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SP1 - SAUDE DA MULHER (CA DE MAMA - EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, MÉTODOS DIAGNÓSTICOS, RASTREAMENTO, PLANOS TERAPÊUTICOS )

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Prévia do material em texto

1) DESCREVER A EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO, 
FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS, RASTREAMENTO, PLANOS 
TERAPÊUTICOS (INCLUINDO COMPLICAÇÕES), 
TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA. (ENFATIZAR 
LINFEDEMA, ESCÁPULA ALADA E COMPLICAÇÕES 
PSICOLÓGICAS) 
 
 TIPOS DE CÂNCER DE MAMA 
Existem vários tipos de câncer de mama e maneiras 
diferentes de descrevê-los. O tipo de câncer de mama 
é determinado pelas células específicas da mama 
afetadas. A maioria dos cânceres de mama são 
carcinomas, que são tumores que começam nas células 
epiteliais que revestem órgãos e tecidos do corpo. 
Quando os carcinomas se formam na mama, 
geralmente são um tipo específico denominado 
adenocarcinoma, que começa nas células de um ducto 
mamário ou nas glândulas produtoras de leite 
(lóbulos). 
O tipo de câncer de mama também pode se referir se 
o câncer se disseminou ou não. O câncer de mama in 
situ é um câncer que começa no ducto de leite e não 
cresce no restante do tecido mamário. O termo câncer 
de mama invasivo (ou infiltrante) é usado para 
descrever qualquer tipo de câncer de mama que se 
disseminou no tecido mamário circundante. 
 Carcinoma ductal in situ (DCIS): Também 
conhecido como carcinoma intraductal é 
considerado não invasivo ou câncer de mama 
pré-invasivo. 
 
 Câncer de mama invasivo: O câncer de mama 
invasivo (ou infiltrante) é aquele que se 
disseminou pelo tecido mamário adjacente. Os 
tipos mais comuns são o carcinoma ductal 
invasivo e carcinoma lobular invasivo. O 
carcinoma ductal invasivo representa entre 70 
a 80% de todos os cânceres de mama. 
 
 
 
 
1. Tipos especiais de câncer de mama invasivo 
Alguns cânceres de mama invasivos têm características 
especiais ou se desenvolvem de maneiras diferentes 
que afetam seu tratamento e prognóstico. Esses 
cânceres são menos comuns, mas podem ser mais 
graves do que outros tipos de câncer de mama. 
 Câncer de mama triplo negativo. O câncer de 
mama triplo negativo é um tipo agressivo de 
câncer de mama invasivo, representa cerca de 
15% dos cânceres de mama. É um câncer difícil 
de ser tratado. 
 
 Câncer de Mama Inflamatório. O câncer de 
mama inflamatório é um tipo raro de câncer de 
mama invasivo, que representa de 1 a 5% dos 
cânceres de mama. 
 
2. Tipos menos comuns de câncer de mama 
Existem outros tipos de câncer de mama que afetam 
outros tipos de células na mama. Esses cânceres são 
muito menos comuns e às vezes precisam de diferentes 
tipos de tratamento. 
 Doença de Paget. A doença de Paget começa 
nos dutos mamários e se dissemina para a pele 
do mamilo e para a aréola. É raro, 
representando de 1 a 3% dos casos de câncer 
de mama. 
 
 Angiossarcoma. Os sarcomas da mama são 
raros, representando menos de 1% dos 
cânceres de mama. O angiossarcoma começa 
nas células que revestem os vasos sanguíneos 
ou linfáticos. Pode envolver o tecido mamário 
ou a pele da mama. Alguns podem estar 
relacionados ao tratamento radioterápico 
prévio dessa região. 
 
 Tumor Filoide. É um tipo de tumor de mama 
muito raro, que se desenvolve no tecido 
conjuntivo (estroma), em contraste com os 
carcinomas, que se desenvolvem nos ductos 
ou lóbulos. A maioria é benigna, mas existem 
outras que são malignas (câncer). 
 
SP1
2 
“E a vida continua” 
3. Carcinoma ductal in situ (DCIS) 
O carcinoma ductal in situ, também conhecido como 
carcinoma intraductal, é considerado não invasivo ou 
câncer de mama pré-invasivo. Isso significa que as 
células que revestem os ductos são cancerígenas, mas 
não se disseminaram através das paredes dos ductos 
para o tecido mamário adjacente. 
Como o carcinoma ductal in situ não se disseminou 
para o tecido mamário adjacente, não pode se espalhar 
para outros órgãos (metástase). 
No entanto, o carcinoma ductal in situ, às vezes, pode 
se tornar um câncer invasivo. Nesse momento, a 
doença se dissemina para o tecido adjacente e se 
dissemina para outros órgãos (metástase). 
Atualmente, não existe uma forma de prever quando 
um tumor se tornará invasivo. Portanto, todas as 
mulheres com carcinoma ductal in situ devem ser 
tratadas. 
 
O CDIS é caracterizado pela proliferação de células 
epiteliais malignas no interior do sistema ducto-
lobular, sem evidência, no entanto, de invasão do 
estroma circunjacente. 
Dentre as possibilidades de classificação, é aceito para 
fins práticos subdividi-lo em 2 subgrupos: 
 o tipo comedo: crescimento sólido intra-
epitelial e presença de necrose central 
 e o tipo não-comedo: com padrão arquitetural 
cribiforme, micropapilar, papilar e sólido 
A preferência por esta classificação é baseada na 
observação de que o tipo comedo mostra-se mais 
maligno citologicamente, é mais associado com 
microinvasão e mais frequentemente exibe 
marcadores biológicos indicativos de alto grau de 
malignidade que os demais tipos não-comedo. 
Lesões comedonianas frequentemente são receptores 
estrogênio negativos, apresentam alto índice 
proliferativo, exibem aneuploidia, superexpressão do 
oncogene HER-2/ neu (c-erbB2), mutação do gene 
supressor p53 e angiogênese no estroma adjacente. 
Outra diferença entre os 2 subgrupos refere-se à 
extensão da lesão quando avaliada sob ponto de vista 
mamográfico (microcalcificações) e histopatológico. A 
extensão mamográfica das calcificações nas lesões 
não-comedonianas pode subestimar aquela da 
avaliação do espécime cirúrgico quando o estudo 
mamográfico não for complementado por 
magnificação. 
Apesar desses achados, esta classificação é limitada e 
representa uma simplificação da questão, pois a 
coexistência destas lesões e diferenças em 
comportamento biológico dentro dos subgrupos 
ocorre com certa frequência. 
Além da classificação em comedo e não-comedo, o 
CDIS é classificado conforme seu padrão arquitetural 
(sólido, cribriforme, papilar e misto), grau nuclear 
(avalia alterações de tamanho e forma do núcleo 
celular, classificado em alto, intermediário e baixo) e 
presença de comedonecrose. 
 
 
↳ Os CDIS de baixo grau têm as seguintes 
características: tumores bem diferen- ciados, com 
polarização celular manti- da. Grau nuclear baixo 
ou intermédio (não-alto), e ausência de necrose. 
As células exprimem habitualmente receptores de 
estrogénio e de progeste- rona, são 
frequentemente diplóides, não exprimem a 
proteína HER-2, e a p53 tende a ser negativa. 
 
↳ Os CDIS de grau intermédio têm as se- guintes 
características: tumores bem ou moderadamente 
diferenciados, com polarização celular variável. 
Grau nu- clear baixo ou intermédio (não-alto), e 
necrose presente. A expressão de recep- tores de 
estrogénio e de progesterona é frequente; as 
células são muitas vezes aneuplóides e a proteína 
HER-2 é fre- quentemente negativa. A expressão 
de p53 é variável, e o índice de proliferação 
avaliado pela positividade ao Ki67 pode ser alto ou 
baixo. 
 
↳ Os CDIS de alto grau têm as seguintes 
características: tumores pouco diferen- ciados, 
com polarização celular alterada. Alto grau 
nuclear e presença de necrose. A expressão de 
receptores hormonais tende a ser negativa; as 
células são aneu- plóides e a proteína HER-2 está 
frequen- temente expressa. A expressão de p53 é 
comum e o índice de proliferação alto. 
 
 
 
 
A apresentação clínica mais comum do CDIS é através 
de achados anormais em mamografias, expressos 
como lesões não palpáveis. Apenas 10% dos pacientes 
apresentam-se com massas palpáveis. Mais de 80% dos 
casos manifestam-se como microcalcificações com ou 
sem distorção dos tecidos circunjacentes 
 
4. Câncer de mama invasivo 
A maioria dos cânceres de mama é invasivo, mas 
existem diferentes tipos. Os dois mais comuns são o 
carcinoma ductal invasivo e o carcinoma lobular 
invasivo. O câncer de mama inflamatório e o câncer de 
mama triplo negativo também são tipos de câncer de 
mama invasivo. 
 
5. Carcinomaductal invasivo 
O carcinoma ductal invasivo (ou infiltrante) é o tipo 
mais comum de câncer de mama. Cerca de 80% dos 
cânceres de mama invasivos são carcinomas ductais 
invasivos. Se inicia em um ducto mamário, rompe a 
parede desse ducto e cresce no tecido adiposo da 
mama. A partir daí, pode se disseminar (metástase) 
para outras partes do corpo através do sistema 
linfático e da circulação sanguínea. 
 
6. Carcinoma lobular invasivo 
O carcinoma lobular invasivo começa nas glândulas 
produtoras de leite (lóbulos). Assim como o carcinoma 
ductal invasivo pode se disseminar para outras partes 
do corpo. Cerca de 10% dos cânceres de mama 
invasivos é um carcinoma lobular invasivo, que pode 
ser mais difícil de ser diagnosticado no exame físico e 
nos exames de imagens, como nas mamografias, do 
que o carcinoma ductal invasivo. E comparado a outros 
tipos de carcinomas invasivos, cerca de 10% das 
mulheres com carcinoma lobular invasivo pode ter a 
doença nas duas mamas. 
 
7. Tipos menos frequentes de câncer de mama 
invasivo 
Existem alguns tipos de carcinoma invasivo, que são 
subtipos de carcinoma invasivos. Eles são menos 
frequentes que os cânceres de mama mencionados 
acima e cada um deles representa menos de 5% dos 
cânceres de mama. Esses subtipos são, muitas vezes, 
nomeados pelas características celulares que podem 
ser visualizadas ao microscópio. 
 
 
 
 FATORES DE RISCO 
O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos 
fatores estão relacionados ao aumento do risco de 
desenvolver a doença, tais como: idade, fatores 
endócrinos/história reprodutiva, fatores 
comportamentais/ambientais e fatores 
genéticos/hereditários. 
Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos 
de idade, têm maior risco de desenvolver câncer de 
mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as 
próprias alterações biológicas com o envelhecimento 
aumentam, de modo geral, esse risco. 
Os fatores endócrinos/história reprodutiva estão 
relacionados principalmente ao estímulo estrogênico, 
seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco 
quanto maior for a exposição. Esses fatores incluem: 
história de menarca precoce (idade da primeira 
menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia 
(após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, 
nuliparidade, uso de contraceptivos orais (estrogênio-
progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-
menopausa (estrogênio-progesterona). 
Os fatores comportamentais/ambientais bem 
estabelecidos incluem a ingesta de bebida alcoólica, 
sobrepeso e obesidade, inatividade física e exposição à 
radiação ionizante. O tabagismo, fator estudado ao 
longo dos anos com resultados contraditórios, é 
atualmente classificado pela International Agency for 
Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico 
com limitada evidência para câncer de mama em 
humanos. São evidências sugestivas, mas não 
conclusivas, de que ele possivelmente aumenta o risco 
desse tipo de câncer. 
A exposição a determinadas substâncias e ambientes, 
como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos 
de baixa frequência, campos magnéticos, compostos 
orgânicos voláteis (componentes químicos presentes 
em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, 
caracterizados por sua alta pressão de vapor sob 
condições normais, fazendo com que se transformem 
em gás ao entrar em contato com a atmosfera, 
hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos altamente 
tóxicos ao ambiente e que demoram muitos anos para 
serem eliminados, oriundos de subprodutos de 
processos industriais e de combustão) pode também 
estar associada ao desenvolvimento do câncer de 
mama. Os profissionais que apresentam risco 
aumentado de desenvolvimento da doença são os 
cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, 
enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários 
de bordo e trabalhadores noturnos. As atividades 
econômicas que mais se relacionam ao 
desenvolvimento da doença são as da indústria da 
borracha e plástico, química e refinaria de petróleo. 
O risco de câncer de mama devido à radiação ionizante 
é proporcional à dose e à frequência. Doses altas ou 
moderadas de radiação ionizante (como as que 
ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de 
radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo 
doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em 
mulheres expostas a dezenas de exames de 
mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento 
do câncer de mama. 
Os fatores genéticos/hereditários foram relacionados à 
presença de mutações em determinados genes. Essas 
mutações são mais comumente encontradas nos genes 
BRCA1 e BRCA2, mas também são frequentes em 
outros genes como: PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, 
RAD51C, RAD51D e TP53. Mulheres que possuem 
vários casos de câncer de mama e/ou pelo menos um 
caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, 
sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em 
homem também em parente consanguíneo, podem ter 
predisposição hereditária e são consideradas de risco 
elevado para a doença. O câncer de mama de caráter 
hereditário corresponde, por sua vez, a apenas 5% a 
10% do total de casos. 
 
 EPIDEMIOLOGIA 
O câncer de mama considerado esporádico, ou seja, 
sem associação com o fator hereditário, representa 
mais de 90% dos casos de câncer de mama em todo 
mundo. Dados clínicos, epidemiológicos e 
experimentais têm demonstrado que o risco de 
desenvolvimento de câncer de mama esporádico está 
fortemente relacionado à produção de esteroides 
sexuais. Condições endócrinas moduladas pela função 
ovariana, como a menarca precoce, menopausa tardia 
e gestação, assim como a utilização de estrógenos 
exógenos, são componentes relevantes do risco de 
desenvolvimento do câncer de mama. Em sinergismo 
com os fatores hormonais, estudos observacionais 
indicam que o comportamento humano relacionado ao 
estilo de vida, o que inclui modificações na dieta e na 
atividade física, podem contribuir para o aumento da 
incidência do câncer de mama em todo o mundo. 
Segundo os dados do programa Surveillance, 
Epidemiology, and End Results (SEER), do Instituto 
Nacional do Câncer nos Estados Unidos, durante os 
anos de 1990 a 2000, a taxa de incidência de câncer de 
mama vinha aumentando cerca de 3% ao ano. O 
aumento da incidência nesse período foi atribuído, em 
parte, à melhora e divulgação dos programas de 
rastreamento do câncer de mama. No entanto, a partir 
de 2003, a incidência da doença vem sofrendo um leve 
declínio. Dois fatores são descritos como responsáveis 
por essa observação. A redução da incidência em todos 
os grupos de mulheres com mais de 45 anos sugere um 
efeito devido à saturação do sistema de rastreamento 
da doença. Por outro lado, a redução súbita da 
incidência entre os anos de 2002 e 2003, que ocorreu 
predominantemente no grupo de mulheres entre 50 e 
69 anos de idade, deve ser reflexo da redução do uso 
indiscriminado da terapia de reposição hormonal. 
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para 
cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados 
no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com 
um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil 
mulheres. 
O tipo histológico mais comum de câncer de mama é o 
carcinoma de células epiteliais, que se divide em lesões 
in situ e invasoras. Os carcinomas mais frequentes são 
os ductais ou lobulares. 
No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre 
as mulheres. Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos 
novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres 
estimados. Esse valor corresponde a um risco estimado 
de 55,2/100 mil. As maiores taxas de incidência 
esperadas foram na Austrália e Nova Zelândia, nos 
países do Norte da Europa e na Europa Ocidental. 
Independentemente da condição socioeconômica do 
país, a incidência desse câncer se coloca entre as 
primeiras posições das neoplasias malignas femininas. 
Por outro lado, observou-se um declínio natendência 
das taxas de incidência em alguns países 
desenvolvidos, parte atribuída à diminuição do 
tratamento da reposição hormonal em mulheres pós 
menopausa. 
No Brasil, ocorreram, em 2017, 16.724 óbitos por 
câncer de mama feminina, o equivalente a um risco de 
16,16 por 100 mil. 
Não existe somente um fator de risco para câncer de 
mama, no entanto a idade acima dos 50 anos é 
considerado o mais importante. 
Outros fatores que contribuem para o aumento do 
risco de desenvolver a doença são fatores genéticos 
(mutações dos genes BRCA1 e BRC2) e fatores 
hereditários, além da menopausa tardia, obesidade, 
sedentarismo e exposições frequentes às radiações 
ionizantes. 
 
 FISIOPATOLOGIA 
O câncer de mama é um tumor maligno que se 
desenvolve nos seios. Todo câncer é caracterizado por 
um crescimento rápido e desordenado de células, 
quando as células adquirem características anormais, 
células dos lobos mamários, células produtoras de leite 
ou dos ductos por onde é drenado o leite, podem 
causar uma ou mais mutações no material genético da 
célula. 
É através do DNA que os cromossomas passam todas 
as informações relativas a organização, forma, 
atividade e reprodução celular. Podem ocorrer 
alterações nos genes que passam a receber 
informações erradas para suas atividades. Essas 
alterações podem ocorrer em genes especiais, 
chamados protooncogenes, inativos em células 
normais, transformando-os em oncogenes, 
responsáveis pela cancerização de células normais. As 
células cancerizadas multiplicam-se de maneira 
descontrolada, acumulam-se formando tumor, e 
invadem o tecido vizinho. 
Além disso, os tumores malignos adquirem capacidade 
de se desprender do tumor e migrar, chegando a 
orgãos distantes, constituindo as metástases; perdem 
sua função especializada e, a medida que substituem 
as células normais, comprometem a função do órgão 
afetado. 
O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de 
câncer, é em geral lento, podendo levar vários anos 
para que uma célula prolifere e dê origem a um tumor 
palpável. Esse processo é composto de vários estágios, 
quais sejam: estágio de iniciação, onde os genes sofrem 
ação de fatores cancerígenos; estágio de promoção, 
onde os agentes oncopromotores atuam na célula já 
alterada; e estágio de progressão, caracterizada pela 
multiplicação descontrolada e irreversível da célula. 
O tempo médio para ocorrer a duplicação celular, no 
câncer de mama, é de 100 dias. O tumor pode ser 
palpável quando atinge 1 centímetro de diâmetro. 
Uma esfera de 1cm contém aproximadamente 1 bilhão 
de células que é o resultado de 30 duplicações 
celulares. Portanto, uma célula maligna levará 10 anos 
para se tornar um tumor de 1cm. 
Os três principais subtipos de câncer de mama 
definidos pela expressão diferencial de receptores 
hormonais e HER2 surgem através de caminhos mais 
ou menos distintos, e que envolvem a aquisição 
progressiva de mutações condutoras nas células 
epiteliais do sistema ductal/lobular. 
As causas do câncer de mama permanecem 
incompletamente compreendidas. No entanto, três 
conjuntos de influências pa¬recem ser importantes: (1) 
alterações genéticas, (2) influências hormonais e (3) 
variáveis ambientais. 
Alterações Genéticas. Tal como acontece com todos os 
cânceres, as mutações que afetam proto-oncogenes e 
genes supressores tumorais no epitélio da mama são 
subjacen-tes à oncogênese. Entre as mais bem 
caracterizadas está as uperexpressão do proto-
oncogene HER2/NEU, que sofre amplificação em até 
30% dos cânceres da mama invasivos. Esse gene é um 
membro da família do receptor do fator de 
crescimento da epiderme, e sua superexpressão está 
associada a um prognóstico sombrio. A amplificação 
dos genes RAS e MYC também tem sido relatada em 
alguns cânceres da mama humanos. As mutações dos 
bem conhecidos genes supressores de tumor RB e TP53 
também podem estar presen¬tes. Grande número de 
genes, incluindo o gene do receptor de estrogênio, 
pode ser inativado por hipermetilação do promotor. 
Sem dúvida, o processo de transformação envolve 
múltiplas alterações genéticas adquiridas, que podem 
ocorrer em vá¬rias combinações, dando assim origem 
a diferentes subtipos de câncer de mama. O perfil da 
expressão gênica pode separar o câncer de mama em 
quatro subtipos mole¬culares: (1) luminal A (positivo 
para receptor de estrogênio, negativo para 
HER2/NEU); (2) luminal B (positivo para receptor de 
estrogênio, superexpressão de HER2/NEU); (3) positivo 
para HER2/NEU (superexpressão de HER2/NEU, 
negativo para receptor de estrogênio); e (4) 
semelhante ao basal (negativo para receptor de 
estrogênio e negativo para HER2/NEU). Esses subtipos 
estão associados a diferentes resultados e, em alguns 
casos, terapias diferentes. 
Aproximadamente 10% dos cânceres de mama estão 
rela¬cionados a mutações hereditárias específicas. As 
mulheres que carregam um gene de suscetibilidade ao 
câncer de mama são mais propensas a ter câncer 
bilateral, a ter outras formas familiares de câncer (p. 
ex., câncer de ovário), a ter história familiar positivo 
(isto é, múltiplos parentes de primeiro grau afetados 
antes da menopausa), a desenvolver câncer de mama 
antes da menopausa e a pertencer a determinados 
grupos étnicos (p. ex., as pessoas de ascendência 
judaica asquenazi). Cerca de 33% das mulhe¬res com 
câncer de mama hereditário apresentam mu¬tações 
no BRCA1 (no lócus cromossômico 17q21.3) ou BRCA2 
(localizado na banda cromossômica 13q12-13). Esses 
genes codificam proteínas grandes e complexas que 
não apresentam homologia próxima umas às outras ou 
a outras pro¬teínas. Embora a base molecular para a 
sua forte associação ao risco de câncer de mama ainda 
esteja sendo elucidada, acredita-se que tanto o BRCA1 
quanto o BRCA2 funcionem em uma via comum de 
reparo do DNA. 
Geneticamente, BRCA1 e BRCA2 são genes supressores 
tu¬morais clássicos, pois o câncer surge apenas 
quando ambos os alelos são inativados ou defeituosos 
— no primeiro, lesão genética causada por uma 
mutação germinativa; no segundo, por uma mutação 
somática subsequente. Os testes genéticos estão 
disponíveis, mas sua utilidade é complicada pela 
exis¬tência de centenas de alelos mutantes diferentes, 
sendo que apenas alguns deles conferem 
suscetibilidade ao câncer. O grau de penetração, idade 
no início do câncer e suscetibilidade a outros tipos de 
câncer diferem entre as mutações específicas. A 
maioria das portadoras, no entanto, desenvolve câncer 
de mama na idade de 70 anos, em comparação com 
apenas 7% das mulheres que não carregam uma 
mutação. O papel desses genes no câncer de mama 
não hereditário esporádico é menos claro, pois as 
mutações que afetam BRCA1 e BRCA2 são infrequentes 
em tumores esporádicos. Doenças genéticas menos 
comuns associadas ao câncer de mama são a síndrome 
de Li-Fraumeni (causada por mutações em TP53), a 
síndrome de Cowden (causada por mutações germinais 
no PTEN — mencio¬nado anteriormente no carcinoma 
endometrial) e as dos portadores do gene ataxia-
telangiectasia. 
Influências Hormonais. Os estrogênios estimulam a 
produção de fatores de crescimento, tais como o fator 
transformador de crescimento-α, o fator de 
crescimento derivado de plaquetas, o fator de 
crescimento de fibroblastos, entre outros, os quais 
podem promover o desenvolvimento de tumores 
através de mecanismos parácrinos e autócrinos. Além 
disso, o RE regula dezenas de outros genes de modo 
estrogênio dependente, alguns dos quais são 
importantes para o desenvolvimento ou crescimento 
tumoral. As influências hormonais provavelmente 
induzem a proliferação celular durante o 
desenvolvimento de cânceres, a partir de lesões 
precursoras que tipicamente expressam fortemente 
RE, para carcinomas completamente malignos e até 
mesmo metastáticos. A importância do estrogênio é 
claramente demonstrada pelosbenefícios terapêuticos 
dos antagonistas do estrogênio, os quais reduzem o 
desenvolvimento de cânceres REpositivos em 
mulheres de alto risco e ainda são pilares no 
tratamento de tumores RE-positivos. 
Variáveis Ambientais. Acredita-se que as influências 
ambientais sejam responsáveis pela incidência variável 
de câncer de mama em grupos geneticamente 
homogêneos (p. ex., mulheres japonesas que vivem no 
Japão e nos Estados Unidos) e pelas diferenças 
geográficas na incidência do câncer de mama, como 
discutido anteriormente. 
 
HISTOLOGIA 
O câncer de mama consiste em um grupo de neoplasias 
epiteliais malignas com grande heterogeneidade 
estrutural. 
Aproximadamente 70 a 80% dos casos são classificados 
como carcinoma ductal invasor (CDI) sem tipo 
histológico especial. É importante que se faça essa 
distinção, pois os diferentes tipos histológicos de 
carcinoma ductal, como tubular, medular, metaplásico, 
mucinoso e adenoide-cístico, apresentam melhor 
prognóstico. 
Classificação utilizada no HCPA 
• Carcinoma intraductal ou ductal in situ; 
carcinoma lobular in situ. 
• Carcinoma ductal invasor (variantes: tubular, 
papilar, mucinoso, medular, adenoide-cístico, medular, 
coloide, carcinoma de Paget). 
• Carcinoma lobular invasor. 
Aproximadamente 90% dos carcinomas são do tipo 
ductal ou suas variantes. Os lobulares correspondem a 
menos de 10%. 
O carcinoma ductal in situ (CDIS) ou intraductal era 
achado pouco frequente em nosso meio até a década 
de 1990, mas agora, com o emprego rotineiro da 
mamografia, o número de diagnósticos tem 
aumentado acentuadamente. No Serviço de 
Mastologia, entre as lesões não palpáveis, o CDIS 
corresponde a quase 50% dos diagnósticos e, 
considerando-se todos os estádios, saltou de 2% em 
1990 para 10% em 2004. Para fins práticos, deve ser 
dividido em dois grupos, pois apresenta 
comportamentos biológicos distintos: 
CDIS 
• Tipo comedo 
• Tipo não comedo 
 — Micropapilar 
— Cribiforme 
— Misto 
O CDIS é mais comum na pós-menopausa e não deve 
ser, necessariamente, considerado lesão subclínica, 
pois muitas vezes se apresenta como massa tumoral 
definida, especialmente na variedade comedoniana. 
Tal variedade caracteriza-se pelo preenchimento dos 
ductos com células tumorais, algumas vezes com 
derrame papilar hemático ou aquoso e, 
frequentemente (± 85% das vezes), revelando 
microcalcificações na mamografia. 
O carcinoma lobular in situ (CLIS) é chamado por 
Haagensen de neoplasia lobular em virtude de não lhe 
reconhecer potencial intrínseco de malignidade, mas 
sim indicador biológico de aumento de risco para o 
futuro desenvolvimento de um tumor invasor. 
Costuma não ter qualquer expressão clínica, e os 
achados radiológicos são atípicos, muitas vezes 
constituindo-se em uma descoberta ocasional de 
biópsias mamárias. Tem tendência à multicentricidade 
e à bilateralidade (25%). Recentemente, autores como 
Page e Fischer contestaram esse caráter único de 
marcador de risco e lhe atribuíram, também, atividade 
precursora. Parece haver consenso de que o tipo 
pleomórfico de CLIS tem caráter precursor e deve ser 
manejado mais agressivamente, inclusive com 
obtenção de margens. 
O carcinoma lobular in situ não é mais considerado 
apenas como marcador de risco: tem atividade 
precursora também. 
O carcinoma ductal invasor (CDI), de tipo histológico 
não especial, responde pela maioria dos tumores 
invasores da mama. Em geral, o crescimento tumoral é 
acompanhado pela infiltração direta do estroma, 
provocando, frequentemente, reação desmoplástica 
com intensa fibrose, distorcendo a estrutura glandular, 
responsável pelo aspecto macroscópico e 
mamográfico de lesão estrelada. Os tumores de 
crescimento rápido tendem a formar massas 
multinodulares com permeação de vasos linfáticos, 
veias e espaços perineurais. Quando predomina a 
proliferação intraductal, ocorre escassa reação do 
estroma, propiciando crescimento tuberoso que pode 
atingir grandes dimensões antes da detecção. 
A média do diâmetro dos tumores tratados no Serviço 
de Mastologia do HCPA (1.906 casos) vem diminuindo: 
3,6 cm na década de 1970, 3,1 cm na década de 1990 e 
estava em 2,5 cm em dezembro de 2006. Segundo o 
INCA, com base nos dados disponíveis de Registros 
Hospitalares, 60% dos tumores de mama no Brasil são 
diagnosticados em estágio clínico III ou IV. 
As dimensões do tumor são inversamente 
proporcionais ao prognóstico: de modo geral, quanto 
maior o tumor primário, pior o prognóstico. 
Paralelamente, existe relação linear entre o tamanho 
do tumor e a probabilidade de metástases axilares. 
Além disso, o tamanho tumoral parece ser uma 
variável independente no prognóstico do carcinoma de 
mama, pois, mesmo em pacientes com axila negativa, 
os tumores maiores estão associados a menor 
intervalo livre de doença e morte. Existem padrões de 
diferenciação histológica entre os tumores que 
fornecem informações importantes para a orientação 
terapêutica de cada caso. O grau histológico é mais um 
fator prognóstico importante: um tumor Grau I (bem 
diferencia do) tem bom prognóstico, enquanto um 
tumor Grau III (pouco diferenciado) tem prognóstico 
reservado. 
 
 DIAGNÓSTICO 
Os principais métodos diagnósticos utilizados no 
diagnóstico precoce do câncer de mama säo: 
xeromamografia, mamografia, ecografia, citologia 
mamária e auto-exame. 
O diagnóstico é multidisciplinar por envolver diversos 
profissionais da área da saúde com papéis diferentes 
como o mastologista que faz o exame clínico, o 
radiologista responsável pelos exames de imagem e o 
patologista que analisará, se necessário, uma eventual 
biópsia ou punção aspirativa da lesão. 
A importância do diagnóstico precoce está ligada a 
utilizaçäo de cirurgia mais conservadora, sobrevida 
maior e cura do câncer. O dado mais importante para 
detecçäo precoce do câncer é a presença de 
microcalcificaçöes. Graças ao efeito de reforço das 
margens, inerente ao sistema xerorradiográfico, essas 
microcalcificaçöes säo bem visualizadas nos 
xeromamogramas, facilitando enormemente o 
diagnóstico do câncer mamário. A mamografia pode 
detectar tumor menor que 0,5 cm, antes da metástase 
ter cometado. A detecçäo precoce pela mamografia 
também traz o benefício de possibilitar cirurgia 
conservadora, para tumores pequenos e 
precocemente detectados. 
 
1. Auto-exame das mamas 
O auto-exame das mamas é um método em que, como 
a nomenclatura indica, a própria mulher se examina. O 
INCA, portanto não reconhece o auto-exame como 
método diagnóstico precoce, entretanto, o INCA 
entende que o auto-exame pode ser ensinado e 
difundido durante atividades de educação em saúde 
que estimulem autocuidado e autoconhecimento do 
corpo. 
A Sociedade Americana de Câncer institui entre outras 
normas para a detecção precoce de câncer de mama 
que o AEM seja opcional e sugere às mulheres que 
aderirem a ele que a regularidade seja mensal e o início 
se dê a partir dos 20 anos. 
 
2. Mamografia 
A mamografia é um exame de imagem, tipo especial de 
radiografia, que permite o estudo do tecido mamário, 
detecta precocemente o câncer de mama, mostrando 
lesões de até 1 mm. É realizado em um mamógrafo, 
aparelho de raio x que comprime a mama originando 
imagens. 
São obtidas duas incidências de cada mama, incisão 
craniocaudal que é a compressão da mama de cima 
para baixo e incisão oblíqua mediolateral, de um lado 
para o outro. As mulheres podem sentir um 
desconforto, pois a compressão máxima é necessária 
para que se atinja a visualização desejada. 
Por detectar lesões subclínicas e auxiliar no diagnóstico 
de massas palpáveis a MMG é eleito padrão ouro do 
diagnóstico precoce de câncer de mama. Cerca de 50% 
dos cânceres de mama iniciais podem ser descobertos 
apenas por MMG, a sensibilidade da MMG aumenta 
quando a densidade da mama diminui, por isso em 
mamasgordurosas, podem ser detectadas 90% das 
doenças malignas. 
A sensibilidade, ou seja, a capacidade do teste em 
identificar corretamente a doença entre aqueles que a 
possui varia de 46% a 88% e a especificidade, 
capacidade do teste em excluir corretamente aqueles 
que não possuem a doença oscila de 82% a 99%, essas 
variações acontecem devido a fatores como o tamanho 
e localização da lesão, densidade do tecido mamário, 
qualidade dos recursos técnicos e habilidade de 
interpretação do radiologista. 
Quanto às indicações a mamografia de divide em 
mamografia diagnóstica que é realizada na presença de 
sinais e sintomas do câncer de mama e mamografia 
para rastreamento que é feito em mulheres 
assintomáticas. 
O Colégio Americano de Radiologia e Sociedade 
Americana de Câncer recomendam que seja feita uma 
mamografia de triagem em mulheres a partir de 40 
anos a cada um ou dois anos. 
Em conformidade com o Documento de Consenso para 
Controle do Câncer de Mama, as recomendações 
foram para que mulheres na faixa etária entre 50 e 69 
anos realizem exame mamográfico com intervalo 
máximo de dois anos entre os exames e que seja feito 
anualmente em mulheres em grupo de risco a partir 
dos 35 anos. 
São classificadas como mulheres do grupo de alto risco 
aquelas que têm histórico na família de câncer de 
mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos, 
câncer em ovário em parentes de qualquer idade, 
câncer de mama masculino ou que a própria mulher 
tenha desenvolvido lesão mamária proliferativa com 
atipia ou neoplasia in situ, 
 
3. Ultrassonografia 
A ultrassonografia pode ser um valioso complemento 
da mamografia. Indicada especialmente para as 
mulheres com mamas mais densas ou para averiguar 
cistos e nódulos, já que, nestes casos, tem melhor 
resolução do que a mamografia. Pode ser também 
empregadas na avaliação de assimetrias encontradas 
nas mamas. Mas atenção: a 
ultrassonografia não substitui a mamografia! 
A ultrassonografia é um exame realizado com um 
aparelho que emite ondas de ultrassom e que, através 
do registro do eco, nos dá informações da textura e 
conteúdo de nódulos mamários. Na maioria dos casos 
será método complementar da mamografia. A 
ultrassonografia tem grande aplicação na 
diferenciação entre tumores císticos e sólidos e 
também é capaz de identificar lesões no interior de 
cisto, indicando a retirada do cisto através de cirurgia. 
Este exame tem melhor resultado quando feito em 
mamas densas, com tecido glandular exuberante, 
como as mamas das mulheres jovens. 
A ultrassonografia não é utilizada como método de 
rastreamento do câncer de mama porque não tem 
capacidade para detectar microcalcificações que, 
muitas vezes, representam a única forma de expressão 
do câncer de mama. Outra limitação deste exame é a 
identificação de tumores menores que 1 cm, 
localizados profundamente em mamas volumosas e 
com grande quantidade de tecido adiposo, porque 
pequenos tumores e lojas de gordura geram imagens 
semelhantes. 
 
4. Ressonância magnética 
A ressonância magnética é utilizada principalmente em 
mulheres que já foram diagnosticadas com câncer de 
mama para determinar, com mais precisão, o tamanho 
do tumor e a existência (ou não) de outros tumores na 
mama. A ressonância magnética de mama é 
recomendada junto com a mamografia anual para 
diagnóstico do câncer de mama em mulheres com alto 
risco da doença. A ressonância magnética não é 
indicada como um exame de rastreamento de forma 
isolada porque pode perder alguns tipos de câncer que 
poderiam ser diagnosticados através da mamografia. 
Embora a ressonância magnética possa diagnosticar 
alguns tipos de câncer não visualizados na mamografia, 
também é mais provável encontrar algo que não seja 
câncer (o que é denominado falso-positivo). Os 
resultados falso-positivos devem ser investigados para 
saber se o câncer não está presente. Isso significa que 
mais exames e/ou biópsias devem ser realizados. Por 
essa razão a ressonância magnética não é indicada 
como exame de rastreamento para mulheres com risco 
médio de câncer de mama, porque implicaria na 
realização de exames e biópsias desnecessárias em 
muitas dessas mulheres. 
Assim como as mamografias são realizadas em 
equipamentos de raios X projetados para a mama, 
alguns equipamentos de ressonância magnética 
dispõem de bobinas específicas para a realização de 
ressonância mamária. 
A ressonância usa poderosos ímãs em vez de radiação 
para formar as imagens. Uma ressonância magnética 
pode ter cortes transversais que podem ser vistos de 
vários ângulos, por exemplo, de frente, de lado ou de 
cima. A ressonância magnética cria imagens de partes 
moles do corpo, que são, difíceis de serem observadas 
utilizando outros exames de imagem. 
 
5. Biópsia da Mama 
Biópsia é a remoção de uma pequena quantidade de 
tecido para avaliação anatomopatológica da presença 
(ou não) de câncer. A amostra removida durante a 
biópsia é analisada por um patologista, médico 
especializado na interpretação de exames laboratoriais 
e avaliação de células, tecidos e órgãos para 
diagnosticar a doença. Se células cancerígenas estão 
presentes, o patologista determinará o tipo de câncer 
de mama a que corresponde. 
Existem vários tipos de biópsias, como a biópsia de 
aspiração por agulha fina, biópsia por agulha grossa e 
biópsia cirúrgica, cada uma com seus prós e contras. A 
escolha do tipo de biópsia depende da sua situação 
específica. Alguns dos fatores que o médico irá 
considerar incluem tipo de lesão, tamanho, localização, 
quantidade de tumores e outros problemas clínicos e 
preferências pessoais da paciente. 
Os principais tipos de biópsias para diagnóstico do 
câncer de mama são: 
A) Punção aspirativa por agulha fina (PAAF). 
Esse procedimento consiste na remoção de uma 
amostra de células do tecido mamário suspeito para 
exame. Na PAAF é usada uma agulha mais fina 
acoplada a uma seringa para aspiração do tecido. O 
posicionamento da agulha é comumente guiado por 
ultrassom. A coleta do material é realizada com 
movimentos de vai-e-vem da seringa. O procedimento 
descrito poderá ser repetido diversas vezes, até que se 
obtenha quantidade suficiente de material, que 
posteriormente será colocado em lâminas. 
B) Biópsia por agulha grossa (Core biopsy). 
A biópsia de fragmento com agulha ou core biopsy 
consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma 
agulha de calibre um pouco mais grosso que da PAAF, 
acoplada a uma pistola especial. O posicionamento da 
agulha de biópsia poderá ser guiado por ultrassom, 
mamografia ou ressonância magnética. O 
procedimento é realizado com anestesia local e 
geralmente se retiram vários fragmentos de alguns 
milímetros. Esse é geralmente o tipo de biópsia 
preferido se houver suspeita de câncer de mama. 
C) Biópsia cirúrgica. 
Em casos raros, é necessária a cirurgia para remover 
todo ou parte do nódulo para exame. Nesse 
procedimento o cirurgião remove todo o nódulo ou 
área anormal, bem como uma área de tecido mamário 
normal como margem de segurança. 
D) Biópsia do linfonodo. 
Se os linfonodos axilares estão aumentados, eles serão 
investigados para determinar a disseminação da 
doença. Mesmo se os linfonodos não se encontrem 
alterados, os gânglios linfáticos axilares geralmente são 
estudados para metástases, no momento da cirurgia 
para retirada do tumor mamário. Isto é realizado com 
a biópsia do linfonodo sentinela ou dissecção dos 
linfonodos axilares. 
Independentemente do tipo de biópsia realizado, as 
amostras de tecido da área suspeita serão enviadas 
para análise em um laboratório de patologia. 
 
 TRATAMENTO 
Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o 
médico discutirá com a paciente as opções de 
tratamento. Nesse momento, é importante pesar os 
benefícios de cada opção terapêutica contra os 
possíveis riscos e efeitos colaterais. Existemvários 
tipos de tratamentos para o câncer de mama que 
dependem do tipo e do estágio da doença. 
Tratamentos locais. A terapia local visa tratar um 
tumor localmente, sem afetar o resto do corpo. Os 
tipos de terapia local utilizados para o câncer de mama 
incluem: 
 Cirurgia 
 Radioterapia. 
 
Tratamentos sistêmicos. A terapia sistêmica se refere 
ao uso de medicamentos que podem ser administrados 
por via oral ou diretamente na corrente sanguínea para 
atingir as células cancerígenas em qualquer parte do 
corpo. Dependendo do tipo de câncer de mama, 
diferentes tipos de tratamentos sistêmicos podem seu 
usados, incluindo: 
 Quimioterapia. 
 Hormonioterapia. 
 Terapia alvo. 
 Imunoterapia. 
 
Estádios I e II 
A conduta habitual consiste de cirurgia, que pode ser 
conservadora, com retirada apenas do tumor 
(Moran et al., 2014); ou mastectomia, com retirada da 
mama e reconstrução mamária. A avaliação dos 
linfonodos axilares tem função predominantemente 
prognóstica (Giuliano et al., 2011). 
Após a cirurgia, o tratamento complementar com 
radioterapia pode ser indicado em algumas situações. 
Já a reconstrução mamária deve ser sempre 
considerada nos casos de mastectomia. 
O tratamento sistêmico será determinado de acordo 
com o risco de recorrência (idade da paciente, 
comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau 
de diferenciação), assim como das características 
tumorais que ditarão a terapia mais apropriada. Esta 
última baseia-se principalmente na mensuração dos 
receptores hormonais (receptor de estrogênio e 
progesterona) (Hammond et al., 2010) - quando a 
hormonioterapia pode ser indicada; e também de HER-
2 (fator de crescimento epidérmico 2) (Wolf et al., 
2013) - com possível indicação de terapia biológica 
anti-HER-2. 
 
Estádio III 
Pacientes com tumores maiores, porém ainda 
localizados, enquadram-se no estádio III. Nessa 
situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, 
com quimioterapia) é a modalidade terapêutica inicial 
(Cortazar et al., 2014). Após resposta adequada, segue-
se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia). 
 
Estádio IV 
Nesse estádio, é fundamental que a decisão 
terapêutica busque o equilíbrio entre a resposta 
tumoral e o possível prolongamento da sobrevida, 
levando-se em consideração os potenciais efeitos 
colaterais decorrentes do tratamento (Cardoso et al., 
2014). A modalidade principal nesse estádio é 
sistêmica, sendo o tratamento local reservado para 
indicações restritas. 
Atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de 
mama deve ser preocupação dos profissionais de 
saúde ao longo de todo o processo terapêutico. 
O tratamento do câncer de mama, conforme prevê 
a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer 
(abre em nova janela), deve ser feito por meio das 
Unidades de Assistência de Alta Complexidade em 
Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de 
Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), que fazem 
parte de hospitais de nível terciário. Esse nível de 
atenção deve estar capacitado para realizar o 
diagnóstico diferencial e definitivo do câncer, 
determinar sua extensão (estadiamento), tratar 
(cirurgia, radioterapia, oncologia clínica e cuidados 
paliativos), acompanhar e assegurar a qualidade da 
assistência oncológica. 
 COMPLICAÇÕES 
Identificar as complicações do tratamento e as 
complicações do câncer de mama. (Linfedema, 
escápula alada e complicações psicológicas). 
 
O tratamento cirúrgico devido ao câncer de mama 
possui duas opções principais: a quadrantectomia, que 
consiste na retirada parcial da mama, considerada uma 
técnica cirúrgica conservadora, e a mastectomia, que 
envolve a retirada total da mama incluindo os 
músculos peitorais. Sabe-se que as técnicas cirúrgicas 
podem gerar complicações físicofuncionais a curto e 
em longo prazo no membro superior homolateral a 
cirurgia como: linfedema, dor, diminuição da 
amplitude de movimento, redução da sensibilidade e 
da força muscular, o que contribui para a piora das 
atividades de vida diária e qualidade de vida dessas 
mulheres. 
Além das complicações físico-funcionais, a qualidade 
de vida é influenciada negativamente, com piora dos 
aspectos psicológicos, como depressão, ansiedade, 
fadiga, questões sobre autoestima, imagem corporal e 
sexualidade, fatores estes, que em conjunto com as 
alterações funcionais interferem adversamente na 
qualidade de vida, contribuindo para a morbidade e 
mortalidade. 
 
1. Linfedema 
Inchaço do braço do lado onde você fez a mastectomia 
e a retirada de linfonodos. 
Um dos fatores contribuintes para o linfedema é a 
linfadenectomia axilar, uma técnica invasiva que 
remove estruturas da cavidade axilar com o intuito de 
promover o estadiamento clínico da doença e obter o 
controle local, reduzindo o risco de metástase linfática. 
Deste modo, em primeiro momento a retirada desses 
gânglios axilares aumentam o risco de linfedema e 
depois podem modificar a biomecânica da articulação 
do ombro, o que gera dificuldades de movimentação 
que interferem nas atividades de vida diárias dessas 
mulheres. 
https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/acoes-de-controle/tratamento#4
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html
O inchaço também pode ocorrer após o tratamento 
radioterápico. Muitas vezes, é um efeito colateral 
temporário, mas pode ser permanente. Nestes casos, 
pode afetar a qualidade de vida. É possível diminuir o 
impacto se detectar os sintomas precocemente. 
O linfedema pode influenciar no desenvolvimento de 
outras disfunções e afetar a qualidade de vida geral por 
meio de uma série de fatores como, inchaços no 
membro afetado, parestesia da mão, rigidez dos dedos, 
dor, reduzida amplitude de movimento do ombro, 
cotovelo e punho, aumento da incidência de infecções, 
deformidades posturais, função limitada, problemas 
psicológicos e emocionais além da incapacidade de 
usar determinada roupa e reduções de independência. 
 
 
 
2. Escápula alada 
A escápula alada é uma condição em que a borda 
medial da escápula mostra-se proeminente e tende a 
se deslocar para trás, dando o aspecto de asa. Os 
pacientes com esse tipo de alteração queixam-se de 
dor, fraqueza, desconforto, diminuição da mobilidade 
ativa do ombro ou podem, eventualmente, ser 
assintomáticos. A alteração ocorre devido à lesão do 
nervo torácico longo, durante a manipulação cirúrgica 
da axila, como parte do tratamento do câncer de 
mama, podendo ser total ou parcial, gerar uma 
alteração definitiva ou transitória. 
A lesão do nervo torácico longo pode levar à fraqueza 
ou à paralisia do músculo serrátil anterior, ocasionando 
a escápula alada. Essa disfunção acarreta na 
desestabilização da cintura escapular, pois o serrátil é 
considerado um dos principais músculos de fixação da 
escápula na caixa torácica durante a elevação do 
membro superior. O quadro clínico se dá pela limitação 
do ombro na elevação do braço entre 80° e 120°, 
principalmente na flexão. O paciente pode queixar-se 
também de fraqueza no movimento de elevação a 90° 
e presença ou não de dor, porém a característica 
principal é a proeminência da borda medial da 
escápula e a rotação do ângulo inferior na linha média. 
 
 
3. Perda de Cabelo 
Alguns tratamentos, como a quimioterapia, matam as 
células de crescimento rápido, por exemplo, os 
folículos capilares. É importante dizer que a perda de 
cabelo é diferente em cada pessoa, e depende do tipo 
de medicamentos quimioterápicos que a paciente está 
recebendo. A radioterapia e a hormonioterapia 
também podem causar esse efeito colateral. 
O que esperar: É provável que o cabelo comece a cair 
dentro de 1 a 2 semanas do início do tratamento. 
Inicialmente, o cabelo pode ficar mais fino ou cair 
quase tudo de uma vez. É comum perdero cabelo do 
corpo inteiro, não apenas o da cabeça. Isto significa 
que pode perder os cílios e sobrancelhas, bem como 
pêlos dos braços, pernas e pubianos. Às vezes, o cabelo 
começa a crescer de volta antes mesmo do tratamento 
finalizar, mas pode ser mais fino ou de uma textura e 
cor diferente. 
 
4. Ganho ou Perda de Peso 
Pode haver ganho ou perda de peso durante o 
tratamento. A perda de peso pode ser devido a 
alterações de apetite, vômitos ou náuseas. O ganho de 
peso é às vezes causado por tratamentos como 
quimioterapia ou terapia hormonal. No entanto, 
outros medicamentos que eventualmente pode tomar, 
também podem aumentar uns quilos, assim como as 
mudanças na dieta e a diminuição da prática de 
exercícios físicos. 
 
 
5. Alterações na Pele e Unhas 
Estas alterações são notadas após a quimioterapia, 
radioterapia ou tratamento hormonal. 
Mudanças que podem acontecer na pele: 
• Vermelhidão. 
• Inflamação. 
• Secura. 
• Erupção cutânea. 
• Escurecimento das veias. 
A vermelhidão devido à radioterapia e alguns tipos de 
quimioterapia podem piorar à exposição da pele ao sol. 
Embora raro, o dano à pele pode acontecer se 
medicamentos quimioterápicos por via venosa 
vazarem após sua administração. 
Mudanças que podem acontecer nas unhas: As unhas 
podem se tornar escuras ou descoloridas. Podem 
quebrar mais facilmente ou ficar rígidas. Às vezes, a 
unha pode levantar-se do leito ungueal, o que deve ser 
informado de imediato ao médico, devido ao risco de 
infecção. 
 
6. Náuseas e vômitos 
A náusea pode ser definida como uma sensação de 
desconforto associada a uma vontade de vomitar. 
Normalmente, é referida como enjoo ou ânsia e é 
percebida na garganta ou como dor no estômago. 
Aproximadamente 80% dos pacientes em tratamento 
do câncer apresentam quadros de náuseas e vômitos. 
Mas existem muitos medicamentos que podem 
controlar bem esses sintomas. 
 
7. Complicações psicológicas 
A paciente pode desenvolver uma depressão e um 
isolamento social. O especialista, ao perceber tais 
sintomas, deve encaminhá-la ao serviço de psicologia e 
psiquiatria. Muitas vezes, essa paciente se nega a 
aceitar tal conduta, ela tende a encarar a doença como 
uma ação destruidora e geralmente é sentida como um 
castigo, uma punição, uma vez que o câncer está 
associado ao estigma da morte. Apesar dessa postura, 
o médico deve mostrar as possibilidades de cura, a sua 
relação com a estética e como isso pode ser vivido e 
superado. 
 
 
↳ Quimioterapia 
Os medicamentos quimioterápicos podem provocar 
efeitos colaterais, que dependem do tipo e da dose dos 
medicamentos administrados e do tempo de 
tratamento. Esses efeitos colaterais podem incluir: 
• Perda de cabelo. 
• Alterações nas unhas. 
• Feridas na boca. 
• Perda ou aumento da apetite. 
• Náuseas e vômitos. 
• Diarreia. 
• Infecção, devido a diminuição dos 
glóbulos brancos. 
• Hematomas ou hemorragias, 
devido a diminuição das plaquetas. 
• Fadiga, devido a diminuição dos 
glóbulos vermelhos. 
 
Esses efeitos colaterais geralmente desaparecem após 
o término do tratamento. No entanto, existem 
maneiras de diminuir esses efeitos colaterais. Por 
exemplo, podem ser administrados medicamentos 
para prevenir ou reduzir as náuseas e vômitos. 
 
↳ Mastectomia 
Os efeitos colaterais da mastectomia podem incluir: 
• Dor. 
• Inchaço na parte superior do 
braço. 
• Hematoma. 
• Seroma. 
• Limitação nos movimentos dos 
braços ou do ombro. 
• Dormência na mama ou no braço. 
• Dor neuropática na parede 
torácica, axila e/ou braço. 
• Se os linfonodos axilares forem 
removidos, também pode ocorrer 
outros efeitos colaterais, como o 
linfedema. 
Assim como em todas cirurgias, podem ocorrer 
hemorragia e infecção. 
 
 
 
 
↳ Imunoterapia 
Os possíveis efeitos colaterais do atezolizumabe 
podem incluir fadiga, tosse, náuseas, perda de apetite, 
constipação e diarreia. 
 
↳ Radioterapia 
Os principais efeitos colaterais a curto prazo da 
radioterapia com feixe externo para câncer de mama 
são: 
• Inchaço e sensação de peso na 
mama. 
• Alterações na pele na área 
irradiada. 
• Fadiga. 
 
As alterações da pele podem variar de vermelhidão 
leve a bolhas e descamação. A maioria das alterações 
na pele melhoram em alguns meses. Algumas 
alterações no tecido mamário geralmente 
desaparecem em 6 a 12 meses, mas podem 
eventualmente levar mais tempo. 
 
↳ Hormonioterapia 
Os possíveis efeitos colaterais são raros, mas 
importantes: 
• Esses medicamentos podem aumentar o risco 
de desenvolver cânceres de útero em mulheres que já 
passaram a menopausa. Informe seu médico, 
imediatamente, se apresentar qualquer sangramento 
vaginal, um sintoma comum desses cânceres. A 
maioria das hemorragias uterinas não é câncer, mas 
esse sintoma sempre precisa de atenção imediata. 
• Formação de coágulos sanguíneos são outro 
possível efeito colateral importante. Geralmente se 
formam nas pernas e são denominados tromboses, 
mas às vezes podem complicar e provocar embolia 
pulmonar. Entre em contato com seu médico, 
imediatamente, se apresentar sintomas, como dor, 
vermelhidão ou inchaço na perna, falta de ar ou dor no 
peito. 
 
 
 
2) DESCREVER AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A 
PREVENÇÃO, O TRATAMENTO E O SEGUIMENTO DA 
MULHER QUANTO AO CÂNCER DE MAMA. 
 
Com o incremento das ações do Ministério da Saúde, 
lançou-se, em 2005, a Política Nacional de Atenção 
Oncológica, que preconiza a promoção, prevenção, 
diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados 
paliativos, abrangendo todas as unidades federativas 
da união. Essa política foi reafirmada no ano de 2011 
com o Plano de Fortalecimento das ações para 
prevenção e qualificação do diagnóstico e tratamento 
dos cânceres do colo do útero e de mama. 
Nos últimos anos, a organização das ações de controle 
desse tipo de câncer vem sendo aprimoradas devido à 
implantação do Sistema de Informação do Câncer de 
Mama- SISMAMA, ao aumento da oferta de 
mamografias pelo Ministério da Saúde e à publicação 
de documentos pelo INCA. Hoje, a perspectiva no 
campo da detecção precoce é promover o diagnóstico 
e o rastreamento em áreas com ocorrência elevada da 
doença. 
O tratamento do câncer de mama, conforme prevê 
a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer 
(abre em nova janela), deve ser feito por meio das 
Unidades de Assistência de Alta Complexidade em 
Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de 
Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), que fazem 
parte de hospitais de nível terciário. Esse nível de 
atenção deve estar capacitado para realizar o 
diagnóstico diferencial e definitivo do câncer, 
determinar sua extensão (estadiamento), tratar 
(cirurgia, radioterapia, oncologia clínica e cuidados 
paliativos), acompanhar e assegurar a qualidade da 
assistência oncológica. 
 
UNACON 
As Unidades de Assistência de Alta Complexidade 
(UNACON) são centros hospitalares que possuem 
condições técnicas e instalações físicas, assim como 
equipamentos e recursos humanos adequados para 
oferecer o devido suporte ao paciente oncológico. 
Assim sendo, representam unidades comprometidas à 
prestação de assistência especializada de alta 
complexidade para o diagnóstico definitivo e 
tratamento dos cânceres mais prevalentes no Brasil. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html
Além disso, as UNACON contam exclusivamente com 
especialidades em Cirurgia Geral, Coloproctologia, 
Ginecologia /Mastologia e Urologia, dentre outras. 
Dessa forma, estas unidades hospitalares ainda podem 
ter em sua estrutura física a devida assistência 
radioterápica. Entretanto, caso a UNACON não ofereça 
assistência para o tratamento radioterápico na própria 
unidade de atendimento, deverá ser estabelecida uma 
referência formal para o encaminhamentodos doentes 
que necessitarem desse procedimento. 
 
PROGRAMA CENTROS DE ALTA COMPLEXIDADE EM 
ONCOLOGIA (CACON) 
Este é um dos Programas que o INCA/Ministério da 
Saúde visa cumprir em sua totalidade nacional, por isso 
denominado de Projeto Expande. 
A Expansão dos Centros de Alta Complexidade em 
Oncologia (CACON), preconiza a integralidade de ações 
de prevenção, assistência, informação, educação, 
pesquisa e a integração entre os serviços. As ações de 
prevenção na área da promoção da saúde, educação 
comunitária e diagnóstico precoce consistem em 
priorizar a área da assistência, o diagnóstico, a cirurgia 
oncológica, a oncologia clínica, a radioterapia, as 
medidas de suporte, a reabilitação e os cuidados 
paliativos. A parte da informação refere-se à 
epidemiologia científica. Na área da educação enfatiza 
a formação, aperfeiçoamento e treinamento. 
 
PROGRAMA VIVA MULHER 
O VIVA MULHER é um Programa Nacional de Controle 
do Câncer de Colo do Útero e de Mama que tem como 
objetivo reduzir a mortalidade e as repercussões 
físicas, psíquicas e sociais desses tipos de câncer na 
mulher brasileira, por meio da oferta de serviços para 
prevenção e detecção em estágios iniciais da doença e 
para o tratamento e reabilitação das mulheres. 
Desta forma, as diretrizes e estratégias traçadas para o 
Programa contemplam a formação de uma rede 
nacional integrada, com base em um núcleo 
geopolítico gerencial, sediado no município, que 
permitirá ampliar o acesso da mulher aos serviços de 
saúde. Além disso, a capacitação de recursos humanos 
e a motivação da mulher para cuidar da sua saúde 
fortalecerão e aumentarão a eficiência da rede 
formada para o controle do câncer. 
Para o câncer de mama, no dia 27 de novembro de 
2000, foi lançada a primeira fase, que constitui o 
Projeto de Capacitação de Recursos Humanos na Área 
da Saúde, com distribuição de material para 
treinamento contendo folhetos, livretos e vídeo para 
profissionais de saúde alocados nos diversos níveis de 
atenção à saúde e no Projeto de Organização da Rede 
de Serviço, prevendo a alocação de mamógrafos e 
pistolas para biópsia por agulha grossa (Core biopsy) 
em pólos de diagnóstico estaduais. 
Numa segunda fase, o Programa será alvo de uma Fase 
de Intensificação, orientando a mulher a fazer o auto-
exame das mamas (AEM) e convidando-a a procurar a 
rede de saúde para realizar o exame clínico das mamas 
(ECM), caso julgue ter alguma alteração. Em uma 
terceira fase, com data a ser definida, o Programa 
iniciará o rastreamento por mamografia das mulheres 
de maior risco, após a organização da rede de serviços. 
A realização do ECM e do AEM é fundamental para o 
diagnóstico de tumores com tamanhos cada vez 
menores detectáveis clinicamente (1 a 3 cm). 
Assim, com o objetivo de educar a mulher e 
aproveitando o comparecimento dela à Unidade de 
Saúde para realizar o exame preventivo do câncer de 
colo do útero (Papanicolaou), a partir de 25 anos, o 
profissional de saúde, médico(a) e enfermeiro(a), faz a 
anamnese, realiza o ECM e ensina o AEM. Após o ECM, 
as mulheres com exame clínico anormal serão 
encaminhadas a uma consulta médica especializada 
onde será avaliada a necessidade de mamografia e 
exame cito-anatomopatológico, bem como a indicação 
de tratamento especializado ou retorno para uma nova 
avaliação. 
O diagnóstico por meio da mamografia, de tumores 
pequenos que não são detectáveis ao ECM ou ao AEM, 
é outra abordagem do Viva Mulher. Para o controle do 
câncer de mama no País esse diagnóstico está previsto 
nas seguintes situações: 
 Realizar mamografia bianual nas mulheres na 
faixa etária de 50 a 69 anos; 
 Realizar a mamografia anualmente nas mulheres 
com idade de 40 anos ou mais, e com situação de 
alto risco (história familiar de câncer de mama na 
mãe ou irmã, ocorridos na pré-menopausa). 
 
OUTUBRO ROSA 
Movimento internacional de conscientização para o 
controle do câncer de mama, o Outubro Rosa foi criado 
no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. 
Komen for the Cure. A data é celebrada anualmente, 
com o objetivo de compartilhar informações e 
promover a conscientização sobre a doença; 
proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico 
e de tratamento e contribuir para a redução da 
mortalidade. O INCA — que participa do movimento 
desde 2010 — promove eventos técnicos, debates e 
apresentações sobre o tema, assim como produz 
materiais e outros recursos educativos para disseminar 
informações sobre fatores protetores e detecção 
precoce do câncer de mama. 
 
PROGRAMA DE QUALIDADE DA MAMOGRAFIA 
O Programa de Qualidade da Mamografia (PQM) é uma 
iniciativa do INCA que avalia a qualidade das 
mamografias oferecidas à população, segundo critérios 
e parâmetros estabelecidos na legislação vigente. Tem 
como objetivo garantir os benefícios e minimizar os 
riscos associados a este método, utilizado na detecção 
precoce do câncer de mama. 
O PQM possui duas fases de avaliação. A primeira 
avalia o desempenho dos equipamentos através da 
avaliação da dose de radiação e da qualidade da 
imagem de um simulador de mama (phantom) e a 
segunda avalia o desempenho dos profissionais 
envolvidos no processo através da avaliação das 
imagens clínicas e dos laudos. 
Os serviços que recebem algum tipo de reprovação em 
alguma fase do ciclo de avaliações recebem 
recomendações de ajustes das não conformidades 
encontradas. Após as correções, é solicitado que 
encaminhem as amostras de materiais da primeira ou 
segunda fase para nova avaliação. Essa prática se 
repete até que o serviço alcance a aprovação, 
destacando assim, a natureza educativa do programa.

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