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MÓDULO II - PROBLEMA II Jordana Lopes de Lucena SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Órgãos Reprodutores Masculinos: funículo espermático, escroto, testículos, epidídimo, ductos deferentes, ducto ejaculatório, próstata, glândulas seminais e pênis. Funículo Espermático É o nome dado à estrutura formada pelo epidídimo e os tecidos que o circulam, que correm desde o abdômen até o testículo. Composto por artérias, veias, vasos linfáticos e nervos, além do ducto deferente, sendo que tudo isso está unido por tecido conjuntivo frouxo. - ducto deferente, artéria testicular (derivada da artéria aorta), artéria do ducto deferente (derivada da artéria vesical inferior), artéria cremastérica (artéria epigástrica inferior e artéria ilíaca externa), plexo pampiniforme, nervo genitofemoral e vasos linfáticos. É formado à medida que o testículo atravessa a parede abdominal em direção ao escroto (durante a vida fetal), com seus vasos sanguineos, nervos e ducto deferente. O funículo espermático suspende o testículo no escroto. Se estende do anel inguinal profundo até a margem posterior do testículo. Escroto É um saco cutâneo fibromuscular que contém os testículos e as porções inferiores dos funículos espermáticos; ele se encontra suspenso abaixo da sínfise púbica entre as faces anteromediais das coxas. É dividido em metades direita e esquerda por uma rafe cutânea chamada septo do escroto (que continua até a face inferior do pênis e ao longo da linha mediana do períneo até o ânus). O lado esquerdo é geralmente mais baixo, porque o funículo espermático esquerdo é mais longo É constituído por pele, músculo dartos e as fáscias espermática externa, cremastérica e espermática interna. - Pele (cútis): é fina, pigmentada e frequentemente enrugada. Possui pelos espalhados. Possui glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas, células pigmentares e terminações nervosas (que respondem à estimulação mecânica dos pelos e da pele às variações de temperatura). Não há tecido adiposo debaixo dela. - Músculo dartos: é uma lâmina fina de músculo liso que encontra as fáscias inguinal superficial e perineal; está unido à pele, mas está ligado, nas partes subjacentes, por tecido conjuntivo frouxo. Há um “ligamento escrotal” que vai do músculo dartos até o polo inferior do testículo, podendo ter papel na termorregulação do testículo. - Tela subcutânea: tecido conjuntivo frouxo. - Fáscia espermática externa: é uma lâmina de tecido conjuntivo proveniente das duas fáscias de envoltório do músculo oblíquo externo do abdome, que desce do ângulo inguinal superficial para entrar na constituição do escroto. - Fáscia cremastérica: é uma fina lâmina de tecido conjuntivo que prende inúmeros feixes de fibras musculares estriados. (essas fibras, juntas, constituem o músculo cremáster e derivam das fibras do músculo oblíquo interno do abdome; o músculo cremaster controla a temperatura) - Fáscia espermática interna: lâmina de tecido conjuntivo que deriva da fáscia transveral. Suprimento vascular e drenagem linfática As artérias que irrigam o escroto: ramos pudendos externos da artéria femoral, ramos escrotais da artéria pudenda interna e um ramo cremastérico da artéria epigástrica inferior. Há muitos plexos subcutâneos de vasos escrotais que levam um substancial fluxo sanguíneo, o que facilita a perda de calor. As veias acompanham as artérias (estão sempre lado a lado). A pele do escroto é drenada por vasos linfáticos que acompanham os vasos sangüíneos pudendos externos até os linfonodos inguinais superficiais. Inervação O escroto é inervado pelo nervo ilioinguinal, por um ramo genital do nervo genitofemoral, por dois ramos escrotais posteriores do nervo perineal e pelo ramo perineal do nervo cutâneo posterior da coxa: - O terço anterior do escroto é inervado principalmente pelo primeiro segmento espinal lombar (nervos ilioinguinal e genitofemoral). - Os outros dois terços, que são posteriores, são inebriados pelo terceiro segmento espinal sacral (nervos perineal e cutâneo posterior da coxa). Testículos São os órgãos reprodutores masculinos primários (gônadas). São elipsoides, e responsáveis pela produção dos espermatozóides e da testosterona. Estão suspensos no escroto pelos tecidos escrotais (músculo dartos e os fúniculos espermáticos). São cobertos pela lâmina visceral, lâmina parietal da túnica vaginal do testículo e tecidos escrotais (nessa ordem, de dentro para fora). Depois, ainda são cobertos pela túnica vasculosa, túnica albugínea e a túnica vaginal (que forma as lâminas visceral, parietal). Porém, a face posterior é também parcialmente coberta pela túnica serosa. - Túnica vasculosa: contém muitos vasos sanguíneos e tecido conjuntivo frouxo; estende-se sobre a face interna da túnica albugínea. - Túnica albugínea: é um tecido conjuntivo denso branco azulado, composto por muitas fibras entrelaçadas de colágeno, então é resistente. Recobre a túnica vasculosa, e na parte posterior ela se projeta para o interior do testículo, formando o “mediastino do testículo” (espesso septo fibroso incompleto), por onde vasos sanguíneos e linfáticos entram e saem e são divididos os 250 lóbulos do testículo. - Túnica vaginal: é uma camada fina de tecido conjuntivo recoberta por células mesoteliais achatadas; seu folheto visceral envolve o testículo, epidídimo e início do ducto deferente. Forma as lâminas visceral e parietal. Entre essas duas lâminas há uma película muito fina de líquido (cavidade da túnica vaginal) que atua como um lubrificante e permite o movimento do testículo dentro do escroto; esse líquido pode aumentar em condições inflamatórias e neoplásicas, levando a uma hidrocele. O epidídimo está do seu lado lateral. Dimensões: 4-5cm de comprimento de 2,5 cm de largura O testículo esquerdo geralmente se encontra mais baixo do que o direito, e estes estão separados um do outro por uma rafe fibrosa mediana. Os dois testículos, juntos, produzem até 120 milhões de espermatozóides por dia, mas pequena quantidade pode ser armazenada no epidídimo (a maioria fica no ducto deferente). Suprimento vascular e drenagem linfática Artérias testiculares: são dois longos e delicados vasos que se originam anteriormente a partir da aorta, um pouco abaixo das artérias renais. Cada uma passa anteriormente ao nervo genitofemoral, ao ureter e à parte inferior da artéria ilíaca externa, e segue até o anel inguinal profundo, penetra no funículo espermático e passa através do canal inguinal para chegar ao escroto. Na parte posterossuperior, a artéria se divide em 2 ramos (esquerda e direita), que seguem através da túnica albugínea e se ramificam na túnica vasculosa. Capilares dispostos próximos aos túbulos seminíferos penetram nas camadas de tecido intersticial e podem formar parte da barreira hematotesticular; esses capilares estão separados das células germinativas e das células de sustentação (de Sertoli) por uma membrana basal e tecido conjuntivo frouxo que contém as células intersticiais: as trocas seletivas que envolvem andrógenos e substâncias imunológicas ocorrem nessa região. - artéria testicular direita: se localiza anteriormente à veia cava inferior posteriormente à parte horizontal do duodeno (às artérias cólica direita e ileocólica) - artéria testicular esquerda: se localiza posteriormente à veia mesentérica inferior, à artéria cólica esquerda e à parte inferior do colo descendente. -> no abdome, a artérias testiculare supre a gordura perirrenal, o ureter e os linfonodos ilíacos; no canal inguinal, supre o músculo cremaster. *obs: os testículos podem ser supridos também pelo ramo cremastérico da artéria epigástrica inferior e da artéria do ducto deferente. Então, uma obstrução na parte superior da artéria testicular no abdome normalmente não afeta o testículo, porém uma obstrução na região do funículo espermático pode interferir e muito. Veias testiculares: emergemposteriormente do testículo, drenam o epidídimo e se unem para formar o plexo pampiniforme (componente principal do funículo espermático), subindo anteriormente ao ducto deferente. Quando já estão no canal inguinal, o plexo pampiniforme é drenado por 3 ou 4 veias que seguem até o abdome através do anel inguinal. Dentro do abdome, essas veias se unem em 2 veias somente, as quais sobem de cada lado da artéria testicular; a do lado direito vai finalizar na veia cava inferior, e a esquerda na veia renal esquerda. *Varicocele: veias testiculares dilatadas; presente em 15% dos homens. Pode ser formada pela junção ortogonal das veias testicular esquerda e renal; a presença de uma varicocele pode elevar a temperatura e impedir a espermatogênese; podem causar dor nos testículos. Drenagem linfática: os vasos linfáticos dos testículos se iniciam em um plexo superficial sob a túnica vaginal e em um plexo profundo no parênquima do testículo e do epidídimo. 4 a 8 ductos coletores sobem pelo funículo espermático, acompanhando os vasos testiculares e terminando nos linfonodos pórticos laterais e pré-aórticos. Inervação Os nervos testiculares acompanham os vasos testiculares e são derivados dos décimo e décimo primeiro segmentos espinais torácicos, através dos plexos renal e aórtico autônomo. Fibras nervosas catecolaminérgicas formam plexos ao redor de vasos sangüíneos menores e entre as células intersticiais no testículo e no epidídimo. Estrutura microscópica A túnica albugínea se projeta para o interior do testículo, formando o seu mediastino. Septos que se originam do mediastino se estendem internamente para subdividir o testículo em aproximadamente 250 lóbulos. Cada lóbulo contém de 1 a 4 túbulos seminíferos contorcidos, que são fios longos de calibre quase capilar; entre esses túbulos há tecido conjuntivo frouxo (tecido intersticial testicular). Tecido intersticial testicular: vários componentes do tecido conjuntivo, células mioides peritubulares, vasos sangüíneos e nervos, e células de Leydig. -> células mioides: são contrateis; sua atividade pode propelir os espermatozóides não móveis através dos túbulos em direção à rede testicular e ao sistema de ductos. -> células de Leydig: células grande poliédricas com muito REL; sintetizam e secretam andróginos e são estimuladas pelo LH e pela prolactina, a qual induz a expressão de receptores para LH. Sua atividade varia com a idade. Estão ativas na vida fetal (para o desenvolvimento do trato genital), mas declinam depois do parto e permanece quietas até o início da puberdade. A parede dos túbulos seminíferos é formada por várias camadas de epitélio germinativo. No epitélio germinativo há 2 tipos de populações: - Células de Sertoli: são células piramidais com núcleos na base do túbulo; componente majoritário dos túbulos seminíferos antes da puberdade e nos idosos; estão ema ontato com a lâmina basal e seu citoplasma se estende até o lúmen; citoplasma rico em lisossomos; são células de sustentação que auxiliam na troca de nutrientes e metabólicos dos espermatócitos, espermátides e espermatozóides; a barreira formada pelas células de Sertoli também protege os espermatozóides em desenvolvimento de ataque imunológico. Além disso, podem agir com fagocitose de excessos de fragmentos de citoplasma liberados durante a espermatogênese. Também secretam continuamente nos túbulos seminíferos um fluído proteináceo que é transportado na direção dos ductos genitais e é usado para transporte de espermatozóides. Secretam a proteína de ligação a andrógenos (ABP). Essas células se modificam muito durante a espermatogênese e respondem aos hormônios LH e FSH; produzem também uma substância hormonal, a inibida B, que pode estar envolvida em funções parácrinas locais. - Linhagem espermatogênica: possuem a função de produzir os espermatozóides. Neste local as células germinativas se proliferaram e colonizaram a gônada, originando células denominadas espermatogônias. Os túbulos seminíferos convergem para o mediastino e vão se anastomosando, constituindo túbulos seminíferos retos, os quais se entreluzam para formar uma verdadeira rede (de Haller) ao nível do mediastino. No mediastino, os túbulos desembocam em 10 a 15 ductos eferentes. Espermatogênese Espermatogônias: células-tronco para todos os espermatozóides. São descendentes das células germinativas primordiais, que migraram para os cordões genitais do testículo em desenvolvimento. Estão localizadas ao longo da lâmina basal dos túbulos. Há vários tipos de espermatogônias diferentes (diferenças celulares e nucleares, na distribuição da cromatina nuclear e nos dados histoquímicos e ultraestruturais). Os três grupos básicos de espermatogônias são as do tipo A escuro (Ae), do tipo A pálido (Ap) e do tipo B. As células Ae se dividem mitoticamente para manter a população de esper- matogônias, pequena antes da puberdade, porém aumenta sob estimulação dos andróginos. As células Ae também dão origem a células Ap, que também se dividem mitoticamente, mas permanecem ligadas e agregadas por delicadas pontes citoplasmáticas. Essas células são as precursoras das células do tipo B, que estão comprometidas com a sequência espermatogênica. Espermatócitos I e II: tem um número diploide de cromossomos, com cromátides irmãs duplicadas; estão todos parados na prófase I, durante 3 semanas. Os espermatócitos I (4n) são células grandes com grandes núcleos redondos, onde a cromatina nuclear está condensada em cromátides enoveladas no processo de crossing-over e de trocas genéticas entre cromátides de cromossomos homólogos maternos e paternos. Os espermatócitos I dão origem aos espermatócitos II (2n) por divisão reducional (meiose I). Os espermatócitos II sofrem rapidamente a segunda divisão meiótica (equatorial), onde as cromátides irmãs se separam para formar as espermátides (n). TÚBULOS SEMINÍFEROS: Epitélio seminífero: Células de sertoli + espermatogônias (tipo A: células tronco; tipo B: vão se diferenciar;) Tecido conjuntivo (intersticial): Células intersticiais (de Leydig) + fibroblastos + células mioides Espermátides: não se dividem novamente, mas gradualmente amadurecem em espermatozóides através de modificações nucleares e citoplasmáticas (espermiogênese). Essa maturação ocorre enquanto as espermátides permanecem intimamente associadas às células de Sertoli e ligadas umas às outras por pontes citoplasmáticas. 1. Fase de Golgi: enzimas hidrolíticas se acumulam em vesículas produzidas pelo complexo de Golgi, se juntando e formando uma grande vesícula acrossômica próxima ao núcleo; o par de centríolos vai para o polo posterior oposto e o centríolo distal começa a gerar o axonema. 2. Fase de capuz: a vesícula acrossômica se achata e envolve a metade anterior do núcleo para formar o capuz acrossômico. 3. Fase acrossômica: a cromatina nuclear se condensa e o núcleo se alonga, tendo um formato semelhante a uma ponta de lança; o volume citoplasmático é muito pequeno, e a vesícula acrossômica ocupa o lugar inteiro praticamente; na fase final de maturação, o citoplasma em excesso é destacado como um corpúsculo residual e é fagocitado pelas células de Sertoli. Espermatozóides: é a espermátide que se transformou. Composto por cabeça e cauda (flagelo). Quando é liberado da parede do túbulo seminífero para seu lúmen não possui mobilidade ainda, mas já é maduro o suficiente. A cabeça é constituída pelo núcleo condensado da célula, uma fina camada citoplasmática e membrana plasmática. No lado externo há o capuz, chamado acrossoma, que é formado a partir do complexo de Golgi: contém muitas enzimas semelhantes às presentes nos lisossomos, incluindo hialuronidase e enzimas proteolíticas. Essas enzimas são importantes para a fertilização do óvulo. -> hialuronidase: despolimeriza os polímeros de ácido hialurônico no cimento intercelular que mantém unidas as células da granulosa do ovário. -> enzimas proteolíticas:digerem as proteínas nos elementos estruturais das células tecidas que ainda aderem ao óvulo. Na cauda, chamada de flagelo, há 3 componentes principais: 1. o esqueleto central, formado por 11 microtúbulos que coletivamente se chama axonema, 2. uma membrana celular fina que recobre o axonema e 3. O conjunto de mitocôndrias que fica na porção proximal da cauda (se chama corpo da cauda). O movimento do espermatozóide (movimento flagelar) é resultado do deslizamento longitudinal rítmico dos microtúbulos do axonema, sendo que a energia necessária para isso é proveniente do trifosfato de adenosina sintetizado pelas mitocôndrias do corpo da cauda. A espermatogênese começa a partir da puberdade (começa o processo de mitose das espermatogônias do tipo B) Na primeira etapa da espermatogênese, as espermatogônias do tipo B migram entre as células de Sertoli, para o lúmen do túbulo seminífero. Durante 24 dias, cada espermatogônia que cruza a barreira da camada de células de Sertoli torna-se progressivamente modificada e aumentada, formando o espermatócito primário. O espermatócito primário, por sua vez, se divide em 2, formando os espermatócitos secundários. Depois de mais alguns dias, esses espermatófitas secundários também se dividem para formar as espermátides, que acabam se modificando e transformando-se em espermatozóides. Durante a passagem dos espermatócitos II para espermátides, os 46 cromossomos são divididos, e cada espermático contém 23 apenas. (para ser fertilizado ao óvulo e dar 46 no total) Todo esse processo da espermatogênese dura apenas 64 dias. Após a ejaculação, os espermatozóides tornam-se móveis e adquirem a capacidade de fertilizar o óvulo, e esse processo se chama maturação. As células de Sertoli e o epitélio do epidídimo secretam um líquido nutriente, que é ejaculado juntamente com os espermatozóides. Esse líquido contém testosterona, estrogeno, enzimas e nutrientes especiais, para que ocorra a maturação. Fatores Hormonais Testosterona: é secretada pelas células de Leydig, localizadas no interstício do testículo; é essencial ao crescimento e à divisão das células germinativas, que constituem a primeira etapa da formação dos espermatozóides. LH: secretado pela hipófise anterior; estimula as células de leydig a secretar testosterona. FSH: secretado pela hipófise anterior; estimula as células de Sertoli (se não houvesse essa estimulação não haveria a conversão das espermátides em espermatozóides). Estrogeno: formados a partir da testosterona pelas células de Sertoli, quando essas são estimuladas pelo FSH; essencial para a espermiogênese (transformação das espermátides em espermatozóides). GH: promove a divisão inicial das espermatogônias; na sua ausência, a a espermatogênese está deficiente, o que pode resultar em infertilidade. Alterações no testículo com a idade Na vida fetal, o testículo é, praticamente, uma glândula endócrina (com muitas células de Leydig) que produz testosterona e hormônio anti-Mülleriano (hormônio fetal), que induzem e regulam a diferenciação sexual masculina. Os túbulos seminíferos não estão completamente formados até o 7º mês de gestação. No feto, os testículo estão localizados na cavidade abdominal, e sua descida para o escroto é controlada por gonadotrofinas e andrógenos. Depois do nascimento, o testículo muda gradualmente sua função, mas continua com a capacidade de produzir testosterona e outros, como a ocitocina, que atua de forma endócrina e parácrina. As células de Leydig degeneram-se e são substituídas por uma população adulta de células produtoras de andrógenos. Na puberdade, o testículo se torna uma fonte de espermatozóides, e ainda possui as células adultas produtoras de andrógenos. Não há uma idade definida para a involução testicular associada ao avanço da idade. Nos idosos, o tamanho do testículo, a quantidade de esperma e o número de células de Sertoli e de Leydig são diminuídos. (As células de Leydig são controladas pelo LH da hipófise, que é diminuída). A perda de células germinativas começam pelas espermátides, e depois afeta as mais precoces (espermatócitos e espermatogônias). Capacitação dos espermatozóides Dura, em média, de 1 a 10 horas, ao entrarem em contato com os líquidos do trato genital feminino. Os líquidos do útero e das tubas uterinas eliminam os fatores inibitórios que haviam suprimido a atividade dos espermatozóides nos ductos genitais masculinos. Quando ainda estão nos órgãos genitais masculinos, estão em contato com vesículas que contém grande quantidade de colesterol, que recobre o acrossoma e reforça essa membrana, impedindo a liberação de suas enzimas. Após a ejaculação, eles perdem grande parte do excesso de colesterol, tornando a membrana do acrossoma mais frágil. A membrana do espermatozóide também fica mais permeável aos íons cálcio, que dá a ele o movimento em chicotada e possibilita a liberação rápida e fácil de suas enzimas quando ele chega na zona pelúcida. Epidídimo É um ducto de 6 metros que coleta e armazena os espermatozóides produzidos pelo testículo. Está localizado posteriormente ao testículo, também dentro do escroto, e desemboca na base do canal deferente, o canal que conduz os espermatozóides até a próstata, onde esses se misturam com o líquido seminal originário das vesículas seminais, movendo-se pela próstata até a uretra durante a ejaculação. A espermatogênese ocorre nas partes contorcidas dos túbulos; à medida que esses vão chegando perto dos ápices dos lóbulos (em direção ao mediastino), eles se tornam menos contorcidos e formam os curtos túbulos retos, revestidos por um epitélio cuboide, sem a presença de células espermatogênicas. Esses túbulos retos penetram no tecido fibroso do mediastino do testículo e desembocam em uma rede fechada de tubos anastomosados revestidos por epitélio achatado, e 12-20 ductos eferentes (revestidos por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado e uma fina camada de músculo liso) perfuram a túnica albugínea e saem do testículo em direção ao epidídimo. Os espermatozóides precisam de vários dias para percorrer o epidídimo. No início, eles são imóveis, então não podem fertilizar o óvulo. Porém, depois de permanecerem no epidídimo de 18 a 24 horas, desenvolvem a capacidade de se moverem, apesar de haver várias proteínas inibitórias de movimento no líquido do epidídimo, o que impede a motilidade final até depois da ejaculação. Possui 3 regiões: - Cabeça: recebe os espermatozóides através dos ductos deferentes do testículo. - Corpo: durante a passagem pelo corpo do epidídimo, os espermatozóides amadurecem.. - Cauda: nessa região, os espermatozóides ficam armazenados, ocorrendo absorção de fluido, o que torna o o esperma mais concentrado. O epidídimo vai aumentando sua espessura à medida que se aproxima da cauda, onde ele se torna o canal deferente. As circunvoluções (contorções) formam os lóbulos cônicos do epidídimo e são mantidas unidas por feixes de tecido conjuntivo fibroso. O epitélio do epidídimo possui 2 tipos de células: - células principais: células cilíndricas com esterocílios; reabsorvem o líquido das secreções testiculares e secretam glicoproteínas essenciais para a maturação dos espermatozóides e fazem a endocitose de outros componentes do líquido seminal. - células basais: se localizam entre as bases das células principais e são precursoras dessas. Ducto deferente É um canal muscular de 45 cm de comprimento que conduz os espermatozóides até os ductos ejaculatórios. A maioria dos espermatozóides ficam armazenados nesse ducto, e não no epidídimo. Eles podem ser armazenados, mantendo sua fertilidade, durante pelo menos 1 mês, sendo mantidos em estado inativo devido à presença de substâncias inibitórias nas secreções dos ductos. Se houver muita atividade sexual e ejaculações excessivas, o armazenamento não dura muito. A partir da extremidade superior do testículo, ele sobe e atravessao canal inguinal Próximo à sua terminação, o ducto deferente apresenta uma dilatação chamada ampola do ducto deferente. Podem estar ausentes, em uma condição chamada aplasia vasal (isso ocorre em associação à fibrose cística). A parede externa possui tecido conjuntivo frouxo com fibras elásticas, uma espessa túnica muscular e uma túnica mucosa interna (epitelial colunar não ciliado); na sua extremidade distal aparece ume epitélio colunar pseudoestratificado com estereocílios. Vascularização: artéria do ducto deferente origina-se de uma artéria vesical superior, e se junta com a artéria testicular para suprir também o epidídimo e o testículo; e as veias drenam os ductos deferentes e as vesículas seminais para o plexo venoso pélvico . São inervados por um rico plexo autônomo composto de fibras simpáticas originárias do plexo pélvico. Vesículas seminais As 2 vesículas seminais são tubos saculados e contorcidos localizados entre a bexiga e o reto. Cada uma tem aproximadamente 5 cm, de formato piramidal. Secretam um líquido alcalino espesso com frutose (fonte de energia para os espermatozóides), ácido cítrico, fibrinogênio, prostaglandinas e proteínas para coagulação do sêmen, que se mistura aos espermatozóides no seu trajeto para os ductos jaculatórios e a uretra na hora da ejaculação. - prostaglandinas: reagem com o muco cervical feminino, tornando-o mais receptivo ao movimento dos espermatozóides; causa contrações peristálticas inversas no útero e nas tubas uterinas, para levar os espermatozóides para cima. O ducto da glândula seminal se junta ao ducto deferente para formar o ducto ejaculatório. Vascularização: artéria vesical inferior e retal média e veia vesical inferior e retal média. As veias e os vasos linfáticos acompanham as artérias. A inervação é derivada dos plexos pélvicos. A sua parede é composta de uma camada externa de tecido conjuntivo, uma túnica média de músculo liso, e uma túnica interna pregueada de epitélio escretor. O epitélio da mucosa varia de cuboide simples a colunar pseudoestratificado, e possui as células secretoras de proteínas. Se contraem durante a ejaculação, e sua secreção forma a maior parte do ejaculado. Ductos ejaculatórios Faz parte das vias condutoras do espermatozóide. É de pequeno calibre e atravessa o parênquima da próstata e cai na parte prostática da uretra em uma saliência chamada colículo seminal. É formado pela junção do ducto deferente com o ducto da vesícula seminal. Seu trajeto é quase todo na próstata. Cada um possui 2 cm de comprimento. Glândulas Bulbouretrais É uma glândula localizada debaixo da próstata e da vesícula seminal. Responsável pela secreção do fluido pré-ejaculatório (com mucinas ácidas e neutras que possui ação lubrificante), que integra cerca de 5% do fluido seminal (a próstata e as vesículas seminais secretam a maior parte do sêmen e apenas 10% vem dos testículos em forma de espermatozoides com líquido viscoso) É responsável também por esterilizar a uretra durante o ato sexual, para que o esperma não seja contaminado. Cada glândula possui vários lóbulos unidos por cápsula fibrosa e unidades secretoras. O epitélio glandular é colunar. Próstata É uma glândula exócrina que produz e armazena um fluido incolor e alcalino, que constitui 10-30% do sêmen). É do tamanho de uma noz. Dois terços é glandular e um terço é fibromuscular. Possui uma cápsula fibrosa que incorpora as veias e nervos. Dividida em lobos: istmo da próstata (fibromuscular), lobos direito e esquerdo e lobo médio. Os ductos são revestidos por epitélio de transição. Anterior: sínfise púbica; Inferior: uretra; Posterior: reto; Superior: bexiga urinária; Lateral: fibras anteriores do músculo levantador do ânus. O fluido produzido pela próstata é ralo, leitoso e alcalino e ajuda a neutralizar o fluido secretado pelo canal deferente e o trato vaginal da mulher (possui secreções de pH 3,5), prolongando o tempo de vida e mobilidade dos espermatozóides (os espermatozóides só atingem motilidade máxima quando estão em ambiente de pH 6 a 6,5). É composto de cálcio, íon citrato, íon fosfato, uma enzima de coagulação e uma proteína fibrinolisina. Durante a emissão, a cápsula da próstata se contrai simultaneamente com as contrações do canal deferente, para que o fluido seja acrescentado ao volume do sêmen. Também contém músculos lisos que ajudam a expelir o sêmen durante a ejaculação. Para funcionar adequadamente, necessita de testosterona, especialmente di-hidrotestosterona. Pênis Consiste em uma raiz fixa no períneo e em um corpo livre penduloso envolvido por pele. Atua na reprodução e na excreção. Pode variar muito de tamanho: durante a ereção tem seu comprimento dobrado por causa da entrada de sangue dentro dos corpos cavernosos e do corpo esponjoso. Seus principais componentes são a uretra e os três corpos. Pele É delgada e frouxamente fixada à túnica albugínea. No colo da glande, é pregueada para formar o prepúcio (que recobre a glande). A sensibilidade cutânea é maior na glande do pênis. Raiz É composta por 3 massas de tecido erétil no triângulo urogenital: - 2 ramos do pênis: porções fixas dos corpos cavernosos. - 1 bulbo do pênis: porção fixa do corpo esponjoso Corpo Consiste em 3 massas de tecido erétil: os corpos cavernosos direito e esquerdo e o corpo esponjoso, que fica no meio (tecidos eréteis). Eles se ingurgitam com sangue durante a ereção do pênis. Corpos cavernosos: formam a maior parte do corpo. Possuem como envoltório a túnica albugínea (tecido conjuntivo denso) e são separados por um septo fibroso mediano. Os espaços cavernosos são revestidos por um endotélio similar ao dos vasos sanguíneos, e ficam cheios de sangue durante a ereção. As trabéculas são compostas de fibras colágenas e elásticas e tecido muscular liso, com vários vasos e nervos. Corpo esponjoso: envolve a uretra. É um cilindro vascularizado. A sua túnica albugínea é mais delgada, mais branca e mais elástica que a dos corpos cavernosos. Na extremidade distal ele se dilata, formando a glande do pênis. Uretra peniana: revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, e na glande se transforma em estratificado pavimentoso. Nela há glândulas secretoras de muco (glândulas de Littré) Prepúcio: é uma dobra retrátil de pele que contém tecido conjuntivo com músculo liso dentro. Possui glândulas sebáceas. Fáscia superficial do pênis: é a túnica dartos; não possui gordura e é constituída por tecido conjuntivo frouxo e fibras musculares provenientes do escroto. A parte mais profunda é condensada para formar uma bainha resistente, a fáscia do pênis (de Buck). Circunda os corpos cavernosos e se divide para envolver o corpo esponjoso. Ligamentos suspensores do pênis: o corpo do pênis é sustentado por 2 ligamentos: o ligamento fundiforme e o ligamento suspensor; consistem principalmente em fibras elásticas. - o ligamento fundiforme se origina da parte mais inferior da linha alba e se divide em duas lamelas que acompanham o pênis e se unem abaixo com o septo do escroto. - o ligamento suspensor é profundo em relação ao ligamento fundiforme e está preso superiormente, na frente da sínfise púbica. Suprimento vascular e drenagem linfática Artérias: artéria perineal: se origina da artéria pudenda interna. artéria do bulbo do pênis: é curta e larga; irriga o corpo esponjoso e a glândula bulbouretral. artéria profunda do pênis (cavernosa): é um ramo terminal da artéria pudenda interna; irriga os corpos cavernosos, onde se dividem em ramos de capilares. artéria dorsal do pênis: é outro ramo terminal da artéria pudenda interna; irriga a pele do pênis através de ramos que seguem pela túnica dartos; se distribui em ramos que suprem o corpo esponjoso também. Veias: - veias subtunicais: drenam os corpos cavernosos e seguem pela túnica albugínea, drenando para as veias circunflexas.As veias circunflexas seguem ao redor do corpo do pênis, de onde recebem outras veias provenientes do corpo esponjoso, e depois drenam para a veia dorsal profunda do pênis. - veia dorsal superficial: drena o prepúcio e a pele do pênis, corre para trás no tecido subcutâneo e segue para as veias pudendas externas. - veia dorsal profunda: se localiza abaixo da túnica albugínea, recebe sangue da glande e dos corpos cavernosos, e segue para as veias pudendas internas. Drenagem linfática: a pele do pênis e do períneo é drenada por vasos linfáticos que acompanham os vasos sanguíneos pudendos externos até os linfonodos inguinais superficiais. Os vasos linfáticos provenientes da glande seguem para os linfonodos inguinais profundos e ilíacos externos. Os vasos linfáticos derivados do tecido erétil e da uretra peniana seguem para os linfonodos ilíacos internos. Inervação Nervos cavernosos do pênis: se originam do plexo pélvico e contém componentes simpáticos e parassimpáticos. Perfuram a bainha fibrosa do pênis para inervar o tecido erétil do corpo esponjoso e a uretra do pênis. O suprimento simpático dos órgãos genitais masculinos é derivado dos segmentos T11-L2 da medula espinal; sua estimulação produz vasoconstrição, contração das glândulas seminais e da próstata e a emissão do sêmen. O suprimento parassimpático é derivado dos segmentos S2-S4 da medula espinal através dos plexos pélvicos; sua estimulação produz vasodilatação. O principal nervo sensitivo do pênis é o nervo dorsal do pênis. Uretra É um tubo que leva a urina da bexiga para o exterior, e dá passagem ao esperma durante a ejaculação. Parte prostática: fica próxima à bexiga e no interior da próstata. Os ductos que transportam a secreção da próstata se abrem na uretra prostática. É revestida por epitélio de transição. Uretra membranosa: possui 1 cm e é revestida por epitélio pseudo-estratificado colunar. Há. Um esfíncter de músculo estriado (esfíncter externo da uretra). Lateralmente, estão as glândulas bulbouretrais, uma de cada lado. Uretra esponjosa: está localizada no corpo cavernoso do pênis. Próximo à sua extremidade externa, a luz da uretra esponjosa se dilata, dando origem à fossa navicular, onde há glândulas produtoras de muco (glandulas de Littré), responsáveis pela lubrificação sexual. Nessa região também desembocam os ductos das glândulas bulbouretrais. Epitélio pseudo-estratificado colunar, com áreas de epitélio estratificado pavimentoso. EREÇÃO A ereção é o primeiro efeito da estimulação sexual masculina, e o grau de ereção é proporcional ao grau de estimulação (física ou psíquica). Basicamente, é o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos e a entrada de sangue arterial dentro deles. - física: a ação de massagem com movimento deslizante do coito sobre a glande estimula os órgãos terminais sensoriais, que seguem pelo nervo pudendo; há também impulsos provenientes não só da glande, mas do epitélio anal, da bolsa escrotal e das estruturas perineais; obs: uma das causas do impulso sexual é o enchimento dos órgãos sexuais com secreções *inflamações, por exemplo. - psíquica: os estímulos psíquicos apropriados podem aumentar a estimulação sexual masculina. Primeiro há o estímulo sobre a glande, que estimula os órgãos terminais sensoriais; esses sinais sexuais seguem pelo nervo pudendo, depois para o plexo sacral na porção sacra da medula espinhal, e por fim até a medula, para áreas indefinidas do cérebro. Na volta, a ereção é causada por impulsos parassimpáticos que passam pela porção sacra da medula espinhal, através dos nervos pélvicos, até o pênis. As fibras parassimpáticas dessa ação são diferentes, pois secretam óxido nítrico e/ou peptídio intestinal vasoativo, além de acetilcolina. - óxido nítrico: relaxa as artérias do pênis e a rede de fibras musculares lisas no tecido erétil dos corpos cavernosos e corpo esponjoso. Com o estímulo das fibras parassimpáticas, e pela ação do óxido nítrico, há o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos (em resposta a diversos neurotransmissores secretados por nervos parassimpáticos e pelo endotélio; o neurotransmissor mais importante é o óxido nítrico, que atua por segundos mensageiros), e depois há um influxo de sangue a partir das artérias helicinas. Esse influxo de sangue preenche os espaços cavernosos, causando à tumescência. A distensão resultante converte a tumescência em ereção através da compressão exercida sobre as veias dorsais do pênis, que drenam o tecido erétil, consequentemente sendo obstruídas. Os dois corpos cavernosos são circundados por fortes túnicas fibrosas, e a pressão elevada dentro dos espaços cavernosos provoca a expansão do tecido erétil em grau tão acentuado que o pênis fica rígido e alongado, constituindo o fenômeno da ereção. Além dessa ereção, durante a estimulação sexual, os impulsos parassimpáticos também causam a secreção de muco pelas glândulas uretrais e pelas glândulas bulbouretrais; esse muco flui pela uretra durante o coito e ajuda na lubrificação. Porém, a maior parte da lubrificação é fornecida pelos órgãos sexuais femininos. Disfunção erétil É a falha em atingir a tumescência com uma estimulação adequada. Pode ser causada por várias falhas no processo de ereção: as causas mais comuns são distúrbios psicogênicos, que causam falha em relaxar a musculatura lisa dos corpos cavernosos; insuficiência arterial; lesão do sistema nervoso parassimpático, consequência do diabetes; A farmacoterapia tem como objetivo atingir o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos através do aumento dos efeitos do GMPc. Ereção em paraplégicos/tetraplégicos A lesão medular pode cortar a comunicação entre a medula espinhal abaixo do local lesionado e o cérebro, então há mudanças no campo sexual, e a ereção não ocorrerá como antes, ocorrendo outros 2 tipos de ereção: a ereção reflexa e a ereção psicogênica. Ereção reflexa: é um arco reflexo, por isso independe do cérebro (pode ocorrer sem excitação sexual ou em outras situações). É causada por estímulos no órgão genital ou áreas próximas, e o impulso nervoso é levado à medula e volta ao órgão genital, produzindo uma ereção. Permite a penetração, mas não dura muito tempo. Ereção psicogênica: é conseguida pelo estímulo visual, tato, cheiros, sons e pensamentos. Os estímulos acontecem diretamente no cérebro e são enviados ao órgão genital através dos nervos. Dura ainda menos tempo que a reflexa, e o pênis não enrijece completamente. EJACULAÇÃO Sêmen É composto pelo líquido e pelos espermatozóides do canal deferente (10%), pelo líquido das vesículas seminais (60%), pelo líquido da próstata (30%) e por pequena quantidade das glândulas mucosas (bulbouretrais). Possui pH de 7,5. O líquido prostático confere ao sêmen o aspecto leitoso, e o líquido das vesículas seminais e das glândulas bulbouretrais dão o aspecto mucóide. Além disso, no líquido prostático há uma enzima que faz com que o fibrinogênio do líquido da vesícula seminal forme um coágulo fraco de fibrina; a fibrina mantém o sêmen nas regiões mais profundas da vagina, onde está o colo uterino. O coágulo se dissolve nos próximos 15 a 30 minutos, devido à Lise pela fibrinolisina formada a partir da pró-fibrinolisina prostática. Nos primeiros minutos após a ejaculação, os espermatozóides permanecem relativamente imóveis, por causa da alta viscosidade do coágulo, e à medida que esse se dissolve os espermatozóides ganham mobilidade. Quando o estímulo sexual fica muito intenso, os centros reflexos da medula espinhal começam a emitir impulsos simpáticos que partem da medula T-12 a L-2 e dirigem-se para os órgãos genitais pelos plexos simpáticos hipogástrico e pélvico, para iniciar a emissão (precursor da ejaculação). A emissão é a liberação, sob controle simpático, do líquido dos ductos deferentes, da próstata e das glândulas seminais para o interior da parte prostáticada uretra (uretra interna). A ejaculação é a expulsão do líquido seminal da uretra prostática para o meio externo, tendo fatores autônomos e somáticos. A emissão começa com a contração do ducto deferente e da ampola, para causar a expulsão dos espermatozóides na uretra interna. Depois, há a contração da camada muscular da próstata seguida das vesículas seminais, expelindo o líquido prostático e seminal também para a uretra, forçando os espermatozóides para a frente. Todos esses líquidos se misturam na uretra interna, com o muco já secretado pelas glândulas bulbouretrais, formando o sêmen. O enchimento da uretra interna com o sêmen desencadeia sinais sensoriais, que são transmitidos pelos nervos pudendos até as regiões sacras da medula. Além disso, esses sinais sensoriais excitam ainda mais a contração rítmica dos órgãos genitais internos e produzem a contração dos músculos isquiocavernoso e bulbocavernoso, que comprimem as bases do tecido erétil peniano. Esses efeitos, em conjunto, causam aumento rítmico da pressão do tecido erétil do pênis e dos ductos genitais da uretra, que “ejaculam” o sêmen da uretra para o exterior. INFERTILIDADE MASCULINA Causas Endócrinas Hipogonadismo hipogonadotrófico isolado: é o déficit de gonadotrofinas isolado de qualquer outra anomalia na função hipofisário. Pode ser por causa da síndrome de Kallman ou por causa idiopática. Síndrome de Kallman: doença genética que causa a falência da secreção de GnRH pelo hipotálamo, levando a falência testicular secundária; causa criptorquidia e ginecomastia, além de micropênis. Doenças Hipofisárias: a função da hipófise pode ser alterada nos casos de cirurgia hipofisária, acidentes vasculares cerebrais (AVC), tumores, radioterapia ou doenças infecciosas. Então, há pouca secreção de LH e FSH, tendo assim pouca testosterona. Síndrome do Eunuco Fértil: é o déficit isolado de LH. Há presença de testículos grandes e pouco volume de ejaculado. Os níveis de testosterona e LH são baixos, mas os de FSH são normais. É produzida testosterona intratesticular suficiente para que ocorra a espermatogênese, mas os níveis de testosterona periféricos são insuficientes para uma adequada virilização. Déficit isolado de FSH: possui uma virilização, testosterona e LH normais, mas devido ao déficit de FSH ocorre oligospermia (secreção insuficiente de esperma) ou azoospermia (ausência de espermatozóides ativos no esperma). Excesso de andrógenos: nesse caso, a produção de gonadotrofinas é inibida por feedback negativo. Assim, ocorre hipogonadismo pelo excesso de andrógenos, que pode ser causado por ingestão de esteroides anabolizantes ou anomalias metabólicas, como tumores produtores de andrógenos. A principal causa de produção excessiva de andrógenos é a hiper-plasia supra-renal congênita: um déficit congênito da enzima 21-hidroxilase resulta na diminuição da síntese de cortisol -> pouco cortisol causa feedback negativo na hipófise, que produz mais ACTH -> a ACTH hiperestimula as supre-renais, que aumentam a produção de andrógenos supra-renais -> feedback negativo na hipófise -> pouco FSH e LH Excesso de estrógenos: normalmente, os estrógenos periféricos suprimem a secreção hipofisária de gonadotrofinas. O excesso pode ser causado pela insuficiência hepática ou obesidade, porque os adipócitos contém aromatase, que é uma enzima que converte a testosterona em estrogeno. Os doentes podem apresentar disfunção erétil, ginecomastia e atrofia testicular. Anomalias na ação andrógenica: podem ser causadas devido ao déficit na síntese de andrógenos, pela falta conversão de testosterona em dihidrotestosterona (por causa de déficit da enzima 5alfa-reductase) ou anomalia dos receptores de andrógenos. Pode causar órgãos genitais ambíguos, e a anomalia dos receptores de andrógenos pode resultar em uma resistência, apesar de haver muita testosterona, LH e FSH. Causas testiculares Anorquidia bilateral: síndrome dos testículos desaparecidos. Há baixos níveis de testosterona e altos níveis de gonadotrofinas, então é necessária testosterona exógena para que ocorra a virilização. Criptorquidia: os testículos não descem direito; quanto mais alta for a localização dos testículos criptorquidicos, mais grave é a disfunção testicular. Há diminuição das células de Leydig e das células germinativas; há tratamento cirúrgico, que podem reverter a infertilidade. Torção do funículo espermático: ocorre na maioria das vezes durante a adolescência. É favorecida se houver uma anomalia anatômica, como inserção alta da túnica vaginal no funículo espermático. Síndrome de “Só células de Sertoli”: os testículos dos doentes têm túbulos seminíferos que contém células de Sertoli, mas não têm células germinativas. Causa idiopática: maioria dos casos; condição congênita que provoca a não migração das células germinativas para os túbulos seminíferos durante a embriogênese. Pode estar associado também a criptorquidia, orquite, quimioterapia, radioterapia ou tratamento estrogênico. Há azoospermia. Orquite: inflamação dos testículos. Pode ser causada por CAXUMBA (destrói o epitélio germinativo dos testículos), parotidite, sífilis, gonorreia, lepra, mononucleose e brucelose. Causa atrofia testicular: primeiro ocorre a atrofia dos túbulos seminíferos provocada pelo intenso edema intersticial e infiltrado mononuclear. Uma orquite bilateral pode causar hipogonadismo hipergonadotrofico e ginecomastia. Quimioterapia: afeta a espermatogênese, pois as células com alta capacidade de divisão (espermatogônias e espermatócitos) são prejudicadas. Exposição a radiação: o epitélio germinativo é muito radiosensível devido à sua alta taxa de divisão celular. Porém, as células de Leydig são resistentes, então os níveis de testosterona permanecem normais. Os níveis de FSH aumentam após a exposição, mas geralmente voltam ao normal depois da regularização da espermatogênese. A qualidade do esperma volta ao normal após 2 anos da radioterapia, mas 25% dos casos se tornam realmente infértil. Calor: a exposição ao calor pode ser prejudicial à espermatogênese. Uma revisão dos estudos que relacionam a fertilidade com as profissões onde há exposição ao calor (padeiros, condutores, trabalhadores em fornos, soldadores e operadores de submarinos) demonstraram um efeito deletério na morfologia dos espermatozóides e no tempo para concepção. Toxinas ambientais e exposição ocupacional: a espermatogênese é afetada pela exposição ao chumbo, mercúrio, arsênio, cádmio, hidrocarbonetos e 2-bromopropano, além de pesticidas agrícolas e solventes orgânicos. Drogas: o consumo de maconha está associado a diminuição dos níveis de testosterona, ginecomastia, diminuição da concentração de espermatozóides e piospermia. O consumo de cocaína está relacionado à diminuição do número de espermatozóides. Fármacos: os anti-hipertensivos estão associados à disfunção sexual. ex: a espironolactona possui atividade anti-androgênica. Os bloqueadores dos canais de cálcio causam um defeito funcional do espermatozóide, interferindo na capacidade deste fertilizar o ovócito. Álcool: causa diminuição dos níveis de testosterona livre, e a função hipofisária suprimida. Varicocele: dilatação anormal das veias do plexo pampiniforme testicular, causada por problemas nas válvulas das veias ou pelo aumento de pressão no sistema de drenagem sanguínea. Leva a um aumento de temperatura da região, prejudicando a espermatogênese. Causas pós-testiculares Obstrução ductal: obstrução dos ductos genitais; é mais comum em homens com azoospermia. Pode ser corrigível cirurgicamente. Pode ser responsável pelo desenvolvimento de anticorpos anti- espermatozóides. Essa obstrução pode ser congênita, por malformação ou adquirida (por causa de infecções, vasectomia etc). -> a ausência bilateral congênita do canal deferente é a causa mais frequente de azoospermia obstrutiva. Os doentes apresentam um sêmen azoospérmico, ácido e de baixovolume. -> os doentes com obstrução bilateral dos ductos jaculatórios apresentam sêmen com baixo volume, ácido, sem frutose e azoospérmico. Distúrbios na ejaculação: pode ser por interferência na função peristáltico do canal deferente, podendo resultar em ausência de emissão ou ejaculação retrograda. Pode ser também por diabetes, esclerose múltipla, mielite transversa, lesão vertebro-medular. Infertilidade imunológica: existe uma barreira hematico-tecidular (ex: apertas junções entre as células de Sertoli) nos testículos e no sistema de ductos que previne o contato entre o sistema imunológico e os antígenos à superfície dos espermatozóides. Essa barreira pode ser quebrada por vasectomia, obstrução ductal etc (começam a ser produzidos anticorpos anti-espermatozóides). Esses anticorpos podem afetar a mobilidade, a penetração no muco cervical, capacitação, ligação e penetração na zona pelúcida. Anomalias ultraestruturais dos espermatozóides: defeitos estruturais dos axonemas, displasia da bainha fibrosa etc. Causas genéticas Síndrome de Klinefelter: presença de um cromossomo X extra. O homem possui testículos pequenos e firmes, ginecomastia e gonadotrofinas elevadas. A virilização é normal, porém há atraso na finalização da puberdade. Há azoospermia, esclerose dos túbulos seminíferos, FSH e LH altos, baixos níveis de testosterona, altos níveis de estradiol (o que pode explicar a ginecomastia). Síndrome do homem XX: partes do cromossomo Y estão presentes, mas nem sempre estão a mostra. Estatura baixa, testículos pequenos e firmes, ginecomastia, pênis pequeno e azoospermia. Infertilidade masculina idiopática: 40 a 50% dos homens inférteis. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA PUBERDADE MASCULINA Um rápido surto de crescimento corporal, principalmente dos órgãos reprodutores, podem provocar reações psicológicas aflitivas no adolescente. Em ambos os sexos, há a preocupação com relação aos caracteres sexuais secundários, que são tidos como traços distintivos de masculinidade e feminilidade. O menino se preocupa com a altura, tamanho dos músculos, largura dos ombros e estreiteza dos quadris. Segundo estudos, existe uma fase de intensa revolta na puberdade, que é chamada de surto de independência, onde o adolescente apresenta comportamentos agressivos, de irritabilidade e mau humor. Ginecomastia: aumento benigno do tecido glandular mamário no sexo masculino. Nas ultimas décadas, a mídia cresceu em importância na vida das pessoas, através da internet, e estudos mostram que a autoimagem dos adolescentes sofre com o excesso de exposição a imagens do físico ideal. A ginecomastia pode prejudicar a identidade sexual e a autoestima do adolescente, que tende a se isolar ao invés de pedir ajuda, sendo que alguns recorrem à cirurgia corretiva. Há ocorrência de mais oscilações no humor, e o adolescente também é vítima do estresse (causado por competição na escola, cobrança dos pais, necessidade de aceitação etc). O estresse aumenta a produção do cortisol, que em altas concentrações pode causar um aumento de peso, muito comum na adolescência. Os sintomas comportamentais incluem irritabilidade, choro, cansaço, apatia, isolamento e por fim a depressão.
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