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Depressão e TAB

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Sabrina Angheben │Psiquiatria
Depressão e Transtorno Afetivo Bipolar
NEUROBIOLOGIA DA REGULAÇÃO DO
HUMOR
● Envolve
1. Identificação do significado emocional do
estímulo estressante
2. A produção de um estado em resposta ao
estímulo
3. Regulação resposta afetiva e comportamental,
que envolve a modulação da percepção e da
resposta para o ambiente
● Regiões anatômicas relacionadas
- 1 → Percepção do significado do estímulo
estressante
- Amígdala
- Córtex insular
- Núcleo caudado
- 2 → Resposta afetiva aos estímulos
- Córtex pré-frontal ventrolateral
- Cortex orbitofrontal
- Córtex insular
- Giro cingulado anterior
- Amígdala
- Estriado
- 3 → Regulação afetiva e comportamental
- Córtex pré-frontal dorsolateral e
dorsomedial
- Hipocampo
- Giro cingulado anterior dorsal
TRANSTORNO DE HUMOR
● Humor
- É definido como uma emoção ou tom de
sentimento difuso e persistente, que influencia
o comportamento de uma pessoa e dá sua
percepção de mundo
Transtorno de humor Caracterização geral
Transtorno depressivo
maior ou depressão
unipolar
Pacientes que possuem
episódios depressivos
sem associação com
mania
Transtorno bipolar Possuem episódios
maníacos e depressivos
Hipomania Episódio de sintomas
maníacos que não
satisfazem os critérios de
mania
Ciclotimia Forma menos grave de
transtorno bipolar
Distimia Forma menos grave de
transtorno depressivo
● Caracterização
- Alterações patológicas do humor, cognição e
psicomotora
- Sintomas variam de leve intensidade a
incapacitantes
- Compreende doenças fásicas
- Episódios únicos ou repetidos
- Início súbito ou cronificado
- Pode evoluir com remissão espontânea
- Pelo DMS-IV consiste em
- Transtorno afetivo bipolar
- Transtornos depressivos
● Etiologia
- É multifatorial
- Fatores ambientais
- Dieta
- Álcool
- Ritmos biológicos
- Fatores individuais
- Personalidade
- Relacionamentos interpessoais
- Genéticos
- Orgânico
- Processos de prazer e recompensa
- Alteração no sistema límbico
- Desequilíbrio das monoaminas
biogênicas
- Noradrenalina
- Serotonina
- Dopamina
- Disfunção dos mensageiros
secundários
- Adenilciclase
- Peptideos neuroativos
- Disfunção do ritmo circadiano
- Desregulação neuroendócrina
- Hormônios tireoidianos
- GH
TEORIA MONOAMINÉRGICA
- Os sistemas monoaminérgicos são originados
nos núcleos do tronco cerebral e mesencéfalo
Sabrina Angheben
- Emitem projeções para córtex e sistema
límbico
- Efeitos
- Regulação psicomotora
- Apetite
- Sono
- Humor
- Pressupõe que a depressão seja consequência
de uma menor disponibilidade de aminas
biogênicas cerebrais
- Serotonina
- Noradrenalina
- Dopamina
● Norepinefrina
- Relação com concentração e alerta
- Causa problemas de
- Atenção
- Memória
- Lentificação psicomotora
- Fadiga
- Humor deprimido
- Neuroanatomia relacionada
- Locus ceruleus
- Localizado na ponte
- Emite projeções para
- Córtex cerebral
- Tálamo
- Hipotálamo
- Bulbo olfatório
- Cerebelo
- Mesencéfalo
- Medula espinhal
- Depressão
- Menor débito de NE e menor
sensibilidade dos receptores alfa 2
- TAB → mania
- Maior atividade da NE
- Maior número de células no
locus ceruleus
● Serotonina
- A depleção de serotonina pode precipitar a
depressão
- Responsável pelo humor e bem-estar
- Causa
- Humor deprimido
- Ansiedade
- Fissuras
- Obsessão
- Tendência suicida
- Agressividade
- É o mais relacionado com o tratamento
- Déficit na neurotransmissão de serotonina
(demais monoaminas variam, diferindo entre os
dois quadros)
- Depressão (baixa)
- Atividade pré-sináptica
diminuída
- Fase maníaca (elevada)
- Sensibilidade dos receptores
pós sinápticos aumentada
- Neuroanatomia relacionada
- Núcleos da Rafe
- Localizado na linha média do
tronco encefálico
- Emite projeções para
- Núcleos inferiores, que
projetam para medula
espinhal
- Dor
- Locomoção
- Núcleos superiores,
que projetam para área
pré-frontal e núcleos da
base
- Agressividade
- Depressão
- Sono e vigília
- Receptores pós-sinápticos
- 5HT1A
- Antidepressivo
- Ansiolítico
- Anti-obsessivo
- 5HT2A
- Agitação
- Ansiedade
- Insônia
- Disfunção sexual
- 5HT3
- Disfunção TGI
- Náuseas
- Vômitos
- Cefaleia
- Receptores pré-sinápticos
- SERT
- Realiza a recaptação de
serotonina conforme a
concentração na fenda
sináptica
- Auto-receptores
- Realiza a recaptação
- Faz feedback negativo
● Dopamina
- Funções
- Controle motor
- Centro de recompensa
- Comportamento de adição
- Neuroanatomia relacionada
- Substância negra do mesencéfalo e
núcleo accumbens (área tegmental
ventral do mesencéfalo)
- Emite projeções para córtex e
sistema límbico
- Depressão
- Redução
- TAB → mania
- Maior atividade dopaminérgica
- Aumento da liberação
- Diminuição do feedback
negativo
- Maior sensibilidade dos
receptores
Depressão Mania
Redução serotonina e
noradrenalina
Aumento serotonina e
noradrenalina
OUTROS NEUROTRANSMISSORES
● Sistema GABAérgico
- O decréscimo na função do GABA acompanha
estados depressivos e maníacos
● Sistema glutamatérgico
- TAB
- Aumento da concentração de
glutamina/glutamato no córtex
pré-frontal dorsolateral e giro do
cíngulo
● Acetilcolina
- Níveis anormais de colina, que é um precursor
de ACh, foram encontrados na necropsia de
cérebros de alguns pacientes deprimidos, talvez
refletindo anormalidades na composição de
fosfolipídio das células
- Agentes agonistas e antagonistas colinérgicos
têm efeitos clínicos diferentes sobre depressão
e mania.
HIPÓTESE DE DESSENSIBILIZAÇÃO DE RECEPTORES
- A quantidade de neurotransmissores pode estar
mantida, porém a sensibilidade dos receptores
pré e pós-sinápticos está alterada
HIPÓTESE IMUNOLÓGICA
- A elevação de citocinas pró-inflamatórias
resulta nos sintomas da depressão
- As citocinas agiriam nos aspectos
neuroquímicos, neuroendócrinos e
comportamentais da depressão
- Relação hipotálamo-hipófise-adrenais
- Relação dessas estruturas com o
sistema límbico, especialmente o
hipocampo
ATIVIDADE EIXO HHA
- A atividade aumentada do eixo causa
hipercortisolemia, levando a
- Tônus inibitório de serotonina
- Impulso aumentado de nora
- Diminuição de feedback no hipocampo
FATORES GENÉTICOS
TRANSTORNO DEPRESSIVO
DEFINIÇÃO
● Depressão
- Consiste em um estado afetivo fisiológico,
quando se trata de um sintoma
- Comum durante o luto
- Ocorre como resposta a uma situação de
estresse psíquico
- Transtorno depressivo maior
- Ocorre sem história de episódio
maníaco, misto ou hipomaníaco
- Deve durar pelo menos duas semanas
- Deve possuir pelo menos 4
- Alteração do apetite e peso
- Alteração no sono e atividade
- Falta de energia
- Sentimentos de culpa
- Problemas para tomar decisões
- Pensamentos recorrentes de
morte ou suicídio
● Episódio depressivo
- Consiste em uma situação de desadaptação
frente às adversidades, sendo considerada uma
patologia
- Diferença entre sintoma e episódio
- O episódio apresenta
comprometimento cognitivo e da
capacidade hedônica
- Pode ocorrer em outras patologias, psiquiátricas
ou não
- Exemplo → fibromialgia
EPIDEMIOLOGIA e FATORES DE RISCO
- Cerca de 15% dos pacientes deprimidos sem
tratamento adequado cometem suicídio
- Sexo
- Mais comum em mulheres 2:1
- Idade
- Idade média de início em torno de 40
anos
- 50% dos pacientes tem início entre
20-50 anos
- Incidência em aumento em menores de
20 anos
- Estado civil
- Mais comum em pessoas sem
relacionamentos interpessoais íntimos
- Divorciados
- Separados
- Comorbidades
- Mais comuns relacionadas
- Abuso ou dependência de
álcool
- Transtorno de pânico
- TOC
- Transtorno de ansiedade social
- Perda de um dos pais com menos de 11 anos
QUADRO CLÍNICO
- Expressão facial triste
- Olhar melancólico
- Testa franzida
- Ombros curvados
- Tendência ao choro
- Olhar apreensivo
- Sintomas fundamentais
- Humor depressivo
- Falta de interesse e motivação
- Tendência de isolamento
- Lentificação psicomotora
- Redução daenergia mental e
física
- Dificuldade para levantar pela
manhã e iniciar tarefas
- Pode ocorrer mesmo em
atividades básicas, como
higiene
- Exaustão durante o dia
- Dificuldade de concentração
- Prejuízo da memória
- Compromete organização e
planejamento
- Anedonia
- Incapacidade de sentir prazer,
alegria e felicidade
- Outros sintomas → podem ou não estar
presentes, em intensidades variáveis
- Alterações do sono
- Mais comum
- Insônia intermediária
ou terminal
- Hipersonia
- Sonolência diurna
- Sono prolongado
- Dificuldade para
despertar
- Alterações do apetite
- Comumente diminuído
- Alteração da função sexual
- Redução da libido
- Humor irritável
- Sensibilidade exacerbada aos estímulos
negativos
- Apatia
- Falta de motivação
- Sintomas dolorosos podem ocorrer
- Comumente dor é
desproporcional
- Insegurança
- Medo
- Menos-valia
- Insuficiência
- Culpa, desesperança
- Ruminação depressiva
- Os pensamos negativos tomam
conta da maior parte do dia do
depressivo
- Ampliação das dificuldade reais
- Medos irracionais
- Preocupações excessivas e
desproporcionais
- Estupor depressivo
- Condição clínica psicótica
- Paciente fica alheio à realidade
- Emudece
- Deixa de se alimentar
● Delírios psicóticos
- De culpa
- Paciente se culpa por tragédias
- De ruína
- Verem-se arruinados financeiramente e
culpados pela inanição dos filhos
- De perseguição
- Hipocondríaco
- Acreditam portarem doenças graves
- Niilista
- Nega a existência do mundo, corpo,
vida ou da morte
- Melancólico
- Tonalidade afetiva penosa
- Monótonas e repetitivas
- Não se desenvolve, sendo pobre em
conteúdo
- Passivas
- Doente aceita sua infelicidade
- Divergentes e centrífugas
- Estende-se entre pessoa e
ambiente
- Lamentações remorsos do passado
- Ansiedade e temores do futuro
SUBTIPOS
● Depressão endógena ou melancólica
- Caracterização
- Anedonia absoluta
- Humor depressivo não-reativo a
estímulos agradáveis
- Diferente da tristeza normal (diferente
do luto)
- Sentimentos de culpa
- Insônia terminal
- Piora matutina
- Redução do apetite
- Perda de peso
- Retardo cognitivo ou agitação
psicomotora
- Classificação
- DMS-IV
- Características melancólicas de
episódio depressivo
- CID10
- Sintomas somáticos
● Depressão atípica
- Inversão dos sintomas vegetativos
- Aumento do apetite
- Aumento do sono
- Ganho de peso
- Paralisia de chumbo
- Sensação de ausência total de
força
- Reatividade do humor
- Capacidade de se alegrar com
eventos positivos
- Persistência de extrema sensibilidade à rejeição
interpessoal
● Depressão sazonal
- Episódios depressivos em épocas características
do ano
- Comumente início do outono e inverno
- Remissão na primavera
- Mais comum em mulheres
- Sintomas atípicos
- Hipersonia
- Hiperfagia
- Letargia
- Ganho de peso
- Avidez por carboidratos
● Depressão psicótica
- Depressão grave
- É associada com sintomas psicóticos
- Delírio
- Alucinações
- Vozes acusatórias
- Sensação de ouvir barulhos
- Visuais
- Ilusões (ver vultos)
● Depressão bipolar
- Episódios depressivos em pessoas com história
de
- Hipomania → Tipo II
- Mania → Tipo I
- Mais comum
- Retardo psicomotor
- Sintomas atípicos
- Sintomas psicóticos
- Início precoce
- Costuma recorrer
- Maior probabilidade de abuso de substâncias
- Maior risco de suicídio
DIAGNÓSTICO (CRITÉRIOS)
- Pode-se solicitar exames complementares para
excluir outras causas orgânicas
- Ex. TSH e cortisol
- Exames de imagem
- Minti
- Exames
- RM
- TC
- PET
- Redução do fluxo sanguíneo
- Áreas mesolímbicas
- Hemisfério esquerdo
TRATAMENTO
● Objetivos
- Controle dos sintomas agudos
- Segurança do paciente
- Não tratar apenas sintomas imediatos, mas
também o bem-estar futuro
- Redução da gravidade e número de
estressores
- Prevenir recorrência de episódios
● Psicoeducação
- É importante que os pacientes e familiares
entendam sobre a patologia e sobre a conduta
terapêutica, para aumentar a adesão ao
tratamento
- Deve-se esclarecer os possíveis efeitos
colaterais em caso de uso de medicamentos
● Medicamentos disponíveis
- Podem levar de 3-4 semanas para obter efeito
satisfatório
- Período mínimo de tratamento → 6 meses
- Risco de recorrência → 2 anos
- Indicação individualizada
- Perguntar se já tomou antes ou algum
familiar já tomou
- Fluoxetina e escitalopram
- Disponibilizados pelo SUS
- Às vezes Sertralina
- Duais
- Não têm pelo SUS
- Tricíclicos
- Amitriptilina
- Bupropiona
- Disponível pelo SUS
- Pode ser utilizado no TAB
- Primeira geração
- IMAOS
- Tricíclicos
- Segunda geração
- ISRSs
- Terceira geração
- Duais
- Inibidores seletivos da recaptação de
noradrenalina
● Hospitalização
- Indicações
- Risco de suicídio
- Risco de homicídio
- Vulnerabilidade social
- Capacidade reduzida do indivíduo
obter alimento e abrigo
- Progressão rápida dos sintomas
- Ruptura do sistema de apoio
- O médico pode tratar com segurança a depressão ou
a hipomania leves no consultório se avaliar o
paciente com frequência
- Sinais clínicos de dificuldade de julgamento,
perda de peso ou insônia devem ser
mínimos
● Terapia psicossocial
- Em casos leves pode ser dispensada, caso o paciente
não tenha acesso à terapia
- Ex. dificuldades socioeconômicas
- Psicanálise
- Visa alterar a estrutura da personalidade do
paciente
- Não visa apenas alívio dos sintomas
- Terapias de curto prazo são preferíveis:
a. Cognitiva
- Aliviar os episódios depressivos
- Prevenir recidivas
- Ajudar o paciente na identificação das cognições
negativas
- Desenvolver pensamentos alternativos
b. Interpessoal
- Relaciona os episódios atuais com relacionamentos
disfuncionais precoces
- Pode ser indicado para casos graves
- 12-16 sessões semanais
c. Comportamento
- Baseada na ideia de que padrões comportamentais
mal-adaptativos resultam na baixa percepção de
respostas positivas
- Paciente se sente rejeitado socialmente
- Vida o reforço-positivo
● Eletroconvulsoterapia
- Definição
- É um procedimento que utiliza energia
elétrica para induzir uma crise convulsiva,
sob anestesia geral, com o objetivo de
causar alterações de comportamento e
melhora dos sintomas
- Funcionamento (teorias)
- Monoaminérgica
- Corrente elétrica aumenta a
neurotransmissão adrenérgica,
dopaminérgica e serotoninérgica
- Neuroendócrina
- Aumenta liberação de prolactina,
TSH e endorfinas
- Neurotrófica
- Aumento da neurogênese,
aumentando a sinalização no
cérebro
- Indicação
- Depressão grave, grande risco de suicídio e
catatonia
- É a 1ª linha
- Necessita de melhora rápida
- Casos de difícil controle, resistentes às
terapias convencionais
- É a 2ª linha
- Contraindicações
- Relativas
- Hipertensão intracraniana
- Processo expansivo no SNC
- Doenças ortopédicas
- Absolutas
- ASA 4 ou 5
- Orientação
- Interromper benzodiazepínicos e lítio
● Fases do tratamento
- Pelo menos 6 meses ou a duração do episódio
anterior
1. Aguda
- Objetivo
- Remissão completa dos sintomas ou o
mínimo de sintomas residuais
- Resposta
- Se em 4 semanas não houver resposta ou
ela for mínima
- Mesmo com as doses máximas
toleradas
- Deve-se trocar a classe do
antidepressivo
- Resposta parcial em 2 semanas
- Otimizar doses
- Alcançar máxima da faixa
terapêutico ou máxima dose
tolerada
- Depressão moderada a grave
- Optar por ISRS e duais
- Efeitos colaterais
- Mais intensos na primeira semana
- Costumam desaparecer progressivamente
- Psicoterapia
2. Continuação
- Manutenção da dose adequada instituída durante a
fase aguda
- Visa prevenir recidivas
- Dura de 4 a 9 meses, no geral
3. Manutenção
- Visa prevenir recorrências
- Duração
- Mínimo de 1-2 anos
- Pacientes com 3 ou mais episódios
necessitam de 5 anos de continuação
- Alguns pacientes podem necessitar de
tratamento por mais tempo ou até mesmo
ininterrupto
PROGNÓSTICO
● Curso clínico
- Início
- Cerca de 50% dos pacientes com
episódio significativojá apresentaram
sintomas prévios mais leves
- Geralmente não há transtorno de
personalidade pré-mórbido
- 50% dos casos ocorrem antes dos 50
anos
- Duração
- 6-13 meses em caso de não tratamento
- Os episódios costumam duram mais
quanto mais recidivas ocorrerem
● Prognóstico
- Tende à cronificação
- Alta taxa de recidivas
- Relação com hospitalização
- 50% têm chances de recuperação no
primeiro ano
- Mais mais hospitalizações menor a
chance de recuperação
- 25% tiveram recorrência em 6
meses
- 30-50% nos primeiros dois anos
- 50-75% em cinco anos
- A incidência de recidiva é menor do que em
pacientes que continuam o tratamento
psicofarmacológico profilático e naqueles que
tiveram apenas 1 ou 2 episódios depressivos
- Indicadores de gravidade
- Menor gravidade
- Episódios leves
- Ausência de sintomas psicóticos
- Internação hospitalar curta
- Família estável
- Boas relações interpessoais,
especialmente durante a
adolescência
- Ausência de transtorno
psiquiátrico
- Idade de início avançada
- Maior gravidade
- Coexistência de
- Distimia
- Abuso de álcool
- Abuso de substâncias
- Sintomas ansiosos
- História de mais de um episódio
anterior
- Homens costumam cronificar
mais que as mulheres
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
DEFINIÇÃO
- Compreende
- TAB I (mania)
- Pode ser de ciclagem rápida
- TAB II (hipomania)
- Hipomania
- Ciclotimia
EPIDEMIOLOGIA e FATORES DE RISCO
- Genética
- Cerca de 50% dos bipolares tipo I têm
pelo menos um dos pais com TAB
- Hereditariedade
- Um pai com TAB I → chance de
25%
- Dois pais com TAB I → 50-75%
de chance
- Sexo
- Ocorre por
- Fatores hormonais
- Efeitos do parto
- Estressores psicossociais
- TAB 1 → prevalência de quase 1:1
- Episódios maníacos são mais comuns
em homens
- Episódios depressivos são mais comuns
em mulheres
- Idade
- Variável
- Pode iniciar dos 5 aos 50 anos
- Estado civil
- TAB I
- Menos comum em pessoas
casadas
- Comorbidades
- Mais comuns relacionadas
- Abuso de substâncias
- Transtorno de pânico
- TOC
- Mais comum em classes sociais mais altas e
maior escolaridade
TIPOS
● TAB I
- Curso clínico de um ou mais episódios maníacos
- Às vezes ocorrem episódios depressivos
maiores
● TAB II
- Curso clínico de episódios de hipomania e
depressão maior
● Episódio misto
- Em um período de pelo menos uma semana em
que ocorrem episódios de mania e depressivos
maiores quase diariamente
QUADRO CLÍNICO
MANIA
● Caracterização
- Alterações de humor, cognição e
psicomotricidade e nas funções vegetativas,
mas com características opostas à depressão
● Episódio maníaco
- É um período distinto de humor anormal e
persistentemente elevado, expansivo ou
irritável
- Dura pelo menos uma semana
- Causa comprometimento social ou ocupacional
- Aspectos psicóticos presentes
● Sintomas
- Autoestima inflada
- Otimismo exagerado
- Ausência de medo
- Necessidade de sono diminuída
- Superioridade
- Superficialidade
- Frieza no contato interpessoal
- Grande atividade física e mental
- Taquipsiquismo
- Envolvimento excessivo em comportamento
prazeroso
- Impulsividade
- Percepção da realidade é distorcida
- Cria realidade própria
- Labilidade emocional
- Instabilidade afetiva com brusca
inflexão para tristeza
- Retorno rápido para expansível
dominante
- Sentimentos de erotismo ou exacerbação de fé
- Logorréia
- Fala rápida, difícil ou impossível de
interromper
- Falas dispersas
- Baixa fixação de memória durante a fase
● Quadros psicóticos
- Atividade alucinatória
- Visual e auditiva
- Confusão mental
HIPOMANIA
- Consiste em uma mania atenuada
- Dura pelo menos 4 dias
- Similar ao quadro maníaco, porém é menos
grave e não possui aspecto psicótico
- Não causa comprometimento funcional ao
indivíduo
● Sintomas
- Irritabilidade
- Alegria
- Jocosidade
- Sociabilidade
- Procura por companhia
- Aumento do desejo e comportamento sexual
- Tagarelice
- Autoconfiança
- Otimismo exagerado
- Desinibição
- Redução da necessidade de sono
- Vitalidade
- Ânimo
- Aumento do envolvimento em projetos novos
- Hiperatividade de ideias
MISTO
- Associação entre quadros de mania e quadro
clínico completo de depressão
- Transitória
- Transição entre mania e depressão e
vice-versa
- Autônoma
- Episódio da doença
DIAGNÓSTICO (CRITÉRIOS)
1. Episódios maníacos
- Focar em 1 semana
2. Episódio hipomaníacos
- Focar em 4 dias
● Aspectos clínicos preditivos de TAB
TRATAMENTO
● Medicamentos
● Mania aguda ou hipomania
- Não utilizar o ADT sozinho, pois pode predispor
à mania
- Carbonato de lítio
- 1ª linha
- Estabilizador de humor
- Início da ação anti maníaca é lento,
devendo ser complementado
inicialmente
- Antipsicóticos atípicos
- Anticonvulsivantes
- Estabilizadores de humor
- Benzodiazepínicos de alta
potência
- Pode causar hipertireoidismo
- Similar ao TSH
- Dose terapêutica próxima da tóxica
- Valproato - Ácido valpróico
- Indicado apenas para mania aguda
- Pode ser utilizado como 1ª linha
- Carbamazepina e oxcarbazepina
- Utilizado para mania aguda
- Clonazepam e lorazepam
- Anticonvulsivantes benzodiazepínicos
de alta potência
- Usados na mania aguda
- Comumente adjuvantes ao lítio,
carbamazepina ou valproato
- Antipsicóticos atípicos e típicos
- Medicamentos
- Olanzapina
- Risperidona
- Quetiapina
- Ziprasidona
- Aripiprazol
- Efeitos antimaníacos
● Depressão bipolar aguda
- Primeira linha
- Estabilizador de humor + antidepressivo
- Olanzapina + fluoxetina
- Para primeiro episódio ou episódio
isolado
● Tratamento de manutenção
- Lítio, carbamazepina e ácido valpróico
- Isolados ou em combinação
- São os mais utilizados a longo prazo
- Lamotrigina
- Profilaxia anti depressiva
- Possível ação estabilizadora de humor
● Princípios do tratamento
PROGNÓSTICO
- Tem um prognóstico pior que a depressão
- Maior probabilidade dos pacientes cometerem
suicidio
SOBRE DISTÍMICOS
DEFINIÇÃO
- Consiste em uma forma de depressão crônica,
não-episódica, de sintomatologia menos
intensa que as depressões maiores
QUADRO CLÍNICO
- Semelhante ao transtorno depressivo maior,
porém com sintomatologia atenuada e duração
de, pelo menos dois anos
- Letargia
- Inércia
- Piores pela manhã
- Anedonia
- Dificuldade de concentração
- Sentimento de inadequação
- Baixa auto-estima
- Mau humor
- Sensibilidade aumentada
- Principais diferenças para depressão
leve/moderada
- Muito irritáveis
- Crises de raiva
- Mentalmente acelerados com
conteúdo negativo
- Agressivos
- Ansiosos
- Os sintomas não são incapacitantes, mas
causam prejuízo social, pessoal e profissional
DIAGNÓSTICO (CRITÉRIOS)
TRATAMENTO
- Terapia cognitivo-comportamental
- Farmacológico
- Mesmos medicamentos da depressão
- Iniciar com tricíclico em baixa dose
SOBRE CICLOTÍMICOS
DEFINIÇÃO
- É um subtipos das doenças bipolares
- Consiste em manifestações afetivas leves de
natureza sub depressiva e hipomaníaca,
oscilantes por períodos longos
- São distintos entre si
- Podem coexistir
- Pode haver predomínio depressivo ou
hipomaníaco
- Os sintomas costumam ser mais
brandos que a depressão e hipomania
- Ciclos curtos de depressão e hipomania que
falham nos critérios de duração das síndromes
afetivas maiores
- Mais comum em mulheres
- Início entre 15 e 25 anos
DIAGNÓSTICO (CRITÉRIOS)
TRATAMENTO
- Psicoterapia
- Estabilizadores de humor
SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA
● História clínica
- Identificação do paciente
- Queixa principal
- Origem e motivo do encaminhamento
- História da moléstia atual
- Insight
- O paciente admite e entende
ter a doença
- Avaliar início da doença
- Fatores precipitantes
- Evolução
- Gravidade
- Impacto da doença sobre a vida da
pessoa
- Descrição detalhada dos sintomas
- Frequência
- Duração
- Flutuações
- Cronologia dos sintomas
- Eventos relacionados
- História médica
- Comorbidades
- Cirurgias prévias
- Internações hospitalares
- Mudança recente de peso
- Alteração do sono- Alterações intestinais
- Ciclo menstrual
- Medicamentos em uso
- Verificar abuso
- Associação com drogas
- Dosagem
- Motivo da prescrição
- Hábitos e vícios
- Antecedentes psiquiátricos
- Diagnósticos
- Tratamentos
- Duração
- Psicofármacos e efeitos
- Antecedentes pessoais
- Informações sobre gestação, parto e
nascimento
- Infância e desenvolvimento
- Adolescência
- Menarca
- Sexarca
- Uso de álcool e drogas
- Relacionamentos
- Atividade laboral
- História familiar
- Especialmente distúrbios psiquiátricos
- Personalidade pré-mórbida
● Exame físico
- Descrição geral
- Indivíduo deprimido
- Postura encurvada
- Sem movimentos espontâneos
- Olhar desviado para baixo
- Não mantém contato visual
- Observar sinais de agitação
psicomotora
● Exame do estado mental
- Consiste na avaliação funcional mental do
paciente durante a anamnese
1. Apresentação geral
- É realizada a partir da impressão geral pela
aparência física, atitude e conduta
a. Aparência
- Quanto a idade e saúde
- Deformidades ou peculiaridades físicas
- Modo de vestir-se
- Cuidados pessoais
- Expressão facial
- Relação com patologias
- Ex. ansiedade ou sinais de depressão
b. Psicomotricidade
- Comportamento e atividade motora
- Intensidade e velocidade
- Hiperatividade ou hipoatividade
- Presença de tremores, maneirismos e
tiques
- Maneirismos → movimentos
involuntários estereotipados
- Tiques → movimentos
involuntários e espasmódicos
- Sinais de catatonia
- Anormalidade motora não orgânica
- Estupor
- Lentificação motora
- Catalepsia
- Manutenção de posição imóvel
c. Situação da interação
- Participação de outros
- Intercorrências individuais
- Relação com a entrevista
- Cooperação
- Oposição
- Tendência a conduzir a entrevista
- Indiferença
- Negativismo
2. Linguagem e pensamento
a. Características da fala
- Fala deve ser caracterizada
- Espontânea
- Apenas à estimulação
- Mutismo
- Volume da fala
- Defeito na verbalização
- Afasia
- Prejuízo na compreensão ou
transmissão de ideias
- Alterações no SNC
- Disartria
- Incapacidade na articulação das
palavras
- Rouquidão
- Gagueira
b. Progressão da fala
- Quantidade e velocidade da verbalização
- Possíveis alterações
- Quantitativamente diminuída
- Restringe ao mínimo necessário
- Respostas monossilábicas ou
sucintas
- Fluxo lento
- Pausas entre palavras
- Latência para iniciar a resposta
- Prolixidade
- Fala muito, discorrendo
longamente sobre tópicos
- Dentro dos limites de uma
conversa normal
- Fluxo acelerado
- Paciente fala continuamente
com velocidade aumentada
- Comumente é difícil
interromper o discurso do
paciente
c. Forma do pensamento
- Deve-se examinar a organização formal do
pensamento em sua continuidade e eficácia
- Circunstancialidade
- O objetivo é longamente adiado pela
incorporação de detalhes irrelevantes e
tediosos
- Tangencialidade
- O objetivo da fala não é atingido ou não
é claramente definido
- O paciente afasta-se do tema discutido
dificultando a conclusão
- Fala de forma vaga
- Perseveração
- O paciente repete a resposta para
diferentes questões
- Não se adequa ao tópico
- Fuga de ideias
- Ocorre quando há pensamos
acelerados
- Associações inapropriadas,
denominadas ressonantes, sendo feitas
pelo ritmo ou som das palavras
- Pensamento incoerente
- Perda da associação lógica entre as
partes da sentença
- Bloqueio de pensamento
- Interrupção súbita da fala sem terminar
a sentença
- Neologismos
- Paciente cria novas palavras
ininteligíveis
- Ecolalia
- Repetição de palavras ou frases ditas
pelo interlocutor
d. Conteúdo do pensamento
- Deve-se avaliar os conceitos emitidos pelo
paciente e sua relação com a realidade
- Caracterizar quanto a predominância de tema
do discurso
- Ansioso
- Preocupações exageradas
- Depressivos
- Desamparo, desesperança e etc
- Fóbico
- Medo exagerado ou patológico
- Obsessivos
- Pensamentos recorrentes
- Invasivos e sem sentido
- Pode ser associado com
compulsões
- Caracterizar quanto a logicidade do
pensamento
- Ideias supervalorizadas
- É irracional, porém menos
sustentada que uma ideia
delirante
- Delírios
- Crenças que refletem uma falsa
realidade
- Não é compartilhada por outros
grupo
- Não pode ser dissuadido por
argumentação
- Primários
- Sem outros processos
psicológicos
- Secundários
- Vinculados com outros
processos psicológicos
- Ex. alucinação
e. Capacidade de abstração
- Reflete a capacidade de formular conceitos e
generalizações
- Observação de manifestações espontâneas
- O oposto é o pensamento concreto
3. Senso-percepção
4. Afetividade e humor
5. Atenção e concentração
6. Memória
7. Orientação
8. Consciência
9. Capacidade intelectual
10. Juízo crítico da realidade
CRITÉRIOS DE ALERTA PARA
IDEAÇÃO SUICIDA
COMO DIFERENCIAR LUTO (ESTÁGIOS)
E DEPRESSÃO
Os cinco estágios do luto
- Fisiologicamente dura, em média, 12 meses
- Indicativos de patologia
- Alucinação com a pessoa que se foi
- Anedonia
- Desânimo
- Solidão intensa
- Insônia
- Afastamento das atividades que
lembram do ente querido
● Primeiro estágio: negação e isolamento. É o
primeiro sentimento diante da notícia de
doença terminal para um paciente ou de morte
para um enlutado, independentemente de
como tomou conhecimento do fato que
funciona como um para-choque, para que o
paciente ou o enlutado se acostume com tal
situação. Funciona como um para-choque para
que o sujeito possa se acostumar com a
situação e é preciso aguardar o momento
oportuno para se aproximar dele, observando
os sinais demonstrados. A aceitação parcial é a
fase logo após a negação, quando não se
utilizam da negação por muito tempo. É um
estado temporário do qual ele se recupera,
gradativamente, à medida que vai se
acostumando com a realidade, até começar a
reagir.
● Segundo estágio: raiva. Surge quando não é
mais possível negar o fato e há o sentimento de
revolta, de inveja e de ressentimento. O
paciente ou o enlutado se pergunta “por que eu
e não outra pessoa?”. A raiva é expressa por
emoções projetadas no ambiente externo e
pelo sentimento de inconformismo. Para a
família e os amigos, é uma fase difícil de lidar,
pois suas atitudes não têm justificativa
plausível. A raiva só se torna patológica quando
se torna crônica.
● Terceiro estágio: barganha. O paciente começa
a ter esperança de uma cura divina ou de um
prolongamento da vida, em troca de méritos
que acredita ter ou ações que promete
empreender.
● Quarto estágio: depressão. É o estágio de
sentimentos de debilitação e tristeza
acompanhados de solidão e saudade. Funciona
para o paciente, bem como os envolvidos com
ele, como uma preparação para suas perdas.
Essa fase requer muita conversa e intervenções
ativas por parte dos que estão a sua volta, de
modo a evitar uma depressão silenciosa. Isso
porque só os que conseguem superar as
angústias e as ansiedades são capazes de
alcançar o próximo estágio, que é a aceitação.
● Quinto estágio: aceitação. Após externar
sentimentos e angústias, inveja pelos vivos e
sadios, raiva pelos que não são obrigados a
enfrentar a morte, lamento pela perda iminente
de pessoas e de lugares queridos, a tendência é
que o paciente terminal aceite sua condição e
contemple seu fim próximo com mais
tranquilidade e menos expectativa. O enlutado
que já conseguiu vencer os estágios anteriores
chega, agora, ao momento em que a saudade
se torna mais sossegada, se sente mais em paz
e começa a ter condições de se organizar na
vida
TABELA
REFERÊNCIAS
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-A3YF
3Z/1/lucelia_tcc.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5740391/mod
_resource/content/1/semiologia_psiquiatrica.pdf
https://www.scielo.br/j/rbp/a/Z4SjY9BvfRv4K6jnrn4Y9g
r/?format=pdf&lang=pt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-A3YF3Z/1/lucelia_tcc.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-A3YF3Z/1/lucelia_tcc.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5740391/mod_resource/content/1/semiologia_psiquiatrica.pdfhttps://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5740391/mod_resource/content/1/semiologia_psiquiatrica.pdf
https://www.scielo.br/j/rbp/a/Z4SjY9BvfRv4K6jnrn4Y9gr/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbp/a/Z4SjY9BvfRv4K6jnrn4Y9gr/?format=pdf&lang=pt

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