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FUNDAMENTOS DE GESTÃO EM SERVIÇO SOCIAL UNIASSELVI-PÓS Autoria: Flaviana Aparecida de Mello Indaial - 2021 1ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jairo Martins Jóice Gadotti Consatti Marcio Kisner Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2021 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: M527f Mello, Flaviana Aparecida de Fundamentos de gestão em Serviço Social. / Flaviana Aparecida de Mello – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 137 p.; il. ISBN 978-65-5646-313-1 ISBN Digital 978-65-5646-312-4 1. Serviço Social. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 360 Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 Fundamentos que Orientam as Práticas de Gestão no Serviço Social ......................................................7 CAPÍTULO 2 Contextos e Desafios da Gestão do Serviço Social Participativa e Contemporânea ............................................53 CAPÍTULO 3 O Planejamento Social e o Assistente Social na Gestão Social .................................................................101 APRESENTAÇÃO No objetivo da disciplina Fundamentos de Gestão em Serviço Social, podemos refletir a respeito de como o assunto está intrínseco na realidade cotidiana dos profissionais de Serviço Social e, por essa razão, tem relevância em ser estudado tanto no nível de graduação quanto de pós-graduação na área do Serviço Social. O assistente social, desde que se insere nos diversos espaços sócio- ocupacional, está diametralmente ligado à gestão de serviços, programas e projetos; quer sejam das políticas públicas e/ou ações desse porte, mas que são desenvolvidas no âmbito do terceiro setor e/ou atividades da iniciativa privada. Importante ratificarmos também que uma prática profissional não se implementa exclusivamente com um arcabouço de técnicas e táticas, por esse motivo, os profissionais devem igualmente se aportar de conhecimento científico, utilizar-se de pesquisas qualitativa, quantitativa, para conseguir aferir com mais exatidão as demandas e realidade nos sujeitos em cada território para que, assim, possa planejar e executar as ações e atividades no interior dos serviços, programas e projetos que possam fazer sentido e possam de fato ir ao encontro da realidade sociofamiliar e territorial. É importante destacarmos que, para que essa prática de gestão cumpra com seu desígnio de transformação humana social, deve-se voltar para a totalidade social de vida dessas pessoas, considerando os aspectos sociais, políticos, familiares, econômicos, subjetivos e territoriais, compreendendo que múltiplas expressões da questão social ao qual as pessoas possam estar sendo acometidas, estão diametralmente interligada a esses aspectos. Para isso, organizamos esta disciplina em três capítulos. No primeiro capítulo, intitulado Fundamentos que orientam as práticas de gestão no serviço social, iniciamos com estudos sobre a importância da ética enquanto elemento fundamental no processo de gestão social; também estudaremos a importância da pesquisa científica nos procedimentos que fundamentam as práticas em gestão social no serviço social e, em seguida, vamos estudar o procedimento da avaliação social de programas, projetos e serviços no âmbito da gestão social. Ao fim do capítulo, vamos refletir sobre os aspectos mais relevantes relacionados ao uso da pesquisa enquanto prática de gestão, a ética norteando e fundamentando a prática profissional e a aplicabilidade da avaliação social como uma importante estratégia para aferir se os objetivos delineados para cada atividade da prática, realmente cumpriu com seus desígnios. No segundo capítulo, nominado de Contextos e desafios da gestão do serviço social participativa e contemporânea, iniciaremos os estudos a respeito dos principais modelos de gestão social que temos na literatura a respeito da gestão social, em seguida, vamos estudar a respeito do processo de formação de instâncias participativas a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, tendo como objetivo conhecer as instâncias de participação popular, a relevância de cada uma delas e como desenvolver ações para incentivar a participação da população usuária nos espaços de controle social. No terceiro capítulo, intitulado Planejamento social e o assistente social na gestão social, abordaremos os conceitos das ferramentas de gestão: plano, projeto, programa, serviço, coordenação, direção, assessoria, consultoria, supervisão e avaliação, em seguida, vamos estudar sobre a prática do assistente social na função de gestor social, conhecer outras possibilidades de atuação profissional no universo da gestão social em serviço social, reconhecendo elementos fundamentais a respeito da prática do assistente social no campo da gestão social. Portanto, faça anotações e registre, produza esquemas paralelos que te auxiliem a abarcar e conhecer mais a respeito da Prática de Gestão em Serviço Social. Desejamos, bons estudos! CAPÍTULO 1 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo, você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • Instrumentalizar-se para o cotidiano de trabalho no âmbito da gestão social sempre na perspectiva da ética. • Aprender a identifi car atividades que não condiz com a ética profi ssional para não reproduzir modelos de práticas que não corroboram com a prática em gestão do serviço social. • Conhecer como utilizar a pesquisa e quais tipos de pesquisas são mais pertinentes em uma gestão social do serviço social. • Aprender sobre a importância da avaliação e como utilizá-la nos procedimentos de gestão social. 8 Fundamentos de Gestão em Serviço Social 9 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Este capítulo tem como objetivo abordar os fundamentos que orientam as práticas de gestão no serviço social, iniciando com estudos a respeito da seriedade da ética enquanto aporte basilar na prática de gestão do serviço social. Destarte, presentemente temos percebido que a ética tem se tornado um assunto bastante frequente em programas de televisão, redes sociais e em diversos campos da ciência, não se reduzindo exclusivamente ao meio acadêmico. Sendo assim, no que diz respeito ao serviço social, tem sido cada vez mais conexo esse debate ético e político, não somente como uma matéria curricular, mas especialmente enquanto guia para as práticas profi ssionais em múltiplos espaços sócio-ocupacionais em que o assistente social é contratado para realizar a sua prática profi ssional. Estudaremos, também, sobre a importância da pesquisa científi ca nos procedimentos que fundamentam as práticas em gestão social no serviço social, considerando que, além das táticas e estratégias de prática comumente mais empregadas pelos profi ssionais, a pesquisa se estabelece como uma importante ferramenta que auxilia a ter um conhecimento mais apurado das múltiplas expressões da questão social e, assim, poder ter subsídios mais concretos da realidade para desenvolver as atividades voltadas para o público atendido. Em seguida, vamos estudar o procedimento da avaliação social de programas, projetos e serviçosno âmbito da gestão social, tendo em vista que uma boa prática de gestão se contorna com a utilização de estratégias e táticas que aprimoram a prática. Além disso, atividades que sejam verdadeiramente com o intento de se comprometer com as demandas da população, tendo em vista a transformação social e a cidadania. Para analisar se os objetivos estão sendo alcançados na execução dessas atividades, a avaliação social cumprirá com esse papel fundamental e, quando bem desenvolvida com ética e comprometimento, desvelará a realidade concreta e fornecerá subsídios para planejar novas atividades e/ou aprimorar as ações já existentes e em execução. Junto a isso, buscamos contribuir para que, no decorrer dos estudos, você possa analisar e criar o seu próprio mapa conceitual sobre as informações que norteiam a prática na gestão do serviço social, fazendo o exercício da relação teoria e prática. Portanto, sugere-se que você verifi que os assuntos aqui abordados e alinhe com a sua realidade profi ssional e/ou o que almeja desenvolver em sua prática, quando estiver inserido em algum espaço sócio-ocupacional. Assim, 10 Fundamentos de Gestão em Serviço Social compomos um conjunto de possibilidades de abordagem do tema proposto nesse capítulo em que corrobora com os estudos a respeito da Prática de Gestão do Serviço Social. Fique atento e vamos juntos na busca pelo conhecimento e aprimoramento profi ssional. Bons estudos! 2 A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA ENQUANTO ELEMENTO FUNDAMENTAL NO PROCESSO DE GESTÃO SOCIAL Ponderando a respeito da etimologia do termo ética, constatamos que esse vocábulo decorre do grego ethos que, na tradução para a Língua Portuguesa, ethos tem por signifi cado – costume. Assim, a Ética, enquanto procedimento, acena-se aos comportamentos em que os indivíduos seguem em diversos campos de relação e convívio em sociedade. Mencionar informações alusivas à ética é conjeturar a respeito de verifi cados procedimentos que dirigimos, sujeitos a vivermos e nos relacionarmos de modo coletivo, tendo como responsabilidade o bem-estar das relações e vivência em sociedade, pois carecemos ter princípios e valores de convívio, de forma que contenhamos uma vida que seja honrada, sob os pontos de vista físico, material e espiritual (CORTELLA, 2021a). Segundo Aranha e Martins (2009), ética é o ajuizamento a respeito de subsídios e princípios que embasam a vida moral. Essa ponderação nos orienta nas mais diversas direções, dependendo da percepção dos indivíduos seguida como ponto de partida. Para a reverência da vida moral, necessitamos abarcar que ela alude a propósito de um conjunto de preceitos, códigos e normas que são alocados na sociedade para que os habitantes da cidade tomem ciência e sigam essas normas para seu desenvolvimento em sociedade. Ainda, conforme Aranha e Martins (2009), a moral e ética, embora serem distintas, são habitualmente tratadas em conjunto, desse jeito, é fundamental avaliarmos a moral relacionada à ética. 11 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Para abarcarmos a moral a partir do aspecto crítico, citamos as ponderações de Barroco (2010), que nos informa que a moral tem sua constituição no desenvolvimento da sociabilidade que contrapõe à exatidão prática de asseveração de determinadas leis e obrigações. Ainda, conforme Barroco (2010), a moral faz parte do processo de socialização dos sujeitos, reproduzindo-se por meio de culturas, tradições e hábitos, expressando valores e princípios sociais e culturais de uma determinada sociedade. FIGURA 1 – CARACTERÍSTICAS DA MORAL E DA ÉTICA FONTE: A autora Ainda, conforme Barroco (2010), a ética consente a elevação aos valores humano-genérico, como fi losofi a crítica, interfere indiretamente no acontecimento e contribui para a ampliação das aptidões ético-morais. Nessa cadência, Barroco (2009) nos recomenda que a ética, na arena da perspectiva crítica e social, é para além de a idealizar enquanto ciência e orientação. Além disso, nessa perspectiva, a ética é estimada enquanto práxis, isto é, tem a competência de abranger a condição do indivíduo a uma atitude com criticidade e refl exiva, com vistas a mudanças que se bancam imprescindíveis. Para confi rmar essa informação, buscamos em Lukács (2007) que profere que, com essa compreensão, a ética refere-se a respeito da prática social de homens e mulheres, em suas objetivações na vida cotidiana e em suas probabilidades de vinculação com as requisições éticas conscientes da genericidade humana. 12 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Você sabe que existem três questões basilares que podemos nos bancar com relação aos nossos métodos de trabalho profi ssional e atitudes a fi m de aferir se estão em concordância com os princípios éticos? De acordo com o professor e fi lósofo Mário Sérgio Cortella (2021a), a ética diz respeito a um conjunto de princípios que se destinam nortear nossos procedimentos em vários segmentos da vida em sociedade, por exemplo, nas relações interpessoais e intrapessoais, nos negócios, nas relações familiares, no âmbito profi ssional, seja na execução de algum serviço, programa ou projeto e, sobretudo, no âmbito da gestão social. Assim, Cortella (2021b) defi ne que existem três perguntas básicas que cada sujeito pode se fazer para avaliar seus procedimentos diante das circunstâncias, sendo possível, a partir dessas perguntas, indagar-se de modo a ter uma autorrefl exão e poder adotar o procedimento mais coerente e ético a ser feito: Segue as perguntas básicas: Quero? Devo? Posso? Para aplicarmos essas três indagações, temos que pensarmos na seguinte circunstância: Imagine que você queira muito faltar ao seu dia de trabalho hoje, você pensa, será que devo fazer isso? Se eu fi zer, posso deixar usuários sem atendimento, sobrecarregar a colega de trabalho entre outras questões. Então diante disso, posso realmente ceder o meu querer em faltar ao trabalho? A partir desse exemplo, podemos perceber que as três perguntas norteadoras que Cortella (2021b) difunde nos levou a uma refl exão ética de que se eu manter o meu querer a todo preço, poderei colocar em prejuízo o dia de trabalho de uma colega de equipe, também prejudicarei a vida das famílias e indivíduos que estavam aguardando para serem atendidos, podendo ocasionar outros transtornos, sobretudo com a gestão do serviço e/ou programa. Por fi m, é importante ressaltar que nem tudo que quero, eu realmente posso; e que aquilo que eu penso que eu posso fazer, nem sempre eu devo fazer. 13 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Para aquecer o debate, consulte o TCC a seguir: Serviço social, ética e o compromisso profi ssional da autora Angélica Rodrigues Hoffmeister, apresentado ao Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. FONTE: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/ handle/123456789/103463/TCC%20-%20 ANG%c3%89LICA%20RODRIGUES%20HOFFMEISTER. pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 25 abr. 2021. Converse com sua equipe de trabalho e seus colegas de turma sobre a relevância da ética profi ssional para a prática profi ssional dos assistentes sociais em seus diversos espaços ocupacionais de atuação e quais são os desafi os encontrados perante uma conduta não balizada pela ética profi ssional. Deste modo, podemos apreender que a ética se encontra em todas as instâncias da vida cotidiana e ela nos consente conjeturar a respeito de nossos comportamentos e tomadas de decisões, seja na vida profi ssional, no ambiente sócio-ocupacional de atual profi ssional, nas relações de amizade, afetiva, familiar, com os colegas de trabalho, entre outros aspectos. Não distintamente, a partir dessa apreensão,podemos avaliar a gestão social à lucidez da ética, suas opiniões e percepções. Para o serviço social, a ética tem um dos parâmetros para a desempenho de suas ações profi ssionais em qualquer âmbito de atuação profi ssional, a democratização da promoção, as informações por parte dos sujeitos atendidos, a emancipação humana, a autonomia, a viabilização e garantia de direitos. De tal modo, podemos articular esses preceitos éticos com o conceito de gestão social lavrado por Gonçalves et al. (2015, p. 131), que nos dirige que a gestão social “envolve a articulação de garantia de direitos, a ampliação da noção de desenvolvimento social, o papel do Estado e a busca de um paradigma de gestão”. Ainda, segundo Gonçalves et al. (2015), advertem que a gestão social está em processo de incremento e procurando contornos para sua organização e reforçam que, para que realmente as ações empreendidas no âmbito da gestão 14 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Para contribuir ainda mais com o seu conhecimento, deixamos como sugestão de leitura os seguintes livros: BARROCO, M. L. Ética e serviço social fundamentos ontológicos. São Paulo: Ed. Cortez, 2010. RIOS, T. A. Ética e competência: questões da nossa época. São Paulo: Ed. Cortez, 1993. social consigam concretude, é imprescindível considerar os indivíduos e grupos que são públicos prioritários das políticas sociais públicas. Buscando embasar-se na perspectiva do princípio da equidade para se conseguir a igualdade de acolhimento a partir da totalidade social e econômica em que estão envolvidos, para que, portanto, a lógica da gestão social possa conseguir, de modo ético e político, as alterações e/ou mudanças mandatórias na condição de vida dessas pessoas e grupos. Conforme Barroco (2009), no procedimento de gestão social, princípios éticos é salutar abarcarmos os princípios sócio-históricos da ética como uma forma de ser socialmente determinado, tendo sua genealogia no artifício de autoconstrução do ser social. Por meio desse aspecto analítico sócio-histórico, entende-se que: O ser social surge da natureza e que suas capacidades essenciais são construídas por ele no seu processo de humanização: ele é autor e produto de si mesmo, o que indica a historicidade de sua existência, excluindo qualquer determinação que transcenda a história e o próprio homem (BARROCO, 2009, p. 20). De acordo com Barroco (2009), podemos compreender que os sujeitos humanos, em suas afi nidades, trazem uma objetividade sócio-histórica, portanto, pode-se assegurar que o ser humano enquanto um ser social são constituições sócio-históricas que se interdeterminam em seus procedimentos de composição. Quando avaliamos o ser humano em seu procedimento de evolução, apreendemos que a partir da ética, este irrompe com o padrão irrefl etido ofertado pela natureza e calha de andar em direção à edifi cação de si próprio, enquanto 15 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 1 De acordo com Barroco (2010), a ética tem a capacidade de elevar a condição do sujeito a uma postura crítica, ainda, pode-se dizer que a ética tem relação com o cotidiano. A esse respeito, responda de que modo a ética pode auxiliar os homens em suas relações no cotidiano: R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2 De acordo com Aranha e Martins (2009), ética e moral, mesmo sendo distintas, são comumente estudadas em conjunto. Já na perspectiva crítica, Barroco (2010) informa que a moral faz parte do procedimento de socialização. Sobre esse assunto, responda, objetivamente, de que forma a moral se reproduz na sociedade? R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ um novo sujeito (BARROCO, 2009). Assim, os indivíduos, a partir da ocasião que passa a se socializar, desenvolve intervenções e, igualmente, processos de mediações. Além disso, passa a ter conhecimento a respeito de si e lidar com ocorrências do cotidiano, que constitua-se nas relações afetuosas, amizades e do mesmo modo no âmbito das relações de trabalho, no incremento de suas atribuições e tarefas pertinentes a seu cargo e/ou profi ssão quer signifi que no atendimento direto à população e/ou nos processos da gestão social de serviços, programas ou ações desenvolvidas pelo terceiro setor. É fundamental também que as atividades a serem empreendidas sejam abalizadas pela ética, dirigindo todos os métodos de planejamento, determinação e execução das atividades pertinentes aos programas, serviços e projetos desenvolvidos no âmbito da gestão social. 16 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Destarte, podemos ponderar que quando citamos a respeito da gestão social e da sua prática profi ssional na contemporaneidade, desenvolvida por profi ssionais de Serviço Social, precisamos ter um desempenho ético que alcance romper com os padrões conservadores e tradicionais que incidiram especialmente a gestão pública durante décadas. Nada obstante, é imprescindível refl etir eticamente que a intervenção, a partir da gestão social, agencia um desempenho interligado, articulado e democrático. Por consequência, deve ser efi caz e que se balize nos princípios da equidade e da justiça social para acolher às demandas das distintas famílias e sujeitos de forma a contemplar a igualdade no acesso e oportunidade de serem acompanhados. Não obstante, precisamos lembrar que, na sociedade brasileira, as totalidades sociais, econômicas e políticas da contemporaneidade originam adulterações que acabam por afetar diretamente toda a sociedade. Desse modo, as políticas públicas sociais, em muitas ocasiões, são direcionadas de um modo que coloca o Estado mais ausente das demandas da sociedade, passando a comunicar da compreensão, das disposições e da prática destas políticas. Destarte, este debate assenta precedentes para o pensamento da intervenção além da dimensão ética, devendo ser pautado na perspectiva sociopolítica e profi ssional do Serviço Social na implementação, formulação e gestão das políticas sociais. Como assinala Iamamoto (2011, p. 79): O assistente social é tido como profi ssional da participação, entendida como partilhamento de decisões, de poder. Pode impulsionar formas democráticas na gestão de políticas e programas, socializar informações, alargar os canais de dão voz e poder decisório à sociedade civil, permitindo ampliar sua possibilidade de ingerência na coisa pública. Ainda, conforme Iamamoto (2011), os profi ssionais de serviço social que atuam e/ou pretendem desenvolver sua prática social no domínio da gestão social, carecem se assentar em prol de desenvolver atos e atividades que agenciem a promoção dos sujeitos e grupos que, legitimamente, são público-alvo das ações e táticas em políticas públicas sociais, que apresentem esse compromisso fi rmado cotidianamente em sua prática profi ssional na gestão para que, por meio de seu desenvolvimento ético e político, nesse âmbito, possam encontrar-se cooperando para a mudança das demandas sociais que os usuários expressam no cotidiano das políticas públicas. 17 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Que os profi ssionais contribuem ao socializarem informações que subsidiem a formulação/gestão de políticas e o acesso a direitos sociais; ao viabilizarem o uso de recursos legais em prol dos interesses da sociedade civil organizada; ao interferirem na gestão e avaliação daquelas políticas, ampliando o acesso a informações e indivíduos sociais para que possam lutar e interferir na alteração dos rumos da vida em sociedade (IAMAMOTO, 2011, p. 69). Assim, asseguramos que,enquanto assistente social em desenvolvimento, sua prática no campo da gestão social é refl etir que essa prática profi ssional é demarcada pelo código de ética profi ssional da categoria. Isto é, necessita-se pautar-se nos princípios de uma gestão ética e comprometida com as demandas e interesses real da população de mandatária, oferecendo a elas, além do atendimento, as suas necessidades, que possam ser sujeitos de direitos, ou seja, dando suas opiniões, interrogando e participando dos procedimentos de decisão das ações desenvolvidas pelo poder público através das políticas públicas sociais, fortalecendo, assim, a emancipação e autonomia de cada um. É fundamental o reconhecimento da ética nos processos da gestão como princípio para uma intervenção crítica, visto que, a prática do serviço social na gestão necessita ser direcionada para a garantia de direitos que se consolida através das políticas públicas sociais e, deste modo, elemento ativo da obrigação do Estado. O Estado pautado na lógica do Estado mínimo não afi ança, em particular, aos grupos populacionais economicamente mais vulneráveis e/ou com renda escassa ou, até mesmo, que não possua qualquer tipo de renda, o acesso aos atendimentos disponíveis por meio dos programas e serviços de saúde, lazer, educação, cultura, moradia, assistência social e outras que não se constituem enquanto mercadorias. Por essa razão, necessitamos reconhecer eticamente que a prática do serviço social, no campo da gestão, necessita ser de estilo crítico e interventivo perante as necessidades da população, em específi co buscando atender às demandas oriundas desses campos que se contornam como necessidade fundamental para uma vida com mínimos padrões de sobrevivência. Nesse compasso, é básico que a gestão assevera os direitos de fato daqueles que não possuem recursos de prover as suas necessidades fundamentais e, por essa razão, recorrem ao Estado para que tenham as suas necessidades atendidas. A prática do serviço social na gestão necessita ser direcionada para a garantia de direitos que se consolida através das políticas públicas sociais e, deste modo, elemento ativo da obrigação do Estado. 18 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Desse modo, Gonçalves et al. (2015) confi rmam que a ação do Estado é, assim, primordial para que a sociedade tenha assegurada políticas públicas na perspectiva de direitos, estes abarcados como aquisição ou concessões de poder na gestão social. Nessa totalidade, a função do Estado, na gestão social, desponta-se cada vez mais fundamental, tendo em vista que, a partir dos anos 1980, o Governo Federal tem avivado a descentralização das políticas, em específi co as políticas sociais; descentralização esta que está relacionada à autonomia dos municípios, conforme a Constituição Federal de 1988. Nesse compasso, a gestão das políticas sociais, de acordo com Santos (2016), constitui a gerência e direção da ação pública, este exercício de gerir e administrar necessita avalizar a ascensão da sociedade a benefícios e serviços de caráter público. Para tanto, considerar a gestão das políticas sociais sugere referenciar a gestão de ações públicas como resposta às necessidades sociais que têm a gênese na sociedade e são agrupadas e sistematizadas pelo Estado em assinaladas esferas de poder. Portanto, faz-se indispensável analisar a gestão como fenômeno sócio- histórico, isto é, compreendê-la como expressão de uma totalidade social, observando suas probabilidades e demarcações. Em outros termos, a gestão das políticas, programas e projetos sociais não se autonomizam dos contextos históricos em que se realizam. Outro fator preponderante é considerar que a prática de gestão em serviço social, necessita ser ininterruptamente na perspectiva do abarcamento da população, seja por meio de ações de consulta e/ou através dos mecanismos de controle social. Entretanto, deixamos evidente que a responsabilidade de implementar as políticas sociais e gerenciar a gestão em sua totalidade, necessita ser do Estado de forma crítica e contínua. Para confi rmar essa informação, Carvalho (1999, p. 25) nos orienta que: Há uma clara percepção de que os atores sociais e sujeitos coletivos presentes na arena política são corresponsáveis na implementação de decisões e respostas às necessidades sociais. Não é que o Estado perca a centralidade na gestão do social ou deixe de ser o responsável na garantia de oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos, o que se altera é o modo de processar esta responsabilidade. Santos (2016) adverte que, nessa totalidade, aludido por Carvalho (1999), a descentralização, o conhecimento, o fortalecimento da sociedade civil comprimem por disposições diligenciadas, por políticas e programas ponderados por fóruns públicos não estatais, em um implemento em parceria. 19 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Congregado a isso, Santos (2016) adverte e chama atenção para que os gestores assistentes sociais devam desenvolver suas práticas correspondentes para atuar na gestão pública, como administradores, potencializadores na aderência do projeto democrático de sociedade e de gestão que se almeja o gestor público, precisando ter capacidade teórico-metodológica, ético-política e técnico-operacional para considerar os movimentos da economia, da política, da sociedade e de seus grupos e sujeitos. Na década de 1990, com uma reforma de Estado localizada na crise fi nanceira, incide um ajuste do Estado em apuradas esferas do atendimento à população, isto é, este reduz seu desempenho a determinados grupos, mesmo em relação a setores de sua responsabilidade, não única, todavia, fundamental, tais como: assistência social, saúde, emprego, habitação, educação entre outros (GONÇALVES et al., 2015). Não obstante, tem o princípio de universalidade, em que o Estado precisa cumprir para que as pessoas possam ter ascensão ao usufruto dos direitos sociais, civis, políticos, culturais e econômicos. Do mesmo modo, existe o reconhecimento de novos direitos, que nascem em cargo do movimento da sociedade, fazem-se presentes e comprimem, com mais ou menos força, o aparecimento de novas políticas e a ação do Estado. Essa atuação crítica pelos direitos se caracteriza tanto pela sua ampliação, fazendo menção aos direitos consolidados, quanto à luta pela sua universalização, aludindo para a necessidade de inclusão nesse exercício. De acordo Gonçalves et al. (2015), a universalização e ação de focalização das necessidades para a promulgação e efetividade de direitos, podem ser complementárias e não dicotômicas, perante os conceitos delineados. Gonçalves et al. (2015) indicam que pode haver uma inconsistência em relação à última, quando ela é empregada de feitio propositado e não de forma ética com as necessidades populacionais, isto é, enquanto um recurso e/ou estratégia para a redução de investimentos governamentais que, por sua vez, em determinadas conjunturas são transferidos para as responsabilidades individuais ou familiares. 20 Fundamentos de Gestão em Serviço Social FIGURA 2 – ATRIBUTOS QUE SUBMERGEM UMA PRÁTICA EM SERVIÇO SOCIAL NA GESTÃO A PARTIR DA PERSPECTIVA CRÍTICA FONTE: A autora Perante o exposto, Carvalho (2014) confi rma que atuações desenvolvidas no domínio da prática de gestão do serviço social de maneira isolada, fragmentadas e pontuais não se aprimoram efi cazes e, ainda, podem contribuir para atitudes antiéticas, tendo em vista que esses atos, além de não respeitarem os processos de planejamento, não contemplam a totalidade social que envolvem os sujeitos e as famílias, assim como as necessidades do território. Quando a gestão contempla uma ação desconsiderando as necessidades sociais, econômicas em sua totalidade, torna-se apenas uma ação sem comprometimento ético e político com a práxis, ou seja,com a mudança que se faz necessária ser empreendida através das ações oriundas das políticas sociais. Destarte, para uma gestão atuar de maneira crítica e ética, é fundamental os gestores saberem utilizar os recursos institucionais em função dos interesses da população. Ter um conhecimento apurado na instituição e desenvolver análises institucionais que consentem apresentar a realidade institucional, objetivando alcançar os padrões de atenção na perspectiva da totalidade que envolve as necessidades e interesses da população. Portanto, os profi ssionais assistentes sociais gestores necessitam congregar seus princípios éticos profi ssionais aos princípios éticos norteadores da sociedade como um todo, daí a relevância de se conhecer em profundidade e considerar o projeto ético político da profi ssão. Ele, além de ser profi ssional, ou seja, que apresenta a imagem de uma dada categoria de profi ssionais, do mesmo modo, é um projeto societário, ou seja, está 21 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 articulado com as demandas dos sujeitos e coletivos, mormente àqueles que padecem de diferentes formas de violência, opressão e múltiplas expressões da questão social, para que, assim, termos no procedimento de gestão, o desempenho de politizar e dar visibilidade aos interesses da população usuária no país de forma crítica e ética no exercício da função de gestor social (CARDOSO; FAGUNDES, 2013). Nada obstante, Faleiros (2011) nos alerta que, na atualidade, é demandado mais de o gestor social ter uma atitude crítica perante as suas funções. Contudo, necessita desenvolver uma refl exão à luz da ética para agir de maneira democrática, crítica e propositiva, compreendendo o momento mais correspondente para prosseguir com suas ações, além disso, a necessidade momentânea de retroceder na sua tática institucional para poder repensar suas estratégias e refazê-las. Nesse sentido, passamos ao próximo tema, em que estudaremos sobre a relevância do emprego da pesquisa científi ca nos métodos de trabalho na gestão social, ponderando ser um instrumento junto às práticas do serviço social na gestão social. 2.1 A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NOS PROCEDIMENTOS QUE FUNDAMENTA AS PRÁTICAS EM GESTÃO SOCIAL NO SERVIÇO SOCIAL Neste subtópico, você terá o ensejo de estudar a respeito do conceito de pesquisa científi ca, as linhas teóricas usadas no âmbito das ciências sociais e humanidades, dando destaque para a abordagem teórica empregada no serviço social, abrangendo os procedimentos e os basilares autores. Vamos apresentar as pesquisas quantitativas, qualitativas e qualiquantitativas e identifi car suas características e funções sociais, reconhecendo a acuidade da pesquisa científi ca no campo da gestão social desenvolvida através da prática no serviço social. Ponderamos este debate enquanto basal para o serviço social. 22 Fundamentos de Gestão em Serviço Social A pesquisa e sua inclusão como estudo e prática social no serviço social foi considerada principalmente a partir dos anos de 1980, quando se começa a desenvolver pesquisas, a partir da inserção da disciplina no procedimento da graduação e, do mesmo modo, com a composição de programas de pós- graduação em nível strictu sensu. Consideramos que prática profi ssional, em específi co aludindo sobre o serviço social, não se constituirão somente com um arcabouço de técnicas operacionais, por esse motivo, precisa apreender e aportar-se do conhecimento teórico e científi co para que possa ter condições de obter análises mais coerentes perante a realidade social vivenciada pelos indivíduos. Deste modo, faz-se indispensável desenvolver pesquisas sociais para se ter essa ciência real e, portanto, alcançar informações para elevação de transformações no campo da prática de gestão social no sentido de oferecer serviços e atendimentos que vão ao encontro das necessidades das pessoas e famílias que são públicos prioritários das políticas públicas sociais. Destarte, gostaríamos de explicitar a respeito do conceito que revolve a pesquisa científi ca, teorias do âmbito das ciências humanas e sociais, seus métodos de pesquisa e principais autores. Contemos por compreensão de pesquisa científi ca uma ação fundamental que desempenha a função de averiguar, constatar e, por conseguinte, seus resultados possam fornecer elementos plausíveis a respeito de uma dada realidade que se buscou conhecer cientifi camente. Os procedimentos de pesquisa alcançam uma analogia entre o conhecimento teórico e metodológico e o moderniza perante o fato de que se apresenta no desenvolvimento da pesquisa em andamento (MINAYO et al., 2010). Conforme Severino (2007), o conhecimento no sentido que abrangemos, presentemente, passa a existir a partir da Era Moderna da sociedade e surge com o desígnio de arguir e fazer críticas, ao modo que, até então, ajuizava-se a respeito de vários aspectos e da própria humanidade, esse modo era o metafísico. Através dele, confi ava que era plausível abarcar o cerne das difi culdades, puramente por meio da razão humana. Então, a partir do período do Renascimento e a Idade Moderna, passou-se a interrogar essa razão e chegou- se à consideração de que “só podemos conhecer de fato os fenômenos, nunca as essências” (SEVERINO, 2007, p. 110). 23 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Deste modo, ponderamos que toda pesquisa científi ca procede de uma conjuntura conexa a difi culdades da vida cotidiana e, igualmente, a partir das difi culdades observadas, acumula o arsenal de teorias, procedimentos e métodos para desenvolver a pesquisa e dar cumprimento a ela. Em Demo (1993, p. 128), a pesquisa científi ca tem por conceito “[...] ser um diálogo crítico e criativo com a realidade, culminando com a elaboração própria e na capacidade de intervenção. Em tese, pesquisa é a atitude de “aprender a aprender” e, como tal, faz parte de todo o processo educativo e emancipatório”. Toda pesquisa científi ca, no âmbito das ciências sociais e humanas, parte de uma alocução para alcançar a compreensão a respeito da realidade social e, igualmente, a partir do que se foi crível ser verifi cado, requerer transformações que amparem na emancipação e desenvolvimento da capacidade de senso crítico dos indivíduos. Enfi m, Severino (2007, p. 110) diz que “a ciência é simultaneamente um saber teórico (explica o real) e um poder prático (maneja o real pela técnica)”. Nessa cadência, a partir da compreensão de pesquisa científi ca, temos por informação que foi na Era da Modernidade, mais exatamente a partir do século XIX, que nasceram as ciências humanas e, em sua constituição, foi desenvolvido o primário método de pesquisa no campo das ciências humanas e sociais – Positivismo. Essa corrente teórica, no princípio, tem por extensão os métodos e conceitos da matemática e da física para apresentar elucidações a respeito da realidade social vivenciada pelas pessoas e grupos. Assim sendo, conforme Minayo et al. (2010), essa teoria tem como método, regressar-se para o desenvolvimento de pesquisa quantitativa e se adaptar fundamentar aos seguintes princípios: a) O mundo social opera de acordo com leis causais. b) O alicerce da ciência é a observação sensorial. c) A realidade consiste em estruturas e instituições identifi cáveis “a olho nu” de um lado e crença e valores de outro. Essas duas ordens de coisas se relacionam para fornecer generalizações e regularidades. d) São reais para as Ciências Sociais positivistas os “dados visíveis e identifi cáveis”. [...] e) Os dados recolhidos da realidade empírica das estruturas e instituições são sufi cientes para explicar a realidade social (MINAYO et al., 2010, p. 22-23). Com a evolução da sociedade e a complexidade que se exibe a vida humana, o positivismocomeça a evidenciar uma certa escassez de subsídios para alcançar Mais exatamente a partir do século XIX, que nasceram as ciências humanas e, em sua constituição, foi desenvolvido o primário método de pesquisa no campo das ciências humanas e sociais – Positivismo. 24 Fundamentos de Gestão em Serviço Social o fornecimento de elementos para se ter apreensão sobre uma dada realidade. Nesse ritmo, os fi lósofos, sociólogos, entre outros, foram implementando outro processo de pesquisa, todavia, sem se abdicar totalmente das normas do Positivismo, passando a existir o Funcionalismo (SEVERINO, 2007). O método de pesquisa no Funcionalismo se ancora no conhecimento biológico para abarcar as formas de organização cultural e social. Isto é, ressalta- se a sociedade humana pelo prisma de que essa disposição é organizada em partes e que cada uma dessas partes necessita funcionar harmonicamente para o bem-estar de todo o mecanismo da sociedade. Afi nal, toda atividade cultural e social precisa ser funcional, ou seja, necessita ter uma alguma colocação na sociedade, esboçando seus procedimentos e explicitando suas articulações no centro da sociedade. FIGURA 4 – PRINCIPAIS CORRENTES TEÓRICAS DO CAMPO DA PESQUISA CIENTÍFICA, NA ÁREA DAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS FONTE: A autora No que diz respeito à Fenomenologia, é uma teoria que se alude a uma experiência elementar do conhecimento. Ou seja, seu método de pesquisa busca entender os acontecimentos através de sua condição inédita de fenômenos legítimos. Severino (2007) nos afi rma que o fenômeno se desponta em sua originalidade quando a relação sujeito/objeto se “reduz” à relação dicotômica. Apresentamos, a partir desse parágrafo, outra corrente teórica que tem relevo nas ciências humanas, o Estruturalismo, que igualmente à teoria Funcionalista, deriva da teoria Positivista. Nesse método, sua basilar hipótese é que a coletividade se confi gura a partir de múltiplos jogos de interesses, além de aversões, carências e pertencimentos, e que, juntas, essas questões confi guram o arcabouço da sociedade. 25 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Você sabe o que signifi ca a práxis humana no método marxista? Vázquez (2011, p. 222) nos informa que se trata de ser “[...] a atividade propriamente humana apenas se verifi ca quando os atos dirigidos a um objeto para transformá-lo; iniciam-se com um resultado ideal, ou um fi m, e terminam com um resultado efetivo, real”. O que o autor quer nos dizer é que, para cada atividade de práxis humana, o ser humano necessita ter um propósito, ou seja, uma fi nalidade que o guia, que o direciona a fazer aquela determinada atividade. Assim, a partir do desenvolvimento dessa atividade, consiga- se alcançar um resultado real e concreto de transformação da realidade. FONTE: VÁZQUEZ, A. S. Filosofi a da práxis. São Paulo: Ed. Expressão popular, 2011. Ainda, de acordo com as normas, o método Estruturalismo orienta que a estrutura da sociedade pode, em verifi cada parte dela, suportar mudanças e, por sua vez, isso pode culminar em mudanças da estrutura da sociedade em sua totalidade. Finalmente, o Marxismo, com seu arcabouço teórico – Materialismo Histórico Dialético –, considera a historicidade dos procedimentos sociais, a condição social e econômica, além das contradições sociais que há na sociedade. Enquanto um método de pesquisa propõe a abordagem dialética, [...] visto que aglutina a proposta de analisar os contextos históricos, as determinações socioeconômicas dos fenômenos, as relações sociais de produção e de dominação com a compreensão das representações sociais (MINAYO et al., 2010, p. 24). No materialismo histórico e dialético, a apreensão é de que a teoria não pode ser idealizada apartadamente dos acontecimentos diários da prática profi ssional. Nesse compasso, esse método prioriza a práxis humana, ou seja, qual o legítimo sentido e fi nalidade que se almeja ao examinar e analisar apurada expressão da questão social. Contudo, essa fi nalidade de pesquisa, a partir da práxis, só tem exata importância e sentido quando se está comprometida com a mudança social da vida das pessoas na sociedade. 26 Fundamentos de Gestão em Serviço Social FIGURA 5 – BASILARES TEÓRICOS RESPONSÁVEIS PELAS BASAIS TEORIAS EMPREGADAS NO ÂMBITO DA PESQUISA SOCIAL FONTE: A autora 27 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 3 Minayo et al. (2010) informa que a pesquisa na perspectiva científi ca tem um papel importante. Qual é esse papel e sua relevância na sociedade? R.: ______________________________________________________ ______________________________________________________ 4 Com a evolução da sociedade moderna e das Ciências Sociais e Humanas, os pesquisadores começam a perceber que o positivismo já não estava dando conta de responder às questões inerentes à vida humana em sociedade. Eles desenvolvem outro método de pesquisa denominado de funcionalismo e, sem se abdicar totalmente dos preceitos positivistas, o funcionalismo se apropria de outra área do conhecimento. Desse modo, apresente qual é essa outra área do conhecimento em que a corrente funcionalista se apropria para desenvolver o seu método de pesquisa? R.: ______________________________________________________ ______________________________________________________ Nesse compasso, iremos, a partir de então, apresentar as propriedades e funções sociais das pesquisas qualitativa, quantitativas e qualiquantitativas. Sendo assim, a respeito das características da pesquisa qualitativa, informamos que esta vem, em seu repertório de funções, contestar questões pertinentes à realidade social, exercendo atividades de modo a exibir implicações que não carecem ser exclusivamente quantifi cados. A funcionalidade dessa pesquisa está no compasso de trabalhar com o universo dos motivos, acepções, aspirações, crenças, valores, necessidades, experiências; entre diversos assuntos de ordem mais subjetiva. É importante ressaltarmos que, quando se iniciou as pesquisas nas ciências sociais, a partir do método positivista, a compreensão do sujeito homem era considerado como um objeto genuinamente natural; desse modo, esse método de desenvolver pesquisa não ponderava aspectos basilares da qualidade de vida e Nada obstante, avaliamos ser conexo o conhecimento a respeito das basilares teorias com seus relativos métodos, entretanto, salientando que, no âmbito da prática do serviço social, o posicionamento teórico se desenvolve a partir do materialismo histórico dialético. 28 Fundamentos de Gestão em Serviço Social desenvolvimento do sujeito (SEVERINO, 2007). As pesquisas de base positivistas são de ordem quantitativa, o que destoa completamente das características da pesquisa qualitativa que podemos observar anteriormente. Destarte, de acordo com Severino (2007), queremos informar que existe uma gama de metodologias de pesquisas qualitativas que podem ser empregadas no âmbito da prática do serviço social na gestão. Para tanto, trazemos, na Tabela 1, as metodologias que se qualifi cam nesse bojo e que são correspondentes ao seu emprego no campo das ciências humanas e sociais: TABELA 1 – PESQUISAS QUALITATIVAS TIPOS DE PESQUISAS CLAS- SIFICADAS COMO PESQUISA QUALITATIVA CARACTERÍSTICAS DAS PESQUISAS Pesquisa participante Nessa abordagem, o pesquisador se coloca em uma postura de identifi cação junto aos su- jeitos pesquisados, interagi com eles, observa suas manifestações e as registra. Estudo de caso Esse tipo de pesquisa se concentra em estudar um caso em específi co e que venha represen- tar várias outras circunstâncias semelhantes. Análise de conteúdo Realiza análise de informações sob o modo de discursos pronunciados em distintas lingua- gens como:gestuais, orais, escrito e imagens. Busca compreender o que está oculto nessas linguagens. Pesquisa ação É um tipo de pesquisa que tem por fi nalidade desenvolver uma mudança na situação pesqui- sada. Pesquisa etnográfi ca Estuda o cotidiano com suas diversas situ- ações, modos de vida, crenças, organização de um determinado grupo. Pesquisa bibliográfi ca Apropria-se de documentos já desenvolvidos por outros pesquisadores como: artigos, teses, dissertações, livros etc. Pesquisa documental Essa metodologia de pesquisa se apropria de documentos como: fi lmes, matérias de jornais, documentos legais entre outros para desen- volver sua análise e compreensão acerca do objeto que esteja estudando. Pesquisa de campo Envolve estudos descritivos e analíticos da situação pesquisada, esta pesquisa ocorre no meio em que o pesquisado vive/convive e não há intervenção por parte do pesquisador. Pesquisa exploratória É o momento em que o pesquisador realiza um levantamento apurado de informações acerca do objeto pesquisado. 29 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Pesquisa explicativa É um tipo de pesquisa que desenvolve regis- tros, analisa os fenômenos estudados obje- tivando entender o que foi o motivo causador desses fenômenos e essa explicação se dá tanto através de métodos quantitativos quanto o uso das outras abordagens qualitativas. FONTE: Adaptado de Severino (2007) Existem alguns sites acadêmicos que reúnem publicações de artigos acadêmicos de várias revistas eletrônicas acadêmicas, dentre eles, deixamos como indicação o site da Scielo: https://scielo.org/ Por fi m, a pesquisa qualitativa, para Baptista (1999), consente ao pesquisador avaliar os fenômenos analisados a partir do aspecto histórico e holístico. A autora também assevera que, sem exceção, todos os fenômenos analisados têm relevância e acuidade dos seus signifi cados até “o silêncio é considerado um dado” (BAPTISTA, 1999, p. 38). Adentraremos com informações a respeito da pesquisa quantitativa após conhecermos a respeito da pesquisa qualitativa. Desse modo, Martinelli (1999) alude a respeito da pesquisa quantitativa, mencionando que esta se assinala pela adoção de uma tática de pesquisa desenvolvida nas ciências naturais e exatas e repousa em observações empíricas. Esse tipo de pesquisa está conexo à teoria positivista, seu procedimento metodológico de pesquisa se aporta das técnicas que apresentam objetividade e neutralidade no procedimento do item pesquisado. Para assegurar tal informação, Baptista (1999, p. 34) assevera que “a realidade é exterior ao indivíduo e a apreensão dos fenômenos é feita de forma fragmentada”. Nesse tipo de pesquisa, cabe ressaltar que os dados apurados são estudados como coisas completamente isoladas do meio social e/ou realidade. A coleta de dados é organizada de modo linear e acumulativo e todo o procedimento analítico se desenvolve fazendo o emprego apenas de uma lógica hipotético-dedutiva com o apoio de estatísticas. 30 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Podemos citar como principal metodologia de pesquisa quantitativa, a pesquisa experimental, que o próprio nome já diz ao que ela se refere, isto é, desenvolve ações experimentais com o objeto pesquisado. Martinelli (1999) alerta para o caso de que se examina com esse tipo de pesquisa no âmbito das ciências humanas, não são exclusivamente os números, entretanto, o aporte teórico que apresenta uma limitação de expandir as análises e percepções do objeto avaliado. Nas literaturas a respeito de pesquisas na área social, é trivial constatarmos em determinados autores, como André (1991), Chizzotti (1991), Martinelli (1999) e Severino (2007) que as atinentes pesquisas não podem ser estudadas de forma fragmentada e, especialmente, como adversárias umas às outras. De acordo com André (1991), ela se aporta dos termos quantitativos e qualitativos para abalizar as tipologias de procedimentos de pesquisa e se aporta de designações mais acertadas para originar o tipo de pesquisa, por exemplo, a experimental, que emprega procedimentos de pesquisa quantitativas e a pesquisa participante, que usa técnicas da pesquisa qualitativa. É corriqueiro, no emprego de pesquisa qualitativas, o profi ssional pesquisador precisar recorrer à pesquisa quantitativa e seus procedimentos para abarcar empiricamente a circunstância estudada e a quantifi cá-la para avaliar melhor a ocasião estudada (MARTINELLI,1999). Para se compreender dados relacionados ao genocídio da população jovem negra e periférica brasileira, faz-se necessário recorrer à pesquisa quantitativa para compreender as estatísticas que se registram essa quantidade de jovens que morrem e, assim, verifi car a faixa etária com mais incidência, qual a Unidade Federativa que mais apresenta índice de mortalidade entre outros. Nesse ritmo, com esses elementos quantifi cados, o pesquisador irá ponderar articulando com métodos selecionados da pesquisa qualitativa para apreender subjetivamente os acontecimentos que estão envolvidos nessa circunstância. Assim, podemos assegurar o emprego da pesquisa qualiquantitativa, isto é, bancando uma articulação entre a pesquisa qualitativa e quantitativa sem recusar 31 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 uma à outra, e, acopladas, podem ser usadas adequadamente e colaborar de maneira satisfatória no assunto estudado. Portanto, Baptista (1999, p. 40) acena que: Desse modo, o debate deixa de se caracterizar pela oposição e pela coexistência pacífi ca das abordagens, para se construir em uma atitude de compatibilidade mútua. Conclui-se que o recomendável seria uma aproximação maior com vários métodos e as suas contribuições para o campo temático que se deseja pesquisar. Destarte, Martinelli (1999) pronuncia que necessitamos abranger essas pesquisas não como adversárias, mas como importantes metodologias de pesquisa que contribuem para uma complementaridade no âmbito da pesquisa social. Assim, a utilização de metodologias de pesquisas, quer seja quantitativa e/ ou qualitativa ou as duas de modo articulado, necessita ser respeitado, mormente, a natureza e os desígnios esboçados para a pesquisa e como o pesquisador almeja desenvolver os estudos de sua análise. Apreendendo, por fi m, que são processos de pesquisa que têm sua importância pendendo da natureza do objeto, no fato das ciências sociais e humanas, quando empregadas juntas, cooperam para uma apropriada articulação dos conceitos analisados e se completam para um bom resultado do fato examinado. No que diz respeito à pesquisa científi ca nos processos da prática do serviço social, especifi camente na gestão, para que possibilitem a construção de conhecimento acerca de um saber com relação ao desenvolvimento de ações arroladas aos serviços, programas e projetos de políticas públicas, tem suas exigências próprias no que tange às informações que se pretende alcançar, para que, assim, a gestão consiga compreender como está o desenvolvimento das ações e se essas atividades estão condizentes com a mudança que se espera alcançar na vida da população. A pesquisa é defi nida, segundo Barros e Lehfeld (1999, p. 30), “como uma forma de estudo de um objeto. Estudo sistemático e realizado com a fi nalidade de incorporar os estudos obtidos em expressões comunicáveis e comprovadas aos níveis do conhecimento obtido”. Além do mais, a pesquisa pode apresentar por signifi cado, conforme Demo (1993), ser a categoria de consciência crítica e compete quanto subsídio imperativo de todo parecer para ações que visam à emancipação. Não se trata em copiar a realidade, todavia, reconstruí-la de acordo com os interesses e esperanças de quem se encontra usando-a para determinado fi m. 32 Fundamentos de Gestão em Serviço SocialA pesquisa científi ca ainda acena a propósito da competência de desenvolver conhecimento correspondente à compreensão de determinado fato e conjuntura social. Sendo assim, para corroborar com essa afi rmação, Morin (2000, p. 14) alude que “O conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que servirá de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana. Trata-se de armar cada mente no combate vital rumo à lucidez”. Deste modo, a pesquisa se aponta como a combinação da ação de pesquisar, avaliar, compreender e conhecer os fenômenos, deixando de lado o olhar raso e superfi cial, estruturado a partir de espectros imprudentes e imediatistas (MARQUES; RAMALHO, s.d.). Por consequência, pesquisar é procurar com espessura respostas às precisões da gestão social, de modo a se reinventar e aprimorar-se para se retornar à população com serviços, projetos que considerem concretamente suas necessidades e, desse modo, estas ações planejadas pela gestão possam considerar os resultados das pesquisas e desenvolver as estratégias de atendimento que verdadeiramente promoverá uma mudança necessária na vida das pessoas e do território em que estão inseridos. Mais do que unifi car a teoria e a prática, ao lado do método de pesquisa em que irá empregar e/ou qual tipo de pesquisa e quais técnicas irá se ancorar, é indispensável ter uma intencionalidade a respeito do que se ambiciona examinar, além do mais, o profi ssional que desenvolve a pesquisa no campo da gestão social necessita ter ciência cercada pela realidade ininterruptamente na perspectiva da totalidade social. Deve-se observá-la atenciosamente, porque é “a partir da qual emergem possibilidades concretas de intervenção: procura um saber abrangente e crítico para construir um saber-fazer também crítico e abrangente” (BAPTISTA 2006, p. 71). No Brasil, Silva (2012) nos indica que o desenvolvimento de pesquisas no campo da gestão, especialmente pertinente a análises de programas sociais, desenvolveu-se, mais exatamente, a partir da década de 1980, época que delimita um período histórico da luta contra o Regime Ditatorial Militar, que tinha se instalado no Estado brasileiro na década de 1960, mais precisamente no ano de 1964. Desse modo, desde então tem sido empregado pesquisas na gestão de programas sociais, porém, aprimorando-se, tanto que, na contemporaneidade, o que recomendamos para ser empregada nesse contexto de gestão é mais crível o uso da pesquisa qualitativa e se utilizando de metodologias que possam abranger 33 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 os indivíduos para constituição de informações mais verdadeiras perante a realidade. Precisamos ressaltar também que, quando se volta às avaliações, cuidar atentamente para o viés avaliativo que a pesquisa deve assumir. A respeito desse aspecto: Contrapõe-se à objetividade da ciência positiva, mas requer esforço de objetivação na relação do avaliador com a realidade social e com os sujeitos que participam do processo de avaliação; fundamenta-se em valores e no conhecimento da realidade; valoriza a análise crítica da política ou programa social; busca compreender os princípios e fundamentos teórico conceituais que orientam a política ou programa avaliado; considera os interesses e procura envolver os diferentes sujeitos no processo da política ou programa; fundamenta-se em valores e concepções sobre a realidade social, partilhados pelos sujeitos da avaliação; contrapõe-se à ideia de neutralidade, não percorrendo um caminho único, e considera os resultados da avaliação como uma versão parcial da realidade, posto ser as realidades historicamente construídas e dotadas de um caráter relativo e temporal; considera a política ou programa como decorrência de vários fatores: ação de sujeitos, especifi cidades das conjunturas, condições fi nanceiras, materiais e elementos culturais envolvidos; situa a política social na relação com o Estado e a sociedade; considera que toda avaliação é desenvolvida num contexto de sujeitos e interesses; nunca é consensual ou defi nitiva. [...] (SILVA, 2012, p. 224). Ressaltamos que o conhecimento necessita ser assentado a ofício das lutas sociais dos grupos estimados mais subalternos e vulneráveis das sociedades. Outro assunto relevante a ser tratado é o emprego da devolução do conhecimento adquirido para os usuários, para que possam saber qual foi o resultado de toda a pesquisa e avaliação desenvolvida com eles e o que esse resultado apresentará posteriormente àquele determinado grupo e/ou território; desse modo, asseveramos ser proeminente essa prática no uso da pesquisa científi ca com vistas à avaliação no âmbito da gestão social (SILVA, 2012). Com o objetivo de contribuir ainda mais com a ampliação do conhecimento sobre a relevância da pesquisa científi ca no campo da gestão, colaborando com os profi ssionais no desenvolvimento de sua prática ao analisar as demandas reais dos usuários para pensar e planejar ações comprometidas com a transformação social, deixamos, aqui, duas indicações de leitura: 34 Fundamentos de Gestão em Serviço Social CARVALHO, M. do C. B. Gestão social e trabalho social: desafi os e percursos metodológicos. São Paulo: Cortez Editora, 2014. SILVA, M. O. S. Construindo uma proposta metodológica participativa para desenvolvimento da pesquisa avaliativa: uma contribuição da teoria crítica para a prática do Serviço Social. Revista Textos & Contextos, Porto Alegre, v. 11, n. 2, p. 222-233, 2012. Portanto, o desempenho político da avaliação de programas sociais é a linha condutora que dirige a equipe de profi ssionais que adotam a função de avaliadores quando empregam a pesquisa científi ca enquanto ferramenta para auxiliar a prática na gestão. Por consequência, a esses profi ssionais, Silva (2012) informa que compete desenvolver uma metodologia de pesquisa participativa para pensar e realizar a investigação social, logo, a prática avaliativa. Por conclusão, os profi ssionais no ato do desenvolvimento de sua prática em serviço social na gestão, devem se comprometer com o desenvolvimento da pesquisa científi ca enquanto constituição da informação, bem como tecer refl exões críticas da realidade que abarca a vida dos sujeitos. Igualmente, a respeito dos serviços, programas e projetos sociais, analisando o que é possível aprimorar e/ou implantar para corroborar com as demandas reais da população. Finalmente, inserido nos espaços sócio-ocupacionais, desenvolvendo sua prática enquanto assistente social na gestão, permita-se agregar, em seu fazer profi ssional, a pesquisa com suas metodologias e técnicas para analisar o desenvolvimento das ações dos projetos, programas e serviços em execução. Nesse compasso, seguimos para o próximo subtítulo, em que abordamos sobre o procedimento da avaliação social de programas, projetos e serviços no domínio da prática de gestão do serviço social. 2.2 O PROCEDIMENTO DA AVALIAÇÃO SOCIAL DE PROGRAMAS, PROJETOS E SERVIÇOS NO ÂMBITO DA GESTÃO SOCIAL Para compreendermos a respeito da relevância da sistematização de avaliação social na prática do serviço social no campo da gestão social, é 35 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 importante apreendermos de onde ela se deriva, ou seja, trata-se de um procedimento ancorado no campo da pesquisa e se dirige especifi camente para avaliar os processos sociais e como resultados apresentar possibilidades de intervenções e/ou aprimoramento das ações desenvolvidas. Assim, com relação ao conceito defi nido por pesquisa avaliativa, podemos entendê-la enquanto aplicação ordenada de metodologias procedentes das ciências sociais para impetrar análises a respeito dos programas, serviços e/ou projetosde intervenção social. Considerando as bases teóricas, o método operacional e a sua implementação e, consequentemente, sua execução, devendo fazer interconexão com a totalidade no qual os compõem. Segundo Minayo (2005), que tem relevante contribuição na área de pesquisa avaliativa e qualitativa, ela tem por conceito de avaliação, enquanto conjunto de ações técnico-científi cas e operacionais, que procuram conferir valor de efi ciência, efi cácia e efetividade a procedimentos de intervenção em sua implantação, implementação e resultados. De acordo com Gomes (2010), na análise, o propósito é ir além do que está descrito, fazendo uma decomposição dos dados e buscando as relações entre o que foi planejado e o que de fato foi executado. A avaliação social, enquanto um procedimento, tem como escopo avaliar as atividades desenvolvidas no campo da gestão social de programas, projetos e serviços pertencentes à esfera governamental quanto aqueles que são elaborados e desenvolvidos enquanto estratégias do 3º setor. Nesse sentido, consideramos que a avaliação enquanto estratégia possui ampla relevância no centro da prática do serviço social na gestão social, porque tem por desígnios, consignação de subsídios para avaliar e apresentar resultados que servirão de base para melhor aprimoramento e/ou planejamento para implantação de novas ações em prol da população usuária. A avaliação ainda se compromete com o desenvolvimento e o aprimoramento de estratégias de intervenção no caso, ou seja, ela precisa ser adequada para indicar algo à referência da política que está sendo analisada. Sendo desenvolvida de forma crítica, corrobora com o empoderamento, elevação social e incremento institucional. Assim, com relação ao conceito defi nido por pesquisa avaliativa, podemos entendê-la enquanto aplicação ordenada de metodologias procedentes das ciências sociais para impetrar análises a respeito dos programas, serviços e/ou projetos de intervenção social. 36 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Se você quiser conhecer mais sobre avaliação social e como desenvolvê-la no âmbito da prática do serviço social na gestão, indicamos a leitura do livro Avaliação de políticas e programas sociais: teoria e prática. FONTE: SILVA, M. O. da S. e. Avaliação de políticas e programas sociais: teoria e prática. (Orgs.). São Paulo. Ed. Veras. 2001. Ela ainda auxilia para a sedimentação dos processos de gestão pautado na democratização da atividade pública, bem como para o atendimento condizente com a realidade de grupos socialmente excluídos, para a prática institucional e fortalecimento das instituições. De acordo com Arreaza e Moraes (2010), os aspectos dos díspares atores enredados no programa Serviço ou Projeto, as táticas de pesquisa avaliativa podem desdobrar-se na análise estratégica de implantação, de desempenho e dos efeitos das ações. O profi ssional que realizar a pesquisa avaliativa necessita concluir o seu trabalho, ancorando-se nas informações que foi crível ser angariado e que será empregado no andamento da análise e tabulação das informações. Deve articular todas elas com os desígnios e fi nalidades que foram delineados no momento do planejamento dos respectivos serviços, programas e projetos avaliados para que possa, frente aos resultados alcançados de toda a avaliação desenvolvida, alcançar a tomada de decisão para uma reconfi guração das ações, aperfeiçoamento, continuação, ampliação das ações entre vários outros aspectos que a equipe de responsável pelas análises possam defi nir. 37 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 5 A avaliação, como técnica e estratégia investigativa, é considerada como um processo sistemático para verifi car se os serviços, programas e projetos estão sendo desenvolvidos conforme foram planejados. Sendo assim, essa técnica tem um objetivo específi co delimitado. Qual objetivo corresponde a essa técnica investigativa da avaliação? R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6 Cada avaliação desenvolvida deve ser permeada por três elementos fundamentais que se manifestam com distintas magnitudes. Sendo assim, descreva quais são esses três elementos basilares que devem compor a avaliação no momento de seu desenvolvimento: R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ FIGURA 6 – PESQUISA AVALIATIVA FONTE: A autora Ainda, para Arreaza e Moraes (2010), o campo da avaliação acolhe uma variedade de possibilidades de recortes da realidade, bem como modos de defi nir tipos de abordagens e extensões para as práticas avaliativas que conjeturam, em apurado coefi ciente, as escolhas teóricas e pontos de vista dos múltiplos atores. 38 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Todavia, necessitamos lembrar que, segundo Muller e Surel (1998 apud BOSCHETTI, 2009), o procedimento de pesquisa para averiguar o desenvolvimento de atos de programas, serviços e projetos sociais não se iniciou como pesquisa avaliativa de modo crítico e analítico abrangendo a totalidade, mas com incremento de um potente arsenal de metodologias e procedimentos de avaliação, insurge, nos Estados Unidos na década de 1960, como um experimento de acomodar técnicas operacionais de aferição das ações previstas nos programas, projetos das políticas públicas sociais, com o desígnio de oferecer elementos de averiguação idênticos a um receituário como algo simplesmente funcional e tecnicista sem nenhum parâmetro crítico e social. Gomes (2001, p. 19) confi rma com esse conhecimento que esse tipo de método funcionalista de avaliação: Privilegia basicamente a análise e mensuração dos objetivos previstos. inscreve-se na mais pura tradição tecnocrática, sempre em busca de modelos de intervenção na realidade’ nesse primeiro momento, essas propostas de avaliação se caracterizavam por uma preocupação, excessiva com os instrumentais técnicos e metodológicos desconsiderando os aspectos políticos envolvidos na questão. Essas técnicas de verifi cação foram constituídas para afi rmar o quanto os governos políticos eram capazes e excelentes no todo de uma economia de mercado. Ainda, segundo Gomes (2001), esse tipo de método de avaliação para programas e políticas sociais descrito anteriormente, desconhece por inteiro a realidade social vivenciada pelos indivíduos e grupos mais vulneráveis e se destina a acatar interesses e expectativas dos grupos pertencentes a elite fi nanceira, econômica e política de cada país. Ponderamos ainda que essa tipologia de aferição, com a fi nalidade de avaliação, desconsidera a questão política que está conectada à ação, contribuindo para a permanência dos problemas sociais já existentes, o que colabora para a ampliação da exclusão e, por conseguinte, gera a desigualdade social, uma vez que, não agencia avaliações que de fato irão se comprometer com as transformações que são imprescindíveis (GOMES, 2001). Nesse compasso, de acordo com Boschetti (2009), a utilização de um contíguo de processos e técnicas avaliativas, com anuência de criticidade em respeito ao preceito e função do Estado e das políticas sociais no enfrentamento das desigualdades sociais, levou a um amplo número de produções teóricas sobre a avaliação, com ênfase muito mais na aferição e desempenho das intervenções técnicas e apáticas do Estado, do que interessadas de fato em despontar suas funções na produção e reprodução das desigualdades sociais. 39 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 Na abordagem metodológica da pesquisa avaliativa, ininterruptamente relevante, os profi ssionais compreenderamque ela se dedica a determinados assuntos basilares e que solicita atenção destes: • aferir a efetividade da intervenção das ações desenvolvidas junto aos indivíduos e grupos usuários das políticas, projetos e serviços sociais; Desse modo, podemos apreender que os estudos de caráter mais operacional e tecnicista se fi xam puramente em categorizar o estilo pelo qual precisa ser desenvolvido a avaliação de políticas e programas sociais. Isto é, conforme seu desígnio e aferindo as decorrências exclusivamente enquanto uma atividade efetiva, efi caz e/ou efi ciente, desconsiderando o conjunto que submerge as conjunturas em que são envolvidas as pessoas e grupos atendidos nas ações oriundas de projetos, serviços e/ou programas sociais. Sob o ponto de vista metodológico, essas abordagens teóricas mais tradicionais adotam um procedimento em sequências que abordam as políticas sociais como um conjunto meramente de atividades que têm início, meio e fi m. Não consideram como procedimento de planejamento, formulação, implemento e materialização de ações que visam viabilizar direitos e serviços sociais constantes e universais (BOSCHETTI, 2009). Ainda, segundo Boschetti (2009), existe um contraponto nessa questão, ela descreve o avanço no campo dos métodos de pesquisa em que tem sido cada vez mais buscado adotar análises na perspectiva crítica social. Com relação à avaliação, na perspectiva crítica social, concentram outros dispositivos, como o planejamento, comunicação, direção, controle, organização entre outros. São destinados para o desenvolvimento e aprimoramento das questões intrínsecas aos serviços e programas, desenvolvendo o comprometimento com os sujeitos atendidos que são os mais importantes nessas ações (ARREAZA; MORAES, 2010). Nada obstante, explicita que mesmo tendo surgido pesquisas avaliativas com a perspectiva de analise a partir da totalidade vivenciada pelos sujeitos, ainda prosseguem apreciações basicamente tecnicista e gerencialista. 40 Fundamentos de Gestão em Serviço Social • tem dois tipos de foco: quantitativo – que se acena ao levantamento dos elementos anotados; qualitativo – que se alude a sistematizar a experiencia vivenciada tanto pelas pessoas quanto pelos profi ssionais envolvidos; • conferir as evidências por meio de associações ou o que pode • ter de aportes para próximas fases da intervenção; • estabelecimento de um método avaliativo que afi ance o alcance de indivíduos externos à equipe e na gestão dos programas ou serviços, através do agrupamento de outros grupos de empenho como: população prioritária das ações, comunidades e gestores de outros serviços. No compasso dessa importante refl exão sobre as avaliações, Gomes (2001), de forma crítica, coopera com esse debate asseverando que um método avaliativo na perspectiva crítica necessita ir além das fronteiras das atividades executadas pelos programas, serviços e/ou projetos. Ainda, Segundo Gomes (2001), é indispensável que se considere nessa avaliação os assuntos de ordem estrutural e da circunstância vivenciada por toda a sociedade. Toda a atividade devidamente planejada que se consubstancia por meio de projeto, programa ou serviço, precisa dessa atuação com vistas a acompanhar, controlar e avaliar, com vistas a avalizar que os desígnios constituídos possam ser obtidos. Dessa forma, avaliamos que o controle está pertinente com o estilo pela qual os objetivos precisam ser alcançados através da prontidão dos sujeitos que compõem a gestão social nas instituições públicas, privadas e/ou do terceiro setor. Portanto, advertimos igualmente a seriedade e relevância da participação popular e das instâncias de controle social desempenhando suas atividades e contribuindo para avaliação social crítica das ações. Não obstante, necessitam ser ininterruptamente estimados como forma de aproximação às necessidades reais dos sujeitos e comunidades para desenvolver intervenções a respeito dos problemas sociais que abordam os usuários atendidos nos programas, projetos e serviços. Diante ao exposto, podemos considerar a relevância da análise social crítica entendendo que o processo de avaliação do qual ela deriva, necessita se colocar na apreensão da acepção do cargo do Estado e das classes sociais na composição dos direitos e da soberania popular. A partir disso, os procedimentos de avaliações das atividades empreendidas nos programas, serviços e projetos 41 FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL Capítulo 1 sociais acerca de superar aspectos dependentes, habitualmente utilizados para esclarecer suas colocações e/ou implicações (BOSCHETTI, 2009). Segundo Mishra (1975), a tradição marxista que viabiliza análises social crítica, mormente a partir dos anos de 1970, oferece estudos a respeito do começo e desenvolvimento das políticas sociais, com o aspecto de demonstrar suas aquisições e perspectivas na produção do bem-estar social nas sociedades capitalistas emergentes e remotas. Conforme Boschetti (2009), a verifi cação sob a abordagem do método dialético proposto por Karl Marx trata, justamente, em colocar e abarcar os fenômenos sociais em seu complexo e contraditório procedimento de produção e reprodução, verifi cados por distintas circunstâncias sociais. Assim sendo, admitimos que o princípio metodológico da verifi cação dialética da realidade social é o ponto de vista da totalidade concreta que, antes de tudo, estabelece-se como cada fenômeno pode ser compreendido, isto é, como um evento na totalidade da sociedade. De acordo com Sweezy (1983), um fenômeno social é um fato histórico uma vez que é examinado como um evento advindo dentro de um contexto e exerce uma colocação dupla: • Defi nir a si mesmo e deliberar o todo, ser ao mesmo tempo produtor e produto. • Conquistar o próprio sentido e no mesmo compasso, estima sentido a algo mais. Os acontecimentos a que aludimos, segundo Sweezi (1983), expressam uma informação da realidade sólida e, por sua vez, se são abarcados como fatos de uma totalidade dialética. Isto é, o que se determina e/ou são determinantes dessa totalidade, de forma que não podem ser alcançados enquanto fatos isolados. Por conseguinte, conforme Boschetti (2009), necessita-se avaliar a múltipla causalidade dos eventos, as vinculações internas e as relações entre as várias dimensões. Do ponto de vista histórico, é fundamental situar o aparecimento da política social e suas táticas, relacionando-se com as múltiplas expressões da questão social que causaram sua origem e que, dialeticamente, padecem das consequências de um Estado neoliberal. Nesse compasso, deve buscar relacionar as políticas sociais com as determinações econômicas que, em cada momento histórico, adjudicam um caráter peculiar, admitindo, da mesma forma, conferindo um caráter histórico- estrutural. Assim, na Constituição Federal de 1988, compreendemos que se constituíram diretrizes relacionadas à descentralização político e administrativa 42 Fundamentos de Gestão em Serviço Social Nessa direção, a gestão social, avaliação social e controle social podem ter uma estima a diversos fatores. A seguir, analisamos quais são esses fatores, segundo Boschetti (2009): Relação entre estado e organizações não governamentais: tem se contornado reiterada e, em determinados municípios, algo trivial que é a participação de organizações da sociedade civil (OSCs) na defesa de direitos humanos, civis e sociais e na execução de programas e projetos. Nesse ritmo, é basal avaliar-se e abranger a relação que se estabelece entre os órgãos públicos e as sociedades civis (OSCs) que atuam na prática da política e/ou programa avaliado. Participação e controle social democrático: busca avaliar os mecanismos de controle que a sociedade possui para acompanhar e procurar a promoção e concretização do exercício da cidadania. Esse identifi cador recomenda
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