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Unidade4 As Novas Tecnologias da Comunicação e Informação, a Escola e os Professores

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As tecnologias da informação e 
comunicação, a escola e os professores
APRESENTAÇÃO
Com a evolução constante da tecnologia e sua influência no dia a dia das pessoas, a escola 
também passa por um processo de transformação, não em suas estruturas, mas na forma como 
trabalha as situações de ensino e de aprendizagem, sendo que tais mudanças passam pela 
inserção das TIC na escola. Tal presença fomenta a aproximação da escola, professores e 
estudantes, promovendo o trabalho colaborativo e o ensino mais atrativo e dinâmico.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o impacto das tecnologias de informação e 
comunicação na escola e que percepção os professores e a escola têm sobre a presença das TIC 
no contexto escolar.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o impacto das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na escola.•
Analisar como os professores têm se posicionado em relação às TIC.•
Descrever como a escola se prepara para fazer uso das TIC.•
DESAFIO
A utilização das TIC na escola refletem, principalmente, a mudança da lógica de transmissão do 
conhecimento para a da construção coletiva do conhecimento por parte dos professores. Nesse 
contexto, todos são ora aprendizes ora quem ensina. Uma das maneiras de fomentar esta 
"inversão" de papéis na escola é a utilização de jogos educativos. Estes, além de proporcionar 
uma aprendizagem mais lúdica, pode desenvolver habilidades de raciocínio lógico, estratégia, 
criatividade etc. Porém, é necessário ter consciência de que a classificação de um jogo, como 
educativo, se dá pela utilização que se faz deste, tendo em mente qual objetivo se pretende 
atingir.
Imagine, então, que você é professor de uma turma de 3o ano do Ensino Fundamental, que está 
com dificuldades de aprendizagem na área da Matemática. Os alunos estão desmotivados, e, 
como alternativa, você decide levá-los ao laboratório de informática da escola para que eles 
joguem o jogo O Lobo e a Ovelha.
De acordo com os seus conhecimentos, escreva um texto que explique cada um dos pontos a 
seguir:
1. Qual conteúdo de matemática poderá ser trabalhado? 
2. Que objetivos de aprendizagem podem ser alcançados com ele? 
3. Por que a escolha deste jogo se justifica?
INFOGRÁFICO
Diante desse cenário, faz-se necessário analisar como os professores têm se posicionado em 
relação às TIC e como podem utilizá-las para favorecer e qualificar seu trabalho em sala de aula. 
Como afirma Morin (2011), educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas 
vidas em processos permanentes de aprendizagem.
Veja, no Infográfico a seguir, uma síntese do papel do professor e do aluno na educação 
mediada pelas TIC.
CONTEÚDO DO LIVRO
Com a utilização das novas tecnologias, o professor deixa de ser o centro transmissor de 
informações e passa a exercer o papel de mediador e facilitador no processo de aprendizagem, 
permitindo a cada aluno explorar ao máximo suas potencialidades, proporcionando um ambiente 
capaz de fornecer conexões individuais e coletivas. O conhecimento passa a ser construído e não 
mais imposto. Com isso, a escola estará exercendo sua função formando pessoas mais criativas, 
críticas, autônomas, motivadas e felizes.
Acompanhe a leitura do capítulo As tecnologias da Comunicação e Informação, a Escola e os 
Professores da obra "Educação e Tecnologias", que serve como base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem.
Boa leitura!
EDUCAÇÃO E 
TECNOLOGIA 
Pricila Kohls
As tecnologias da 
informação e comunicação: 
a escola e os professores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Apreender o impacto das tecnologias da informação e comunicação 
(TIC) na escola.
 � Analisar com os professores têm se posicionado em relação às TICs.
 � Identificar como a escola se prepara para fazer uso das TICs.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre o relacionamento da escola e dos 
professores com as tecnologias da informação e comunicação (TIC). Você 
vai aprender sobre o impacto que estas tecnologias causam no ambiente 
escolar, o posicionamento da categoria docente em relação a inserção 
das TICs e quais são os preparativos que as escolas devem ter para utilizar 
as TICs no contexto escolar.
O impacto das tecnologias da informação e 
comunicação (TIC) na escola
Com a evolução constante da tecnologia, as habilidades exigidas pela sociedade 
são cada vez mais complexas, sendo necessário qualificação, eficiência e a 
constância do aprender a aprender. Assim, a educação se torna, mais do que 
nunca, um dos pilares essenciais para o desenvolvimento das novas habilidades 
exigidas pela sociedade digital.
Diante dessa realidade, a utilização da informática na educação se torna 
um meio de aproximação do aluno e da escola com esta sociedade digital, 
proporcionando uma aprendizagem mais significativa e promovendo a coo-
peração e a colaboração, familiarizando o aluno com os recursos tecnológicos 
que poderão ser utilizados em outros contextos e realidades. 
A construção do conhecimento exige uma escola mais contextualizada, 
motivadora, dinâmica e interessante, pois, dessa forma, o aprendizado se torna 
sinônimo de prazer, de realização e de novas descobertas.
Por intermédio do computador e dos dispositivos tecnológicos, aqui en-
tendidos por TICs, é possível que o educando aprenda determinado conteúdo 
mais facilmente, pois pode ver, ouvir e interagir com o conteúdo com a ajuda 
das TICs. 
Vejamos alguns exemplos de TICs no Quadro 1.
Exemplos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC)
 � Computadores pessoais (PCs, personal computers).
 � Notebook.
 � Câmeras de vídeo e foto para computador ou Webcams.
 � Smart TV.
 � Suportes para guardar e portar dados, como discos rígidos ou HDs, cartões 
de memória, pendrives, entre outros.
 � Celulares e smartphones.
 � Tablets.
 � Correio eletrônico (e-mail) e as listas de discussão (mailing lists).
 � Internet.
 � Streaming, podcasting.
 � Tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons (câmeras 
filmadoras, gravadores, câmeras fotográficas, etc.).
 � Captura eletrônica ou digitalização de imagens por meio de scaners.
 � Fotografia, cinema, vídeo, rádio e som digital (TV e rádio digital).
 � Tecnologias de acesso remoto: Wi-Fi, Bluetooth.
 � Consoles de jogos (videogames), p.ex., Xbox, Play Station, etc.
 � Dentre outros.
Quadro 1. Exemplos de TICs.
As TICs como ferramentas auxiliadoras no processo de ensino e de apren-
dizagem são um meio e não um fim, assim o educando deve ter a oportunidade 
de utilizar a tecnologia como suporte para suas descobertas. Para isso, há de 
se ter consciência de que o professor, no papel de mediador, precisa agregar 
o recurso tecnológico como estímulo na sua prática pedagógica, pois o com-
putador sozinho não faz nada.
Educação e tecnologias2
Segundo Papert (1986), dizer que as estruturas intelectuais são construídas 
pelo aluno, em vez de ensinadas por um professor, não significa que elas sejam 
construídas do nada. Pelo contrário, como qualquer construtor, a criança se 
apropria, para seu próprio uso, de materiais que ela encontra e, mais signi-
ficativamente, de modelos e metáforas sugeridos pela cultura que a rodeia.
Ele ainda complementa dizendo que nós nos motivamos a aprender o novo 
conhecimento, se estivermos conectados, de alguma forma, a conjuntos de 
conhecimentos significativos para nós. E é assim que se dá a aprendizagem 
espontânea e informal.
Ainda é necessário desmistificar o uso da “máquina” como recurso no 
processo de ensino e de aprendizagem em sala de aula. Para auxiliar neste 
processo, a escola pode recorrer à ajuda de um profissional especialista em 
informática na educação. Este profissional está habilitado para mostrar o 
quanto a informática pode ser uma aliada da educação e como ela pode ser 
utilizada de forma mais proveitosa e educativa nas escolas.A mudança de paradigmas requer educadores dispostos à mudança por 
intermédio da inovação, quando o aluno deixa de ser mero espectador e passa 
a ser ator, pois a participação e a coautoria estão vinculadas à formação de 
cidadãos responsáveis e comprometidos, que é a exigência da sociedade atual.
A tecnologia também propicia a interação social no desenvolvimento da 
cognição se valendo dos aspectos de sociabilização nos ambientes computa-
cionais de aprendizagem. O desenvolvimento pleno do potencial cognitivo 
depende da interação social. 
Portanto, precisamos transformar a sala de aula em um ambiente comu-
nicativo em que as trocas entre os educandos e o estímulo e a colaboração 
sejam altamente valorizados (Figura 1).
3As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores
Figura 1. As TICs e a educação.
Fonte: Angela Waye/Shutterstock.com.
Como podemos observar na imagem, da tela do computador surgem inú-
meras possibilidades de aprendizado e conhecimento. Diferentes conteúdos 
podem ser trabalhados na tela de computadores, de tablets, de smartphones e 
de televisão, sendo que tais conteúdos estão ao alcance de todos que possuem 
acesso à Internet.
Vale ressaltar que, para que haja uma aprendizagem efetiva com o uso da 
tecnologia, o professor deve ter bem claro seus objetivos e seu plano de aula, 
tendo consciência de que não é mais o detentor do conhecimento. Ele precisa 
estar aberto para a troca e a interação com o aluno para que juntos possam 
traçar o caminho rumo ao conhecimento e à aprendizagem efetivamente 
significativa. 
A entrada das TICs nas escolas é inevitável, seja em sala de aula, como 
auxílio ao trabalho do professor, ou trazidas pelos alunos independentemente, 
pois as TICs já fazem parte do contexto escolar. Fischer (2017) faz uma ana-
logia ao uso da televisão e da tecnologia e enfatiza que não podemos nos 
despreocupar com as ferramentas disponíveis na sociedade e os educadores 
não podem mais desconsiderar as TICs. “Esse meio de comunicação que se 
tornou para nós, especialmente para nós, brasileiros, absolutamente impres-
Educação e tecnologias4
cindível, em termos de lazer e informação.”, segundo a autora, é a televisão 
(FISCHER, 2017, p. 51-52).
A relação entre comunicação e educação é centralizada na cultura, sendo 
que o conceito de cultura, segundo a autora, é “o conjunto complexo e di-
ferenciado de significações relativas aos vários setores da vida dos grupos 
sociais”, como “as linguagens, a literatura, as artes, o cinema, a TV, o sistema 
de crenças, a filosofia, os sentidos dados às diferentes ações humanas” (FIS-
CHER, 2017, p. 25).
Ou seja, o conteúdo e as informações estão disponíveis aos estudantes, 
independente de serem “passados” por professores, esses conhecimentos podem 
ser facilmente acessados a partir da Internet. Porém, há muitas informações 
distorcidas e/ou contraditórias disponíveis na rede, por isso, o professor e a 
escola devem trabalhar em conjunto para fomentar nos estudantes um olhar 
crítico sobre a informação disponível e poder aprender a partir destas.
Os professores em relação às TICs
Diante deste cenário, faz-se necessário analisar como os professores têm se 
posicionado em relação às TICs e como podem utilizá-las para favorecer e 
qualificar o seu trabalho em sala de aula.
Como afirma Morin (2011), educar é colaborar para que professores e 
alunos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. 
Para isso, nós, educadores, precisamos estar cientes do nosso papel de saber 
ouvir, auxiliar, instigar o pensamento e o posicionamento dos alunos frente 
às situações que lhes são apresentadas.
Sabendo que com a utilização das TICs é possível que o educando aprenda 
mais facilmente, ao utilizar estas ferramentas é possível perceber a importância 
do olhar atento ao caminho percorrido pelo aluno e das intervenções possí-
veis para o acompanhamento sistemático da trajetória de cada aluno, tendo 
consciência de que o ponto de partida é sempre o mesmo, mas inúmeras são 
as possibilidades de chegada. Nesse sentido, o professor, como mediador do 
processo de ensino e de aprendizagem, deve estar ciente do seu importante 
papel para o desenvolvimento de projetos e de atividades que estimulem os 
alunos a pensar, criar, recriar, refletir, enfim, aprender com e não aprender por. 
O professor precisa proporcionar ao aluno oportunidades de reflexão de 
forma inovadora, de como que a colaboração seja valorizada e a criatividade 
seja um meio para a construção e a disseminação do conhecimento.
5As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores
Dessa forma, e com a utilização das novas tecnologias, o professor deixa de 
ser o centro transmissor de informações e passa a exercer o papel de mediador 
e facilitador no processo de aprendizagem, permitindo a cada aluno explorar ao 
máximo suas potencialidades, proporcionando um ambiente capaz de fornecer 
conexões individuais e coletivas. O conhecimento passa a ser construído e 
não mais imposto. Com isso, a escola estará exercendo sua função formando 
pessoas mais criativas, críticas, autônomas, motivadas e felizes. Mas para 
que realmente este seja um processo eficaz, o professor deve estar atento ao 
caminho percorrido e não apenas ao resultado obtido. Passa a ser fundamental 
trabalhar não só o conteúdo específico, mas também valorizar o afetivo do 
aluno, estimulando a cooperação como forma de valorizar as potencialidades 
de cada um.
Para Vygotsky (1998), todos aprendem, mas chega um momento em que a 
interação com outros sujeitos e a presença de novos estímulos são necessários 
para que o aprendiz supere momentos de dificuldades e avance para novos 
estágios de aprendizagem, sendo estes estímulos realizados pelo professor.
O professor continua tendo seu papel no desenvolvimento da aula, 
criando problemas acerca dos assuntos a serem abordados, estabelecendo 
critérios para a busca de soluções, mediando o processo e trazendo 
referenciais, explicações para a construção efetiva do conhecimento; 
da mesma forma o aluno que nesse processo tem autonomia e não 
permissividade apenas. O aluno pode (cremos que deve) fazer caminhos 
alternativos para a solução de dúvidas, explorando os diferentes recursos 
digitais que tem à disposição, buscando auxílio e troca de experiências 
com seus colegas, mas percorrendo o caminho para a busca de res-
postas pertinentes e significativas ao contexto, pautadas pela autoria. 
Acreditamos que essa seja a movimentação da parceria, onde cada um 
cumprindo o seu papel e, ao mesmo tempo, com diálogo, conseguimos 
construir juntos aprendizagens e conhecimentos significativos para a vida 
(CARDOSO, 2015, p. 212).
Em estudo realizado por Mendonça (2010), foi evidenciado que muitos 
professores não utilizam as TICs em sua prática pedagógica por se sentirem 
inseguros em relação a sua utilização em sala de aula. Sentem que é preciso 
haver uma capacitação específica para tornar significativa esta utilização. 
Os professores “[...] ao serem colocados diante de computadores e de outras 
TICs, não sabem como usá-las, têm receio e preferem requisitar o auxílio 
Educação e tecnologias6
de outro docente que saiba manipular, caso o seu uso seja imprescindível” 
(MENDONÇA, 2010, p. 6).
Tal estudo comprova que a utilização de recursos tecnológicos em sala 
de aula está intimamente associada ao uso pessoal que o professor faz da 
tecnologia e de sua familiaridade com tais recursos. Embora reconheçam as 
facilidades e infinitas fontes de informações proporcionadas pela Internet, 
ressaltam que precisam de um planejamento maior, pois é muito fácil para os 
alunos “perderem-se” nos links e atrativos da Internet (MENDONÇA, 2010).
Nesse sentido, é preciso pensar o uso das TICs como um projeto de escola, 
com uma prática em toda a instituição. Assim, as políticas institucionais e os 
projetos políticos pedagógicos precisam estar alinhados com esta prática e 
fomentar o uso das TICs nas escolas, com o apoio dos gestorese dirigentes 
no trabalho desenvolvido pelo professor em sala de aula.
A escola e as TICs
Vimos o contexto dos professores frente ao uso das TICs na educação, agora 
vamos buscar identificar como a escola se prepara para fazer uso das TICs 
no contexto escolar.
De acordo com Leite (2004), o domínio contínuo e crescente das tecnologias 
que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com 
elas, requer uma nova postura por parte da escola, uma vez que este domínio 
se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização 
do mundo atual e na capacidade do(a) professor(a) em lidar com as diversas 
tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expres-
são, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser 
utilizadas no processo educativo. 
É papel da escola fornecer subsídios e também cobrar dos seus professores 
uma postura proativa em relação ao uso das tecnologias educacionais. De 
acordo com Santos e Policarpo (2013): 
As instituições de ensino precisam ajustar-se aos mecanismos de fun-
cionamento desse novo modelo de sociedade para se tornar próxima, 
e fazer sentido a educação, para nossas crianças e adolescentes, pois, 
caso contrário, poderão estar fadadas à extinção ou apenas fazer parte 
de um mero protocolo legal, seja este, a obrigatoriedade de crianças e 
adolescentes estarem matriculadas em escola.
7As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores
Assim sendo, é urgente a necessidade de alinhar a comunicação entre 
os nascidos na era digital e os imigrantes digitais. Para tal, é preciso gerar 
uma nova consciência entre os professores imigrantes digitais, a qual per-
passa pela ideia de que a informação pode ser conseguida pelos nativos 
digitais1 muito rapidamente através da internet. O que a internet talvez 
não consiga fornecer é a experiência na aplicabilidade da informação, 
e é neste ponto que o professor, imigrante digital, ou não, precisa estar 
atento e tencionar seus esforços. (SANTOS; POLICARPO, 2013, p. 46).
Nesse sentido, tornar o uso das TICs uma prática sistemática nas escolas 
não é tarefa fácil. É preciso “desmistificar” a máquina e trabalhar com os 
professores o que é e como pode ser utilizado o recurso da informática em sala 
de aula. O computador não substitui a importância do papel desempenhado 
pelo professor, apenas o torna mais eficaz e possibilita um ensinar e aprender 
inovador.
No processo de “sedução” e conscientização do professor, o gestor ou 
supervisor/orientador escolar se tornam parceiros valiosos para realização de 
projetos e capacitações dos professores para o uso das tecnologias de comu-
nicação e de informação no processo de ensino e de aprendizagem. Como o 
supervisor/orientador está envolvido com toda a comunidade escolar, ele é a 
pessoa mais indicada para, em conjunto com um especialista em tecnologia 
educacional, envolver os professores e sensibilizá-los quanto a utilização dos 
recursos tecnológicos em suas aulas. Cada um com sua especificidade e visão 
do contexto escolar, supervisor e especialista podem trabalhar e significar o 
uso do computador e dos recursos tecnológicos por parte dos professores em 
sua prática docente, tornando as aulas mais atrativas e inovadoras.
Giraffa (2013) atenta para a questão estrutural das escolas para o uso das 
TICs:
Não dá para querer criar uma cultura de uso de tecnologia se esta não 
fizer parte do dia-a-dia do usuário. Isto não ocorre no contexto brasileiro. 
Raríssimas são as escolas onde este cenário se verifica. Quando isto ocorre 
são escolas de elite e pouco acessíveis a grande parte da sociedade. Os 
laboratórios das escolas são locais aonde os alunos vão para ter acesso à 
tecnologia, em tempo curto e de forma esporádica. Devido a isto não se 
consegue ter um ritmo de aprendizado associado ao uso de um artefato 
ou mesmo tirar proveito do uso da rede Internet. (GIRAFFA, 2013, p. 26)
Educação e tecnologias8
É importante a reflexão sobre os investimentos necessários para qualificar 
as nossas escolas. Desde a infraestrutura da entrada, dos pátios, das salas de 
aula e dos recursos de tecnologias de informação e comunicação, pois estas 
infraestruturas são basilar para o desenvolvimento de qualquer ação educativa.
Também é preciso cautela ao falar sobre as tecnologias na educação, para 
não tornarmos essa prática possível apenas nas escolas de elite. Vale salientar 
que as escolas de elite possuem melhores condições e melhores ferramentas, 
porém cabe aos dirigentes das escolas e os professores pensarem juntos como 
podem fazer uso das tecnologias disponíveis, mesmo que não sejam as mais 
modernas no mercado.
Santos (2012) aponta o papel da escola neste contexto:
Assim, a escola, por ser em essência um espaço de interação, pode tam-
bém ser um espaço de inovação, de experimentação de novos caminhos 
e possibilidades. No entanto, não é preciso se desfazer de tudo que a 
‘escola tradicional’ propõe, mas é preciso agregar ao currículo ativida-
des que instiguem os alunos à pesquisa e a busca pelo conhecimento. 
(SANTOS, 2012, p. 43).
Os desafios são muitos, porém muitas, também, são as possibilidades 
de utilização das TICs para qualificação do ensino e para aproximação de 
estudantes e professores em sala de aula e em contextos educativos. Ao apro-
ximar as TICs da educação, a escola estará realizando o seu papel, que é o de 
contribuir para a formação de cidadãos críticos e preparados para a realidade 
que os aguarda ao saírem da condição de alunos para atuarem no mercado de 
trabalho, buscando a sua inserção em um mercado altamente competitivo e que 
requer profissionais preparados para lidar com as diversidades apresentadas 
a cada instante e, principalmente, com a tecnologia que hoje faz parte do dia 
a dia de qualquer profissional.
Olhar para a utilização da tecnologia como parte da função da escola não 
é mais objeto de luxo, mas, sim, uma realidade necessária para o desenvol-
vimento integral do ser humano e do profissional que está sendo preparado, 
pela escola, para o mercado e para a vida.
9As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores
Se você quiser saber um pouco mais sobre os nativos digitais, leia o livro PALFREY, 
J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. 
Porto Alegre: Artmed, 2011.
Para conhecer alguns exemplos da evolução das TICs 
na educação, assista ao vídeo: A história da tecnologia 
na educação. Disponível em:
 https://goo.gl/N6NrW1.
Educação e tecnologias10
CARDOSO, A. de O. da C. Tecnologias digitais, currículo e interdisciplinaridade na 
escola: um link possível a partir da ação docente. Educação Por Escrito, Porto Alegre, 
v. 6, n. 2, p. 208-219, jul./dez. 2015.
FISCHER, R. M. B. Televisão & educação: fruir e pensar a tv. 4. ed. Belo Horizonte: Au-
têntica, 2017. (Temas & Educação, 1).
GIRAFFA, L. M. M. O contexto escolar e seus desafios. In: GIRAFFA, L. M. M.; POOL, M. 
A. P. (Org.). Escola digital: entendendo o novo contexto. Porto Alegre: Ed. UniRitter, 
2013, p. 21-32.
LEITE, L.S. (Coord.). Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de 
aula. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
MENDONÇA, L. F. F. de. O que pensam os docentes sobre o uso das tecnologias da infor-
mação e da comunicação nas práticas de ensino?. 2010. Disponível em:<http://www.
abed.org.br/congresso2010/cd/352010004454.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2017.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
PALFREY, J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de 
nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011.
PAPERT, S. LOGO: computadores e educação. São Paulo: Brasiliense, 1986.
SANTOS, P. K. dos; POLICARPO, D. de A. Professores imigrantes digitais: ainda vale esta 
classificação? In: GIRAFFA, L. M. M.; POOL, M. A. P. (Org.). Escola digital: entendendo o 
novo contexto. Porto Alegre: Ed. UniRitter, 2013, p. 45-55.
SANTOS,P. K. dos. Inclusão digital de professores: uma proposta de construção de 
trajetórias personalizáveis em cursos na modalidade a distância. 2012. 101 f. Disser-
tação (Mestrado em Educação)- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do 
Sul, Porto Alegre, 2012.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psico-
lógicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Leitura recomendada
PRENSKY, M. From digital natives to digital wisdom: hopeful essays for 21st century 
education. Thousand Oaks: Corwin, 2012.
11As tecnologias da informação e comunicação: a escola e os professores
DICA DO PROFESSOR
As instituições de ensino precisam ajustar-se aos mecanismos de funcionamento desse novo 
modelo de sociedade para se tornarem próximas de nossas crianças e adolescentes e fazerem 
sentido em sua educação, pois, caso contrário, poderão estar fadadas à extinção ou apenas a 
fazer parte de um mero protocolo legal.
Acompanhe, no vídeo a seguir, uma reflexão sobre a importância de a escola repensar seu papel 
frente às TIC.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) São exemplos de Tecnologias de Informação e Comunicação: 
A) Computador, papel, televisão, memória flash.
B) Notebook, tablets, Smart TV, rádio, console de jogos.
C) Livro, correio eletrônico, internet, computador.
D) Console de jogos, correspondência, rádio, podcast.
E) Tecnologia de acesso remoto, lápis, quadro.
2) Qual o papel do professor na educação com uso das TIC? 
A) O papel do professor é controlar o que os alunos estão fazendo no computador.
B) O papel do professor é verificar se todos têm acesso aos materiais.
C) O professor planeja o momento em que as TIC serão usadas em sala de aula.
D) O professor é o mediador do conhecimento.
E) O professor controla o tempo necessário para o aluno aprender.
3) Ao utilizar as TIC no contexto escolar, a tecnologia é utilizada para potencializar a 
construção do conhecimento, pois: 
A) Propicia a interação social no desenvolvimento da cognição se valendo dos aspectos de 
sociabilização nos ambientes computacionais de aprendizagem.
B) Oportuniza situações autênticas de aprendizagem.
C) Possibilita a troca de informações.
D) Promove a conectividade em ambientes virtuais.
E) Permite a criação de hipertextos.
4) Fomentar a prática com o uso das TIC não é papel somente do professor. Marque a 
alternativa correta: 
A) Os professores e os estudantes são responsáveis.
B) A sala de aula deve estar preparada para se trabalhar com tecnologia.
C) A sociedade também tem sua parcela de fomento.
D) Os alunos também precisam trazer as TIC para dentro da sala de aula.
E) As políticas institucionais e os projetos políticos pedagógicos precisam estar alinhados 
com esta prática e fomentar o uso das TIC nas escolas.
5) O computador não substitui a importância do papel desempenhado pelo professor, 
apenas: 
A) Facilita o trabalho de planejamento das aulas.
B) Deixa o professor mais livre para experimentar.
C) O torna mais eficaz e possibilita um ensinar e aprender inovador.
D) Apresenta mais conteúdos aos alunos.
E) Otimiza o tempo de sala de aula.
NA PRÁTICA
Não dá para criar uma cultura de uso de tecnologia se esta não fizer parte do dia a dia do 
usuário. Essa presença ainda não ocorre no contexto brasileiro, raríssimas são as escolas em que 
esse cenário se verifica. Quando essa presença é possível, é em contexto de escolas de elite, 
pouco acessíveis para grande parte da sociedade. Normalmente, os laboratórios de informática 
das escolas são locais onde os alunos vão para ter acesso à tecnologia em tempo curto e de 
forma esporádica. Devido a isso, não se consegue ter um ritmo de aprendizado associado ao uso 
de um artefato ou mesmo tirar proveito do uso da rede Internet.
Veja, na imagem a seguir, que dificuldades essa realidade encontra na prática, as medidas 
necessárias para que escola e professores estejam em sintonia com as TIC e algumas dicas de 
como aplicá-las.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Uso da tecnologia em sala de aula desperta interesse nos alunos
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João Mattar entrevista o professor José Manuel Moran sobre Metodologias Ativas
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Como usar as Novas Tecnologias na Educação: sala de aula deve ser ambiente de criação
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