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Aula 12 - Portugues

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BIZU DO PONTO PARA ANALISTA JUDICIÁRIO DO TJDFT 
LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
 
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Caro Aluno, 
Este material foi elaborado especialmente para você, que irá se 
submeter à prova do TJDFT. Nele você encontra um verdadeiro “bizu” dos 
principais assuntos que o Cespe poderá cobrar no concurso. 
Não é hora para nos prolongarmos com extensas explicações sobre 
o conteúdo programático. O objetivo aqui é fazer você lembrar pontos 
importantes do programa. 
Ortografia 
• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE 
a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de 
+ os –, equivale-se a sobre) 
b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos. 
(refere-se a acontecimento passado) 
c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (refere-se a acontecimento 
futuro; distância) 
 
• POR QUE x POR QUÊ 
a) Por que você não veio? (advérbio interrogativo, usado no início da 
oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono) 
b) Quero saber por que você não veio. (a frase interrogativa é indireta – 
note que a oração sublinhada é subordinada) 
c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e 
o “que” é tônico) 
d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome 
relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual) 
 
• PORQUE x PORQUÊ 
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a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial, 
indica circunstância de causa) 
b) Fique quieto, porque você está incomodando. (conjunção coordenativa 
explicativa – é comum surgir após um verbo no imperativo) 
c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é 
substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa) 
ATENÇÃO! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta), 
use a expressão separada. 
 
• SENÃO x SE NÃO 
a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica 
alternância de ideias que se excluem mutuamente) 
b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim, porém) 
c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é 
substantivo – note o artigo “um”) 
d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção 
subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação) 
ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas 
quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional (se = caso). 
 
Acentuação 
ACENTO DIFERENCIAL 
Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo 
recebe acento) 
Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do 
indicativo também recebe acento) 
ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos tônicos 
terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S), E(S) e O(S) 
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recebem acento: má, fé, nó. É muito comum as bancas examinadoras 
explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por exemplo, 
um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo mesmo) e 
perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a forma verbal 
empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um nome plural. Fique 
atento para esse detalhe. 
Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial) 
não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto, 
continue a usá-lo. 
Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do 
indicativo) 
Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do presente 
do indicativo) 
ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o 
motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm, provém/provêm, 
todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma correspondente à 
terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em virtude de ser uma 
oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à terceira pessoa do 
plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do singular. 
 
Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) 
Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo) 
ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Você deve 
usá-lo. 
 
Pôr (verbo) 
Por (preposição) 
ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR. 
Você deve usá-lo. 
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Verbo 
O verbo reaver só é conjugado nas formas em que o verbo 
haver é grafado com a letra “v”. Observe: 
Haver (presente 
do indicativo) 
Reaver (presente 
do indicativo) 
Haver (presente 
do subjuntivo) 
Reaver (presente 
do subjuntivo) 
Eu hei – Eu haja – 
Tu hás – Tu hajas – 
Ele há – Ele haja – 
Nós havemos Nós reavemos Nós hajamos – 
Vós haveis Vós reaveis Vós hajais – 
Eles hão – Eles hajam – 
Fique de olho na estrutura formada por VTD + SE, pois ela 
geralmente caracteriza voz passiva, com sujeito expresso no período, com o 
qual o verbo terá que concordar em número e pessoa. Em se tratando de 
VTI+SE, a voz é ativa, o sujeito é indeterminado e o verbo fica 
invariavelmente na terceira pessoa do singular. 
 
Pronome 
a) Pronome oblíquo SE junto a verbos de ligação, intransitivos, 
transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos diretos estejam 
preposicionados:os verbos ficam sempre na terceira pessoa do singular: 
Ficou-se feliz. 
Vive-se bem. 
Gosta-se de você. 
Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada – bebeu-se 
o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com sujeito 
representado pelo termo “o vinho” = o vinho foi bebido). 
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ATENÇÃO! Fique de olho em qualquer SE que surgir na prova. Circule-o 
imediatamente e analise o verbo que o acompanha. Pode esperar na sua prova 
uma questão sobre ele. 
Sabemos que verbos pronominais são aqueles que geralmente 
exprimem sentimento ou mudança de estado: admirar-se, arrepende-se, 
atrever-se, indignar-se, queixar-se, congelar-se, derreter-se etc. O pronome 
que os acompanha é parte integrante do verbo e não desempenha 
função sintática. O Cespe já indicou que esse pronome tem uma conotação 
reflexiva, pois expressa algo realizável em relação ao próprio sujeito do verbo. 
Conjunções e Orações 
Oração reduzida: caracterizada pela presença de verbo nominal 
(gerúndio, infinitivo ou particípio) e ausência de conjunção. 
Oração desenvolvida: apresenta verbo conjugado no indicativo 
ou no subjuntivo e, geralmente, conjunção ou pronome relativo em sua 
introdução (pode apresentar também advérbio ou pronome interrogativo). 
A conjunção no entanto inicia oração de valor semântico 
adversativo. A substituição dela por porém, todavia, entretanto, contudo 
preserva a correção gramatical e a coerência do período. 
Porquanto pode integrar oração coordenada sindética explicativa 
ou oração subordinada adverbial causal. Tome muito cuidado para não 
confundi-la com a conjunção conquanto. Fica aqui uma dica: porquanto = 
porque (subordinativa causal ou coordenativa explicativa); não deve ser 
trocadapor conquanto (subordinativa concessiva). Parece bobagem, mas é 
isso que os examinadores gostam de explorar em provas. 
 
Concordância 
Vou contar-lhe um segredo: é comum o emprego de verbos no 
plural com o núcleo do sujeito no singular. Sabe qual a estratégia da 
banca para enganar os candidatos? Primeiro, ela escolhe como sujeito uma 
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expressão longa, em que o núcleo (no singular) fique lá atrás. Depois, ela 
emprega o verbo (no plural) após uma palavra ou expressão no plural. Toda 
essa engenhosidade é para que o candidato se distraia e perca de vista o 
verdadeiro núcleo do sujeito. Cuidado! 
Quando o sujeito for composto (possuir mais de um núcleo), 
verifica-se o seguinte: 
1. representado por pessoas gramaticais diferentes � a primeira pessoa 
(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência 
sobre a terceira (ELES). 
Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos. 
Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta) 
Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que os 
pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são 
frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o 
verbo para a terceira pessoa) 
2. Anteposto ao verbo � o verbo ficará sempre no plural (concordância 
rígida ou gramatical). 
Pai e filho conversaram longamente. 
As imagens e o som não estavam adequados. 
3. Posposto ao verbo � o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida 
ou gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo (concordância 
atrativa). 
 
Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar apenas 
com “uma flor”) 
 
Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com 
todos os núcleos) 
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Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os 
núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular) 
 
ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser 
feita no plural: Agrediram-se o deputado e o senador. 
 
Regência e Crase 
O acento indicativo de crase deve ser empregado quando o termo 
regido admite o artigo feminino “a” e o termo regente requer a preposição 
“a”. Pronto! Eis as condições ideais pra o surgimento da crase, que é indicada 
por meio do acento grave (`). 
Havendo dúvida sobre a ocorrência ou não da crase diante de um 
substantivo no feminino, experimente trocar a palavra feminina por uma 
masculina: ...frente à determinação..., ...frente ao empenho... Nota-se a 
presença concomitante da preposição e do artigo. Bem, se usamos “ao” 
diante do masculino, devemos usar “à” para o feminino: ...frente à 
determinação... Entretanto, a crase não surge com a seguinte estrutura: 
singular + plural (guarde bem essa estrutura). 
 
Pontuação 
Entre o sujeito e verbo da oração e entre este e o objeto 
(direto ou indireto) não deve haver pausa. A exceção fica por conta 
dos casos em que entre tais termos haja outro intercalado. Exemplo: 
Se o Estado, que é o responsável pela manutenção dos direitos 
sociais, estabeleceu... 
Espero, sinceramente, uma resposta satisfatória. 
A vírgula deve ser empregada obrigatoriamente para 
separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas (quando vierem 
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na ordem direta, o emprego será facultativo): Ao anoitecer, saíram. A vírgula é 
facultativa quando a função adverbial for desempenhada por termo 
nominal: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga. Aqui você precisa ter 
flexibilidade, pois há muitos gramáticos e escritores que não a empregam. 
Oração subordinada adjetiva explicativa (reduzida ou não) 
surge sempre destacada (por meio de vírgulas, travessões, parênteses) do 
termo a que se refere. 
Oração subordinada adjetiva restritiva restringe o 
significado do vocábulo, particularizando-o. Ela equivale a um adjetivo 
restritivo e, diferentemente do caso anterior, o emprego da vírgula é 
proibido para isolar tais orações. Comparem: 
Os alunos do Ponto que são inteligentes passarão. (oração 
subordinada adjetiva de valor semântico restritivo; 
admite-se que no Ponto há alunos inteligentes e não 
inteligentes e que apenas aqueles passarão) 
Os alunos do Ponto, que são inteligentes, passarão. (oração 
subordinada adjetiva de valor semântico explicativo; 
agora só há alunos inteligentes e todos passarão) 
 
Paralelismo Sintático 
Estudar o paralelismo sintático é estudar a coordenação de ideias e 
termos de valores sintáticos iguais. Quaisquer elementos coordenados entre si 
e pertencentes a um mesmo período devem apresentar a mesma estrutura 
gramatical; isto é, devem apresentar construção paralela. Exemplos: 
a) Estávamos receosos de um governo que fosse incompetente e 
que fosse autoritário. 
Estávamos receosos de um governo incompetente e autoritário. 
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b) Era fundamental que eles viessem e que comprassem logo o 
carro. 
Era fundamental eles virem e comprarem logo o carro. 
Na letra “a”, o paralelismo sintático se estabelece tanto com a 
presença das duas orações adjetivas, ambas introduzidas pelo pronome 
relativo “que”, quanto com o emprego dos adjetivos restritivos simples 
“incompetente” e “autoritário”. Na letra “b”, o paralelismo sintático é cumprido 
tanto com o emprego da conjunção integrante “que”, a qual inicia ambas as 
orações substantivas subjetivas, quanto com a redução de tais orações para o 
infinitivo flexionado “virem” e “comprarem”. 
Imagine um período construído da seguinte maneira: 
“A energia nuclear não somente se aplica à produção da bomba 
atômica ou para outros fins militares, mas também pode ser 
empregada na medicina, nas comunicações e para outros fins”. 
Percebeu os dois erros de paralelismo? O primeiro está no trecho 
“se aplica à produção da bomba atômica ou para outros fins militares, uma vez 
que a preposição “para” deveria ser substituída por “a” que é a mesma 
preposição do termo precedente. Logo, o correto seria “se aplica à produção da 
bomba atômica ou a outros fins militares”. 
O segundo erro se encontra no trecho “pode ser empregada na 
medicina, nas comunicações e para outros fins”. Mais uma vez, quebrou-se o 
paralelismo da frase, porquanto a preposição “em” deveria reger igualmente 
todos os três termos: “medicina, comunicações e outros fins”. Portanto, a 
construção correta seria “pode ser empregada na medicina, nas comunicações 
e em outros fins”. 
 
Redação Oficial 
Com base no Manual de Redação da Presidência da República, 
devem constar no cabeçalho ou no rodapé do ofício as seguintes informações 
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do remetente: nome do órgão ou setor, endereço postal, telefone, e endereço 
de correio eletrônico. Cuidado com as “pegadinhas”! As informações são do 
remetente (e não do destinatário) e podem vir no cabeçalho ou no rodapé 
(o mais usual, na prática, é constar no cabeçalho; mas o manual diz que pode 
ser em um lugar ou em outro). Recentemente, esse conhecimento foi cobrado 
na prova da EBC. 
As comunicações que partem dos órgãospúblicos devem ser 
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Deve-se evitar 
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Por seu caráter 
impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, 
elas requerem o uso do padrão culto da língua. O padrão culto é aquele 
em que se observam as regras da gramática formal e se emprega um 
vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. 
O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, 
desde que não seja confundida com pobreza de expressão. Pode-se concluir, 
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem” 
(preste muita atenção!); o que há é o uso do padrão culto nos atos e 
comunicações oficiais. 
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em 
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. 
 
São esses os “bizus” que julgo importantes neste momento que 
antecede a prova. 
Desejo que Deus o abençoe e que você tenha um excelente 
desempenho.

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