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Curso de Pós-graduação a Distância Contabilidade Empresarial Autores: Eloir Trindade Vasques Vieira Neusa Oviedo Ramirez Universidade Católica Dom Bosco Virtual www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 2 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 Objetivo Geral Iniciar o estudante nos aspectos contábeis das micro e pequenas empresas, compreendendo e analisando de maneira crítica as demonstrações contábeis financeiras. SUMÁRIO UNIDADE 1 – A CONTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES ................................... 05 1.1 Tributos, impostos e contribuições ...................................................................... 07 1.2 Micro e pequena empresa .................................................................................. 10 UNIDADE 2 - NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE ..................................... 14 2.1 Conceito de Contabilidade .................................................................................. 15 2.2 Ramos da Contabilidade .................................................................................... 18 UNIDADE 3 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FINANCEIRAS .......................... 21 3.1 Alterações contábeis ........................................................................................... 24 3.2 Estrutura do Balanço Patrimonial ........................................................................ 26 3.3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE .............................................. 35 3.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC ........................................................ 37 3.5 Demonstração do Valor Adicionado - DVA ........................................................ 51 UNIDADE 4 - MEDIÇÃO DE DESEMPENHO .......................................................... 61 4.1 Indicadores ......................................................................................................... 65 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 72 ANEXOS ................................................................................................................... 76 3 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 INTRODUÇÃO No cenário econômico atual, a informação representa um dos quesitos imprescindíveis na gestão administrativa. Segundo Iudícibus (2020), a contabilidade como área do conhecimento é privilegiada, pois seu foco principal é a informação destinada aos vários usuários, sejam funcionários ou proprietários, de forma a propiciar decisões racionais e adequadas dos negócios de modo que atinja os seus objetivos. Num mercado altamente competitivo, a meta das empresas é a busca da lucratividade sempre, isto é, o retorno do capital investido, e, para isso é necessário focar na qualidade dos produtos e serviços prestados visando à satisfação do cliente, de forma que viabilize o empreendimento, tornando-o competitivo. O papel da contabilidade nas empresas, independente de seu porte ou atividade, é proporcionar uma visão pretérita da atividade empresarial por meio dos relatórios contábeis econômicos e financeiros, que propiciem uma leitura apropriada do fluxo de caixa para a tomada de decisão adequada. Com a globalização do mercado financeiro e de capitais, e os investidores, buscando parâmetros de comparação para tomada de decisão mais adequada em relação aos seus investimentos, estudiosos da contabilidade, perceberam a necessidade de uma contabilidade supranacional com base em princípios e nos fundamentos econômicos do evento, com Demonstrativos Econômicos e Financeiros transparentes e de qualidade, que permitam uma análise de risco prospectivo e não apenas dados retrospectivos, trazendo à tona discussão sobre o mercado internacional e a necessidade de utilizar uma contabilidade supranacional que atenda ao mercado econômico interno e externo. Destas discussões entre os países mais ricos surgiu, em 1973, a necessidade de criar normas de contabilidade com padrões internacionais e supranacionais que atendessem às necessidades do mercado em expansão. Em 2005, com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC, composto pelos órgãos normatizadores e fiscalizadores do negócio no Brasil, foi possível viabilizar o processo de convergência das normas brasileiras de contabilidade ao International Financial Reporting Standard – IFRS, popularmente conhecido como normas internacionais. No Brasil a contabilidade esteve, até o ano de 2007, vinculada aos textos legais para atender as questões tributárias, isto 4 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 significa que os demonstrativos financeiros deveriam ser elaborados da forma como o governo normatizava. Esse processo de convergência possibilitou a desvinculação meramente tributária e retrospectiva dos relatórios contábeis financeiros, por meio dos textos legais da Lei 11.638/2007 e da Lei 11.941/2009, que alteraram alguns artigos da Lei n. 6.404/1976, para que a contabilidade possa atender sua finalidade de representar de forma adequada uma realidade econômica e prospectiva com base nos eventos pretéritos é claro, mas utilizando essas informações passadas para projetar o fluxo de caixa futuro esperado em função do volume de transações econômicas do passado. Nesse contexto, a contabilidade gerencial demonstra a necessidade do uso de “ferramentas” gerenciais apropriadas para a captura, mensuração e registro adequado dos eventos econômicos que permitam a avaliação de desempenho das micro e pequenas empresas, fornecendo informações para tomada de decisão, e promovendo o desenvolvimento desses negócios. 5 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 UNIDADE 1 – A CONTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES A Ciência Contábil é uma ciência social aplicada que tem como objeto de estudos o patrimônio das entidades, sejam públicas, privadas, particulares, individuais, coletivas, de interesse social ou outros. E como ciência do patrimônio deveria estar presente nas organizações comerciais, que exploram atividades de comércio, indústria, prestação de serviços e quaisquer outras atividades que envolvem a necessidade de controle do patrimônio e sua evolução (ou não), para evidenciar o desempenho esperado, de acordo com o objetivo e finalidade da organização comercial. Sabemos que na realidade brasileira a contabilidade não é muito valorizada, porque poucos conhecem sua função e utilidade para tomada de decisão adequada na manutenção do negócio e preservação do patrimônio. Neste material didático vamos identificar o papel da contabilidade nos negócios empresariais e sua função na tomada de decisão, e, para isso vamos inicialmente entender o significado do termo empresa sob a ótica do direito empresarial e para a contabilidade. No Direito empresarial empresário é a pessoa que exerce a atividade econômica, e empresa é a própria atividade de comércio, de produção (indústria) de bens e serviços. Então, segundo o Direto empresarial, o conceito de empresa é totalmente diferente do conceito usual de local, espaço físico onde uma atividade econômica está sendo exercida, ou um sujeito do direito, como é o caso da pessoa jurídica constituída. Mesmo assim o termo empresa é utilizado na linguagem cotidiana com estes significados inadequados nos meios empresarial, contábil e até nos meios jurídicos. Coelho (2010, pp. 12-13), explica que: Na linguagem cotidiana, mesmo nos meios jurídicos, usa-se a expressão "empresa" com diferentes e impróprios significados. Se alguém diz "a empresa faliu" ou "a empresa importou essas mercadorias", o termo é utilizado de forma errada, não técnica. A empresa, enquanto atividade, não se confunde com o sujeito de direito que a explora, o empresário. É ele que fale ou importa mercadorias. Similarmente,se uma pessoa exclama "a empresa está pegando fogo!" ou constata "a empresa foi reformada, ficou mais bonita", está empregando o conceito equivocadamente. Não se pode confundir a empresa com o local em que a atividade é desenvolvida. O conceito correto nessas frases é o de estabelecimento empresarial; este sim pode incendiar-se ou ser embelezado, nunca a atividade. Por fim, também é equivocado o uso da expressão como sinônimo de sociedade. Não se diz 6 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 "separam-se os bens da empresa e os dos sócios em patrimônios distintos", mas "separam-se os bens sociais e os dos sócios"; não se deve dizer "fulano e beltrano abriram uma empresa", mas "eles contrataram uma sociedade". Somente se emprega de modo técnico o conceito de empresa quando for sinônimo de empreendimento. Se alguém reputa "muito arriscada a empresa", está certa a forma de se expressar: o empreendimento em questão enfrenta consideráveis riscos de insucesso, na avaliação desta pessoa. Como ela se está referindo à atividade, é adequado falar em empresa. Como podemos ver, Empresa é um termo genérico e no direito empresarial é utilizado com um significado distinto. Para Crepaldi (2019), uma empresa é uma associação de pessoas para a exploração de um negócio que produz e/ou oferece bens e serviços, com vistas, em geral, à obtenção de lucros. Cassarro (2011), coloca que uma empresa é uma entidade jurídica que tem como obrigação apresentar lucro, e este deve ser suficiente para permitir sua expansão e o atendimento das necessidades sociais. De acordo com Franco (2010), empresa é toda entidade constituída sob qualquer forma jurídica para exploração de uma atividade econômica, seja mercantil, industrial, agrícola ou de prestação de serviços. Segundo Rocha (1995), o processo de organização de uma empresa dá-se em diversas etapas que se iniciam nas pesquisas dos problemas existentes na empresa até a implementação das possíveis soluções encontradas. Para Kinlaw (2002), a empresa é a força contemporânea mais poderosa de que se dispõe para estabelecer o curso dos eventos da humanidade. Ela transcende as fronteiras e os limites do nacionalismo, exercendo influência predominante nas decisões políticas e sociais. Harrington (1997), corrobora essa ideia, comentando que as organizações entraram em uma era de grandes desafios e incertezas sem precedentes, pois cada vez mais os empresários estão buscando alternativas, visto que os modelos funcionais e tradicionais não parecem ser eficazes. Para superar estes desafios empresas e empresários buscam identificar, por meio da contabilidade e reflexão sobre o negócio, seus pontos fortes e suas fragilidades, que permitam à empresa delinear seu planejamento estratégico de forma a torná-la rentável e competitiva. A contabilidade quando elaborada de forma correta, capturando a essência do evento econômico que afeta a empresa, permite ao empresário a melhor leitura hoje, do fluxo de caixa futuro esperado de seu empreendimento, acompanhar a evolução e desempenho do negócio, possibilita uma análise de risco para a tomada 7 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 de decisão adequada (risco calculado) e, ainda, a visão retrospectiva e prospectiva. Exemplo se a empresa teve um bom ano, como manter e avançar neste desempenho, se foi um mal ano, como evitá-lo. No Brasil, a preocupação das empresas, há muito tempo, é a alta carga tributária que incide sobre a atividade produtiva, e também aquela que onera o trabalhador regularmente registrado nas empresas. A seguir listamos alguns tributos incidentes sobre as atividades empresariais. 1.1 Tributos, impostos e contribuições Os tributos e contribuições inerentes às empresas, bem como as alíquotas, dependem de vários fatores, como: a atividade econômica, forma de apuração e porte da empresa. Os mais comuns são: • Contribuição Sindical Patronal: Esta obrigação é da empresa e incide sobre o salário que a empresa paga aos empregados, e tem relação direta com a quantidade de funcionários que a empresa emprega. Estão sujeitas às contribuições sindicais as categorias econômicas, as empresas em geral, os empregadores do setor rural e, quando organizados em firma ou empresa, os agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais. • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSSL: É uma contribuição federal sobre o lucro e foi instituída por lei. O fato gerador é o lucro líquido da empresa. • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –COFINS: É uma contribuição federal, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta da empresa. Em sua essência, é destinada a financiar a seguridade social (conjunto de ações públicas nas áreas da previdência, saúde pública e assistência social). A alíquota a ser paga pelas empresas tributadas pelo lucro real é em média de 7,6%, e de 3,0% para as demais. • Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS: São valores recolhidos aos cofres públicos, mas que pertencem ao trabalhador. Os recursos do FGTS são destinados a aplicações nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura. São depósitos mensais que os empregadores depositam nas contas abertas na Caixa Econômica Federal, em nome dos seus empregados. A finalidade é dar suporte financeiro aos trabalhadores, 8 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 principalmente na hipótese de demissão sem justa causa, mas também em outras situações específicas. • Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços – ICMS: trata-se de Imposto Estadual, portanto, somente os Governos dos Estados e do Distrito Federal têm competência para instituí-lo. Os valores no país variam entre 7% e 27% dependendo do estado que o institui e da atividade econômica. Há uma reflexão contínua pelos órgãos reguladores deste tributo na intenção de unificar as alíquotas em território nacional para minimizar a guerra fiscal entre os estados da federação, na disputa por empreendimentos. • A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. É devido pelas empresas e trabalhadores ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS e as alíquotas de contribuição são variáveis e dependem, em se tratando de empresas, de sua atividade econômica e o total bruto do salário dos trabalhadores contratados e, no caso dos trabalhadores, as alíquotas de contribuição variam de 8% a 11% por cento sobre o salário bruto. O INSS é o órgão responsável para o recebimento de contribuições. Também é responsável pelo pagamento de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, entre outros benefícios previstos em lei. • Imposto sobre Produto Industrializado – IPI: Conforme a Constituição, trata-se de imposto federal, portanto somente a União tem competência para instituir tal imposto. De acordo com o texto legal fato gerador do IPI ocorre em dois momentos distintos: a) Na importação dos produtos industrializados fora do país o fato gerador acontece no momento do desembaraço aduaneiro do produto importado, e b) Na operação interna dos produtos industrializados no país - com a saída do produto industrializado do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. • Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ: São contribuintes deste imposto as pessoas jurídicas e as equiparadas. As disposições tributárias do IR aplicam-se a todas as firmas e sociedades, registradas ou 9 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 não. As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma das seguintes formas: Sistema Simplificado – Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e Lucro Arbitrado, e para cada uma destas formas há uma fórmula de cálculo, bem como aplicação de alíquotas que variamconforme o ramo de atividade. • Imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS: O ISSQN é regido pela Lei Complementar Federal 116/2003 e legislação específica de cada prefeitura municipal. É de competência dos Municípios e do Distrito Federal e tem como fato gerador a prestação de serviços. As alíquotas são variáveis, conforme a legislação do Estado. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a alíquota devida é de 5%. Neste caso, o contribuinte é o prestador de serviço. • Programa de Integração Social – PIS: Foi criado por lei com a finalidade de promover a integração do emprego na vida e no desenvolvimento das empresas, viabilizando melhorar a distribuição da renda nacional. Trata-se da contribuição social de natureza tributária, devida pelas pessoas jurídicas, com objetivo de financiar o pagamento do seguro de desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. Incide sobre a receita total, a alíquota é de 1,65% para os que optam pelo Lucro Real, e de 0,65% para as empresas que optarem pelo Lucro Presumido e nas retenções de NF. • Simples Nacional: É um regime tributário específico para microempresas e empresas de pequeno porte, diferenciado, simplificado previsto por lei. As empresas enquadradas no regime tributário do simples nacional pagam impostos Federais, Estaduais e Municipais de forma agrupada em alíquota única, que o ente tributário federal repassa para os outros agentes. Ocorre que não são todos os tipos de empresa que podem aderir a este sistema de tributação, sendo pré-requisitos o faturamento anual e o ramo de atividade. Os tributos inclusos no Simples Federal são: ISSQN, ICMS, IRPJ, CSLL, IPI, PIS, COFINS e INSS devido pelo empregador. Além das obrigações principais de recolher os tributos incidentes sobre sua atividade, os empreendimentos ainda têm de cumprir com as obrigações tributárias 10 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 acessórias1 impostas em função de sua atividade e estrutura empresarial, estas obrigações quando não cumpridas oneram a empresa de forma significativa. Além de outros neste mesmo parâmetro, tais como: • Contribuição Sindical dos Empregados: Incide sobre o salário dos empregados, e a empresa tem a obrigatoriedade de reter na folha de pagamento; este tipo de contribuição não onera a empresa quanto à obrigação principal, mas em relação ao fato de que a obrigação de reter e repassar está a cargo da entidade que paga (ou deveria pagar) para que o contador faça os procedimentos adequados. A Constituição Federal prevê que as categorias econômicas, profissionais ou liberais devem fazer a contribuição sindical. • Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF: o contribuinte deve preparar anualmente a declaração de todos os rendimentos recebidos no ano anterior, e estes valores serão homologados pelas autoridades tributárias. A alíquota varia em média de 15% a 27,5% sobre os rendimentos recebidos. 1.2 Micro e pequena empresa Julien et al (1994), expõe alguns critérios para definir uma micro e uma pequena empresa: • Tamanho reduzido (número de empregados, faturamento). • Baixa especialização (diretores, empregados, equipamentos). • Centralização da administração. • Estratégia intuitiva ou pouco formalizada. • Sistema de informação interna pouco completo ou pouco organizado. • Adaptação às mutações da economia: maior segmentação dos mercados. Para Davis (1995) (apud BEZERRA, 2001), uma pequena empresa é caracterizada por ser gerida pelo seu proprietário, por possuir poucos empregados, ou poucos produtos ou linhas de produção, baixo capital de giro, baixas despesas, pequena área de atuação, conhecimento limitado de tecnologia. 1 São obrigações as quais os empreendimentos estão obrigados a cumprir, para facilitar a ação fiscalizadora do Estado. Exemplo: Declaração do Imposto de renda, Declaração do Imposto Retido na Fonte, etc. 11 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 Leone (1999), explica que as micro e pequenas empresas trabalham com especificidades organizacionais, pois possuem estrutura organizacional simples. Essas empresas, em sua maioria, trabalham a gestão na figura do proprietário- dirigente. O cliente pode discutir diretamente com o proprietário da empresa sobre preço, produto, participação; essa última pode envolver também os funcionários que conseguem argumentar e conversar com o dirigente. O empresário toma decisões de acordo com sua experiência, baseado no julgamento e intuição. A figura do proprietário, pessoa física, se confunde com a pessoa jurídica. Fonte: http://migre.me/gCWIo Para Cossentino (2005), as características que geram dificuldades para as micro e pequenas empresas são: • Pessoal mal qualificado para padrões mais elevados de tecnologia e gestão. • Fragilidade financeira derivada do autofinanciamento e recursos de curto prazo. • Fracas conexões de P&D. • Falta de suporte para a internacionalização. Em função das características descritas pelos autores citados, o tratamento diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte está previsto desde 1988, na Constituição Federal do Brasil. Este tratamento diferenciado inclui o tratamento tributário, legal, fiscal e outros aplicáveis às MEs e EPPs viabilizando o empreendimento destes, permitindo-lhes atuarem no mercado de forma mais adequada e com competitividade. O tratamento diferenciado não isenta as MEs de suas obrigações jurídicas (formalização), fiscais principais (recolher impostos) ou fiscais acessórias (declarar aos entes fiscalizadores) e outros compromissos e agendas que devem cumprir para permanecer e gozar dos benefícios concedidos pelo Estatuto. Conforme texto da Lei 123/2006, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada, e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente 12 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que, no caso das microempresas, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e no caso das empresas de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). Esta lei, para surtir os efeitos desejados, possui um Comitê Gestor que tem a incumbência de fazer dar certo esta legislação, em função de que no Brasil as micro e pequenas empresas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, representam 67% do pessoal ocupado, 20% do PIB Nacional e 99% das empresas de comércio, indústria e serviços do País2. Uma empresa não pertence somente a seus sócios ou acionistas. A forma como conduz seus negócios se reflete no desenvolvimento econômico e social da empresa, bem como da comunidade onde está inserida. Exercício 1 1. Sobre margem de contribuição, é correto afirmar que: a) É o mesmo que o lucro variável unitário do produto, deduzido dos custos e despesas variáveis necessários para produzir e vender o produto. b) É resultado do valor dos custos fixos menos o custo variável, menos os custos fixos e menos as despesas fixas. c) É o mesmo que receita operacional menos custos fixos e custos variáveis. d) É o mesmo que matéria-prima menos custos fixos e variáveis. 2. A grande maioria dos autores define a MPE – Micro e Pequena Empresa como: a) Uma pequena empresa possui trabalho de familiares, organização rudimentar e pertence a grupos financeiros. b) Uma pequena empresa possui Administração especializada, não tem produção em escala, trabalho de familiares.c) Uma pequena empresa não pertence a grupos financeiros, não possui administração especializada e não tem produção em escala. d) Uma pequena empresa confecciona todos os relatórios econômicos e financeiros indicadores nas normas brasileiras de contabilidade. 2 Informação retirada do curso simples nacional disponibilizado pela Receita Federal do Brasil, item “saiba mais”. 13 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 e) Uma pequena empresa geralmente possui mais que 50 funcionários. 3. “Os gastos que ocorrerão em função da prestação dos serviços de uma empresa, ou da aquisição de algum produto para comercialização aos clientes. Ex.: custo dos produtos que comercializar, pagamento de profissionais especializados”. O enunciado anterior refere-se a: a) Custo fixo. b) Custo variável. c) Margem de contribuição. d) Lucro. e) Ponto de equilíbrio. 14 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 UNIDADE 2 - NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE A contabilidade tem sido conceituada por diversos autores de forma mais diversificada e de acordo com a base teórica e escola de formação de cada pesquisador. Alguns a conceituam como arte, outros como técnica e outros ainda como sistemas de informação, como anunciou o Instituto Brasileiro de Contabilidade IBRACON. De acordo com este órgão “A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários de demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização”. Esta afirmação gerou um intenso movimento de estudiosos e teóricos da contabilidade que por meio de argumentação lógica, científica e sólida, demonstraram cientificidade da contabilidade. Nada como um bom debate para aprofundar e ampliar as pesquisas em qualquer área da ciência. Para Franco (1996), é a “ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”. Esta ciência é hoje reconhecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como ciência da grande área da administração. Porém, este reconhecimento não deu fim às discussões acerca da ciência contábil (seus objetivos, o alcance, a finalidade), que tem evoluído gradualmente como ciência em todos os países e mais lentamente no Brasil. O movimento de Convergência das normas Brasileiras de Contabilidade às Normas Internacionais foi outro momento de grande proficuidade da ciência contábil no Brasil. As mudanças que estão ocorrendo foram e estão sendo objeto de amplo debate e da colaboração dos diversos entes e usuários da contabilidade no Brasil, em função da atual revisão do Conceptual Framework, pelo International Account Standard Board IASB, órgão internacional que emite as normas de contabilidade. O IASB não utiliza a palavra “PRINCÍPIOS” e sugere “uma linha sequencial relativamente completa no que diz respeito à Teoria da Contabilidade aplicada ao processo normativo.” Desta forma, com as mudanças, leva-se em conta sempre a 15 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 essência econômica do fato referente aos negócios, aplicáveis a quaisquer entidades em detrimento da forma legal e/ou normativa. Após ampla discussão, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgaram o “Pronunciamento Conceitual. 2.1 Conceito de Contabilidade A contabilidade no Brasil até 2005 era apenas normativa legal. A globalização do capital gerou a necessidade de uma Contabilidade supranacional que fosse além das normas domésticas do país de origem da empresa, mas que fosse capaz de dar conta da necessidade de informação fidedigna para os usuários externos de seus relatórios contábeis, visto que para a tomada de decisão interna os usuários têm acesso privilegiado, mas os investidores externos não possuem esse privilégio. Por essa razão o Brasil aderiu às normas Internacionais, ao IFRS e para isso se faz necessário entender a estrutura conceitual que embasa a elaboração destes relatórios contábeis internacionais. A estrutura conceitual para elaboração do relatório contábil financeiro não é um pronunciamento técnico propriamente dito e não define normas para questão específica de mensuração ou divulgação; nada contido na Estrutura Conceitual substitui qualquer pronunciamento específico. É importante ressaltar que nos casos em que houver um conflito entre a Estrutura Conceitual e uma IFRS específica, essa última deve prevalecer sobre os requisitos da Estrutura Conceitual. A estrutura conceitual define o foco das demonstrações elaboradas com base nas normas emanadas do IFRS para investidores e credores. Outros tipos de usuários, apesar de poderem se utilizar dessas informações, não constituem seu foco específico. Para atingir os objetivos, a norma contábil destaca as características qualitativas que devem permear as demonstrações contábeis financeiras de propósito geral. Entre estas características estão: • as características qualitativas fundamentais que são a característica da relevância da informação e a característica da representação fidedigna dos eventos econômicos que impactam o patrimônio das entidades; e 16 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 • as características qualitativas de melhoria que permitam a Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade dos relatórios contábeis financeiros. Em função destas políticas contábeis, no Brasil vamos levar em conta o que versa a Lei 6404/1976 que dispõe sobre as sociedades por ações, texto atualizado, sobre a estrutura e apresentação dos relatórios contábeis e financeiros. Na seção II sobre demonstrações financeiras a legislação informa quais relatórios são de elaboração e publicação obrigatória e qual o período de deve ser elaborado. Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) Os três primeiros relatórios são obrigatórios para todas as empresas, independente de seu porte, os cinco relatórios são obrigatórios para empresas de grande porte e as sociedades anônimas o § 6o identifica quem está isento da elaboração da DFC “a companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) Dica de leitura O artigo 176 é extenso e sua leitura é importante para o empresário e também para quem se dispõe a estudar contabilidade. Leia o artigo, disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 04 set. 2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm 17 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 Perceba que no Brasil, hoje, a contabilidade atende à legislação doméstica e à supranacional em função do processo de convergência às normas do IASB o IFRS. Alguns pesquisadores da área contábil como Ribeiro (2018), conceitua contabilidade como [...] ciência social que tem por objeto o patrimônio das entidades econômico-administrativas. Seu objetivo principal é controlar o patrimônio das entidades em decorrência de suas variações. Iudícibus (1994), complementa informando que a contabilidade desempenha ao longo do tempo o mesmo papel que tem a história no desenvolver da vida da humanidade. É a contabilidade através de seus registros que faz com que se conheça o passado e o presente da situação econômica da entidade, bem como este registro representa as possibilidades de orientações de planos futuros da organização. O IASB sugere que aprendamos a entender a Demonstração da Posição Financeira que, para os profissionais que trabalham com contabilidade no Brasil, se refere ao Balanço Patrimonial, não apenas de maneira retrospectiva, mas também prospectiva. Como? Por exemplo, na conta caixa nos informa do valor disponível para pagar os passivos, a conta cliente vai gerar fluxo de caixa futuro no momento do recebimento, a mesma coisa podemos dizer do estoque para comercialização, vai gerar benefícios futuros, no mínimo, pelo valor registrado naquele momento no Balanço Patrimonial. Por esta razão, as demonstrações contábeis devem ser elaboradas levando- se em conta o regime de competência, porque permite a prospecção e têm também como princípio a continuidade da empresa. Se houver incerteza sobre a capacidade da empresa de operar continuamente, todas as bases contábeis irão mudar, por exemplo, num processo de falência o valor dos ativos e passivos podem ser negociados e será necessária uma divulgação bastante extensa e explicativa. As empresas, de maneira geral, têm receita e despesas constantes durante os meses do ano, e a apuração desse resultado informará se neste período houve lucros ou prejuízos. Se as receitas do período são maiores que as despesas, haverá lucro, se ocorrer o inverso, despesas maiores que receitas, haverá prejuízo. 18 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 2.2 Ramos da Contabilidade Hiroshi (1998), relaciona os ramos da contabilidade mais utilizados: • Contabilidade Financeira, na qual utiliza as técnicas e procedimentos contábeis para elaboração de demonstrações contábeis; relatórios financeiros. • Contabilidade Fiscal ou de escritório, onde são verificadas rotinas técnicas de departamento de pessoal, apuração de impostos e contribuições sociais, exigências para apresentações de guias aos respectivos órgãos públicos. • Contabilidade Governamental: abrange o mercado restrito ao registro e interpretação de fenômenos relacionados ao direito público nas esferas do Governo Federal, Estadual e Municipal. • Contabilidade Rural: utiliza procedimentos diferenciados da contabilidade, exclusivos da atividade rural. • Contabilidade Internacional: faz-se a contabilização de empresas estrangeiras, trabalhando com conversão de moedas, harmonização de normas e procedimentos entre os países envolvidos; • Contabilidade Bancária: contabilização das elaborações financeiras relativas a instituições financeiras e de crédito; • Contabilidade Imobiliária trabalha itens relacionados à elaboração de demonstrações financeiras exclusivas deste ramo de atividade. • Auditoria tem a função de emitir parecer sobre a posição financeira da empresa, de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos. • Perícia: cabe ao profissional obter prova e orientar uma autoridade formal no julgamento de um fato. • Contabilidade Social: busca agregar valor às ações da empresa, apresentando dados sociais, a partir dos quais foi criado o balanço social. • Contabilidade Gerencial: Segundo Iudícibus (2020), na contabilidade gerencial são conferidas várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços, etc., colocados em outra perspectiva. Em um grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os 19 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 gerentes das entidades em seu processo decisório. Quando se fala em contabilidade gerencial se fala em contabilidade para tomada de decisão. Para este autor, a contabilidade gerencial deve utilizar outros campos de conhecimento não circunscritos à contabilidade. Deve aproveitar conceitos da administração da produção, da estrutura organizacional, bem como da administração financeira, campo mais amplo, no qual se situa toda a contabilidade empresarial. Pode-se afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábil feito “sob medida” para que a administração possa tomar uma decisão segura sobre os rumos da empresa, se trata de um ato da contabilidade gerencial. Segundo Franco (2010), o conjunto dos acontecimentos verificados na entidade, sejam fatos contábeis, ou meramente atos administrativos, são chamados de gestão. Essa pode ser medida por períodos de tempo, que denominamos de períodos administrativos. Segundo Crepaldi (2019), a informação contábil tem que ser: Confiável. Os trabalhos elaborados pela Contabilidade devem inspirar confiança, a tal ponto que o usuário da informação tenha segurança nas informações fornecidas. Ágil. Pode-se elaborar um belo trabalho contábil, mas se o mesmo não for apresentado em tempo hábil para ser usufruído, a informação perde o sentido, principalmente em países com economia instável. Elucidativa. Cada usuário da informação tem um grau de conhecimento; identificá-lo é primordial para que os trabalhos sejam elucidativos. Fonte para tomada de decisões. Nenhuma decisão que envolva negócios é tomada a esmo, pois está em jogo o Patrimônio, que não se constituiu de maneira tranquila; assim, quem controla o Patrimônio tem obrigação de gerar alicerce para decisão. A contabilidade, como ciência do patrimônio que possui como objeto principal o patrimônio e sua evolução e como objetivo acompanhar a criação e evolução da riqueza gerada por um empreendimento, tem a responsabilidade de evidenciar essa evolução de maneira mais fidedigna possível para os gestores do empreendimento, responsáveis pela tomada de decisão interna e também para seus financiadores externos que precisam destes dados para decidir, por exemplo, como e quando comprar ou vender ações da empresa, quando conceder ou não conceder crédito, etc. 20 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 Hendrich e Van Breda (2010), explicam que a contabilidade evolui à medida que a sociedade evolui, e por essa razão as diferenças regionais em relação às especificidades de cada cultura. Exercício 2 1. Analise os enunciados a seguir: I. A contabilidade é a ciência social que tem por objetivo medir, para poder informar, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades. II. A contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, por meio da coleta de dados, do registro, da consolidação de informações e da divulgação destas em relatórios, tendo como finalidade a produção de subsídios para a tomada de decisões. a) Apenas o enunciado I está correto. b) Apenas o enunciado II está correto. c) Todos os enunciados estão corretos. d) Nenhum enunciado está correto. 2. Assinale a alternativa que apresente apenas Demonstrações Contábeis: a) Diário, Balanço Patrimonial e Notas Explicativas. b) Notas Explicativas, Demonstração de Resultado do Exercício e Razão. c) Balanço Patrimonial, Demonstração deResultado do Exercício e Demonstração dos Fluxos de Caixa. d) Registro de Termo de Ocorrências, Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. 3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta: I. A contabilidade fiscal permite a verificação de rotinas obrigatórias e técnicas, seja em relação a documentos e informações aos organismos governamentais. II. Quando se fala em contabilidade gerencial se reporta a tomada de decisão. III. Contabilidade Governamental abrange o mercado restrito ao registro e interpretação de fenômenos relacionados ao direito público nas esferas das empresas privadas. a) Somente o enunciado I está correto. b) Somente o enunciado I e II estão corretos. c) Somente o enunciado III está correto. d) Todos os enunciados estão corretos. 21 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 UNIDADE 3 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FINANCEIRAS No Brasil a Lei que versa sobre as sociedades por ação é a Lei 6.404 de 1976, que quando aprovada foi um grande avanço para a contabilidade no Brasil, mas que permaneceu muito tempo atrelada às questões tributárias domésticas. O que viabilizou esse imenso movimento de transição das normas brasileiras de Contabilidade às Normas Internacionais foi a criação, pelo CFC em 07 de outubro de 2005 através da resolução CFC Nº 1.055, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, composto pelas seguintes entidades: • Associação Brasileira das Companhias Abertas – ABRASCA. • Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais - APIMEC NACIONAL. • Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA. • Conselho Federal de Contabilidade – CFC. • Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON. • Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - FIPECAFI. O CPC foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos de diversas entidades, portanto, não é uma tarefa isolada do CFC. Tem as seguintes características: autonomia das entidades representadas, deliberados por 2/3 de seus membros; as seis entidades listadas acima compõem atualmente o CPC, mas futuramente outras entidades poderão vir a ser convidadas. Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos: • Banco Central do Brasil. • Comissão de Valores Mobiliários – CVM. • Secretaria da Receita Federal. • Superintendência de Seguros Privados - SUSEP. • Confederação Nacional da Indústria - CNI. • Federação Brasileira dos Bancos - FEBRABAN. Todas essas alterações sugeridas, vivenciadas e implementadas pelo CPC, foram antes de tudo resultado de estudos aprofundados como podemos verificar na leitura do texto. 22 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 O objeto da contabilidade, em quaisquer das normas legais ou institucionais, antigas ou atuais, não diverge da teoria patrimonial. Então, o objeto da contabilidade é o PATRIMÔNIO das entidades; e o objetivo mais intimamente ligado ao objeto é evidenciar, por meio da captação, registro e mensuração adequada dos eventos econômicos e financeiros que afetam o patrimônio desta entidade, esta mutação da forma mais fidedigna possível. E, neste movimento de capturar, registrar e mensurar os eventos, precisamos de um sistema contábil confiável e paramétrico, de acordo com as necessidades do empreendimento, e que gere demonstrações contábeis confiáveis. São demonstrações contábeis os relatórios técnicos emitidos por um sistema de contabilidade que têm a finalidade de evidenciar a situação contábil financeira e econômica de uma entidade em um determinado período, sem interromper o processo de continuidade do negócio. Um sistema contábil adequado deve estar parametrizado de acordo com a teoria contábil, com a metodologia das partidas dobradas, com as normas legais vigentes, sem gerar contradição ou choque entre elas, e deve permitir diferentes combinações de relatórios de acordo com as exigências dos usuários, como os demonstrativos tradicionais (fluxo de caixa, balanço, DRE, etc.) ou adicionais (custo por setor ou atividade, folha de pagamentos) e outros demonstrativos, legalmente obrigatórios ou não e que permitam observar a movimentação e/ou modificações no patrimônio da entidade. A Estrutura Conceitual para elaboração das Demonstrações Contábeis está disposta na Res. CFC 1.374/2011, de forma ampla e geral e deve ser considerada como base conceitual para os pronunciamentos que foram e virão a ser aprovados. O objetivo da estrutura conceitual é dar suporte para a elaboração dos relatórios contábeis-financeiros de forma mais fidedigna possível, para os investidores atuais e em potencial, outros interessados podem fazer uso destes relatórios, mas estes são elaborados essencialmente para os que concedem crédito ou têm interesse em ações das empresas. As demonstrações contábeis financeiras, inclusive as demonstrações contábeis consolidadas, são preparadas e apresentadas pelo menos uma vez ao término do ano civil e visam atender às necessidades comuns de informações de um grande número de usuários. Alguns desses usuários, especialmente os internos, talvez necessitem de informações e tenham o poder de obtê-las, além daquelas 23 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 contidas nas demonstrações contábeis. Muitos usuários, todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como a principal fonte de informações financeiras. De acordo com os princípios e normas contábeis, tais demonstrações, portanto, devem ser preparadas e apresentadas tendo em vista essas necessidades. Estão fora do alcance desta Estrutura Conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais, como, por exemplo, aquelas incluídas em prospectos para lançamentos de ações no mercado e/ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais. Não obstante, a Estrutura Conceitual pode ser aplicada na preparação dessas demonstrações para fins especiais, quando as exigências de tais demonstrações o permitirem. A Estrutura Conceitual – EC é aplicável para a preparação das demonstrações contábeis financeiras de todas as entidades e de diversas áreas de negócio. São entidades para as quais existem usuários que se apoiam em suas demonstrações contábeis como fonte principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade. A Administração também está interessada nas informações contidas nas demonstrações contábeis, embora tenha acesso a informações adicionais que contribuem para o desempenho das suas responsabilidades de planejamento, tomada de decisões e controle. A Administração tem o poder de estabelecer a forma e o conteúdo de tais informações adicionais a fim de atender às suas próprias necessidades. A forma de divulgação de tais informações, entretanto, está fora do alcance desta Estrutura Conceitual. Não obstante, as demonstrações contábeis divulgadas são baseadas em informações utilizadas pela Administração sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira da entidade. O texto da estrutura conceitual para a elaboração das demonstrações contábeis, disposta na Res. CFC 1.374/2011, enfatiza a necessidade de divulgação da mesma para inserir os profissionais interessados na área contábil e dos negócios no contexto das atualizações e mudanças de postura frente ao mercado e clientes. Vamos abordar alguns itens da ESTRUTURA CONCEITUAL que julgamos relevantes, de forma detalhada e nos reportaremos a ela apenas como Estrutura Conceitual - EC no lugar de Res. CFC 1.374/2011. A Estrutura Conceitual aborda ainda: • O objetivo das demonstrações contábeis; 24 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 • as características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis; • a definição,o reconhecimento e a mensuração dos elementos que compõem as demonstrações contábeis; e • os conceitos de capital e de manutenção do capital. Sugerimos que amplie conhecimento acerca da estrutura conceitual3 para elaboração dos relatórios contábeis-financeiros, disponíveis no link em nota de rodapé. Lembrando que a nova redação dada pela Lei 11.638 de 2007, o art. 176 da lei 6.404/76 passou a vigorar da seguinte forma: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I. Balanço patrimonial; II. Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III. Demonstração do resultado do exercício; e IV. Demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) V. Se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) Os ajustes que aconteceram no texto legal têm a intenção de atender às necessidades das empresas, empresários e contadores, permitindo uma contabilidade supranacional que evidencie de forma adequada os impactos dos eventos econômicos das empresas, e foi viável essa separação da contabilidade fiscal com a contabilidade societária porque a Receita Federal do Brasil criou outros mecanismos de controle do lucro tributável. 3.1 Alterações contábeis Algumas destas alterações estão aqui apresentadas, mas, para conferir a referida lei acesse o texto na íntegra4. 3 http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001374 4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001374 http://www.planalto.gov.br/ 25 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 3.1.1 Substituição da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR), pela demonstração do fluxo de caixa (art. 176, IV). A companhia fechada não será obrigada a apresentar a DFC se na data do balanço apresentar um Patrimônio Líquido inferior a dois milhões de reais. As sociedades anônimas devem publicar a Demonstração do Valor Adicionado - DVA. Ainda segundo a Lei 11.638/2007, “As sociedades anônimas de capital fechado deverão publicar as demonstrações de fluxo de caixa e, se for sociedade anônima de capital aberto, além da demonstração de fluxo de caixa, deverá publicar a demonstração do valor adicionado que, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, é a demonstração do valor adicionado, demonstração contábil destinada a evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada em determinado período e sua distribuição.” Nota importante é que apenas no Brasil a elaboração e divulgação da Demonstração de Valor Adicionado são obrigatórias, em outros países ela é opcional, então não temos uma norma internacional (IFRS) específica para este relatório. Os artigos 183, 184 e 187 definem e alteram critérios de avaliações de ativos, de passivos e o que deve figurar na demonstração de resultado do exercício. O artigo 188 define o que deve indicar a DFC e a DVA: 3.1.2 Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos; II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. As grandes modificações foram introduzidas pela Lei 11.638/2007 e pela Lei 11.941/2009, que possui uma introdução longa porque altera dispositivos de vários textos legais. Vamos destacar aqui as que alteram as demonstrações contábeis. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm#art188 26 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 A Lei 11.941/20095 instituiu várias alterações. Neste material vamos verificar apenas alguns artigos da Lei 11.941/2009, aquela que afeta diretamente a estrutura dos relatórios contábeis-financeiros. De acordo com o artigo 37 A Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 178. ....................................................................... § 1o ................................................................................ I – ativo circulante; e II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. § 2o .............................................................................. I – passivo circulante; II – passivo não circulante; e III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Sugerimos a leitura do artigo 34 na íntegra no link disposta em nota de rodapé. 3.2 Estrutura do balanço Patrimonial Veja abaixo a ilustração de como ficou a estrutura dos grandes grupos do balanço patrimonial atualizado. Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL Ativo Passivo • Ativo Circulante • Ativo Não Circulante Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível • Passivo Circulante • Passivo não Circulante • Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Total do Ativo Total do Passivo 5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm#art178§1i. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm#art178§2i. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm 27 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 O Art. 178 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por ações) define a sequência de apresentação dos elementos patrimoniais. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I) Ativo circulante; II) Ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Entende-se por grau de liquidez a possibilidade de transformar o bem ou direito em dinheiro mais rapidamente, por isso a conta caixa, é o primeiro a aparecer, pois tem livre movimentação, ou podemos dizer liquidez imediata: a qualquer momento, a empresa pode utilizar esse dinheiro, que é a mesma situação que ocorre com a conta bancos. Comparando as contas de duplicatas a receber ou conta cliente com a conta caixa, percebe-se que as mesmas têm capacidade de liquidez menor, pois corremos o risco de não recebê-las. Assim, quanto maior for o tempo para transformar este bem em dinheiro menor será o grau de liquidez. E é desta forma que são classificados no balanço, do maior grau de liquidez, ou capacidade de transformar em dinheiro mais rapidamente, até o menor grau de liquidez. Perceba que no Brasil está determinada a disposição das contas, em ordem decrescente de grau de liquidez, enquanto que a norma internacional é mais flexível em relação à disposição, porquenão define como devem ser apresentadas desde que estas sejam fidedignas, claras e transparentes, tanto que os países europeus elaboram o Balanço Patrimonial em ordem crescente de grau de liquidez. Recentemente revisada pelo IASB a IAS1 altera a nomenclatura do Balanço Patrimonial para Demonstração da Posição Financeira por que essa nomenclatura reflete de forma mais adequada este relatório, mas não proíbe quem queira continuar utilizando “Balanço Patrimonial”. Outra flexibilidade da norma é a classificação dos ativos e passivos que no Brasil é intitulado de Circulante e Não Circulante, na norma internacional, os Ativos e Passivos são nomeados de Ativos Correntes a Ativos Não Correntes; Passivos Correntes e Não Correntes. 3.2.1 Ativo Veja abaixo os itens que compõem o Ativo: 28 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 ATIVO CIRCULANTE Ainda, segundo a Lei 6.404/76, no ativo circulante constam as disponibilidades, os bens e direitos da empresa realizáveis no decorrer do exercício social (dentro do mesmo ano) e no decorrer do exercício seguinte (até 360 dias) ao do fechamento do balanço. Neste grupo são considerados os investimentos de curto prazo: Nas disponibilidades temos: • Caixa: No Caixa fica o dinheiro à disposição da empresa para pagamentos. • Bancos conta movimento: Nos depósitos em banco ficam os valores à vista, bem como as aplicações financeiras de liquidez imediata. • Duplicatas a Receber (também podem ser chamadas de Clientes): Trata-se da situação em que ocorreram vendas a prazo, que ainda não foram recebidas pela empresa. • Provisão para créditos de liquidação duvidosa: Situação em que é efetuada uma previsão ou suposição de que alguns destes clientes não irão pagar suas dívidas. Pode-se observar em diversos balanços que a provisão é deduzida da conta duplicatas a receber. Deve ser calculado com base nos saldos das contas que registram direitos provenientes de vendas a prazo de mercadorias e serviços. Este percentual resulta em estudos efetuados pela própria empresa, com base na inadimplência frequente. Antes da convergência tínhamos no ativo circulante outra conta retificadora do grupo clientes ou duplicatas a receber, o grupo de duplicatas descontadas que, para atender a natureza econômica do evento (empréstimos contraídos com garantia das duplicatas) passou a figurar no grupo dos passivos circulantes. • Estoques: Onde estão as mercadorias para revenda (em empresas comerciais) e as matérias-primas in natura. • Despesas do exercício seguinte: Segundo a Lei 6.404/76, são despesas cujos benefícios serão desfrutados no próximo exercício, tais como: prêmios de seguro a vencer. Basicamente são estes os grupos do ativo circulante que deverão ser parametrizados de acordo com a atividade, porte e necessidade de cada empreendimento. 29 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 ATIVO NÃO CIRCULANTE O ativo não circulante ou não corrente são todos os outros ativos que não se enquadram na classificação de circulante ou corrente, na legislação brasileira este grupo é composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Ativo Realizável a Longo Prazo Ainda segundo a Lei 6.404/76, neste grupo estão os direitos realizáveis após o exercício seguinte ao do fechamento do balanço, ou seja, superior a 360 dias. Neste grupo estão inclusos os clientes, bem como outros créditos, como investimentos de longo prazo, aplicações de recursos com prazo superior a 360 dias, que serão recebidos no exercício social seguinte. Relembrando que quando se diz a curto prazo, considera-se em contabilidade os eventos que acontecem dentro do exercício social em curso porque estes se referem a 360 dias após a última apuração e fechamento do último exercício social do empreendimento. E longo prazo se refere a eventos vincendos após os 360 dias do fechamento do último balanço social. Ilustrando: Como no Brasil o ano fiscal coincide com o ano civil de 31 de dezembro de cada ano, a classificação do circulante/corrente ou curto prazo se refere a todos os eventos. Por exemplo, se os eventos acontecem dentro do exercício social em curso de xx13, o último relatório contábil apurado, fechado e publicado foi em de 31 de dezembro de xx12. Longo prazo se refere a todos os outros eventos vincendos após esta data. • Investimentos: São as participações em outras empresas e outras aplicações de recursos, tais como imóveis alugados a terceiros, terrenos para futura expansão, instalação da empresa. • Ativo Imobilizado: De acordo com a Lei 6.404/76, o Ativo Imobilizado refere-se às aplicações de recursos em bens imóveis, ou seja, que não podem sair do lugar, por exemplo, edifícios, terrenos, casas, ou móveis como veículos, móveis e utensílios, instalações, máquinas, ferramentas (vida útil superior a um ano), benfeitorias em propriedades de terceiros, imobilizações em andamento e marcas e patentes. Desta forma, tal qual acontece com a conta clientes que tem o seu fator redutor pressupondo que algumas pessoas não pagarão suas dívidas, no 30 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 imobilizado também temos o fator de redução que são as depreciações, pois ao longo do tempo os veículos, as máquinas, perdem a sua utilidade, o seu valor. • Depreciação Acumulada: Segundo Ribeiro (2018), a depreciação é um processo contábil realizado com a finalidade de considerar despesa de um exercício parte do valor gasto na aquisição dos bens de uso da empresa. 3.2.2 Passivo Da mesma forma que no ativo, no passivo ficam classificadas como circulante ou corrente, todas as obrigações com vencimento no decorrer do exercício seguinte, e como Passivo Não Circulante ou Passivo não corrente, que se refere aos passivos exigíveis a longo prazo e são as obrigações com vencimento após o exercício seguinte, só que em ordem decrescente de grau de exigibilidade. Relembrando que exigibilidade são as obrigações por ordem prioritária de pagamento. Passivo Circulante: No Passivo Circulante são classificadas as contas que representam as obrigações da empresa que vencem no curso do exercício seguinte. Os financiamentos de curto prazo são compostos das seguintes fontes de recursos: • Fornecedores: Referem-se às compras a prazo de matérias-primas, insumos básicos para a produção e mercadorias para revenda, ainda não pagas. • Salários a Pagar: Salários do pessoal, que a empresa contabilizou no fechamento do mês e irá pagar no mês seguinte. • Encargos Sociais a Recolher: Despesas decorrentes da folha de pagamento (INSS, FGTS), que serão recolhidas no mês seguinte. • Impostos a Recolher: São os impostos incidentes sobre o faturamento da empresa, após o balanceamento com os impostos incidentes sobre as compras, para recolhimento no mês seguinte (ICMS e IPI são os mais expressivos). • Provisão para o Imposto de Renda: Refere-se ao imposto apurado sobre o lucro que será recolhido no mês/exercício seguinte. • Empréstimos e Financiamentos Bancários: São os empréstimos realizados junto a instituições financeiras, com prazo de pagamento inferior 31 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 a 360 dias. Neste agrupamento, podem ser incluídas as duplicatas descontadas (reclassificadas do Ativo Circulante) e outros empréstimos contraídos no longo prazo cujas próximas 12 parcelas vencem no exercício seguinte. • Outras Provisões: Incluem as provisões para férias e para 13º salário, além de outras que podem ser constituídas pela empresa, tais como provisões para contingências e para gratificações a empregados. • Adiantamentos de Clientes: Referem-se a adiantamentos recebidos de clientes, por conta de bens ou serviços a serem entregues futuramente. • Contas a Pagar: Contas a serem pagas pela empresa no mês seguinte, tais como água, luz, telefone, aluguel, etc. Passivo NãoCirculante: Neste grupo estão classificadas as contas que representam as Obrigações da empresa que têm vencimentos após o término do exercício seguinte. Os financiamentos de longo prazo incluem as fontes de recursos com prazo de pagamento superior a um ano, basicamente composta por: • Financiamentos: Empréstimos com prazo de pagamento superior a um ano. • Outras Obrigações a Longo Prazo: Fontes de recursos constituídas por parcelamentos tributários e outras obrigações com prazo de pagamento superior a um ano. Patrimônio Líquido Neste grupo, encontram-se também os “recursos dos proprietários” ou “capital próprio”, que compõem o Patrimônio Líquido: • Capital Social: Investimento realizado na empresa pelos seus proprietários para constituição da empresa, acrescido de capitalizações posteriores de reservas e lucros obtidos. • Reserva de Capital: Acréscimos ao Patrimônio Líquido que não se originaram nos resultados da empresa. Conta composta basicamente por correção monetária do capital realizado, ágio (valor superior ao valor nominal) da emissão de ações, prêmios recebidos na emissão de debêntures e doações e subvenções para investimento. • Ajustes de avaliação patrimonial: Contrapartida de aumento no Ativo Não circulante, por conta de reavaliação realizada para atualizá-lo a valores de mercado. 32 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 • Reserva de Lucros: Apropriações de lucros obtidos, tais como a reserva legal (5% do lucro do exercício), a reserva para contingências, as reservas estatutárias, as reservas de lucros para expansão e a reserva de lucros a realizar. • Ações em tesouraria: ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. • Prejuízos Acumulados: O processo de convergência trouxe outra particularidade: o ativo intangível, onde estão relacionados direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da empresa ou atividades exercidas com esta finalidade. Sendo que podemos citar como ativos intangíveis os bens não físicos, como por exemplo: As patentes, os nomes, as marcas, as franquias. No grupo dos passivos temos: § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I) Passivo circulante; II) Passivo não circulante; e III) Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Com a Lei 11.941/09, o lucro líquido deve ser integralmente destinado de acordo com a Lei das S/A. Com as alterações, não há exclusão da conta lucros acumulados nem a demonstração de seus movimentos, mas passou a ser uma conta transitória. Neste caso, ao final do exercício social a empresa deve propor de fato a destinação de lucros existentes, ficando no balanço somente a conta reserva de lucros ou os prejuízos acumulados. Também são obrigatórias pela legislação brasileira as notas explicativas, e estas foram alteradas de forma significativa pela Lei 11.941 de 2009, vejamos o que consta no artigo 176. Art. 176. [...] § 5o As notas explicativas devem: I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm#art176§5. 33 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 para uma apresentação adequada; e IV – indicar: a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o); d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. Perceba que a nota explicativa complementa os relatórios contábeis- financeiros de forma mais adequada. Exercício 3 As questões abaixo constaram em concursos públicos divulgados. Informe se os enunciados são verdadeiros ou falsos: 1. Conforme o art. 176 da Lei 6.404/76 § 4º, as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. De acordo com o § 5º, do art. 176 da Lei 6.404/76, com a redação dada pela MP 449/08, as notas explicativas devem: I. Divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras. II. Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada. III. Apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas, selecionadas e aplicadas para negócios e eventos não relevantes. a) Apenas os enunciados I e II estão corretos. b) Apenas os enunciados II e III estão corretos. c) Apenas os enunciados I e III estão corretos. d) Apenas o enunciado I está correto. e) Apenas o enunciado II está correto. 34 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 2. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os critérios apresentados a seguir: I. As obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço. II. As obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço. III. As obrigações sujeitas à correção monetária serão atualizadas até a data do balanço. IV. As obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. V. As obrigações, encargos e riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. a) Apenas os enunciados II e III estão corretos. b) Apenas os enunciados I, II e V estão corretos. c) Apenas os enunciados I, II e IV estão corretos. d) Apenas os enunciados III e V estão corretos. e) Apenas os enunciados II, III e V estão corretos. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA De acordo com o texto legal, a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá ter a estrutura abaixo discriminada. Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. 35 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada pela companhia. Quadro 2 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL - incluindo as DEMONSTRAÇÕES DOS LUCROS E OU PREJUÍZOS ACUMULADOS SALDOS EM 30 DE ABRIL DE 2006 Nota explicativa Capital social Reserva de capital Reserva legal Lucros acumulados Total Integralização de capital 16(a) Dividendos distribuídos sobre lucros acumulados 16(b) Lucro líquido do exercício Proposta de destinação do lucro líquido Reserva legal 16(b) Dividendos mínimos estatutários propostos 16(b) Dividendos complementares propostos 16(b) SALDOS EM 30 DE ABRIL DE 2007 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. 3.3 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE A demonstração do resultado do exercício discriminará de acordo com o artigo 187 da lei das sociedades por ações I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 36 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Na determinação do resultado do exercício serão computados: • As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda. • Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Observe a estrutura da DRE: A Apresentação deverá ser de forma dedutiva, com detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e perdas e definindo claramente o lucro ou prejuízo líquido do exercício (valor final a ser adicionado ao patrimônio da empresa, já deduzido IR e participações de outros que não sejam acionistas). Regime de competência: observa-se o regime de competência (realização da receita/ confronto das despesas), independente de seus reflexos no caixa. Disposição básica: Quadro 3 - Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Receita bruta de vendas de mercadorias e serviços (-) Deduções da receita bruta Impostos e abatimentos sobre a receita bruta = Receitas líquidas de vendas e serviços (-) Custos dos produtos vendidos e serviços prestados = Resultado bruto de vendas (+ -) Receitas e Despesas Operacionais = Resultado Operacional http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37 37 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 (+ -) Outras Receitas e Despesas Operacionais = Resultado Antes do Imposto de Renda, Contribuição Social e Participações. (-) Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social (-) Participações e Contribuições = Resultado (Lucro ou Prejuízo) do Exercício Em se tratando da conta lucros ou prejuízos acumulados, relembramos que a conta continuará a existir, o que não pode ser apresentado é saldo positivo no balanço, mas será considerada sua destinação. A Demonstração de fluxo de caixa, de acordo com Assaf Neto (1995), é um dos relatórios mais importantes de planejamento e controle, que objetiva decisão gerencial sobre a saúde financeira da empresa. Verifica-se através das citações que vários autores já faziam referências ao fluxo de caixa, portanto este tema não é novo. Ocorre que no Brasil eram poucas empresas as que utilizavam deste demonstrativo, pois não era obrigatório em lei. Para Zdanowicz (2000, p.33), “o fluxo de caixa é o instrumento que permite demonstrar as operações financeiras que são realizadas pela empresa”, o que possibilita melhores análises e decisões quanto à aplicação dos recursos financeiros de que a empresa dispõe. 3.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC O CPC 3 coloca que as informações dos fluxos de caixa são úteis, pois proporcionam aos usuários das demonstrações uma base para avaliar a capacidade da entidade gerar caixa, e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez. A Lei 11.638/07, em seu artigo 188, determina que a demonstração de fluxo de caixa deverá indicar “ [...] as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos”. Esta demonstração foi estabelecida pela Lei 11.638/2007, exceto para as empresas que tenham patrimônio inferior a R$ 2 milhões, o que proporcionou a discussão pelo CPC da estrutura desta demonstração por meio da audiência 38 www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 pública onde foram discutidos o conceito da DFC, o que e como devem constar as informações necessárias ao investidor que precisa destas informações. Após intensa discussão foi aprovado o Pronunciamento Técnico CPC 03, que equivale à Resolução CFC n. 1.296/2010 que aprova a demonstração de fluxo de caixa, define caixa como “numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis” e equivalente de caixa como “aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor”. Outras definições disponíveis na resolução, necessários ao entendimento da mesma: Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento. Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de
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