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Prévia do material em texto

Ergonomia 
e Segurança 
do Trabalho
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Programas de Prevenção, Saúde e Segurança no Trabalho
Programas de Prevenção, 
Saúde e Segurança no Trabalho
 
 
• Conhecer a atuação do fisioterapeuta nos programas de prevenção, saúde e segurança 
no trabalho;
• Identificar a definição de ginástica laboral e qualidade de vida no trabalho.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Ginástica Laboral e a Atuação Fisioterapêutica;
• Ginástica Laboral e Trabalhadores com Deficiência.
UNIDADE Programas de Prevenção, Saúde e Segurança no Trabalho
Introdução
Nesta unidade, você poderá compreender como o fisioterapeuta utiliza seus conhe- 
cimentos em prol da saúde do trabalhador, por meio de Programas de Prevenção, 
educação em saúde e bons hábitos no espaço laboral; compreenderá também a rele-
vância da ginástica laboral a fim de elevar a qualidade de vida e promoção da saúde 
do trabalhador.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a Qualidade de Vida surge 
como um conjunto de percepções individuais de vida no contexto dos sistemas de 
cultura e de valores em que se está inserido, bem como em relação a metas, expec-
tativas, padrões e preocupações. Essas dimensões permitem o pensar acerca da 
consciência e desenvolvimento da saúde do trabalhador de maneira integral, assim 
como a possibilidade de se ter uma visão sistêmica e posterior equilíbrio e expansão, 
onde se busca uma inter-relação harmoniosa dos vários aspectos e dimensões do ser 
humano (CARMELLO, 2015).
Desse modo, a qualidade de vida não pode ser vista como um conceito único, 
já que o termo envolve muitos significados, que variam de acordo com o que está 
em questão, ou seja, a depender dos aspectos avaliados. Nesse sentido, o indivíduo 
deve ser visto na sua totalidade, em sua forma biopsicossocial e espiritual (GAULT; 
WILLEMS, 2013). Cabe destacar que o conceito de qualidade de vida ainda está 
vinculado à autoestima e ao bem-estar pessoal e abarca uma série de outros aspectos, 
como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a inte- 
ração social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado 
de saúde, os valores culturais, éticos e religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com 
o emprego e/ou com atividades diárias e o ambiente em que se vive.
Pensando-se na saúde e qualidade de vida no trabalho, os exercícios, ginásticas 
e programas laborais funcionam como instrumentos de promoção da saúde e para 
a melhora nos aspectos que envolvem o desempenho profissional, possibilitando a 
diminuição do sedentarismo, da melhora do nível de estresse, do interesse por man-
ter hábitos de vida saudáveis e qualidade de vida no trabalho. A atuação do fisiotera-
peuta no ambiente de trabalho auxilia na prevenção, na educação em saúde, a fim 
de empoderar os trabalhadores na diminuição dos riscos ocupacionais relacionados 
aos distúrbios musculoesqueléticos, além de auxiliar para o bom cumprimento das 
tarefas, padrões posturais corretos, alívio de dores e relaxamento mental e físico.
O maior desafio do fisioterapeuta atuante na saúde do trabalhador é a prevenção 
de LER/DORT no ambiente organizacional, assim o profissional atua visando reduzir 
a monotonia, repetitividade, estresse e sobrecarga de certos grupos musculares.
O mobiliário e as máquinas devem ser ajustados conforme demanda das necessi-
dades e especificidades físicas individuais dos trabalhadores. Vale a pena destacar que 
o ambiente de trabalho deve oferecer temperatura, ruído e iluminação adequados, 
que propiciem conforto ambiental. Alguns órgãos são responsáveis por determinadas 
fiscalizações: a CIPA, a Delegacia Regional do Trabalho e Emprego, Sindicato e Vigi-
lância Sanitária podem ser responsáveis por essas fiscalizações.
8
9
• CIPA significa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e tem em vista a prevenção 
de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, busca harmonizar a prevenção de acidentes 
e doenças ocupacionais;
• LER é a sigla para “Lesões por Esforços Repetitivos” e representa um grupo de afecções 
do sistema musculoesquelético. DORT significa “Distúrbios Osteomusculares Relacionados 
ao Trabalho”.
Ginástica Laboral e a
Atuação Fisioterapêutica
A Ginástica Laboral surge em 1925 na Polônia, onde os primeiros registros his-
tóricos foram evidenciados. E em 1928, o Japão apresentava o desenvolvimento 
da técnica; os funcionários do correio local já participavam de sessões de ginástica 
todos os dias com o intuito de melhorar a saúde. Além disso, com o fim da Segunda 
Guerra Mundial, o hábito de praticar a ginástica foi expandido para todo o território 
e logo expandiu-se para os países da Europa, como Alemanha e Bélgica, formando 
um bloco de países pioneiros em relação à Ginástica Laboral.
No Brasil, a ginástica laboral foi introduzida em 1969 pelos executivos nipônicos 
da Ishikavajima Estaleiros, uma indústria de construção naval no Rio de Janeiro, e 
em meados de 1973, especificamente na Escola FEEVALE, teve-se a consolidação 
da prática integrada a um projeto educacional de atividades físicas e recreação, em 
que a organização aplicava a proposta de oferecer exercícios baseados e análises de 
biomecânica (MENDES; LEITE, 2004).
Desse modo, a Ginástica Laboral se destaca por possuir uma ampla gama de ativi-
dades e exercícios específicos de promoção do alongamento e coordenação motora, 
além de trabalhar os aspectos mentais e sociais, visto que é inserida nos mais variados 
setores organizacionais com a finalidade de atuar na prevenção e minimização dos 
casos de LER/DORT.
Lima (2007, p. 28) aponta que a
Ginástica Laboral é um conjunto de práticas físicas elaboradas a partir da 
atividade profissional exercida durante o expediente, visando compensar 
as estruturas mais utilizadas no trabalho, relaxando-as e tonificando-as, e 
ativar as que não são tão requeridas.
As práticas podem ser realizadas em grupos setoriais e individuais, a fim de 
atender às especificidades de cada setor e funcionário; as práticas realizadas em 
grupos são uma ótima oportunidade para estreitar laços com a equipe, além de 
otimizar o contato com os colegas de trabalho.
9
UNIDADE Programas de Prevenção, Saúde e Segurança no Trabalho
Figura 1 – Ginástica laboral
Fonte: Getty Images
Trabalhar a ginástica laboral em dupla é uma excelente estratégia! Perceba a interação 
entre a dupla na execução de alguns exercícios. Assista ao vídeo Ginástica laboral: alon-
gamentos em dupla. Disponível em: https://youtu.be/GvX6xZhFOu4
Polito e Bergamaschi (2002, p. 29) destacam a essência da ginástica laboral:
Utilizando os três aspectos (físico, psicológico e social), a Ginástica La-
boral constitui-se de séries de exercícios diários realizados no local de 
trabalho, durante a jornada, que visam atuar na prevenção das lesões oca-
sionadas pelo trabalho, normalizar as funções corporais e proporcionar 
aos funcionários um momento de descontração e sociabilização, durante 
a jornada. (POLITO; BERGAMASCHI, 2002, p. 29)
A ginástica laboral pode ser classificada em três tipos:
• Preparatória: realizada no início da jornada de trabalho, com o objetivo de 
aquecer e preparar a musculatura e articulações do trabalhador, a fim de 
prevenir acidentes, além de distensões musculares. O Fisioterapeuta pode in-
serir exercícios físicos que corroborem o aumento da circulação sanguínea e 
da frequência respiratória, com a finalidade de elevar a oxigenação muscular 
e tecidual; propiciem aumento da viscosidade intramuscular e da elasticidade 
muscular, visando à diminuição e prevenção contra distensões; e promovam 
um melhor estado de preparação psicológica dos trabalhadores para que 
exerçam suas funções com níveis mais elevados de atenção e concentração 
(BRANCO, 2015);
10
11
• Compensatória: conhecida também como ginástica de pausa, é realizada du-
rante momentos em que os trabalhadores estãovivenciando suas atividades 
laborais (pausas laborais). O fisioterapeuta atua com a finalidade de aliviar as 
tensões, fortalecer músculos, além de proporcionar momentos de relaxamento e 
diminuição da monotonia provocada pela execução das atividades. Visa aumen-
tar a viscosidade e a lubrificação dos tendões e das fibras musculares, alongar a 
musculatura, diminuir a tensão muscular e contribuir para melhorar a postura 
corporal, bem como promover relaxamento e descontração psicológica, inte-
gração social e momentos lúdicos que contribuam com a sensação de bem-estar 
(BRANCO, 2015);
• Relaxante: é realizada ao final da jornada de trabalho. É um dos tipos de ginás-
tica laboral menos utilizados pelas empresas que contratam os Programas de 
Ginástica Aplicada à Saúde do Trabalhador, pois preferem investir em estraté-
gias e ações que ocorram durante o início ou meio do expediente, possibilitando 
que o trabalhador retorne ao trabalho melhor do que estava antes da pausa para 
realizar a ginástica laboral. Pensando no tipo “Relaxamento (final de expedien-
te)”, os trabalhadores podem sair da empresa de maneira mais relaxada, com a 
finalidade de ter um descanso após o dia de trabalho (BRANCO, 2015).
Pode-se dizer que muitas empresas recorrem ao profissional de fisioterapia para propor-
cionar ao trabalhador exercícios laborais visando à atenção corretiva e postural, visto que 
esta envolve o alongamento dos músculos classificados como mais sobrecarregados, assim 
como promove o fortalecimento dos mesmos. Ao inserir essa modalidade de ginástica (cor-
retiva e postural), algumas características são específicas e de acordo com o setor em que 
o trabalhador está inserido, observando-se de maneira ampla a função desempenhada e a 
atividade laboral de maior exigência ou “poderão ainda ser selecionados indivíduos com al-
teração postural semelhante para executar a série, sendo ela diferenciada da sessão comum 
de ginástica laboral. Sua execução poderá variar de 10 a 12 minutos, todos os dias ou três 
vezes por semana” (ZILLI, 2002, p. 61).
Atualmente, muitos trabalhadores não frequentam os espaços laborais, trabalhan-
do no âmbito domiciliar, conhecido também como home office, e mesmo trabalhan-
do em casa, o profissional deve manter hábitos de vida que aumentem a qualidade 
de vida durante a prática laboral.
A seguir, vamos observar alguns exercícios que podem ser realizados durante o 
home office e como deve ser a postura adequada para os profissionais que atuam 
com longas jornadas em frente ao computador:
Alongamentos em home office, disponível em: https://bit.ly/3fUhTLE 
Alongamento laboral, disponível em: https://bit.ly/3gTtr2V 
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UNIDADE Programas de Prevenção, Saúde e Segurança no Trabalho
Figura 2 – Postura adequada em home office
Fonte: Reprodução | Serviço Social da Indústria – (SESI)
Ao se implantar um programa de ginástica laboral e/ou exercícios terapêuticos 
nas organizações, com foco na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores, pode-se 
notar diversos pontos positivos, como melhoria da qualidade de vida dos funcioná-
rios. Observe a seguir alguns benefícios para as empresas e para os funcionários.
Tabela 1 – Benefícios para funcionários e empresa
PARA OS FUNCIONÁRIOS PARA A EMPRESA
Aumenta a flexibilidade e mobilidade. Aumento da produtividade.
Previne Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Tra-
balho (DORT).
Diminui o número de acidentes de trabalho.
Diminuição do estresse e de sensação de cansaço. Redução de faltas, afastamentos e ausências do posto 
de trabalho.
Eleva os aspectos psicossociais, ânimo e disposição 
para o trabalho.
Mostra a preocupação da empresa com seus colabo-
radores.
Promoção da integração, socialização e descontra-
ção do grupo, motivando o ânimo para o trabalho 
em equipe.
Amplia a visão de que os trabalhadores são meros 
funcionários, dando-lhe atenção global: biopsicos-
social.
Proporciona bem-estar físico e psíquico, despertan-
do o interesse por um estilo de vida sadio e ativo.
Melhora as condições de qualidade de vida do traba-
lhador e do ambiente de trabalho.
Sabendo de todos os benefícios para a saúde do trabalhador, como é a rotina de 
um fisioterapeuta do trabalho? Como inserir esses programas nas organizações?
Inicialmente, o Programa de Ginástica Laboral será acompanhado pelo fisiote-
rapeuta, devidamente registrado no conselho de classe (CREFITO), que se desloca 
12
13
até a empresa em horários pré-estabelecidos entre a empresa e o profissional, bem 
como com os chefes de setor. A duração dos atendimentos varia de acordo com a 
empresa e com o profissional, porém a média é entre 10 e 15 min (isso não é uma 
regra, porém é o mais recomendado).
Tabela 2 – Aspectos de implantação, atuação fi sioterapêutica e manutenção
IMPLANTAÇÃO ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Reconhecimento de área, foco dos setores, quem são os 
profissionais a serem atendidos?
Trabalhar a atenção primária: palestras, aulas em educa-
ção e saúde.
Aplicar questionários a fim de conhecer os funcionários, 
possíveis ênfases de suas ocupações, queixas e condição 
de saúde.
Mostrar a relevância e benefícios da fisioterapia para a saúde.
Criar um plano de ação de metas a curto, médio e longo prazo. Motivar os profissionais envolvidos, bem como os gestores.
Apresentação das estratégias traçadas junto aos gestores 
e CIPA, além de evidenciar os benefícios a serem questio-
nados.
Propiciar momentos de prazer, relaxamento e manuten-
ção da saúde.
Levantamento de dados epidemiológicos. Acolhimento, humanização no trabalhar, enxergar as ne-cessidades biopsicossociais dos trabalhadores.
Elaboração de práticas visando ao atendimento universal 
da empresa, inclusão social nas ginásticas laborais.
Reavaliar as necessidades laborais e especificidades do 
trabalhador, trabalhar com protocolos de evolução clínica.
Figura 3 – Inspeção postural
Fonte: Getty Images
Importante!
Para Couto (1995, p. 26) “de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde
pode ser comprometida, além da definição de completo estado de bem-estar, tam-
bém por alguns fatores, dentre eles: agentes agressivos, também chamados de fatores 
de risco, como ruídos, temperatura, mobiliário, iluminação não adequada; deficiência 
de fatores ambientais; falta de atividade muscular; falta de comunicação com outras 
pessoas; falta de diversificação em tarefas de trabalho; e principalmente ausência de 
desafios intelectuais”.
13
UNIDADE Programas de Prevenção, Saúde e Segurança no Trabalho
Assista ao vídeo Ginastica Laboral na Empresa e perceba a interação entre profissional 
fisioterapeuta, trabalhadores e ginástica laboral. Disponível em: https://youtu.be/4sInvWrwa-4
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional dispõe aspectos sobre 
o uso da ginástica laboral pelo fisioterapeuta e dá outras providências por meio da 
Resolução n° 385, de 08 de junho de 2011.
Art 1º. Compete ao Fisioterapeuta, para o exercício da Ginástica Laboral, 
atuar na promoção, prevenção e recuperação da saúde, por meio de ela-
boração do diagnóstico, da prescrição e indução do tratamento, a partir de 
recursos cinesiológicos e cinesioterapêuticos laborais, devendo observar:
a) que a Ginástica Laboral, promovida pelo Fisioterapeuta, é uma ativi-
dade atinente à saúde físico-funcional das pessoas que se encontram na 
relação de trabalho, em todas as suas circunstâncias;
b) que o Fisioterapeuta levará em conta as condições ergonômicas do posto 
de trabalho, a eleição e aplicação dos exercícios individuais ou em grupo;
c) que o escopo da utilização desse método é a promoção da saúde e a 
prevenção de desvios físico-funcionais e ocupacionais próprios, além de 
pretender a melhoria do desempenho laboral e o tratamento das disfun-
ções físico-funcionais;
d) que a Ginástica Laboral pode ser exercida como atividade preparatória, 
compensatória, corretiva, de manutenção, entre outras.
e) que o fisioterapeuta, no âmbito da ginástica laboral, atua em programas de 
promoção da saúde, qualidade de vida,PPRA (Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais), orientando nas SIPAT (Semanas Internas de Prevenção 
de Acidentes do Trabalho) e junto às equipes de Segurança do Trabalho.
f) que o fisioterapeuta, no âmbito de seu campo de atuação, realiza a aná-
lise biomecânica da atividade produtiva do trabalhador, considerando as 
diferentes exigências das tarefas nos seus esforços estáticos e dinâmicos, 
realiza, interpreta e elabora laudos de exames biofotogramétricos, solicita 
exames complementares que julgar necessário, tudo com o objetivo de 
elucidar seu diagnóstico e subsidiar sua conduta para a Ginástica Laboral.
g) que a prescrição, indução do tratamento e avaliação do resultado deverão 
constar em prontuário cuja responsabilidade deverá ser assumida pelo Fisio-
terapeuta, inclusive quanto ao sigilo profissional, bem como à observância 
dos princípios éticos, bioéticos, técnicos e científicos. (COFFITO, 2014)
Ginástica Laboral e 
Trabalhadores com Deficiência
O número de empresas com pessoas com deficiência (PCD) vem aumentando sig-
nificativamente no Brasil. Com base na Lei de inclusão de pessoas com deficiências 
14
15
no mercado de trabalho (Lei 8.213/91), as organizações necessitam destinar cerca 
de 2 a 5% do seu quadro funcional para pessoas com deficiências. Desse modo, 
nos grupos de Ginástica Laboral, é importante destacar que o profissional de Fisio-
terapia precisa ser acessível e manter uma postura de acolhimento, humanização 
e ética frente à participação dessa classe profissional, visto que o foco das práticas 
integrativas é unir os funcionários em prol do aumento de sua saúde e qualidade de 
vida (BRASIL, 1991).
Inclusão
Diagnosticar
Sensibilizar
Acolhimento
Quali	car
Recrutação e
seleção
Figura 4 – Pilares da inclusão PCD nas organizações
As deficiências se enquadram em uma destas quatro categorias:
• Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do 
corpo humano, acarretando comprometimento da função física, tais como pa-
raplegia, tetraplegia, triplegia, nanismo, membros com deformidade congênita 
ou adquirida, entre outras;
• Deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total da audição;
• Deficiência visual: baixa visão, cegueira;
• Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média;
• Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências.
Lembre-se: a finalidade da ginástica é zelar pela qualidade de vida dos trabalha-
dores, assim todos os setores devem ser assistidos, a exclusão de algum setor pode 
atrapalhar os benefícios do Programa de Ginástica Laboral. Compreenda que atual-
mente nos postos de trabalho, tem-se diversos tipos de profissionais, que cada um 
deve ser visto em sua totalidade; atente-se às necessidades dos indivíduos. Um 
exemplo prático é a inclusão dos Trabalhadores PCD (pessoa com deficiência) nas 
atividades, a intenção é incluir todos trabalhadores.
15
UNIDADE Programas de Prevenção, Saúde e Segurança no Trabalho
Figura 5 – Inclusão social
Fonte: Getty Images
Como o fisioterapeuta deve agir frente à diversidade encontrada no ambiente 
de trabalho em relação aos colaboradores PCD?
Quadro 1
Deficientes 
Visuais
• Observe se não existem objetos que possam prejudicar a integridade física do 
colaborador;
• Descreva verbalmente o local onde a ginástica está sendo realizada;
• Fale de maneira clara, tranquila, objetiva e precisa;
• Mantenha o volume de sua voz, não eleve o tom de voz sem antes avisar aos alu-
nos, isso evita que os colaboradores se assustem;
• Caso seja necessário auxiliar no movimento, pergunte primeiro ao colaborador se 
você pode tocá-lo. Se puder, corrija os movimentos; se não puder, não se ofenda, 
respeite a particularidade do aluno;
• Evite o excesso de estímulo, alguns colaboradores podem se incomodar;
• Utilize materiais, recursos e estratégias com diferentes texturas e materiais, a 
ludicidade dos objetos pode diferenciar positivamente a ginástica laboral;
• Utilize metodologias ativas, seja dinâmico(a) e acessível.
Deficientes 
Auditivos
• O fisioterapeuta deve se posicionar em frente ao colaborador, muitos realizam 
leitura labial e isso facilita o atendimento laboral;
• Evite articular as palavras de maneira exagerada e não utilize gírias;
• Pessoas com deficiência auditiva podem se distrair facilmente e algumas têm difi-
culdade de manter a concentração; o fisioterapeuta deve utilizar recursos visuais e 
táteis para conseguir manter a atenção de seus colaboradores;
• Seja paciente e atencioso(a), todo acolhimento e humanização são necessários;
• Fisioterapeutas especialistas em inclusão se diferenciam no mercado de trabalho;
• Insira recursos visuais, pois auxiliam na facilitação da comunicação: luzes, carta-
zes, objetos coloridos e recursos fisioterapêuticos, como bola suíça, bandagens 
elásticas, halteres...;
• O trabalho em dupla pode ser uma excelente estratégia; caso necessário, seja a 
dupla do colaborador PCD.
16
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Defi cientes 
Físicos
• Sempre verifique com a empresa a aprovação médica para realização da ginás-
tica laboral;
• Conheça os colaboradores e suas necessidades, conhecer as patologias que eles 
possuem garante a segurança para o fisioterapeuta e para o trabalhador, o que 
evita riscos desnecessários como quedas, por exemplo;
• Se não entender o que a pessoa fala, peça que repita quantas vezes for necessário;
• Ao chamar um cadeirante, abaixe-se para falar com ele (na altura dos olhos), para 
ficar na mesma altura;
• Pergunte ao colaborador se ele permite auxílio com os dispositivos de marcha, 
como bengalas e cadeiras de roda;
• Caso seja necessário auxiliar o colaborador que utiliza cadeira de rodas, solicite 
primeiramente;
• Cuidado com o ambiente: rampas, escadas, pisos e mobiliários podem compro-
meter a integridade física dos colaboradores, toda atenção é necessária;
• O fisioterapeuta deve ter um olhar integral do colaborador com deficiência física; 
assim, peça sugestões de atividades e exercícios mais prazerosos aos colaborado-
res atendidos no Programa de Ginástica Laboral.
Defi cientes 
Mentais
• O fisioterapeuta deve conhecer a capacidade de cada colaborador, como nível de 
atenção, concentração e interesse;
• Ao corrigir a postura ou execução de algum exercício, seja educado(a) e acessível;
• Promova a autoconfiança, ajude o colaborador a superar as dificuldades;
• Monitore o colaborador, a fim de evitar problemas de equilíbrio, ligamentares, 
respiratórios e circulatórios;
• Insira ferramentas lúdicas, pois elas facilitam a inserção e execução de determi-
nados movimentos.
Figura 6 – PCD e o ambiente de trabalho
Fonte: Getty Images
Amplie seu conhecimento sobre a contratação de pessoas com deficiência no mercado pro-
fissional. Gestão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho. 
Disponível em: https://bit.ly/2XWXjnw
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UNIDADE Programas de Prevenção, Saúde e Segurança no Trabalho
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Prática de Ginástica Laboral – Prepare o seu Corpo para uma Jornada de Trabalho Home Office
https://youtu.be/CsWRNAJytcY
 Leitura
Manual Saúde do Trabalhador
https://bit.ly/33Z7ko5
Portaria nº 1823, de 23 de agosto de 2012
https://bit.ly/31Q0Rt7
Parecer Consultivo Ginástica Laboral – COFFITO
https://bit.ly/2PUBdxD
Ergonomia e Ginástica Laboral para o Motorista
https://bit.ly/3atW4Bp
18
19
Referências
BRANCO, A. E.(org.) et al. Ginástica laboral: prerrogativa do profissional de 
educação física. Rio de Janeiro: CONFEF, 2015.
BRASIL. Lei nº. 8.213. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social 
e dá outras providências. Brasília: DOU, 1991.
CARMELLO, E. Qualidade de vida no trabalho. IV Congresso Paranaense de 
Recursos Humanos. Paraná, Brasil, 2015.
COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: o manual técnico da máquina 
humana. Vol. I. Belo Horizonte: Ergo, 1995.
CUBAS, K.; XINAIDA, S. Ilustrações apresentadas no Congresso IQPC – 
Gestão daDiversidade e Inclusão de PcDs. São Paulo, 2009.
GAULT, M. L.; WILLEMS, M. E. T. Aging, functional capacity and eccentric 
exercise training. Aging and disease, v. 4, n. 6, p. 351-363, 2013. Disponível 
em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3843652/pdf/ad-2013-04-
06351.pdf>. Acesso em: 04/07/2020.
LIMA, V. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 3ª ed. São 
Paulo: Phorte, 2007.
MENDES, A. R.; LEITE, N. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. 
Barueri: Manole. 2004.
POLITO, E.; BERGAMASCHI, E. C. Ginástica laboral: teoria e prática. Rio de 
Janeiro: Sprint, 2002.
ZILLI, C. M. Manual de cinesioterapia/ginástica laboral: uma tarefa interdisciplinar 
com ação multiprofissional. Curitiba: Lovise, 2002.
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