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Fundamentos de Gestão em Serviço Social

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FUNDAMENTOS 
DE GESTÃO EM 
SERVIÇO SOCIAL
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Flaviana Aparecida de Mello
Indaial - 2021
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jairo Martins 
Jóice Gadotti Consatti
Marcio Kisner
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2021
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M527f
 Mello, Flaviana Aparecida de
 Fundamentos de gestão em Serviço Social. / Flaviana Aparecida de 
Mello – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 137 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-313-1
 ISBN Digital 978-65-5646-312-4
1. Serviço Social. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 360
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Fundamentos que Orientam as Práticas de 
Gestão no Serviço Social ......................................................7
CAPÍTULO 2
Contextos e Desafios da Gestão do Serviço Social 
Participativa e Contemporânea ............................................53
CAPÍTULO 3
O Planejamento Social e o Assistente Social 
na Gestão Social .................................................................101
APRESENTAÇÃO
No objetivo da disciplina Fundamentos de Gestão em Serviço Social, 
podemos refletir a respeito de como o assunto está intrínseco na realidade 
cotidiana dos profissionais de Serviço Social e, por essa razão, tem relevância em 
ser estudado tanto no nível de graduação quanto de pós-graduação na área do 
Serviço Social. 
O assistente social, desde que se insere nos diversos espaços sócio-
ocupacional, está diametralmente ligado à gestão de serviços, programas e 
projetos; quer sejam das políticas públicas e/ou ações desse porte, mas que são 
desenvolvidas no âmbito do terceiro setor e/ou atividades da iniciativa privada. 
Importante ratificarmos também que uma prática profissional não se 
implementa exclusivamente com um arcabouço de técnicas e táticas, por esse 
motivo, os profissionais devem igualmente se aportar de conhecimento científico, 
utilizar-se de pesquisas qualitativa, quantitativa, para conseguir aferir com mais 
exatidão as demandas e realidade nos sujeitos em cada território para que, 
assim, possa planejar e executar as ações e atividades no interior dos serviços, 
programas e projetos que possam fazer sentido e possam de fato ir ao encontro 
da realidade sociofamiliar e territorial. 
É importante destacarmos que, para que essa prática de gestão cumpra 
com seu desígnio de transformação humana social, deve-se voltar para a 
totalidade social de vida dessas pessoas, considerando os aspectos sociais, 
políticos, familiares, econômicos, subjetivos e territoriais, compreendendo que 
múltiplas expressões da questão social ao qual as pessoas possam estar sendo 
acometidas, estão diametralmente interligada a esses aspectos. 
Para isso, organizamos esta disciplina em três capítulos. No primeiro 
capítulo, intitulado Fundamentos que orientam as práticas de gestão no serviço 
social, iniciamos com estudos sobre a importância da ética enquanto elemento 
fundamental no processo de gestão social; também estudaremos a importância 
da pesquisa científica nos procedimentos que fundamentam as práticas em 
gestão social no serviço social e, em seguida, vamos estudar o procedimento da 
avaliação social de programas, projetos e serviços no âmbito da gestão social. Ao 
fim do capítulo, vamos refletir sobre os aspectos mais relevantes relacionados ao 
uso da pesquisa enquanto prática de gestão, a ética norteando e fundamentando 
a prática profissional e a aplicabilidade da avaliação social como uma importante 
estratégia para aferir se os objetivos delineados para cada atividade da prática, 
realmente cumpriu com seus desígnios. 
No segundo capítulo, nominado de Contextos e desafios da gestão do 
serviço social participativa e contemporânea, iniciaremos os estudos a respeito 
dos principais modelos de gestão social que temos na literatura a respeito da 
gestão social, em seguida, vamos estudar a respeito do processo de formação de 
instâncias participativas a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, 
tendo como objetivo conhecer as instâncias de participação popular, a relevância 
de cada uma delas e como desenvolver ações para incentivar a participação da 
população usuária nos espaços de controle social. 
 No terceiro capítulo, intitulado Planejamento social e o assistente social 
na gestão social, abordaremos os conceitos das ferramentas de gestão: plano, 
projeto, programa, serviço, coordenação, direção, assessoria, consultoria, 
supervisão e avaliação, em seguida, vamos estudar sobre a prática do assistente 
social na função de gestor social, conhecer outras possibilidades de atuação 
profissional no universo da gestão social em serviço social, reconhecendo 
elementos fundamentais a respeito da prática do assistente social no campo da 
gestão social.
Portanto, faça anotações e registre, produza esquemas paralelos que te 
auxiliem a abarcar e conhecer mais a respeito da Prática de Gestão em Serviço 
Social. 
Desejamos, bons estudos!
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM 
AS PRÁTICAS DE GESTÃO NO 
SERVIÇO SOCIAL
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo, você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• Instrumentalizar-se para o cotidiano de trabalho no âmbito da gestão social 
sempre na perspectiva da ética.
• Aprender a identifi car atividades que não condiz com a ética profi ssional para 
não reproduzir modelos de práticas que não corroboram com a prática em 
gestão do serviço social.
• Conhecer como utilizar a pesquisa e quais tipos de pesquisas são mais 
pertinentes em uma gestão social do serviço social. 
• Aprender sobre a importância da avaliação e como utilizá-la nos procedimentos 
de gestão social.
8
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
9
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este capítulo tem como objetivo abordar os fundamentos que orientam as 
práticas de gestão no serviço social, iniciando com estudos a respeito da seriedade 
da ética enquanto aporte basilar na prática de gestão do serviço social. Destarte, 
presentemente temos percebido que a ética tem se tornado um assunto bastante 
frequente em programas de televisão, redes sociais e em diversos campos da 
ciência, não se reduzindo exclusivamente ao meio acadêmico. 
Sendo assim, no que diz respeito ao serviço social, tem sido cada vez mais 
conexo esse debate ético e político, não somente como uma matéria curricular, 
mas especialmente enquanto guia para as práticas profi ssionais em múltiplos 
espaços sócio-ocupacionais em que o assistente social é contratado para realizar 
a sua prática profi ssional. 
Estudaremos, também, sobre a importância da pesquisa científi ca nos 
procedimentos que fundamentam as práticas em gestão social no serviço social, 
considerando que, além das táticas e estratégias de prática comumente mais 
empregadas pelos profi ssionais, a pesquisa se estabelece como uma importante 
ferramenta que auxilia a ter um conhecimento mais apurado das múltiplas 
expressões da questão social e, assim, poder ter subsídios mais concretos da 
realidade para desenvolver as atividades voltadas para o público atendido. 
Em seguida, vamos estudar o procedimento da avaliação social de 
programas, projetos e serviçosno âmbito da gestão social, tendo em vista que 
uma boa prática de gestão se contorna com a utilização de estratégias e táticas 
que aprimoram a prática. Além disso, atividades que sejam verdadeiramente com 
o intento de se comprometer com as demandas da população, tendo em vista a 
transformação social e a cidadania. 
Para analisar se os objetivos estão sendo alcançados na execução dessas 
atividades, a avaliação social cumprirá com esse papel fundamental e, quando 
bem desenvolvida com ética e comprometimento, desvelará a realidade concreta 
e fornecerá subsídios para planejar novas atividades e/ou aprimorar as ações já 
existentes e em execução. 
Junto a isso, buscamos contribuir para que, no decorrer dos estudos, você 
possa analisar e criar o seu próprio mapa conceitual sobre as informações que 
norteiam a prática na gestão do serviço social, fazendo o exercício da relação 
teoria e prática. Portanto, sugere-se que você verifi que os assuntos aqui abordados 
e alinhe com a sua realidade profi ssional e/ou o que almeja desenvolver em sua 
prática, quando estiver inserido em algum espaço sócio-ocupacional. Assim, 
10
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
compomos um conjunto de possibilidades de abordagem do tema proposto nesse 
capítulo em que corrobora com os estudos a respeito da Prática de Gestão do 
Serviço Social. 
Fique atento e vamos juntos na busca pelo conhecimento e aprimoramento 
profi ssional. 
Bons estudos!
2 A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA 
ENQUANTO ELEMENTO 
FUNDAMENTAL NO PROCESSO DE 
GESTÃO SOCIAL
Ponderando a respeito da etimologia do termo ética, constatamos que esse 
vocábulo decorre do grego ethos que, na tradução para a Língua Portuguesa, 
ethos tem por signifi cado – costume. Assim, a Ética, enquanto procedimento, 
acena-se aos comportamentos em que os indivíduos seguem em diversos 
campos de relação e convívio em sociedade. 
Mencionar informações alusivas à ética é conjeturar a respeito de verifi cados 
procedimentos que dirigimos, sujeitos a vivermos e nos relacionarmos de modo 
coletivo, tendo como responsabilidade o bem-estar das relações e vivência em 
sociedade, pois carecemos ter princípios e valores de convívio, de forma que 
contenhamos uma vida que seja honrada, sob os pontos de vista físico, material e 
espiritual (CORTELLA, 2021a). 
Segundo Aranha e Martins (2009), ética é o ajuizamento a respeito de 
subsídios e princípios que embasam a vida moral. Essa ponderação nos orienta 
nas mais diversas direções, dependendo da percepção dos indivíduos seguida 
como ponto de partida. 
Para a reverência da vida moral, necessitamos abarcar que ela alude 
a propósito de um conjunto de preceitos, códigos e normas que são alocados 
na sociedade para que os habitantes da cidade tomem ciência e sigam essas 
normas para seu desenvolvimento em sociedade. 
Ainda, conforme Aranha e Martins (2009), a moral e ética, embora serem 
distintas, são habitualmente tratadas em conjunto, desse jeito, é fundamental 
avaliarmos a moral relacionada à ética. 
11
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Para abarcarmos a moral a partir do aspecto crítico, citamos as ponderações 
de Barroco (2010), que nos informa que a moral tem sua constituição no 
desenvolvimento da sociabilidade que contrapõe à exatidão prática de 
asseveração de determinadas leis e obrigações. 
Ainda, conforme Barroco (2010), a moral faz parte do processo de 
socialização dos sujeitos, reproduzindo-se por meio de culturas, tradições e 
hábitos, expressando valores e princípios sociais e culturais de uma determinada 
sociedade. 
FIGURA 1 – CARACTERÍSTICAS DA MORAL E DA ÉTICA
FONTE: A autora
Ainda, conforme Barroco (2010), a ética consente a elevação aos valores 
humano-genérico, como fi losofi a crítica, interfere indiretamente no acontecimento 
e contribui para a ampliação das aptidões ético-morais. Nessa cadência, Barroco 
(2009) nos recomenda que a ética, na arena da perspectiva crítica e social, é para 
além de a idealizar enquanto ciência e orientação. 
Além disso, nessa perspectiva, a ética é estimada enquanto práxis, isto 
é, tem a competência de abranger a condição do indivíduo a uma atitude com 
criticidade e refl exiva, com vistas a mudanças que se bancam imprescindíveis. 
Para confi rmar essa informação, buscamos em Lukács (2007) que 
profere que, com essa compreensão, a ética refere-se a respeito da prática 
social de homens e mulheres, em suas objetivações na vida cotidiana e em 
suas probabilidades de vinculação com as requisições éticas conscientes da 
genericidade humana. 
12
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Você sabe que existem três questões basilares que podemos 
nos bancar com relação aos nossos métodos de trabalho profi ssional 
e atitudes a fi m de aferir se estão em concordância com os princípios 
éticos?
De acordo com o professor e fi lósofo Mário Sérgio Cortella 
(2021a), a ética diz respeito a um conjunto de princípios que se 
destinam nortear nossos procedimentos em vários segmentos 
da vida em sociedade, por exemplo, nas relações interpessoais 
e intrapessoais, nos negócios, nas relações familiares, no âmbito 
profi ssional, seja na execução de algum serviço, programa ou projeto 
e, sobretudo, no âmbito da gestão social.
Assim, Cortella (2021b) defi ne que existem três perguntas 
básicas que cada sujeito pode se fazer para avaliar seus 
procedimentos diante das circunstâncias, sendo possível, a partir 
dessas perguntas, indagar-se de modo a ter uma autorrefl exão e 
poder adotar o procedimento mais coerente e ético a ser feito: 
Segue as perguntas básicas: Quero? Devo? Posso? 
Para aplicarmos essas três indagações, temos que pensarmos 
na seguinte circunstância: 
Imagine que você queira muito faltar ao seu dia de trabalho hoje, 
você pensa, será que devo fazer isso? Se eu fi zer, posso deixar 
usuários sem atendimento, sobrecarregar a colega de trabalho entre 
outras questões. Então diante disso, posso realmente ceder o meu 
querer em faltar ao trabalho?
A partir desse exemplo, podemos perceber que as três perguntas 
norteadoras que Cortella (2021b) difunde nos levou a uma refl exão 
ética de que se eu manter o meu querer a todo preço, poderei 
colocar em prejuízo o dia de trabalho de uma colega de equipe, 
também prejudicarei a vida das famílias e indivíduos que estavam 
aguardando para serem atendidos, podendo ocasionar outros 
transtornos, sobretudo com a gestão do serviço e/ou programa.
Por fi m, é importante ressaltar que nem tudo que quero, eu 
realmente posso; e que aquilo que eu penso que eu posso fazer, 
nem sempre eu devo fazer.
13
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Para aquecer o debate, consulte o TCC a seguir: Serviço social, 
ética e o compromisso profi ssional da autora Angélica Rodrigues 
Hoffmeister, apresentado ao Departamento de Serviço Social da 
Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
FONTE: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/
handle/123456789/103463/TCC%20-%20
ANG%c3%89LICA%20RODRIGUES%20HOFFMEISTER.
pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 25 abr. 2021.
Converse com sua equipe de trabalho e seus colegas de turma 
sobre a relevância da ética profi ssional para a prática profi ssional 
dos assistentes sociais em seus diversos espaços ocupacionais de 
atuação e quais são os desafi os encontrados perante uma conduta 
não balizada pela ética profi ssional.
Deste modo, podemos apreender que a ética se encontra em todas as 
instâncias da vida cotidiana e ela nos consente conjeturar a respeito de nossos 
comportamentos e tomadas de decisões, seja na vida profi ssional, no ambiente 
sócio-ocupacional de atual profi ssional, nas relações de amizade, afetiva, familiar, 
com os colegas de trabalho, entre outros aspectos. Não distintamente, a partir 
dessa apreensão,podemos avaliar a gestão social à lucidez da ética, suas 
opiniões e percepções. 
Para o serviço social, a ética tem um dos parâmetros para a desempenho 
de suas ações profi ssionais em qualquer âmbito de atuação profi ssional, a 
democratização da promoção, as informações por parte dos sujeitos atendidos, a 
emancipação humana, a autonomia, a viabilização e garantia de direitos.
De tal modo, podemos articular esses preceitos éticos com o conceito de 
gestão social lavrado por Gonçalves et al. (2015, p. 131), que nos dirige que a 
gestão social “envolve a articulação de garantia de direitos, a ampliação da noção 
de desenvolvimento social, o papel do Estado e a busca de um paradigma de 
gestão”. 
Ainda, segundo Gonçalves et al. (2015), advertem que a gestão social está 
em processo de incremento e procurando contornos para sua organização e 
reforçam que, para que realmente as ações empreendidas no âmbito da gestão 
14
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Para contribuir ainda mais com o seu conhecimento, deixamos 
como sugestão de leitura os seguintes livros:
BARROCO, M. L. Ética e serviço social fundamentos ontológicos. 
São Paulo: Ed. Cortez, 2010. 
RIOS, T. A. Ética e competência: questões da nossa época. São 
Paulo: Ed. Cortez, 1993.
social consigam concretude, é imprescindível considerar os indivíduos e grupos 
que são públicos prioritários das políticas sociais públicas.
Buscando embasar-se na perspectiva do princípio da equidade para se 
conseguir a igualdade de acolhimento a partir da totalidade social e econômica 
em que estão envolvidos, para que, portanto, a lógica da gestão social possa 
conseguir, de modo ético e político, as alterações e/ou mudanças mandatórias na 
condição de vida dessas pessoas e grupos. 
Conforme Barroco (2009), no procedimento de gestão social, princípios éticos 
é salutar abarcarmos os princípios sócio-históricos da ética como uma forma de 
ser socialmente determinado, tendo sua genealogia no artifício de autoconstrução 
do ser social. Por meio desse aspecto analítico sócio-histórico, entende-se que: 
O ser social surge da natureza e que suas capacidades 
essenciais são construídas por ele no seu processo de 
humanização: ele é autor e produto de si mesmo, o que 
indica a historicidade de sua existência, excluindo qualquer 
determinação que transcenda a história e o próprio homem 
(BARROCO, 2009, p. 20). 
De acordo com Barroco (2009), podemos compreender que os sujeitos 
humanos, em suas afi nidades, trazem uma objetividade sócio-histórica, portanto, 
pode-se assegurar que o ser humano enquanto um ser social são constituições 
sócio-históricas que se interdeterminam em seus procedimentos de composição. 
Quando avaliamos o ser humano em seu procedimento de evolução, 
apreendemos que a partir da ética, este irrompe com o padrão irrefl etido ofertado 
pela natureza e calha de andar em direção à edifi cação de si próprio, enquanto 
15
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
1 De acordo com Barroco (2010), a ética tem a capacidade de 
elevar a condição do sujeito a uma postura crítica, ainda, pode-se 
dizer que a ética tem relação com o cotidiano. A esse respeito, 
responda de que modo a ética pode auxiliar os homens em suas 
relações no cotidiano: 
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2 De acordo com Aranha e Martins (2009), ética e moral, mesmo 
sendo distintas, são comumente estudadas em conjunto. Já na 
perspectiva crítica, Barroco (2010) informa que a moral faz parte 
do procedimento de socialização. Sobre esse assunto, responda, 
objetivamente, de que forma a moral se reproduz na sociedade?
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
um novo sujeito (BARROCO, 2009). Assim, os indivíduos, a partir da ocasião 
que passa a se socializar, desenvolve intervenções e, igualmente, processos de 
mediações. 
Além disso, passa a ter conhecimento a respeito de si e lidar com ocorrências 
do cotidiano, que constitua-se nas relações afetuosas, amizades e do mesmo 
modo no âmbito das relações de trabalho, no incremento de suas atribuições e 
tarefas pertinentes a seu cargo e/ou profi ssão quer signifi que no atendimento 
direto à população e/ou nos processos da gestão social de serviços, programas 
ou ações desenvolvidas pelo terceiro setor. 
É fundamental também que as atividades a serem empreendidas sejam 
abalizadas pela ética, dirigindo todos os métodos de planejamento, determinação 
e execução das atividades pertinentes aos programas, serviços e projetos 
desenvolvidos no âmbito da gestão social.
16
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Destarte, podemos ponderar que quando citamos a respeito da gestão 
social e da sua prática profi ssional na contemporaneidade, desenvolvida por 
profi ssionais de Serviço Social, precisamos ter um desempenho ético que alcance 
romper com os padrões conservadores e tradicionais que incidiram especialmente 
a gestão pública durante décadas. 
Nada obstante, é imprescindível refl etir eticamente que a intervenção, a partir 
da gestão social, agencia um desempenho interligado, articulado e democrático. 
Por consequência, deve ser efi caz e que se balize nos princípios da 
equidade e da justiça social para acolher às demandas das distintas famílias e 
sujeitos de forma a contemplar a igualdade no acesso e oportunidade de serem 
acompanhados. 
Não obstante, precisamos lembrar que, na sociedade brasileira, as 
totalidades sociais, econômicas e políticas da contemporaneidade originam 
adulterações que acabam por afetar diretamente toda a sociedade. Desse modo, 
as políticas públicas sociais, em muitas ocasiões, são direcionadas de um modo 
que coloca o Estado mais ausente das demandas da sociedade, passando a 
comunicar da compreensão, das disposições e da prática destas políticas. 
Destarte, este debate assenta precedentes para o pensamento da 
intervenção além da dimensão ética, devendo ser pautado na perspectiva 
sociopolítica e profi ssional do Serviço Social na implementação, formulação e 
gestão das políticas sociais. Como assinala Iamamoto (2011, p. 79):
O assistente social é tido como profi ssional da participação, 
entendida como partilhamento de decisões, de poder. Pode 
impulsionar formas democráticas na gestão de políticas e 
programas, socializar informações, alargar os canais de dão 
voz e poder decisório à sociedade civil, permitindo ampliar sua 
possibilidade de ingerência na coisa pública. 
Ainda, conforme Iamamoto (2011), os profi ssionais de serviço social que 
atuam e/ou pretendem desenvolver sua prática social no domínio da gestão social, 
carecem se assentar em prol de desenvolver atos e atividades que agenciem a 
promoção dos sujeitos e grupos que, legitimamente, são público-alvo das ações e 
táticas em políticas públicas sociais, que apresentem esse compromisso fi rmado 
cotidianamente em sua prática profi ssional na gestão para que, por meio de seu 
desenvolvimento ético e político, nesse âmbito, possam encontrar-se cooperando 
para a mudança das demandas sociais que os usuários expressam no cotidiano 
das políticas públicas. 
17
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Que os profi ssionais contribuem ao socializarem informações 
que subsidiem a formulação/gestão de políticas e o acesso a 
direitos sociais; ao viabilizarem o uso de recursos legais em prol 
dos interesses da sociedade civil organizada; ao interferirem 
na gestão e avaliação daquelas políticas, ampliando o acesso 
a informações e indivíduos sociais para que possam lutar 
e interferir na alteração dos rumos da vida em sociedade 
(IAMAMOTO, 2011, p. 69).
Assim, asseguramos que,enquanto assistente social em desenvolvimento, 
sua prática no campo da gestão social é refl etir que essa prática profi ssional é 
demarcada pelo código de ética profi ssional da categoria. Isto é, necessita-se 
pautar-se nos princípios de uma gestão ética e comprometida com as demandas 
e interesses real da população de mandatária, oferecendo a elas, além do 
atendimento, as suas necessidades, que possam ser sujeitos de direitos, ou seja, 
dando suas opiniões, interrogando e participando dos procedimentos de decisão 
das ações desenvolvidas pelo poder público através das políticas públicas sociais, 
fortalecendo, assim, a emancipação e autonomia de cada um. 
É fundamental o reconhecimento da ética nos processos da 
gestão como princípio para uma intervenção crítica, visto que, a 
prática do serviço social na gestão necessita ser direcionada para a 
garantia de direitos que se consolida através das políticas públicas 
sociais e, deste modo, elemento ativo da obrigação do Estado. 
O Estado pautado na lógica do Estado mínimo não afi ança, 
em particular, aos grupos populacionais economicamente mais 
vulneráveis e/ou com renda escassa ou, até mesmo, que não possua 
qualquer tipo de renda, o acesso aos atendimentos disponíveis por 
meio dos programas e serviços de saúde, lazer, educação, cultura, 
moradia, assistência social e outras que não se constituem enquanto 
mercadorias.
Por essa razão, necessitamos reconhecer eticamente que a prática do serviço 
social, no campo da gestão, necessita ser de estilo crítico e interventivo perante 
as necessidades da população, em específi co buscando atender às demandas 
oriundas desses campos que se contornam como necessidade fundamental para 
uma vida com mínimos padrões de sobrevivência. 
Nesse compasso, é básico que a gestão assevera os direitos de fato daqueles 
que não possuem recursos de prover as suas necessidades fundamentais e, 
por essa razão, recorrem ao Estado para que tenham as suas necessidades 
atendidas. 
A prática do serviço 
social na gestão 
necessita ser 
direcionada para a 
garantia de direitos 
que se consolida 
através das políticas 
públicas sociais 
e, deste modo, 
elemento ativo 
da obrigação do 
Estado. 
18
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Desse modo, Gonçalves et al. (2015) confi rmam que a ação do Estado é, 
assim, primordial para que a sociedade tenha assegurada políticas públicas na 
perspectiva de direitos, estes abarcados como aquisição ou concessões de poder 
na gestão social. 
Nessa totalidade, a função do Estado, na gestão social, desponta-se cada 
vez mais fundamental, tendo em vista que, a partir dos anos 1980, o Governo 
Federal tem avivado a descentralização das políticas, em específi co as políticas 
sociais; descentralização esta que está relacionada à autonomia dos municípios, 
conforme a Constituição Federal de 1988. 
Nesse compasso, a gestão das políticas sociais, de acordo com Santos 
(2016), constitui a gerência e direção da ação pública, este exercício de gerir e 
administrar necessita avalizar a ascensão da sociedade a benefícios e serviços 
de caráter público. Para tanto, considerar a gestão das políticas sociais sugere 
referenciar a gestão de ações públicas como resposta às necessidades sociais 
que têm a gênese na sociedade e são agrupadas e sistematizadas pelo Estado 
em assinaladas esferas de poder. 
Portanto, faz-se indispensável analisar a gestão como fenômeno sócio-
histórico, isto é, compreendê-la como expressão de uma totalidade social, 
observando suas probabilidades e demarcações. Em outros termos, a gestão 
das políticas, programas e projetos sociais não se autonomizam dos contextos 
históricos em que se realizam. 
Outro fator preponderante é considerar que a prática de gestão em serviço 
social, necessita ser ininterruptamente na perspectiva do abarcamento da 
população, seja por meio de ações de consulta e/ou através dos mecanismos 
de controle social. Entretanto, deixamos evidente que a responsabilidade de 
implementar as políticas sociais e gerenciar a gestão em sua totalidade, necessita 
ser do Estado de forma crítica e contínua. Para confi rmar essa informação, 
Carvalho (1999, p. 25) nos orienta que: 
Há uma clara percepção de que os atores sociais e sujeitos 
coletivos presentes na arena política são corresponsáveis 
na implementação de decisões e respostas às necessidades 
sociais. Não é que o Estado perca a centralidade na gestão 
do social ou deixe de ser o responsável na garantia de oferta 
de bens e serviços de direito dos cidadãos, o que se altera é o 
modo de processar esta responsabilidade.
Santos (2016) adverte que, nessa totalidade, aludido por Carvalho (1999), a 
descentralização, o conhecimento, o fortalecimento da sociedade civil comprimem 
por disposições diligenciadas, por políticas e programas ponderados por fóruns 
públicos não estatais, em um implemento em parceria.
19
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Congregado a isso, Santos (2016) adverte e chama atenção para que os 
gestores assistentes sociais devam desenvolver suas práticas correspondentes 
para atuar na gestão pública, como administradores, potencializadores na 
aderência do projeto democrático de sociedade e de gestão que se almeja o 
gestor público, precisando ter capacidade teórico-metodológica, ético-política e 
técnico-operacional para considerar os movimentos da economia, da política, da 
sociedade e de seus grupos e sujeitos.
Na década de 1990, com uma reforma de Estado localizada na crise 
fi nanceira, incide um ajuste do Estado em apuradas esferas do atendimento à 
população, isto é, este reduz seu desempenho a determinados grupos, mesmo 
em relação a setores de sua responsabilidade, não única, todavia, fundamental, 
tais como: assistência social, saúde, emprego, habitação, educação entre outros 
(GONÇALVES et al., 2015). Não obstante, tem o princípio de universalidade, 
em que o Estado precisa cumprir para que as pessoas possam ter ascensão ao 
usufruto dos direitos sociais, civis, políticos, culturais e econômicos. 
Do mesmo modo, existe o reconhecimento de novos direitos, que nascem 
em cargo do movimento da sociedade, fazem-se presentes e comprimem, com 
mais ou menos força, o aparecimento de novas políticas e a ação do Estado. Essa 
atuação crítica pelos direitos se caracteriza tanto pela sua ampliação, fazendo 
menção aos direitos consolidados, quanto à luta pela sua universalização, 
aludindo para a necessidade de inclusão nesse exercício. 
De acordo Gonçalves et al. (2015), a universalização e ação de focalização 
das necessidades para a promulgação e efetividade de direitos, podem ser 
complementárias e não dicotômicas, perante os conceitos delineados. Gonçalves 
et al. (2015) indicam que pode haver uma inconsistência em relação à última, 
quando ela é empregada de feitio propositado e não de forma ética com as 
necessidades populacionais, isto é, enquanto um recurso e/ou estratégia para a 
redução de investimentos governamentais que, por sua vez, em determinadas 
conjunturas são transferidos para as responsabilidades individuais ou familiares. 
20
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
FIGURA 2 – ATRIBUTOS QUE SUBMERGEM UMA PRÁTICA EM SERVIÇO 
SOCIAL NA GESTÃO A PARTIR DA PERSPECTIVA CRÍTICA
FONTE: A autora
Perante o exposto, Carvalho (2014) confi rma que atuações desenvolvidas no 
domínio da prática de gestão do serviço social de maneira isolada, fragmentadas 
e pontuais não se aprimoram efi cazes e, ainda, podem contribuir para atitudes 
antiéticas, tendo em vista que esses atos, além de não respeitarem os processos 
de planejamento, não contemplam a totalidade social que envolvem os sujeitos e 
as famílias, assim como as necessidades do território. 
Quando a gestão contempla uma ação desconsiderando as necessidades 
sociais, econômicas em sua totalidade, torna-se apenas uma ação sem 
comprometimento ético e político com a práxis, ou seja,com a mudança que se 
faz necessária ser empreendida através das ações oriundas das políticas sociais. 
Destarte, para uma gestão atuar de maneira crítica e ética, é fundamental os 
gestores saberem utilizar os recursos institucionais em função dos interesses da 
população. Ter um conhecimento apurado na instituição e desenvolver análises 
institucionais que consentem apresentar a realidade institucional, objetivando 
alcançar os padrões de atenção na perspectiva da totalidade que envolve as 
necessidades e interesses da população. 
Portanto, os profi ssionais assistentes sociais gestores necessitam congregar 
seus princípios éticos profi ssionais aos princípios éticos norteadores da sociedade 
como um todo, daí a relevância de se conhecer em profundidade e considerar o 
projeto ético político da profi ssão. 
Ele, além de ser profi ssional, ou seja, que apresenta a imagem de uma dada 
categoria de profi ssionais, do mesmo modo, é um projeto societário, ou seja, está 
21
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
articulado com as demandas dos sujeitos e coletivos, mormente àqueles que 
padecem de diferentes formas de violência, opressão e múltiplas expressões 
da questão social, para que, assim, termos no procedimento de gestão, o 
desempenho de politizar e dar visibilidade aos interesses da população usuária no 
país de forma crítica e ética no exercício da função de gestor social (CARDOSO; 
FAGUNDES, 2013).
Nada obstante, Faleiros (2011) nos alerta que, na atualidade, é demandado 
mais de o gestor social ter uma atitude crítica perante as suas funções. 
Contudo, necessita desenvolver uma refl exão à luz da ética para agir de 
maneira democrática, crítica e propositiva, compreendendo o momento mais 
correspondente para prosseguir com suas ações, além disso, a necessidade 
momentânea de retroceder na sua tática institucional para poder repensar suas 
estratégias e refazê-las.
 Nesse sentido, passamos ao próximo tema, em que estudaremos sobre a 
relevância do emprego da pesquisa científi ca nos métodos de trabalho na gestão 
social, ponderando ser um instrumento junto às práticas do serviço social na 
gestão social. 
2.1 A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA 
CIENTÍFICA NOS PROCEDIMENTOS 
QUE FUNDAMENTA AS PRÁTICAS 
EM GESTÃO SOCIAL NO SERVIÇO 
SOCIAL
Neste subtópico, você terá o ensejo de estudar a respeito do conceito de 
pesquisa científi ca, as linhas teóricas usadas no âmbito das ciências sociais e 
humanidades, dando destaque para a abordagem teórica empregada no serviço 
social, abrangendo os procedimentos e os basilares autores. 
Vamos apresentar as pesquisas quantitativas, qualitativas e qualiquantitativas 
e identifi car suas características e funções sociais, reconhecendo a acuidade da 
pesquisa científi ca no campo da gestão social desenvolvida através da prática no 
serviço social. Ponderamos este debate enquanto basal para o serviço social.
22
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
A pesquisa e sua inclusão como estudo e prática social no serviço social 
foi considerada principalmente a partir dos anos de 1980, quando se começa 
a desenvolver pesquisas, a partir da inserção da disciplina no procedimento 
da graduação e, do mesmo modo, com a composição de programas de pós-
graduação em nível strictu sensu. 
Consideramos que prática profi ssional, em específi co aludindo sobre o 
serviço social, não se constituirão somente com um arcabouço de técnicas 
operacionais, por esse motivo, precisa apreender e aportar-se do conhecimento 
teórico e científi co para que possa ter condições de obter análises mais coerentes 
perante a realidade social vivenciada pelos indivíduos. 
Deste modo, faz-se indispensável desenvolver pesquisas sociais para 
se ter essa ciência real e, portanto, alcançar informações para elevação de 
transformações no campo da prática de gestão social no sentido de oferecer 
serviços e atendimentos que vão ao encontro das necessidades das pessoas e 
famílias que são públicos prioritários das políticas públicas sociais. 
Destarte, gostaríamos de explicitar a respeito do conceito que revolve a 
pesquisa científi ca, teorias do âmbito das ciências humanas e sociais, seus 
métodos de pesquisa e principais autores.
Contemos por compreensão de pesquisa científi ca uma ação fundamental 
que desempenha a função de averiguar, constatar e, por conseguinte, seus 
resultados possam fornecer elementos plausíveis a respeito de uma dada 
realidade que se buscou conhecer cientifi camente. Os procedimentos de 
pesquisa alcançam uma analogia entre o conhecimento teórico e metodológico e 
o moderniza perante o fato de que se apresenta no desenvolvimento da pesquisa 
em andamento (MINAYO et al., 2010).
Conforme Severino (2007), o conhecimento no sentido que abrangemos, 
presentemente, passa a existir a partir da Era Moderna da sociedade e surge 
com o desígnio de arguir e fazer críticas, ao modo que, até então, ajuizava-se a 
respeito de vários aspectos e da própria humanidade, esse modo era o metafísico. 
Através dele, confi ava que era plausível abarcar o cerne das difi culdades, 
puramente por meio da razão humana. Então, a partir do período do 
Renascimento e a Idade Moderna, passou-se a interrogar essa razão e chegou-
se à consideração de que “só podemos conhecer de fato os fenômenos, nunca as 
essências” (SEVERINO, 2007, p. 110). 
23
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DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Deste modo, ponderamos que toda pesquisa científi ca procede de uma 
conjuntura conexa a difi culdades da vida cotidiana e, igualmente, a partir das 
difi culdades observadas, acumula o arsenal de teorias, procedimentos e métodos 
para desenvolver a pesquisa e dar cumprimento a ela.
Em Demo (1993, p. 128), a pesquisa científi ca tem por conceito “[...] ser um 
diálogo crítico e criativo com a realidade, culminando com a elaboração própria 
e na capacidade de intervenção. Em tese, pesquisa é a atitude de “aprender a 
aprender” e, como tal, faz parte de todo o processo educativo e emancipatório”.
 Toda pesquisa científi ca, no âmbito das ciências sociais e humanas, parte 
de uma alocução para alcançar a compreensão a respeito da realidade social e, 
igualmente, a partir do que se foi crível ser verifi cado, requerer transformações que 
amparem na emancipação e desenvolvimento da capacidade de senso crítico dos 
indivíduos. Enfi m, Severino (2007, p. 110) diz que “a ciência é simultaneamente 
um saber teórico (explica o real) e um poder prático (maneja o real pela técnica)”. 
 Nessa cadência, a partir da compreensão de pesquisa 
científi ca, temos por informação que foi na Era da Modernidade, 
mais exatamente a partir do século XIX, que nasceram as ciências 
humanas e, em sua constituição, foi desenvolvido o primário método 
de pesquisa no campo das ciências humanas e sociais – Positivismo. 
Essa corrente teórica, no princípio, tem por extensão os métodos e 
conceitos da matemática e da física para apresentar elucidações a 
respeito da realidade social vivenciada pelas pessoas e grupos. 
Assim sendo, conforme Minayo et al. (2010), essa teoria tem 
como método, regressar-se para o desenvolvimento de pesquisa 
quantitativa e se adaptar fundamentar aos seguintes princípios: 
a) O mundo social opera de acordo com leis causais.
b) O alicerce da ciência é a observação sensorial.
c) A realidade consiste em estruturas e instituições identifi cáveis 
“a olho nu” de um lado e crença e valores de outro. Essas duas 
ordens de coisas se relacionam para fornecer generalizações 
e regularidades.
d) São reais para as Ciências Sociais positivistas os “dados 
visíveis e identifi cáveis”. [...] 
e) Os dados recolhidos da realidade empírica das estruturas 
e instituições são sufi cientes para explicar a realidade social 
(MINAYO et al., 2010, p. 22-23).
Com a evolução da sociedade e a complexidade que se exibe a vida humana, 
o positivismocomeça a evidenciar uma certa escassez de subsídios para alcançar 
Mais exatamente a 
partir do século XIX, 
que nasceram as 
ciências humanas e, 
em sua constituição, 
foi desenvolvido o 
primário método 
de pesquisa no 
campo das ciências 
humanas e sociais – 
Positivismo. 
24
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
o fornecimento de elementos para se ter apreensão sobre uma dada realidade. 
Nesse ritmo, os fi lósofos, sociólogos, entre outros, foram implementando outro 
processo de pesquisa, todavia, sem se abdicar totalmente das normas do 
Positivismo, passando a existir o Funcionalismo (SEVERINO, 2007). 
O método de pesquisa no Funcionalismo se ancora no conhecimento 
biológico para abarcar as formas de organização cultural e social. Isto é, ressalta-
se a sociedade humana pelo prisma de que essa disposição é organizada em 
partes e que cada uma dessas partes necessita funcionar harmonicamente para o 
bem-estar de todo o mecanismo da sociedade. 
Afi nal, toda atividade cultural e social precisa ser funcional, ou seja, necessita 
ter uma alguma colocação na sociedade, esboçando seus procedimentos e 
explicitando suas articulações no centro da sociedade. 
FIGURA 4 – PRINCIPAIS CORRENTES TEÓRICAS DO CAMPO DA PESQUISA 
CIENTÍFICA, NA ÁREA DAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
FONTE: A autora
No que diz respeito à Fenomenologia, é uma teoria que se alude a uma 
experiência elementar do conhecimento. Ou seja, seu método de pesquisa busca 
entender os acontecimentos através de sua condição inédita de fenômenos 
legítimos. Severino (2007) nos afi rma que o fenômeno se desponta em sua 
originalidade quando a relação sujeito/objeto se “reduz” à relação dicotômica. 
Apresentamos, a partir desse parágrafo, outra corrente teórica que 
tem relevo nas ciências humanas, o Estruturalismo, que igualmente à teoria 
Funcionalista, deriva da teoria Positivista. Nesse método, sua basilar hipótese é 
que a coletividade se confi gura a partir de múltiplos jogos de interesses, além de 
aversões, carências e pertencimentos, e que, juntas, essas questões confi guram 
o arcabouço da sociedade.
25
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Você sabe o que signifi ca a práxis humana no método marxista?
Vázquez (2011, p. 222) nos informa que se trata de ser “[...] a 
atividade propriamente humana apenas se verifi ca quando os atos 
dirigidos a um objeto para transformá-lo; iniciam-se com um resultado 
ideal, ou um fi m, e terminam com um resultado efetivo, real”.
O que o autor quer nos dizer é que, para cada atividade de práxis 
humana, o ser humano necessita ter um propósito, ou seja, uma 
fi nalidade que o guia, que o direciona a fazer aquela determinada 
atividade. Assim, a partir do desenvolvimento dessa atividade, consiga-
se alcançar um resultado real e concreto de transformação da realidade. 
FONTE: VÁZQUEZ, A. S. Filosofi a da práxis. São Paulo: Ed. 
Expressão popular, 2011.
Ainda, de acordo com as normas, o método Estruturalismo orienta que a 
estrutura da sociedade pode, em verifi cada parte dela, suportar mudanças e, por 
sua vez, isso pode culminar em mudanças da estrutura da sociedade em sua 
totalidade. 
Finalmente, o Marxismo, com seu arcabouço teórico – Materialismo Histórico 
Dialético –, considera a historicidade dos procedimentos sociais, a condição social 
e econômica, além das contradições sociais que há na sociedade.
Enquanto um método de pesquisa propõe a abordagem 
dialética, [...] visto que aglutina a proposta de analisar os 
contextos históricos, as determinações socioeconômicas dos 
fenômenos, as relações sociais de produção e de dominação 
com a compreensão das representações sociais (MINAYO et 
al., 2010, p. 24).
No materialismo histórico e dialético, a apreensão é de que a teoria não pode 
ser idealizada apartadamente dos acontecimentos diários da prática profi ssional. 
Nesse compasso, esse método prioriza a práxis humana, ou seja, qual o legítimo 
sentido e fi nalidade que se almeja ao examinar e analisar apurada expressão da 
questão social. 
Contudo, essa fi nalidade de pesquisa, a partir da práxis, só tem exata 
importância e sentido quando se está comprometida com a mudança social da 
vida das pessoas na sociedade. 
26
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
FIGURA 5 – BASILARES TEÓRICOS RESPONSÁVEIS PELAS BASAIS 
TEORIAS EMPREGADAS NO ÂMBITO DA PESQUISA SOCIAL
FONTE: A autora
27
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DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
3 Minayo et al. (2010) informa que a pesquisa na perspectiva científi ca 
tem um papel importante. Qual é esse papel e sua relevância na 
sociedade? 
R.: ______________________________________________________
______________________________________________________
4 Com a evolução da sociedade moderna e das Ciências Sociais e 
Humanas, os pesquisadores começam a perceber que o positivismo 
já não estava dando conta de responder às questões inerentes 
à vida humana em sociedade. Eles desenvolvem outro método de 
pesquisa denominado de funcionalismo e, sem se abdicar totalmente 
dos preceitos positivistas, o funcionalismo se apropria de outra área 
do conhecimento. Desse modo, apresente qual é essa outra área 
do conhecimento em que a corrente funcionalista se apropria para 
desenvolver o seu método de pesquisa?
R.: ______________________________________________________
______________________________________________________
Nesse compasso, iremos, a partir de então, apresentar as propriedades e 
funções sociais das pesquisas qualitativa, quantitativas e qualiquantitativas.
Sendo assim, a respeito das características da pesquisa qualitativa, 
informamos que esta vem, em seu repertório de funções, contestar questões 
pertinentes à realidade social, exercendo atividades de modo a exibir implicações 
que não carecem ser exclusivamente quantifi cados. A funcionalidade dessa 
pesquisa está no compasso de trabalhar com o universo dos motivos, acepções, 
aspirações, crenças, valores, necessidades, experiências; entre diversos assuntos 
de ordem mais subjetiva. 
É importante ressaltarmos que, quando se iniciou as pesquisas nas ciências 
sociais, a partir do método positivista, a compreensão do sujeito homem era 
considerado como um objeto genuinamente natural; desse modo, esse método de 
desenvolver pesquisa não ponderava aspectos basilares da qualidade de vida e 
Nada obstante, avaliamos ser conexo o conhecimento a respeito das 
basilares teorias com seus relativos métodos, entretanto, salientando que, no 
âmbito da prática do serviço social, o posicionamento teórico se desenvolve a 
partir do materialismo histórico dialético. 
28
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
desenvolvimento do sujeito (SEVERINO, 2007). As pesquisas de base positivistas 
são de ordem quantitativa, o que destoa completamente das características da 
pesquisa qualitativa que podemos observar anteriormente. 
Destarte, de acordo com Severino (2007), queremos informar que existe uma 
gama de metodologias de pesquisas qualitativas que podem ser empregadas no 
âmbito da prática do serviço social na gestão. Para tanto, trazemos, na Tabela 1, 
as metodologias que se qualifi cam nesse bojo e que são correspondentes ao seu 
emprego no campo das ciências humanas e sociais:
TABELA 1 – PESQUISAS QUALITATIVAS
TIPOS DE PESQUISAS CLAS-
SIFICADAS COMO PESQUISA 
QUALITATIVA
CARACTERÍSTICAS DAS PESQUISAS
Pesquisa participante Nessa abordagem, o pesquisador se coloca 
em uma postura de identifi cação junto aos su-
jeitos pesquisados, interagi com eles, observa 
suas manifestações e as registra. 
Estudo de caso Esse tipo de pesquisa se concentra em estudar 
um caso em específi co e que venha represen-
tar várias outras circunstâncias semelhantes. 
Análise de conteúdo Realiza análise de informações sob o modo 
de discursos pronunciados em distintas lingua-
gens como:gestuais, orais, escrito e imagens. 
Busca compreender o que está oculto nessas 
linguagens. 
Pesquisa ação É um tipo de pesquisa que tem por fi nalidade 
desenvolver uma mudança na situação pesqui-
sada. 
Pesquisa etnográfi ca Estuda o cotidiano com suas diversas situ-
ações, modos de vida, crenças, organização 
de um determinado grupo. 
Pesquisa bibliográfi ca Apropria-se de documentos já desenvolvidos 
por outros pesquisadores como: artigos, teses, 
dissertações, livros etc.
Pesquisa documental Essa metodologia de pesquisa se apropria de 
documentos como: fi lmes, matérias de jornais, 
documentos legais entre outros para desen-
volver sua análise e compreensão acerca do 
objeto que esteja estudando.
Pesquisa de campo Envolve estudos descritivos e analíticos da 
situação pesquisada, esta pesquisa ocorre no 
meio em que o pesquisado vive/convive e não 
há intervenção por parte do pesquisador. 
Pesquisa exploratória É o momento em que o pesquisador realiza um 
levantamento apurado de informações acerca 
do objeto pesquisado. 
29
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DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Pesquisa explicativa É um tipo de pesquisa que desenvolve regis-
tros, analisa os fenômenos estudados obje-
tivando entender o que foi o motivo causador 
desses fenômenos e essa explicação se dá 
tanto através de métodos quantitativos quanto 
o uso das outras abordagens qualitativas. 
FONTE: Adaptado de Severino (2007)
Existem alguns sites acadêmicos que reúnem publicações de 
artigos acadêmicos de várias revistas eletrônicas acadêmicas, dentre 
eles, deixamos como indicação o site da Scielo: https://scielo.org/
Por fi m, a pesquisa qualitativa, para Baptista (1999), consente ao pesquisador 
avaliar os fenômenos analisados a partir do aspecto histórico e holístico. A autora 
também assevera que, sem exceção, todos os fenômenos analisados têm 
relevância e acuidade dos seus signifi cados até “o silêncio é considerado um 
dado” (BAPTISTA, 1999, p. 38). 
Adentraremos com informações a respeito da pesquisa quantitativa após 
conhecermos a respeito da pesquisa qualitativa. Desse modo, Martinelli (1999) 
alude a respeito da pesquisa quantitativa, mencionando que esta se assinala pela 
adoção de uma tática de pesquisa desenvolvida nas ciências naturais e exatas e 
repousa em observações empíricas. 
Esse tipo de pesquisa está conexo à teoria positivista, seu procedimento 
metodológico de pesquisa se aporta das técnicas que apresentam objetividade e 
neutralidade no procedimento do item pesquisado. Para assegurar tal informação, 
Baptista (1999, p. 34) assevera que “a realidade é exterior ao indivíduo e a 
apreensão dos fenômenos é feita de forma fragmentada”. 
Nesse tipo de pesquisa, cabe ressaltar que os dados apurados são estudados 
como coisas completamente isoladas do meio social e/ou realidade. A coleta de 
dados é organizada de modo linear e acumulativo e todo o procedimento analítico 
se desenvolve fazendo o emprego apenas de uma lógica hipotético-dedutiva com 
o apoio de estatísticas. 
30
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Podemos citar como principal metodologia de pesquisa quantitativa, a 
pesquisa experimental, que o próprio nome já diz ao que ela se refere, isto é, 
desenvolve ações experimentais com o objeto pesquisado. Martinelli (1999) alerta 
para o caso de que se examina com esse tipo de pesquisa no âmbito das ciências 
humanas, não são exclusivamente os números, entretanto, o aporte teórico que 
apresenta uma limitação de expandir as análises e percepções do objeto avaliado. 
Nas literaturas a respeito de pesquisas na área social, é trivial constatarmos 
em determinados autores, como André (1991), Chizzotti (1991), Martinelli (1999) 
e Severino (2007) que as atinentes pesquisas não podem ser estudadas de forma 
fragmentada e, especialmente, como adversárias umas às outras. 
De acordo com André (1991), ela se aporta dos termos quantitativos e 
qualitativos para abalizar as tipologias de procedimentos de pesquisa e se aporta 
de designações mais acertadas para originar o tipo de pesquisa, por exemplo, a 
experimental, que emprega procedimentos de pesquisa quantitativas e a pesquisa 
participante, que usa técnicas da pesquisa qualitativa.
É corriqueiro, no emprego de pesquisa qualitativas, o profi ssional pesquisador 
precisar recorrer à pesquisa quantitativa e seus procedimentos para abarcar 
empiricamente a circunstância estudada e a quantifi cá-la para avaliar melhor a 
ocasião estudada (MARTINELLI,1999). 
Para se compreender dados relacionados ao genocídio da 
população jovem negra e periférica brasileira, faz-se necessário 
recorrer à pesquisa quantitativa para compreender as estatísticas 
que se registram essa quantidade de jovens que morrem e, assim, 
verifi car a faixa etária com mais incidência, qual a Unidade Federativa 
que mais apresenta índice de mortalidade entre outros.
Nesse ritmo, com esses elementos quantifi cados, o pesquisador irá ponderar 
articulando com métodos selecionados da pesquisa qualitativa para apreender 
subjetivamente os acontecimentos que estão envolvidos nessa circunstância. 
Assim, podemos assegurar o emprego da pesquisa qualiquantitativa, isto é, 
bancando uma articulação entre a pesquisa qualitativa e quantitativa sem recusar 
31
FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
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 Capítulo 1 
uma à outra, e, acopladas, podem ser usadas adequadamente e colaborar de 
maneira satisfatória no assunto estudado. Portanto, Baptista (1999, p. 40) acena 
que: 
Desse modo, o debate deixa de se caracterizar pela oposição 
e pela coexistência pacífi ca das abordagens, para se construir 
em uma atitude de compatibilidade mútua. Conclui-se que 
o recomendável seria uma aproximação maior com vários 
métodos e as suas contribuições para o campo temático que 
se deseja pesquisar. 
Destarte, Martinelli (1999) pronuncia que necessitamos abranger essas 
pesquisas não como adversárias, mas como importantes metodologias de 
pesquisa que contribuem para uma complementaridade no âmbito da pesquisa 
social. Assim, a utilização de metodologias de pesquisas, quer seja quantitativa e/
ou qualitativa ou as duas de modo articulado, necessita ser respeitado, mormente, 
a natureza e os desígnios esboçados para a pesquisa e como o pesquisador 
almeja desenvolver os estudos de sua análise. 
Apreendendo, por fi m, que são processos de pesquisa que têm sua 
importância pendendo da natureza do objeto, no fato das ciências sociais 
e humanas, quando empregadas juntas, cooperam para uma apropriada 
articulação dos conceitos analisados e se completam para um bom resultado do 
fato examinado. 
No que diz respeito à pesquisa científi ca nos processos da prática do 
serviço social, especifi camente na gestão, para que possibilitem a construção de 
conhecimento acerca de um saber com relação ao desenvolvimento de ações 
arroladas aos serviços, programas e projetos de políticas públicas, tem suas 
exigências próprias no que tange às informações que se pretende alcançar, para 
que, assim, a gestão consiga compreender como está o desenvolvimento das 
ações e se essas atividades estão condizentes com a mudança que se espera 
alcançar na vida da população.
A pesquisa é defi nida, segundo Barros e Lehfeld (1999, p. 30), “como uma 
forma de estudo de um objeto. Estudo sistemático e realizado com a fi nalidade de 
incorporar os estudos obtidos em expressões comunicáveis e comprovadas aos 
níveis do conhecimento obtido”. 
Além do mais, a pesquisa pode apresentar por signifi cado, conforme 
Demo (1993), ser a categoria de consciência crítica e compete quanto subsídio 
imperativo de todo parecer para ações que visam à emancipação. Não se trata 
em copiar a realidade, todavia, reconstruí-la de acordo com os interesses e 
esperanças de quem se encontra usando-a para determinado fi m. 
32
 Fundamentos de Gestão em Serviço SocialA pesquisa científi ca ainda acena a propósito da competência de desenvolver 
conhecimento correspondente à compreensão de determinado fato e conjuntura 
social. Sendo assim, para corroborar com essa afi rmação, Morin (2000, p. 14) 
alude que “O conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade 
primeira, que servirá de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro 
e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana. Trata-se de armar 
cada mente no combate vital rumo à lucidez”. 
Deste modo, a pesquisa se aponta como a combinação da ação de pesquisar, 
avaliar, compreender e conhecer os fenômenos, deixando de lado o olhar 
raso e superfi cial, estruturado a partir de espectros imprudentes e imediatistas 
(MARQUES; RAMALHO, s.d.). 
Por consequência, pesquisar é procurar com espessura respostas às 
precisões da gestão social, de modo a se reinventar e aprimorar-se para se 
retornar à população com serviços, projetos que considerem concretamente 
suas necessidades e, desse modo, estas ações planejadas pela gestão possam 
considerar os resultados das pesquisas e desenvolver as estratégias de 
atendimento que verdadeiramente promoverá uma mudança necessária na vida 
das pessoas e do território em que estão inseridos. 
Mais do que unifi car a teoria e a prática, ao lado do método de pesquisa em 
que irá empregar e/ou qual tipo de pesquisa e quais técnicas irá se ancorar, é 
indispensável ter uma intencionalidade a respeito do que se ambiciona examinar, 
além do mais, o profi ssional que desenvolve a pesquisa no campo da gestão social 
necessita ter ciência cercada pela realidade ininterruptamente na perspectiva da 
totalidade social. Deve-se observá-la atenciosamente, porque é “a partir da qual 
emergem possibilidades concretas de intervenção: procura um saber abrangente 
e crítico para construir um saber-fazer também crítico e abrangente” (BAPTISTA 
2006, p. 71).
No Brasil, Silva (2012) nos indica que o desenvolvimento de pesquisas no 
campo da gestão, especialmente pertinente a análises de programas sociais, 
desenvolveu-se, mais exatamente, a partir da década de 1980, época que 
delimita um período histórico da luta contra o Regime Ditatorial Militar, que tinha 
se instalado no Estado brasileiro na década de 1960, mais precisamente no ano 
de 1964. 
Desse modo, desde então tem sido empregado pesquisas na gestão de 
programas sociais, porém, aprimorando-se, tanto que, na contemporaneidade, o 
que recomendamos para ser empregada nesse contexto de gestão é mais crível o 
uso da pesquisa qualitativa e se utilizando de metodologias que possam abranger 
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FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
os indivíduos para constituição de informações mais verdadeiras perante a 
realidade. Precisamos ressaltar também que, quando se volta às avaliações, 
cuidar atentamente para o viés avaliativo que a pesquisa deve assumir. A respeito 
desse aspecto: 
Contrapõe-se à objetividade da ciência positiva, mas requer 
esforço de objetivação na relação do avaliador com a realidade 
social e com os sujeitos que participam do processo de 
avaliação; fundamenta-se em valores e no conhecimento da 
realidade; valoriza a análise crítica da política ou programa 
social; busca compreender os princípios e fundamentos 
teórico conceituais que orientam a política ou programa 
avaliado; considera os interesses e procura envolver os 
diferentes sujeitos no processo da política ou programa; 
fundamenta-se em valores e concepções sobre a realidade 
social, partilhados pelos sujeitos da avaliação; contrapõe-se 
à ideia de neutralidade, não percorrendo um caminho único, 
e considera os resultados da avaliação como uma versão 
parcial da realidade, posto ser as realidades historicamente 
construídas e dotadas de um caráter relativo e temporal; 
considera a política ou programa como decorrência de vários 
fatores: ação de sujeitos, especifi cidades das conjunturas, 
condições fi nanceiras, materiais e elementos culturais 
envolvidos; situa a política social na relação com o Estado e 
a sociedade; considera que toda avaliação é desenvolvida 
num contexto de sujeitos e interesses; nunca é consensual ou 
defi nitiva. [...] (SILVA, 2012, p. 224). 
Ressaltamos que o conhecimento necessita ser assentado a ofício das lutas 
sociais dos grupos estimados mais subalternos e vulneráveis das sociedades. 
Outro assunto relevante a ser tratado é o emprego da devolução do conhecimento 
adquirido para os usuários, para que possam saber qual foi o resultado de 
toda a pesquisa e avaliação desenvolvida com eles e o que esse resultado 
apresentará posteriormente àquele determinado grupo e/ou território; desse 
modo, asseveramos ser proeminente essa prática no uso da pesquisa científi ca 
com vistas à avaliação no âmbito da gestão social (SILVA, 2012). 
Com o objetivo de contribuir ainda mais com a ampliação do 
conhecimento sobre a relevância da pesquisa científi ca no campo 
da gestão, colaborando com os profi ssionais no desenvolvimento 
de sua prática ao analisar as demandas reais dos usuários para 
pensar e planejar ações comprometidas com a transformação social, 
deixamos, aqui, duas indicações de leitura:
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 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
CARVALHO, M. do C. B. Gestão social e trabalho social: desafi os e 
percursos metodológicos. São Paulo: Cortez Editora, 2014.
SILVA, M. O. S. Construindo uma proposta metodológica participativa 
para desenvolvimento da pesquisa avaliativa: uma contribuição da 
teoria crítica para a prática do Serviço Social. Revista Textos & 
Contextos, Porto Alegre, v. 11, n. 2, p. 222-233, 2012.
Portanto, o desempenho político da avaliação de programas sociais é a 
linha condutora que dirige a equipe de profi ssionais que adotam a função de 
avaliadores quando empregam a pesquisa científi ca enquanto ferramenta para 
auxiliar a prática na gestão. Por consequência, a esses profi ssionais, Silva (2012) 
informa que compete desenvolver uma metodologia de pesquisa participativa 
para pensar e realizar a investigação social, logo, a prática avaliativa. 
Por conclusão, os profi ssionais no ato do desenvolvimento de sua prática 
em serviço social na gestão, devem se comprometer com o desenvolvimento 
da pesquisa científi ca enquanto constituição da informação, bem como tecer 
refl exões críticas da realidade que abarca a vida dos sujeitos. Igualmente, a 
respeito dos serviços, programas e projetos sociais, analisando o que é possível 
aprimorar e/ou implantar para corroborar com as demandas reais da população. 
Finalmente, inserido nos espaços sócio-ocupacionais, desenvolvendo sua 
prática enquanto assistente social na gestão, permita-se agregar, em seu fazer 
profi ssional, a pesquisa com suas metodologias e técnicas para analisar o 
desenvolvimento das ações dos projetos, programas e serviços em execução. 
Nesse compasso, seguimos para o próximo subtítulo, em que abordamos sobre 
o procedimento da avaliação social de programas, projetos e serviços no domínio 
da prática de gestão do serviço social. 
2.2 O PROCEDIMENTO DA 
AVALIAÇÃO SOCIAL DE PROGRAMAS, 
PROJETOS E SERVIÇOS NO ÂMBITO 
DA GESTÃO SOCIAL 
Para compreendermos a respeito da relevância da sistematização de 
avaliação social na prática do serviço social no campo da gestão social, é 
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DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
importante apreendermos de onde ela se deriva, ou seja, trata-se de um 
procedimento ancorado no campo da pesquisa e se dirige especifi camente para 
avaliar os processos sociais e como resultados apresentar possibilidades de 
intervenções e/ou aprimoramento das ações desenvolvidas. 
Assim, com relação ao conceito defi nido por pesquisa avaliativa, 
podemos entendê-la enquanto aplicação ordenada de metodologias 
procedentes das ciências sociais para impetrar análises a respeito 
dos programas, serviços e/ou projetosde intervenção social. 
Considerando as bases teóricas, o método operacional e a sua 
implementação e, consequentemente, sua execução, devendo fazer 
interconexão com a totalidade no qual os compõem.
Segundo Minayo (2005), que tem relevante contribuição na área 
de pesquisa avaliativa e qualitativa, ela tem por conceito de avaliação, 
enquanto conjunto de ações técnico-científi cas e operacionais, 
que procuram conferir valor de efi ciência, efi cácia e efetividade a 
procedimentos de intervenção em sua implantação, implementação e 
resultados. 
De acordo com Gomes (2010), na análise, o propósito é ir além do que está 
descrito, fazendo uma decomposição dos dados e buscando as relações entre o 
que foi planejado e o que de fato foi executado. 
A avaliação social, enquanto um procedimento, tem como escopo avaliar as 
atividades desenvolvidas no campo da gestão social de programas, projetos e 
serviços pertencentes à esfera governamental quanto aqueles que são elaborados 
e desenvolvidos enquanto estratégias do 3º setor. 
Nesse sentido, consideramos que a avaliação enquanto estratégia possui 
ampla relevância no centro da prática do serviço social na gestão social, porque 
tem por desígnios, consignação de subsídios para avaliar e apresentar resultados 
que servirão de base para melhor aprimoramento e/ou planejamento para 
implantação de novas ações em prol da população usuária. 
A avaliação ainda se compromete com o desenvolvimento e o aprimoramento 
de estratégias de intervenção no caso, ou seja, ela precisa ser adequada para 
indicar algo à referência da política que está sendo analisada. Sendo desenvolvida 
de forma crítica, corrobora com o empoderamento, elevação social e incremento 
institucional. 
Assim, com relação 
ao conceito defi nido 
por pesquisa 
avaliativa, podemos 
entendê-la enquanto 
aplicação ordenada 
de metodologias 
procedentes das 
ciências sociais para 
impetrar análises 
a respeito dos 
programas, serviços 
e/ou projetos de 
intervenção social.
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 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Se você quiser conhecer mais sobre avaliação social e como 
desenvolvê-la no âmbito da prática do serviço social na gestão, 
indicamos a leitura do livro Avaliação de políticas e programas 
sociais: teoria e prática.
FONTE: SILVA, M. O. da S. e. Avaliação de políticas e programas 
sociais: teoria e prática. (Orgs.). São Paulo. Ed. Veras. 2001.
Ela ainda auxilia para a sedimentação dos processos de gestão pautado na 
democratização da atividade pública, bem como para o atendimento condizente 
com a realidade de grupos socialmente excluídos, para a prática institucional e 
fortalecimento das instituições. 
De acordo com Arreaza e Moraes (2010), os aspectos dos díspares atores 
enredados no programa Serviço ou Projeto, as táticas de pesquisa avaliativa 
podem desdobrar-se na análise estratégica de implantação, de desempenho e 
dos efeitos das ações. O profi ssional que realizar a pesquisa avaliativa necessita 
concluir o seu trabalho, ancorando-se nas informações que foi crível ser angariado 
e que será empregado no andamento da análise e tabulação das informações.
Deve articular todas elas com os desígnios e fi nalidades que foram delineados 
no momento do planejamento dos respectivos serviços, programas e projetos 
avaliados para que possa, frente aos resultados alcançados de toda a avaliação 
desenvolvida, alcançar a tomada de decisão para uma reconfi guração das ações, 
aperfeiçoamento, continuação, ampliação das ações entre vários outros aspectos 
que a equipe de responsável pelas análises possam defi nir. 
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DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
5 A avaliação, como técnica e estratégia investigativa, é 
considerada como um processo sistemático para verifi car se 
os serviços, programas e projetos estão sendo desenvolvidos 
conforme foram planejados. Sendo assim, essa técnica tem um 
objetivo específi co delimitado. Qual objetivo corresponde a essa 
técnica investigativa da avaliação?
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
6 Cada avaliação desenvolvida deve ser permeada por três 
elementos fundamentais que se manifestam com distintas 
magnitudes. Sendo assim, descreva quais são esses três 
elementos basilares que devem compor a avaliação no momento 
de seu desenvolvimento:
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
FIGURA 6 – PESQUISA AVALIATIVA
FONTE: A autora
Ainda, para Arreaza e Moraes (2010), o campo da avaliação acolhe uma 
variedade de possibilidades de recortes da realidade, bem como modos de defi nir 
tipos de abordagens e extensões para as práticas avaliativas que conjeturam, em 
apurado coefi ciente, as escolhas teóricas e pontos de vista dos múltiplos atores. 
38
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Todavia, necessitamos lembrar que, segundo Muller e Surel (1998 
apud BOSCHETTI, 2009), o procedimento de pesquisa para averiguar o 
desenvolvimento de atos de programas, serviços e projetos sociais não se iniciou 
como pesquisa avaliativa de modo crítico e analítico abrangendo a totalidade, 
mas com incremento de um potente arsenal de metodologias e procedimentos 
de avaliação, insurge, nos Estados Unidos na década de 1960, como um 
experimento de acomodar técnicas operacionais de aferição das ações previstas 
nos programas, projetos das políticas públicas sociais, com o desígnio de oferecer 
elementos de averiguação idênticos a um receituário como algo simplesmente 
funcional e tecnicista sem nenhum parâmetro crítico e social. 
Gomes (2001, p. 19) confi rma com esse conhecimento que esse tipo de 
método funcionalista de avaliação:
Privilegia basicamente a análise e mensuração dos objetivos 
previstos. inscreve-se na mais pura tradição tecnocrática, 
sempre em busca de modelos de intervenção na realidade’ 
nesse primeiro momento, essas propostas de avaliação se 
caracterizavam por uma preocupação, excessiva com os 
instrumentais técnicos e metodológicos desconsiderando os 
aspectos políticos envolvidos na questão. 
Essas técnicas de verifi cação foram constituídas para afi rmar o quanto os 
governos políticos eram capazes e excelentes no todo de uma economia de 
mercado. Ainda, segundo Gomes (2001), esse tipo de método de avaliação para 
programas e políticas sociais descrito anteriormente, desconhece por inteiro a 
realidade social vivenciada pelos indivíduos e grupos mais vulneráveis e se destina 
a acatar interesses e expectativas dos grupos pertencentes a elite fi nanceira, 
econômica e política de cada país. 
Ponderamos ainda que essa tipologia de aferição, com a fi nalidade 
de avaliação, desconsidera a questão política que está conectada à ação, 
contribuindo para a permanência dos problemas sociais já existentes, o que 
colabora para a ampliação da exclusão e, por conseguinte, gera a desigualdade 
social, uma vez que, não agencia avaliações que de fato irão se comprometer com 
as transformações que são imprescindíveis (GOMES, 2001). 
Nesse compasso, de acordo com Boschetti (2009), a utilização de um 
contíguo de processos e técnicas avaliativas, com anuência de criticidade em 
respeito ao preceito e função do Estado e das políticas sociais no enfrentamento 
das desigualdades sociais, levou a um amplo número de produções teóricas sobre 
a avaliação, com ênfase muito mais na aferição e desempenho das intervenções 
técnicas e apáticas do Estado, do que interessadas de fato em despontar suas 
funções na produção e reprodução das desigualdades sociais. 
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FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
Na abordagem metodológica da pesquisa avaliativa, 
ininterruptamente relevante, os profi ssionais compreenderamque ela 
se dedica a determinados assuntos basilares e que solicita atenção 
destes: 
• aferir a efetividade da intervenção das ações desenvolvidas junto 
aos indivíduos e grupos usuários das políticas, projetos e serviços 
sociais; 
Desse modo, podemos apreender que os estudos de caráter mais 
operacional e tecnicista se fi xam puramente em categorizar o estilo pelo qual 
precisa ser desenvolvido a avaliação de políticas e programas sociais. Isto é, 
conforme seu desígnio e aferindo as decorrências exclusivamente enquanto uma 
atividade efetiva, efi caz e/ou efi ciente, desconsiderando o conjunto que submerge 
as conjunturas em que são envolvidas as pessoas e grupos atendidos nas ações 
oriundas de projetos, serviços e/ou programas sociais.
Sob o ponto de vista metodológico, essas abordagens teóricas mais 
tradicionais adotam um procedimento em sequências que abordam as políticas 
sociais como um conjunto meramente de atividades que têm início, meio e fi m. 
Não consideram como procedimento de planejamento, formulação, implemento e 
materialização de ações que visam viabilizar direitos e serviços sociais constantes 
e universais (BOSCHETTI, 2009).
Ainda, segundo Boschetti (2009), existe um contraponto nessa questão, ela 
descreve o avanço no campo dos métodos de pesquisa em que tem sido cada 
vez mais buscado adotar análises na perspectiva crítica social. Com relação à 
avaliação, na perspectiva crítica social, concentram outros dispositivos, como o 
planejamento, comunicação, direção, controle, organização entre outros. 
São destinados para o desenvolvimento e aprimoramento das questões 
intrínsecas aos serviços e programas, desenvolvendo o comprometimento com 
os sujeitos atendidos que são os mais importantes nessas ações (ARREAZA; 
MORAES, 2010).
Nada obstante, explicita que mesmo tendo surgido pesquisas avaliativas 
com a perspectiva de analise a partir da totalidade vivenciada pelos sujeitos, 
ainda prosseguem apreciações basicamente tecnicista e gerencialista.
40
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
• tem dois tipos de foco: quantitativo – que se acena ao 
levantamento dos elementos anotados; qualitativo – que se alude 
a sistematizar a experiencia vivenciada tanto pelas pessoas 
quanto pelos profi ssionais envolvidos; 
• conferir as evidências por meio de associações ou o que pode •
ter de aportes para próximas fases da intervenção; 
• estabelecimento de um método avaliativo que afi ance o alcance 
de indivíduos externos à equipe e na gestão dos programas ou 
serviços, através do agrupamento de outros grupos de empenho 
como: população prioritária das ações, comunidades e gestores 
de outros serviços.
No compasso dessa importante refl exão sobre as avaliações, Gomes 
(2001), de forma crítica, coopera com esse debate asseverando que um método 
avaliativo na perspectiva crítica necessita ir além das fronteiras das atividades 
executadas pelos programas, serviços e/ou projetos. Ainda, Segundo Gomes 
(2001), é indispensável que se considere nessa avaliação os assuntos de ordem 
estrutural e da circunstância vivenciada por toda a sociedade. 
Toda a atividade devidamente planejada que se consubstancia por meio de 
projeto, programa ou serviço, precisa dessa atuação com vistas a acompanhar, 
controlar e avaliar, com vistas a avalizar que os desígnios constituídos possam 
ser obtidos. Dessa forma, avaliamos que o controle está pertinente com o estilo 
pela qual os objetivos precisam ser alcançados através da prontidão dos sujeitos 
que compõem a gestão social nas instituições públicas, privadas e/ou do terceiro 
setor. 
Portanto, advertimos igualmente a seriedade e relevância da participação 
popular e das instâncias de controle social desempenhando suas atividades e 
contribuindo para avaliação social crítica das ações. Não obstante, necessitam 
ser ininterruptamente estimados como forma de aproximação às necessidades 
reais dos sujeitos e comunidades para desenvolver intervenções a respeito dos 
problemas sociais que abordam os usuários atendidos nos programas, projetos e 
serviços. 
Diante ao exposto, podemos considerar a relevância da análise social 
crítica entendendo que o processo de avaliação do qual ela deriva, necessita se 
colocar na apreensão da acepção do cargo do Estado e das classes sociais na 
composição dos direitos e da soberania popular. A partir disso, os procedimentos 
de avaliações das atividades empreendidas nos programas, serviços e projetos 
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FUNDAMENTOS QUE ORIENTAM AS PRÁTICAS 
DE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIALDE GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL
 Capítulo 1 
sociais acerca de superar aspectos dependentes, habitualmente utilizados para 
esclarecer suas colocações e/ou implicações (BOSCHETTI, 2009).
Segundo Mishra (1975), a tradição marxista que viabiliza análises social 
crítica, mormente a partir dos anos de 1970, oferece estudos a respeito do 
começo e desenvolvimento das políticas sociais, com o aspecto de demonstrar 
suas aquisições e perspectivas na produção do bem-estar social nas sociedades 
capitalistas emergentes e remotas. 
Conforme Boschetti (2009), a verifi cação sob a abordagem do método 
dialético proposto por Karl Marx trata, justamente, em colocar e abarcar os 
fenômenos sociais em seu complexo e contraditório procedimento de produção e 
reprodução, verifi cados por distintas circunstâncias sociais. 
Assim sendo, admitimos que o princípio metodológico da verifi cação dialética 
da realidade social é o ponto de vista da totalidade concreta que, antes de tudo, 
estabelece-se como cada fenômeno pode ser compreendido, isto é, como um 
evento na totalidade da sociedade. De acordo com Sweezy (1983), um fenômeno 
social é um fato histórico uma vez que é examinado como um evento advindo 
dentro de um contexto e exerce uma colocação dupla: 
• Defi nir a si mesmo e deliberar o todo, ser ao mesmo tempo produtor e 
produto. 
• Conquistar o próprio sentido e no mesmo compasso, estima sentido a 
algo mais. 
Os acontecimentos a que aludimos, segundo Sweezi (1983), expressam uma 
informação da realidade sólida e, por sua vez, se são abarcados como fatos de 
uma totalidade dialética. Isto é, o que se determina e/ou são determinantes dessa 
totalidade, de forma que não podem ser alcançados enquanto fatos isolados. 
Por conseguinte, conforme Boschetti (2009), necessita-se avaliar a múltipla 
causalidade dos eventos, as vinculações internas e as relações entre as várias 
dimensões. Do ponto de vista histórico, é fundamental situar o aparecimento da 
política social e suas táticas, relacionando-se com as múltiplas expressões da 
questão social que causaram sua origem e que, dialeticamente, padecem das 
consequências de um Estado neoliberal.
Nesse compasso, deve buscar relacionar as políticas sociais com as 
determinações econômicas que, em cada momento histórico, adjudicam um 
caráter peculiar, admitindo, da mesma forma, conferindo um caráter histórico-
estrutural. Assim, na Constituição Federal de 1988, compreendemos que se 
constituíram diretrizes relacionadas à descentralização político e administrativa 
42
 Fundamentos de Gestão em Serviço Social
Nessa direção, a gestão social, avaliação social e controle social 
podem ter uma estima a diversos fatores. A seguir, analisamos quais 
são esses fatores, segundo Boschetti (2009): 
Relação entre estado e organizações não governamentais: 
tem se contornado reiterada e, em determinados municípios, algo 
trivial que é a participação de organizações da sociedade civil (OSCs) 
na defesa de direitos humanos, civis e sociais e na execução de 
programas e projetos. Nesse ritmo, é basal avaliar-se e abranger a 
relação que se estabelece entre os órgãos públicos e as sociedades 
civis (OSCs) que atuam na prática da política e/ou programa avaliado. 
Participação e controle social democrático: busca avaliar os 
mecanismos de controle que a sociedade possui para acompanhar e 
procurar a promoção e concretização do exercício da cidadania. Esse 
identifi cador recomenda

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