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1 Dor abdominal, diarreia e icterícia → A diarreia é uma alteração do hábito intestinal com diminuição da consistência das fezes, que podem ser amolecidas ou até mesmo líquidas. → Acompanhada, na maioria das vezes, do aumento da frequência de dejeções diárias (≥ 2x por dia) e aumento do volume fecal. Diarreia Aguda: • Duração > 24h e < 14 dias (2 semanas); • Principal etiologia → agentes infecciosos (gastroenterite). Diarreia Persistente: • Persistência das manifestações entre 14 a 30 dias. Diarreia Crônica: • Diarreia com duração > 30 dias. • Aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo apresentam pelo menos um episódio de diarreia aguda por ano; • É uma das principais causas de mortalidade infantil em crianças menores de 5 anos em todo o mundo. • No sul da Ásia e na África subsaariana, a maioria das mortes por diarreia ocorre entre crianças com menos de 2 anos de idade. • Nos Estados Unidos, 83% das mortes por diarreia aguda ocorrem em idosos com 65 anos de idade ou mais. • A principal causa de diarreia aguda são as infecções ou gastroenterites (90% dos casos): → Causada por vírus, bactérias e protozoários. → Lesão direta da mucosa pelo microrganismo; → Produção de toxinas. • Medicamentos: → Orlistate; → Metformina; → Procinéticos; → Diuréticos; → Antibióticos; → AINES. GASTROENTERITE VIRAL ▪ Causa mais comum de diarreia infecciosa (o médico diz que é apenas uma virose). Rotavírus: ▪ O rotavírus é causa mais comum de diarreia em bebês e idosos. o Transmissão fecal-oral; o Tropismo pelos enterócitos do epitélio gastrointestinal. o Prevenção: vacina para rotavírus humano (em crianças <6 meses) e higiene dos alimentos. 2 Dor abdominal, diarreia e icterícia Norovírus: ▪ Nos adultos, o campeão de gastroenterites é o norovírus. ▪ Tropismo pelos enterócitos, além de causar uma resposta inflamatória (paciente cursa com febre). ▪ Fonte de contaminação: água, ostras, saladas e alimentos manipulados. ▪ Há dificuldade em se criar vacina devido a enorme variação de sorotipos. GASTROENTERITE BACTERIANA ▪ Transmissão fecal-oral; ▪ Ingestão de bactérias ou toxinas pré-formadas pelas bacteriana no alimento. Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC): ▪ Principal causadora de diarreia nos viajantes (viajante que vão para países em desenvolvimento). ▪ Também é observada em crianças pequenas. ▪ Se aderem aos enterócitos do intestino delgado e induzem a secreção de enterotoxinas – causando a diarreia. ▪ Adquirida pelo consumo de água e alimentos contaminados. ▪ Caracterizada por ser explosiva, de grande volume e com duração de 5 dias. Escherichia coli enteropatogênica (EPEC): ▪ Causada pela ingestão de água e alimentos contaminados. ▪ As bactérias se aderem ao epitélio do intestino e destroem as microvilosidades. ▪ Principal causa de doença diarreica infantil nos países pobres. ▪ Rara em crianças mais velhas e adultos, devido imunidade protetora adquirida. Escherichia coli enteroagregativa (EAEC): ▪ As bactérias formam biofilme sobre as células epiteliais, lesionando a mucosa. ▪ Em crianças ocorre diarreia persistente (>14 dias). ▪ Ocorre seu surto em países como EUA, Europa e Japão. Escherichia coli enterohemorragica (EPEC): ▪ Contágio por alimentos contaminados. ▪ Causa desde diarreia leves até colites hemorrágicas (diarreia sanguinolenta). ▪ Libera toxinas que inibem a síntese proteica. Salmonella: ▪ Transmissão por ingestão de água e alimentos contaminados. ▪ É a forma mais comum nos EUA. Shigella: ▪ Encontrada em alimentos e água contaminados; ▪ Possui complicações: megacólon tóxico, perfuração intestinal e outros. GASTROENTERITE PARASITÁRIA ▪ Mais comum em apresentações crônicas. ▪ Exemplo: giárdia e entamoeba hitolytica. • Alimentos deteriorados e higiene precária: o Salmonella, shingella, campylobacter (bacterianas). • Paciente com imunodeficiência: o Pensar em agentes oportunistas. • Paciente em uso recente de antibióticos: o Colite pseudomembranosa. • Crianças em creche: o Shiguella, giardíase, criptosporidiose, rotavirose. • Asilo: o Colite pseudomembranosa. • Promiscuidade sexual: o Patógenos de transmissão fecal-oral. • Piscina: o Giardíase e criptosporidiose. • Viajantes: o E. coli, campylobacter, vírus, shigella, 3 Dor abdominal, diarreia e icterícia salmonella. A diarreia ocorre quando há desequilíbrio entre a absorção e secreção de fluidos pelo intestino, devido a uma citocina ou lesão que leve a redução da absorção. DIARREIA OSMÓTICA → Ocorre pelo acúmulo de soluto osmoticamente ativo não absorvível no lúmen intestinal. → Com isso, há retenção de líquido no lúmen e consequentemente diarreia. → Ocorre normalmente na alta ingestão de carboidratos e uso de antibióticos. → O quadro diarreico tende a cessar com o jejum. DIARREIA SECRETÓRIA → Distúrbio no processo hidroeletrolítico pela mucosa intestinal, levando aumento da secreção de íons e água para o lúmen ou inibindo a absorção. → Não melhora com o jejum. → Esse é o tipo de diarreia provocada por E. coli enterotoxigênica, Vibrio cholerae, Salmonella sp. DIARREIA INFLAMATÓRIA → É causada por uma alteração inflamatória, levando a produção de muco, pus e/ ou sangue nas fezes. → Pode ter alteração laboratorial da calprotectina ou lactoferrina fecal. → Entre as causas, destacam-se a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Calprotectina e a Lactoferrina fecal: a concentração dessas substâncias nas fezes reflete o número de neutrófilos presente e fornece um indicador da gravidade da inflamação intestinal. Este teste não invasivo pode ser útil na triagem para a inflamação em pacientes com dor abdominal e diarréia. DIARREIA DISABSORTIVA → Também conhecido como esteatorreia. → A causa dessa diarreia está associada a baixa absorção dos lipídios no intestino delgado, ou seja, pode ser causada também por uma síndrome de má absorção ou por uma síndrome de má digestão. → Por exemplo, doença celíaca, doença de Crohn, doença de Whipple, giardíase, e estrongiloidíase e linfoma intestinal. AVALIAR: → Duração da diarreia; → Número diário de evacuações; → Presença de sangue nas fezes; → Número de episódios de vômitos, se houver; → Presença de febre; → Outra manifestação clínica; → Práticas alimentares prévias e vigentes; → Outros casos de diarreia em casa ou na escola; → Deve-se avaliar como está a oferta de liquido, uso de medicações e histórico de imunizações. → A base do tratamento da diarreia aguda é a hidratação e a correção de distúrbios hidroeletrolíticos, realimentação. → Após a avaliação clínica do estado de hidratação do paciente o tratamento adequado deve ser estabelecido, conforme os planos A, B ou C do ministério da saúde. ETAPA 1: 4 Dor abdominal, diarreia e icterícia PLANO A TRATAMENTO DOMICILIAR PLANO B TRATAMENTO NA UBS 5 Dor abdominal, diarreia e icterícia PLANO C TRATAMENTO HOSPITALAR INFORMAÇÕES GERAIS
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