Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aulas 08, 09, 10, 11, 12 e 13 Contextualizando: - Pessoa: ente físico ou coletivo suscetível de direito e obrigações, sendo sinônimo de sujeito de direito; - Sujeito de Direito: é aquele que é sujeito de dever jurídico ou possui pretensão jurídica; - Pretensão jurídica: quando um direito foi ferido e de alguma forma você vai fazer valer, vai reivindicar/solicitar; - Personalidade: é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações; Características: - Todos possuem, quando nascem com vida; Art. 2, CC: A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. - Mesmo que tenha sobrevivido pouco, se nasceu com vida ele recebe personalidade; Exemplo: mulher grávida, morre e deixa bens, e com filho único: - Se nasce com vida e morre: vai para o pai da criança; - Se nasce sem vida: vai para os pais; - Nascituro é aquele que ainda está no ventre; - Direito do nascituro: direito à vida (a partir da concepção); Discussão: Quando ocorre a concepção? Direitos da personalidade: - Valores não precificáveis, como o direito de liberdade, vida, intimidade, nome, identidade, autoria, honra, etc; - São direitos comuns da existência, porque são simples permissões dadas pela norma jurídica a cada pessoa, de defender um bem que a natureza lhe deu de maneira primordial e direta; Características: I)Absolutos: - São oponíveis erga omnes (=frente a todos); - Não tem como se opor a esses direitos; - Contém em si um dever geral de abstenção (todos temos que nos abster de praticar atos que firam o direito à personalidade de alguém); - Direito ao respeito, de toda a comunidade; II)Extrapatrimoniais: - Os direitos da personalidade não são aferíveis em um valor financeiro (a vida, a liberdade, a honra, etc, não possuem um preço); - Mas há exceções: Quando uma pessoa sofre danos morais, por exemplo, que é um atentado a um direito da personalidade, ela recebe uma indenização em dinheiro; Uma pessoa pode receber dinheiro pelo uso de patentes, para a venda de suas obras (literárias, músicas); - É importante notar que no caso a cima, as pessoas não estão vendendo seus direitos, elas podem vender a exploração econômica deles; III)Intransmissíveis: - Os direitos da personalidade não podem ser transferidos, eles nascem e se extinguem com seu titular; - Entretanto, há exceções: Uma pessoa pode ceder quando há o aspecto patrimonial do direito (como o direito de autoria de imagem) a utilização de parte do seu direito; Ou também: alguns direitos não se extinguem com a morte de seu titular, como o direito à imagem, que pode deixar reflexos patrimoniais; IV)Indisponíveis: - Não podemos nos dispor de direitos da personalidade; - Não pode passar a terceiros, mas alguns são disponíveis como nos casos: - Exceções: Uma pessoa pode abrir mão de um direito da personalidade em favor de um interesse social (obras literárias, música); Ou também: uma disposição gratuita de seu corpo, desde que não fira a integridade, como uma doação de rim, parte do fígado, medula óssea... - Extra: são absolutos, inatos, vitalícios, indisponíveis, extrapatrimoniais, intransmissíveis, imprescritíveis; V) Objeto de contrato: - Como o nome diz, pode ser de contrato como o direito à imagem; Exemplo: quando alguém vai disponibilizar a imagem do outro, é preciso um contrato *Profs que disponibilizam aula gravada; VI) Irrenunciáveis: - Não pode renunciar, ou seja, você não pode dizer que está deixando de ter esse direito; - Até pode até deixar de receber como no direito de imagem, mas não renunciar; VII) Impenhoráveis: O que é penhora? R- Ocorre a penhora de patrimônios/bens para receber uma parte que não foi paga; - Já com os direitos da personalidade não há essa possibilidade; - No entanto, pode haver a penhora de dinheiro/salário, exemplo: o valor recebido com a exposição da imagem pode SIM ser penhorado; - Não penhora imagem, nem o direito , mas aquilo que tem pra receber; VIII) Imprescritíveis: O que é prescrição? - É a perda do direito de exigir que alguém cumpra determinado direito/questão; Exemplo: depois de 16 anos você quer abrir um processo, tem os itens numa lista de Civil sobre os anos (máximo) para processo de cada um; - Nesse caso os direitos da personalidade não prescrevem; Exemplo: Se usam meu nome numa propaganda, na hora eu gostei, mas depois de 10 anos mudei de ideia, posso ir atrás para tirar, mas talvez eu não receba a parte econômica; - Enfim, o direito da personalidade não prescreve, mas o direito ao ganho econômico com alguma dessas questões prescreve sim; IX) Expropriado: - Ninguém pode retirar esse direito; - O Estado não pode retirar do nada, mas, há exceção; Exemplo: não pode simplesmente dizer que fulano não possui mais direito à imagem; - Pode ser restringido em questões como prisão (restrição da liberdade); X) Vitalício: - São para sempre; - Nascem e morrem com a pessoa; - Ainda mais, direitos como a honra, ainda são protegidos APÓS a morte (CC ainda prevê um rol de legitimados para defender esse direito após o passamento de seu titular); XI) Ilimitados: - É em relação a quantidade de direitos da personalidade (10, 20, 30); - Não existe um número CERTO; - Não sendo no sentido de ilimitar direitos/ações; - O ilimitado é o leque; - Bioética avançando; Capacidade: - É a aptidão de garantir direitos e obrigações; - Tem duas: DE FATO e DE DIREITO; I- De Direito: Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. - Adquire os direitos na vida civil; - Todos possuem (ex: direito de ir e vir, propriedade, vida); - Independe de qualquer circunstância; II- De Fato: - Aptidão para exercer por si mesmo os direitos, ou seja, sem a necessidade de representante ou assistente; - Quando uma pessoa possui ambas as capacidades ela possui a capacidade plena, sendo totalmente capaz; - Possuindo somente a de direito, ela é incapaz; Incapacidade: - São incapazes todos aqueles estipulados na legislação; - Independente se você tiver 16 anos, 18 ou 50, se a lei te alegar como incapaz, você é; I- Absoluta: Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. - Os menores de 16 anos são totalmente incapazes; Exemplo: negócio jurídico NÃO pode ser confirmado nem pelos pais caso tenha sido assinado por um menor de 16 anos; *O negócio será nulo; (art. 166 e 169, CC); II- Relativa: Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (beudos) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. (dissipa seus bens, gasta mais que o necessário); Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. - São os maiores de 16 e menores de 18; - Até pode por exemplo assinar contratos, mas é necessário a assinatura/confirmação do responsável; - ANULÁVEL, não NULO; (art. 171 e 172, CC); TUTELA X CURATELA: - Tutela: declarado por um juiz, que um adulto zele a criança ou o adolescente; - Curatela: declarado por um juiz, que uma pessoa zele por uma maior de 18, mas considerada incapaz; CAPACIDADE X LEGITIMIDADE: - Nem sempre quem tem capacidade tem legitimidade; - Legitimidade: diz respeito a capacidade para se vincular a determinados atos; Exemplo: as vezes você pode ter a capacidade de vender uma casa, mas se ela não for sua você não tem legitimidade; Representantes: 1-Representante:- Menor de 16 anos (absolutamente incapaz) Quem representa o menor? R- Pai ou mãe, tem situações que só um (ex: matrícula); E se não tiver os dois? R- Não é mais criado pelo avô (diretamente), mas nomeado um TUTOR, que pode ser o avô, e é nomeado pelo juiz; *o tutor é por ordem de proximidade E se não tiver absolutamente ninguém? R- Vai para um orfanato e a responsabilidade é de quem cuida desse orfanato; 2-Assistente: - Maior de 16 e menor 18 (relativamente incapaz) - ASSISTENTE; - Pode ser assistido pelos pais; - A tutela representa tanto o assistente quanto o representante, se ele era representante antes, automaticamente passa a ser assistente; - Tutor é alguém que não é PAI E MÃE; 3- Tutela: - Ao menor no geral; - Conselho tutelar; - Pode ser tanto representante quanto assistente; - O tutor é obrigatoriamente nomeado pelo juiz, requere um processo; Exemplo: o avô entra com um pedido de tutela, então o juiz vai analisar quem possui capacidade; - Vai ter necessidade dessa tutela principalmente quando for levar documentação na escola; - Ordem: os próximos excluem os distantes; Só se deixa de exercer o poder familiar com a morte? R- Há casos em que os pais podem perder a guarda sem ter morrido; (drogas, violência, maus tratos) 4- Curatela: - Aos maiores em geral que constem como incapazes no art. 4, incisos; Como funciona esse pedido? R- um processo judicial, quem tem legitimidade (os genitores, o tutor, o conjugue, qualquer parente, MP) OBS- após os 18 a tutela ACABOU; OBS 2- os parentes serão analisados em questão de proximidade, convivência, etc; OBS 3- o MP não é curador, não dizendo que NUNCA ocorreu, mas geralmente não; - O interessado ajuíza essa ação, explicando motivos e etc, mas o juiz irá investigar, pedindo provas e buscando informações; - O oficial de justiça, as vezes até o juiz (raro), vai até o local/pessoa e investiga, averigua as provas; - Enquanto não sai a sentença, pode haver um curador provisório, o qual pode ser mantido como definitivo ou não; Quando acaba a incapacidade? Exemplo: Se for ébrio, até fizer um tratamento e se curar; Se for menor, até completar a maioridade; Se for por causa transitória, até cessar; - No entanto, há as que não acabam nunca mais; Emancipação: 1- Extrajudicial ou Voluntária: Pai e mãe vão ao cartório e fazem uma ESCRITURA, decisão dos dois e consentida; OBS: não precisa de motivo 2- Judicial: Um dos pais não quer (ex: são separados e só um quer), nesse caso, requer um processo judicial e uma decisão dele após a análise; - E se ele tiver um tutor? R- O tutor não pode, requer um juiz; Obs: não pode desfazer, se emancipar, emancipou! É igual quando casa com 16, separa e quer voltar sob “a saia da mãe”, casou, emancipou e não volta! Se a pessoa é emancipada, ela pode colocar coisas/bens no nome? R- Sim, mas se ela não for, não pode mexer no bem até 18 (se quiser vender a casa e tiver no nome de um menor não emancipado, exige autorização judicial) 3- Legal: casamento legal de menor, emprego público, colação de grau em curso superior, emprego que possa sobreviver sozinho (Larissa Manoela), se dá de forma automática, quando as situações previstas na lei civil, nos termos do artigo 5º do Código Civil são alcançadas; Prenome: Nome: - O nome individualiza a pessoa natural; - Conservamos para toda a vida, salvo situações excepcionais; - Sua importância é tão grande que atribuem até a coisas inanimadas (aviões, navios, praças, ruas) para reconhecimento; - Não prescreve; - Tem proteção judicial, ou seja, tem alguns nomes que você não pode usar (como Neymar Junior, Xuxa Meneghel; - Interesse público do Estado em nós termos um número (interesse público), já por outro lado (interesse privado) é a questão de exercer seus direitos; - Não pode ser considerado propriedade, visto que essa é alienável; - Teoria negativista: o nome não apresenta questões ligadas ao direito e por isso não merece proteção; - Teoria do Estado: mera forma de identificação; - Teoria do nome como direito da personalidade: única possível e aceitável; 3 componentes do nome: Prenome (nome que minha mãe escolheu) - Situações que pode mudar o nome: erro de grafia (Valdete- Vardete); Patronímico ou sobrenome (designa a origem familiar) *não tem uma regra nisso, de quantos tem que ter ou de quem - Geralmente vem o da mãe primeiro Agnome: (uma partícula de nome que diferencia alguém da mesma família, Junior, neto, filho) - Possibilidades de alterar o nome: pode mudar de sexo, proteção de vítima, alteração quando tiver errado, adicionar apelido (Lula), quando expor ao ridículo (Antônio Manso Pacífico Sossegado), quando é nome unissex (Darci, Valdeci) Fim da personalidade: Morte real: Identifica a morte, o corpo, extingue vínculo familiar; Exemplo: obrigação dos alimentos, acaba casamento, extingue contrato, perda de capacidade processual, cessa dívidas; Morte civil: Privação da personalidade ainda viva; Exemplo: exclusão da herança por indignidade (Suzana Von Ritchtofen), nesse caso ela não tem mais direito, somente se a pessoa tiver um filho, no caso, ele receberia; Morte simultânea ou comoriência: Quando duas pessoas morrem ao mesmo tempo; Exemplo: se não houver filhos e morreram AO MESMO TEMPO (metade para cada pais) Exemplo 2: se ela morrer minutos depois (tudo para os pais ou linha de sucessão dela) Art. 8 o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Morte presumida: decretação de ausência (com e sem); SEM: Se for extremamente provável estar em risco de vida (voo que caiu); - O pedido de morte presumida é judicial; Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. COM: Declaração judicial de que não sabe o paradeiro da pessoa por um longo período de tempo; - Alguém que tenha legitimação (geralmente da família) abre as fases: Primeira: curadoria (curador de ausentes, este faz o levantamento dos bens da pessoa) e cuida até que ela volte; - Espera 1 ano com essa curadoria, após isso, o juiz determina uma medida de sucessão provisória, os herdeiros tomam posse, mas não podem mexer, vender; - Após 10 anos dessa posse, ela se torna definitiva, caso a pessoa volte ela poderá assumir o patrimônio, mas como estiver;
Compartilhar