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1 Sabrina Mataruco – Turma 85 Dislipidemias AULA 4 - As dislipidemias envolvem a análise das lipoproteínas do sangue; - Precisamos lembrar que temos vários tipos de lipoproteínas que são classificadas de acordo com seus tamanhos e suas densidades (o tamanho e a densidade serão medidos através do conteúdo interno dessas lipoproteínas); LIPOPROTEÍNAS QUILOMÍCRON: - lipoproteína que faz parte do metabolismo exógeno (traz lipídeos de fora do corpo para dentro); - principal conteúdo: triglicerídeos (gordura de baixa densidade); - grande em tamanho, mas possui baixa densidade (por conta do alto teor de TAG); 2 Sabrina Mataruco – Turma 85 VLDL: - lipoproteína que faz parte do metabolismo endógeno que serve para transportar os lipídeos que foram produzidos lá no fígado; - principal conteúdo: TAG e colesterol; - um pouco menor que o quilomícron, Obs: aqui notamos que o colesterol obtido da dieta é pouco se comparado ao colesterol que é produzido pelo fígado → Logo, a hipercolesterolemia que o paciente pode desenvolver tem mais a ver com a desorganização da biossíntese (síntese endógena) do que com a dieta; IDL (VLDL remanescente): - é formada pela perda de TAG pelo VLDL; - proteína de densidade intermediária; - redução da quantidade de TAG em comparação ao VLDL e aumento proporcional da quantidade de colesterol; - principal conteúdo: colesterol; LDL: - não é formada no fígado, é formada na circulação → formada quando o IDL (VLDL remanescente) perde quase totalmente os seus TAG; - conteúdo principal: colesterol; - principal função: transportar o colesterol para os tecidos periféricos; - quando o LDL chega no tecido, ele é internalizado e destruído dentro desse tecido; HDL: - faz o transporte reverso de colesterol → pega o colesterol que está em ex cesso nos tecidos periféricos e traz para o fígado; - não é degradado no fígado: ele chega no fígado trazendo colesterol e volta para buscar mais; 3 Sabrina Mataruco – Turma 85 RESUMINDO: O tamanho da lipoproteína é inversamente proporcional a sua densidade, ou seja, quanto mais alta a densidade de uma lipoproteína, menor será seu tamanho em diâmetro. Além disso, lipoproteínas de baixa densidade são, caracteristicamente, compostas por maior fração de triacilgliceróis, como o quilomícron e o LVDL. PROPORÇÃO IDEAL: 3 LDL para 1 HDL QUAL PARTÍCULA É PIOR (LDL maior ou LDL menor)? R: A menor, porque ela entra com maior facilidade no endotélio, logo ela é mais aterogênica; PLACA ATEROSCLERÓTICA: deposição de lipídeos abaixo do endotélio → fechando a luz do vaso; O QUE É A DISLIPIDEMIA, ENTÃO? É a alteração de qualquer lipídeo no sangue: TAG e colesterol → como esses lipídeos não são apolares, eles não ficam livres na circulação → estão dentro das lipoproteínas; Então, quando o paciente apresenta uma dislipidemia → a gente sabe que ele apresenta essa patologia por conta do aumento de TAG e de colesterol no sangue → e como essas moléculas ficam dentro das lipoproteínas → a gente analisa o comportamento das lipoproteínas para tentar descobrir os motivos pelos quais esse paciente está com TAG e colesterol altos; - Podem ser desencadeadas, então: por aumento de colesterol, aumento de TAG, aumento de ambos (TAG e colesterol) ou por redução de HDL; - Chamamos de Hipercolesterolemia o aumento de colesterol, mas não podemos chamar de hipocolesterolemia a redução de HDL (porque a redução de HDL não significa a redução do colesterol); - Dislipidemia mista: aumento do TAG e colesterol; 4 Sabrina Mataruco – Turma 85 CAUSAS DA DISLIPIDEMIA: 1) Dislipidemia Primária: origem GENÉTICA classificada fenotipicamente em: a) Hipercolesterolemia Isolada: LDL ≥ 160 mg/dl b) Hipertrigliceridemia Isolada: TAG ≥ 150 mg/dl c) Hiperlipidemia Mista: LDL ≥ 160 mg/dl e TAG ≥ 150 mg/dl HDL baixo (homens: < 40 mg/dl – mulheres < 50 mg/dl) ➔ HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR: patologia dominante que pode levar ao infarto na infância se não tratada; Para descartar a DISLIPIDEMIA PRIMÁRIA, PRECISAMOS AVALIAR A DISLIPIDEMIA SECUNDÁRIA PRIMEIRO: 2) Dislipidemia Secundária: Associada à: doenças, medicamentos e CHV inadequados; CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS (Fredrickson): VER MONITORIA - baseada em qual lipídeo - lipoproteína está aumentado na circulação; classificadas em 6 tipos: I, II a, II b, III, IV e V 5 Sabrina Mataruco – Turma 85 - Quanto mais partículas maiores tiver no soro = mais túrbido ele estará; - O soro de quem tem hipercolesterolemia (II a) é igual ao normal → difícil de distinguir apenas olhando; DIAGNÓSTICO: - Analisar cuidadosamente a HMF; 6 Sabrina Mataruco – Turma 85 - Avaliar sinais clínicos e testes laboratoriais de perfil lipídico – para definir o fenótipo da dislipidemia; - Exclusão das causas secundárias primeiro para que causas genéticas sejam avaliadas; SINAIS CLÍNICOS: As dislipidemias podem acarretar doenças vasculares sintomáticas, como doença aterosclerótica e doença arterial periférica. A exposição a altas concentrações de LDL pode acarretar: - Arco corneano: “arco senil” por ser comum em idosos; - Xantelasmas nas pálpebras: deposição de colesterol na região dos olhos; - Xantomas tendinosos: lembram verrugas 7 Sabrina Mataruco – Turma 85 Obs: Quando medimos o colesterol (LDL) dessas pessoas que apresentam esses sinais clínicos, pode se que não esteja elevado → isso ocorre por conta da deposição desses lipídeos; Obs: COM A ELEVAÇÃO DE TAG (> 800 mg/dl)→ AUMENTAMOS OS RISCOS DE PANCREATITE AGUDA; PERFIL LIPÍDICO SÉRICO: ➔ FÓRMULA DE FRIEDWALD: LDL colesterol = colesterol total – (HDL colesterol + TAG/5) Obs: TAG/5: representa o colesterol presente na VDLD ➔ FÓRMULA DE MARTIN: LDL colesterol = colesterol total – (HDL colesterol + TAG/X) Obs: QUANDO NÃO PODEMOS USAR A FÓRMULA DE FRIEDWALD: quando o TAG está acima de 400 mg/dl! TRATAMENTO: Obs: TAG/5 : representa o colesterol presente na VLDL 8 Sabrina Mataruco – Turma 85 NÃO MEDICAMENTOSO: MEDICAMENTOSO: 9 Sabrina Mataruco – Turma 85 → ESTATINAS: - Ação: inibição da HMG – CoA redutase; - Principal escolhido para tratar hipercolesterolemia; → RESINAS: - Ação: impedem a reabsorção dos sais biliares no intestino → o fígado tem que gastar mais colesterol para produzir mais sais biliares; → NIACINA: - Ação: inibe a lipase hormônio sensível que quebra de TAG e libera ácidos graxos do tecido adiposo para a corrente sanguínea → evitando que esses ácidos graxos sigam para o fígado → diminuindo a síntese de VLDL e LDL → evitando a aterosclerose; → FIBRATOS: - Ação: Os fibratos conseguem imitar a estrutura e as funções dos ácidos graxos livres, ligando-se aos receptores ativados pelo proliferador de peroxissomo (PPAR), o qual ativa uma série de mecanismos que diminuem os AG livres, como a ativação da lipase lipoproteica; 10 Sabrina Mataruco – Turma 85 Obs: quando o ácido graxo entra no tecido, ele vai se ligar à uma molécula chamada PPAR (fator de transcrição) → o complexo (PPAR + AG + Receptor Retinóide X) vai lá no DNA para estimular a síntese de enzimas a depender do tipo de PPAR e do tecido onde ele é expresso: - PPAR alfa: presente no fígado → aumenta a degradação de AG → diminui a formação de VLDL; - PPAR delta: atua principalmente no tecido adiposo → degradando AG e gerando calor pela termogênese; - PPAR gama: proliferação de adipócitos no tecido adiposo (maior capacidade de armazenamento de TAG) → ativação da lipase proteica do tecido adiposo; NOVOS FÁRMACOS: Os novos fármacos incluem: Inibidores da proteína de transferência de éster de colesterol (CETP), sendo que a inibição de CETP aumenta a concentração de colesterol na HDL e diminui na VLDL e na LDL: → Inibidores da Proproteinconvertase subtilisin kexin type 9 (PCSK9): → EXCESSO DA PROTEÍNA PCSK9: FAZ COM QUE OS MEDICAMENTOS CONVENCIONAIS NÃO RESOLVAM O PROBLEMA (não respondem à estatina); - Ele simula a hipercolesterolemia familiar; 11 Sabrina Mataruco – Turma 85 Obs: No mecanismo normal, temos o receptor LDL na superfície da célula do fígado → a LDL se liga a esse receptor para ser internalizada no hepatócito → quando ela é internalizada, ocorre uma redução de pH dessa vesícula → o receptor se solta da LDL → daí receptor é reciclado e a LDL é internalizada; Com a ação da PCSK9: A PCSK9 se liga no receptor de LDL → inibe a captação de LDL pelo receptor → gerando aumento da disponibilidade de LDL-R na superfície dos hepatócitos. Obs: Se o receptor da LDL for endocitado ligado à PCSK9 → o receptor não será reciclado para voltar para a membrana, ele será degradado → diminuindo a captação de LDL → aumentando os níveis de LDL circulantes na corrente sanguínea → aumentando o risco de placa aterosclerótica;
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