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De Nucleotídeos 1) Descrever as vias metabólicas das purinas e pirimidinas. Nucleotídeos participam das reações de transferência da energia metabólica.] O nucleotídeo é um conjunto formado pela associação de 3 moléculas – uma base nitrogenada, um grupamento fosfato e um glicídio do grupo das pentoses. Desta forma, podemos ter variações dentro destes ligantes, como, por exemplo: no DNA temos a presença da pentose desoxirribose, enquanto que no RNA temos a presença da pentose ribose. As purinas são bases nitrogenadas, compostos orgânicos heterocíclicos. São compostos por um anel pirimídico fundido a um anel imidazólico. As bases nitrogenadas derivadas da purina são a adenina e a guanina. As purinas são chave do sistema energético celular, dos sinalizadores, e, juntamente com a pirimidina, participam da produção do DNA e RNA. Já as pirimídicas são compostos orgânicos semelhantes ao benzeno, mas com um anel heterocíclico: 2 átomos de nitrogênio substituem o carbono nas posições 1 e 3. As bases nitrogenadas derivadas da pirimidina são a timina, citosina e uracila. A síntese de purina e pirimidina é fundamental para a normal replicação, manutenção e função celular. As purinas e pirimidinas podem ser sintetizadas de novo ou recicladas através de uma via de recuperação de catabolismo normal. O produto final do catabolismo de purinas é o ácido úrico, já o catabolismo das 21 Ana Marina Miranda- Medicina pirimidinas produz intermediários do ciclo do ácido cítrico. As vias de síntese de purinas e pirimidinas são praticamente idênticas em todos os organismos vivos. Já nas vias de recuperação, as bases livres podem servir de intermédios na biossíntese. Em cada uma delas um aminoácido é importante para a síntese: glicina para as purinas e aspartato para as pirimidinas. Metabolismo das purinas: As purinas mais importantes são adenina, guanina, xantina e hipoxantina. A biossíntese inicia-se com a ribose que sofre mutações estruturais e forma o anel característico deste grupo. Já a degradação inicia-se com a retirada do grupo amônio (NH4) e depois uma redução que combina na formação da hipoxantina que é convertida em xantina. A conversão de hipoxantina em xantina é a parte mais importante da reação, pois é a enzima da xantina oxidase que é responsável por transformar a xantina em ácido úrico. Metabolismo das pirimidinas: As pirimidinas são moléculas menores formadas por apenas 1 anel de carbono, enquanto as purinas são moléculas grandes formadas por 2 anéis de carbono. Assim como as purinas, as pirimidinas podem ser produzidas por síntese orgânica através da hidrólise de nucleotídeos (que é a quebra de nucleotídeos com perda de fosfato), são produzidos os nucleotídeos pirimidínicos, citina, uridina e timidina. A hidrólise dos nucleotídeos ocorre no intestino a partir da ingestão de ácidos nucleotídeos, mas não são totalmente absorvidos. Porém, as bases formadas por nucleotídeos não são utilizadas novamente para compor novos ácidos nucleicos e sim desintegrados na mucosa intestinal e são eliminados os produtos do catabolismo. 2) Conhecer como o produto dessas vias é secretado. As purinas e pirimidinas podem ser sintetizadas de novo ou recicladas através de uma via de recuperação do catabolismo normal. O produto final do catabolismo das purinas é o ácido úrico e das pirimidinas produz intermediários do ciclo do ácido cítrico. Digestão: o DNA e RNA são ingeridos na alimentação e desnaturados pelo baixo PH (ácido) dos sucos gástricos. Esses ácidos nucleicos desnaturados sofrem ação de nucleases, presentes no suco pancreático, virando oligonucleotídeos. Esses nucleotídeos sofrem ação dos fosfodiesterases, também presentes no suco pancreático, virando mononucleotídeos que sofrem a ação de nucleotídeos que depois viram nucleosídeos. Esses nucleosídeos sofrem a ação de nucleotidases formando 3 produtos: a desoxirribose (absorvida pela mucosa 22 Ana Marina Miranda- Medicina intestinal para o sangue); as pirimidinas (absorvidas pela mucosa intestinal para o sangue) e as purinas (absorvidas pela mucosa intestinal, onde parte vai para o sangue e parte é convertida em ácido úrico e eliminado na urina). 3) Compreender as causas primária e secundária da hiperuricemia e suas consequências. A hiperuricemia é o excesso de ácido úrico no sangue. Além disso, é um fator de risco para desenvolver gota, e ainda para o surgimento de outras doenças nos rins. O ácido úrico é naturalmente produzido pelo organismo humano e é o resultado da quebra de moléculas de purina – proteína contida em muitos alimentos. Depois de acontecer a degradação, parte dele permanece no sangue, enquanto o restante é eliminado pelos rins. O ácido úrico é o produto final do metabolismo de purinas em humanos, pois não produzimos a urato oxidase, enzima que degrada o ácido úrico. Cerca de 70% é excretado pelos rins e 30% pelo intestino. Níveis elevados desta substância podem levar à Gota (doença) e, em alguns casos, acometimento renal (nefrolitíase por uratos). Essa doença é conhecida popularmente como gota pois há mais de 2000 anos pensavam que ela era causada pelo gotejar de um veneno sob as articulações. Resulta em uma inflamação aos cristais de urato de sódio devido ao aumento de sua concentração no sangue. Pode acumular-se nas articulações e produzir a gota ou artrite gotosa. Em outras ocasiões pode acumular-se no rim e produzir pedras ou cálculos ou alterar seu funcionamento. A hiperuricemia pode ser primária ou secundária: ● Primária, quando é um problema do próprio metabolismo (como nefropatia juvenil), idiopática (sem causa conhecida) ou causado por dieta com excesso de purinas. ● Secundária, quando a elevação se deve a doenças pré-existentes (como diabetes, alcoolismo, nefropatias, certos tumores, ) ou por drogas que alteram a produção e excreção de ácido úrico como algumas quimioterapias, anti-inflamatórios, ácido acetil salicílico (aspirina) e diuréticos. Pessoas com problemas renais ou que ingerem doses altas de proteínas podem ter dificuldade em eliminar o ácido úrico, permitindo o seu acúmulo nas articulações, tendões e rins. É uma patologia mais frequente nos homens, surgindo após os 40/50 anos de idade, nas mulheres em idade de menopausa e pessoas que bebem álcool em excesso. 23 Ana Marina Miranda- Medicina OBS: a gota ocorre mais em homens que em mulheres pois eles possuem mais ácido úrico que as mulheres e não tem o efeito protetor do estrógeno (que é uricosúrico). A gota se apresenta em 95% dos casos em homens e 5% dos casos em mulheres A hiperuricemia é a presença de níveis altos de ácido úrico no sangue. O limite normal para homens é de 400 µmol/L (6,8 mg/dL), e 360 µmol/L (6 mg/dL) para mulheres Os fatores de risco são: sexo masculino, histórico familiar positivo, pós-menopausa, obesidade, insuficiência renal, alimentos ricos em purinas (como carnes e mariscos), bebidas alcoolicas e alguns fármacos como diuréticos ciclosporinas, aspirina em baixa dose, etambutol, pirazinamida e o ácido nicotínico. O nível de ácido úrico no sangue pode subir pelos seguintes motivos: ● aumento de produção; ● eliminação insuficiente de ácido úrico pela urina; ● uso de certos medicamentos. Sintomas Os principais sintomas de gota, a hiperuricemia, em 75% dos pacientes, é assintomática (sem sintomas). Em 25%, podem ocorrer sintomas como: ● Dor na articulação que vem subitamente e com alta intensidade ● Vermelhidão no local afetado e pele irritada ● Cálculos renais e pedras nos rins ● Infecções renais ● Hematúria (sangue na urina) ● Náusea e vômito ● Formação de depósitos de ácido úrico nos tecidos Tratamento Os objetivos do tratamento são aliviar a dor, diminuir a inflamação e reduzir os níveis de ácido úrico para reduzir o risco de novas crises e de lesão renal. Durante as crises, são usados anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno ou naproxeno, e, se necessário, corticosteróides, como prednisona, para diminuir a dor e a inflamação. Se não forem suficientes, a colchicina pode ser útil nas primeiras 12horas da crise. Após o fim da crise, podem ser prescritos anti-inflamatórios não esteroides e colchicina em pequenas doses diárias para prevenção de crises futuras. Probenecida e sulfinpirazona, que diminuem o nível de ácido úrico no sangue, e alopurinol, que inibe a enzima que produz o ácido úrico, são usados para diminuir a frequência e a gravidade de crises futuras. Algumas mudanças de estilo de vida podem minimizar as crises: ● Diminuição do consumo de álcool ● Moderação da ingestão de proteínas 24 Ana Marina Miranda- Medicina ● Abstenção de alimentos ricos em purinas ● Prática de exercícios regulares ● Aumento da ingestão de líquidos, para facilitar a eliminação de ácido úrico. OBS: nem todo mundo que possui o aumento de ácido úrico vai desenvolver gota, a cada 15 pessoas que têm o aumento do ácido úrico apenas 1 desenvolve gota, portanto, é necessário separar quem tem a doença e quem não tem pois vai diferenciar quem irá precisar de um tratamento específico 4) Citas os principais exames complementares do diagnóstico de gota. Os exames procuram distinguir a gota e outros tipos de artrite, e investigar as causas do aumento do ácido úrico no sangue. Exames laboratoriais Artrocentese- é o exame que dá certeza da gota, seria a análise do líquido sinovial usada para identificar os cristais característicos da gota e para pesquisar sinais de infecção articular. Nesse exame encontram-se cristais em formato de “agulha” e birrefringência negativa Ácido úrico - Para detectar níveis elevados no sangue. Pode ser feito regularmente para monitorar a uricemia. Em um hospital ou laboratório, o exame de ácido úrico é realizado por um profissional de saúde da seguinte forma: Com o paciente sentado, é amarrado um elástico em volta do seu braço para interromper o fluxo de sangue. Isso faz com que as veias fiquem mais largas, ajudando o profissional a acertar uma delas. O profissional faz a limpeza com álcool da área do braço a ser penetrada pela agulha. A agulha é inserida na veia. Esse procedimento pode ser feito mais de uma vez, até que o profissional de saúde acerte a veia e consiga retirar o sangue. O sangue coletado na seringa é colocado em um tubo. O elástico é removido e uma gaze é colocada no local em que o profissional de saúde inseriu a agulha, para impedir qualquer sangramento. Ele ou ela pode fazer pressão sobre a bandagem para estancar o sangue. Uma bandagem é colocada no local. Ureia e creatinina - Para avaliar e monitorar a função renal. Hemograma – Para detectar anormalidades nas células do sangue e sinais de infecção. Algumas vezes, são feitos outros exames, como fator reumatoide ou FAN (anticorpos antinúcleo), para excluir outras causas de artrite. Hemocultura ou cultura do líquido sinovial podem ser pedidas para excluir artrite séptica. Exames não laboratoriais 25 Ana Marina Miranda- Medicina https://labtestsonline.org.br/understanding/conditions/arthritis https://labtestsonline.org.br/understanding/analytes/rheumatoid https://labtestsonline.org.br/understanding/analytes/ana https://labtestsonline.org.br/understanding/analytes/ana https://labtestsonline.org.br/understanding/analytes/blood-culture Radiografias das articulações afetadas revelam depósitos de ácido úrico e lesões indicativas de artrite gotosa. Serve para fechar o diagnóstico já que as imagens radiológicas não são específicas. Exame de um paciente com gota 5) Conhecer como Alopurinol age no organismo. Os inibidores da xantina oxidase são drogas que diminuem a concentração de uratos por meios da inibição da sua síntese. A transformação da purina em ácido úrico é catalisada pela enzima xantina oxidase. A inibição dessa enzima, que é mecanismo de ação do alopurinol, reduz a transformação das purinas em ácido úrico, provocando, dessa forma, uma redução da concentração do ácido úrico no sangue. A enzima xantina oxidase catalisa as 2 últimas etapas no metabolismo das purinas em humanos por meio da conversão de hipoxantina em xantina e xantina em urato. Existem 2 fármacos capazes de inibir essa enzima: o alopurinol e o febuxostate Alopurinol é indicado para redução da formação de urato/ácido úrico nas principais manifestações de depósito dessas duas substâncias – o que ocorre em indivíduos com artrite gotosa, tofos cutâneos e nefrolitíase ou naqueles que apresentam um risco clínico potencial (por exemplo, que estão em tratamento de tumores que podem desencadear nefropatia aguda por ácido úrico). O alopurinol pertence a um grupo de medicamentos chamados inibidores enzimáticos, que agem controlando a velocidade com que modificações químicas especiais ocorrem no corpo. O alopurinol atua reduzindo a produção de ácido úrico, que é sintetizado pelo nosso organismo. O tempo médio estimado para início da ação farmacológica do medicamento é de uma a duas semanas (efeito máximo). O Alopurinol age inibindo a formação do ácido úrico, através da inibição de uma enzima chamada Xantina oxidase. Além disso, ele não trata a gota de fato, ele ajuda a fazer um controle metabólico. O alopurinol age como um redutor do ácido úrico no nosso organismo. Ele pode ser encontrado em comprimido de 100-300mg, sua dose é ajustada de acordo com a quantidade de ácido úrico presente no sangue. As doses são administradas: 100-200 mg nos casos leves, 300-600 mg em casos moderados, 700-900 mg em casos graves. 26 Ana Marina Miranda- Medicina
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