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TUTORIA UC11- SP2- FERNANDA VIEIRA

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TUTORIA- UC11-SP1
Fernanda Silveira Vieira
RA: 25172
1- Sobre o CA DE MAMA:
A- Tipos
Existem vários tipos de câncer de mama e maneiras diferentes de descrevê-los. O tipo de câncer de mama é determinado pelas células específicas da mama afetadas. A maioria dos cânceres de mama são carcinomas, que são tumores que começam nas células epiteliais que revestem órgãos e tecidos do corpo. Quando os carcinomas se formam na mama, geralmente são um tipo específico denominado adenocarcinoma, que começa nas células de um ducto mamário ou nas glândulas produtoras de leite (lóbulos).
Câncer de mama in situ versus Câncer de mama invasivo
O tipo de câncer de mama também pode se referir se o câncer se disseminou ou não. O câncer de mama in situ é um câncer que começa no ducto de leite e não cresce no restante do tecido mamário. O termo câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é usado para descrever qualquer tipo de câncer de mama que se disseminou no tecido mamário circundante.
· Carcinoma ductal in situ (DCIS). Também conhecido como carcinoma intraductal é considerado não invasivo ou câncer de mama pré-invasivo.
 
· Câncer de mama invasivo. O câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é aquele que se disseminou pelo tecido mamário adjacente. Os tipos mais comuns são o carcinoma ductal invasivo e carcinoma lobular invasivo. O carcinoma ductal invasivo representa entre 70 a 80% de todos os cânceres de mama.
Tipos especiais de câncer de mama invasivo
Alguns cânceres de mama invasivos têm características especiais ou se desenvolvem de maneiras diferentes que afetam seu tratamento e prognóstico. Esses cânceres são menos comuns, mas podem ser mais graves do que outros tipos de câncer de mama.
· Câncer de mama triplo negativo. O câncer de mama triplo negativo é um tipo agressivo de câncer de mama invasivo, representa cerca de 15% dos cânceres de mama. É um câncer difícil de ser tratado.
 
· Câncer de Mama Inflamatório. O câncer de mama inflamatório é um tipo raro de câncer de mama invasivo, que representa de 1 a 5% dos cânceres de mama.
Tipos menos comuns de câncer de mama
Existem outros tipos de câncer de mama que afetam outros tipos de células na mama. Esses cânceres são muito menos comuns e às vezes precisam de diferentes tipos de tratamento.
· Doença de Paget. A doença de Paget começa nos dutos mamários e se dissemina para a pele do mamilo e para a aréola. É raro, representando de 1 a 3% dos casos de câncer de mama.
 
· Angiossarcoma. Os sarcomas da mama são raros, representando menos de 1% dos cânceres de mama. O angiossarcoma começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos. Pode envolver o tecido mamário ou a pele da mama. Alguns podem estar relacionados ao tratamento radioterápico prévio dessa região.
 
· Tumor Filoide. É um tipo de tumor de mama muito raro, que se desenvolve no tecido conjuntivo (estroma), em contraste com os carcinomas, que se desenvolvem nos ductos ou lóbulos. A maioria é benigna, mas existem outras que são malignas (câncer).
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 20/09/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tipos-de-cancer-de-mama/1382/34/
B- Etiologia e Fisiopatologia
ETIOLOGIA
C- Sinais e Sintomas
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são:
· edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja;
· retração cutânea;
· dor;
· inversão do mamilo;
· hiperemia;
· descamação ou ulceração do mamilo;
· secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea.
A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
· Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém podem estar relacionados a doenças benignas da mama.
· A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que significa conhecer o que é normal em seu corpo e quais as alterações consideradas suspeitas de câncer de mama, é fundamental para a detecção precoce dessa doença.
D- Diagnóstico (diferenciar tipos de biópsia)
Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.
A detecção precoce é uma forma de prevenção secundária e visa a identificar o câncer de mama em estágios iniciais. Existem duas estratégias de detecção precoce: o diagnóstico precoce e o rastreamento. O objetivo do diagnóstico precoce é identificar pessoas com sinais e sintomas iniciais da doença, primando pela qualidade e pela garantia da assistência em todas as etapas da linha de cuidado da doença.
O diagnóstico precoce, portanto, é uma estratégia que possibilita terapias mais simples e efetivas, ao contribuir para a redução do estágio de apresentação do câncer. Assim, é importante que a população em geral e os profissionais de saúde reconheçam os sinais de alerta dos cânceres mais comuns, passíveis de melhor prognóstico se descobertos no início. A maioria dos cânceres é passível de diagnóstico precoce mediante avaliação e encaminhamento após os primeiros sinais e sintomas.
Já o rastreamento é uma ação dirigida à população sem sintomas da doença, que tem o intuito de identificar o câncer em sua fase pré-clínica. Atualmente, apenas há a indicação de rastreamento aos cânceres de mama e do colo do útero.
Tipos de Biópsia
Punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Esse procedimento consiste na remoção de uma amostra de células do tecido mamário suspeito para exame. Na PAAF é usada uma agulha mais fina acoplada a uma seringa para aspiração do tecido. O posicionamento da agulha é comumente guiado por ultrassom. A coleta do material é realizada com movimentos de vai-e-vem da seringa. O procedimento descrito poderá ser repetido diversas vezes, até que se obtenha quantidade suficiente de material, que posteriormente será colocado em lâminas.
 
Biópsia por agulha grossa (Core biopsy). A biópsia de fragmento com agulha ou core biopsy consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que da PAAF, acoplada a uma pistola especial. O posicionamento da agulha de biópsia poderá ser guiado por ultrassom, mamografia ou ressonância magnética. O procedimento é realizado com anestesia local e geralmente se retiram vários fragmentos de alguns milímetros. Esse é geralmente o tipo de biópsia preferido se houver suspeita de câncer de mama.
 
Biópsia cirúrgica. Em casos raros, é necessária a cirurgia para remover todo ou parte do nódulo para exame. Nesse procedimento o cirurgião remove todo o nódulo ou área anormal, bem como uma área de tecido mamário normal como margem de segurança.
 
Biópsia do linfonodo. Se os linfonodos axilares estão aumentados, eles serão investigados para determinar a disseminação da doença. Mesmo se os linfonodos não se encontrem alterados, os gânglios linfáticos axilares geralmente são estudados para metástases, no momento da cirurgia para retirada do tumor mamário. Isto é realizado com a biópsia do linfonodo sentinela ou dissecção dos linfonodos axilares.
E- Tratamento
Para o tratamento de câncer de mama, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos.
A lei nº 12.732, de 2012, estabelece que o paciente com neoplasiamaligna tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS, no prazo de até 60 dias a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso.
É importante reforçar que, para que o prazo da lei seja garantido a todo usuário do SUS, é necessária uma parceria direta dos gestores locais, responsáveis pela organização dos fluxos de atenção. Estados e municípios possuem autonomia para organizar a rede de atenção oncológica e o tempo para realizar diagnóstico depende da organização e regulação desses serviços.
O tratamento do câncer de mama é feito por meio de uma ou várias modalidades combinadas. O médico vai escolher o tratamento mais adequado de acordo com a localização, o tipo do câncer e a extensão da doença.
F- Epidemiologia/ fatores de risco
O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários (Adami et al., 2008).
Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos de idade, têm maior risco de desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco (Silva e Silva, 2005; WHO, 2018). 
Os fatores endócrinos/história reprodutiva estão relacionados principalmente ao estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco quanto maior for a exposição. Esses fatores incluem: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais (estrogênio-progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa (estrogênio-progesterona) (Silva e Silva, 2005; WHO, 2018; Iarc, 2021).
Os fatores comportamentais/ambientais bem estabelecidos incluem a ingesta de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade, inatividade física e exposição à radiação ionizante (Inumaru et al., 2011; Anothaisintawee et al., 2013; WHO, 2018; WCRF/AICR, 2018; INCA, 2020, IARC, 2021a e b). O tabagismo, fator estudado ao longo dos anos com resultados contraditórios, é atualmente classificado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico com limitada evidência para câncer de mama em humanos (Iarc, 2021). São evidências sugestivas, mas não conclusivas, de que ele possivelmente aumenta o risco desse tipo de câncer (Jemal et al., 2019; Drope et al., 2018).
A exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera, hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos altamente tóxicos ao ambiente e que demoram muitos anos para serem eliminados, oriundos de subprodutos de processos industriais e de combustão) pode também estar associada ao desenvolvimento do câncer de mama. Os profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento da doença são os cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo e trabalhadores noturnos. As atividades econômicas que mais se relacionam ao desenvolvimento da doença são as da indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo.
O risco de câncer de mama devido à radiação ionizante é proporcional à dose e à frequência (Adami et al., 2008). Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama.
Os fatores genéticos/hereditários foram relacionados à presença de mutações em determinados genes. Essas mutações são mais comumente encontradas nos genes BRCA1 e BRCA2, mas também são frequentes em outros genes como: PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D e TP53 (Breast Cancer Association Consortium, 2021; Garber et al., 1991). Mulheres que possuem vários casos de câncer de mama e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em homem também em parente consanguíneo, podem ter predisposição hereditária e são consideradas de risco elevado para a doença. O câncer de mama de caráter hereditário corresponde, por sua vez, a apenas 5% a 10% do total de casos (Adami et al., 2008). 
Epidemiologia
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres) (IARC, 2020).
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Para o ano de 2021 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2020).
 
A taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada pela população mundial, foi 14,23 óbitos/100.000 mulheres, em 2019, com as maiores taxas nas regiões Sudeste e Sul, com 16,14 e 15,08 óbitos/100.000 mulheres, respectivamente (INCA, 2021). O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ainda ocupa o primeiro lugar.
 
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,5%), seguidos pelo Nordeste (15,6%) e Sul (15,4%).
 
A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia (INCA, 2019).
Taxas de mortalidade por câncer de mama feminina, específicas por faixas etárias, por 100.000 mulheres. Brasil, 1979 a 2019
G- Estadiamento
O estadiamento descreve aspectos do câncer, como localização, se disseminou, e se está afetando as funções de outros órgãos do corpo. Conhecer o estágio do tumor ajuda na definição do tipo de tratamento e o prognóstico da paciente.
O primeiro estágio é o estágio 0 (carcinoma in situ) e, em seguida, variam de estágio I a IV. Quanto maior o estágio, por exemplo, estágio IV, significa que a doença está mais avançada.
Sistema de estadiamento TNM
O sistema de estadiamento utilizado para o câncer de mama é o sistema TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC). O sistema AJCC mais recente (janeiro/ 2018) usa sistemas de estadiamento clínico e patológico para o câncer de mama:
O estágio patológico, também denominado estágio cirúrgico, é determinado pela análise da amostra do tecido removido durante a cirurgia.
Se a cirurgia não for possível, o tumor recebe o estadiamento clínico, que está baseado nos resultados do exame físico, biópsia e exames de imagem. O estágio clínico é usado no planejamento do tratamento. No entanto, quando a doença está disseminada o estágio clínico não tem a mesma precisão que o estágio patológico para prever o prognóstico da paciente.
Nos dois sistemas de estadiamento, 7 critérios principais são usados:
T. Indica o tamanho do tumor primário e se disseminou para outras áreas.N. Descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos regionais.
M. Indica se existe presença de metástase em outros órgãos, como pulmões ou fígado.
ER. O tumor é receptor de estrogênio.
PR. O tumor é receptor de progesterona.
HER2. O tumor tem a proteína HER2.
G. O grau do câncer indica o quanto as células cancerígenas se parecem com células normais.
Além disso, os resultados do Oncotype Dx® também podem ser considerados no estágio em determinadas circunstâncias. Após a determinação de todos esses fatores, essas informações são combinadas em um processo denominado estadiamento geral.
Importante. Detalhes sobre os três primeiros fatores (categorias TNM) estão descritas abaixo. No entanto, a adição de informações sobre o status de ER, PR e HER2, junto com o grau, tornou o estadiamento do câncer de mama mais complexo do que para os outros tipos de câncer. Por essa razão converse com seu médico sobre o seu estadiamento específico e o que isso significa.
Detalhes do sistema de estadiamento TNM
Tumor primário (T)
TX. O tumor primário não pode ser avaliado.
T0. Sem evidências de tumor primário.
Tis. Carcinoma in situ.
T1. O tumor tem até 2 cm de diâmetro.
T2. O tumor tem entre 2 cm e 5 cm de diâmetro.
T3. O tumor tem mais de 5 cm de diâmetro.
T4 (inclui T4a, T4b, T4c e T4d). O tumor tem qualquer tamanho e invadiu o tórax ou a pele. Isso inclui câncer de mama inflamatório.
Linfonodos regionais (N)
NX. Os linfonodos regionais não podem ser avaliados.
N0. Os linfonodos próximos estão livres.
N0(i+). A área de disseminação da doença contém menos de 200 células e é menor do que 0,2 mm. A abreviatura "i +" significa que uma pequena porcentagem de células cancerígenas, denominadas células tumorais isoladas, são observadas no exame imunohistoquímico.
N0 (mol +). As células cancerígenas não podem ser vistas nos linfonodos das axilas, mas traços das mesmas foram detectadas usando a técnica RT-PCR.
N1. O tumor se disseminou para 1 ou 3 linfonodos axilares e/ou linfonodos mamários internos.
N1mi. Micrometástases nos linfonodos sob o braço. As áreas de disseminação do tumor nos linfonodos são de 2 mm ou menos.
N1a. O tumor se disseminou para 1 a 3 linfonodos no braço com pelo menos uma área de doença disseminada com mais de 2 mm de diâmetro.
N1b. O tumor se disseminou para os linfonodos mamários internos, mas essa disseminação só pode ser diagnosticada na biópsia do linfonodo sentinela.
N1c. Se aplicam N1a e N1b.
N2. O tumor se disseminou para 4 ou 9 linfonodos axilares ou para os linfonodos mamários internos.
N2a. O tumor se disseminou para 4 a 9 linfonodos axilares, com pelo menos uma área maior que 2 mm.
N2b. O tumor se disseminou para um ou mais linfonodos mamários internos, aumentando seu tamanho.
N3. Qualquer um dos seguintes:
N3a. O tumor se disseminou para 10 ou mais linfonodos axilares, com pelo menos uma área de câncer disseminada maior que 2mm; ou, o tumor se disseminou para os linfonodos infraclaviculares com pelo menos uma área de câncer maior que 2mm.
N3b. O tumor é encontrado em pelo menos um linfonodo axilar com pelo menos uma área de disseminação de câncer maior que 2 mm e aumentou os linfonodos mamários internos; ou, o tumor se disseminou para 4 ou mais linfonodos axilares com pelo menos uma área de disseminação maior que 2 mm e pequenas quantidades de são encontradas nos linfonodos mamários internos na biópsia do linfonodo sentinela.
N3c. O tumor se disseminou para os linfonodos claviculares, com pelo menos uma área maior do que 2 mm.
Metástase à distância (M)
MX. A disseminação não pode ser avaliada
M0. Ausência de metástases à distância.
cM0 (i +). Pequenas quantidades de células cancerígenas são encontradas no sangue ou na medula óssea ou pequenas áreas de disseminação do câncer (não maior que 0,2 mm) são encontradas nos linfonodos, clavícula ou áreas mamárias.
M1. Metástases à distância.
Exemplos usando o sistema de estadiamento
Como existem muitos fatores para o agrupamento dos estágios do câncer de mama, não é possível descrever todas as combinações possíveis que podem ser incluídas em cada estágio. As diversas combinações significam que duas mulheres que tenham o mesmo estadiamento podem ter fatores diferentes que compõem o estágio.
Abaixo estão relacionados três exemplos usando os fatores citados ​​para determinar o estágio do câncer de mama:
Exemplo 1
Se o tamanho do tumor tem entre 2 e 5 cm (T2), mas não se disseminou para os linfonodos (N0) ou outros órgãos (M0) e é:
• Grau 3.
• HER2-.
• ER+.
• RP+.
O estágio do câncer de mama é IB.
Exemplo 2
Se o tumor é maior que 5 cm (T3) e se disseminou para 4 a 9 linfonodos axilares ou para qualquer linfonodo mamário interno (N2), mas não se disseminou para outros órgãos (M0) e é:
• Grau 2.
• HER2+.
• ER+.
• RP+.
O estágio do câncer de mama é IB.
Exemplo 3
Se o tumor é maior que 5 cm (T3) e se disseminou para 4 a 9 linfonodos axilares ou para qualquer linfonodo mamário interno (N2), mas não se disseminou para outros órgãos (M0) e é:
• Grau 2.
• HER2-.
• ER-.
• RP-.
O estágio do câncer de mama é IIIB.
G- Rastreio
A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios.
• A mamografia permite identificar melhor as lesões mamárias em mulheres após a menopausa. Antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos (resultado negativo para câncer em pacientes com câncer) e também de falsos-positivos (resultado positivo para câncer em pacientes sem câncer), o que gera exposição desnecessária à radiação e a necessidade de realização de mais exames.
• O Ministério da Saúde recomenda contra o rastreamento com mamografia em mulheres com menos de 50 anos (recomendação contrária forte: os possíveis danos claramente superam os possíveis benefícios). Por isso, também as principais diretrizes e programas de rastreamento do mundo não recomendam o rastreamento de mulheres abaixo desta idade.
• O rastreamento com mamografia, mesmo na faixa etária recomendada, implica em riscos que precisam ser conhecidos pelas mulheres. Além dos resultados falso-positivos e falso-negativos, o rastreamento pode identificar cânceres de comportamento indolente, que não ameaçariam a vida da mulher e que acabam sendo tratados (sobrediagnóstico e sobretratamento), expondo-a a riscos e danos associados. As mulheres devem ser orientadas sobre riscos e benefícios do rastreamento mamográfico para que possam, em conjunto com o médico, decidir sobre a realização dos exames de rotina e exercer sua autonomia. 
• A avaliação das Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil é de que, na faixa etária de 50 a 69 anos e com periodicidade bienal, os possíveis benefícios do rastreamento superam seus riscos.
H- Metástase
Metástase significa a disseminação da doença para outros locais além do sítio primário da doença. As células cancerígenas podem se desprender do tumor primário (tumor localizado na mama) e entrar na corrente sanguínea ou sistema linfático. Através destas vias, podem se implantar em outros órgãos, onde se multiplicam, formando tumores metastáticos.
Quando as células cancerígenas se disseminam e formam um tumor em um órgão longe do sítio primário, esse tumor é denominado metastático e suas células são mantém as características das células do tumor do sítio original. Isto significa, por exemplo, que se um câncer de mama se disseminou para os pulmões, o tumor metastático no pulmão é constituído por células cancerígenas da mama e não de células do pulmão. Sob o microscópio, as células do câncer metastático serão como as células do órgão do qual se originou. Se o tumor originalmente é de mama com metástase aos pulmões, o ideal é consultar um especialista em câncer de mama.
Paraonde o câncer se dissemina?
As células cancerígenas podem se disseminar para qualquer parte do corpo. A maioria das células tumorais que se desprendem do tumor primário é transportada pelo sangue ou pelos gânglios linfáticos através do corpo. A circulação destas células explica porque o câncer de mama muitas vezes se dissemina para os gânglios linfáticos da axila (linfonodos axilares). Isso é denominado comprometimento linfonodal ou doença regional. O tumor que se dissemina para outros órgãos ou para os nódulos linfáticos distantes do tumor primário é denominado doença metastática.
Os locais mais comuns de metástases dos tumores de mama são os pulmões, ossos e fígado. Entretanto, a doença pode também se disseminar para outras partes do corpo como cérebro, cavidade abdominal, ovários e pele.
Quando pode ocorrer o câncer de mama avançado?
O câncer de mama avançado pode ocorrer em dois cenários distintos. No primeiro cenário, cursando com apenas 6% dos casos nos EUA, o tumor é diagnosticado já na fase avançada, apresentando no momento do diagnostico lesões em outros órgãos além da mama, como pulmão, ossos e outros.
No segundo cenário, mais comum, o tumor surge como uma recidiva, que é o retorno do tumor após o tratamento de um câncer de mama inicial ou localmente avançado.
As recidivas ocorrem pois células cancerígenas da mama permaneceram no corpo mesmo após o tratamento inicial. Essas células sempre estiveram lá, porém não foram detectadas. O motivo pelo qual essas células retornam a crescer ainda é desconhecido.
Risco do câncer de mama avançado
O risco de metástase após o tratamento do câncer de mama varia de paciente para paciente e depende de alguns fatores, como:
Biologia do tumor (características das células cancerígenas).
Estágio do tumor no momento do diagnóstico inicial.
Tratamentos realizados inicialmente (para prevenir a recidiva da doença).
Como o médico diferencia um tumor primário do metastático?
Para determinar se um tumor é primário ou metastático, um patologista, médico especializado na interpretação de exames laboratoriais, análise e avaliação de células, examina uma amostra do tumor. Em geral, as células cancerígenas se parecem com as células do tecido onde o tumor se iniciou. O patologista, por meio de exames de diagnóstico específicos, é capaz de determinar a origem das células cancerígenas. Os marcadores ou os antígenos encontrados nas células cancerígenas podem indicar o local do tumor primário. A técnica mais comum através da qual o patologista identifica a origem das células é a imuno-histoquímica. Mais recentemente, análises sofisticadas de determinados genes estão ajudando a identificar o tecido de origem das células malignas.
Os tumores metastáticos podem ser diagnosticados ao mesmo tempo que o tumor primário, ou até meses e anos mais tarde. Em raros casos, descobre-se a metástase antes mesmo de se identificar um tumor na mama. Quando um novo tumor é encontrado em um paciente já tratado anteriormente para um câncer, muitas vezes é uma metástase do tumor primário que demorou anos para crescer e se manifestar.
2- Especificar os tipos cirúrgicos e suas complicações
Referências:
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2016/anais/arquivos/RE_0246_0778_01.pdf
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sobre-o-cancer/6239/826/
https://www.inca.gov.br/noticias/confira-recomendacoes-do-ministerio-da-saude-para-o-rastreamento-do-cancer-de-mama
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2020: incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2019. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//... Acesso em: 12 maio 2021.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Atlas da mortalidade. Rio de Janeiro: INCA, 2021. 1 base de dados. Disponível em: https://www.inca.gov.br/app/mortalidade Acesso em: 18 jan 2021.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/cancer-de-mama

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