Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
As tecnologias da informação e comunicação, a escola e os professores APRESENTAÇÃO Com a evolução constante da tecnologia e sua influência no dia a dia das pessoas, a escola também passa por um processo de transformação, não em suas estruturas, mas na forma como trabalha as situações de ensino e de aprendizagem, sendo que tais mudanças passam pela inserção das TIC na escola. Tal presença fomenta a aproximação da escola, professores e estudantes, promovendo o trabalho colaborativo e o ensino mais atrativo e dinâmico. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o impacto das tecnologias de informação e comunicação na escola e que percepção os professores e a escola têm sobre a presença das TIC no contexto escolar. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o impacto das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na escola.• Analisar como os professores têm se posicionado em relação às TIC.• Descrever como a escola se prepara para fazer uso das TIC.• DESAFIO A utilização das TIC na escola refletem, principalmente, a mudança da lógica de transmissão do conhecimento para a da construção coletiva do conhecimento por parte dos professores. Nesse contexto, todos são ora aprendizes ora quem ensina. Uma das maneiras de fomentar esta "inversão" de papéis na escola é a utilização de jogos educativos. Estes, além de proporcionar uma aprendizagem mais lúdica, pode desenvolver habilidades de raciocínio lógico, estratégia, criatividade etc. Porém, é necessário ter consciência de que a classificação de um jogo, como educativo, se dá pela utilização que se faz deste, tendo em mente qual objetivo se pretende atingir. Imagine, então, que você é professor de uma turma de 3o ano do Ensino Fundamental, que está com dificuldades de aprendizagem na área da Matemática. Os alunos estão desmotivados, e, como alternativa, você decide levá-los ao laboratório de informática da escola para que eles joguem o jogo O Lobo e a Ovelha. De acordo com os seus conhecimentos, escreva um texto que explique cada um dos pontos a seguir: 1. Qual conteúdo de matemática poderá ser trabalhado? 2. Que objetivos de aprendizagem podem ser alcançados com ele? 3. Por que a escolha deste jogo se justifica? INFOGRÁFICO Diante desse cenário, faz-se necessário analisar como os professores têm se posicionado em relação às TIC e como podem utilizá-las para favorecer e qualificar seu trabalho em sala de aula. Como afirma Morin (2011), educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. Veja, no Infográfico a seguir, uma síntese do papel do professor e do aluno na educação mediada pelas TIC. CONTEÚDO DO LIVRO Com a utilização das novas tecnologias, o professor deixa de ser o centro transmissor de informações e passa a exercer o papel de mediador e facilitador no processo de aprendizagem, permitindo a cada aluno explorar ao máximo suas potencialidades, proporcionando um ambiente capaz de fornecer conexões individuais e coletivas. O conhecimento passa a ser construído e não mais imposto. Com isso, a escola estará exercendo sua função formando pessoas mais criativas, críticas, autônomas, motivadas e felizes. Acompanhe a leitura do capítulo As tecnologias da Comunicação e Informação, a Escola e os Professores da obra "Educação e Tecnologias", que serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Pricila Kohls As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Apreender o impacto das tecnologias da informação e comunicação (TIC) na escola. � Analisar com os professores têm se posicionado em relação às TICs. � Identificar como a escola se prepara para fazer uso das TICs. Introdução Neste capítulo, você vai estudar sobre o relacionamento da escola e dos professores com as tecnologias da informação e comunicação (TIC). Você vai aprender sobre o impacto que estas tecnologias causam no ambiente escolar, o posicionamento da categoria docente em relação a inserção das TICs e quais são os preparativos que as escolas devem ter para utilizar as TICs no contexto escolar. O impacto das tecnologias da informação e comunicação (TIC) na escola Com a evolução constante da tecnologia, as habilidades exigidas pela sociedade são cada vez mais complexas, sendo necessário qualificação, eficiência e a constância do aprender a aprender. Assim, a educação se torna, mais do que nunca, um dos pilares essenciais para o desenvolvimento das novas habilidades exigidas pela sociedade digital. Diante dessa realidade, a utilização da informática na educação se torna um meio de aproximação do aluno e da escola com esta sociedade digital, proporcionando uma aprendizagem mais significativa e promovendo a coo- peração e a colaboração, familiarizando o aluno com os recursos tecnológicos que poderão ser utilizados em outros contextos e realidades. A construção do conhecimento exige uma escola mais contextualizada, motivadora, dinâmica e interessante, pois, dessa forma, o aprendizado se torna sinônimo de prazer, de realização e de novas descobertas. Por intermédio do computador e dos dispositivos tecnológicos, aqui en- tendidos por TICs, é possível que o educando aprenda determinado conteúdo mais facilmente, pois pode ver, ouvir e interagir com o conteúdo com a ajuda das TICs. Vejamos alguns exemplos de TICs no Quadro 1. Exemplos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) � Computadores pessoais (PCs, personal computers). � Notebook. � Câmeras de vídeo e foto para computador ou Webcams. � Smart TV. � Suportes para guardar e portar dados, como discos rígidos ou HDs, cartões de memória, pendrives, entre outros. � Celulares e smartphones. � Tablets. � Correio eletrônico (e-mail) e as listas de discussão (mailing lists). � Internet. � Streaming, podcasting. � Tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons (câmeras filmadoras, gravadores, câmeras fotográficas, etc.). � Captura eletrônica ou digitalização de imagens por meio de scaners. � Fotografia, cinema, vídeo, rádio e som digital (TV e rádio digital). � Tecnologias de acesso remoto: Wi-Fi, Bluetooth. � Consoles de jogos (videogames), p.ex., Xbox, Play Station, etc. � Dentre outros. Quadro 1. Exemplos de TICs. As TICs como ferramentas auxiliadoras no processo de ensino e de apren- dizagem são um meio e não um fim, assim o educando deve ter a oportunidade de utilizar a tecnologia como suporte para suas descobertas. Para isso, há de se ter consciência de que o professor, no papel de mediador, precisa agregar o recurso tecnológico como estímulo na sua prática pedagógica, pois o com- putador sozinho não faz nada. Educação e tecnologias2 Segundo Papert (1986), dizer que as estruturas intelectuais são construídas pelo aluno, em vez de ensinadas por um professor, não significa que elas sejam construídas do nada. Pelo contrário, como qualquer construtor, a criança se apropria, para seu próprio uso, de materiais que ela encontra e, mais signi- ficativamente, de modelos e metáforas sugeridos pela cultura que a rodeia. Ele ainda complementa dizendo que nós nos motivamos a aprender o novo conhecimento, se estivermos conectados, de alguma forma, a conjuntos de conhecimentos significativos para nós. E é assim que se dá a aprendizagem espontânea e informal. Ainda é necessário desmistificar o uso da “máquina” como recurso no processo de ensino e de aprendizagem em sala de aula. Para auxiliar neste processo, a escola pode recorrer à ajuda de um profissional especialista em informática na educação. Este profissional está habilitado para mostrar o quanto a informática pode ser uma aliada da educação e como ela pode ser utilizada de forma mais proveitosa e educativa nas escolas.A mudança de paradigmas requer educadores dispostos à mudança por intermédio da inovação, quando o aluno deixa de ser mero espectador e passa a ser ator, pois a participação e a coautoria estão vinculadas à formação de cidadãos responsáveis e comprometidos, que é a exigência da sociedade atual. A tecnologia também propicia a interação social no desenvolvimento da cognição se valendo dos aspectos de sociabilização nos ambientes computa- cionais de aprendizagem. O desenvolvimento pleno do potencial cognitivo depende da interação social. Portanto, precisamos transformar a sala de aula em um ambiente comu- nicativo em que as trocas entre os educandos e o estímulo e a colaboração sejam altamente valorizados (Figura 1). 3As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores Figura 1. As TICs e a educação. Fonte: Angela Waye/Shutterstock.com. Como podemos observar na imagem, da tela do computador surgem inú- meras possibilidades de aprendizado e conhecimento. Diferentes conteúdos podem ser trabalhados na tela de computadores, de tablets, de smartphones e de televisão, sendo que tais conteúdos estão ao alcance de todos que possuem acesso à Internet. Vale ressaltar que, para que haja uma aprendizagem efetiva com o uso da tecnologia, o professor deve ter bem claro seus objetivos e seu plano de aula, tendo consciência de que não é mais o detentor do conhecimento. Ele precisa estar aberto para a troca e a interação com o aluno para que juntos possam traçar o caminho rumo ao conhecimento e à aprendizagem efetivamente significativa. A entrada das TICs nas escolas é inevitável, seja em sala de aula, como auxílio ao trabalho do professor, ou trazidas pelos alunos independentemente, pois as TICs já fazem parte do contexto escolar. Fischer (2017) faz uma ana- logia ao uso da televisão e da tecnologia e enfatiza que não podemos nos despreocupar com as ferramentas disponíveis na sociedade e os educadores não podem mais desconsiderar as TICs. “Esse meio de comunicação que se tornou para nós, especialmente para nós, brasileiros, absolutamente impres- Educação e tecnologias4 cindível, em termos de lazer e informação.”, segundo a autora, é a televisão (FISCHER, 2017, p. 51-52). A relação entre comunicação e educação é centralizada na cultura, sendo que o conceito de cultura, segundo a autora, é “o conjunto complexo e di- ferenciado de significações relativas aos vários setores da vida dos grupos sociais”, como “as linguagens, a literatura, as artes, o cinema, a TV, o sistema de crenças, a filosofia, os sentidos dados às diferentes ações humanas” (FIS- CHER, 2017, p. 25). Ou seja, o conteúdo e as informações estão disponíveis aos estudantes, independente de serem “passados” por professores, esses conhecimentos podem ser facilmente acessados a partir da Internet. Porém, há muitas informações distorcidas e/ou contraditórias disponíveis na rede, por isso, o professor e a escola devem trabalhar em conjunto para fomentar nos estudantes um olhar crítico sobre a informação disponível e poder aprender a partir destas. Os professores em relação às TICs Diante deste cenário, faz-se necessário analisar como os professores têm se posicionado em relação às TICs e como podem utilizá-las para favorecer e qualificar o seu trabalho em sala de aula. Como afirma Morin (2011), educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. Para isso, nós, educadores, precisamos estar cientes do nosso papel de saber ouvir, auxiliar, instigar o pensamento e o posicionamento dos alunos frente às situações que lhes são apresentadas. Sabendo que com a utilização das TICs é possível que o educando aprenda mais facilmente, ao utilizar estas ferramentas é possível perceber a importância do olhar atento ao caminho percorrido pelo aluno e das intervenções possí- veis para o acompanhamento sistemático da trajetória de cada aluno, tendo consciência de que o ponto de partida é sempre o mesmo, mas inúmeras são as possibilidades de chegada. Nesse sentido, o professor, como mediador do processo de ensino e de aprendizagem, deve estar ciente do seu importante papel para o desenvolvimento de projetos e de atividades que estimulem os alunos a pensar, criar, recriar, refletir, enfim, aprender com e não aprender por. O professor precisa proporcionar ao aluno oportunidades de reflexão de forma inovadora, de como que a colaboração seja valorizada e a criatividade seja um meio para a construção e a disseminação do conhecimento. 5As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores Dessa forma, e com a utilização das novas tecnologias, o professor deixa de ser o centro transmissor de informações e passa a exercer o papel de mediador e facilitador no processo de aprendizagem, permitindo a cada aluno explorar ao máximo suas potencialidades, proporcionando um ambiente capaz de fornecer conexões individuais e coletivas. O conhecimento passa a ser construído e não mais imposto. Com isso, a escola estará exercendo sua função formando pessoas mais criativas, críticas, autônomas, motivadas e felizes. Mas para que realmente este seja um processo eficaz, o professor deve estar atento ao caminho percorrido e não apenas ao resultado obtido. Passa a ser fundamental trabalhar não só o conteúdo específico, mas também valorizar o afetivo do aluno, estimulando a cooperação como forma de valorizar as potencialidades de cada um. Para Vygotsky (1998), todos aprendem, mas chega um momento em que a interação com outros sujeitos e a presença de novos estímulos são necessários para que o aprendiz supere momentos de dificuldades e avance para novos estágios de aprendizagem, sendo estes estímulos realizados pelo professor. O professor continua tendo seu papel no desenvolvimento da aula, criando problemas acerca dos assuntos a serem abordados, estabelecendo critérios para a busca de soluções, mediando o processo e trazendo referenciais, explicações para a construção efetiva do conhecimento; da mesma forma o aluno que nesse processo tem autonomia e não permissividade apenas. O aluno pode (cremos que deve) fazer caminhos alternativos para a solução de dúvidas, explorando os diferentes recursos digitais que tem à disposição, buscando auxílio e troca de experiências com seus colegas, mas percorrendo o caminho para a busca de res- postas pertinentes e significativas ao contexto, pautadas pela autoria. Acreditamos que essa seja a movimentação da parceria, onde cada um cumprindo o seu papel e, ao mesmo tempo, com diálogo, conseguimos construir juntos aprendizagens e conhecimentos significativos para a vida (CARDOSO, 2015, p. 212). Em estudo realizado por Mendonça (2010), foi evidenciado que muitos professores não utilizam as TICs em sua prática pedagógica por se sentirem inseguros em relação a sua utilização em sala de aula. Sentem que é preciso haver uma capacitação específica para tornar significativa esta utilização. Os professores “[...] ao serem colocados diante de computadores e de outras TICs, não sabem como usá-las, têm receio e preferem requisitar o auxílio Educação e tecnologias6 de outro docente que saiba manipular, caso o seu uso seja imprescindível” (MENDONÇA, 2010, p. 6). Tal estudo comprova que a utilização de recursos tecnológicos em sala de aula está intimamente associada ao uso pessoal que o professor faz da tecnologia e de sua familiaridade com tais recursos. Embora reconheçam as facilidades e infinitas fontes de informações proporcionadas pela Internet, ressaltam que precisam de um planejamento maior, pois é muito fácil para os alunos “perderem-se” nos links e atrativos da Internet (MENDONÇA, 2010). Nesse sentido, é preciso pensar o uso das TICs como um projeto de escola, com uma prática em toda a instituição. Assim, as políticas institucionais e os projetos políticos pedagógicos precisam estar alinhados com esta prática e fomentar o uso das TICs nas escolas, com o apoio dos gestorese dirigentes no trabalho desenvolvido pelo professor em sala de aula. A escola e as TICs Vimos o contexto dos professores frente ao uso das TICs na educação, agora vamos buscar identificar como a escola se prepara para fazer uso das TICs no contexto escolar. De acordo com Leite (2004), o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com elas, requer uma nova postura por parte da escola, uma vez que este domínio se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do(a) professor(a) em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expres- são, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo. É papel da escola fornecer subsídios e também cobrar dos seus professores uma postura proativa em relação ao uso das tecnologias educacionais. De acordo com Santos e Policarpo (2013): As instituições de ensino precisam ajustar-se aos mecanismos de fun- cionamento desse novo modelo de sociedade para se tornar próxima, e fazer sentido a educação, para nossas crianças e adolescentes, pois, caso contrário, poderão estar fadadas à extinção ou apenas fazer parte de um mero protocolo legal, seja este, a obrigatoriedade de crianças e adolescentes estarem matriculadas em escola. 7As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores Assim sendo, é urgente a necessidade de alinhar a comunicação entre os nascidos na era digital e os imigrantes digitais. Para tal, é preciso gerar uma nova consciência entre os professores imigrantes digitais, a qual per- passa pela ideia de que a informação pode ser conseguida pelos nativos digitais1 muito rapidamente através da internet. O que a internet talvez não consiga fornecer é a experiência na aplicabilidade da informação, e é neste ponto que o professor, imigrante digital, ou não, precisa estar atento e tencionar seus esforços. (SANTOS; POLICARPO, 2013, p. 46). Nesse sentido, tornar o uso das TICs uma prática sistemática nas escolas não é tarefa fácil. É preciso “desmistificar” a máquina e trabalhar com os professores o que é e como pode ser utilizado o recurso da informática em sala de aula. O computador não substitui a importância do papel desempenhado pelo professor, apenas o torna mais eficaz e possibilita um ensinar e aprender inovador. No processo de “sedução” e conscientização do professor, o gestor ou supervisor/orientador escolar se tornam parceiros valiosos para realização de projetos e capacitações dos professores para o uso das tecnologias de comu- nicação e de informação no processo de ensino e de aprendizagem. Como o supervisor/orientador está envolvido com toda a comunidade escolar, ele é a pessoa mais indicada para, em conjunto com um especialista em tecnologia educacional, envolver os professores e sensibilizá-los quanto a utilização dos recursos tecnológicos em suas aulas. Cada um com sua especificidade e visão do contexto escolar, supervisor e especialista podem trabalhar e significar o uso do computador e dos recursos tecnológicos por parte dos professores em sua prática docente, tornando as aulas mais atrativas e inovadoras. Giraffa (2013) atenta para a questão estrutural das escolas para o uso das TICs: Não dá para querer criar uma cultura de uso de tecnologia se esta não fizer parte do dia-a-dia do usuário. Isto não ocorre no contexto brasileiro. Raríssimas são as escolas onde este cenário se verifica. Quando isto ocorre são escolas de elite e pouco acessíveis a grande parte da sociedade. Os laboratórios das escolas são locais aonde os alunos vão para ter acesso à tecnologia, em tempo curto e de forma esporádica. Devido a isto não se consegue ter um ritmo de aprendizado associado ao uso de um artefato ou mesmo tirar proveito do uso da rede Internet. (GIRAFFA, 2013, p. 26) Educação e tecnologias8 É importante a reflexão sobre os investimentos necessários para qualificar as nossas escolas. Desde a infraestrutura da entrada, dos pátios, das salas de aula e dos recursos de tecnologias de informação e comunicação, pois estas infraestruturas são basilar para o desenvolvimento de qualquer ação educativa. Também é preciso cautela ao falar sobre as tecnologias na educação, para não tornarmos essa prática possível apenas nas escolas de elite. Vale salientar que as escolas de elite possuem melhores condições e melhores ferramentas, porém cabe aos dirigentes das escolas e os professores pensarem juntos como podem fazer uso das tecnologias disponíveis, mesmo que não sejam as mais modernas no mercado. Santos (2012) aponta o papel da escola neste contexto: Assim, a escola, por ser em essência um espaço de interação, pode tam- bém ser um espaço de inovação, de experimentação de novos caminhos e possibilidades. No entanto, não é preciso se desfazer de tudo que a ‘escola tradicional’ propõe, mas é preciso agregar ao currículo ativida- des que instiguem os alunos à pesquisa e a busca pelo conhecimento. (SANTOS, 2012, p. 43). Os desafios são muitos, porém muitas, também, são as possibilidades de utilização das TICs para qualificação do ensino e para aproximação de estudantes e professores em sala de aula e em contextos educativos. Ao apro- ximar as TICs da educação, a escola estará realizando o seu papel, que é o de contribuir para a formação de cidadãos críticos e preparados para a realidade que os aguarda ao saírem da condição de alunos para atuarem no mercado de trabalho, buscando a sua inserção em um mercado altamente competitivo e que requer profissionais preparados para lidar com as diversidades apresentadas a cada instante e, principalmente, com a tecnologia que hoje faz parte do dia a dia de qualquer profissional. Olhar para a utilização da tecnologia como parte da função da escola não é mais objeto de luxo, mas, sim, uma realidade necessária para o desenvol- vimento integral do ser humano e do profissional que está sendo preparado, pela escola, para o mercado e para a vida. 9As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores Se você quiser saber um pouco mais sobre os nativos digitais, leia o livro PALFREY, J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011. Para conhecer alguns exemplos da evolução das TICs na educação, assista ao vídeo: A história da tecnologia na educação. Disponível em: https://goo.gl/N6NrW1. Educação e tecnologias10 CARDOSO, A. de O. da C. Tecnologias digitais, currículo e interdisciplinaridade na escola: um link possível a partir da ação docente. Educação Por Escrito, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 208-219, jul./dez. 2015. FISCHER, R. M. B. Televisão & educação: fruir e pensar a tv. 4. ed. Belo Horizonte: Au- têntica, 2017. (Temas & Educação, 1). GIRAFFA, L. M. M. O contexto escolar e seus desafios. In: GIRAFFA, L. M. M.; POOL, M. A. P. (Org.). Escola digital: entendendo o novo contexto. Porto Alegre: Ed. UniRitter, 2013, p. 21-32. LEITE, L.S. (Coord.). Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. MENDONÇA, L. F. F. de. O que pensam os docentes sobre o uso das tecnologias da infor- mação e da comunicação nas práticas de ensino?. 2010. Disponível em:<http://www. abed.org.br/congresso2010/cd/352010004454.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2017. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011. PALFREY, J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011. PAPERT, S. LOGO: computadores e educação. São Paulo: Brasiliense, 1986. SANTOS, P. K. dos; POLICARPO, D. de A. Professores imigrantes digitais: ainda vale esta classificação? In: GIRAFFA, L. M. M.; POOL, M. A. P. (Org.). Escola digital: entendendo o novo contexto. Porto Alegre: Ed. UniRitter, 2013, p. 45-55. SANTOS,P. K. dos. Inclusão digital de professores: uma proposta de construção de trajetórias personalizáveis em cursos na modalidade a distância. 2012. 101 f. Disser- tação (Mestrado em Educação)- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psico- lógicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Leitura recomendada PRENSKY, M. From digital natives to digital wisdom: hopeful essays for 21st century education. Thousand Oaks: Corwin, 2012. 11As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores DICA DO PROFESSOR As instituições de ensino precisam ajustar-se aos mecanismos de funcionamento desse novo modelo de sociedade para se tornarem próximas de nossas crianças e adolescentes e fazerem sentido em sua educação, pois, caso contrário, poderão estar fadadas à extinção ou apenas a fazer parte de um mero protocolo legal. Acompanhe, no vídeo a seguir, uma reflexão sobre a importância de a escola repensar seu papel frente às TIC. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) São exemplos de Tecnologias de Informação e Comunicação: A) Computador, papel, televisão, memória flash. B) Notebook, tablets, Smart TV, rádio, console de jogos. C) Livro, correio eletrônico, internet, computador. D) Console de jogos, correspondência, rádio, podcast. E) Tecnologia de acesso remoto, lápis, quadro. 2) Qual o papel do professor na educação com uso das TIC? A) O papel do professor é controlar o que os alunos estão fazendo no computador. B) O papel do professor é verificar se todos têm acesso aos materiais. C) O professor planeja o momento em que as TIC serão usadas em sala de aula. D) O professor é o mediador do conhecimento. E) O professor controla o tempo necessário para o aluno aprender. 3) Ao utilizar as TIC no contexto escolar, a tecnologia é utilizada para potencializar a construção do conhecimento, pois: A) Propicia a interação social no desenvolvimento da cognição se valendo dos aspectos de sociabilização nos ambientes computacionais de aprendizagem. B) Oportuniza situações autênticas de aprendizagem. C) Possibilita a troca de informações. D) Promove a conectividade em ambientes virtuais. E) Permite a criação de hipertextos. 4) Fomentar a prática com o uso das TIC não é papel somente do professor. Marque a alternativa correta: A) Os professores e os estudantes são responsáveis. B) A sala de aula deve estar preparada para se trabalhar com tecnologia. C) A sociedade também tem sua parcela de fomento. D) Os alunos também precisam trazer as TIC para dentro da sala de aula. E) As políticas institucionais e os projetos políticos pedagógicos precisam estar alinhados com esta prática e fomentar o uso das TIC nas escolas. 5) O computador não substitui a importância do papel desempenhado pelo professor, apenas: A) Facilita o trabalho de planejamento das aulas. B) Deixa o professor mais livre para experimentar. C) O torna mais eficaz e possibilita um ensinar e aprender inovador. D) Apresenta mais conteúdos aos alunos. E) Otimiza o tempo de sala de aula. NA PRÁTICA Não dá para criar uma cultura de uso de tecnologia se esta não fizer parte do dia a dia do usuário. Essa presença ainda não ocorre no contexto brasileiro, raríssimas são as escolas em que esse cenário se verifica. Quando essa presença é possível, é em contexto de escolas de elite, pouco acessíveis para grande parte da sociedade. Normalmente, os laboratórios de informática das escolas são locais onde os alunos vão para ter acesso à tecnologia em tempo curto e de forma esporádica. Devido a isso, não se consegue ter um ritmo de aprendizado associado ao uso de um artefato ou mesmo tirar proveito do uso da rede Internet. Veja, na imagem a seguir, que dificuldades essa realidade encontra na prática, as medidas necessárias para que escola e professores estejam em sintonia com as TIC e algumas dicas de como aplicá-las. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Uso da tecnologia em sala de aula desperta interesse nos alunos Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! João Mattar entrevista o professor José Manuel Moran sobre Metodologias Ativas Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Como usar as Novas Tecnologias na Educação: sala de aula deve ser ambiente de criação Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Compartilhar