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1) DESCREVER A EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, MÉTODOS DIAGNÓSTICOS, RASTREAMENTO, PLANOS TERAPÊUTICOS (INCLUINDO COMPLICAÇÕES), TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA. (ENFATIZAR LINFEDEMA, ESCÁPULA ALADA E COMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS) TIPOS DE CÂNCER DE MAMA Existem vários tipos de câncer de mama e maneiras diferentes de descrevê-los. O tipo de câncer de mama é determinado pelas células específicas da mama afetadas. A maioria dos cânceres de mama são carcinomas, que são tumores que começam nas células epiteliais que revestem órgãos e tecidos do corpo. Quando os carcinomas se formam na mama, geralmente são um tipo específico denominado adenocarcinoma, que começa nas células de um ducto mamário ou nas glândulas produtoras de leite (lóbulos). O tipo de câncer de mama também pode se referir se o câncer se disseminou ou não. O câncer de mama in situ é um câncer que começa no ducto de leite e não cresce no restante do tecido mamário. O termo câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é usado para descrever qualquer tipo de câncer de mama que se disseminou no tecido mamário circundante. Carcinoma ductal in situ (DCIS): Também conhecido como carcinoma intraductal é considerado não invasivo ou câncer de mama pré-invasivo. Câncer de mama invasivo: O câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é aquele que se disseminou pelo tecido mamário adjacente. Os tipos mais comuns são o carcinoma ductal invasivo e carcinoma lobular invasivo. O carcinoma ductal invasivo representa entre 70 a 80% de todos os cânceres de mama. 1. Tipos especiais de câncer de mama invasivo Alguns cânceres de mama invasivos têm características especiais ou se desenvolvem de maneiras diferentes que afetam seu tratamento e prognóstico. Esses cânceres são menos comuns, mas podem ser mais graves do que outros tipos de câncer de mama. Câncer de mama triplo negativo. O câncer de mama triplo negativo é um tipo agressivo de câncer de mama invasivo, representa cerca de 15% dos cânceres de mama. É um câncer difícil de ser tratado. Câncer de Mama Inflamatório. O câncer de mama inflamatório é um tipo raro de câncer de mama invasivo, que representa de 1 a 5% dos cânceres de mama. 2. Tipos menos comuns de câncer de mama Existem outros tipos de câncer de mama que afetam outros tipos de células na mama. Esses cânceres são muito menos comuns e às vezes precisam de diferentes tipos de tratamento. Doença de Paget. A doença de Paget começa nos dutos mamários e se dissemina para a pele do mamilo e para a aréola. É raro, representando de 1 a 3% dos casos de câncer de mama. Angiossarcoma. Os sarcomas da mama são raros, representando menos de 1% dos cânceres de mama. O angiossarcoma começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos. Pode envolver o tecido mamário ou a pele da mama. Alguns podem estar relacionados ao tratamento radioterápico prévio dessa região. Tumor Filoide. É um tipo de tumor de mama muito raro, que se desenvolve no tecido conjuntivo (estroma), em contraste com os carcinomas, que se desenvolvem nos ductos ou lóbulos. A maioria é benigna, mas existem outras que são malignas (câncer). SP1 2 “E a vida continua” 3. Carcinoma ductal in situ (DCIS) O carcinoma ductal in situ, também conhecido como carcinoma intraductal, é considerado não invasivo ou câncer de mama pré-invasivo. Isso significa que as células que revestem os ductos são cancerígenas, mas não se disseminaram através das paredes dos ductos para o tecido mamário adjacente. Como o carcinoma ductal in situ não se disseminou para o tecido mamário adjacente, não pode se espalhar para outros órgãos (metástase). No entanto, o carcinoma ductal in situ, às vezes, pode se tornar um câncer invasivo. Nesse momento, a doença se dissemina para o tecido adjacente e se dissemina para outros órgãos (metástase). Atualmente, não existe uma forma de prever quando um tumor se tornará invasivo. Portanto, todas as mulheres com carcinoma ductal in situ devem ser tratadas. O CDIS é caracterizado pela proliferação de células epiteliais malignas no interior do sistema ducto- lobular, sem evidência, no entanto, de invasão do estroma circunjacente. Dentre as possibilidades de classificação, é aceito para fins práticos subdividi-lo em 2 subgrupos: o tipo comedo: crescimento sólido intra- epitelial e presença de necrose central e o tipo não-comedo: com padrão arquitetural cribiforme, micropapilar, papilar e sólido A preferência por esta classificação é baseada na observação de que o tipo comedo mostra-se mais maligno citologicamente, é mais associado com microinvasão e mais frequentemente exibe marcadores biológicos indicativos de alto grau de malignidade que os demais tipos não-comedo. Lesões comedonianas frequentemente são receptores estrogênio negativos, apresentam alto índice proliferativo, exibem aneuploidia, superexpressão do oncogene HER-2/ neu (c-erbB2), mutação do gene supressor p53 e angiogênese no estroma adjacente. Outra diferença entre os 2 subgrupos refere-se à extensão da lesão quando avaliada sob ponto de vista mamográfico (microcalcificações) e histopatológico. A extensão mamográfica das calcificações nas lesões não-comedonianas pode subestimar aquela da avaliação do espécime cirúrgico quando o estudo mamográfico não for complementado por magnificação. Apesar desses achados, esta classificação é limitada e representa uma simplificação da questão, pois a coexistência destas lesões e diferenças em comportamento biológico dentro dos subgrupos ocorre com certa frequência. Além da classificação em comedo e não-comedo, o CDIS é classificado conforme seu padrão arquitetural (sólido, cribriforme, papilar e misto), grau nuclear (avalia alterações de tamanho e forma do núcleo celular, classificado em alto, intermediário e baixo) e presença de comedonecrose. ↳ Os CDIS de baixo grau têm as seguintes características: tumores bem diferen- ciados, com polarização celular manti- da. Grau nuclear baixo ou intermédio (não-alto), e ausência de necrose. As células exprimem habitualmente receptores de estrogénio e de progeste- rona, são frequentemente diplóides, não exprimem a proteína HER-2, e a p53 tende a ser negativa. ↳ Os CDIS de grau intermédio têm as se- guintes características: tumores bem ou moderadamente diferenciados, com polarização celular variável. Grau nu- clear baixo ou intermédio (não-alto), e necrose presente. A expressão de recep- tores de estrogénio e de progesterona é frequente; as células são muitas vezes aneuplóides e a proteína HER-2 é fre- quentemente negativa. A expressão de p53 é variável, e o índice de proliferação avaliado pela positividade ao Ki67 pode ser alto ou baixo. ↳ Os CDIS de alto grau têm as seguintes características: tumores pouco diferen- ciados, com polarização celular alterada. Alto grau nuclear e presença de necrose. A expressão de receptores hormonais tende a ser negativa; as células são aneu- plóides e a proteína HER-2 está frequen- temente expressa. A expressão de p53 é comum e o índice de proliferação alto. A apresentação clínica mais comum do CDIS é através de achados anormais em mamografias, expressos como lesões não palpáveis. Apenas 10% dos pacientes apresentam-se com massas palpáveis. Mais de 80% dos casos manifestam-se como microcalcificações com ou sem distorção dos tecidos circunjacentes 4. Câncer de mama invasivo A maioria dos cânceres de mama é invasivo, mas existem diferentes tipos. Os dois mais comuns são o carcinoma ductal invasivo e o carcinoma lobular invasivo. O câncer de mama inflamatório e o câncer de mama triplo negativo também são tipos de câncer de mama invasivo. 5. Carcinomaductal invasivo O carcinoma ductal invasivo (ou infiltrante) é o tipo mais comum de câncer de mama. Cerca de 80% dos cânceres de mama invasivos são carcinomas ductais invasivos. Se inicia em um ducto mamário, rompe a parede desse ducto e cresce no tecido adiposo da mama. A partir daí, pode se disseminar (metástase) para outras partes do corpo através do sistema linfático e da circulação sanguínea. 6. Carcinoma lobular invasivo O carcinoma lobular invasivo começa nas glândulas produtoras de leite (lóbulos). Assim como o carcinoma ductal invasivo pode se disseminar para outras partes do corpo. Cerca de 10% dos cânceres de mama invasivos é um carcinoma lobular invasivo, que pode ser mais difícil de ser diagnosticado no exame físico e nos exames de imagens, como nas mamografias, do que o carcinoma ductal invasivo. E comparado a outros tipos de carcinomas invasivos, cerca de 10% das mulheres com carcinoma lobular invasivo pode ter a doença nas duas mamas. 7. Tipos menos frequentes de câncer de mama invasivo Existem alguns tipos de carcinoma invasivo, que são subtipos de carcinoma invasivos. Eles são menos frequentes que os cânceres de mama mencionados acima e cada um deles representa menos de 5% dos cânceres de mama. Esses subtipos são, muitas vezes, nomeados pelas características celulares que podem ser visualizadas ao microscópio. FATORES DE RISCO O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários. Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos de idade, têm maior risco de desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco. Os fatores endócrinos/história reprodutiva estão relacionados principalmente ao estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco quanto maior for a exposição. Esses fatores incluem: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais (estrogênio- progesterona) e terapia de reposição hormonal pós- menopausa (estrogênio-progesterona). Os fatores comportamentais/ambientais bem estabelecidos incluem a ingesta de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade, inatividade física e exposição à radiação ionizante. O tabagismo, fator estudado ao longo dos anos com resultados contraditórios, é atualmente classificado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico com limitada evidência para câncer de mama em humanos. São evidências sugestivas, mas não conclusivas, de que ele possivelmente aumenta o risco desse tipo de câncer. A exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera, hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos altamente tóxicos ao ambiente e que demoram muitos anos para serem eliminados, oriundos de subprodutos de processos industriais e de combustão) pode também estar associada ao desenvolvimento do câncer de mama. Os profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento da doença são os cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo e trabalhadores noturnos. As atividades econômicas que mais se relacionam ao desenvolvimento da doença são as da indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo. O risco de câncer de mama devido à radiação ionizante é proporcional à dose e à frequência. Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Os fatores genéticos/hereditários foram relacionados à presença de mutações em determinados genes. Essas mutações são mais comumente encontradas nos genes BRCA1 e BRCA2, mas também são frequentes em outros genes como: PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D e TP53. Mulheres que possuem vários casos de câncer de mama e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em homem também em parente consanguíneo, podem ter predisposição hereditária e são consideradas de risco elevado para a doença. O câncer de mama de caráter hereditário corresponde, por sua vez, a apenas 5% a 10% do total de casos. EPIDEMIOLOGIA O câncer de mama considerado esporádico, ou seja, sem associação com o fator hereditário, representa mais de 90% dos casos de câncer de mama em todo mundo. Dados clínicos, epidemiológicos e experimentais têm demonstrado que o risco de desenvolvimento de câncer de mama esporádico está fortemente relacionado à produção de esteroides sexuais. Condições endócrinas moduladas pela função ovariana, como a menarca precoce, menopausa tardia e gestação, assim como a utilização de estrógenos exógenos, são componentes relevantes do risco de desenvolvimento do câncer de mama. Em sinergismo com os fatores hormonais, estudos observacionais indicam que o comportamento humano relacionado ao estilo de vida, o que inclui modificações na dieta e na atividade física, podem contribuir para o aumento da incidência do câncer de mama em todo o mundo. Segundo os dados do programa Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER), do Instituto Nacional do Câncer nos Estados Unidos, durante os anos de 1990 a 2000, a taxa de incidência de câncer de mama vinha aumentando cerca de 3% ao ano. O aumento da incidência nesse período foi atribuído, em parte, à melhora e divulgação dos programas de rastreamento do câncer de mama. No entanto, a partir de 2003, a incidência da doença vem sofrendo um leve declínio. Dois fatores são descritos como responsáveis por essa observação. A redução da incidência em todos os grupos de mulheres com mais de 45 anos sugere um efeito devido à saturação do sistema de rastreamento da doença. Por outro lado, a redução súbita da incidência entre os anos de 2002 e 2003, que ocorreu predominantemente no grupo de mulheres entre 50 e 69 anos de idade, deve ser reflexo da redução do uso indiscriminado da terapia de reposição hormonal. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. O tipo histológico mais comum de câncer de mama é o carcinoma de células epiteliais, que se divide em lesões in situ e invasoras. Os carcinomas mais frequentes são os ductais ou lobulares. No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres. Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados. Esse valor corresponde a um risco estimado de 55,2/100 mil. As maiores taxas de incidência esperadas foram na Austrália e Nova Zelândia, nos países do Norte da Europa e na Europa Ocidental. Independentemente da condição socioeconômica do país, a incidência desse câncer se coloca entre as primeiras posições das neoplasias malignas femininas. Por outro lado, observou-se um declínio natendência das taxas de incidência em alguns países desenvolvidos, parte atribuída à diminuição do tratamento da reposição hormonal em mulheres pós menopausa. No Brasil, ocorreram, em 2017, 16.724 óbitos por câncer de mama feminina, o equivalente a um risco de 16,16 por 100 mil. Não existe somente um fator de risco para câncer de mama, no entanto a idade acima dos 50 anos é considerado o mais importante. Outros fatores que contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença são fatores genéticos (mutações dos genes BRCA1 e BRC2) e fatores hereditários, além da menopausa tardia, obesidade, sedentarismo e exposições frequentes às radiações ionizantes. FISIOPATOLOGIA O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve nos seios. Todo câncer é caracterizado por um crescimento rápido e desordenado de células, quando as células adquirem características anormais, células dos lobos mamários, células produtoras de leite ou dos ductos por onde é drenado o leite, podem causar uma ou mais mutações no material genético da célula. É através do DNA que os cromossomas passam todas as informações relativas a organização, forma, atividade e reprodução celular. Podem ocorrer alterações nos genes que passam a receber informações erradas para suas atividades. Essas alterações podem ocorrer em genes especiais, chamados protooncogenes, inativos em células normais, transformando-os em oncogenes, responsáveis pela cancerização de células normais. As células cancerizadas multiplicam-se de maneira descontrolada, acumulam-se formando tumor, e invadem o tecido vizinho. Além disso, os tumores malignos adquirem capacidade de se desprender do tumor e migrar, chegando a orgãos distantes, constituindo as metástases; perdem sua função especializada e, a medida que substituem as células normais, comprometem a função do órgão afetado. O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, é em geral lento, podendo levar vários anos para que uma célula prolifere e dê origem a um tumor palpável. Esse processo é composto de vários estágios, quais sejam: estágio de iniciação, onde os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; estágio de promoção, onde os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada; e estágio de progressão, caracterizada pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula. O tempo médio para ocorrer a duplicação celular, no câncer de mama, é de 100 dias. O tumor pode ser palpável quando atinge 1 centímetro de diâmetro. Uma esfera de 1cm contém aproximadamente 1 bilhão de células que é o resultado de 30 duplicações celulares. Portanto, uma célula maligna levará 10 anos para se tornar um tumor de 1cm. Os três principais subtipos de câncer de mama definidos pela expressão diferencial de receptores hormonais e HER2 surgem através de caminhos mais ou menos distintos, e que envolvem a aquisição progressiva de mutações condutoras nas células epiteliais do sistema ductal/lobular. As causas do câncer de mama permanecem incompletamente compreendidas. No entanto, três conjuntos de influências pa¬recem ser importantes: (1) alterações genéticas, (2) influências hormonais e (3) variáveis ambientais. Alterações Genéticas. Tal como acontece com todos os cânceres, as mutações que afetam proto-oncogenes e genes supressores tumorais no epitélio da mama são subjacen-tes à oncogênese. Entre as mais bem caracterizadas está as uperexpressão do proto- oncogene HER2/NEU, que sofre amplificação em até 30% dos cânceres da mama invasivos. Esse gene é um membro da família do receptor do fator de crescimento da epiderme, e sua superexpressão está associada a um prognóstico sombrio. A amplificação dos genes RAS e MYC também tem sido relatada em alguns cânceres da mama humanos. As mutações dos bem conhecidos genes supressores de tumor RB e TP53 também podem estar presen¬tes. Grande número de genes, incluindo o gene do receptor de estrogênio, pode ser inativado por hipermetilação do promotor. Sem dúvida, o processo de transformação envolve múltiplas alterações genéticas adquiridas, que podem ocorrer em vá¬rias combinações, dando assim origem a diferentes subtipos de câncer de mama. O perfil da expressão gênica pode separar o câncer de mama em quatro subtipos mole¬culares: (1) luminal A (positivo para receptor de estrogênio, negativo para HER2/NEU); (2) luminal B (positivo para receptor de estrogênio, superexpressão de HER2/NEU); (3) positivo para HER2/NEU (superexpressão de HER2/NEU, negativo para receptor de estrogênio); e (4) semelhante ao basal (negativo para receptor de estrogênio e negativo para HER2/NEU). Esses subtipos estão associados a diferentes resultados e, em alguns casos, terapias diferentes. Aproximadamente 10% dos cânceres de mama estão rela¬cionados a mutações hereditárias específicas. As mulheres que carregam um gene de suscetibilidade ao câncer de mama são mais propensas a ter câncer bilateral, a ter outras formas familiares de câncer (p. ex., câncer de ovário), a ter história familiar positivo (isto é, múltiplos parentes de primeiro grau afetados antes da menopausa), a desenvolver câncer de mama antes da menopausa e a pertencer a determinados grupos étnicos (p. ex., as pessoas de ascendência judaica asquenazi). Cerca de 33% das mulhe¬res com câncer de mama hereditário apresentam mu¬tações no BRCA1 (no lócus cromossômico 17q21.3) ou BRCA2 (localizado na banda cromossômica 13q12-13). Esses genes codificam proteínas grandes e complexas que não apresentam homologia próxima umas às outras ou a outras pro¬teínas. Embora a base molecular para a sua forte associação ao risco de câncer de mama ainda esteja sendo elucidada, acredita-se que tanto o BRCA1 quanto o BRCA2 funcionem em uma via comum de reparo do DNA. Geneticamente, BRCA1 e BRCA2 são genes supressores tu¬morais clássicos, pois o câncer surge apenas quando ambos os alelos são inativados ou defeituosos — no primeiro, lesão genética causada por uma mutação germinativa; no segundo, por uma mutação somática subsequente. Os testes genéticos estão disponíveis, mas sua utilidade é complicada pela exis¬tência de centenas de alelos mutantes diferentes, sendo que apenas alguns deles conferem suscetibilidade ao câncer. O grau de penetração, idade no início do câncer e suscetibilidade a outros tipos de câncer diferem entre as mutações específicas. A maioria das portadoras, no entanto, desenvolve câncer de mama na idade de 70 anos, em comparação com apenas 7% das mulheres que não carregam uma mutação. O papel desses genes no câncer de mama não hereditário esporádico é menos claro, pois as mutações que afetam BRCA1 e BRCA2 são infrequentes em tumores esporádicos. Doenças genéticas menos comuns associadas ao câncer de mama são a síndrome de Li-Fraumeni (causada por mutações em TP53), a síndrome de Cowden (causada por mutações germinais no PTEN — mencio¬nado anteriormente no carcinoma endometrial) e as dos portadores do gene ataxia- telangiectasia. Influências Hormonais. Os estrogênios estimulam a produção de fatores de crescimento, tais como o fator transformador de crescimento-α, o fator de crescimento derivado de plaquetas, o fator de crescimento de fibroblastos, entre outros, os quais podem promover o desenvolvimento de tumores através de mecanismos parácrinos e autócrinos. Além disso, o RE regula dezenas de outros genes de modo estrogênio dependente, alguns dos quais são importantes para o desenvolvimento ou crescimento tumoral. As influências hormonais provavelmente induzem a proliferação celular durante o desenvolvimento de cânceres, a partir de lesões precursoras que tipicamente expressam fortemente RE, para carcinomas completamente malignos e até mesmo metastáticos. A importância do estrogênio é claramente demonstrada pelosbenefícios terapêuticos dos antagonistas do estrogênio, os quais reduzem o desenvolvimento de cânceres REpositivos em mulheres de alto risco e ainda são pilares no tratamento de tumores RE-positivos. Variáveis Ambientais. Acredita-se que as influências ambientais sejam responsáveis pela incidência variável de câncer de mama em grupos geneticamente homogêneos (p. ex., mulheres japonesas que vivem no Japão e nos Estados Unidos) e pelas diferenças geográficas na incidência do câncer de mama, como discutido anteriormente. HISTOLOGIA O câncer de mama consiste em um grupo de neoplasias epiteliais malignas com grande heterogeneidade estrutural. Aproximadamente 70 a 80% dos casos são classificados como carcinoma ductal invasor (CDI) sem tipo histológico especial. É importante que se faça essa distinção, pois os diferentes tipos histológicos de carcinoma ductal, como tubular, medular, metaplásico, mucinoso e adenoide-cístico, apresentam melhor prognóstico. Classificação utilizada no HCPA • Carcinoma intraductal ou ductal in situ; carcinoma lobular in situ. • Carcinoma ductal invasor (variantes: tubular, papilar, mucinoso, medular, adenoide-cístico, medular, coloide, carcinoma de Paget). • Carcinoma lobular invasor. Aproximadamente 90% dos carcinomas são do tipo ductal ou suas variantes. Os lobulares correspondem a menos de 10%. O carcinoma ductal in situ (CDIS) ou intraductal era achado pouco frequente em nosso meio até a década de 1990, mas agora, com o emprego rotineiro da mamografia, o número de diagnósticos tem aumentado acentuadamente. No Serviço de Mastologia, entre as lesões não palpáveis, o CDIS corresponde a quase 50% dos diagnósticos e, considerando-se todos os estádios, saltou de 2% em 1990 para 10% em 2004. Para fins práticos, deve ser dividido em dois grupos, pois apresenta comportamentos biológicos distintos: CDIS • Tipo comedo • Tipo não comedo — Micropapilar — Cribiforme — Misto O CDIS é mais comum na pós-menopausa e não deve ser, necessariamente, considerado lesão subclínica, pois muitas vezes se apresenta como massa tumoral definida, especialmente na variedade comedoniana. Tal variedade caracteriza-se pelo preenchimento dos ductos com células tumorais, algumas vezes com derrame papilar hemático ou aquoso e, frequentemente (± 85% das vezes), revelando microcalcificações na mamografia. O carcinoma lobular in situ (CLIS) é chamado por Haagensen de neoplasia lobular em virtude de não lhe reconhecer potencial intrínseco de malignidade, mas sim indicador biológico de aumento de risco para o futuro desenvolvimento de um tumor invasor. Costuma não ter qualquer expressão clínica, e os achados radiológicos são atípicos, muitas vezes constituindo-se em uma descoberta ocasional de biópsias mamárias. Tem tendência à multicentricidade e à bilateralidade (25%). Recentemente, autores como Page e Fischer contestaram esse caráter único de marcador de risco e lhe atribuíram, também, atividade precursora. Parece haver consenso de que o tipo pleomórfico de CLIS tem caráter precursor e deve ser manejado mais agressivamente, inclusive com obtenção de margens. O carcinoma lobular in situ não é mais considerado apenas como marcador de risco: tem atividade precursora também. O carcinoma ductal invasor (CDI), de tipo histológico não especial, responde pela maioria dos tumores invasores da mama. Em geral, o crescimento tumoral é acompanhado pela infiltração direta do estroma, provocando, frequentemente, reação desmoplástica com intensa fibrose, distorcendo a estrutura glandular, responsável pelo aspecto macroscópico e mamográfico de lesão estrelada. Os tumores de crescimento rápido tendem a formar massas multinodulares com permeação de vasos linfáticos, veias e espaços perineurais. Quando predomina a proliferação intraductal, ocorre escassa reação do estroma, propiciando crescimento tuberoso que pode atingir grandes dimensões antes da detecção. A média do diâmetro dos tumores tratados no Serviço de Mastologia do HCPA (1.906 casos) vem diminuindo: 3,6 cm na década de 1970, 3,1 cm na década de 1990 e estava em 2,5 cm em dezembro de 2006. Segundo o INCA, com base nos dados disponíveis de Registros Hospitalares, 60% dos tumores de mama no Brasil são diagnosticados em estágio clínico III ou IV. As dimensões do tumor são inversamente proporcionais ao prognóstico: de modo geral, quanto maior o tumor primário, pior o prognóstico. Paralelamente, existe relação linear entre o tamanho do tumor e a probabilidade de metástases axilares. Além disso, o tamanho tumoral parece ser uma variável independente no prognóstico do carcinoma de mama, pois, mesmo em pacientes com axila negativa, os tumores maiores estão associados a menor intervalo livre de doença e morte. Existem padrões de diferenciação histológica entre os tumores que fornecem informações importantes para a orientação terapêutica de cada caso. O grau histológico é mais um fator prognóstico importante: um tumor Grau I (bem diferencia do) tem bom prognóstico, enquanto um tumor Grau III (pouco diferenciado) tem prognóstico reservado. DIAGNÓSTICO Os principais métodos diagnósticos utilizados no diagnóstico precoce do câncer de mama säo: xeromamografia, mamografia, ecografia, citologia mamária e auto-exame. O diagnóstico é multidisciplinar por envolver diversos profissionais da área da saúde com papéis diferentes como o mastologista que faz o exame clínico, o radiologista responsável pelos exames de imagem e o patologista que analisará, se necessário, uma eventual biópsia ou punção aspirativa da lesão. A importância do diagnóstico precoce está ligada a utilizaçäo de cirurgia mais conservadora, sobrevida maior e cura do câncer. O dado mais importante para detecçäo precoce do câncer é a presença de microcalcificaçöes. Graças ao efeito de reforço das margens, inerente ao sistema xerorradiográfico, essas microcalcificaçöes säo bem visualizadas nos xeromamogramas, facilitando enormemente o diagnóstico do câncer mamário. A mamografia pode detectar tumor menor que 0,5 cm, antes da metástase ter cometado. A detecçäo precoce pela mamografia também traz o benefício de possibilitar cirurgia conservadora, para tumores pequenos e precocemente detectados. 1. Auto-exame das mamas O auto-exame das mamas é um método em que, como a nomenclatura indica, a própria mulher se examina. O INCA, portanto não reconhece o auto-exame como método diagnóstico precoce, entretanto, o INCA entende que o auto-exame pode ser ensinado e difundido durante atividades de educação em saúde que estimulem autocuidado e autoconhecimento do corpo. A Sociedade Americana de Câncer institui entre outras normas para a detecção precoce de câncer de mama que o AEM seja opcional e sugere às mulheres que aderirem a ele que a regularidade seja mensal e o início se dê a partir dos 20 anos. 2. Mamografia A mamografia é um exame de imagem, tipo especial de radiografia, que permite o estudo do tecido mamário, detecta precocemente o câncer de mama, mostrando lesões de até 1 mm. É realizado em um mamógrafo, aparelho de raio x que comprime a mama originando imagens. São obtidas duas incidências de cada mama, incisão craniocaudal que é a compressão da mama de cima para baixo e incisão oblíqua mediolateral, de um lado para o outro. As mulheres podem sentir um desconforto, pois a compressão máxima é necessária para que se atinja a visualização desejada. Por detectar lesões subclínicas e auxiliar no diagnóstico de massas palpáveis a MMG é eleito padrão ouro do diagnóstico precoce de câncer de mama. Cerca de 50% dos cânceres de mama iniciais podem ser descobertos apenas por MMG, a sensibilidade da MMG aumenta quando a densidade da mama diminui, por isso em mamasgordurosas, podem ser detectadas 90% das doenças malignas. A sensibilidade, ou seja, a capacidade do teste em identificar corretamente a doença entre aqueles que a possui varia de 46% a 88% e a especificidade, capacidade do teste em excluir corretamente aqueles que não possuem a doença oscila de 82% a 99%, essas variações acontecem devido a fatores como o tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário, qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista. Quanto às indicações a mamografia de divide em mamografia diagnóstica que é realizada na presença de sinais e sintomas do câncer de mama e mamografia para rastreamento que é feito em mulheres assintomáticas. O Colégio Americano de Radiologia e Sociedade Americana de Câncer recomendam que seja feita uma mamografia de triagem em mulheres a partir de 40 anos a cada um ou dois anos. Em conformidade com o Documento de Consenso para Controle do Câncer de Mama, as recomendações foram para que mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos realizem exame mamográfico com intervalo máximo de dois anos entre os exames e que seja feito anualmente em mulheres em grupo de risco a partir dos 35 anos. São classificadas como mulheres do grupo de alto risco aquelas que têm histórico na família de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos, câncer em ovário em parentes de qualquer idade, câncer de mama masculino ou que a própria mulher tenha desenvolvido lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia in situ, 3. Ultrassonografia A ultrassonografia pode ser um valioso complemento da mamografia. Indicada especialmente para as mulheres com mamas mais densas ou para averiguar cistos e nódulos, já que, nestes casos, tem melhor resolução do que a mamografia. Pode ser também empregadas na avaliação de assimetrias encontradas nas mamas. Mas atenção: a ultrassonografia não substitui a mamografia! A ultrassonografia é um exame realizado com um aparelho que emite ondas de ultrassom e que, através do registro do eco, nos dá informações da textura e conteúdo de nódulos mamários. Na maioria dos casos será método complementar da mamografia. A ultrassonografia tem grande aplicação na diferenciação entre tumores císticos e sólidos e também é capaz de identificar lesões no interior de cisto, indicando a retirada do cisto através de cirurgia. Este exame tem melhor resultado quando feito em mamas densas, com tecido glandular exuberante, como as mamas das mulheres jovens. A ultrassonografia não é utilizada como método de rastreamento do câncer de mama porque não tem capacidade para detectar microcalcificações que, muitas vezes, representam a única forma de expressão do câncer de mama. Outra limitação deste exame é a identificação de tumores menores que 1 cm, localizados profundamente em mamas volumosas e com grande quantidade de tecido adiposo, porque pequenos tumores e lojas de gordura geram imagens semelhantes. 4. Ressonância magnética A ressonância magnética é utilizada principalmente em mulheres que já foram diagnosticadas com câncer de mama para determinar, com mais precisão, o tamanho do tumor e a existência (ou não) de outros tumores na mama. A ressonância magnética de mama é recomendada junto com a mamografia anual para diagnóstico do câncer de mama em mulheres com alto risco da doença. A ressonância magnética não é indicada como um exame de rastreamento de forma isolada porque pode perder alguns tipos de câncer que poderiam ser diagnosticados através da mamografia. Embora a ressonância magnética possa diagnosticar alguns tipos de câncer não visualizados na mamografia, também é mais provável encontrar algo que não seja câncer (o que é denominado falso-positivo). Os resultados falso-positivos devem ser investigados para saber se o câncer não está presente. Isso significa que mais exames e/ou biópsias devem ser realizados. Por essa razão a ressonância magnética não é indicada como exame de rastreamento para mulheres com risco médio de câncer de mama, porque implicaria na realização de exames e biópsias desnecessárias em muitas dessas mulheres. Assim como as mamografias são realizadas em equipamentos de raios X projetados para a mama, alguns equipamentos de ressonância magnética dispõem de bobinas específicas para a realização de ressonância mamária. A ressonância usa poderosos ímãs em vez de radiação para formar as imagens. Uma ressonância magnética pode ter cortes transversais que podem ser vistos de vários ângulos, por exemplo, de frente, de lado ou de cima. A ressonância magnética cria imagens de partes moles do corpo, que são, difíceis de serem observadas utilizando outros exames de imagem. 5. Biópsia da Mama Biópsia é a remoção de uma pequena quantidade de tecido para avaliação anatomopatológica da presença (ou não) de câncer. A amostra removida durante a biópsia é analisada por um patologista, médico especializado na interpretação de exames laboratoriais e avaliação de células, tecidos e órgãos para diagnosticar a doença. Se células cancerígenas estão presentes, o patologista determinará o tipo de câncer de mama a que corresponde. Existem vários tipos de biópsias, como a biópsia de aspiração por agulha fina, biópsia por agulha grossa e biópsia cirúrgica, cada uma com seus prós e contras. A escolha do tipo de biópsia depende da sua situação específica. Alguns dos fatores que o médico irá considerar incluem tipo de lesão, tamanho, localização, quantidade de tumores e outros problemas clínicos e preferências pessoais da paciente. Os principais tipos de biópsias para diagnóstico do câncer de mama são: A) Punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Esse procedimento consiste na remoção de uma amostra de células do tecido mamário suspeito para exame. Na PAAF é usada uma agulha mais fina acoplada a uma seringa para aspiração do tecido. O posicionamento da agulha é comumente guiado por ultrassom. A coleta do material é realizada com movimentos de vai-e-vem da seringa. O procedimento descrito poderá ser repetido diversas vezes, até que se obtenha quantidade suficiente de material, que posteriormente será colocado em lâminas. B) Biópsia por agulha grossa (Core biopsy). A biópsia de fragmento com agulha ou core biopsy consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que da PAAF, acoplada a uma pistola especial. O posicionamento da agulha de biópsia poderá ser guiado por ultrassom, mamografia ou ressonância magnética. O procedimento é realizado com anestesia local e geralmente se retiram vários fragmentos de alguns milímetros. Esse é geralmente o tipo de biópsia preferido se houver suspeita de câncer de mama. C) Biópsia cirúrgica. Em casos raros, é necessária a cirurgia para remover todo ou parte do nódulo para exame. Nesse procedimento o cirurgião remove todo o nódulo ou área anormal, bem como uma área de tecido mamário normal como margem de segurança. D) Biópsia do linfonodo. Se os linfonodos axilares estão aumentados, eles serão investigados para determinar a disseminação da doença. Mesmo se os linfonodos não se encontrem alterados, os gânglios linfáticos axilares geralmente são estudados para metástases, no momento da cirurgia para retirada do tumor mamário. Isto é realizado com a biópsia do linfonodo sentinela ou dissecção dos linfonodos axilares. Independentemente do tipo de biópsia realizado, as amostras de tecido da área suspeita serão enviadas para análise em um laboratório de patologia. TRATAMENTO Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com a paciente as opções de tratamento. Nesse momento, é importante pesar os benefícios de cada opção terapêutica contra os possíveis riscos e efeitos colaterais. Existemvários tipos de tratamentos para o câncer de mama que dependem do tipo e do estágio da doença. Tratamentos locais. A terapia local visa tratar um tumor localmente, sem afetar o resto do corpo. Os tipos de terapia local utilizados para o câncer de mama incluem: Cirurgia Radioterapia. Tratamentos sistêmicos. A terapia sistêmica se refere ao uso de medicamentos que podem ser administrados por via oral ou diretamente na corrente sanguínea para atingir as células cancerígenas em qualquer parte do corpo. Dependendo do tipo de câncer de mama, diferentes tipos de tratamentos sistêmicos podem seu usados, incluindo: Quimioterapia. Hormonioterapia. Terapia alvo. Imunoterapia. Estádios I e II A conduta habitual consiste de cirurgia, que pode ser conservadora, com retirada apenas do tumor (Moran et al., 2014); ou mastectomia, com retirada da mama e reconstrução mamária. A avaliação dos linfonodos axilares tem função predominantemente prognóstica (Giuliano et al., 2011). Após a cirurgia, o tratamento complementar com radioterapia pode ser indicado em algumas situações. Já a reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos de mastectomia. O tratamento sistêmico será determinado de acordo com o risco de recorrência (idade da paciente, comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau de diferenciação), assim como das características tumorais que ditarão a terapia mais apropriada. Esta última baseia-se principalmente na mensuração dos receptores hormonais (receptor de estrogênio e progesterona) (Hammond et al., 2010) - quando a hormonioterapia pode ser indicada; e também de HER- 2 (fator de crescimento epidérmico 2) (Wolf et al., 2013) - com possível indicação de terapia biológica anti-HER-2. Estádio III Pacientes com tumores maiores, porém ainda localizados, enquadram-se no estádio III. Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com quimioterapia) é a modalidade terapêutica inicial (Cortazar et al., 2014). Após resposta adequada, segue- se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia). Estádio IV Nesse estádio, é fundamental que a decisão terapêutica busque o equilíbrio entre a resposta tumoral e o possível prolongamento da sobrevida, levando-se em consideração os potenciais efeitos colaterais decorrentes do tratamento (Cardoso et al., 2014). A modalidade principal nesse estádio é sistêmica, sendo o tratamento local reservado para indicações restritas. Atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de mama deve ser preocupação dos profissionais de saúde ao longo de todo o processo terapêutico. O tratamento do câncer de mama, conforme prevê a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (abre em nova janela), deve ser feito por meio das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), que fazem parte de hospitais de nível terciário. Esse nível de atenção deve estar capacitado para realizar o diagnóstico diferencial e definitivo do câncer, determinar sua extensão (estadiamento), tratar (cirurgia, radioterapia, oncologia clínica e cuidados paliativos), acompanhar e assegurar a qualidade da assistência oncológica. COMPLICAÇÕES Identificar as complicações do tratamento e as complicações do câncer de mama. (Linfedema, escápula alada e complicações psicológicas). O tratamento cirúrgico devido ao câncer de mama possui duas opções principais: a quadrantectomia, que consiste na retirada parcial da mama, considerada uma técnica cirúrgica conservadora, e a mastectomia, que envolve a retirada total da mama incluindo os músculos peitorais. Sabe-se que as técnicas cirúrgicas podem gerar complicações físicofuncionais a curto e em longo prazo no membro superior homolateral a cirurgia como: linfedema, dor, diminuição da amplitude de movimento, redução da sensibilidade e da força muscular, o que contribui para a piora das atividades de vida diária e qualidade de vida dessas mulheres. Além das complicações físico-funcionais, a qualidade de vida é influenciada negativamente, com piora dos aspectos psicológicos, como depressão, ansiedade, fadiga, questões sobre autoestima, imagem corporal e sexualidade, fatores estes, que em conjunto com as alterações funcionais interferem adversamente na qualidade de vida, contribuindo para a morbidade e mortalidade. 1. Linfedema Inchaço do braço do lado onde você fez a mastectomia e a retirada de linfonodos. Um dos fatores contribuintes para o linfedema é a linfadenectomia axilar, uma técnica invasiva que remove estruturas da cavidade axilar com o intuito de promover o estadiamento clínico da doença e obter o controle local, reduzindo o risco de metástase linfática. Deste modo, em primeiro momento a retirada desses gânglios axilares aumentam o risco de linfedema e depois podem modificar a biomecânica da articulação do ombro, o que gera dificuldades de movimentação que interferem nas atividades de vida diárias dessas mulheres. https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/acoes-de-controle/tratamento#4 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html O inchaço também pode ocorrer após o tratamento radioterápico. Muitas vezes, é um efeito colateral temporário, mas pode ser permanente. Nestes casos, pode afetar a qualidade de vida. É possível diminuir o impacto se detectar os sintomas precocemente. O linfedema pode influenciar no desenvolvimento de outras disfunções e afetar a qualidade de vida geral por meio de uma série de fatores como, inchaços no membro afetado, parestesia da mão, rigidez dos dedos, dor, reduzida amplitude de movimento do ombro, cotovelo e punho, aumento da incidência de infecções, deformidades posturais, função limitada, problemas psicológicos e emocionais além da incapacidade de usar determinada roupa e reduções de independência. 2. Escápula alada A escápula alada é uma condição em que a borda medial da escápula mostra-se proeminente e tende a se deslocar para trás, dando o aspecto de asa. Os pacientes com esse tipo de alteração queixam-se de dor, fraqueza, desconforto, diminuição da mobilidade ativa do ombro ou podem, eventualmente, ser assintomáticos. A alteração ocorre devido à lesão do nervo torácico longo, durante a manipulação cirúrgica da axila, como parte do tratamento do câncer de mama, podendo ser total ou parcial, gerar uma alteração definitiva ou transitória. A lesão do nervo torácico longo pode levar à fraqueza ou à paralisia do músculo serrátil anterior, ocasionando a escápula alada. Essa disfunção acarreta na desestabilização da cintura escapular, pois o serrátil é considerado um dos principais músculos de fixação da escápula na caixa torácica durante a elevação do membro superior. O quadro clínico se dá pela limitação do ombro na elevação do braço entre 80° e 120°, principalmente na flexão. O paciente pode queixar-se também de fraqueza no movimento de elevação a 90° e presença ou não de dor, porém a característica principal é a proeminência da borda medial da escápula e a rotação do ângulo inferior na linha média. 3. Perda de Cabelo Alguns tratamentos, como a quimioterapia, matam as células de crescimento rápido, por exemplo, os folículos capilares. É importante dizer que a perda de cabelo é diferente em cada pessoa, e depende do tipo de medicamentos quimioterápicos que a paciente está recebendo. A radioterapia e a hormonioterapia também podem causar esse efeito colateral. O que esperar: É provável que o cabelo comece a cair dentro de 1 a 2 semanas do início do tratamento. Inicialmente, o cabelo pode ficar mais fino ou cair quase tudo de uma vez. É comum perdero cabelo do corpo inteiro, não apenas o da cabeça. Isto significa que pode perder os cílios e sobrancelhas, bem como pêlos dos braços, pernas e pubianos. Às vezes, o cabelo começa a crescer de volta antes mesmo do tratamento finalizar, mas pode ser mais fino ou de uma textura e cor diferente. 4. Ganho ou Perda de Peso Pode haver ganho ou perda de peso durante o tratamento. A perda de peso pode ser devido a alterações de apetite, vômitos ou náuseas. O ganho de peso é às vezes causado por tratamentos como quimioterapia ou terapia hormonal. No entanto, outros medicamentos que eventualmente pode tomar, também podem aumentar uns quilos, assim como as mudanças na dieta e a diminuição da prática de exercícios físicos. 5. Alterações na Pele e Unhas Estas alterações são notadas após a quimioterapia, radioterapia ou tratamento hormonal. Mudanças que podem acontecer na pele: • Vermelhidão. • Inflamação. • Secura. • Erupção cutânea. • Escurecimento das veias. A vermelhidão devido à radioterapia e alguns tipos de quimioterapia podem piorar à exposição da pele ao sol. Embora raro, o dano à pele pode acontecer se medicamentos quimioterápicos por via venosa vazarem após sua administração. Mudanças que podem acontecer nas unhas: As unhas podem se tornar escuras ou descoloridas. Podem quebrar mais facilmente ou ficar rígidas. Às vezes, a unha pode levantar-se do leito ungueal, o que deve ser informado de imediato ao médico, devido ao risco de infecção. 6. Náuseas e vômitos A náusea pode ser definida como uma sensação de desconforto associada a uma vontade de vomitar. Normalmente, é referida como enjoo ou ânsia e é percebida na garganta ou como dor no estômago. Aproximadamente 80% dos pacientes em tratamento do câncer apresentam quadros de náuseas e vômitos. Mas existem muitos medicamentos que podem controlar bem esses sintomas. 7. Complicações psicológicas A paciente pode desenvolver uma depressão e um isolamento social. O especialista, ao perceber tais sintomas, deve encaminhá-la ao serviço de psicologia e psiquiatria. Muitas vezes, essa paciente se nega a aceitar tal conduta, ela tende a encarar a doença como uma ação destruidora e geralmente é sentida como um castigo, uma punição, uma vez que o câncer está associado ao estigma da morte. Apesar dessa postura, o médico deve mostrar as possibilidades de cura, a sua relação com a estética e como isso pode ser vivido e superado. ↳ Quimioterapia Os medicamentos quimioterápicos podem provocar efeitos colaterais, que dependem do tipo e da dose dos medicamentos administrados e do tempo de tratamento. Esses efeitos colaterais podem incluir: • Perda de cabelo. • Alterações nas unhas. • Feridas na boca. • Perda ou aumento da apetite. • Náuseas e vômitos. • Diarreia. • Infecção, devido a diminuição dos glóbulos brancos. • Hematomas ou hemorragias, devido a diminuição das plaquetas. • Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos. Esses efeitos colaterais geralmente desaparecem após o término do tratamento. No entanto, existem maneiras de diminuir esses efeitos colaterais. Por exemplo, podem ser administrados medicamentos para prevenir ou reduzir as náuseas e vômitos. ↳ Mastectomia Os efeitos colaterais da mastectomia podem incluir: • Dor. • Inchaço na parte superior do braço. • Hematoma. • Seroma. • Limitação nos movimentos dos braços ou do ombro. • Dormência na mama ou no braço. • Dor neuropática na parede torácica, axila e/ou braço. • Se os linfonodos axilares forem removidos, também pode ocorrer outros efeitos colaterais, como o linfedema. Assim como em todas cirurgias, podem ocorrer hemorragia e infecção. ↳ Imunoterapia Os possíveis efeitos colaterais do atezolizumabe podem incluir fadiga, tosse, náuseas, perda de apetite, constipação e diarreia. ↳ Radioterapia Os principais efeitos colaterais a curto prazo da radioterapia com feixe externo para câncer de mama são: • Inchaço e sensação de peso na mama. • Alterações na pele na área irradiada. • Fadiga. As alterações da pele podem variar de vermelhidão leve a bolhas e descamação. A maioria das alterações na pele melhoram em alguns meses. Algumas alterações no tecido mamário geralmente desaparecem em 6 a 12 meses, mas podem eventualmente levar mais tempo. ↳ Hormonioterapia Os possíveis efeitos colaterais são raros, mas importantes: • Esses medicamentos podem aumentar o risco de desenvolver cânceres de útero em mulheres que já passaram a menopausa. Informe seu médico, imediatamente, se apresentar qualquer sangramento vaginal, um sintoma comum desses cânceres. A maioria das hemorragias uterinas não é câncer, mas esse sintoma sempre precisa de atenção imediata. • Formação de coágulos sanguíneos são outro possível efeito colateral importante. Geralmente se formam nas pernas e são denominados tromboses, mas às vezes podem complicar e provocar embolia pulmonar. Entre em contato com seu médico, imediatamente, se apresentar sintomas, como dor, vermelhidão ou inchaço na perna, falta de ar ou dor no peito. 2) DESCREVER AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PREVENÇÃO, O TRATAMENTO E O SEGUIMENTO DA MULHER QUANTO AO CÂNCER DE MAMA. Com o incremento das ações do Ministério da Saúde, lançou-se, em 2005, a Política Nacional de Atenção Oncológica, que preconiza a promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, abrangendo todas as unidades federativas da união. Essa política foi reafirmada no ano de 2011 com o Plano de Fortalecimento das ações para prevenção e qualificação do diagnóstico e tratamento dos cânceres do colo do útero e de mama. Nos últimos anos, a organização das ações de controle desse tipo de câncer vem sendo aprimoradas devido à implantação do Sistema de Informação do Câncer de Mama- SISMAMA, ao aumento da oferta de mamografias pelo Ministério da Saúde e à publicação de documentos pelo INCA. Hoje, a perspectiva no campo da detecção precoce é promover o diagnóstico e o rastreamento em áreas com ocorrência elevada da doença. O tratamento do câncer de mama, conforme prevê a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (abre em nova janela), deve ser feito por meio das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), que fazem parte de hospitais de nível terciário. Esse nível de atenção deve estar capacitado para realizar o diagnóstico diferencial e definitivo do câncer, determinar sua extensão (estadiamento), tratar (cirurgia, radioterapia, oncologia clínica e cuidados paliativos), acompanhar e assegurar a qualidade da assistência oncológica. UNACON As Unidades de Assistência de Alta Complexidade (UNACON) são centros hospitalares que possuem condições técnicas e instalações físicas, assim como equipamentos e recursos humanos adequados para oferecer o devido suporte ao paciente oncológico. Assim sendo, representam unidades comprometidas à prestação de assistência especializada de alta complexidade para o diagnóstico definitivo e tratamento dos cânceres mais prevalentes no Brasil. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html Além disso, as UNACON contam exclusivamente com especialidades em Cirurgia Geral, Coloproctologia, Ginecologia /Mastologia e Urologia, dentre outras. Dessa forma, estas unidades hospitalares ainda podem ter em sua estrutura física a devida assistência radioterápica. Entretanto, caso a UNACON não ofereça assistência para o tratamento radioterápico na própria unidade de atendimento, deverá ser estabelecida uma referência formal para o encaminhamentodos doentes que necessitarem desse procedimento. PROGRAMA CENTROS DE ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA (CACON) Este é um dos Programas que o INCA/Ministério da Saúde visa cumprir em sua totalidade nacional, por isso denominado de Projeto Expande. A Expansão dos Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), preconiza a integralidade de ações de prevenção, assistência, informação, educação, pesquisa e a integração entre os serviços. As ações de prevenção na área da promoção da saúde, educação comunitária e diagnóstico precoce consistem em priorizar a área da assistência, o diagnóstico, a cirurgia oncológica, a oncologia clínica, a radioterapia, as medidas de suporte, a reabilitação e os cuidados paliativos. A parte da informação refere-se à epidemiologia científica. Na área da educação enfatiza a formação, aperfeiçoamento e treinamento. PROGRAMA VIVA MULHER O VIVA MULHER é um Programa Nacional de Controle do Câncer de Colo do Útero e de Mama que tem como objetivo reduzir a mortalidade e as repercussões físicas, psíquicas e sociais desses tipos de câncer na mulher brasileira, por meio da oferta de serviços para prevenção e detecção em estágios iniciais da doença e para o tratamento e reabilitação das mulheres. Desta forma, as diretrizes e estratégias traçadas para o Programa contemplam a formação de uma rede nacional integrada, com base em um núcleo geopolítico gerencial, sediado no município, que permitirá ampliar o acesso da mulher aos serviços de saúde. Além disso, a capacitação de recursos humanos e a motivação da mulher para cuidar da sua saúde fortalecerão e aumentarão a eficiência da rede formada para o controle do câncer. Para o câncer de mama, no dia 27 de novembro de 2000, foi lançada a primeira fase, que constitui o Projeto de Capacitação de Recursos Humanos na Área da Saúde, com distribuição de material para treinamento contendo folhetos, livretos e vídeo para profissionais de saúde alocados nos diversos níveis de atenção à saúde e no Projeto de Organização da Rede de Serviço, prevendo a alocação de mamógrafos e pistolas para biópsia por agulha grossa (Core biopsy) em pólos de diagnóstico estaduais. Numa segunda fase, o Programa será alvo de uma Fase de Intensificação, orientando a mulher a fazer o auto- exame das mamas (AEM) e convidando-a a procurar a rede de saúde para realizar o exame clínico das mamas (ECM), caso julgue ter alguma alteração. Em uma terceira fase, com data a ser definida, o Programa iniciará o rastreamento por mamografia das mulheres de maior risco, após a organização da rede de serviços. A realização do ECM e do AEM é fundamental para o diagnóstico de tumores com tamanhos cada vez menores detectáveis clinicamente (1 a 3 cm). Assim, com o objetivo de educar a mulher e aproveitando o comparecimento dela à Unidade de Saúde para realizar o exame preventivo do câncer de colo do útero (Papanicolaou), a partir de 25 anos, o profissional de saúde, médico(a) e enfermeiro(a), faz a anamnese, realiza o ECM e ensina o AEM. Após o ECM, as mulheres com exame clínico anormal serão encaminhadas a uma consulta médica especializada onde será avaliada a necessidade de mamografia e exame cito-anatomopatológico, bem como a indicação de tratamento especializado ou retorno para uma nova avaliação. O diagnóstico por meio da mamografia, de tumores pequenos que não são detectáveis ao ECM ou ao AEM, é outra abordagem do Viva Mulher. Para o controle do câncer de mama no País esse diagnóstico está previsto nas seguintes situações: Realizar mamografia bianual nas mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos; Realizar a mamografia anualmente nas mulheres com idade de 40 anos ou mais, e com situação de alto risco (história familiar de câncer de mama na mãe ou irmã, ocorridos na pré-menopausa). OUTUBRO ROSA Movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, o Outubro Rosa foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. O INCA — que participa do movimento desde 2010 — promove eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema, assim como produz materiais e outros recursos educativos para disseminar informações sobre fatores protetores e detecção precoce do câncer de mama. PROGRAMA DE QUALIDADE DA MAMOGRAFIA O Programa de Qualidade da Mamografia (PQM) é uma iniciativa do INCA que avalia a qualidade das mamografias oferecidas à população, segundo critérios e parâmetros estabelecidos na legislação vigente. Tem como objetivo garantir os benefícios e minimizar os riscos associados a este método, utilizado na detecção precoce do câncer de mama. O PQM possui duas fases de avaliação. A primeira avalia o desempenho dos equipamentos através da avaliação da dose de radiação e da qualidade da imagem de um simulador de mama (phantom) e a segunda avalia o desempenho dos profissionais envolvidos no processo através da avaliação das imagens clínicas e dos laudos. Os serviços que recebem algum tipo de reprovação em alguma fase do ciclo de avaliações recebem recomendações de ajustes das não conformidades encontradas. Após as correções, é solicitado que encaminhem as amostras de materiais da primeira ou segunda fase para nova avaliação. Essa prática se repete até que o serviço alcance a aprovação, destacando assim, a natureza educativa do programa.
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