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1 ENDODONTIA MARIANNE MOURA ABERTURA CORONÁRIA DE ACORDO COM A ANATOMIA DENTÁRIA Na endodontia temos o tripé abertura coronária, preparo biomecânico e obturação. Essas três etapas são extremamente importantes, pois são ações interdependentes, ou seja, o sucesso de uma irá favorecer o sucesso da próxima etapa. Uma boa abertura significa que, potencialmente, teremos uma grande possibilidade de sucesso na etapa seguinte: o preparo biomecânico. ABERTURA CORONÁRIA Primeira etapa e a mais importante. É a extensão que permite acesso adequado, deve ser suficientemente pequena para não fragilizar a coroa dental. Se não fizemos um bom acesso coronário, tudo que virá posteriormente irá falhar. Ela deve ser bem realizada, removendo todas as saliências do teto coronário e ter a sua execução correta para que possamos ter êxito nas demais etapas. O primeiro sinal clínico de uma abertura mal feita é o escurecimento da coroa. Quanto maior for o desgaste do elemento dentário, maior o risco de fratura, pois as cúspides estarão mais desprotegidas. Para uma boa abertura coronária precisaremos de: ✓ Conhecimento sobre anatomia dentária ✓ Conhecimento da radiologia ✓ Exame clínico correto (observando posição dos dentes, dimensão da cavidade bucal, forma, restaurações, doença periodontal e angulação. OBS: Nas radiografias o dente deve estar centralizado, com pelo menos 3mm de distancia da coroa para borda do filme, espaço apical suficiente para visualizar toda a região periapical. Na imagem iremos observar a relação de assoalho e teto logo, nos dentes posteriores é importante que façamos uma radiografia interproximal para ter uma relação real entre o teto com o assoalho, podendo observar a presença de alterações anatômicas nessa distância. A abertura coronária deve permitir um acesso amplo, franco e direto ao interior do SCRs. Para isso, utilizamos turbina de alta rotação, micromotor e contra-ângulo, brocas esféricas diamantadas, broca carbide etc. Broca Pêra (3118) Indicada para abertura de incisivos, caninos e pré-molares. Já abre fazendo a expulsividade do canal. Broca 1045 e 1047 Utilizada na remoção de restaurações em resina, amalgama e provisórias. Broca transmetal Remoção de qualquer restauração ou peça protética. Broca endo-z Não tem ponta ativa, não causando perfuração no assoalho e já garante expulsividade pela sua forma tronco cônica. Recomendações ✓ Retirada do tecido cariado para não haver contaminação ✓ Analisar se terá deficiência no isolamento ✓ Restauração necessária nesses casos ✓ Remoção de restaurações Princípios da abertura coronária ✓ Permitir acesso amplo e direto por meio de linha reta ao CR 2 ENDODONTIA MARIANNE MOURA ✓ Incluir no desenho da cavidade todas as saliências e retenções da câmara pulpar ✓ Nunca tocar parede cervical ou assoalho da cavidade Fases da abertura coronária ✓ Abertura inicial É o delineamento inicial da cavidade intracoronária, onde se iniciará a perfuração. Os pontos de eleição nos dentes anteriores são as faces lingual ou palatina enquanto nos posteriores o na face oclusal. ✓ Trepanação ou remoção do teto É a abertura coronária propriamente dita. Quando há rompimento do teto da cavidade, sendo posicionada no canal de maior diâmetro. Essa broca deve ser selecionada de acordo com o tamanho da câmara pulpar afim de evitar rompimentos. Quando rompemos o teto sentimos uma “queda no vazio”. ✓ Forma de contorno Delineamento da abertura coronária, direcionando a broca para a remoção do teto e localização dos canais, dando expulsividade à cavidade. O seu desenho é determinado pelo volume da câmara pulpar, forma, localização e número de orifícios do canal radicular. ✓ Forma de conveniência É a ultima fase da abertura coronária. Engloba as manobras de refino da abertura inicial, permitindo uma melhor visão da entrada do CR. Nessa fase há remoção de projeções dentinárias, convexidades das paredes, desgastes compensatórios (ombro palatino dos dentes anteriores e ombro mesial dos dentes posteriores). A forma final irá refletir a forma e o volume da câmara pulpar, não tendo interferência em acessar com os instrumentos o interior do canal radicular. Técnica de abertura de acordo com o grupo dentário INCISIVOS Ponto de eleição =2mm acima do cíngulo Broca esférica compatível com o volume da câmara (1012,1013,1014) perpendicular ao longo eixo do dente, iniciando a abertura. Ao chegar em dentina, a broca deve ser colocada à 45°, iniciando a fase de trepanação até a “caída no vazio”, fazendo movimentos de “picada” com pequena amplitude. Ao chegar à câmara pulpar, utilizamos a endo z removendo o teto da cavidade pulpar, checando com a sonda n.5/n.47, essa sonda deve deslizar suavemente sem interferência do teto. Após isso, daremos a forma e contorno, tendo mais ou menos uma forma triangular. E após, a forma de conveniência retirando o ombro palatino. CANINOS Ponto de eleição 3 ENDODONTIA MARIANNE MOURA Inicio com a broca perpendicular, chegando em dentina faz trepanação com a broca em 45° até “cair no vazio”, remoção do teto, forma e contorno (ovalada) e forma de conveniência. PRÉ MOLARES SUPERIORES Ponto de eleição no centro do sulco central Broca perpendicular, e paralela ao longo eixo. Ao cair em dentina direciona ao canal de maior diâmetro (palatino) até cair na câmara pulpar com a endoZ removendo o teto e dando expulsividade à cavidade. Após isso da forma e contorno (aproximadamente elipse/ovalada). PRÉ MOLARES INFERIORES Ponto de eleição no centro do sulco central Pode-se fazer toda etapa com broca esférica ou todo com a ponta de pêra, dando toda a forma com espulsividade. MOLARES SUPERIORES Ponto de eleição: centro do sulco central Ao chegar em dentina direciona para o canal de maior diâmetro, remoção do teto, tira as inferferências, dá forma e contorno retificando as paredes com expulsividade às paredes dando forma à cavidade (triangular ou trapezoidal quando houver 4 canais). MOLARES INFERIORES Ponto de eleição no centro do sulco central na face oclusal. Faz-se radiografia interproximal para ver relação assoalho teto. Inicia a abertura, ao chegar em dentina direciona para o canal de maior diâmetro (distal), ao cair na camara utiliza EndoZ, removendo todo o teto, fazer expulsividade e retificação das paredes dando forma e contorno e forma de conveniência. MEDIDAS DE DIAGNÓSTICO Durante o diagnóstico iremos localizar os orifícios de entrada por meio de sonda exploradora modificada, corantes, etc... remoção do teto, analisando o assoalho, pontos de sangramento em dentes ainda vitais através de pontas ultrassônicas, por exemplo. TRATAMENTO DAS PAREDES DE ESMALTE Remoção de esmalte sem suporte e irregularidades das cúspides afim de evitar infiltrações e fraturas. Em pacientes geriatras 4 ENDODONTIA MARIANNE MOURA teremos a presença de calcificações, sendo um pouco mais complicado, mas não impossível.
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