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Osteoporose Doença osteometabólica mais comum na prática clínica, caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração. Fraturas do quadril são mais graves. Mulheres na pós-menopausa são grupo mais afetado; 39% das fraturas osteoporóticas anuais ocorrem em homens. Taxa de mortalidade é maior nos homens do que nas mulheres. ETIOPATOGENIA Primária – associada à menopausa ou ao envelhecimento Secundária – fator causal bem estabelecido, como medicações (principalmente os glicocorticoides) ou doenças. Remodelação: osso velho é reabisorvida por osteoclasto e osteoblasto produz novo A osteoporose se dá por um desequilíbrio do processo de remodelação VIA RANK - reabsorção óssea 1. Ocorre ativação do osteoclasto pelo estimulo do receptor ativador do fator nuclear kappa B (RANK) pelo seu ligante RANKL – RANKL é produzido pelo osteoblasto. 2. O mesmo osteoblasto regula a reabsorção liberando a osteoprotegerina (OPG) que compete com o RANK pelo RANKL e bloqueia ação dos osteoclastos. 3. A expressão do RANKL é estimulada por VITD, PTH, CITOCINAS. 4. Interferon gama bloqueia esse processo por efeito direto no osteoclasto VIA WNT – formação óssea Desempenha papel importante na formação óssea por estimular a atividade osteoblástica. Age em conjunto com a proteína-5 que se ligam ao LRP5 e proteínas Frizzled ativando a família WNT de ligandinas, que ativam a b- catenina e regulam a expressão gênica dos osteoblastos – formando matriz óssea Via regulada pela esclerostina – proteína produzida por osteócito – antagoniza WNT, impedindo formação do complexo WNT-LPR5- proteínas frizzled. Resumo: LPR5(ligada a prot5) + prot Frizzled Ativa WNT (família de ligandinas) Ativam b-catenina regulam expressão genica dos osteoblastos formação da matriz óssea. QUANTIDA DE MASSA ÓSSEA É determinada cerca com cerca de 30 anos Influenciada pela hereditariedade, fatores ambientais (nutrição, exercícios, tabagismo, consumo de álcool e outras drogas ilícitas) e hormonais. Homens tendem a ter maior massa óssea que as mulheres devido ação da testosterona e do IGF1. Possuem resistência óssea maior, com menor taxa de reabsorção, maior qualidade e mineralização do colágeno, melhor macroestrutura e microestrutura. Perda ossea mais lenta, uma vez que não existe déficit estrogênico devido a menopausa. Mulheres sofrem grande influencia dos níveis de estrógeno. Estrogenio inibe a esclerotina, suprime RANKL e regula a produção de citocinas inflamatórias, levando a um estimulo osteoblástico, além de aumentar a produção de IGF-1 e fator transformador TGF-b e síntese do pró-colágeno PTH: No envelhecimento ocorre elevação do PTH por diferentes mecanismos – menor produção cutânea de vitd D, deficiência na síntese de vit D, déficit alimentar e diminuição na absorção intestinal de cálcio. PTH sobre para tentar compensar os déficits de cálcio e VIT D e leva a uma ativação de remodelação. O envelhecimento provoca maior quantidade de espécies reativas de oxigênio, aumento da glicação proteica propensão a fratura Além disso o envelhecimento aumenta a produção por osteófitos senescentes, apoptóticos ou disfuncionais, de citocinas que atuam estimulando a osteoclastogeneses, degração da matriz, reabsorção óssea focal e a porosidade cortical. Glicocorticoide – semelhante ao processo de envelhecimento. estimula forte e rapidamente a apoptose de osteoblastos e osteócitos Prolonga vida útil dos osteoclastos. Efeito deletério sobre a formação óssea Efeito de perda de massa óssea maior no primeiro ano. Alterações na formação de fatores de crescimentos locais (via WNT) podem contribuir. Reduz absorção intestinal e reabsorção renal de cálcio - pode levar a hiperparatireoidismo secundário. CAUSAS SECUNDÁRIAS Inflamatórias: Artrite reumatoide Doença inflamatória intestinal Fibrose cística Espondilite anquilosante Lupus Doenças da medula óssea: Mieloma múltiplo Mastocitose Leucemia Síntese defeituosa do tecido conjuntivo Osteogene imperfeita Sindrome de Marfan Homocistinúria Hipogonadismo Amenorreia atlética Hemocromatose S. Turner, Sd. Klinefelter Pós quimioterapia Hipopituitarismo Má absorção Doença celíaca Gastrectomia Cirurgia bariátrica Nutrição parenteral total prolongada Doença hepática crônica Imobilização Parkinson Poliomielite Pare´legia Paralisia cerebla Endocrinopatias DM Hiperparatireoidismo Tireotoxicose Sd. Cushing Hiperprolactinemia Hipovitaminose D Acromegalia Medicações Glicocorticoides Omeprazol Anticonvulsivantes Litio Heparia Inibidor da aromatase Terapia de privação androgênica Terapia antirretroviral Ciclosporina Metotrexato Pioglitazona Cafeína Levotiroxina (excesso) Baixo peso corporal Anorexia nervosa Infecção pelo HIV Hábitos Ingestão excessiva de bebidas alcoolicas Tabagismo Diversas Gravidez, lactação Nefrolitíase hipercalciúrica Depressão Doença pulmonar obstrutiva crônica Insuficiencia cardíaca congestiva Insuficiencia renal crônica Sd da apneia do sono Transplante de órgãos. DIAGNÓSTICO Manifestações clínicas: Assintomática até a ocorrência de fratura Fratura ocorre com ou com mínimo trauma ou após queda da própria altura ou altura menor. Trauma de alto impacto não envolvido. Ocorre em maior frequência nas vértebras, quadril e rádio distal (fratura de Colles). Quadril é a fratura de maior morbimortalidade, levando a um maior grau de limitação física. Fraturas vertebrais causam dor e limitação, mas a maioria é assintomática. Cifose ou perda de altura podem ser consequências. (geralmente cifose é um dos sinais de osteoporose grave por glicocorticoides) Avaliação radiográfica Cunha (perda da altura anterior) Bicôncava (perda da altura média – codfish) Compressiva (perda das três alturas) Investigação 1. Procurar causas secundárias, principalmente: hipercortisolismo, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, mieloma múltiplo e doença celíaca. EM homens, deve-se pesquisar queixas relacionadas com hipogonadismo. Densitometria óssea (DXA) É o teste padrão para diagnóstico O aparelho mede o conteúdo mineral ósseo (em gramas) e a área óssea (em cm2) Densidade areal. Não leva em consideração o volume ósseo e por isso acaba subestimando o volume de pessoas baixas (<1,5m) e superestimando nos mais altos (>1,90) Fornece escore T: reflete o desvio padrão da DMO em relação à média de indivíduos jovens (durante pico de massa óssea) – usado para dx de osteoporese e osteopenia em mulher pós menopausa e homens acima de 50 anos de idade Escore Z: comparação da DMO com a média da população da mesma faixa etária. Utilizado no dx de baixa massa óssea em mulheres na pré-menopausa e nos homens abaixo de 50 anos de idaide, quando menor ou igual a -2. Nesse grupo só deve ser usado termo osteoporose na vigência de fratura por fragilidade, fora isso, chama-se de osteopenia. Mulheres na pós-menopausa e homens acimade 50 anos com Z menor igual a -2 podem ser por causa secundária, indicando necessidade de investigação mais detalhada. Único utilizado na faixa etária <20 anos Há controvérsia quanto a que banco de dados utilizar para o escore T de homens, OMS e ISCD recomenda o feminino e a Endocrine Society o masculino. LOCAIS: L1-L4, fêmur total, colo do fêmu, rádio 33% (do antebraço não dominante) Radio 33% só é solicitado em casos de hiperparatireoidismo primário, obesidade mórbida, quando outro dos demais sítios não possa seravaliado. Deve se afastar presença de artefatos CRITÉRIOS Fraturas de pés, tornozelos, mão, crânio e coluna cervical não devem ser consideradas fraturas de fragilidade. INDICAÇÃO DE DESITOMETRIA ÓSSEA CONTRAINDICAÇÃO: Contraindicação: gestação, realização de exame contrastado nos últimos 7 dias, peso acima do limite permitido para cada aparelho. SEGUIMENTO: Para o seguimento deve ser realizada sempre nos mesmo locais e aparelho Melhor local para comparação é a coluna lombar e o fêmur total MVS: mínima variação significativa para cada sítio, permite que o clínico estabelece maior precisão excçuindo a variação inerente ao próprio aparelho. 1. Ganho real de DMO: quando a diferença entre os valores absolutos da DMO sobre além da MVS 2. Perda real de DMO: quando a diferença entre os valores absolutos da DMO cai além da MVS 3. Estabilidade de DMO: quando a diferença entre valores absolutos da DMO sobre ou cai dentro da MVS AVALIAÇÃO DE FRATURA VERTEBRAL (VFA) É utlizaada 3 medidas de cada vértebra – método semi qualitativo de Genant. Acurácia baixa em fraturas leves ESCORE DE OSSO TRABECULAR (TBS) Utiliza dados devivados da coluna lombar para gerar índice textural formado por pixels de vários tons de cinza Mensura indireta da microarquitetura óssea Baixos valores de TBS são inversamente proporcionais ao risco de fratura. Maior utulização para a predisção de risco de fratura em pct de DM2, uma vez que a DMO encontra-se paradoxalmente aumentada nesses paciencetes. Há sugestão de um papel importante também em hiperparatireoidismo primário e uso crônico de glicocorticoides A TÉCNICA Contagem deve ser feita de baixo pra cima iniciando em L5 Deve ser realizada rotação medial – ausência de trocanter menor na imagem indica rotação inadequada; OUTROS EXAMES TC quantitativa Mede a densidade volumétrica em coluna e quadril Analisa separdaemtnte ossos cortical e trabecular Serve para acompanhamento da resposta terapeuta Trata-se de um exame caro que expõe a índices altos de radiação e não está disponível na maioria dos serviços USG quantitativa do calcâneo Util na predisposição do risco de fratura Não há correlação dos seus achados com a DXA, nem há critérios bem-definidos para diagnóstico de osteoporose a partir dos seus resultados. Não serve para acompanhar tratamento. Utilizado apneas se DXA não é possível. DENSITOMETRIA ÓSSEA PERIFÉRICA Serve para medir a DMO de sítios periféricos, como calcâneo, antebraço, e mãos. É realizada com aparelhos portáteis Possuir capacidade menor de predizer risco de fratura Não tem utulidade no acompanhamento da DMO durante o tratamento BIOPSIA ÓSSEA Padrão ouro, porém complexo e invasivo. Reservado para diagnóstico diferencial entre osteoporose, osteomalacia ou doença mineral óssea do paciente renal crônico. FERRAMENTAS PARA ESTIMATIVA DE RISCO DE FRATURA FRAX estima risco de fratura em 10 anos, para homens e mulheres, com base na epidemiologia da população em questão e na avaliação de risco integrados ou não à DMO de fêmur. Idade, sexo, peso, altura, histórico pessoal de fratura, histórico famíliar de fratura de fêmur, artrite reumatoide, uso de glicocorticoides, tabagismo ativo, consumo de álcool (>3 unidades ou driques/dia) Pode ser usada a DMO de colo de fêmur para melhorar acurácia. Não leva em consideração a intensidade da exposição a cada fator de risco AVALIAÇÃO LABORATORIAL Exames que devem ser solicitados: Hemograma vitD Creatinina Calcio Albumina Fósforo Fosfatase alcalina Calciúria de 24h TSH Testosterona em homens Toda mulher na pós menopausa deve realizar avaliação para afastar causa de osteoporose secundária além de avaliar vit D Em caso de hipercalcemia, deve-se dosar PTH Nos homens a maior causa é o alcoolismo, hipogonadismo, glicocorticoides Se ocorrer baixa massa óssea em pessoas jovens, deve-se prosseguir investigação para doença celíaca, hipercotisolismo e solicitar PTH PAPEK DOS MARCADORES DE TURNOVER ÓSSEO Não tem papel definido na avaliação diagnóstica Util para avaliar aderência ao tratamento TRATAMENTO Exercício físico regular, Cessar tabagismo Evitar consumo excessivo de cafeína e álcool Prevenção de quedas e melhora da segurança em casa – calçados adequados, corrimão, tapetes antiderrapantes, alças de apoio no boxe do banheiro, iluminação adequada. Correção de distúrbios visuais e auditivos. SUPLEMENTAÇÃO Quantidade de cálcio para mulheres na pós – menopausa: 1000-1200mg por dia Deficiencia de vit d é a principal causa de hiperparatireoidismo secundário (<20ng/ml) Deve ser mantida acima de 30 para população vulnerável (idosos, osteoporose/osteomalacea, drc, hiperparatireoidismo, má absorção intestinal, submetidos a bariátrica ou sob tratamento de câncer) FARMACOS CORREÇÃO: Vit D 50.000 UI semana ou 7000UI por dia durante 6-8 semanas MANUTENÇÃO: INDICAÇÃO Mulheres na menopausa Homens acima de 50 anos Segundo a CPGES Presença de fratura por fragilidade, independente de T socre T <2,5, em coluna, fêmur ou colo de fêmur Escore T entre -1 e -1,5 quando de acordo com FRAX, o risco de fratura em 10 anos encontra-se acima de 3% no quadril ou acima de 20% em qql sitio. Diretriz brasileira Adiciona tratamento para mulheres pós menopausa com t<2,5 no rádio 33% BISFOSFONATOS Inibidor da reabsorção óssea Primeira linha Alendronato, ibandronato, risedronato, acido zoledrônico. Baixa taxa de absorção intestinal – deve ser ingerido pela manhã com um copo de agua, em jejum. Alimentação apenas após 30 minutos. Paciente deve permanecer sentado ou em pé durante esse período para evitar lesões esofágicas Deve ser realizada drug Holiday em pacientes sem alto risco para fraturas (5 anos) – pausa de 1-5 anos Mecanismo de ação Análogos do pirofosfato – ligam-se a superfície das unidades ósseas de remodelação e são incorporados atividamente pelos osteoclastos. Alteram via metabólica de ATP e inibem a enzima da via do ácido mevalônico Inibiçõa da função e recrutamento dessas células e a alterações no citoesqueleto, que acabam provocando sua apoptose. Efeitos colaterais: Intolerância gastroesofágica – náuseas, pirose, desconforto subestrnal, dor a deglutição Podem causar redução do calcio sérico – modesta e transitória Efeitos colaterais aumentam com o tempo de uso TERAPIA HORMONAL Reduz a perda óssea Mulheres no pós menopausa, com menos de 10 anos de duração, menores de 60 anos de idade. Contraindicado em caso de neoplasia de mama ou outro estrogênio-dependente, SUA, antecedentes de distúrbios tromboembólicos, doença hepática grave e porfiria. TIBOLONA: reduz risco mas não deve ser utilizado por mulheres com mais de 60 anos de idade ou com mais de 10 anos de menopausa Modulador seletivo do receptor de estrógeno SERM:
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