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ACESSO CORONÁRIO O acesso coronário, o preparo químico- mecânico e a obturação do sistema de canais radiculares constituem as três etapas do tratamento endodôntico. A realização de um correto acesso tá relacionada ao sucesso da terapia endodôntico. O acesso pode ser definido como preparo de uma cavidade que inclui a porção da coroa do dente removida pra se ter acesso à cav. Pulpar, representada pela câmara pulpar e canal radicular. A abertura coronária é um tempo coronário que engloba desde o acesso a câmara pulpar, seu preparo, até a obtenção da configuração final da câmara pulpar, sua limpeza, antissepsia e localização dos orifícios de entrada dos canais radiculares. Se deixar o teto da câmara pode levar ao futuro escurecimento da câmara pulpar. PRINCÍPIOS BÁSICOS GERAIS Antes de iniciar o acesso é fundamental observar princípios básicos junto com exame clínico e as radiografias periapicais realizadas com paralelismo. As radiografias podem fornecer informações como inclinação dos dentes, a presença e extensão de cáries, localização dos cornos pulpares, presença de calcificações, número de canais, curvaturas, lesões. A radiografia interproximal poderá complementar e auxiliar a visualização de cáries. MEDIDAS ANTES DO ACESSO Verificar inclinação do dente e raízes. Remoção de toda dentina cariada e das restaurações. Alisar as superfícies pontiagudas do dentes. Remover todos os planos inclinados da coroa. Estabelecer a área de eleição adequada de acordo com as características anatômicas. ETAPAS OPERATÓRIAS COMUNS A TODOS OS DENTES ACESSO A CÂMARA PULPAR Se inicia com o estabelecimento de uma área de eleição, confecção de uma forma de contorno inicial e direção de trepanação Área de eleição ponto escolhido para ser iniciado o desgaste do dente. No incisivos e caninos superiores fica na face palatina,1 a 2 mm abaixo do cíngulo; nos inferiores na face lingual, 1 a 2 mm acima do cíngulo; nos pré-molares e molares, na c Acesso Coronário Pré-Molares e Molares face oclusal, junto a fossa central em ambos os arcos. A forma de contorno inicial é obtida partindo do ponto de eleição, utilizando a broca 1011,1012,1013,1014, em alta rotação. O operador realizar o corte em área e direção corretas, apical e lateral. Esta penetração inicial deve ser estendida para o interior do dente em direção a câmara pulpar, reduzindo a espessura da dentina, contudo sem atingir a remoção do seu teto, respeitando a forma de conveniência de cada grupo dental. Antes de se remover o teto da câmara, toda dentina cariada deve ser removida. Após a penetração e o desenho de forma de contorno inicial com uma broca esférica 1011,1012,1013,1014, deve-se agora atingir o teto e penetrar no interior da câmara pulpar, preferencialmente em direção ao canal mais volumoso no caso de dentes multirradiculares. Sensação de cair no vazio se a polpa for bem volumosa. Se a polpa tiver calcificada isso pode diminuir. Uma radiografia interproximal pode fornecer detalhes sobre a profundidade procurada para penetrar no interior da câmara. Essa manobra conhecida como trepanação da câmara deve obedecer a inclinação e a direção de acordo com cada grupo dental. Pré-molares e molares a broca é posicionada desde o estabelecimento do ponto de eleição paralelamente ao longo eixo do dente e em direção ao canal mais volumoso, para realizar a trepanação. É preferível até este momento não colocar isolamento absoluto. Uma vez atingida a trepanação realiza-se o isolamento. PREPARO DA CÂMARA PULPAR Após a colocação do isolamento e antissepsia do campo, inicia-se a preparação da câmara. Essa etapa consiste na remoção de todo restante da parede do teto e no preparo das paredes laterais da câmara brocas: endoZ, 3081,3082,3083,4081 ou 4083. Usar as brocas no sentido de DENTRO pra FORA sem tocar no assoalho da câmara. Preferencialmente usar brocas de ponta inativa. FORMA DE CONVENIÊNCIA Realizada com a intenção de dar uma conformidade a cavidade pulpar. Com a finalidade de facilitar outros procedimentos operatórios. Poderão ser utilizadas brocas diamantadas em formato de vela, tipo 1111. A forma de conveniência visa: facilitar o acesso do instrumentos endodônticos, possibilitar a visualização e dar linhas diretas as paredes da cav. em direção as entras dos canais, permitir que a cavidade adquira paredes lisas e planas, simplificar todas as manobras operatórias de instrumentação e obturação do canais. LIMPEZA E ANTISSEPSIA Tomar medidas preventivas para colocar o dente em condições adequadas para receber o tratamento endodôntico. Todo tecido cariado, placa, cálculo devem ser removidos. Este cuidado deve ser realizado antes mesmo de se iniciar o acesso coronário. Logo após a trepanação, o dente receberá o isolamento. Em seguida com o auxílio de uma gaze estéril, embebida em solução de hipoclorito de sódio 2,5% realiza-se a descontaminação do campo operatório, incluindo o lençol de borracha e o grampo. Após a antissepsia do campo, lavagens frequentes com solução irrigadora devem ser realizadas durante todas as etapas. ACESSO ESPECÍFICO DE PRÉ-MOLARES E MOLARES PRÉ-MOLARES SUPERIORES Área de eleição: área central da superfície oclusal junto à fossa central. Direção de trepanação: direção vertical, paralela ao longo eixo do dente. Forma de contorno inicial: forma cônico- ovoide, achatada no sentido mesiodistal, com extensões maiores de preparo no sentido vestibulopalatino. Remove-se toda a carie restante. Depois, com a broca operando paralelamente ao longo eixo do dente, realiza-se a trepanação do teto da câmara, no sentido do canal palatino. Preparo da câmara pulpar: realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar. Completa-se tanto quanto possível a forma cônica, elíptica e achatada no sentido mesiodistal da cavidade pulpar. Configuração final da câmara: com o auxílio de uma sonda, observa-se a direção e a inclinação. A seguir, verifica-se a necessidade de realizar desgastes compensatórios. Limpeza e antissepsia da cavidade. MOLARES SUPERIORES Área de eleição: na superfície oclusal, no centro da fossa mesial. Direção de trepanação: vertical, paralela ao longo eixo do dente. Forma de contorno inicial: triangular com a base voltada para vestibular e o vértice voltado para a palatina. A forma de contorno inicia-se no centro da fossa mesial, próximo à cúspide mesiovestibular. Deste ponto, segue em direção distal, até ultrapassar o sulco oclusovestibular. Posteriormente continua em direção palatina, atravessa a fossa central para se unir novamente ao ponto inicial junto à cúspide mesiovestibular. Assim obtém-se a forma triangular irregular ampla. A seguir, aprofunda-se a penetração da broca, operando paralelamente ao longo eixo do dente. Preparo da câmara pulpar: remoção completa do teto e preparo das paredes laterais da câmara. Configuração final da câmara pulpar: observando os critérios anatômicos de normalidade, deve-se reproduzir a anatomia da câmara pulpar e o número de canais dos molares superiores. O primeiro molar é mais volumoso e possui quase sempre 4 canais. Limpeza e antissepsia da cavidade. PRÉ-MOLARES INFERIORES Área de eleição: área central da superfície oclusal junto à fossa central com discreta tendência para a mesial do dente. Direção de trepanação: direção vertical, paralela ao longo eixo do dente. Forma de contorno inicial: forma cônico- ovoide, com extensões maiores de preparo no sentido vestibulolingual. Remove-se toda a carie restante. Depois,com a broca operando paralelamente ao longo eixo do dente, realiza-se a trepanação do teto da câmara, no sentido do canal palatino. Preparo da câmara pulpar: realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar. No caso de único canal forma de contorno circular, mas se existir 2 ou 3 canais a forma deve ser ligeiramente achatada no sentido mesiodistal da cavidade pulpar ou mesmo vestibulolingual com aspecto mais elíptico. Preparo da câmara pulpar: remoção completa do teto e preparo das paredes laterais da câmara. Configuração final da câmara (forma de conveniência): complementa-se tanto quanto possível a forma cônica, elíptica e achatada no sentido mesiodistal da cavidadepulpar. A presença de 2 ou 3 canais pode exigir maior abertura da cavidade. Limpeza e antissepsia MOLARES INFERIORES Área de eleição: área central da superfície oclusal junto à fossa central. Direção de trepanação: direção vertical, paralela ao longo eixo do dente. Forma de contorno inicial: triangular, irregular ou trapezoidal, por causa da presença de dois canais na raiz distal. Utiliza-se a broca operando paralelamente ao longo eixo do dente para penetrar na câmara pulpar. Remove-se toda a dentina cariada. Em seguida aprofunda-se a broca sempre paralela ao longo eixo do dente e caminha-se em direção ao teto. A penetração inicial deve ser dirigida preferencialmente para o orifício de entrada do canal ou canais distais. Preparo da câmara pulpar: remoção completa do teto e preparo das paredes laterais da câmara. Configuração final da câmara pulpar (forma de conveniência): tenta-se explorar a entrada dos canais e realiza-se desgaste compensatório, principalmente na parede mesial da câmara pulpar, para facilitar a penetração nos orifícios de entradas dos canas radiculares. Limpeza e antissepsia. OBSERVAÇÃO Em casos que as restaurações serão mantidas, elas deverão: permitir acesso direto e reto aos canais; não dificultar a visualização da câmara e da entrada dos canais; não apresentar riscos e possuir margens bem adaptadas e sem infiltrações.
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