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sp 1.1 proliferarão celular- câncer de colo de útero

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TUTORIA SP 1.1 
SP 1.1 – Eu sempre fui só de você...
Objetivos
1. Conhecer o ciclo celular (percurso)
2. Conhecer os pontos de regulação durante o ciclo celular (funcionamento)
3. Entender os fatores que podem levar a perda da regulação do ciclo celular
4. Entender como a perda da regulação celular pode ocasionar o aparecimento de uma neoplasia (entender o que é neoplasia, e se toda neoplasia é maligna)
5. Identificar as nomenclaturas e classificações de neoplasia (sufixos a depender do epitélio afetado, quando for maligno e benigno)
6. Diferenciar metaplasia, neoplasia e displasia
7. Diferenciar uma célula normal de uma célula alterada (imagem), bem como as características que mostram ser maligno ou benigno
8. Conhecer a fisiopatologia do HPV, tipos, quais deles correspondem aos casos de CA (16 e 18?), prevenção, transmissão, manifestações clínicas, epidemiologia, diagnóstico e tratamento
9. Compreender os tipos de lesões intraepiteliais (NIC)
10. Compreender a fisiopatologia, epidemiologia, fatores de risco, prevenção, transmissão, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento do CA de colo do útero;
11. Conhecer os exames ginecológicos de rotina e de rastreamento do câncer do colo de útero (O que pode ser detectado com a colposcopia e no exame citopatológico)
12. Identificar as políticas públicas direcionadas ao CA do colo de útero (prevenção e diagnóstico precoce)
Conhecer o ciclo celular (percurso)
Conhecer os pontos de regulação durante o ciclo celular (funcionamento)
A função básica do ciclo celular: É por meio do ciclo celular que ocorre a duplicação do DNA nos cromossomos, para separar este material para as células-filha geneticamente idênticas, de forma que cada célula receba uma cópia íntegra de todo o genoma. (ou seja, para que haja Renovação celular). A divisão celular é responsável pelo aumento do número de células do corpo, o que permite seu crescimento e desenvolvimento.
- O ciclo celular Compreende basicamente dois momentos: a intérfase, quando a célula se encontra em processo de crescimento e a mitose que ocorre o processo de divisão celular propriamente dita. Ao total O ciclo celular eucariótico é tradicionalmente dividido em quatro fases sequenciais: G1, S, G2 e M.
· A intérfase( período de crescimento celular) é dividida em três períodos/fases: G1, S, G2. A interfase pode ocupar 23 horas de um ciclo celular de 24 horas, com 1 hora de fase M.
· G1: do inglês Gap, intervalo, é o período logo após a mitose, em que ocorre a síntese de RNA e proteínas, e a célula recupera seu volume costumeiro.
· S: do inglês Synthesis, síntese, é quando ocorre a síntese de DNA e a duplicação dos centríolos e centrossomos.
· G2: o intervalo mais curto. Nele, a célula armazena energia para usar durante os processos de divisão celular. A célula sintetiza também microtúbulos para a formação do fuso mitótico
as fases G1 e fases G2 são consideradas como fases de intervalo As duas fases de intervalo são mais do que um simples retardo de tempo que garante o crescimento celular. Elas também dão tempo para que a célula monitore o ambiente interno e externo a fim de se assegurar de que as condições são adequadas e os preparativos estejam completos. Se as condições extracelulares forem desfavoráveis, por exemplo, as células retardam a progressão a G1 e podem entrar em um estado de repouso especializado conhecido como G 0 (G zero), no qual podem permanecer por dias, semanas ou mesmo anos antes que a proliferação seja retomada.
· A mitose (divisão celular-nuclear e citoplasmática) 
Obs.: O crescimento celular ocorre ao longo do ciclo celular, exceto durante a mitose.
 
Resumo
A divisão celular normalmente começa com a duplicação do conteúdo da célula, seguida da distribuição desse conteúdo para duas células-filhas. A duplicação dos cromossomos ocorre durante a fase S do ciclo celular, enquanto a maioria dos outros componentes celulares é duplicada de forma contínua ao longo do ciclo. Durante a fase M, os cromossomos replicados são segregados em núcleos individuais (mitose), e a célula então se divide em duas (citocinese). A fase S e a fase M geralmente são separadas por fases de intervalo chamadas de G1 e G2, quando vários sinais intracelulares e extracelulares regulam a progressão do ciclo celular. A organização e o controle do ciclo celular têm sido altamente
conservados durante a evolução.
SISTEMA DE CONTROLE DO CICLO CELULAR. (regiões/ potos de checagem) 
A célula não pode duplicar se n estiver em um ambiente favorável = ambiente onde tenha um rico substrato hídrico, orgânico, ambiente onde a célula obtenha material no ambiente extracelular que auxilie no processo de duplicação.
Os pontos de verificação/controle constituem os mecanismos pelos quais as células mantêm a vigilância e exercem a função de coordenação e sinalização do reparo do DNA. Esse sistema é gerenciado por metabólitos e proteínas que modulam as transições do ciclo celular e influenciam a estabilidade ou as atividades de outras proteínas.
Entretanto, as células normais passam pelo ciclo celular de forma regulada. Elas usam as informações sobre seu próprio estado interno e sinais do ambiente ao seu redor para decidir se continuam com a divisão celular. Esta regulação garante que as células não se dividam sob condições desfavoráveis (por exemplo, quando seu DNA está danificado, ou quando não há espaço para mais células em um tecido ou órgão.)
· O sistema de controle do ciclo celular opera de forma muito semelhante a um cronômetro que aciona/ativar os eventos/fases do ciclo celular em uma sequência de tempo determinada. (o sistema de controle é rigidamente programado para fornecer uma quantidade fixa de tempo para a realização de cada evento/fase do ciclo celular de forma correta.)
· Obs: o sistema de controle não responde a informações recebidas dos processos que controla. Se algum mau funcionamento impede a conclusão bem-sucedida da síntese de DNA, por exemplo, sinais são enviados ao sistema de controle para retardar/atrasar a progressão da fase M,( ou seja esse sistema de controle atua exclusivamente sobre o tempo). Tais atrasos fornecem tempo para a maquinaria/ a própria célula ser reparada/concertar e também previnem o desastre que poderia resultar se o ciclo seguisse prematuramente ao próximo estágio – e cromossomos incompletamente replicados segregassem, por exemplo.
O ponto de checagem é um estágio no ciclo celular eucarionte em que a célula examina sinais internos e externos e "decide" se irá continuar ou não a divisão celular.
· Em primeiro lugar, os interruptores geralmente são binários (ativo/inativo) e desencadeiam eventos de maneira completa e irreversível.
· Em segundo lugar, o sistema de controle do ciclo celular é notavelmente intenso e confiável.
· Por fim, o sistema de controle é altamente adaptável e pode ser modificado para se adequar a tipos celulares específicos e para responder a sinais intracelulares ou extracelulares específicos.
· Sistema de controle do ciclo celular, controla a progressão/avanço do ciclo celular em três principais pontos de transição reguladora/checagem. 
1. O primeiro é o Início (ou ponto de restrição) no final de G1, onde a célula se compromete à entrada no ciclo celular e à duplicação do dna.
2. O segundo é a transição de G2/M, onde o sistema de controle dispara um evento mitótico precoce que leva ao alinhamento de cromossomos no eixo mitótico na metáfase. 
3. O terceiro é a transição entre metáfase e anáfase, onde o sistema de controle estimula a separação das cromátides-irmãs, levando à conclusão da mitose e da citocinese.
Observação: se detecta problemas dentro ou fora da célula, o sistema de controle impede a progressão/avanço do ciclo através de cada um desses pontos de controle/transições. 
Se o sistema de controle identifica problemas na realização da replicação de DNA, por exemplo, isso manterá a célula na transição G2/M até que esses problemas sejam resolvidos. Similarmente, se as condições extracelulares não são apropriadas à proliferaçãocelular, o sistema de controle bloqueia a progressão ao Início, impedindo dessa forma a divisão celular até que as condições se tornem favoráveis.
O ponto de checagem G1 é o principal ponto de decisão para uma célula – ou seja, o primeiro ponto em que deve-se escolher entre dividir ou não. Uma vez que a célula passa o ponto de checagem G1 e entra na fase S, ela se torna irreversivelmente comprometida com a divisão. Ou seja, excetuando-se problemas inesperados, tais como dano no DNA ou erros de replicação, uma célula que passa pelo ponto de checagem G1 continuará pelo resto do caminho através do ciclo celular e produzirá duas células filhas.
 verifica para:
-tamanho da célula
-nutrientes
-fatores de crescimento
-dano de DNA
No ponto de checagem G_11​start subscript, 1, end subscript, a célula checa se as condições internas e externas são favoráveis para a divisão. Aqui estão alguns dos fatores que uma célula pode avaliar:
· Tamanho. A célula tem tamanho suficiente para se dividir?
· Nutrientes. A célula possui reserva de energia suficiente ou nutrientes disponíveis para se dividir?
· Sinais moleculares. A célula está recebendo sinais positivos (como fatores de crescimento) das suas vizinhas?
· Integridade do DNA. Há algum DNA danificado?
Se uma célula não obtém os sinais para seguir em frente que ela precisa no ponto de checagem G1, pode sair do ciclo celular e entrar em um estado de repouso chamado fase G0. Algumas células permanecem em G0, enquanto outras voltam à divisão se as condições melhoram.
O ponto de checagem G2
Para certificar-se de que a divisão celular ocorra bem (para que produza células filhas saudáveis com DNA completo e sem danos), a célula possui um ponto de checagem adicional antes da fase M, chamado de ponto de checagem G2. Nesta fase, a célula irá checar:
· Integridade do DNA. Há algum DNA danificado?
· Replicação do DNA. O DNA foi completamente copiado durante a fase S?
· Se erros ou danos são detectados, a célula irá pausar no ponto de checagem G2 para permitir reparos. Se os mecanismos do ponto de checagem detectam problemas com o DNA, o ciclo celular é interrompido e a célula tenta completar a sua replicação de DNA ou reparar o DNA danificado.
· Se o dano é irreparável, a célula pode sofrer apoptose, ou morte celular programda. Este mecanismo de autodestruição assegura que o DNA danificado não é repassado para as células filhas e é importante para prevenir o câncer.
O ponto de checagem M é também conhecido como ponto de checagem do fuso: aqui, a célula examina se todas as cromátides irmãs estão corretamente ligadas aos microtúbulos do fuso. Como a separação das cromátides irmãs durante a anáfase é um passo irreversível, o ciclo não irá continuar até que todos os cromossomos estejam firmemente ligados a pelo menos dois filamentos do fuso em lados opostos da célula.
https://pt.khanacademy.org/science/biology/cellular-molecular-biology/stem-cells-and-cancer/a/cell-cycle-regulators/ 
 
O sistema de controle do ciclo celular atuam proteínas-cinase dependentes de ciclinas (Cdks) ciclicamente ativadas. 
Os componentes centrais do sistema de controle do ciclo celular são membros de uma família de cinases conhecidas como cinases dependentes de ciclinas. As atividades dessas cinases aumentam e diminuem à medida que a célula avança no ciclo 
Essas CDKS levam/atuam a mudanças cíclicas na fosforilação de proteínas intracelulares que iniciam ou regulam os principais eventos do ciclo celular. Um aumento na atividade de Cdk na transição G2/M, por exemplo, aumenta a fosforilação de proteínas que controlam a condensação de cromossomos, o rompimento do envelope nuclear, agrupamento no eixo e outros eventos que ocorrem nas etapas iniciais da mitose.
 As ciclinas são reguladores/controladoras das CDKS, As Cdks, como implica o nome, são dependentes de ciclinas para sua atividade: ou seja, se as cinases não estiverem fortemente ligadas a uma ciclina, elas não têm atividade de cinases.
A cada ciclo as ciclinas são sintetizadas e destruídas. Já os níveis de proteínas cinases são fixas/constantes. 
Para cada ponto específico de checagem do ciclo, existem complexos de ciclinas- Cdk específicos. Existem quatro classes de ciclinas, cada uma definida pelo estágio do ciclo celular no qual se ligam às Cdks e em que atuam. Todas as células eucarióticas necessitam de três dessas classes
1. As G1/S-ciclinas ativam Cdks no final de G1 e, com isso, ajudam a desencadear a progressão ao Início, resultando no comprometimento à entrada no ciclo celular. Seus níveis diminuem na fase S. 
Pouco antes do fim da fase G1, cuja duração varia nos diferentes tipos de células, existe um momento em que a célula toma a decisão de se dividir. Recebe o nome de ponto de partida ou de controle G1 (Figura 18.10). Oportunamente será visto que a decisão é tomada devido a substâncias indutoras provenientes de outras células.
No controle das divisões celulares, atuam dois tipos de moléculas: (1) as ciclinas, cujo nome se deve ao fato de que, no curso de cada ciclo celular, alternam um período de síntese crescente seguido de outro de rápida degradação; e (2) as quinases dependentes de ciclinas, que, ao interagirem com as ciclinas, fosforilam e ativam as moléculas responsáveis pela divisão celular.
A fase S ocorre quando a ciclina G1 ativa a Cdk2
Tomada a decisão de se dividir, a célula deixa pra trás a fase G1 e entra na fase S, ou seja, começa a replicar seu DNA. Isso ocorre quando uma ciclina G1 ativa a quinase Cdk2, a qual inicia uma cascata de fosforilações em sucessivas proteínas intermediárias. A cascata culmina com a ativação das moléculas responsáveis pela replicação do DNA.
A Cdk2 é ativada somente quando a ciclina G1 alcança um determinado limiar de concentração, já que este é um requisito indispensável para que ocorra a ativação (Figura 18.10). Além disso, a partir desse momento a Cdk2 e a ciclina G1 unem-se e compõem um complexo proteico denominado SPF (de S phase-promoting factor) (Figura 18.11).
2. As S-ciclinas se ligam a Cdks logo após a progressão ao Início e ajudam a estimular a duplicação dos cromossomos. Os níveis das S-ciclinas permanecem elevados até a mitose, e essas ciclinas também contribuem ao controle de alguns eventos mitóticos iniciais. 
3. As M-ciclinas ativam Cdks que estimulam a entrada na mitose na transição G2/M. Os níveis de M-ciclinas diminuem na metade da mitose.
Obs: Fosforilação é um processo bioquímico que envolve a adição de fosfato a um composto orgânico. A fosforilação é realizada através da ação de enzimas conhecidas como fosfotransferases ou cinases.
As proteínas-cinase dependentes de ciclinas (Cdks) são componentes centrais do sistema de controle do ciclo celular. Apesar de estarem presentes nas células em proliferação durante todo o ciclo celular, essas proteínas são ativadas apenas em determinados momentos no ciclo, depois do qual elas são rapidamente desativadas de novo. Assim, a atividade de cada uma dessas cinases aumenta e diminui de maneira cíclica, levando a mudanças na fosforilação de proteínas intracelulares que iniciam ou regulam os principais eventos do ciclo celular. As Cdks não são apenas reguladas pela ligação das ciclinas, mas também pela ativação ou inibição por fosforilação. Juntos, esses eventos de regulação asseguram que as cinases serão ativadas no estágio correto do ciclo celular.
A proteína P53 controla o estado do DNA antes que a célula ingresse na fase S
Antes de ingressar na fase S a célula controla o estado de suas moléculas de DNA. O controle é exercido por uma proteína citoplasmática denominada P53 (devido à sua massa molecular, de 53 kDa), que é sintetizada pela própria célula em resposta ao aparecimento de alterações em seu DNA. O gene p53 que a codifica pertence a uma categoria de genes conhecidos como supressores de tumores, assim chamados por causas que veremos mais adiante.
A P53 comporta-se como um fator de transcrição que promove a expressão dos genes de outras proteínas reguladoras – denominadas P21 e P16 –, que têm por missão bloquear aatividade da Cdk2. Como este efeito opõe-se ao das ciclinas G1, a célula não replica suas moléculas de DNA e permanece na fase G1. Finalmente, se fica comprovado que o dano no DNA é perigoso para as futuras células-filhas, a proteína P53 volta a agir, mas agora para provocar a morte da célula e com ela o desaparecimento do DNA danificado (ver Seção 22.6).
Com relação à proteína P21, se não for suficiente para bloquear a Cdk2, resta ainda outro recurso para impedir a mitose: no início da replicação do DNA, une-se à braçadeira deslizante de PCNA (ver Seção 17.7) e anula sua função.
Na célula existem outras proteínas reguladoras da proliferação celular, como a proteína Rb (a sigla Rb deriva do tumor da retina denominado retinoblastoma). É codificada pelo gene rb, que também é supressor de tumores. A proteína Rb inibe a proliferação celular quando está fosforilada. Faz isso pelo bloqueio dos genes de determinadas proteínas necessárias para a replicação
Os danos presentes no DNA, depois de reconhecidos por essas proteínas, podem desencadear a ativação de uma cascata de sinalização que resulta na fosforilação da proteína p53.=== Uma vez fosforilada, essa proteína ativa a proteína p21, === que é responsável pela inibição da ação de quinases dependentes de ciclinas (CDKs),== quando estão inibidas induzem a parada da célula em G1 até o completo reparo do DNA. Simultaneamente, a p53 ativa o gene atuante no reparo do DNA. 
Se o processo de reparo falhar ou o dano cromossômico for muito extenso, a proteína p53 fosforilada se acumula no núcleo onde, após aumento da concentração, induz a transativação de genes que levam a célula à apoptose (ESRIG et al., 1993; SENGUPTA & HARRIS, 2005; BERNARD et al., 2014; ARORA et al., 2015).
3- Entender os fatores que podem levar a perda da regulação do ciclo celular
AGENTES DELETÉRIOS 
Diferentes tipos de radiações e vários compostos químicos podem acarretar danos ao DNA. Radiações que possuem comprimentos de onda inferiores a 400nm podem causar dano indiretamente ou diretamente ao ácido nucleico. Estas ondas podem ser agrupadas em ondas ionizantes e não ionizantes, dependendo do grau de energia (BECK et al., 2013). Os raios X e os raios gama são exemplos de radiações ionizantes capazes de penetrar facilmente nos tecidos celulares. Ao atravessar a matéria orgânica, essas radiações colidem com átomos, liberam os elétrons das moléculas e dão origem a radicais livres e íons reativos. Esses compostos apresentam a capacidade de ocasionar alterações estruturais em outros componentes celulares, em particular no código genético (ALIZADEH & SANCHE, 2013). Os principais efeitos das radiações ionizantes no DNA são danos nos anéis de purinas e pirimidinas, perda de bases nitrogenadas ou quebra de uma ou ambas as fitas de DNA (KAUR et al., 2015). As radiações não ionizantes não apresentam energia suficiente para promover a liberação de elétrons e seu poder de penetração celular é reduzido em seres pluricelulares. No entanto, apresentam poder deletério à molécula de DNA e principalmente por atuarem na radiólise da água, o que gera os radicais hidroxila extremamente reativos (OH) (VALBERG, 1997; KAUR et al., 2015). Os raios ultravioletas (UV) são capazes de afetar indiretamente o DNA, ocasionando quebras na estrutura molecular ou provocando alterações de bases nitrogenadas. Os fotoprodutos mais comuns da excitação de pirimidinas, que são originados pela radiação UV, são os hidratos de pirimidinas e os dímeros formados de pirimidinas adjacentes. Dentre essas possíveis alterações, os dímeros formados entre adeninas adjacentes apresentam maior implicação mutagênica, impedindo o emparelhamento das bases nitrogenadas subsequentes, perturbando assim a estrutura das duplas hélices, o que interfere na precisão da duplicação do DNA (VALBERG, 1997; PRICE et al., 2014). 
ESTRESSE OXIDATIVO
As células vivas presentes em uma atmosfera rica em oxigênio estão constantemente expostas aos possíveis danos causados por espécies reativas de oxigênio (ROS – “reactive oxygen species”), que podem ser originadas tanto exógena quanto endogenamente. As fontes exógenas de ROS incluem luz ultravioleta (UV) principalmente nos comprimentos de onda maiores que 280 nm – UVA e UVB, irradiação ionizante e agentes químicos. Já as ROS formadas intracelularmente podem ser originadas como consequência do próprio metabolismo celular, uma vez que elétrons provenientes da cadeia de transportes de elétrons, localizada na mitocôndria, podem interagir com várias moléculas intracelulares. ROS são também produzidas durante processos patológicos, como, por ex., o que ocorre em uma resposta inflamatória celular.
Os principais alvos de ROS incluem DNA, lipídeos, proteínas e açúcares, sendo que a ordem de preferência de ataque depende de muitos fatores, como o local onde a espécie reativa é gerada, a habilidade relativa de uma biomolécula ser oxidada e a disponibilidade de íons metálicos associados a essa biomolécula. No entanto, enquanto lipídeos, proteínas e açúcares podem ser removidos via degradação, o mesmo não deve ocorrer com o DNA, uma vez que é a molécula responsável por todas as informações genéticas de todas as células de um organismo vivo.
PROCESSO DE SENESCÊNCIA
Todas as células sofrem alterações causadas pelo envelhecimento. Elas se tornam maiores e perdem a capacidade de se dividirem e se reproduzirem. Entre outras alterações, pode-se citar o aumento dos pigmentos, como a lipofuscina, conhecida como pigmento de desgaste ou da senescência. Este pigmento está associado à atrofia celular e tecidual.
4- Entender como a perda da regulação celular pode ocasionar o aparecimento de uma neoplasia (entender o que é neoplasia, e se toda neoplasia é maligna)
Todo tumor é câncer?
Não, nem todo tumor é câncer. A palavra tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando esse almento de volume se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e apresenta limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. O lipoma e o mioma são exemplos de tumores benignos.
Em células humanas normais, a cada ciclo celular os telômeros são progressivamente encurtados, as extremidades dos cromossomos ficam cada vez mais curtas, até atingir um limite mínimo de tamanho incompatível com a vida da célula, paralisando-se as divisões celulares e sinalizando o fim da vida da célula.
Em células cancerosas esse limite é transposto graças a atividade de uma enzima , a telomerase, que atua na reposição constante dos telômeros, mantendo-os sempre com o tamanho original, permitindo assim, que as células se dividam continuamente e se tornem praticamente “imortais”
5- Identificar as nomenclaturas e classificações de neoplasia (sufixos a depender do epitélio afetado, quando for maligno e benigno)
6- Diferenciar uma célula normal de uma célula alterada (imagem), bem como as características que mostram ser maligno ou benigno
NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO
Baseia-se na origem (epitelial, mesenquimal ou embrionária), no comportamento (benigno ou maligno) e na morfologia da neoplasia.
Assim, uma neoplasia epitelial ou mesenquimal (não epitelial) benigna é denominada utilizando-se um termo designativo do órgão ou tecido afetado acrescido do sufixo "oma".
Exceções: Em medicina, é comum utilizar os termos "Hepatoma", "Linfoma" e "Melanoma" como designações correntes para neoplasias malignas, ainda que pelo sufixo empregado possa parecer se tratar de neoplasias benignas.
Quando a neoplasia epitelial for maligna, utiliza-se o sufixo "Carcinoma". Se a neoplasia maligna for de origem mesenquimal utiliza-se o sufixo "Sarcoma".
Conforme a sua localização, a neoplasia pode ser superficial (vegetantes, ulceradas, ou úlcero-vegetantes) ou parenquimatosa. Pode ainda receber as designações intramural, submucosa ou subserosa.
Segundosuas características morfológicas, a neoplasia pode receber uma série de adjetivações (cístico, papilar, sólido, cirroso, ductular, bem diferenciado ou indiferenciado/anaplásico.).
NEOPLASIAS BENIGNAS
- “PAPILOMA ESCAMOSO” (epitélio não glandular)
- ADENOMA (epitélio glandular)
- FIBROMA (tecido conjuntivo propriamente dito)
- LEIOMIOMA (músculo liso)
- LIPOMA (tecido adiposo)
- HIBERNOMA (tecido adiposo marrom)
- HEMANGIOMA (vaso sanguíneo)
- LINFANGIOMA (vaso linfático)
- CONDROMA (cartilagem)
- OSTEOMA (osso)
- RABDOMIOMA (músculo estriado)
- NEVO MELANOCÍTICO (melanócitos)
- SCHWANOMA( (3) / NEUROFIBROMA( (de nervo periférico).
- “HIPERPLASIA LINFOIDE REATIVA” (não é neoplasia)
- LEUCOCITOSE (hiperplasia não neoplásica de leucócitos)
- TERATOMA (neoplasia com vários tecidos ecto-, endo e, ou mesodérmicos) (MADUROS ou IMATUROS)
- “GLIOMA BENIGNO" (células gliais do SNC)
- HAMARTOMA(4)
- CORISTOMA(5)
- BLASTOMA BENIGNO(6)
NEOPLASIAS MALIGNAS
- CARCINOMA EPIDERMOIDE (ESCAMOSO)(1)
- ADENOCARCINOMA
- FIBROSSARCOMA(2)
- LEIOMIOSSARCOMA
- LIPOSSARCOMA 
- HEMANGIOSSARCOMA
- LINFANGIOSSARCOMA
- CONDROSSARCOMA
- OSTEOSSARCOMA
- RABDOMIOSSARCOMA
- MELANOMA
- SCHWANOMA MALIGNO / NEUROFIBROSSARCOMA
- LINFOMA (tecidos linfóides)
- LEUCEMIA
- TERATOMA MALIGNO (com neoplasia maligna) 
- “GLIOMA MALIGNO" [oligodendroglioma; astrocitoma
- MENINGIOMA MALIGNO
- BLASTOMA MALIGNO(6)
Nomenclaturas:
 Em geral, os tumores benignos são designados pela ligação do sufixo oma à célula de origem. Os tumores de células mesenquimais geralmente seguem essa regra. Por exemplo, um tumor benigno que surge nos tecidos fibrosos é denominado fibroma, enquanto um tumor cartilaginoso benigno é denominado condroma. Por outro lado, a nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa. Eles são classificados de forma diversificada, alguns com base em suas próprias células de origem, outros no padrão microscópico, e ainda outros em sua arquitetura macroscópica.
O termo adenoma é aplicado a um neoplasma epitelial benigno derivado de glândulas/ e tumor glandular benigno (adenoma), apesar de poderem, ou não, formar estruturas glandulares. Com base nisso, um neoplasma epitelial benigno que surja de células tubulares renais que crescem na forma de numerosas glândulas pequenas agrupadas seria denominado adenoma, assim como uma massa heterogênea de células corticais suprarrenais crescendo como lençóis sólidos. As neoplasias epiteliais benignas que produzem micro e macroscopicamente projeções visíveis, semelhantes a dedos ou verrucosas, que surgem a partir de suas superfícies epiteliais, são referidas como papilomas. Aquelas que formam grandes massas císticas, como no ovário, são referidas como cistadenomas. Alguns tumores produzem padrões papilares que se projetam nos espaços císticos e são denominados cistadenomas papilares. Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macroscopicamente visível sobre a superfície mucosa e se projeta, por exemplo, no lúmen gástrico ou colônico, denomina-se pólipo (Fig. 7-1).
Tumores Malignos. A nomenclatura dos tumores malignos segue essencialmente o mesmo esquema usado para as neoplasias benignas, com adição de algumas expressões. Os tumores malignos que surgem do tecido mesenquimal geralmente são denominados de sarcomas. pois eles apresentam pouco estroma de tecido conjuntivo e, portanto, são carnosos. Os neoplasmas malignos de origem nas células epiteliais, derivados de qualquer uma das três camadas germinativas, são denominados carcinomas.
Observação: Mesênquima é um tecido embrionário derivado da mesoderme. Durante suas fases de transformação, o mesoderma origina uma espécie de tecido conjuntivo primitivo chamado mesênquima. A partir do mesênquima, passam a se formar todos os tecidos conjuntivos (conectivo, adiposo, cartilaginoso, ósseo e hematopoiético), bem como os tecidos musculares.[1] Elas são células consideradas indiferenciadas, tais como as células tronco e as células espinhais. No tecido cartilaginoso, as células que se formam tem citoplasma basófilo e são denominados condroblastos.
Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças –cap 7
 
https://w2.fop.unicamp.br/ddo/patologia/downloads/db301_un5_Aula44CaracGerNeop.pdf 
As neoplasias podem ser classificadas em dois tipos básicos: neoplasia benigna e neoplasia maligna.
Benigno
Diz-se que um tumor é benigno quando suas características micro e macroscópicas são consideradas relativamente inocentes, significando que ele permanece localizado, não consegue se disseminar para outros sítios e geralmente pode ser removido por cirurgia local; o paciente normalmente sobrevive. 
A neoplasia benigna é um tumor que apresenta crescimento lento e organizado e que é formado por células semelhantes àquelas presentes no tecido normal. Os limites desse tumor também são bem definidos e ele não é capaz de invadir os tecidos vizinhos ou provocar metástases. Entretanto, apesar de não serem capazes de invadir os tecidos vizinhos, vale destacar que esses tumores benignos podem crescer de maneira exagerada e comprimir estruturas próximas.
Como exemplo de neoplasia benigna, podemos citar o lipoma e o mioma. O lipoma é um tumor benigno que apresenta origem no tecido adiposo, já o mioma é um tumor benigno que tem origem no tecido muscular.
Maligno
A neoplasia maligna é um tumor de crescimento rápido, formado por células que se apresentam de forma diferente daquelas presentes do tecido normal. Esse tumor tem limites pouco definidos, é capaz de invadir tecidos vizinhos e também pode provocar metástases. As neoplasias malignas são frequentemente chamadas de câncer.
Os tumores malignos são referidos coletivamente como cânceres, um derivado da palavra latina caranguejo, pois se aderem a qualquer região em que estejam, de maneira obstinada, similar a um caranguejo. O termo maligno, quando aplicado a um neoplasma, significa que a lesão pode invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para sítios distantes (metastatizar), levando à morte. Nem todos os cânceres seguem um curso tão mortífero. Alguns são descobertos precocemente e são tratados com sucesso, mas a designação maligno sempre levanta uma bandeira vermelha.
https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/neoplasia.htm 
Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças - cap 7
1. Diferenciar metaplasia, neoplasia e displasia
A metaplasia é definida como a substituição de um tipo celular por outro tipo celular. A metaplasia quase sempre é encontrada em associação com os processos de dano, reparo e regeneração teciduais. Frequentemente, o tipo celular que está fazendo a substituição é mais adaptado à alteração do ambiente. Por exemplo, o refluxo gastro- esofágico danifica o epitélio escamoso do esôfago, levando à sua substituição por epitélio glandular (gástrico ou intestinal), mais adaptado ao ambiente ácido.
Metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Ela representa uma substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil. A metaplasia epitelial mais comum é a colunar para escamosa (Fig. 1-6), como ocorre no trato respiratório em resposta à irritação crônica. Nos fumantes habituais de cigarros, as células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios, são, com frequência, substituídas por células epiteliais escamosas estratificada.
O termo displasia literalmente significa crescimento desordenado. desenvolvimento anormal dos tecidos, dividido conforme a gravidade em leve, moderado ou grave, e que envolve problemas de multiplicação e anomalias celulares ger. observadas nas mucosas genitais, respiratórias, digestivas, ou ainda nas mamas.
A displasia pode ser encontrada principalmente em epitélios, e é caracterizada por uma constelação de alterações que incluem a perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetônica
Neoplasiaé um tumor que é originado pelo aumento/crescimento anormal do número de células. 
13. Conhecer a fisiopatologia do HPV, tipos, quais deles correspondem aos casos de CA (16 e 18?), prevenção, transmissão, manifestações clínicas, epidemiologia, diagnóstico e tratamento
O que é
O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta e causa/induzir lesões na pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais (na região genital e ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. Existem mais de 200 subtipos diferentes de HPV, entretanto, somente os subtipos de alto risco (tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros) estão relacionados a tumores malignos.A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
O ciclo de vida do HPV está relacionado ao processo de diferenciação e renovação das células do epitélio, uma vez que as células infectadas pelo HPV perdem a capacidade de controlar o ciclo celular, permitindo a replicação e a disseminação do vírus (Vidal et al., 2012).
Os diferentes tipos de HPV podem ser classificados como vírus de alto ou baixo risco oncogênico, de acordo com o comportamento do seu genoma no núcleo da célula hospedeira, e a propensão à neoplasia que nela desenvolve. O HPV de baixo risco oncogênico permanece circular no núcleo da célula hospedeira na forma epissomal, sem se integrar ao DNA da mesma. Já o HPV de alto risco oncogênico, integra o seu genoma ao da célula para fins de replicação viral. A classificação dos principais tipos do vírus HPV é apresentada na Tabela 1
Já foram identificados mais de 200 tipos de HPV, cerca de 40 infectam o trato anogenital e algo em torno de 12 são efetivamente oncogênicos, ou seja, associados a tumores invasivos. Desses, o que tem mais sido estudado é o câncer de colo uterino.
Papilomavírus Humano. Pelo menos 70 tipos geneticamente distintos de HPV foram identificados. Alguns tipos (p. ex., 1, 2, 4 e 7) provocam o papiloma escamoso benigno (verrugas) em humanos (Caps. 19 e 22). Por outro lado, HPV de alto risco (p. ex., tipos 16 e 18) foram envolvidos na gênese de diversos cânceres, principalmente do carcinoma de células escamosas do colo do útero e da região anogenital.
Assim, o câncer do colo do útero é uma doença sexualmente transmitida, provocada pela transmissão do HPV
O genoma do HPV é constituído por oito regiões conhecidas como open reading frames (fases de leitura aberta). Essas regiões são divididas em três sub-regiões, sendo elas a região Precoce, a região Tardia e a Longa Região de Controle (LCR). A região precoce, também conhecida como região E (Early), possui seis genes que se expressam precocemente, sendo eles os genes: E1, E2, E4, E5, E6 e E7. Por sua vez, a região tardia, também conhecida como região L (Late), possui dois genes, L1 e L2, os quais se expressam tardiamente. Uma representação esquemática do genoma do HPV é apresentada na Figura 1 (Souto et al., 2005).
Os genes E1 e E2 são responsáveis pela codificação de proteínas que são vitais para a replicação do DNA viral e para o controle da transcrição gênica do vírus. Mais especificamente, E1 tem relação com a replicação viral, enquanto E2 com a transcrição e replicação. O gene E4, por sua vez, relaciona-se com a maturação e liberação de novas partículas virais, bem como com a alteração da matriz intracelular. As proteínas E5, E6 e E7 estão envolvidas no processo de transformação celular e são importantes para a amplificação do genoma. As regiões L1 e L2 codificam as proteínas virais dos capsídeos durante os últimos estágios da replicação viral. A região LCR fica localizada entre as regiões L1 e E6, e nela existem sequências estimuladoras e repressoras da transcrição viral, além de ser o ponto de origem da replicação viral (Ferraz et al., 2012; Souto et al., 2005).
O Potencial Oncogênico do HPV: O potencial oncogênico do HPV está relacionado aos produtos dos genes E6 e E7. Essas proteínas podem ser consideradas produtos de oncogenes, capazes de interagir com as proteínas reguladoras do ciclo celular, e em decorrência dessa interação a célula é conduzida à transformação, imortalização celular e, consequentemente, ao câncer (Ferraz et al., 2012; Souto et al., 2005). 
A proteína E7 interage e inibe a atividade da pRB. Essa interação permite que a proteína E2F fique livre e atue na ativação contínua dos fatores transcricionais, o que desencadeia o processo contínuo de replicação do DNA. A E7 também é capaz de se ligar à p21 e p27, ambas CDKIs, o que impede o controle do ciclo celular nos pontos de checagem (Souto et al., 2005). 
A proteína E6 por sua vez, é capaz de associar-se à proteína p53, podendo impedir o efeito supressor dessa proteína no ciclo celular. A E6 recutra proteínas celulares, como é o caso das proteínas da família AP (E6AP), que associam-se com a p53, formando o complexo p53-E6AP-E6, o que resulta na ubiquitinação de p53 seguida por sua rápida degradação mediada por um complexo proteossômico. A E6 também está relacionada com a degradação da proteína pró-apoptótica (SilvaFilho et al., 2005; Souto et al., 2005). Essa degradação da p53 compromete a integridade do DNA replicado, causando instabilidade cromossomal, imortalização e proliferação de células anormais, favorecendo a formação de tumor (Ferraz et al., 2012.
Formas de transmissão
A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma de transmissão é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto. 
Sinais e sintomas
A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).
· As infecções/lesões clínicas mais comuns na região genital e no anus são as verrugas genitais ou condilomas acuminados, popularmente conhecidas como "crista de galo". Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanho variável, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). Em geral, são assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Essas verrugas, normalmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas e mucosas nasal, oral e laríngea.
· Já as lesões subclínicas (encontradas no colo do útero) não apresentam qualquer sintomatologia, podendo progredir para o câncer do colo do útero caso não sejam tratadas precocemente.
Fisiopatologia: 
No ser humano, o HPV tem maior predileção por células do epitélio cutâneo e das mucosas, em especial as do trato genital feminino. A renovação do epitélio escamoso normal se dá através do crescimento das camadas estratificadas, onde a célula basal se divide, e uma das célulasfilhas migra para as camadas superiores do tecido iniciando sua diferenciação, enquanto a outra permanece na camada basal com caráter proliferativo, com o fim de perpetuar a linhagem (Feitosa, 2013; Vidal et al., 2012) 
A patologia causada pelo HPV tem início nas células da camada basal da epiderme, as quais apresentam receptor específico para o vírus. Este penetra na célula e em seguida migra para o núcleo, onde poderá permanecer na forma epissomal, o DNA viral permanece circular no núcleo da célula do hospedeiro, ou integrar-se ao DNA da mesma. Após seu estabelecimento, o vírus inicia sua replicação, chegando ao número aproximado de 50 a 100 epissomos por célula, sendo que quando a célula basal se divide, distribui os epissomos do HPV entre as células-filhas também. Já no que se refere aos vírus HPV de alto risco oncogênico, seu genoma tende a se integrar ao genoma da célula hospedeira, através da abertura das suas fitas de DNA circular e algumas deleções que permitem esta integração.Com isso, o vírus impede a parada do ciclo celular, levando à proliferação indiscriminada das células do epitélio, dando origem a uma linhagem de células anormais, conforme apresentado na Figura 2 (Ferraz et al., 2012; Vidal et al., 2012).
Essas células anormais do colo do útero vão apresentar alterações patológicas de forma e conteúdo características da infecção pelo HPV, como hiperplasia (Aumento do número de células) (acantose), coilocitose(célula abaulada, vacuolizada com núcleos localizados na periferia da célula), disceratose, paraceratose e atipias nucleares. Esse processo de lesão celular recebe o nome de Displasia Cervical ou Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC).
· Normalmente a NIC é classificada como de baixo ou alto grau, ou em três categorias (NIC I, II e III), de acordo com o comprometimento epitelial e também pela caracterização da perda gradual das funções celulares básicas, como o controle da divisão celular e a capacidade de amadurecimento. Quanto maior esta graduação, maior será a possibilidade de desenvolver câncer de colo do útero no futuro (Feitosa, 2013; Instituto do HPV, 2013). 
Em geral, o HPV no organismo humano se manifesta como infecção nos genitais tanto em homens como mulheres provocando lesões múltiplas, localizadas ou difusas e de tamanhos variáveis. A maioria dos vírus é de baixo risco e podem provocar a formação de verrugas benignas na pele e nas regiões oral, anal, genital e da uretra. Já os vírus de alto risco são os responsáveis pelo aparecimento de lesões intraepiteliais, que podem ser precursoras de tumores malignos. A localização dessas lesões em homens ocorre nas regiões do pênis, sulco balano prepucial, região perianal e nas mulheres ocorre na vulva, períneo, vagina e colo do útero (Feitosa, 2013; Vidal et al., 2012)
 file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/1477-Texto%20do%20artigo-3014-1-10-20181002.pdf 
Mecanismo de ação: 
 O mecanismo molecular que permite a entrada do HPV na célula ainda não é muito bem entendido. Parece ocorrer via endocitose, por vesículas cobertas por clatrina, sendo um processo lento e complexo que pode durar horas. O desnudamento do vírus, no interior da célula, permite que o DNA viral seja transportado para o núcleo. Este vírus reconhece receptores específicos presentes apenas em células indiferenciadas 
(Célula indiferenciada consiste em uma célula que ainda não possui uma função biológica, por não expressar ainda as proteínas características de um tecido. As células com menor diferenciação, ou seja, com menor expressão gênica, estão presentes no embrião/ Obs:Célula indiferenciada consiste em uma célula que ainda não possui uma função biológica, por não expressar ainda as proteínas características de um tecido. ... As células indiferenciadas são denominadas também de células-tronco).Por isso, a infecção se inicia na camada basal da epiderme, cujas células imaturas, chamadas de células basais, são expostas em decorrência da abrasão e consequente formação de microlesões na pele ou mucosa. O HPV também pode infectar as células de reserva do epitélio colunar endocervical, ou, ainda, as células metaplásicas ora presentes na região de junção escamo-colunar (JEC) ou Zona T do colo uterino.
Obs: Anatomicamente o colo uterino se divide em duas porções: ectocérvice e endocérvice. 
-O ectocérvice é revestido por epitélio escamoso estratificado, consistindo de várias camadas de células;
-O limite entre estes dois epitélios chama-se Junção Escamocolunar – JEC ou Zona T, que é uma linha que pode estar tanto dentro do canal cervical quanto na porção visível do colo, para dentro ou para fora do óstio, dependendo da condição hormonal da mulher, idade e paridade, entre outros fatores.
-O endocérvice, correspondendo ao canal cervical, é revestida por epitélio colunar simples avermelhado com uma única camada de células. Este epitélio cilíndrico é responsável pela produção do muco cervical. As células cilíndricas são oriundas de células de reserva sub-cilindricas que são pequenas células de escasso citoplasma, localizadas entre o epitélio e a membrana basal.
Células de reserva: estão na base do epitélio colunar (JEC), alvo do HPV, origem de mais de 90% dos canceres de colo.
 http://www.pro-celula.com.br/home/atlascitologico/atlas/texto/hist-uterina.htm 
obs: O termo metaplasia significa que a célula original do órgão em questão ( no caso o colo do útero) está sofrendo alterações para proteger-se de uma possível agressão crônica ao órgão. O termo reativo explica exatamente isso, uma reação a agressão ao tecido
http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-transmissiveis/condiloma-acuminado-papilomavirus-humano-hpv 
Após sua entrada, o DNA viral é direcionado ao núcleo celular e iniciando o processo de estabilização (Figura 1). Estudos em mulheres infectadas relatam que o baixo número de cópias virais (10–200 cópias por célula). Nas células basais, favorece a manutenção da forma epissomal (circular), a qual é garantida também pela atuação dos genes E1 e E28 . Nessa fase, chamada de latente, o HPV se mantém em pequeno número, se replicando apenas quando a célula também se replica. O vírus pode permanecer assim no tecido por vários dias, ou até por anos, sem causar nenhuma alteração tecidual. Devido à baixa carga viral, sua transmissão é dificultada, mas não é impedida . Nesta fase o diagnóstico da infecção por HPV só é possível utilizando-se métodos de biologia molecular.
Não se conhece, ainda, o evento responsável pela saída do vírus de seu estado de latência para a fase produtiva (Figura 1). É nesta fase que as lesões aparecem. As lesões intraepiteliais de baixo grau (LSIL) são lesões simples que, na maioria das vezes, regridem espontaneamente e podem ser provocadas tanto por vírus de alto como de baixo risco. Já as lesões classificadas como lesões intraepiteliais de alto grau (HSIL) são provocadas por vírus de alto risco e são consideradas como as lesões precursoras do câncer de colo uterino.
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2015/v43n4/a5313.pdf
Prevenção
Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:
· Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
· Homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 26 anos;
· Mulheres que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.   
Ressalta-se, porém, que a vacina não é um tratamento e não apresenta eficácia contra infecções ou lesões por HPV já existentes. A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é dirigida para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18.
Diagnóstico do HPV
O diagnóstico da infecção por HPV leva em conta o histórico do paciente, exames físicos e complementares. O exame físico basea-se na análise das alterações provocadas pelo vírus no tecido alojado como no caso de condiloma cuminado, onde é essencial a verificação macroscópica das verrugas características da doença. Ainda, no caso de dúvidas sobre a etiologia das lesões, é possível fazer a confirmação do diagnóstico com o exame anátomo-patológico da biópsia das verrugas. Além das alterações macroscópicas, se faz necessário o diagnóstico das lesões que não são aparentes, que são características da maioria dos casos de malignidade. Essa a detecção das lesões celulares é feita através dos exames citológicos (Febrasgo, 2002; Magi et al., 2006)
O exame citológico mais comum é o Papanicolaou, que consiste na coloração em citologia esfoliativa de células descamadas da mucosa do epitélio vaginal e do colo do útero. As células são fixadas em lâminas, tratadas com um corante nuclear de hematoxilina de Harris e contracoradas com uma mistura de laranja G, eosina amarela e verde resistente. O tratamento confere cor característica aos núcleos e componentes citoplasmáticos, permitindo o diagnóstico morfológico que se baseia em características microscópicasdas células e dos componentes extracelulares (Feitosa, 2013; Instituto do HPV, 2013)
Outros métodos para análise de lesões celulares incluem os exames histopatológicos, onde observa-se as alterações patológicas características da infecção pelo HPV. A inspeção com ácido acético a 5% aumenta a sensibilidade da citologia e permite uma melhor identificação de lesões precursoras do câncer cervical. O exame histopatológico, além do diagnóstico do HPV nas formas clínica e subclínica, possibilita também a identificação de neoplasia intraepitelial, carcinoma microinvasivo e carcinoma invasivo. Exemplos de alterações epiteliais no aspecto histopatológico são apresentadas na Figura 3 (Feitosa, 2013; Magi et al., 2006).
A colposcopia é um exame feito por um aparelho chamado colposcópio, que aumenta de 10 a 40 vezes o poder de visão do médico, permitindo a identificação de lesões na vulva, vagina, colo do útero, pênis e na região anal. Este exame é indicado em casos onde já foi identificada alguma anormalidade no exame citológico, com o intuíto de saber a localização precisa das lesões para coleta do tecido para a biópsia, para fins de confirmação diagnóstica (Febrasgo, 2002; Instituto do HPV, 2013)
Todos esses exames acima citados, permitem realizar o diagnóstico indireto das infecções pelo HPV. Testes de Imuno-histoquímica e Biologia Molecular por sua vez, permitem realizar o diagnóstico direto do vírus, pois realizam a detecção material genético do vírus ou de partículas virais do HPV. Os testes de detecção molecular mais utilizados são a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), FISH (Hibridização “in situ” Fluorescente) e a técnica de captura híbrida. Esses exames são de extrema importância, pois além de diagnosticar a forma latente da doença, confirmam o também o diagnóstico das formas clínica e subclínica, além de identificar o tipo de vírus envolvido (Feitosa, 2013; Instituto do HPV, 2013; Magi et al., 2006).
Tratamento: 
Tratamento O tratamento do HPV pode ser feito através de diversos métodos, cada um deles com seus efeitos colaterais, limitações e variados graus de eficácia. O objetivo principal do tratamento é a remoção das verrugas e lesões condilomatosas, o que promove a cura da maioria dos pacientes. Nenhum dos tratamentos será considerado como o ideal, uma vez que este sofre influência de vários fatores, como o tamanho, número, local e morfologia das lesões, além de custos e disponibilidade de recursos para o tratamento. A aceitação dos efeitos adversos por parte do paciente também influência na escolha do método a ser utilizado (Feitosa, 2013; Souza & Catão, 2012)
As lesões condilomatosas podem ser tratadas com a aplicação tópica de agentes químicos, como a Podofilotoxina e o Ácido tricloroacético, bem como com a utilização da 5-fluoruracila, Interleucina, e de imunoterápicos como Interferon (alfa e beta), Imiquimod e alguns retinóides. Outra opção de tratamento se dá através da remoção física das verrugas, que pode ser através de procedimento cirúrgico, eletrocoagulação, crioterapia, eletrocauterização e laserterapia. Essas metogologias apresentam índices de cura entre 69% e 79% dos casos (Febrasgo, 2002; Feitosa, 2013). 
file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/1477-Texto%20do%20artigo-3014-1-10-20181002.pdf 
14. Compreender os tipos de lesões intraepiteliais (NIC)
Um sistema de graduação elaborado para descrever as anormalidades histopatológicas das alterações displásicas dos precursores do câncer inclui o termo neoplasia intraepitelial cervical (NIC).18 Esse termo descreve as alterações pré-malignas dos tecidos epiteliais. A NIC é classificada da seguinte maneira:
•NIC I (displasia ou alterações atípicas do epitélio cervical)
•NIC II (displasia moderada)
•NIC III (displasia grave).
O sistema de classificação antigo classificava lesões como apresentando displasia leve em uma extremidade e displasia grave/carcinoma in situ na outra. Isto foi seguido pela classificação de neoplasia intraepitelial cervical (CIN), com a displasia leve chamada de CIN I, a displasia moderada de CIN II, e a displasia grave chamada de CIN III. Já
que a decisão relativa à conduta para a paciente tem dois níveis (observação versus tratamento cirúrgico), o sistema de classifica-
ção de três níveis foi simplificado recentemente para um sistema de dois níveis, com CIN I renomeada para lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) e CIN II e CIN III combinadas em uma categoria citada como lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) (Tabela 22-1).
LSILs estão associadas à infecção produtiva por HPV, mas não existem rupturas ou alterações significativas do ciclo da célula hospedeira. A maioria das LSILs regride espontaneamente, com apenas pequena porcentagem progredindo para HSIL. LSIL não progride diretamente para carcinoma invasivo. Por este motivo, LSIL não é tratada como lesão pré-maligna. Na HSIL, ocorre uma
desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV, que resulta em aumento da proliferação celular, diminuição ou parada da
maturação epitelial e uma menor taxa de replicação viral, em comparação a LSIL. A frequência de HSILs corresponde a um décimo da observada para LSILs
 
 https://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/05/833577/doi-1021115_jbesv9n1p137-47.pdf 
15. Compreender a fisiopatologia, epidemiologia, fatores de risco, prevenção, transmissão, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento do CA de colo do útero;
Ideia da Introdução: O colo do útero apresenta uma parte interna, que constitui o chamado canal cervical ou endocérvice, que é revestido por uma camada única de células cilíndricas produtoras de muco – epitélio colunar simples. A parte externa, que mantém contato com a vagina, é chamada de ectocérvice e é revestida por um tecido de várias camadas de células planas – epitélio escamoso e estratificado. Entre esses dois epitélios, encontra-se a junção escamocolunar (JEC), que é uma linha que pode estar tanto na ecto como na endocérvice.
Nessa situação, o epitélio colunar fica em contato com um ambiente vaginal ácido, hostil a essas células. Assim, células subcilíndricas, de reserva, bipotenciais, por meio de metaplasia, se transformam em células mais adaptadas (escamosas), dando origem a um novo epitélio, situado entre os epitélios originais, chamado de terceira mucosa ou zona de transformação. Nessa região pode ocorrer obstrução dos ductos excretores das glândulas endocervicais subjacentes, dando origem a estruturas císticas sem significado patológico, chamadas de Cistos de Naboth.
Fatores de risco do câncer de colo do útero incluem. 
1) Múltiplos parceiros sexuais.
2) Parceiro do sexo masculino com múltiplas parceiras sexuais prévias ou atuais. 
3) Idade precoce na primeira relação sexual. 
4) Alta paridade. 
5) Infecção persistente por um HPV de alto risco oncogênico, por exemplo, HPV 16 ou HPV18. 
6) Imunossupressão. 
7) Certos subtipos de HLA. 
8) Uso de contraceptivos orais. 
9) Uso de nicotina/Tabagismo 
10) História de doenças sexualmente transmissíveis (ou DST). 
Profilaxia/ prevenção do câncer de colo do útero. A vacina contra HPV reduziu o risco de desenvolver câncer de colo do útero em 97%.1  é um tipo de vacina contra HPV para evitar infecções pelos subtipos 16, 18, 6 e 11. Essa vacina foi aprovada para jovens de 9 a 26 anos de ambos os sexos (antes que se tornem sexualmente ativos) para evitar verrugas genitais causadas por HPV tipos 6 e 11.24–26 Essa vacina tem como alvos as duas cepas de HPV (16 e 18) responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero e as duas cepas benignas mais comuns (6 e 11) que causam até 90% das verrugas genitais. Estudos clínicos confirmaram que essa vacina parece ser segura e eficaz para induzir uma resposta imune persistente ao HPV.26 Outra vacina aprovada pela FDA americana é a Cervarix®, que é recomendada mulheres jovens de 10 a 25 anos, antes que se tornem sexualmente ativas.25,26
Patogênese (modo como os agentes etiopatogénicos agridem o nosso organismo ). Um dos avanços mais importantes do diagnóstico e tratamento precocesdo câncer de colo do útero foi possibilitado pela observação de que este tipo de câncer origina-se de lesões pré-neoplásicas, que começam com o desenvolvimento de células cervicais atípicas.27 As células atípicas diferem das células do epitélio escamoso normal do colo do útero. Essas células têm alterações do núcleo e do citoplasma celulares e mais variações de tamanho e conformação (i. e., displasia). Essas alterações pré-neoplásicas formam um continuum de anormalidades morfológicas com limites bem demarcados, que aos poucos podem evoluir para carcinoma in situ e depois câncer invasivo, ou podem regredir espontaneamente.1
Diagnóstico. As células anormais podem ser detectadas em um esfregaço de Pap, que então resultaria na realização de uma colposcopia para detectar lesões anormais no colo do útero. As biopsias são realizadas nessas lesões potencialmente anormais ou de áreas de hipervascularidade, assim como por curetagem do canal endocervical que pode não ser totalmente acessível à colposcopia, e depois são enviadas para exame anatomopatológico. O resultado anormal do PAP indicando lesão intraepitelial escamosa de grau baixo (LSIL) geralmente corresponde à NIC I ou a um condiloma na biopsia, enquanto a lesão intraepitelial escamosa de grau alto (HSIL) no esfregaço de Pap significa mais provavelmente NIC II ou NIC III à biopsia.18 A probabilidade de progressão da NIC II à NIC III é menor que 20% (Figura 54.3).18
Algumas estimativas sugeriram que cerca de 20% das mulheres com lesões intraepiteliais tenham resultados normais no esfregaço de Pap, indicando a necessidade de ter o cuidado de obter um esfregaço adequado da zona de transformação que inclui células da endocérvice e de assegurar que o exame citológico seja realizado em um laboratório competente.18,22,27 A existência de células endometriais normais no espécime de citologia do colo do útero durante a fase lútea do ciclo menstrual ou no período pós-menopausa foi associada à doença endometrial e deve ser avaliada com mais detalhes por uma biopsia do endométrio. Isso mostra que o desprendimento mesmo de células normais em uma fase inadequada possa indicar doença. Como o adenocarcinoma de colo do útero tem sido diagnosticado com frequência crescente, especialmente nas mulheres com menos de 35 anos, um resultado no esfregaço de Pap com células glandulares atípicas deve ser avaliado com mais detalhes por curetagem endocervical ou endometrial, histeroscopia ou, por fim, biopsia de conização quando a anormalidade não puder ser localizada ou detectada por outros meios.18,28
Antes que a colposcopia estivesse disponível, muitas mulheres com resultados anormais no esfregaço de Pap precisavam fazer biopsia de conização cirúrgica para aprofundar a investigação diagnóstica. A biopsia de conização consiste em remover um fragmento cuneiforme do colo do útero, que inclui toda a zona de transformação e no mínimo 50% do canal endocervical. Hemorragia pós-operatória, infecção, estenose cervical, infertilidade e incompetência do colo do útero são sequelas potenciais, que justificam que esse procedimento seja evitado, a menos que seja realmente necessário. O LEEP (procedimento de excisão eletrocirúrgica por alça) substituiu a biopsia de conização na maioria dos casos e, hoje em dia, é a primeira abordagem ao tratamento das pacientes com NIC II/III.18 Esse procedimento ambulatorial torna possível diagnosticar e tratar simultaneamente as lesões displásicas encontradas à colposcopia. A técnica utiliza um eletrodo em alça metálica de fio fino, que é ligado a um gerador que combina corrente de voltagem baixa e frequência alta para cortar e uma corrente de voltagem modulada mais alta para coagular. Em mãos experientes, essa alça pode remover toda a zona de transformação, assegurando o tratamento adequado da lesão e, ao mesmo tempo, fornecendo uma amostra para exame histológico mais detalhado.
Manifestações clínicas. Em seus estágios iniciais, o câncer de colo do útero geralmente se evidencia por uma lesão mal definida na endocérvice. Em muitos casos, mulheres com esse tipo de câncer têm sangramento vaginal anormal, manchas de sangue nas roupas íntimas e secreção vaginal. Embora o sangramento possa ter qualquer desfecho, na maioria dos casos ocorre depois de relações sexuais. As mulheres com doença mais avançada podem referir dor pélvica ou lombar, que pode irradiar aos membros inferiores; ou pode ter hematúria, fístulas (retovaginais ou vesicovaginais) ou sinais de disseminação metastática às cadeias linfáticas supraclaviculares ou inguinais.
Tratamento O tratamento inicial do câncer de colo do útero consiste em retirar a lesão por uma dentre várias técnicas disponíveis. A biopsia ou a cauterização local pode ser um procedimento diagnóstico e terapêutico. Eletrocauterização, criocirurgia ou vaporização a laser de dióxido de carbono pode ser usada para tratar displasia moderada a grave limitada à exocérvice (i. e., junção escamocolunar claramente visível). A conização terapêutica torna-se necessária quando a lesão estende-se até o canal endocervical e pode ser realizada cirurgicamente (com ou sem LEEP) no consultório médico.
Dependendo do estágio de acometimento do colo uterino, o câncer invasivo é tratado com radioterapia, ressecção cirúrgica ou ambas. A irradiação externa e a irradiação intracavitária ou braquiterapia (i. e., colocação de materiais radioativos no corpo) podem ser usadas para tratar câncer desse tipo.29,30 A irradiação intracavitária possibilita acesso direto à lesão central e aumenta a tolerância do colo do útero e dos tecidos circundantes, viabilizando a utilização de níveis de radiação que assegurem a cura. A irradiação externa elimina doença metastática dos linfonodos pélvicos e de outras estruturas, bem como reduz a lesão de colo do útero para acentuar os efeitos da radioterapia intracavitária. As abordagens cirúrgicas incluem traquelectomia (ressecção do colo uterino) para mulheres com câncer em estágio inicial que desejem conservar a fertilidade; histerectomia radical (inclui a remoção do útero, do colo do útero, dos paramétricos e da parte superior da vagina) com dissecção dos linfonodos pélvicos; ou exenteração pélvica (i. e., ressecção de todos os órgãos pélvicos, inclusive bexiga, reto, vulva e vagina).
EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL : O câncer de colo de útero é o terceiro câncer mais frequente e a quarta causa de morte por câncer nas mulheres no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). As estimativas para o biênio é de 16.370 casos novos e com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres.6 Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o primeiro mais incidente na região Norte (25,62/100 mil), o segundo mais incidente nas regiões Centro-Oeste (18,32/100 mil) e Nordeste (20,47/100 mil), o quarto mais incidente na região Sudeste (9,97/100 mil) e região Sul (14,07/100 mil).
16. Conhecer os exames ginecológicos de rotina e de rastreamento do câncer do colo de útero (O que pode ser detectado com a colposcopia e no exame citopatológico)
Exames preventivo/rotina
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. Ela pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame preventivo (Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%. A doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor aparecem em fases mais avançadas da doença
O exame citopatológicode colo uterino, também chamado de exame de Papanicolaou ou preventivo, é um procedimento de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero.
Exame preventivo
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública e sua realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.
É um exame simples e rápido, podendo, no máximo, causar um pequeno desconforto. Para garantir um resultado correto, preferencialmente, não se deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame e evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à sua realização. É importante também não estar menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê.
Como é feito o exame
· Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento chamado espéculo (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);
· O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
· O profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;
· As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório especializado em citopatologia.
Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivo
O exame deve ser oferecido às mulheres ou qualquer pessoa com colo do útero, na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. Isso pode incluir homens trans e pessoas não binárias designadas mulher ao nascer. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos. 
O que fazer após o exame?
É preciso retornar ao local onde foi realizado o exame (ambulatório, posto ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e receber instruções. Tão importante quanto realizar o exame é buscar o resultado e apresentá-lo ao médico.
Resultado
Se o seu exame acusou:
· Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;
· Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis meses;
· Lesão de alto grau: O médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer outros exames, como a colposcopia; 
Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o exame. Você deve repetir o exame logo que for possível.
Em todos as situações, é importante seguir as recomendações médicas.
Exames de rastreio: 
Nesse procedimento o médico visualiza o colo do útero com a ajuda de um colposcópio, um instrumento com lentes de aumento, que permite a observação da superfície do colo do útero de perto e claramente.
A colposcopia não é um exame doloroso, não tem efeitos colaterais, e pode ser feito com segurança, mesmo se a mulher estiver grávida. Se uma área anormal é encontrada no colo do útero será realizada uma biópsia, que consiste na remoção de uma pequena amostra de tecido da área de aparência anormal. A biópsia é a única maneira de se saber com certeza se uma área anormal é um pré-câncer, um câncer ou nada significativo. Embora a colposcopia não seja dolorosa, a biópsia do colo de útero pode provocar algum desconforto em algumas mulheres.
https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/ginecologia/colposcopia/ 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/palestras/cancer/lesoes_intraepiteliais_escamosas_colo_uterino.pdf 
17. Identificar as políticas públicas direcionadas ao CA do colo de útero (prevenção e diagnóstico precoce)
No Brasil, políticas públicas voltadas para o CCU foram desenvolvidas a partir da década de 1970 (Figura 8) [Ministério da Saúde (Brasil). Instituto Nacional de Câncer (Inca), 2014]. 
O Ministério da Saúde elaborou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. Entre as metas propostas, estão a ampliação da cobertura de mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos, o aumento da cobertura de exame citopatológico para mulheres de 25 a 64 anos e o tratamento de todas as mulheres com diagnóstico de lesões precursoras de câncer. A Linha de Cuidado do Câncer do Colo do Útero tem como objetivo garantir o acesso humanizado e integral às ações e aos serviços qualificados.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/05/833577/doi-1021115_jbesv9n1p137-47.pdf

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