Buscar

teorico 6

Prévia do material em texto

Recursos 
Terapêuticos Manuais
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Pamela Arantes
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Drenagem Linfática Manual – Método Godoy & Godoy
Drenagem Linfática Manual – 
Método Godoy & Godoy
 
 
• Conhecer a anatomia e fisiologia do sistema linfático na região da face;
• Localizar os linfonodos faciais;
• Compreender as divisões fisiológicas da face para maior entendimento do sentido da dre-
nagem linfática facial;
• Conhecer as indicações e contraindicações da DLM na região facial;
• Compreender os princípios das manobras básicas realizadas na DLM facial;
• Conhecer os movimentos de drenagem linfática facial.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Breve História da Drenagem Linfática;
• Sistema Linfático;
• Linfonodos Faciais;
• Sentido da Drenagem Linfática Facial;
• Indicações e Contraindicações da Drenagem Linfática Facial;
• Sequência da Drenagem Linfática Facial.
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Godoy & Godoy
Breve História da Drenagem Linfática
Foi a partir da sua experiência com a massagem que Vodder observou a melhora 
clínica dos linfonodos cervicais, que se encontravam aumentados em pacientes em 
estados gripais crônicos, quando estimulados de maneira manual. A partir dessa 
experiência, desenvolveu-se a técnica de drenagem linfática manual (DLM).
Inicialmente, a técnica de DLM foi divulgada pelos profissionais da área da esté-
tica, em congressos de estética, sendo realizada por esteticistas, biólogos e outros 
profissionais. Entre as décadas de 60 e 70, sendo a drenagem linfática uma das 
técnicas mais realizadas para o tratamento de linfedema, os médicos passaram a 
utilizar essa prática por parte dos fisioterapeutas e outros profissionais, como enfer-
meiros e terapeutas ocupacionais. 
Em meados de 1967, foi criada a Sociedade de Drenagem Linfática Manual, que 
posteriormente, em 1976, foi incorporada à Sociedade Alemã de Linfologia. 
Sistema Linfático
Um dos objetivos da drenagem linfática é o aumento e deslocamento da linfa 
que circula pelos vasos linfáticos. A linfa é formada pela entrada de líquido inters- 
ticial para os capilares linfáticos, através de diferenças de pressão interna e externa. 
A compressão externa, como exemplo, a drenagem linfática, envolve os vasos linfá-
ticos, agindo no interstício celular, no qual se encontra o líquido intersticial, respon-
sável pela formação da linfa.
Portanto, pode-se dizer que a drenagem linfática promove um diferencial de pressão 
para promover um deslocamento do fluxo linfático e do líquido intersticial, visando 
seu retorno à corrente sanguínea.
Mas cuidado, quando a pressão da drenagem linfática manual excede a fisiológica, ou 
seja, entre 30 a 40 mmHg, pode colabar os vasos linfáticos e inibir a formação da linfa.
Assim, é necessário o conhecimento do sistema hidrodinâmico dos vasos linfá-
ticos. Um fator importante é a presença de válvulas nos vasos linfáticos, que têm a 
função de manter o fluxo linfático unidirecional, evitando, assim, o retorno (refluxo) 
da linfa para os capilares linfáticos. Entre as válvulas, encontra-se uma estrutura 
contrátil chamada linfangion, que funciona como um coração linfático, pois sua 
atividade contrátil é involuntária, mantendo o fluxo linfático unidirecional, ou seja, 
em direção aos linfonodos. Os linfonodos são encontrados em regiões específicas do 
corpo, com a função de filtrar a linfa, promover a síntese de células de defesa (linfó-
citos, macrófagos, granulócitos, eritrócitos) e reduzir a velocidade da linfa a partir dos 
linfonodos, pois há presença de maior número de vasos aferentes e menor número 
de vasos eferentes, o que explica a redução do fluxo linfático pelos linfonodos.
8
9
Quando realizada de forma efetiva e com conhecimento sobre anatomia e fisio-
logia do sistema linfático, a drenagem linfática é um recurso muito eficaz nos trata-
mentos estéticos. Mas, se for realizada no sentido contrário ao fluxo linfático, esta 
pode forçar a linfa contra as válvulas, causando lesões e agravando patologias do 
sistema linfático.
Portanto, de acordo com as leis da drenagem linfática, devemos obedecer à capa-
cidade de filtração dos linfonodos, sempre controlando a velocidade da drenagem e a 
pressão aplicada para a realização do procedimento de forma segura e eficaz.
A linfa é formada por aproximadamente 96% de água, sendo uma parte plasmática e uma 
parte celular, além de fragmentos celulares, fibrogênio, dentre outras células. Em média, um 
indivíduo que não apresente nenhuma patologia tem de dois a três litros de linfa circulante no 
corpo por dia.
Linfonodos Faciais
Para a realização da drenagem linfática, é preciso o conhecimento de anatomia e 
fisiologia do sistema linfático. É preciso conhecer a localização dos principais linfo-
nodos e sua região de drenagem.
Quando analisamos a anatomia linfática, observamos que os vasos linfáticos 
correm paralelos e se dirigem para os linfonodos correspondentes.
A face compreende alguns grupos de linfonodos responsáveis pela drenagem da 
região anterior de face e pescoço, couro cabeludo e região posterior do pescoço, 
conforme descritos abaixo:
• Linfonodos Supraclaviculares;
• Linfonodos Cervicais;
• Linfonodos Submentonianos ou Submentuais;
• Linfonodos Submandibulares;
• Linfonodos Pré-auriculares ou Parotídeos;
• Linfonodos Retro Auriculares ou Mastoideos;
• Linfonodos Occipitais.
Na imagem abaixo, podemos visualizar em pontos na cor verde a localização dos 
grupos de linfonodos citados acima. Os Linfonodos Occipitais localizam-se na base 
do crânio, logo abaixo do osso occipital, localizado na região posterior da cabeça, e 
por isso não é possível visualização.
9
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Godoy & Godoy
Figura 1
Fonte: Acervo do conteudista
Sentido da Drenagem Linfática Facial
Quando analisamos e compreendemos a anatomia do sistema linfático, observamos 
que os vasos linfáticos tem via única, direção centrípeta (direção ao coração), correm 
paralelos ao sistema circulatório e dirigem-se aos linfonodos correspondentes. 
Para a realização da drenagem linfática facial, inicialmente realizamos a evacu-
ação de todos os grupos de linfonodos citados anteriormente. Após a evacuação, 
dividimos a face em 3 regiões:
• Parte baixa da face, que corresponde às seguintes regiões: 
 » Anterior do pescoço: drenada pelos linfonodos cervicais, que se localizam 
próximos ao músculo esternocleidooccipitomastoideo e supraclaviculares; 
 » Mentual: drenada pelos linfonodos submentonianos ou submentuais; 
 » Lábios: região zigomática baixa e região nasal, drenadas pelos linfo- 
nodos submandibulares;
• Parte Alta da Face, que corresponde às seguintes regiões: Região Zigo-
mática alta, olhos, pálpebras, região frontal e arco antero-superior da cabeça/
couro cabeludo, drenadas pelos linfonodos Pré-auriculares ou parotídeos;
• Face Posterior (Couro cabeludo): Arco Póstero-Superior da cabeça/couro 
cabeludo, drenada pelos linfonodos retro auriculares ou Mastoideos, Região 
Posterior da cabeça/couro cabeludo, drenada pelos linfonodos occipitais e 
região posterior do pescoço, drenada pelos linfonodos supraclaviculares.
10
11
Figura 2
Fonte: Acervo do conteudista
Importante! 
Respeitar alguns cuidados durante a drenagem linfática manual: 
• Velocidade: lenta;
• Pressão: 30 a 40 mmHg;
• Sentido: do fluxo linfático;
• Direção: centrípeta.
Indicações e Contraindicações 
da Drenagem Linfática Facial
Fisiologicamente, a Drenagem linfática promove:
• Homeostasia, pela eliminação de restos celulares e microrganismos;
• Estímulo da produção e renovação das células de defesa;
• Melhora do funcionamento intestinal;
• Relaxamento físico;
• Aumento na excreção de líquidos;
• Melhora da circulação sanguínea;
• Melhora da oxigenação e nutrição tecidual;
• Facilita a excreção de ácido lático de tecidos fadigados.
11
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Godoy & Godoy
Por consequência dos efeitos fisiológicos,a Drenagem Linfática é indicada na 
região da face para os seguintes casos:
• Peles com acne;
• Pós limpeza de pele;
• Pós peelings;
• Peles com rosácea;
• Pós operatório de cirurgias faciais;
• Pós operatório de implantes capilares;
• Auxiliar em protocolos de seborreia;
• Cicatrizes em geral (pós operatório, acne, queimaduras);
• Protocolos de revitalização facial;
• Cianose ocular (olheiras);
• Enfermidades crônicas das vias respiratórias (rinite/sinusite), (com autoriza-
ção médica);
• Gestantes (após 3º mês, com autorização médica).
As contraindicações da Drenagem Linfática Facial são:
• Tumores Malignos (somente mediante autorização médica);
• Tuberculose;
• Infecções e reações alérgicas agudas;
• Edemas sistêmicos de origem cardíaca ou renal;
• Insuficiência Renal;
• Trombose;
• Hipertireoidismo (não estimular região da tireoide);
• Insuficiência cardíaca descompensada;
• Diabetes descompensada;
• Asma e bronquite (em crise).
Sequência da Drenagem Linfática Facial
Seguindo os preceitos do Dr. Emil Vodder, a drenagem linfática manual deve ser 
realizada sem o uso de quaisquer produtos, devendo seguir o sentido proximal – 
distal, ser realizada de maneira suave, adaptada aos diferentes tecidos e indicações, 
utilizar manobras lentas e repetitivas, sem deslizamento sobre o tecido, exercendo 
uma pressão de 30 a 40mmHg (milímetros de mercúrio). Cada manobra deve ser 
repetida em média de 5 a 8 vezes.
12
13
A técnica compreende basicamente dois procedimentos, sendo eles:
• Evacuação: R ealizada com movimentos de pressão e descompressão, sobre 
os grupos de linfonodos com o objetivo de realizar o “esvaziamento” dos lin-
fonodos, melhorando o fluxo da linfa nos vasos linfáticos. É realizada antes de 
iniciar e após o término das manobras de captação;
• Captação: M anobras que visam captar a linfa do interstício para dentro dos 
capilares linfáticos. Inicia-se com a pressão local na área a ser tratada no sen-
tido do fluxo linfático, seguida de relaxamento da pressão, mantendo-se apenas 
o contato.
A Drenagem Linfática Manual deve ser realizada na sequência a seguir e conforme 
imagem apresentada abaixo:
• Evacuação:
» Linfonodos Supraclaviculares;
» Linfonodos Cervicais;
» Linfonodos Submentonianos ou Submentuais;
» Linfonodos Submandibulares;
» Linfonodos pré-auriculares ou Parotideos;
» Linfonodos Retroauriculares ou Mastoideos;
» Linfonodos Occipitais.
• Captação parte baixa da face:
1. Região anterior do pescoço: movimentos de bombeamento (pres-
são e descompressão) dos linfonodos cervicais em direção aos linfo-
nodos supraclaviculares;
2. Região mentual: movimentos de bombeamento (pressão e descompressão) 
da região inferior dos lábios em direção aos linfonodos submentonianos;
3. Região lateral do lábio inferior: movimentos de bombeamento (pressão 
e descompressão) da região lateral do lábio inferior em direção aos linfo-
nodos submandibulares;
4. Região ângulo da boca: movimentos de bombeamento (pressão e 
descompressão) da região lateral dos lábios em direção aos linfono-
dos submandibulares;
5. Região do lábio superior: movimentos de bombeamento (pressão 
e descompressão) da região do lábio superior em direção aos linfo-
no- dos submandibulares;
6. Região nasal inferior: movimentos de bombeamento (pressão e descom-
pressão) do ápice do nariz em direção aos linfonodos submandibulares;
13
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Godoy & Godoy
7. Região nasal superior: movimentos de bombeamento (pressão e descom-
pressão) do ápice do nariz em direção aos linfonodos submandibulares;
• Captação da parte alta da face:
8. Região zigomática baixa: movimentos de bombeamento (pressão e des-
compressão) da região abaixo do osso zigomático em direção aos linfono-
dos pré-auriculares (parotídeos);
9. Região zigomática alta: movimentos de bombeamento (pressão e des-
compressão) da região acima do osso zigomático em direção aos linfono-
dos pré-auriculares (parotídeos);
10. Região interna dos olhos: movimentos de bombeamento (pressão e 
descompressão) da região interna dos olhos em direção aos linfonodos 
pré-auriculares (parotídeos);
11. Região pálpebra inferior: movimentos de bombeamento (pressão e des-
compressão) da região da pálpebra inferior em direção aos linfonodos 
pré-auriculares (parotídeos);
12. Região ângulo dos olhos: movimentos de bombeamento (pressão e 
descompressão) da região do ângulo dos olhos em direção aos linfonodos 
pré-auriculares (parotídeos);
13. Região pálpebra superior: movimentos de bombeamento (pressão e 
descompressão) da região da pálpebra superior em direção aos linfono-
dos pré-auriculares (parotídeos);
14. Região frontal: movimentos de bombeamento (pressão e descompressão) 
da região frontal em direção aos linfonodos pré-auriculares (parotídeos);
15. Região do arco antero-superior/couro cabeludo: movimentos de bom-
beamento (pressão e descompressão) do arco antero-superior/couro cabe-
ludo em direção aos linfonodos pré-auriculares (parotídeos);
• Captação da face posterior/couro cabeludo:
16. Região do arco póstero-superior/couro cabeludo: movimentos de 
bombeamento (pressão e descompressão) do arco póstero-superior/cou-
ro cabeludo em direção aos linfonodos retro-auriculares (mastoideos);
17. Região posterior da cabeça/couro cabeludo: movimentos de bombe-
amento (pressão e descompressão) da região posterior da cabeça/couro 
cabeludo em direção aos linfonodos occipitais;
18. Região posterior do Pescoço: movimentos de bombeamento (pressão e 
descompressão) da região occipital para os linfonodos supraclaviculares.
• Repetir a evacuação do término para o início:
 » Linfonodos Occipitais;
 » Linfonodos Retro-Auriculares (Mastoideos);
 » Linfonodos Pré-Auriculares (Parotídeos);
14
15
» Linfonodos Submandibulares;
» Linfonodos Submentonianos/Submentuais;
» Linfonodos Cervicais;
» Linfonodos Supraclaviculares.
F igura 3
Fonte: Acervo do conteudista
Lembre-se sempre que, para obtenção de bons resultados, devemos seguir a 
anatomia e fisiologia do sistema linfático, respeitando as contraindicações, ritmo, 
pressão e velocidade adequados para a técnica! Para melhores resultados é indicado 
realizar o procedimento em média de 1 a 3 vezes por semana.
15
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Godoy & Godoy
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Os Benefícios da Drenagem Linfática Manual no Pós-Operatório de Rinoplastia
https://bit.ly/3hw2Wkc
Análise sobre os Efeitos da Drenagem Linfática Facial em Indivíduos Tabagistas
https://bit.ly/3jvTwqx
Drenagem Linfática Manual: Novo Conceito
https://bit.ly/3jyxnrL
Redução do Edema Facial Após Cirurgia de Enxerto Ósseo Alveolar em Pacientes com Fissura Labiopalatina: 
Um Novo Protocolo de Drenagem Linfática
https://bit.ly/2OSlcrw
A Eficácia da Drenagem Linfática Manual no Pós-Operatório de Câncer de Cabeça E Pescoço
https://bit.ly/2ON6r9D
Drenagem Linfática Facial e Corporal: Uma Revisão de Literatura
https://bit.ly/2ZTQ9SL
16
17
Referências
BORGES, F. S.; Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 2. ed. São 
Paulo: Phorte Editora, 2010.
HERPERTZ, U. Edema e Drenagem Linfática: diagnóstico e terapia do edema. 
2.ed. São Paulo: Roca, 2006.
GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, 
recursos, patologias. 3.ed. ver. e ampliada. Barueri: Manole, 2004.
OLIVEIRA, A. L. (org.), Curso Didático de Estética. v.2, 2.ed. São Caetano do Sul: 
Yendis Editora LTDA, 2014. 
PEREIRA, M. F. L. (org.) Recursos Técnicos I. 2.ed. São Caetano do Sul: Difusão 
Editora, 2019. 
17

Continue navegando