth Veloso Naves e Fernando Salvador Moreno http://www1.inca.gov.br/rbc/n_46/v04/pdf/artigo4.pdf
Metástase:
Câncer avançado
Câncer avançado pode significar coisas diferentes para referências diferentes. Neste texto, com base em referências da American Cancer Society, câncer avançado corresponde àquele que não pode ser curado, ou seja, que não desaparece completamente e em que o paciente não pode se afastar do tratamento.
Os cânceres avançados podem ser localmente avançados ou metastáticos.
Os cânceres metastáticos se espalharam do órgão em que começaram para outras partes do corpo. Este tipo de câncer é considerado avançado quando não pode ser curado ou controlado com o tratamento.
Nem todos os cânceres avançados se espalharam para outras partes do corpo. Por exemplo, alguns tipos de câncer que começam no cérebro podem ser considerados avançados devido ao seu grande tamanho ou proximidade com órgãos ou vasos sanguíneos importantes. Isso quer dizer que ele não pode ser completamente curado, apresenta risco de vida ao paciente, mesmo que não esteja disseminado para outros órgãos.
Da mesma forma, nem todos os cânceres metastáticos são cânceres avançados. Alguns tipos de câncer, como o câncer de testículo, podem se espalhar para outras partes do corpo e ainda assim apresentar altas chances de cura.
O câncer localmente avançado é usado para descrever o tumor que cresceu fora do órgão em que começou, mas ainda não se espalhou para partes distantes do corpo. Por exemplo, o câncer de pâncreas localmente avançado geralmente não é curável. Mas outros tipos de câncer localmente avançados, como alguns tipos de câncer de próstata, podem ser curados.
O câncer avançado geralmente pode ser tratado. Mesmo que não possa ser curado, o tratamento ajuda a:
· Reduzir o tamanho do tumor.
· Retardar seu desenvolvimento.
· Aliviar os sintomas.
· Aumentar a sobrevida do paciente.
Para alguns pacientes, o câncer já pode estar avançado no momento do diagnóstico da doença. Para outros, o câncer pode não se desenvolver por até anos após o primeiro diagnóstico.
À medida que o câncer avançado cresce mais, pode causar sintomas que precisam ser tratados para ajudar a controlá-los. Esses sintomas quase sempre podem ser tratados, mesmo quando o próprio câncer não responde mais ao tratamento.
Metástase (Câncer metastático)
Quando o câncer se dissemina além do local onde começou (sítio primário) para outras partes do corpo é denominado metástase. A metástase pode ocorrer quando as células cancerosas viajam através da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras áreas do corpo.
A imagem abaixo mostra algumas partes do sistema linfático, como linfonodos e vasos linfáticos, além de órgãos e tecidos que contêm os linfócitos (células do sistema imunológico).
Se as células se disseminam através do sistema linfático, podem ir para os linfonodos próximos ou se disseminar para outros órgãos. Entretanto, as células cancerígenas quando se desprendem do tumor primário, geralmente, se disseminam através da corrente sanguínea. Muitas dessas células morrem sem causar quaisquer problemas. Mas algumas se estabelecem em uma nova área, onde começam a crescer e formar novos tumores. Essa disseminação do tumor em uma nova parte do corpo é denominada metástase.
Antes das células cancerígenas se disseminarem para outras partes do corpo, elas passam por várias mudanças:
· Precisam se desprenderem do tumor primário e entrar na corrente sanguínea ou sistema linfático, que as transportará para outra parte do corpo.
· Em algum momento, elas precisam aderir à parede de um vaso sanguíneo ou linfático e alcançar um novo órgão.
· Precisam ser capazes de crescer e se multiplicar em sua nova localização.
· Precisam ser capazes de evitar ataques do sistema imunológico do corpo.
Após passar por todas essas etapas, as células que formam os novos tumores podem já não ser exatamente as mesmas que iniciaram o tumor primário, no entanto terão as características das células onde se originaram. Isso pode torná-las mais difícil de serem tratadas.
Metástase óssea
As metástases podem ocorrer em qualquer osso no corpo, mas são mais frequentemente encontradas nos ossos próximos ao eixo central do corpo. A coluna vertebral é o local mais comum de metástase óssea. Outros locais comuns são osso do quadril (pelve), osso da perna (fêmur), osso do braço (úmero), costelas e crânio.
Depois que o câncer se dissemina para os ossos ou outros locais do corpo raramente é curável, mas ainda pode ser tratado para reduzir, bloquear ou retardar seu crescimento. Mesmo que a cura não seja mais possível, o tratamento aumenta a sobrevida do paciente.
Alterações ósseas e outros problemas
Osso é a estrutura de suporte do corpo. Os ossos são constituídos de células, uma rede de tecido fibroso denominada matriz e minerais como o cálcio que dá ao osso resistência e consistência. O osso contém dois tipos principais de células ósseas: os osteoblastos e os osteoclastos.
Entender um pouco sobre estes dois tipos de células ajuda a compreender como as metástases ósseas crescem e como alguns medicamentos agem para tratá-las. O osteoblasto é a célula que forma um novo osso, e o osteoclasto é a célula que reabsorve e remodela o osso antigo. Quando essas duas células estão funcionando corretamente, novos ossos estão sempre se formando enquanto os ossos velhos estão sendo reabsorvidos. Isso ajuda a manter os ossos fortes.
As células cancerígenas podem afetar os ossos, interferindo nos osteoblastos e osteoclastos:
· Produzindo substâncias que se ligam aos osteoclastos. Isso leva à fratura óssea antes do osso novo ser formado, o que enfraquece os ossos. Os orifícios que se desenvolvem quando partes dos ossos são eliminadas são denominadas osteolíticas ou lesões líticas. As lesões líticas são tão fracas que podem provocar fraturas com pouco ou nenhum trauma.
· Liberando substâncias que se transformam em osteoblastos. Isso leva ao estabelecimento de novo osso sem que o osso velho tenha se reabsorvido. Isso produz uma condição denominada esclerose nas áreas dos ossos. As áreas dos ossos onde isso ocorre são chamadas osteoblásticas ou lesões blásticas. Embora estas áreas blásticas sejam mais rígidas, a estrutura do osso é anormal e essas áreas fraturam mais facilmente do que o osso normal.
A metástase óssea também pode provocar problemas como:
· Quando o câncer se dissemina para os ossos da coluna, pode comprimir a medula espinhal, levando a danos que podem provocar paralisia se a doença não for tratada.
· Conforme as células cancerígenas danificam os ossos, o cálcio é liberado no sangue podendo provocar problemas como a hipercalcemia.
Diferença entre tumor ósseo primário e metástase óssea
Alguns tipos de tumores começam no osso, em vez de se disseminar para os ossos. Esses tumores que se iniciam nos ossos são denominados tumores ósseos primário. Esses cânceres são diferentes das metástases ósseas. A metástase óssea é muito mais comum que os tumores ósseosprimários, principalmente em adultos.
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-avancado-metastase-e-metastase-ossea/13285/357/
Apoptose
Por definição, Apoptose ou Morte Celular Programada é um tipo de "autodestruição celular" que requer energia e síntese proteica para a sua execução. Está relacionado com a homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, exercendo um papel oposto ao da mitose. O termo é derivado do grego "apoptwsiz", que se referia à queda das folhas das árvores no outono - um exemplo de morte programada fisiológica e apropriada que também implica em renovação.
Fisiologicamente, esse suicídio celular ocorre no desenvolvimento embrionário, na organogênese, na renovação de células epiteliais e hematopoiéticas, na involução cíclica dos órgãos reprodutivos da mulher, na atrofia induzida pela remoção de fatores de crescimento ou hormônios, na involução de alguns órgãos e ainda na regressão de tumores. Portanto consiste em um tipo de morte programada, desejável e necessária que participa na formação dos órgãos e que persiste em alguns sistemas adultos como a pele e o sistema imunológico.
A apoptose é um processo rápido, que se completa em aproximadamente 3 horas e não é sincronizado por todo o órgão, portanto diferentes estágios de apoptose coexistem em diversas secções dos tecidos. Devido à taxa rápida de destruição celular é necessário que apenas 2 a 3% das células estejam em apoptose em determinado momento para que se obtenha uma regressão substancial de tecido, atingindo mesmo a proporção de 25% por dia.
Microscopicamente ocorre fragmentação nuclear e celular em vesículas apoptóticas. Diferente da necrose, não existe liberação do conteúdo celular para o interstício e, portanto, não se observa inflamação ao redor da célula morta. Outro fato importante é a fragmentação internucleossômica do DNA, sem nenhuma especificidade de sequência, porém mais intensamente na cromatina em configuração aberta; consequência da atividade de uma endonuclease. Essa fragmentação característica do genoma pode ser identificada in situ pela técnica de TUNEL (Terminal deoxinucleotidil transferase Uracil Nick End Labeling). Pode ser também facilmente visualizada laboratorialmente pela eletroforese do DNA em gel de agarose, produzindo o clássico "padrão em escada", com a formação de bandas contendo múltiplos de 180-200 pb. 
A necrose difere do apoptose por representar um fenômeno degenerativo irreversível, causado por uma agressão intensa. Trata-se, pois, da degradação progressiva das estruturas celulares sempre que existam agressões ambientais severas.
É interessante salientar que o mesmo agente etiológico pode provocar tanto necrose quanto apoptose; sendo que a severidade da agressão parece ser o fator determinante do tipo de morte celular. Vários agentes etiológicos já foram confirmados como indutores de apoptose, entre eles diversas viroses, isquemia, hipertermia e várias toxinas.
Evidências recentes suportam o conceito de que o crescimento tumoral "in vivo" depende da evasão dos mecanismos homeostáticos de controle que operam via indução de morte celular por apoptose. A indução de apoptose seja através de mecanismos imunológicos, seja por outros mecanismos homeostáticos específicos, parece ser extremamente importante no processo de eliminação de células sofrendo transformação maligna. Danos não reparáveis no DNA (por mutações ou infecções virais) aparentemente iniciam o processo de apoptose. É importante salientar que muitos dos genes que condicionam a proliferação celular (chamados oncogenes e genes supressores de tumores) estão também envolvidos na iniciação do processo de apoptose e que a inibição por si só do processo fisiológico do apoptose leva à sobrevivência prolongada das células, favorecendo o acúmulo de mutações e a transformação maligna. Assim, a apoptose representa um mecanismo de eliminação seletiva de células cuja sobrevivência poderia prejudicar o bem estar do organismo.
http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/Apoptose.htm
3 – Diferencie neoplasia, metaplasia, displasia e hiperplasia. Explique tipos de neoplasia.
Classificação das neoplasias 
A neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o homem. 
Neoplasias podem ser benignas ou malignas. As neoplasias benignas ou tumores benignos têm seu crescimento de forma organizada, geralmente lento, expansivo e apresentam limites bem nítidos. Apesar de não invadirem os tecidos vizinhos, podem comprimir os órgãos e tecidos adjacentes. O lipoma (que tem origem no tecido gorduroso), o mioma (que tem origem no tecido muscular liso) e o adenoma (tumor benigno das glândulas) são exemplos de tumores benignos. As neoplasias malignas ou tumores malignos manifestam um maior grau de autonomia e são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e causar a morte do hospedeiro.
Displasia:
A proliferação celular pode ser controlada ou não controlada. No crescimento controlado, tem-se um aumento localizado e autolimitado do número de células de tecidos normais que formam o organismo, causado por estímulos fisiológicos ou patológicos. Nele, as células são normais ou com pequenas alterações na sua forma e função, podendo ser iguais ou diferentes do tecido onde se instalam. O efeito é reversível após o término dos estímulos que o provocaram. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos desse tipo de crescimento celular.
É o processo de crescimento celular no qual as células apresentam modificação de algumas de suas características. Nele há alteração da forma e tamanho das células, além da presença frequente de mitoses (divisões celulares). Há um crescimento desordenado do epitélio e geralmente ocorre em um epitélio metaplásico. No entanto, nem todos os epitélios metaplásicos são também displásicos. Grande parte dos conceitos atualmente consolidados sobre displasia provém de estudos feitos por acompanhamento das lesões observadas no colo do útero. Isso acontece porque esse órgão oferece facilidade de observação e as lesões ocorrem com frequência nesse local. As displasias do colo do útero podem ser sequenciais, progressivas, mas podem também regredir. A progressão da lesão pode levar ao câncer do colo do útero.
Hiperplasia
É o aumento localizado e autolimitado do número de células de um órgão ou tecido. Essas células são normais na forma e possuem a mesma função das do tecido original. A hiperplasia pode ser fisiológica (normal) ou patológica. Na forma fisiológica, os tecidos são estimulados à proliferação para atender às necessidades normais do organismo. Um bom exemplo é observar o que ocorre com a glândula mamária durante a gestação. Na forma patológica, geralmente um estímulo excessivo determina a proliferação, como, por exemplo, na hiperplasia endometrial estimulada por excesso de estrogênios. Na hiperplasia, assim que cessam os estímulos, cessa também a proliferação celular.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf
4 – Sobre HPV.
O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais (na região genital e ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
1. Fisiopatologia
O papilomavirus humano (HPV) é um DNA vírus com forma icosaédrica, de 55 nm de diâmetro e composto por 8000 pares de base. O genoma apresenta forma circular, com dupla hélice de DNA e mais externamente está recoberto pelo capsídeo. É dividido em três regiões: precoce (early = genes E), tardia (late= genes L) e região regulatória contracorrente (URR). Os genes L codificam as proteínas do capsídeo viral e os genes E codificam as proteínas com funções reguladoras da atividade celular, destacando-se as oncoproteínas E6 e E7, que interferem com a função dosgenes celulares supressores de tumores p53 e pRB.
Os HPV são espécie específicas, podendo infectar anfíbios, pássaros e mamíferos. São epiteliotrópicos, causando proliferação epitelial em pele e mucosas. Em seres humanos infectam conjuntivas, cavidade oral, laringe, árvore traqueobrônquica, esôfago, bexiga, ânus, canal anal e trato genital inferior. Localizam-se no núcleo das células do hospedeiro.
Existem cerca de 200 tipos de HPV descritos, sendo aproximadamente 40 habitantes da região anogenital. Metade dos casos apresenta potencial oncogênico, estes podem promover a transformação celular, desenvolvendo lesões precursoras ou mesmo o câncer. Quando existe menos de 50% de semelhança do genoma entre tipos virais, define-se como sendo um novo tipo de HPV.
Os HPV são divididos em dois grupos de acordo com o potencial oncogênico: baixo risco, são os tipos 6, 11, 40, 42, 43, 54, 61, 70, 72, 81, CP6 108, os quais desenvolvem os condilomas e lesões de baixo grau. Os de alto risco são os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73, 82.
A INFECÇÃO:
A infecção pelo HPV se dá por acesso do vírus à membrana basal do epitélio, por meio de microtraumas que ocorrem na relação sexual, ou entrada do mesmo na zona de transformação do colo uterino. Nos HPV de baixo risco, seu DNA se mantém na forma circular sem ocorrer integração ao DNA celular, conhecida assim a forma epissomal. Ele se replica no interior do núcleo da célula hospedeira.
Como o vírus depende da maquinária celular para se multiplicar, ele induz a duplicação celular, que começa a expressar a manifestação da infecção viral nas camadas mais superficiais do epitélio e assim passa a liberar cada vez mais partículas virais no ambiente infectado.
Já na infecção provocada por HPV de alto risco oncogênico, o genoma perde sua forma circular e se integra ao DNA da célula hospedeira. A partir daí, o vírus passa a expressar suas oncoproteínas, sendo que a E6 inibirá a proteína supressora de tumor p53, e a E7 inibirá a pRb. Isto promoverá a imortalização celular. Como consequência, a depender da condição de cada indivíduo, ocorrerá o aparecimento das lesões precursoras ou mesmo o câncer.
O HPV NA MULHER:
A importância principal do HPV está na carcinogênese do colo uterino. Os tipos de alto risco oncogênico podem levar ao aparecimento das lesões de alto grau, as conhecidas neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC) ou mesmo ao câncer de colo uterino, podendo ser do tipo espinocelular ou adenocarcinoma. Os HPV que mais estão relacionados com o câncer são os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos carcinomas escamosos, seguidos pelos 31, 33, 45, 52 e 58, totalizando 89% dos cânceres epiteliais.
Os HPV de baixo risco, em especial o 6 e 11, são responsáveis pela manifestação dos condilomas acuminados em 90% das vezes. Estas lesões se manifestam principalmente na região vulvar, podendo ter tamanhos variáveis.
As lesões de vagina, neoplasias intraepiteliais vaginais (NIVA) e vulva (NIV), menos frequentes que as de colo, também são induzidas principalmente pelos HPV de alto risco oncogênico.
Vale ressaltar que no Brasil, o câncer de colo uterino é a terceira causa de neoplasia entre as mulheres, com taxas de 15 casos/100.000 mulheres ao ano. E 100% dos casos são de etiologia HPV-induzida.
EVOLUÇÃO DA INFECÇÃO PELO HPV NA MULHER:
A maioria das pessoas sexualmente ativas terá contato com o HPV em algum momento de suas vidas.
Após o início sexual, em idades jovens, há alta taxa de infecção, onde os estudos mostram intensa prevalência do vírus; há relatos de que após 2 anos do início sexual, 50% das mulheres já apresentam teste positivo para a presença do DNA de HPV.
Porém a maioria destas infecções apresentam caráter transitório, onde há clareamento do vírus em torno de 2 anos. Cerca de 10% das mulheres não apresentam clareamento, o que torna a infecção persistente.
São estes casos de infecção persistente por tipos oncogênicos de HPV que leva a mulher a um maior risco de desenvolver lesões precursoras ou câncer de colo uterino. Em estudos de coorte, a persistência do tipo 16 do HPV por 10 anos, leva a uma incidência cumulativa de 17% em desenvolver NIC III ou câncer.
A partir do contato com o HPV podemos ter três formas de infecção: a latente, onde se detecta o DNA do vírus, sem qualquer alteração morfológica do epitélio; a subclínica onde se diagnostica alteração citológica ou histológica induzida pelo HPV; a clínica que é a presença das verrugas, onde a própria mulher detectará a doença.
a) Tipos (graus)
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES:
As neoplasias intraepiteliais recebiam classificação de acordo com o grau de acometimento por células atípicas na espessura epitelial. Na neoplasia grau I, a atipia acomete 1/3 da espessura epitelial, no grau II, 2/3 da espessura epitelial e no grau III, toda a espessura epitelial está acometida por atipia. Esta descrição segue o mesmo critério para colo (NIC), vagina (NIVA) e vulva (NIV).
Hoje há uma tendência de utilizar nova terminologia, LAST (lower anogenital squamous terminology), onde a lesão grau I, passa a ser chamada baixo grau e as lesões grau II e III, alto grau. A lesão grau II apresenta comportamento heterogêneo, ora tem boa evolução com regressão espontânea, ora má evolução com progressão. Por este motivo nesta nova classificação, sugere-se estudo imuno-histoquímica da p16 nas lesões de grau II; esta análise caracteriza o comportamento biológico das mesmas, podendo ser classificada assim com baixo grau quando a p16 é negativa, ou alto grau quando positiva.
Os tipos de HPV de alto risco mais comuns incluem:
	· HPV
	· 16.
	· HPV
	· 18.
	· HPV
	· 31.
	· HPV
	· 35.
	· HPV
	· 39.
	· HPV
	· 45.
	· HPV
	· 51.
	· HPV
	· 52.
	· HPV
	· 58.
O HPV genital é um vírus comum. Alguns médicos acreditam que este vírus é quase tão comum quanto o vírus do resfriado.
O HPV genital é especialmente comum entre jovens. Um estudo realizado em 2011 indicou que 45% das mulheres entre 20 e 24 anos tinham um alto risco de HPV. Além disso, entre os jovens de 14 a 19 anos, 25% tiveram um alto risco de HPV. Não há teste de HPV para os homens, embora estudos mostrem que 1 em cada 3 homens (com 18 anos ou mais) são positivos para os tipos de HPV de alto risco.
Sinais e Sintomas
A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).
A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A maioria das infecções em mulheres (sobretudo em adolescentes) tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.
As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.
Lesões clínicas: se apresentam como verrugas na região genital e no ânus (denominadas tecnicamente de condilomas acuminados e popularmente conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista"). Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas (elevadas e solidas). Em geral, são assintomáticas, mas podem causar coceira no local. Essas verrugas, geralmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.
Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu): podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinal/sintoma. As lesões subclinas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para desenvolver câncer.
Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolverlesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (Papilomatose Respiratória Recorrente).
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/hpv
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tipos-de-hpv-de-alto-risco/2575/488/
https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/120-hpv
http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-transmissiveis/condiloma-acuminado-papilomavirus-humano-hpv
d. Tratamento (conização) e prevenção
A infecção pelo HPV é de difícil prevenção, pois depende do contato de pele doente com pelas sadia e não depende da ejaculação. Assim, a camisinha deve ser usada durante toda a relação sexual. Ter um número reduzido de parceiros sexuais também pode contribuir para a redução do risco dessa infecção. Já a prevenção do câncer de colo deve ser feita pela realização regular do preventivo conforme descrito acima. Mais recentemente estão disponíveis vacinas contra os tipos mais comuns de HPV que contaminam a região genital. São dois produtos: um com os dois tipos mais comumente relacionados ao câncer do colo do útero e outro com esses tipos e mais dois tipos, mais comumente relacionados às verrugas genitais. Estima-se que mulheres que tomaram uma dessas vacinas antes de se contaminarem pelo HPV têm redução de até 70% na probabilidade de desenvolverem o câncer do colo do útero. Entretanto, como ainda permanece algum risco, mulheres vacinadas também devem manter a prática do exame preventivo.
https://portal.fiocruz.br/noticia/prevencao-e-tratamento-do-hpv
A conização do colo do útero é um procedimento cirúrgico no qual um pedaço em formato de cone é retirado do órgão para a realização de uma biópsia. Daí também ser conhecida como biópsia em cone.
5 – Entenda a classificação de defesa e a classificação citológica brasileira. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tecnico_citopatologia_caderno_referencia_1.pdf

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