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| 50 | 51 SUMÁRIO 1. APONTAMENTOS E ORIENTAÇÕES INICIAIS .............................................................................................. 52 2. ATIVIDADE DE ADVOCACIA ............................................................................................................................. 53 2.1. ATOS DOS ESTAGIÁRIOS ............................................................................................................................. 54 2.2. ATOS NULOS .................................................................................................................................................... 54 3. PROCURAÇÃO E SUBSTABELECIMENTO ..................................................................................................... 54 3.1. MANDATO JUDICIAL .................................................................................................................................... 54 3.2. SUBSTABELECIMENTO ............................................................................................................................... 55 3.3. RENÚNCIA E REVOGAÇÃO ......................................................................................................................... 55 4. DOS DIREITOS DO ADVOGADO (6º e 7º do EAOAB) ...................................................................................... 56 4.1. DIREITO DAS ADVOGADAS (ART. 7º-A DO EAOAB) ............................................................................. 58 5. INSCRIÇÃO NA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL ............................................................................ 59 6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS E SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOCACIA .................................... 61 7. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ........................................................................................................................ 62 8. ADVOCACIA PRO BONO (novo CED) ................................................................................................................ 63 9. INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS .................................................................................................. 63 10. DA ÉTICA DO ADVOGADO (art. 31 a 33 do EAOAB) .................................................................................... 64 10.1 DEVERES ÉTICOS FUNDAMENTAIS DO ADVOGADO (ART. 2º, § único do CED) .......................... 64 10.2 SIGILO PROFISSIONAL ............................................................................................................................... 65 11. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES ................................................................................................... 65 12.1. CONSELHO FEDERAL ................................................................................................................................. 68 12.2 CONSELHOS SECCIONAIS .......................................................................................................................... 69 12.3. SUBSEÇÕES .................................................................................................................................................... 69 12.4. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS ........................................................................................ 70 13. ELEIÇÕES E MANDATOS .................................................................................................................................. 70 14. PROCESSO DISCIPLINAR .................................................................................................................................. 71 15. DOS RECURSOS .................................................................................................................................................... 72 | 52 ESTATUTO E ÉTICA (DEONTOLOGIA JURÍDICA) Caio Vieira 1. APONTAMENTOS E ORIENTAÇÕES INICIAIS Quantas questões cairão em seu exame? Provavelmente 8 ou 10, esse é o número que a banca FGV vem adotando desde que incluiu no certame a matéria de filosofia, contudo, nesse último exame, XXIII, repentinamente retirou duas questões de ética e passou para Processo Civil. Isso não quer dizer que a matéria deixou de ser importante, muito pelo contrário, não sabemos se nesse exame, XXIV, a banca FGV não voltará atrás assegurando as 10 questões de ética. Ainda assim, 8 questões é um número bastante alto dado o tamanho da disciplina: SIM É PEQUENA, (risos)! Importante lembrar que, não obstante nossos treinos, preciso que você resolva a maior quantidade de questões de nossa disciplina. Faça isso no seu tempo e no seu ritmo, mas faça. Um soldado que não treina o suficiente cai em campo de batalha, entendido? Abaixo separarei para você as matérias mais cobradas no exame durante a Era FGV e que consequentemente iremos “bater com mais força e garra”, inclusive em casa. Professor, e o novo CED (Código de Ética e Disciplina – Resolução 02/2015 da OAB) que entrou em vigor recentemente, será cobrado? SIM! Já sabemos que sim, o seu será o quarto exame em que ele cai, mas nada de desespero, porque as mudanças, ainda que importantes para a classe da advocacia e para a comunidade jurídica, não são tão dificultosas de aprender ou ainda memorizar para nosso certame. MAS POR FAVOR, não vá estudar pelo CED antigo que as chances de você estudar errado são grandes. Na dúvida, me pergunte! Quais dispositivos tenho que me habituar, para não dizer “devorar”? São três, o Estatuto da Advocacia e da OAB (único que é lei, nº. 8.906/94), o Regulamento Geral da OAB e o Novo Código de Ética e Disciplina. Ressalto que são dispositivos curtos (o EAOAB possui 87 artigos, o CED 80 artigos e o RG 158) e de fácil entendimento. Portanto, é preciso que você leia-os mesmo que uma ou duas vezes de forma corrida, visando se habituar, faça apontamentos se achar que deve. Durante o curso, é imprescindível que você leve seu código. O mais importante, TODOS esses diplomas citados acima (EAOAB, CED e RG) devem estar atualizados, não vale estudar por vade mecum velho, ok? Não tem como comprar um vade novo? Sem problemas, logo no início do curso envio todas as normas que você precisa devorar, assim basta que imprima e se divirta. Ótimo estudos! RANKING: MATÉRIAS QUE MAIS CAÍRAM 1º Prerrogativas e Direitos do Advogado (57 questões) 2º Infrações e Sanções disciplinares (34 questões) 3º Incompatibilidade e Impedimento (22 questões) 4º Relações com o Cliente (21) 5º Honorários (19 questões) 6º Atividade de Advocacia (16 questões) 7º Órgãos/Estrutura da OAB (11 questões) 8º Publicidade na advocacia (10 questões) 9º Sociedade de Advogado (s) (8 questões) 10º Inscrições na OAB (8 questões) 11º Processo disciplinar na OAB (7 questões) 12º Estágio Profissional (5 questões) 13º Ética do Advogado (3 questões) 14º Advocacia Pública (1 questão) 15º Advogado Empregado (1 questão) | 53 2. ATIVIDADE DE ADVOCACIA São atividades privativas do advogado: a) Postulação em órgão do Poder Judiciário: A postulação exclusiva do advogado em juízo encontra-se respaldada no art. 133 da CF/1988: Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Porém, convém lembrar que o texto original do inc. I do art. 1.º do Estatuto da Advocacia, ao estabelecer como atividade privativa de advocacia a postulação em juízo, continha a expressão “qualquer”, que foi declarada inconstitucional com o julgamento da ADIn 1.127-8. Assim sendo, em regra deve prevalecer a exigência do advogado para a postulação em órgãos do Poder Judiciário, devendo as exceções serem previstas em lei própria, conforme descrito no quadro abaixo: art. 1.º, § 1.º, da Lei 8.906/1994 Habeas Corpus art. 9.º da Lei 9.099/1995 Juizado Especial Cível, nas causasde valores até 20 salários mínimos, porém nos recursos nas Turmas Recursais, as partes serão, obrigatoriamente, representadas por advogado (art. 41, § 2°, da Lei n° 9.099/95) art. 10, caput, da Lei 10.259/2001 Juizado Especial Federal art. 2.º, caput, da Lei 5.478/1968 Lei de Alimentos Súmula Vinculante 5 (STF) Defesa em processo administrativo disciplinar Art. 791 da CLT e Súmula 425 do TST jus postulandi (postulação própria do obreiro sem a necessidade de advogado), mas somente até o TRT, veja: Art. 791 da CLT: Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. Súmula 425 do TST: O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. CUIDADO: Em Habeas Data, Mandado de Segurança e Revisão Criminal é necessário a participação do advogado, comumente se enganam ao classificar esses como casos de exceção. CONSULTORIA, ASSESSORIA, DIREÇÃO JURÍDICA: Com relação às atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas, em empresa pública ou privada, são também privativas de advogados, não podendo ser praticadas por bacharéis em Direito, mesmo que este já tenha sido aprovado em Exame da OAB. CONTRATO SOCIAL: qualquer ato constitutivo de pessoa jurídica, para ser levado a registro no órgão competente, deverá ser visado por advogado, SALVO quando se tratar de microempresas e empresas de pequeno porte, conforme art. 9.º, § 2.º, da LC 123/2006. Contudo, CUIDADO, não podem visar contratos constitutivos de pessoas jurídicas o advogado que presta serviço ao órgão da administração pública direta ou indireta da unidade da federação a que se encontra a junta comercial ou qualquer outra repartição competente para o registro. DIVULGAÇÃO E ASSOCIAÇÃO DA ADVOCACIA COM OUTRA ATIVIDADE: não é admitida a divulgação da advocacia, tampouco a associação com qualquer profissão ou atividade, seja mercantil, de natureza beneficente, lucrativa ou não lucrativa. Assim sendo, o advogado pode anunciar os seus serviços profissionais, individual ou coletivamente, desde que observe a discrição e a moderação, somente para finalidade exclusivamente informativa, sendo vedada a divulgação em conjunto com outra atividade. ATENÇÃO! O advogado pode exercer outra profissão? SIM, não óbices para isso, mas não pode ser no mesmo espaço físico, nem com a atividade de advogado pode fazer publicidade. O Fundamento de tal proibição é não mercantilizar a atividade da advocacia, evitando também a captação de clientela. | 54 ADVOGADOS PÚBLICOS: Salienta-se ainda que Advogados Públicos (AGU, Defensores Públicos, Procuradores fazendários (União, estados e municípios), autárquicos ou fundacionais e etc), se sujeitam ao EAOAB e também aos seus respectivos regimentos próprios no for compatível com o Estatuto, podendo inclusive ser eleitos para cargos nos quadros da OAB. NULIDADE DOS ATOS PRATICADOS: serão considerados nulos todos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas, assim como os atos praticados por advogado impedido, no âmbito do impedimento, suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. EXERCÍCIO DA ADVOCACIA: o efetivo exercício da atividade de advocacia se dá com a participação anual mínima em cinco atos privativos previstos no art. 1.º do Estatuto, em causas ou questões distintas. Nesse sentido, a prática de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos na OAB, constitui exercício ilegal da profissão. 2.1. ATOS DOS ESTAGIÁRIOS O estagiário desde que devidamente inscrito junto à OAB pode praticar os atos mencionados no art. 1° do Estatuto da Advocacia e da OAB, na forma do Regulamento Geral, em conjunto com o advogado e sob a responsabilidade deste. Veja que a norma é bastante clara ao pontuar a expressão EM CONJUNTO, contudo, os estagiários podem praticar isoladamente, isto é, sem a presença ou assinatura do advogado, os seguintes atos, mas ainda assim sob a responsabilidade deste (art. 29, §§ 1° e 2°, do RG): Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; Obter junto a escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. Praticar os atos extrajudiciais, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado. 2.2. ATOS NULOS Conforme explanado acima, mas para fixarmos esse ponto, temos cinco casos em que haverá nulidade absoluta do ato praticado, não podendo, em regra, ser ratificados por outro profissional, conforme pontua o art. 4º, parágrafo único do EAOAB: Pessoas não inscritas na OAB; Advogado impedido (lembre-se que impedimento, diferentemente de incompatibilidade, é a inaptidão parcial para o exercício da advocacia, esse ponto será melhor explanado a frente. Advogado suspenso (lembre-se que suspensão é PENALIDADE, também será melhor explanado adiante); Advogado licenciado; Advogado que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. 3. PROCURAÇÃO E SUBSTABELECIMENTO 3.1. MANDATO JUDICIAL Temos que, segundo o EAOAB, o advogado postula em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. Contudo, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de 15 (dias), prorrogável por igual período, conforme pontua o art. 5°, § 1°, EAOAB. Em regra, a procuração é o instrumento do mandato, na qual ficam descritos os poderes outorgados pelo constituinte (outorgante) ao advogado (outorgado). Porém, em alguns casos a constituição de advogado pode ocorrer de forma verbal (apud acta), consignada na própria assentada de audiência, a saber: Se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório (art. 266 do CPP) Nos juizados especiais, salvo quanto aos poderes especiais (art. 9°, § 3°, da Lei n° 9.099/95) Em audiências trabalhistas, hipótese do art. 791, §3º da CLT | 55 SOCIEDADE DE ADVOGADOS: em se tratando de sociedades de advogados, o mandato judicial ou extrajudicial deve ser outorgado individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte, não podendo ser fornecidos poderes para a própria sociedade (pessoa jurídica), tampouco coletivamente para todos os advogados de determinada sociedade sem especificar cada um deles. O mandato judicial tem INÍCIO com a assinatura do cliente no instrumento de mandato (procuração) ou nos casos acima, e se EXTINGUE em caso de: Substabelecimento sem reserva de poderes (art. 26, § 1.º, do CED); Revogação (art. 17 do CED); Renúncia (arts. 15 e 16 do CED); e Arquivamento dos autos ou conclusão da causa (art. 13 do CED) DEVERES DO ADVOGADO COM RELAÇÃO AO MANDATO JUDICIAL: O advogado não deve aceitar procuração de cliente que já tenha patrono constituído nos autos, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis, sob pena de infração ético-disciplinar punível com censura; O advogado deve informar o cliente, de forma clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão e às consequências que poderão advir da demanda; deve, ainda, denunciar, a quem lhe solicite patrocínio, qualquer circunstância que possa influir na resolução de submeter-lhe a consulta ou confiar-lhe a causa Destaca-se, por oportuno, que o mandado judicial não se extingue tão somente pelo decurso do prazo desde que permaneça a confiança entre as partes, EXCETO se o contrário for pactuado entre patrono e cliente no contrato firmado. 3.2. SUBSTABELECIMENTOO substabelecimento nada mais é do que o instrumento por meio do qual aquele advogado que recebeu poderes do cliente os transfere para outro advogado. O substabelecimento pode ser feito com reservas de poderes, isto é, quando o primeiro advogado constituído estende os poderes ao novo advogado (substabelecido), sem deixar a causa, ou sem reserva, caso em que o novo advogado sucede o antigo, assumindo o patrocínio da causa sem que o antigo conserve nenhum dos poderes, ou seja, o antigo advogado deixa a causa. O substabelecimento do mandato COM RESERVA de poderes é ato pessoal do advogado da causa, não necessita de conhecimento ou consentimento do cliente. Por outro lado, o substabelecimento SEM RESERVA de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente, conforme art. 26 e §1° do Novo CED. Cumpre observar, que, conforme art. 26, §2º do CED, o advogado substabelecido com reserva de poderes deve ajustar, antecipadamente, seus honorários com o substabelecente. 3.3. RENÚNCIA E REVOGAÇÃO Ambas formas em que o advogado e o cliente desistem dos poderes recebidos ou outorgados no mandato. Sendo que a renúncia é ato do advogado, e a revogação ato do cliente. Pondera-se que, o advogado que RENUNCIAR, não necessita justificar o motivo, contudo, deve permanecer pelos 10 (dez) dias seguintes à notificação a representar o mandante, EXCETO, se for substituído antes do término desse prazo (art. 10, § 3°, do EAOAB) ou "desde que necessário para evitar prejuízo" (art. 112, § 1°, do NCPC), em ambos os casos, caso não observado a determinação, incorrerá em pena de cometer infração disciplinar, conforme art. 34, “m”, do EAOAB e de responsabilização civil, desde que haja prova do dano sofrido pelo constituinte). Deve ainda dar ciência o cliente, que pode ser provada por carta com aviso de recebimento, por notificação do Cartório de Títulos e Documentos ou pela própria ciência do cliente, quando este assina o documento que comunica a renúncia. Já a REVOGAÇÃO, exposta no art. 17 do CED, não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como não retira do advogado o direito de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada, neste caso, proporcionalmente, em razão do serviço efetivamente prestado. | 56 Diferentemente da renúncia, não há permanência do advogado na causa por prazo mínimo, sendo que o cliente ao revogar o mandato, no mesmo ato, deverá constituir outro profissional que assuma o patrocínio da causa. Sendo descumprido, o juiz, verificando a irregularidade da representação, suspenderá o processo e marcará prazo razoável para ser sanado o defeito. Não sendo regularizado dentro do prazo dado, se a providência couber ao autor, será extinto o processo; cabendo ao réu, reputar-se-á revel; competindo ao terceiro, será excluído do processo ou decreta sua revelia, dependendo do pólo em que se encontre, conforme explanação do art. 76 e §§ 1° e 2° do NCPC. 4. DOS DIREITOS DO ADVOGADO (6º e 7º do EAOAB) Para fins didáticos, temos a diferença entre direito e prerrogativa da seguinte maneira, DIREITO diz respeito a todas as pessoas, é algo conferido a todos, nas mesmas condições, por outro lado, PRERROGATIVA é mais específico e caracteriza-se como sendo um direito exclusivo de determinada profissão para seu efetivo exercício. Tendo em vista a explanação acima, observa-se que ao se estabelecer direitos aos advogados, o EAOAB buscou assegurar a independência do advogado diante dos órgãos e das autoridades públicas, além de assegurar o efetivo exercício profissional e garantir a aplicação da justiça. Vejamos os direitos elencados no EAOAB: • EXERCER, COM LIBERDADE, A PROFISSÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL: constitui direito do advogado exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional. No entanto, caso pretenda atuar de forma habitual em Estado diverso do qual mantém sua inscrição principal, deverá promover INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR no Conselho Seccional da OAB do referido Estado. Entende-se como exercício habitual da profissão de advocacia a atuação em mais de 5 causas por ano em determinado Estado, até 5 não há a necessidade de inscrição suplementar. • A INVIOLABILIDADE DE SEU ESCRITÓRIO OU LOCAL DE TRABALHO, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia: o objetivo da inviolabilidade prevista no EAOAB é a liberdade da defesa e do sigilo profissional do cliente. E SE FOR NECESSÁRIO QUEBRAR A INVIOLABILIDADE? Neste caso deverá ser observado os seguintes requisitos: (i) existência de justa causa (indícios suficientes de materialidade e autoria); (ii) mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz competente de forma pormenorizada e específico; (iii) ser cumprido o mandado na presença de um representante da OAB. Ressalta-se que, ainda assim fica vedada a utilização de documentos, mídias e demais instrumentos de trabalho pertencentes ou que digam respeito aos clientes do advogado investigado, SALVO se tais objetos pertencerem a cliente coautor ou participe na prática de crime que deu causa a inviolabilidade. • COMUNICAR-SE COM SEUS CLIENTES, PESSOAL E RESERVADAMENTE, MESMO SEM PROCURAÇÃO, QUANDO ESTES SE ACHAREM PRESOS, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis: tal prerrogativa visa assegurar a qualquer cidadão preso o direito de ser assistido por advogado, conforme determina o art. 5.º, LXIII, da CF/1988. • TER A PRESENÇA DE REPRESENTANTE DA OAB QUANDO PRESO EM FLAGRANTE POR MOTIVO LIGADO AO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA, para lavratura do respectivo auto, sob pena de nulidade, e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB. • NÃO SER RECOLHIDO PRESO ANTES DE SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, SENÃO EM SALA DE ESTADO MAIOR, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar. Cuidado, O STF, no julgamento da ADIn 1.127-8, declarou inconstitucional a expressão “assim reconhecidas pela OAB”, contida originalmente no inciso. • INGRESSAR LIVREMENTE: Nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; Nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; Em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; e | 57 Em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais; • PERMANECER SENTADO OU EM PÉ E RETIRAR-SE DE QUAISQUER DOS ÓRGÃOS SUPRA MENCIONADOS, INDEPENDENTEMENTE DE LICENÇA; • DIRIGIR-SE DIRETAMENTE AOS MAGISTRADOS NAS SALAS E GABINETES DE TRABALHO, INDEPENDENTEMENTE DE HORÁRIO PREVIAMENTE MARCADO OU OUTRA CONDIÇÃO, OBSERVANDO-SE A ORDEM DE CHEGADA; • SUSTENTAR ORALMENTE AS RAZÕES DE QUALQUER RECURSO OU PROCESSO, NAS SESSÕES DE JULGAMENTO, APÓS O VOTO DO RELATOR, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido. CUIDADO, no julgamento da Adin 1.105-7/DF, o STF declarou inconstitucional esse direito, assim a sustentação deverá ser feita antes do voto do relator, EXCETO nos processos disciplinares no OAB, conforme art. 60, §4º do novo CED. USAR DA PALAVRA, PELA ORDEM, EM QUALQUER JUÍZO OU TRIBUNAL, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida emrelação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe for feita. Visa esta prerrogativa impedir que injustiças ocorram em decorrência de incorreções ou equívocos causados pelos magistrados, além de garantir a liberdade de expressão do advogado, pois o uso da palavra é fundamental para o exercício da advocacia. • RECLAMAR, VERBALMENTE OU POR ESCRITO, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento. • FALAR, SENTADO OU EM PÉ, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo. • EXAMINAR, EM QUALQUER ÓRGÃO DOS PODERES JUDICIÁRIO E LEGISLATIVO, OU DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM GERAL, AUTOS DE PROCESSOS FINDOS OU EM ANDAMENTO, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamento. Ou seja, na hipótese de sigilo será necessária a apresentação de procuração. • EXAMINAR, EM QUALQUER INSTITUIÇÃO RESPONSÁVEL POR CONDUZIR INVESTIGAÇÃO, MESMO SEM PROCURAÇÃO, AUTOS DE FLAGRANTE E DE INVESTIGAÇÕES DE QUALQUER NATUREZA, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. Nesse sentido é a Súmula Vinculante 14 que dispõe que: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. • TER VISTA DOS PROCESSOS JUDICIAIS OU ADMINISTRATIVOS DE QUALQUER NATUREZA, EM CARTÓRIO OU NA REPARTIÇÃO COMPETENTE, OU RETIRÁ-LOS PELOS PRAZOS LEGAIS, EXCETO os processos sob regime de segredo de justiça, quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou quando ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada. • RETIRAR AUTOS DE PROCESSOS FINDOS, MESMO SEM PROCURAÇÃO, PELO PRAZO DE DEZ DIAS, EXCETO os processos sob regime de segredo de justiça, quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou quando ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada. • SER PUBLICAMENTE DESAGRAVADO, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela. Veja que tal direito somente pode ser exercido quando o advogado for ofendido no exercício de sua profissão ou em razão dela, assim, de plano, resta que o presente direito visa resguardar a imagem da advocacia. Desta forma deve-se observar: - O desagravo público é promovido pelo Conselho competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa; - Poderá ser arquivado pelo relator quando a ofensa: (i) for pessoal; (ii) não estiver relacionada com o exercício profissional; (iii) não estiver relacionada com as prerrogativas gerais do advogado; (iv) configurar crítica de caráter doutrinário, político ou religioso. | 58 O desagravo público deve ser promovido a critério do Conselho, assim não depende de concordância ou dispensa do ofendido. Como dito será promovido pelo Conselho Seccional competente, contudo, competirá ao Conselho Federal o desagravo público de Conselheiro Federal ou de Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos e ainda quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave violação às prerrogativas profissionais, com repercussão nacional. Ocorrida a ofensa em uma subseção com diretoria ou conselho, poderá o desagravo ser ali promovido desde que com a representação do Conselho Seccional. • USAR OS SÍMBOLOS PRIVATIVOS DA PROFISSÃO DE ADVOGADO. Ressalta-se que tal prerrogativa autoriza somente o uso de símbolos da profissão, não autorizando a utilização de símbolos da OAB, como, por exemplo, seu logotipo, sendo estes de uso do próprio órgão. • RECUSAR-SE A DEPOR COMO TESTEMUNHA EM PROCESSO NO QUAL FUNCIONOU OU DEVA FUNCIONAR, OU SOBRE FATO RELACIONADO COM PESSOA DE QUEM SEJA OU FOI ADVOGADO, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Trata- se de prerrogativa extremamente importante que está relacionada ao sigilo profissional, sendo este um direito/dever do advogado. Sob este aspecto, o advogado, mesmo que intimado judicialmente a depor, deve manter o sigilo de todas as informações obtidas em razão do exercício de sua atividade. Ressalta-se, por oportuno, que o advogado, se intimado, não pode ausentar-se da audiência, devendo comparecer e informar que por força de sua atuação profissional encontra-se impedido de prestar depoimento. • RETIRAR-SE DO RECINTO ONDE SE ENCONTRE AGUARDANDO PREGÃO PARA ATO JUDICIAL, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. Cuidado, salienta-se que tal prerrogativa não se aplica quando o magistrado encontra-se atrasado no cumprimento da pauta de audiências, mas sim quando este se atrasa para chegar a audiência. Pense assim: o magistrado deixou o advogado esperando. • ASSISTIR A SEUS CLIENTES INVESTIGADOS DURANTE A APURAÇÃO DE INFRAÇÕES, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo apresentar razões e quesitos. ATENÇÃO: a imunidade profissional do advogado somente se estende a injúria e difamação que não serão puníveis quando praticada no exercício da profissão. Assim, é bom lembrar que a CALÚNIA permanece sendo punível. Nesse mesmo sentido, o STF por meio da Adin 1.127-8/DF declarou inconstitucional a imunidade em relação ao desacato, portanto, este também é punível. CUIDADO: Em relação a prisão em flagrante, o advogado somente poderá ser preso em flagrante no exercício de sua profissão, quando se tratar de CRIME INAFIANÇÁVEL, e ainda assim a prisão deverá ser cumprida na presença de um representante da OAB, sob pena de nulidade da prisão. • O Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção, ao tomar conhecimento de fato que possa causar, ou que já tenha causado violação de direitos ou prerrogativas da profissão, devem adotar as PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS CABÍVEIS PARA PREVENIR OU RESTAURAR O IMPÉRIO DO ESTATUTO, inclusive mediante representação administrativa. • O advogado contará com a ASSISTÊNCIA DE REPRESENTANTE DA OAB NOS INQUÉRITOS POLICIAIS OU NAS AÇÕES PENAIS EM QUE FIGURAR COMO INDICIADO, ACUSADO OU OFENDIDO, sempre que o fato a ele imputado decorrer do exercício da profissão ou a este vincular-se. 4.1. DIREITO DAS ADVOGADAS (ART. 7º-A DO EAOAB) O art. 7º-A foi inserido no final de 2016 ao Estatuto da Advocacia e da OAB, sendo resultado da entrada em vigor da Lei nº. 13.363/2016 que trouxe uma série de direitos as advogadas gestantes, lactantes (aquela que amamenta), a adotante e a que deu a luz. Trouxe ainda uma mudança no art. 313 do CPC no que tange a suspensão do prazo processual para o advogado, sim você não leu errado, caso o advogado vier a ser pai também terá direito a suspensão processual, mas diferente da advogada que é de 30 dias, o advogado fará jus apenas a 8 dias, em ambos os casos é necessário notificação ao cliente e que ele (advogado) ou ela (advogada) seja o único/a patrono/a da causa. | 59 Muitíssimo importante você ler o art. 7º-A algumas vezes. Quero que vocêo memorize se possível, certo? Mas claro, entenda o cerne da questão, já era hora de haver uma preocupação maior com a mulher quando em determinadas e especiais situações como a gestação/amamentação/adoção ou a vinda de um filho. Tais prerrogativas encontram-se totalmente dentro da razoabilidade, e qualquer pessoa deve concordar que é extremamente complicado uma mulher gestante passar por detectores de metais, ou ainda não possuir vagas reservadas nos tribunais, tendo que, a exemplo da capital, percorrer uma grande distância para chegar até a porta do fórum. Assim, antes de decorar, basta você “sentir” a lei, o motivo por que foi criada. Esse artigo caiu no último exame, não foi nenhuma surpresa já que era “carne nova” e a FGV adora isso, vez que não houve muitas alterações em nossa disciplina com o passar dos anos. Para facilitar preparei o seguinte esquema para você: SÃO DIREITOS DA ADVOGADA (Art. 7-A, EAOAB) ATÉ QUANDO PERDURAM TAIS PRERROGATIVAS? Até cessar o período gravídico ou de amamentação. (§1º) Os direitos assegurados a advogada gestante e a adotante quanto o acesso a creche e preferência na ordem de julgamento perdurarão pelo prazo previsto no art. 392 da CLT (120 dias – “licença maternidade”, §2º) SUSPENSÃO DO PRAZO PARA ADVOGADAS QUE DEREM A LUZ OU ADOTAREM E PARA ADVOGADOS QUE VIEREM A SER PAIS Lei nº. 13.363/2016 Arts. 7-A, §3º do EAOAB + 313, incisos IX e X e §§ 6º e 7º do CPC ATENÇÃO: isso apenas se dará quando a advogada ou o advogado forem os únicos patronos da causa e ainda assim DEVE-SE notificar o cliente. CUIDADO! Para a concessão da suspensão é necessário apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção. 5. INSCRIÇÃO NA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL São requisitos para inscrição como advogado, conforme art. 8.º do EAOAB: Capacidade civil; A maioridade civil se comprova pelo documento de identidade. A sanidade é presumida. • Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X • Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais GESTANTE • Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê. LACTANTE, ADOTANTE OU QUE DER A LUZ • Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia (COMPROVAR)GESTANTE, LACTANTE, ADOTANTE OU QUE DER À LUZ • Suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao clienteADOTANTE OU QUE DER À LUZ •30 (TRINTA) DIAS, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoçãoADVOGADA •8 (OITO) DIAS, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoçãoADVOGADO | 60 Diploma ou certidão de conclusão de curso – Diante da falta de diploma regularmente registrado, o requerente à inscrição pode apresentar certidão de graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar. Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; Aprovação no Exame da OAB; Não exercer atividade incompatível com a advocacia (art. 28 do Estatuto da OAB) – A incompatibilidade é a proibição total para o exercício da advocacia. Idoneidade moral; Prestar compromisso perante o conselho. A idoneidade mora corresponde a requisito tanto para inscrição na OAB, como para permanência como advogado. Relaciona-se à prática de crime infamante, ou seja, aquele que cause má fama à advocacia. Qualquer pessoa pode suscitar a inidoneidade moral de um candidato, por intermédio de pedido de declaração de inidoneidade moral, que não poderá ser anônimo, terá caráter incidental em relação ao processo de inscrição e será julgado pelo Conselho Seccional, com exigência de quórum de 2/3 (dois terços) para declaração positiva. O compromisso a ser prestado pelo requerente à inscrição principal no quadro de advogados da OAB é indelegável, por sua natureza solene e personalíssima, ou seja, não pode outra pessoa ir até a solenidade prestar o compromisso para o inscrito. TIPOS DE INSCRIÇÕES De maneira abreviada, temos duas principais inscrições: INSCRIÇÃO PRINCIPAL: deverá ser realizada no Conselho Seccional do domicílio profissional, sendo este a sede principal da atividade de advocacia, existindo dúvida, prevalece o domicílio da pessoa física do advogado. Cuidado, o advogado apenas poderá ter uma inscrição principal. INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR: deverá ser requerida caso o advogado atue em Conselho Seccional diverso daquele no qual mantém inscrição principal, com habitualidade (em mais de cinco causas por ano). Temos ainda a INSCRIÇÃO POR TRANSFERÊNCIA, ou a possibilidade se se transferir a inscrição, que ocorrerá caso o advogado mude de forma efetiva seu domicílio profissional para outro Conselho Seccional, requerendo assim a transferência da inscrição principal para o Conselho Seccional desejado. LICENCIAMENTO DE INSCRIÇÃO: trata-se de interrupção temporária da inscrição, o retorno ocorre sem a necessidade de nova inscrição. Ocorre o licenciamento da inscrição quando o advogado: Requerer, desde que com motivos justificados; Passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia; Sofrer doença mental considerada curável. CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO: de outra sorte, neste caso a interrupção da inscrição é definitiva, sendo necessário no desejo de retorno à profissão nova inscrição. Será cancelada a inscrição quando o profissional: Assim o requerer; Sofrer penalidade de exclusão; Falecer; Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; Perder qualquer um dos requisitos indispensáveis para a inscrição. ADVOGADO ESTRANGEIRO: neste caso teremos que observar o seguinte: SE JÁ ADVOGADO Pode prestar serviço de consultoria jurídica no direito correspondente a seu país APENAS, sendo vedado exercer consultoria ou assessoria no direito brasileiro, ainda que em conjunto com advogado brasileiro, ainda assim deverá requerer autorização do Conselho Federal da OAB com validade de 3 anos, devendo ser renovado a cada igual período (provimento 91/2000 da OAB). | 61 SE FORMADO NO EXTERIOR Mesmo que brasileiro, além de comprovar os requisitos de inscrição, inclusive prestar exame de ordem, deverá revalidar o diploma de graduação em instituição universitária brasileira (art. 8º, §2º do EAOAB). ADVOGADO DE NACIONALIDADE PORTUGUESA Em situação regular na Ordem dos Advogados Portugueses, pode inscrever-se no quadro da OAB, sem a necessidade de prestar Exame de Ordem, devendo ser observado o princípio da reciprocidade de tratamento (provimento 129/2008 do Conselho Federal da OAB) 6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS E SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOCACIA Os dois tipos possíveis de sociedade de advogados são: SOCIEDADE SIMPLES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADVOCACIA e SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOCACIA. Estão sujeitas ao Estatuto da Advocacia, ao Código de Ética e Disciplina da OAB e ao Regulamento-Geral do Estatuto da Advocacia, não se tratando de sociedades empresárias. Importante salientar esse final, nunca uma sociedade de advocacia poderá explorar atividade empresarial, por obvio, não será levada a registro em Juntas Comerciais. Como REGRAS GERAIS se destacam: Registro de seus atos constitutivos junto ao Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede; Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional; O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade earquivado junto ao Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados a inscrição suplementar; Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos; A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo; (A sociedade unipessoal de advogado deve ser formada pelo nome do titular, completo ou parcial, mais a expressão SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA). O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter temporário deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição; O cancelamento do sócio deverá gerar alteração do contrato social, com a retirada do sócio cancelado; Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer; A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivam tal concentração. CUIDADO: jamais se registra sociedade de advogado em junta comercial, nem mesmo em cartório de registro civil. Seus atos constitutivos são registrados junto ao Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede; ATENÇÃO! NÃO será admitido o registro de sociedade que: Apresentem características ou forma de sociedade empresária; Que adotem denominação fantasia; Que realizem atividades estranhas à advocacia; Que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. ADVOGADOS ASSOCIADOS: salienta-se que as sociedades poderão associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para a participação nos resultados. Os contratos de associação deverão ser averbados no contrato social da sociedade de advogados. Quanto a RESPONSABILIDADE CIVIL temos que os advogados sócios e associados respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos civis causados ao cliente, nas ações em que atuou, sem prejuízo da responsabilidade criminal e disciplinar em que possa incorrer. | 62 ADVOGADO EMPREGADO: ressalta-se que mesmo se tratando de advogado empregado, ou seja, aquele contrato com vínculo de empregado (CLT), este mantém sua independência profissional e isenção técnica, prerrogativas inerentes ao exercício pleno da advocacia, garantindo o EAOAB e pelo RG. Assim não devemos observar que: Não estão obrigados a prestar serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego; A jornada de trabalho não deve exceder a duração diária de 4 (quatro) horas contínuas e a de 20 (vinte) horas semanais, SALVO acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva; Que as horas extraordinárias sejam remuneradas por um adicional não inferior a 100% sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito; e Que as horas noturnas sejam acrescidas de 25%, quando trabalhar das 20 horas de um dia até às 5 (cinco) horas do dia seguinte. Quanto aos honorários de sucumbência nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Contudo, na hipótese do empregador ser uma sociedade de advogados, os honorários poderão ser partilhados entre o advogado empregado e a empregadora, ou ainda, destinados exclusivamente ao advogado empregado, desde que represente a vontade dele e da sociedade empregadora, segundo orientação jurisprudencial do STF, no julgamento da ADIn 1.194-4. ATENÇÃO! O Conselho da OAB não representa os advogados empregados, cuidado, quem detêm está tarefa é o sindicato ao qual o profissional está vinculado, ou em sua falta, a federação ou confederação de advogados. A representação será feita em relação a acordos coletivos e convenções coletivas de trabalho celebrados, bem como nos dissídios coletivos na justiça do trabalho. 7. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Inicialmente cabe pontuar que, conforme entendimento já pacificado no STF e STJ, os honorários advocatícios possuem natureza alimentar. Quanto aos tipos de honorários, o EAOAB divide os honorários em convencionados, arbitrados judicialmente e sucumbenciais: • HONORÁRIOS CONVENCIONADOS: representados por contrato escrito, ou, quando verbal, que seja incontroverso. O contrato escrito representa título executivo extrajudicial. Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou. Importante lembrar que o advogado, ao estabelecer o valor de seus honorários, deverá observar o valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço, inclusive quanto a diligências, sob pena de caracterizar-se aviltamento de honorários. Se as partes não convencionarem a ocasião para o pagamento, a lei sugere que seja pago 1/3 (um terço) no início do processo, 1/3 (um terço) na decisão de primeiro grau e 1/3 (um terço) no final da demanda. • HONORÁRIOS ARBITRADOS JUDICIALMENTE: não havendo contrato escrito ou sendo o contrato verbal controverso, o advogado demandará em juízo o arbitramento de seus honorários profissionais. Salienta-se assim que, para fixação dos honorários o magistrado deve se valer das regras do CED, que indicam os critérios para fixar honorários advocatícios (a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; o trabalho e o tempo necessários; a dedicação exclusiva do advogado para a causa; o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço profissional; o caráter da intervenção – avulso, habitual ou permanente; a complexidade da causa, o lugar da prestação dos serviços, a competência do profissional e a praxe do foro sobre os trabalhos análogos). • HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS: que serão devidos pela parte sucumbente ao advogado da parte vencedora, fixados pelo magistrado, na sentença, em regra na variante de 10% a 20% do valor da condenação. | 63 Podem ser somados aos honorários convencionados ou arbitrados judicialmente. Se cada demandante for em parte vencedor e vencido, a sucumbência será recíproca. Quando ocorrer o substabelecimento, a verba correspondente aos honorários da sucumbência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido, proporcionalmente à atuação de cada um no processo ou conforme haja sido entre eles ajustado. CONTRATO DE HONORÁRIOS COM CLÁUSULA QUOTA LITIS: na hipótese da adoção de cláusula quota litis, ou seja, aqueles baseados no sucesso da causa, na vantagem obtida, os honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos de honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente. Importante ressaltar também que, o crédito por honorários advocatícios NÃO AUTORIZA O SAQUE DE DUPLICATAS OU QUALQUER OUTRO TÍTULO DE CRÉDITO DE NATUREZA MERCANTIL, exceto a emissão de fatura, quando o cliente assim pretender, com previsão em contrato escrito, sendo absolutamente PROIBIDA A TIRAGEM DE PROTESTO. A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DA AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: a prescrição ocorre no prazo de cinco anos contados: Do vencimento do contrato, se houver; Do trânsito em julgado da decisão que os fixar; Da ultimação do serviço extrajudicial; Da desistência ou transação; e Darenúncia ou revogação do mandato. 8. ADVOCACIA PRO BONO (novo CED) Denomina-se como sendo aquela realizada, segundo o art. 30 do novo CED, de forma gratuita, voluntária e eventual. Pode ser exercida em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. Pode ainda, ser exercida em favor de pessoas naturais que não possuam recursos para contratar advogado, contudo, deve-se evitar a prática como um meio de captação de clientela, ou ainda com fins político-partidários/políticos, mesmo que para entidades se visarem tal fim. 9. INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS INCOMPATIBILIDADE: caracteriza-se como sendo a PROIBIÇÃO TOTAL (dica: lembre-se os Ts grifados para não esquecer ou confundir com impedimento) do exercício da advocacia. Serão incompatíveis com o exercício da advocacia, mesmo em causa própria, conforme art. 28 do EAOAB: Chefe do Poder Executivo e seus substitutos legais; Membros da mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; Membros de órgãos do Poder Judiciário (exceto o juiz eleitoral), do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, bem como de todos que exerçam função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da Administração Pública direta ou indireta; Ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Administração Pública Direta ou Indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza; Militares de qualquer natureza, na ativa; Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; e Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. IMPEDIMENTO: é a PROIBIÇÃO PARCIAL do exercício da advocacia. Serão impedidos de exercerem a advocacia em determinados casos, conforme art. 30 do EAOAB: SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU INDIRETA CONTRA a fazenda que o remunera ou esteja vinculada a entidade empregadora. | 64 MEMBROS DO PODER LEGISLATIVO CONTRA OU A FAVOR das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou ainda as concessionárias ou permissionárias de serviço público. ATENÇÃO: Os Procuradores-Gerais, Advogados-Gerais, Defensores-Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura. CUIDADO: Não é IMPEDIDO o professor docente em curso jurídico em Universidade pública, de igual forma, não é INCOMPATÍVEL o diretor/coordenador de faculdade de direito. Note ainda que o impedimento permanece ainda que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-la temporariamente. 10. DA ÉTICA DO ADVOGADO (art. 31 a 33 do EAOAB) Pondera-se que o advogado, no exercício da sua profissão, está sujeito a ser responsabilizado por ações ou omissões que possam vir a causar prejuízo a clientes ou a terceiros. Desta feita, a responsabilidade funcional (ou profissional) se divide em três tipos: responsabilidade civil, responsabilidade penal e responsabilidade disciplinar. Essas esferas são independentes umas das outras. O advogado pode, por exemplo, com urna conduta inadequada, cometer uma infração disciplinar, mas não causar prejuízo ao seu cliente e nem praticar um crime. 10.1 DEVERES ÉTICOS FUNDAMENTAIS DO ADVOGADO (ART. 2º, § único do CED) Segundo o art. 2º, parágrafo único do Novo CED, são deveres éticos do advogado os seguintes: I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III - velar por sua reputação pessoal e profissional; IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; VIII - abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos; X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça; XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. Importante ainda ressaltar o art. 4º do Novo CED que manteve a orientação do código anterior: Art. 4º O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, ou como integrante de departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência. Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente. | 65 10.2 SIGILO PROFISSIONAL Cabe ressaltar que, o sigilo profissional, além de um direito do advogado, caracteriza-se também como sendo um dever, pois sendo questão de ordem pública, independe de solicitação do cliente. Assim, todo tipo de informação/comunicação entre advogado (no exercício da profissão) e cliente, independente do meio (telefone, carta, e- mail etc.) deverá ser considerada sigilosa O sigilo profissional cederá diante de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa como, por exemplo: Quando houver grave ameaça ao direito à vida e à honra; Quando envolva defesa própria. Salienta-se que o advogado NÃO é obrigado a depor em processo ou procedimento judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo profissional. ATENÇÃO! Qualquer comunicação entre cliente e advogado, ainda que epistolares ou telemáticas, presumem-se confidenciais. 11. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES De início, cabe ressaltar que as infrações e sanções disciplinares estão taxativamente descritas no EAOAB, devendo ser interpretadas restritivamente e sem a utilização de analogia. As infrações, elencadas no art. 34 do EAOAB, dividem-se em causas que levam as seguintes sanções: censura, suspensão e exclusão. Vejamos a divisão: CENSURA SUSPENSÃO EXCLUSÃO I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; II - manter sociedade profissionalfora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei; III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário; XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la; XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; XXVIII - praticar crime infamante; | 66 IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes; XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado; XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação. de regularmente notificado a fazê- lo; XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; Quantos as sanções, dado a prática de algum ato citado acima, temos a diferenciação da seguinte maneira: MULTA CENSURA SUSPENSÃO EXCLUSÃO Assevera-se que a MULTA também é uma sanção, contudo, não pode ser aplicada isoladamente, pois possui caráter assessório, portanto, serve de cumulação às sanções de censura e suspensão. O Valor varia de UMA até DEZ anuidades, portanto, irá depender do valor da anuidade não existindo valor exato. Há registro nos assentamentos (prontuário) do advogado, mas não é publicizada. É aplicada nos casos acima mencionados, incisos I a XVI e XXIX do art. 34 do EAOAB, bem como quando houver: - Violação ao CED Trata-se de sanção pública e implica na proibição de exercer a advocacia em todo o território nacional. É aplicada nos casos mencionados acima XVII a XXV do art. 34 do EAOAB, bem como quando houver REINCIDÊNCIA em infração disciplinar. Trata-se de sanção pública e implica no CANCELAMENTO da inscrição do advogado. É aplicada nos casos mencionados acima XXVI a XXVIII do art. 34 do EAOAB, bem como quando o advogado perfazer TRÊS SANÇÕES DE SUSPENSÃO. | 67 - Violação ao EAOAB quando não houver pena mais grave Ressalta-se que a censura pode ser convertida em advertência por ofício reservado, que não constará no registro do prontuário do advogado infrator quando estiver presente circunstância atenuante (art. 40 do EAOAB): • falta cometida na defesa da prerrogativa profissional; • primariedade; • exercício assíduo ou proficiente de mandato ou cargo na OAB; • relevantes serviços prestados à advocacia ou à causa pública). Prazos: mínimo de 30 dias e prazo máximo de 12 meses. EXCETO: - Art. 34, XXI, do EAOAB (falta de prestação de contas): prazo mínimo de 30 dias prorrogável até a efetiva prestação de contas; - Art. 34, XXIII, do EAOAB (falta de pagamento de contribuições, multas e serviços à OAB): prazo mínimo de 30 dias prorrogável até o efetivo pagamento, devidamente atualizado; e - Art. 34, XXIV, do EAOAB (inépcia profissional): prazo mínimo de 30 dias prorrogável até aprovação em novas provas de habilitação Frisa-se que é necessário a aprovação de 2/3 do Conselho Seccional ao qual o advogado pertence para que ocorra a exclusão do profissional. *** Existe ainda a ADVERTÊNCIA que consiste apenas em uma comunicação ao advogado não reincidente de forma particular e sem registro em seus assentamentos, por ser meramente uma comunicação não elencou-se na categoria de sanção. Portanto, como as sanções não podem interpretadas ampliativamente, se a advertência não está no rol das sanções, não é considerada sanção disciplinar. *** Importante lembrar que o TED (Tribunal de Ética e Disciplina) poderá suspender temporariamente a aplicação das sanções de advertência e censura desde que o infrator PRIMÁRIO no prazo de 120 se comprometa a iniciar e concluir, comprovadamente, curso, simpósio, seminário, ou atividade equivalente sobre ética profissional do advogado em entidade de notória idoneidade. PEDIDO DE REABILITAÇÃO: qualquer das sanções disciplinares aplicadas ao advogado infrator permite que este requeira sua reabilitação. Para tanto é necessário ter decorrido 1 ANO do cumprimento da pena e prove bom comportamento, resultando a sanção de prática de CRIME necessário também que tenho ocorrido a reabilitação na esfera penal. PRESCRIÇÃO: na esfera das sanções (processo disciplinar) tem-se a da pretensão punitiva e a intercorrente. Vejamos a diferença: PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE Ocorre em 5 (cinco) anos, a partir da constatação oficial dos fatos Ocorre quando o processo fica pendente de despacho ou data de julgamento por mais de 3 (três) anos. Quanto a INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO, temos que ele se interrompe nos seguintes casos: Pela instauração do processo disciplinar ou pela notificação regular do representado; e Pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB 12. ÓRGÃOS DA OAB Importante saber: A OAB é serviço público federal independente; É dotada de personalidade jurídica e forma federativa; | 68 Tem natureza jurídica de instituição pública sui generis, gênero próprio, (ADIn 3.026-6: “A OAB não é uma entidade de Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria impar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como ‘autarquias especiais’ para pretender-se afirmar equivocada independência dashoje chamadas ‘agências’. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita ao controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não vinculação é formal e materialmente necessária. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça (art. 133 da CF/1988). É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente”. Não mantém vínculo hierárquico ou funcional com nenhum órgão da Administração Pública; Tem imunidade tributária total com relação a rendas, bens e serviços; Tem competência para fixar e cobrar de seus inscritos as contribuições, preços de serviços e multas, constituindo título executivo extrajudicial a certidão de dívida passada pela diretoria do Conselho competente; O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical; O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria. 12.1. CONSELHO FEDERAL O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil representa o seu órgão máximo, com sede em Brasília. Trata-se do último grau recursal da OAB. COMPOSIÇÃO: Por três conselheiros federais integrantes das delegações formadas no Conselho Seccional, que têm direito a voz e voto, que será tomado por delegação; Pelos ex-presidentes do Conselho Federal, a título honorário e vitalício, com direito a voz; Pelos presidentes dos Conselhos Seccionais, na condição de convidados das sessões, com direito a voz. O Presidente do Conselho Federal terá direito apenas ao voto de qualidade. COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO CONSELHO FEDERAL: Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; Representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advogados; Vela pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia; Representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da advocacia; Editar e alterar o Regulamento-Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários; Adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais; Intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação do EAOAB ou do Regulamento- Geral; Cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrário ao EAOAB, ao Regulamento-Geral, ao Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa; Julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos no EAOAB e no Regulamento-Geral; Dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos; Apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria; Homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais; Elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB; Ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei; Colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos; Autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis; | 69 Participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual; Resolver os casos omissos no EAOAB. 12.2 CONSELHOS SECCIONAIS Com relação aos Conselhos Seccionais, ressalta-se a jurisdição de cada conselho corresponde à área territorial de seu respectivo Estado ou ao Distrito Federal. COMPOSIÇÃO: Pelos conselheiros em número proporcional ao dos advogados nele inscritos (mínimo de 30 e máximo de 80 conselheiros), com direito a voz e voto; Pelos ex-presidentes do Conselho Seccional, a título honorário e vitalício, com direito a voz; e Pelo presidente do Instituto dos Advogados, na condição de membro honorário, somente com direito a voz. Quando presentes às sessões do Conselho Seccional, o Presidente do Conselho Federal, os conselheiros federais integrantes da respectiva delegação, o Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados e os Presidentes das Subseções têm somente direito a voz, não podendo votar. COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO CONSELHO SECCIONAL: Editar seu Regimento Interno e Resoluções; Criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados; Julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados; Fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados; Fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual; Realizar o Exame de Ordem; Decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários; Manter cadastro de seus inscritos; Fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas; Participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território; Determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional; Aprovar e modificar seu orçamento anual; Definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus membros; Eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB; Intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados; e Desempenhar outras atribuições previstas no Regulamento-Geral. 12.3. SUBSEÇÕES No caso das subseções, observa-se que estas são partes autônomas dos Conselhos Seccionais, que podem ter como área territorial a área correspondente a um ou mais municípios, ou, até mesmo, partes de um município, inclusive da capital do Estado, desde que haja no local o número mínimo de 15 advogados profissionalmente domiciliados. POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO DE CONSELHO: ressalta-se que, havendo mais de 100 advogados, a Subseção poderá ser integrada por um Conselho, com número de membros fixado pelo Conselho Seccional. Frisa-se que a Subseção poderá sofrer intervenção do Conselho Seccional, desde que autorizada por quórum de 2/3 de seus membros, diante de grave violação ao Estatuto da Advocacia ou ao Regimento interno do Conselho. COMPETÊNCIASDAS SUBSEÇÕES: Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB. Velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia. Fazer valer as prerrogativas do advogado. Representar a OAB perante os poderes constituídos. | 70 Desempenhar as atribuições previstas no Regulamento-Geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional. Exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do Regimento interno deste. Editar seu Regimento interno, que deve ser referenciado pelo Conselho Seccional. Editar resoluções, no âmbito de sua competência. Instaurar e instruir processos disciplinares. Receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional. 12.4. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS Por derradeiro, temos a Caixa de Assistência dos Advogados, que destina-se a prestar assistência aos advogados inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. É competente para sua criação o Conselho Seccional quando este contar com mais de 1.500 inscritos em sua área territorial. Adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu Estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB. A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu Regimento Interno. Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias. Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo. O Conselho Seccional, mediante voto de 2/3 de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção. 13. ELEIÇÕES E MANDATOS Iniciando estudo das eleições na OAB de maneira bastante resumida temos que o MANDATO, em qualquer órgão da OAB, é de três anos, sendo permitida a reeleição. Importante frisar que, nenhum ocupante de cargo ou mandato na OAB será remunerado, o desempenho das funções ocorre de maneira facultativa. As ELEIÇÕES ocorrerão nas seguintes datas: no Conselho Seccional, da Subseção e da Caixa de Assistência dos Advogados serão realizadas na segunda quinzena do mês de novembro do último ano do mandato anterior e no Conselho Federal a eleição será realizada no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição dos Conselhos Seccionais, às 19hs. Com relação a posses dos eleitos, temos que os membros do Conselho Seccional, da Diretoria da Subseção e da Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados tomarão posse no primeiro dia de janeiro do ano seguinte ao da eleição. Contudo, os membros do Conselho Federal tomarão posse no primeiro dia de fevereiro do ano seguinte ao da eleição. Os determinados casos o mandato será extinto antes mesmo de seu término, de forma automática, a saber: Quando ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do profissional; Quando o titular sofrer condenação disciplinar; Quando o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo do Conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato. Assim, extinto qualquer mandato nessas hipóteses, cabe ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso não haja suplente. Os votos estão divididos das seguintes formas: OBRIGATÓRIO: o advogado regularmente inscrito na OAB, adimplente com sua anuidade, será obrigado a votar, sob pena de multa, no importe de 20% sobre o valor da anuidade, salvo justo motivo. FACULTATIVO: o advogado poderá votar no Conselho Seccional onde tiver inscrição suplementar. PROIBIDO: O advogado inadimplente e o estagiário não poderão exercer o direito de voto. Para que um candidato que tenha o desejo de compor os quadros da OAB seja eleito, é necessária a observância de determinados REQUISITOS de elegibilidade, a saber: Ser advogado regularmente inscrito na respectiva Seccional da OAB, com inscrição principal ou suplementar; Estar em dia com as anuidades; Não ocupar cargos ou funções incompatíveis com a advocacia, em caráter permanente ou temporário; Não ocupar cargos ou funções exoneráveis ad nutum; | 71 Não ter sido condenado em definitivo por qualquer infração disciplinar, salvo se reabilitado pela OAB, ou não tenha representação disciplinar em curso, já julgada procedente por órgão do Conselho Federal; Exercer efetivamente a profissão, há mais de 5 anos, excluído o período de estagiário; Não estar em débito com a prestação de contas ao Conselho Federal, na condição de dirigente do Conselho Seccional ou da Caixa de Assistência dos Advogados, responsável pelas referidas contas, ou não tenha tido prestação de contas rejeitada, após apreciação do Conselho Federal, com trânsito em julgado, nos 8 anos seguintes; Não integrar listas, com processo em tramitação, para provimento de cargos nos tribunais judiciais ou administrativos. As chapas no Conselho Seccional serão compostas da seguinte forma: candidatos ao Conselho e à sua Diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta. Quando se tratar de eleição no CONSELHO FEDERAL, devemos observar o seguinte: Será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à presidência, desde seis meses até um mês antes da eleição; O requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoio de, no mínimo, seis Conselhos Seccionais; Até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa completa, sob pena de cancelamento da candidatura respectiva; No dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federal elegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto e para mandato de 3 anos, sua diretoria, que tomará posse no dia seguinte; Será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos dos Conselheiros Federais, presente a metade mais um de seus membros; Por derradeiro, temos ainda a existência da COMISSÃO ELEITORA que, formada por 5 advogados, sendo um Presidente, que não integrem qualquer das chapas concorrentes, possui a finalidade de designar as mesas eleitorais, como também utiliza os serviços das Secretarias do Conselho Seccional e das subseções, com o apoio de suas Diretorias, convocando ou atribuindo tarefas aos respectivos servidores. Havendo suspeita de algum membro da comissão eleitoral, qualquer advogado pode argui-la e julgamento ocorrerá no Conselho Seccional. Sendo ainda que a Diretoria do Conselho Seccional pode substituir os membros da Comissão Eleitoral quando não estejam cumprindo suas atividades, em prejuízo da organização e da execução das eleições. 14. PROCESSO DISCIPLINAR De início cabe ressaltar que no processo disciplinar na OAB, aplica-se subsidiariamente ao EAOAB a legislação processual penal comum e, aos demais processos, a legislação processual administrativa comum e a legislação processual civil, nessa ordem. Para facilitar temos que todos os PRAZOS do processo disciplinar são de 15 dias, SALVO DUAS HIPÓTESES: A sustentação oral no TED, que será de 15 minutos, ocorre após o voto do relator, sendo primeiro realizada pelo representante e em seguida pelo representado; O prazo para juntada do original de recurso interposto via fax, que será de 10 dias. Com relação à contagem temos que essa inicia-se: Quando por notificação pessoal ao advogado, a partir do primeiro dia útil posterior ao recebimento da notificação; e Quando por publicação na imprensa oficial, no primeiro dia útil seguinte ao da publicação. Na COMPETÊNCIA para julgamento temos que a punição disciplinar do advogado cabe ao Conselho Seccional do local da infração, por
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