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TENDENCIAS EM CONSULTORIA ORGANIZACIONAL Trata do conceito, evolução e tendências em consultoria. Discute o papel e perfil do consultor. Apresenta metodologia para consultoria, abordando a elaboração de propostas, ferramentas e técnicas de consultoria bem como relatórios e devolutivas. Negociação - Conciliar interesses visando estabelecer acordos com pessoas e grupos internos ou externos, gerindo adequadamente os conflitos a fim de alcançar os resultados desejados. Projetos - Planejar e executar projetos visando a criação de novos produtos, serviços, processos ou organizações. Gestão de indicadores - Criar e implantar sistemas de acompanhamento e controle dos indicadores de processos (KPI´s). Gestão da mudança - Gerenciar a mudança organizacional, implantando uma cultura de melhoria contínua, por meio da análise da maturidade da organização. TENDÊNCIAS EM CONSULTORIA ORGANIZACIONAL A consultoria tem se tornado cada vez mais evidente, em apoio ao crescimento organizacional, visto que as empresas sentem a necessidade de focar a essência de seus negócios e terceirizar serviços em busca pelo conhecimento externo e pela inovação, para contribuir para o desenvolvimento. A promoção de mudanças no âmbito empresarial requer apoio estratégico e operacional de profissionais atentos e ágeis para detectarem formas de gerar impacto nos negócios e que possuam perfis e habilidades que contribuam para a obtenção de vantagens competitivas para as empresas. Diante disso, este caso apresenta orientações para discussão sobre como desenvolver uma consultoria no contexto empresarial atual, para a construção de estratégias e uso de ferramentas que contribuam para a elaboração de ações, conforme as tendências organizacionais. VIDEO CASE TRANSCRITO: Roberto Gael é responsável pela empresa GAEL INFORMÁTICA, atuava como voluntário no Centro social de seu bairro, contribuindo para o fornecimento e manutenção dos computadores da entidade, e tinha interesse em tornar a Gael informática um ponto de referência em responsabilidade social. Desse modo integrou associação de moradores do bairro onde a sua empresa estava localizada, para ter conhecimento das necessidades locais e contribuir em ações sociais, como o dia das crianças, e na manutenção dos equipamentos de outras três entidades da cidade, no ponto de coleta de equipamentos eletrónicos e na reciclagem. Os colaboradores também contribuíram com as ações da GAEL, muitas vezes atrasando o serviço da empresa para dar atenção às necessidades de apoio social que a GAEL se compromete. Nesse sentido as ações ocupavam muito tempo dos colaboradores, gerando problemas para os clientes e prejudicando o desenvolvimento do seu negócio. Além disso, as ações sociais eram realizadas de forma desorganizada influenciando o alcance das metas sociais e ausência de controle ou indicadores do que fazer um representando a GAEL. Com a intenção de relacionar e organizar as suas ações sociais, Roberto contratou uma consultoria especializada para que orientasse a empresa em uma análise a respeito da execução das práticas realizadas por Roberto, voltando a sua preocupação para a comunidade local e para a compatibilização com as atividades de seu negócio. As responsabilidades entre o consultor e a empresa foram definidas, colocando Roberto como líder do projeto dentro de sua empresa. Roberto por sua vez alegou indisponibilidade de tempo para poder conduzir o projeto e sugeriu que algum colaborador fosse envolvido para assumir essa responsabilidade, e pudesse direcionar a condução dos negócios da empresa. Em conversa com os colaboradores não houve nenhum interesse em contribuir para as ações do consultor, o que deixou o projeto de ações sociais sem um responsável, o período de trabalho do consultor foi definido, mas não havia contribuição na obtenção de informações para construção de soluções junto com os colaboradores e gestão da GAEL. O consultor atuava apenas resolvendo problemas que iam surgindo sob direcionamento de Roberto, perdendo o objetivo inicial da consultoria e acarretando ausência dos resultados propostos. Na busca por direcionar os trabalhos ao objetivo principal da consultoria, foi proposto a Roberto que orientasse os colaboradores que participaram de uma entrevista individual, uma vez orientados todos os colaboradores foram entrevistados, sendo necessário que respondessem a perguntas relacionadas a objetivo da consultoria, tais como: O que pensavam sobre as ações sociais da empresa, que habilidades possuem para contribuir com as ações, tempo na empresa, motivos de gostarem de trabalhar na GAEL, motivo de não gostarem de trabalhar na GAEL, sugestões de melhoria para empresa, indicação de alguém que pudesse conduzir os projetos sociais da empresa, alguma ação social que gostariam que fosse feita e/ou alguma necessidade da empresa que precisa ser atendida. Dentre as respostas dos colaboradores ouvi reclamações a respeito da presença do consultor, e apontaram que não haviam sido comunicado sobre objetivo de sua presença, também fizeram considerações a respeito dos projetos sociais serem gratificantes e inspiradores, porém a falta de clareza dos objetivos de cada projeto estava atrapalhando a organização das rotinas da empresa, foi relatada a necessidade de manutenção dos computadores dos colaboradores da área administrativa, necessidade de ar condicionado na sala da equipe de manutenção técnica, ausência de divulgação nas redes sociais, e das fotos tiradas durante as ações, e foi sugerida uma confraternização a cada encerramento de projeto. Também todos relataram que não tinham conhecimento dos benefícios que as ações estavam propondo, em questão de números e indicadores e reclamaram da falta de consideração da gestão que se ausenta em agradecimentos nas ações sociais. Surgiu o interesse de alguns colaboradores das diferentes áreas, em contribuírem com planejamento das ações sociais e de reuniões frequentes para avisos e comunicados a respeito do andamento desses projetos, para que pudessem se programar para participarem com mais efetividade. Após a semana de entrevistas o clima com a presença do consultor mudou, os colaboradores ficaram mais receptivos e abertos a conversas informais em contribuições sobre o andamento dos trabalhos das áreas de negócio da GAEL. Em reunião para apresentação dos resultados das entrevistas, Roberto deu total Liberdade para que o consultor continuasse com a condução do trabalho envolvendo os colaboradores para estruturação das relações sociais, e que fosse reportado sobre o andamento do trabalho, desde que o consultor acompanhasse todas as ações para que fossem cumpridas, caso estivessem dentro do projeto inicial e relacionadas à responsabilidade social. COMO VOCÊ COMO CONSULTOR PODERÁ AJUDAR ROBERTO ESTRUTURAR AS AÇÕES SOCIAIS DA GAEL INFORMÁTICA. ROTEIRO DE ESTUDOS O conteúdo a seguir iniciará os estudos acerca da definição e história da consultoria, explorando as tendências que surgiram em sua evolução e revelando o perfil e o papel do consultor até a forma como esse serviço está estruturado hoje. Serão apresentados métodos eficientes para o desenvolvimento de uma consultoria, assim como ferramentas práticas que contribuirão com a exploração das tendências relacionadas a essa necessidade empresarial. Esperamos que, tanto para quem já desempenha a função de consultor quanto para quem está iniciando, este conteúdo possa contribuir com a ampliação de conhecimento acerca do assunto. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você irá: conhecer o conceito e a história da consultoria; refletir sobre as tendências da consultoria; conhecer o perfil e o papel do consultor; conhecer métodos para a realização de consultoria; explorar ferramentas e técnicas de consultoria; explorar relatórios de consultoria. Bons estudos! INTRODUÇÃO Com o mercado cada vez mais competitivo, as empresas que identificam sintomas empresariais que possam prejudicar seus negócios buscam soluções assertivas e rápidas para a resolução de seus problemas. Devidoà ausência de estratégias para a promoção do conhecimento interno, faz-se necessário a busca de profissionais qualificados, e surge, então, a figura do consultor externo como um profissional especializado para a contribuição com o crescimento da empresa. Para atuar nessa importante função, é necessário dominar conceitos e estar por dentro das tendências, tendo em vista que a inovação é um ponto forte de diferencial competitivo para as empresas, e a estagnação no tempo é o que dificulta o crescimento de muitas delas. Além do conhecimento, possuir algumas características, habilidades e ética são fatores cruciais para aqueles que atuam ou pretendem atuar nesse papel. Outros pontos que merecem destaque para o desempenho com sucesso da Consultoria Organizacional dizem respeito à utilização de Metodologia e Ferramentas adequadas para a solução dos problemas encontrados e à correta elaboração de relatórios e devolutivas que permitam ao cliente perceber o valor do trabalho a ser (ou já sendo) realizado. CONCEITO, EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS EM CONSULTORIA Descrita como uma atividade profissional que visa identificar problemas e criar soluções no âmbito empresarial, a função do consultor tem sua origem na Antiguidade, ao nos depararmos com registros históricos que apontam a adoção de conselheiros em antigas sociedades, que exerciam o posto de aconselhar e orientar a alta administração em diversos assuntos relacionados às comunidades a que pertenciam. É apenas no começo do século XX que a consultoria evolui para atividade profissional bem definida e caracterizada como hoje a conhecemos. Na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, ao longo das décadas de 1940 e 1950, pudemos observar grandes avanços na organização do trabalho da consultoria, que passa a se basear em práticas técnicas e científicas em busca de soluções práticas (SOUZA, 2016, p. 4). Disseminada entre as profissões de constante crescimento na atualidade, no segmento de prestação de serviços, a consultoria organizacional se torna cada vez mais necessária para que as empresas continuem crescendo no mercado, criando oportunidades para a atuação de consultores, desenvolvendo conhecimentos e habilidades em busca de levar soluções ágeis às organizações. Segundo Oliveira (1999, p. 21), Consultoria é um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da situação. Nesse sentido, Block (2013, p. 39) traz uma completa definição: Em seu uso mais geral, a consultoria descreve qualquer ação realizada em um sistema do qual não se faz parte. Uma conversa com alguém que está pedindo ajuda é um ato de consultoria. Um levantamento de problemas, um programa de treinamento, uma avaliação, um estudo – tudo isso são consultorias que visam à mudança. A consultoria organizacional tende a aumentar o número de profissionais que buscam a flexibilidade de sua atuação diante do mercado de trabalho, deixando de lado a busca de empregabilidade fixa para explorar suas competências e habilidades de maneira dinâmica e flexível, com a possibilidade de expandir seus contatos e adicionar ao seu histórico profissional experiências nos diversos segmentos de sua atuação em atendimento às inúmeras necessidades das empresas que buscam se manter no mercado. Oliveira, em seu livro Manual de consultoria empresarial (2019), afirma que a consultoria é um dos segmentos da prestação de serviço que mais cresce no mundo, e algumas das suas principais tendências atuais são: demanda por novos conhecimentos e inovação e consolidação de vantagem competitiva, por conta da terceirização, para melhoria contínua sustentada. Dentre as principais questões que influenciam as empresas e consultorias nos dias atuais, estão: a globalização; a evolução tecnológica; a construção do futuro e a necessidade de oferecimento de produtos; os serviços e processos mais proativos e diferenciados; as responsabilidades sociais e ambientais e a preocupação com o aumento de valor nas suas relações; a melhoria do conhecimento das pessoas; e a necessidade de treinamento e desenvolvimento contínuo aos seus colaboradores (CROCCO; GUTTMANN, 2017). Luciano Crocco e Erik Guttmann (2017), em seu livro Consultoria Empresarial, chamam atenção para algumas tendências relacionadas à tecnologia, ao compilar 12 ideias de Bill Gates, dentre as quais citamos: usar PCs para análise de negócios e transferir colaboradores de conhecimento para trabalhos que exijam raciocínio de alto nível em relação a produtos, serviços e lucratividade; utilizar ferramentas digitais na criação de equipes virtuais entre departamentos que compartilhem conhecimento e possam trabalhar nas ideias do outro em tempo real em todo o mundo. Usar sistemas digitais para conseguir histórico da corporação para ser utilizado por qualquer um; criar um retorno (feedback) digital para melhorar a qualidade dos produtos e serviços criados. Cada empregado deve ser capaz de monitorar facilmente todos os principais fatores de medição de qualidade; negociar informações por tempo. Diminuir o tempo nos ciclos de negócios, usando as transações digitais com todos os fornecedores e parceiros e transformar cada processo de negócio em entrega em tempo hábil (just-in-time); utilizar ferramentas digitais para ajudar os clientes a resolverem os seus problemas e deixar o contato pessoal para responder às necessidades complexas e de valor elevado. LIVRO Manual de Consultoria Empresarial: Conceitos, Metodologia, Práticas Autor: Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira Editora: 14ª edição, São Paulo: Atlas Ano: 2019 Comentário: Para entender melhor sobre conceitos e novas tendências de consultoria, recomendamos a leitura do primeiro capítulo (Conceitos Básicos), do livro Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, práticas. LIVRO Consultoria Empresarial Autores: Luciano Crocco e Erik Guttmann Editora: 3ª edição, São Paulo: Saraiva Ano: 2017 Comentário: No tópico 1.4, Tendências em Consultoria, os autores exploram várias tendências, focando diferentes pontos, como tecnologia, comunicação, planejamento estratégico, planejamento tributário, dentre outros. PAPEL E PERFIL DO CONSULTOR Embora não detenham o poder efetivo na tomada de decisões, os consultores devem possuir algumas características importantes para o desenvolvimento de seu trabalho, principalmente no que se refere às competências para o desempenho da função. De acordo com Chiavenato (2007 apud CUNHA, 2013, p. 14), As competências básicas são aquelas dispostas na forma de conhecimentos, habilidades e atitudes, interesses, valor ou até mesmo outras características pessoais essenciais para o desenvolvimento de determinada tarefa, que diferenciam o desempenho das pessoas. O trecho anterior encontra-se com a definição ressaltada por Picarelli (2002, apud CUNHA, 2003, p. 14), afirmando que: Competência é o conjunto de características percebidas nas pessoas que envolvem conhecimentos, habilidades e atitudes que levam a um desempenho superior. Competências envolvem comportamentos observáveis e mensuráveis relacionados ao trabalho. Destacam-se, dentre as competências do consultor, algumas características que podem ser mencionadas, tais como: ética: utilizar-se de meios honestos para realizar suas tarefas, sem criar informações ilusórias a respeito de suas contribuições; didática: o consultor deve se preocupar em transmitir conhecimento durante todo o processo e se comunicar para que o cliente possa compreender o que está sendo realizado; flexibilidade: adaptar-se de acordo com as necessidades do cliente ou da própria execução do trabalho, assim como ter a sensibilidade de perceber como melhor desenvolver suas ações individuais ou em equipe, conforme a designação; dedicação: atrelada à disponibilidade, faz-se necessário uma organização pessoal de tarefas e compromissos para que amplie a disposição para atendimentoàs demandas requeridas; atitude: a importância em transmitir uma postura otimista, segura e humilde para envolver os indivíduos na resolução dos problemas. LIVRO Manual de consultoria Empresarial: Conceitos, Metodologia, Práticas Autor: Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira Editora: São Paulo: Atlas Ano: 1999 Comentário: Recomendamos a leitura do Capítulo 6, intitulado “Características do consultor empresarial”, p. 158-186, para, de uma forma aprofundada, você perceber as características comportamentais e de conhecimento e as habilidades necessárias para o trabalho de consultoria, incluindo as questões éticas. METODOLOGIA PARA CONSULTORIA Para que uma consultoria tenha sucesso na prestação de seus serviços, deve também se atentar para o modo como se organiza para resolver problemas de uma determinada empresa (SOUZA, 2016), sendo essa organização uma etapa recorrente em qualquer fase da consultoria, a partir da realização de um diagnóstico, que deve ser efetuado em duas etapas, explanadas a seguir. COLETA DE DADOS O intuito da coleta de dados é reunir informações sobre como o trabalho será desenvolvido na empresa, a respeito de identificar os sintomas informados pela gerência ou, até mesmo, identificando outros motivos ou fatores que estejam contribuindo com a evolução dos problemas iniciais. Existem diversas formas de se realizar a coleta de dados; dentre elas, as mais frequentes são: entrevistas: realizadas pessoalmente, entre duas pessoas, sendo o consultor com o entrevistado (colaborador, gerência ou donos da empresa) para coleta das informações necessárias; grupos de discussões: sob a perspectiva de um tema ou perguntas predeterminadas. Os grupos de discussões consistem em reunir grupos de pessoas, em que o mediador irá direcionar perguntas ao grupo. As respostas devem ser arquivadas e uma ata deve ser feita; questionários: podem ser realizados no formato de entrevista, pessoalmente ou, então, através do formato virtual (questionário on-line). ANÁLISE DE DADOS Uma vez que a coleta de dados foi realizada, atribui-se à consultoria a tarefa de executar a análise dos dados coletados, seja através de entrevistas, reuniões de grupo ou questionários. A análise deve ser realizada visando à compreensão da situação da empresa na visão dos envolvidos durante a coleta de dados, que é mais comum ser realizada com os colaboradores. De forma geral, o consultor deve ter uma acurada capacidade de síntese para que, diante de um grande conjunto de informações, ele consiga separar "o joio do trigo". Isso não significa que o consultor deva descartar todas as demais informações, mas, para efeito de análise, ele deve, obrigatoriamente, filtrar aquilo que efetivamente tenha influência e relevância dentro do contexto investigado (CUNHA, 2013, p. 74). Oliveira (2017, p. 120) ainda aponta que, além de ser uma fase de descobertas, o diagnóstico tem como finalidade “impulsionar ações que busquem resolver as demandas encontradas no diagnóstico, melhorando o desempenho da organização”. LIVRO Consultoria Empresarial Autor: Luciano Oliveira de Oliveira Editora: SAGAH Ano: 2017 Comentário: Recomendamos a leitura da Unidade 3 do livro, para aprofundamento em metodologia para a realização e coleta de dados para um diagnóstico. Ressaltamos que todas as informações coletadas, mesmo que não sejam de uso imediato ou resultem em análises que gerem ações, devem ser arquivadas, pois podem ser fonte de referências ou considerações no futuro, durante a execução do trabalho em que se encontra ou, até mesmo, em contratações futuras em uma mesma empresa. LIVRO Manual de consultoria Empresarial: Conceitos, Metodologia, Práticas Autor: Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira Editora: 14ª edição, São Paulo: Atlas Ano: 2019 Comentário: Recomendamos a leitura do Capítulo 3, denominado “Tipos de Consultoria”, para você conhecer as diferentes formas de prestar o serviço de consultor e as vantagens e desvantagens de cada abordagem. FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE CONSULTORIA É indispensável para a realização de qualquer atividade relacionada à consultoria que se utilizem recursos disponíveis para otimizar o trabalho. Considerando a ausência de tempo da equipe interna em utilizar esses recursos, o consultor externo, com uma visão nova, pode direcionar a uma solução enfrentada pela empresa, com os recursos disponíveis, fazendo sua própria gestão das técnicas e ferramentas que podem ser utilizadas para o andamento de seu trabalho. Embora seja comum a existência de consultores, existem muitas oportunidades a serem exploradas com pesquisas de ferramentas que contribuem para tomada de decisões e execução dos planos de ação identificados após as análises iniciais, que direcionam os trabalhos para a melhor solução, alinhados sempre com a alta gestão da empresa. ANÁLISE SWOT A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para a análise do ambiente empresarial e para dar base a planejamentos estratégicos em uma organização. Essa análise contribui para verificar a situação e a posição da empresa no ambiente em que está inserida. Strengths = Forças: as forças fazem parte do ambiente interno do negócio, aquele que é possível controlar. Weaknesses = Fraquezas: da mesma forma que as forças, as fraquezas dizem respeito ao microambiente do negócio. São características da empresa que afetam negativamente seu desempenho. Opportunities = Oportunidades: as oportunidades fazem parte do macroambiente, ou seja, do ambiente externo, e não é possível controlá-las. Threats = Ameaças: o oposto das oportunidades, as ameaças também estão fora do controle da empresa. Figura 1 - Matriz da Análise S.W.O.T. Fonte: Elaborada pela autora. Matriz GUT De acordo com Bastos (2014), a técnica GUT foi desenvolvida com o objetivo de orientar decisões mais complexas, em que é possível definir prioridades em diversas ações. A partir de uma análise inicial na empresa, e identificadas as ações que se fazem necessárias para remediar os problemas encontrados, a Matriz GUT pode ser aplicada. Consideram-se os fatores Gravidade, Urgência e Tendências; para cada um destes, é atribuída uma pontuação de 1 (um) a 5 (cinco). Gravidade: refere-se a não solução do problema e indica o impacto em relação aos resultados e processos que surgirão ao longo do prazo, respondendo ao questionamento: qual o grau de consequência caso nada seja feito? Urgência: refere-se à disponibilidade de tempo necessária para a solução da situação identificada, respondendo ao questionamento: qual o prazo para tomar uma decisão? Tendência: refere-se à tendência ou ao padrão da evolução, à redução ou eliminação do problema, respondendo ao questionamento: qual a proporção que este problema tomará no futuro? A orientação para que a Matriz GUT possa ser realizada é: listar os problemas; classificar cada problema de acordo com as variáveis da Matriz (Gravidade, Urgência e Tendência - vide Figura 3); multiplicar a nota das variáveis para obter um valor único (Grau Crítico); ordenar os problemas de acordo com a relevância (por meio da nota do Grau Crítico); criar planos de ação para solucioná-los. LIVRO Coleção Caixa de Ferramentas - Consultoria Autor: Patrice Stern e Jean-Marc Schoetti Editora: 1ª edição, São Paulo: Saraiva Educação Ano: 2018 Comentário: Recomendamos a leitura do livro indicado para o conhecimento de inúmeras ferramentas que podem contribuir para a prestação do serviço de consultoria em todas as suas etapas. Relatórios e Devolutivas O relatório relacionado à consultoria organizacional é uma poderosa ferramenta de análises e de apresentação de resultados. A direção da empresa tende a acompanhar os relatórios como resultado para o acompanhamento do andamento ou, até mesmo, na conclusão, visto que todas as necessidades, itens realizados e a realizar estarão registrados nesse documento. A forma como ele é construído dependerá de como o consultor prefere reunir as informações, inclinado ao perfil da empresa ou do gestor. Dentre os apontamentosrealizados pelo consultor em um relatório para a alta administração da empresa, fica a cargo destes definir quais ações serão realizadas, quais não são possíveis de imediato e ainda as que não serão possíveis e/ou não foram aprovadas. Nesse sentido, Block (2013, p. 84) demonstra que: Esta é a mais profunda frustração da consultoria. Você sabe que suas recomendações são seguras e devem ser seguidas, mas não é responsável pela forma como a fornalha é operada e precisa aceitar esse fato. Você não é responsável se os clientes que receberam seu treinamento continuarem a agir como querem. Tudo o que se pode fazer é trabalhar com os clientes de modo a aumentar as probabilidades de eles seguirem suas orientações e se esforçarem para aprender a operar a fornalha ou se esforçar para lidar com os outros de uma forma diferente. Uma vez que as análises forem apresentadas no formato de relatório, conforme o perfil da empresa, as ações que serão tomadas, dessa etapa em diante, deverão ser acompanhadas, para garantir a realização e conclusão. Estando o consultor munido de todas as informações para subsidiar o processo de tomada de decisão, cabe a ele, então, estabelecer prioridades nas ações preventivas - tanto de melhorias quanto de correções. Ele também deve, a partir dos cenários construídos na etapa da análise, sugerir ações em torno das oportunidades vislumbradas (CUNHA, 2013, p. 102). Os relatórios são fontes de informações com rico conteúdo para a empresa, gerados pelo consultor, que possui uma visão e perfil diferentes do ambiente empresarial que solicita esse apoio, pois o profissional irá atuar com base no que está ocorrendo no mercado, trazendo inovações e oportunidades de melhoria para sanar as necessidades de quem solicitou sua prestação de serviço. Para muitos executivos, a ajuda por consultoria simboliza o reconhecimento de fracasso, incompetência de gerir seu próprio negócio, falta de conhecimento técnico e administrativo etc. Dado o alto envolvimento emocional no negócio, os fracassos da firma são, para eles, fracassos pessoais (BERTI, 2009, p. 16). Salienta-se que o consultor deve proporcionar uma apresentação de resultados que quebre essa sensação, levando oportunidades e condições para que as dificuldades possam ser solucionadas em conjunto, para qie se alcance o desenvolvimento dos negócios. LIVRO Consultoria Empresarial Autor: Luciano Oliveira de Oliveira Editora: Porto Alegre: SAGAH Ano: 2017 Comentário: Para saber como elaborar um relatório de diagnóstico empresarial, recomendamos a leitura do Capítulo 4 do livro Consultoria empresarial. CONCLUSÃO É possível perceber a constante evolução no mercado de trabalho com o aumento de profissionais que concluem sua graduação e buscam oportunidades de explorar e aplicar suas competências em empresas. O crescimento desse formato de trabalhar, sendo mais flexível, aponta uma forte tendência em aumentar a quantidade desses profissionais nos próximos anos, uma vez que as empresas não possuem o conhecimento qualificado internamente e preferem buscar externamente, dando oportunidade de desenvolvimento para a carreira. Essa profissão tende a crescer, equiparada às diversas necessidades e evoluções das empresas em se adequarem aos desejos de seus clientes, ao se preocuparem com o meio ambiente, com as causas que uma empresa defende, com os materiais que utilizam em seu processo produtivo etc. Os clientes estão muito mais atentos, e a consultoria externa torna-se uma aliada fundamental para manter os negócios à frente da competitividade do mercado, trazendo uma visão externa, atualizada e concisa de como as partes interessadas convivem nesse meio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASTOS, M. Matriz GUT: do conceito à aplicação prática. Portal Administração, 31 jan. 2014. Disponível em: http://www.portal-administracao.com/2014/01/matriz-gut-conceito-e-aplicacao.html. Acesso em: 28 out. 2010. BERTI, A.Manual prático de consultoria: diagnóstico e análise empresarial. Curitiba: Jurirã, 2009. BLOCK, P. Consultoria infalível: um guia prático, inspirador e estratégico. São Paulo: M.Books do Brasil, 2013. CROCCO, L.; GUTTMANN, E. Consultoria empresarial. 3. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2017. CUNHA, J. L. L. Consultoria organizacional. Curitiba: Intersaberes, 2013. OLIVEIRA, D. de P. R. de.Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, práticas. São Paulo: Atlas, 1999. ______. ______. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2019. OLIVEIRA, L. O. de. Consultoria empresarial. Porto Alegre: SAGAH, 2017. SOUZA, O. G. Consultoria empresarial. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. STERN, P.; SCHOETTI, J. Coleção Caixa de Ferramentas: consultoria. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. Dica do Professor Autor: Esp. Carolina Braz Pimentel Revisor: Ma. Maria Juliana Konigame Dica 01: Cenário Organizacional Como consultor, é importante conhecer seus clientes, para compreender suas necessidades e coletar informações relevantes para uma melhor definição do trabalho a ser realizado. Sendo assim, é preciso conhecer ferramentas importantes para realização de consultoria. Fonte: OLIVEIRA, D. P. R. de. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, práticas. São Paulo: Atlas, 1999. Dica 02: Abordagem Segmentada Uma das tendências importantes para a realização da consultoria organizacional é o aprofundamento no assunto solicitado pelo cliente, capaz de orientar e conduzir melhores análises para a construção de ações assertivas. O sistema FIEG disponibiliza recursos voltados a esse tema. Sendo assim, é necessário conhecer as considerações importantes a respeito da política de responsabilidade social, para realização de uma consultoria. Fonte: FIEG. A responsabilidade social empresarial uma ferramenta de gestão de negócios sustentáveis e competitivos. Goiânia: FIEG/SEBRAE, 2006. Material anexo – Cartilha da ONU http://www.portal-administracao.com/2014/01/matriz-gut-conceito-e-aplicacao.html Dica 03: Gerenciamento de Resultados Os indicadores de desempenho são ferramentas que contribuem para o acompanhamento de metas e para a avaliação dos resultados da empresa. É importante conhecer as tendências, a fim de traçar objetivos estratégicos para a realização da consultoria. Por isso, é preciso conhecer formas de gerenciar resultados. Fonte: CROCCO, L. Consultoria empresarial. São Paulo: Saraiva, 2017. Agora, reflita: como os conceitos apresentados poderiam auxiliar na resolução do problema apresentado no videocase? RESOLUÇÃO DO CASO (N1) Para realizar a prestação de serviço de consultoria a Gael Informática, considere que a empresa pretende se tornar referência em responsabilidade social no seu segmento. Com essa intenção, a empresa realiza diversas ações de voluntariado corporativo com seus colaboradores, gerando alguns comportamentos, que podem prejudicar o desenvolvimento dos negócios. De que forma esse trabalho de consultoria pode ser realizado, de modo que seja possível encontrar uma solução para a necessidade da Gael Informática? Orientações para a realização da Atividade 1) A dissertativa deverá se concentrar no tema proposto e contemplar de forma efetiva o solicitado no enunciado; 2) Cópias, transcrições integrais e/ou análises cujo fundamento resida na utilização de ideias de terceiros e acervos pessoais sem a devida referência/citação, comprometem a nota da atividade. Por essa razão, recomenda-se não utilizar cópia integral ou parcial de trabalhos disponíveis na Internet, de obras de referência e acervos pessoais apresentados em outros momentos. Atenção para estas observações; 3) A dissertativa deverá apresentar domínio conceitual com as devidas fundamentações, sendo consideradas também a reflexão e argumentação sobre o tema proposto; 4) Estrutura do argumento: Apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão sobre a proposta da atividade; 5) Aderência ao conteúdo; 6) Criatividade e autonomia; 7) Clareza: as ideias devem ser apresentadas de forma clara, sem incoerências, e dialogar com o foco geral daatividade; 8) Em conformidade as normas gramaticais da Língua Portuguesa e normas da ABNT; 9) A dissertação deve ter aproximadamente de 20 a 30 linhas; 10) O arquivo deve ser postado no link de entrega da atividade "Resolução do Caso (N1)" e no formato Word ou PDF. TENDENCIAS EM CONSULTORIA ORGANIZACIONAL Trata do conceito, evolução e tendências em consul TENDÊNCIAS EM CONSULTORIA ORGANIZACIONAL VIDEO CASE TRANSCRITO: ROTEIRO DE ESTUDOS INTRODUÇÃO Manual de Consultoria Empresarial: Conceitos, Meto Consultoria Empresarial Manual de consultoria Empresarial: Conceitos, Meto METODOLOGIA PARA CONSULTORIA COLETA DE DADOS ANÁLISE DE DADOS Consultoria Empresarial Manual de consultoria Empresarial: Conceitos, Meto ANÁLISE SWOT Matriz GUT Coleção Caixa de Ferramentas - Consultoria Relatórios e Devolutivas Consultoria Empresarial REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dica do Professor Dica 01: Cenário Organizacional Dica 02: Abordagem Segmentada Dica 03: Gerenciamento de Resultados
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