Buscar

projeto de consultoria unidade 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 1/34
COMPORTAMENTO DOCOMPORTAMENTO DO
CONSUMIDORCONSUMIDOR
SOCIEDADE DOSOCIEDADE DO
CONSUMOCONSUMO
Autor: Me. Marcelo de Barros Tavares
Revisor : Gabr ie l Franzoni
IN IC IAR
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 2/34
introdução
Introdução
A compreensão do processo de consumo é uma das expertises mais
relevantes para o pro�ssional de comunicação e marketing. Segundo Bauman
(2008), podemos entendê-lo como um conjunto de características e hábitos
dos indivíduos. Esta unidade traz discussões e re�exões signi�cativas para um
ponto de partida da disciplina. Entender os processos de comunicação e
signi�cação do consumo é um desa�o no cotidiano dos pro�ssionais da área.
O consumo pode ter diferentes abordagens a partir das correntes teóricas, e
está indissociado do aspecto da interculturalidade presente na sociedade.
Essa mesma sociedade que, hoje, vive numa era de conexão e de redes, a
ponto de in�uenciar e recon�gurar as lógicas do consumo.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 3/34
O consumo tem uma relação muito próxima com a cultura, que em uma de
suas de�nições clássicas, é tratada como um conjunto de fatores atrelados
aos membros de uma determinada sociedade (SCHEIN, 1986). Sendo assim,
cultura pode ser considerada a maneira como as pessoas se manifestam – e
expressam seus signi�cados – por meio da língua, da dança, da roupa e da
arte.
A sociedade vem se adaptando a uma realidade multicultural, tendo em vista
a abertura das fronteiras geográ�cas e até mesmo políticas, impulsionadas
pelo movimento da globalização. Nesse sentido, a comunicação pode
estabelecer lógicas e relações entre diferentes culturas, e assim impactar o
consumo. Pode se a�rmar que toda relação de consumo pode ter um viés
cultural, ativado por questões subjetivas dos indivíduos envolvidos.
A consequência dessa realidade multicultural vivenciada na atualidade é o
desenvolvimento de relacionamentos entre as diferentes culturas,
con�gurando assim uma perspectiva intercultural. O relacionamento
intercultural dos sujeitos, apesar de estar em evidência na atualidade devido,
AA
Interculturalidade eInterculturalidade e
o Consumoo Consumo
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 4/34
principalmente, ao processo de globalização, é sentido e vivenciado pela
humanidade desde os seus primórdios, visto que as pessoas sempre tiveram
essa necessidade (FERRARI, 2014).
A maneira como as pessoas vêm se relacionando, através de computadores,
por exemplo, conforme elencado por Castells (2010), torna esse campo ainda
novo e com grande potencial a ser explorado. Nesse sentido, há a noção de
que:
O campo da interculturalidade tem sido pouco explorado pelos
comunicadores, mesmo conscientes de que não há comunicação
sem identi�car os processos culturais e vice-versa. Concordamos
que cultura e comunicação são os dois lados de uma mesma
moeda (FERRARI, 2014, p. 12).
Posto isso, Maldonado (2005) a�rma que uma das questões que permeiam as
discussões atuais das mais variadas esferas é a possibilidade de compreensão
da comunicação intercultural. O autor pondera que, no século 21, tendo em
vista os �uxos culturais em diversos campos, como através de símbolos e
deslocamentos físicos, “o isolamento e o ‘purismo cultural’ são pouco
prováveis num mundo em crescente inter-relação” (MALDONADO, 2005, p.
119). Com essa noção, para Ferrari (2014) a interculturalidade está para além
do relacionamento entre as diferentes culturas, e sim como um pano de
fundo, que incide diretamente nos relacionamentos entre pessoas e
organizações não somente dentro de suas fronteiras geográ�cas.
A autora sustenta que, para o estudo da área, faz-se necessário compreender,
em um primeiro momento, as bases que oferecem subsídios para o diálogo,
já que este se torna essencial para que a interculturalidade exista de fato.
Nessa perspectiva:
Um dos aspectos mais importantes para o estudo da
interculturalidade é a identi�cação dos processos comunicacionais
que, ao lado da cultura, estabelecem as bases para o diálogo
cultural entre as pessoas e entre organizações com seus públicos e
as demais instituições (FERRARI, 2014, p. 44).
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 5/34
Em contrapartida, Cogo (2001) observa a interculturalidade como um
fenômeno vivido especialmente a partir da imigração. Além disso, a autora
aborda que esse processo de imigração traz consigo uma pluralização
cultural, a qual provoca uma recon�guração dessa cultura dentro das
fronteiras geográ�cas. Esse fenômeno viabiliza uma reestruturação rápida e
descomplicada acerca de imagens e representações culturais.
Nesse sentido, a autora ainda alega que, na atualidade, a realidade
multicultural é vista como uma extensão dos processos migratórios. Ainda no
que tange à imigração e interculturalidade, Cogo (2001) aborda que
A imigração é uma das principais experiências socioculturais que
move hoje o campo acadêmico a nomear de multicultural as
sociedades contemporâneas e a situar na dinamicidade e potencial
de intervenção que encerra a categoria interculturalidade, as
possibilidades de compreensão das inter-relações e tensões entre
economia e cultura, entre mercados e identidades culturais,
dinamizadas fundamentalmente em dois cenários: a indústria
cultural e a cidade (COGO, 2001, p. 14).
A comunicação intercultural se dá a partir da percepção de sujeitos
comunicantes, de acordo com Maldonado (2008), em que se nota uma
comunicação particular de cada um destes, através de símbolos, vivências e
referências. Essas particularidades se devem, principalmente, à cultura que
cada indivíduo possui. Apesar de a cultura vir sofrendo um processo de
hibridização, ainda sustenta características bastante particulares. A partir
disso, a comunicação é vista como heterogênea, de mão dupla e mais ativa. O
autor ainda sustenta que esses atributos fazem com que este seja um campo
propício a ser estudado na atualidade, juntamente à comunicação digital.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 6/34
praticar
Vamos Praticar
A interculturalidade é um importante conceito para o estudo da sociedade do
consumo.
FERRARI, M. A. Signi�cados, possibilidades e impasses da comunicação intercultural.
ORGANICOM : Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações
Públicas, São Paulo, v. 11, n. 21, p. 11-17, 2014.
Partindo do princípio que se con�gura pela relação de diferentes culturas entre os
sujeitos, assinale a alternativa que esteja coerente com a proposta da autora e as
lógicas do consumo.
a) O consumo não estabelece relação com o conceito da interculturalidade,
pois as noções de cultura não afetam o consumidor.
Feedback: alternativa incorreta , pois a cultura afeta o comportamento do
consumidor, sensivelmente, tornando-se um dos fatores de in�uência.
b) As lógicas de consumo distanciam-se da noção de globalização, pois o
consumidor não é afetado por culturas de outros povos.
Feedback: alternativa incorreta , pois o fenômeno da globalização afeta as
lógicas do consumo.
c) A comunicação intercultural justi�ca-se para a troca de culturas, mas não
pode ser associada ao consumo.
Feedback: alternativa incorreta , pois a comunicação é responsável pela
produção de sentidos e signi�cados, decisivos para o comportamento do
consumidor.
d) A comunicação como processo de signi�cadosé essencial para que
ocorram os relacionamentos entre as culturas.
Feedback: alternativa correta , pois para Ferrari (2014), a comunicação está
diretamente ligada com a cultura, e assim, contribui para o consumo.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 7/34
e) A comunicação é vista como homogênea, de mão única, estabelecendo
distanciamento entre as culturas.
Feedback: alternativa incorreta , pois a comunicação, por si só, tem uma
característica heterogênea, atribuindo diferentes aspectos culturais.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 8/34
O consumo tensiona a prática da fruição dos sujeitos estimulando
comportamentos, por vezes, desnecessários. Quando você compra um
produto que não precisa, o que pode estar por trás dessa ação? Baseados
nessa re�exão, vamos abordar a importância do conceito da sustentabilidade
para as relações lógicas de consumo. Os estudos relacionados à
sustentabilidade instauram-se nas organizações, e re�etem um caráter de
responsabilidade social às marcas.
A sustentabilidade e o consumo têm provocado discussões no cerne da
sociedade e das organizações. As temáticas ambientais, de desigualdade
social, de gênero e prosperidade causam e con�guram relações nas empresas
e marcas. Além disso, tornam as organizações como cenários e ambientes
complexos e sensíveis às temáticas sociais. 
A SustentabilidadeA Sustentabilidade
e o Consumoe o Consumo
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 9/34
As posições contrárias à atuação social das organizações baseiam-se
principalmente nas argumentações de Friedman (1970). O posicionamento do
economista defende que em um “sistema de empresa livre”, a única
responsabilidade social dos negócios deveria ser a geração de lucros, atuando
exclusivamente para o interesse de seus acionistas, desde que “em uma
competição aberta e livre, sem fraude” (FRIEDMAN, 1970, on-line ). Para ele, os
gestores empresariais devem conduzir os negócios em busca da maximização
dos benefícios econômicos, não devendo investir em ações sociais com
recursos da organização que representam, à medida que considerem que tais
ações seriam resultados de propósitos pessoais.
Nesse ponto de vista, fundamentalmente neoliberal, “os efeitos sociais
gerados por este comportamento seriam aqueles gerados pelo cumprimento
das normas, o pagamento de impostos e a contribuição na criação de
empregos” (DIAS, 2012, p. 14). Ainda para Friedman (1970), os investimentos
dos recursos empresariais para �ns sociais representam uma utilização
inadequada desses recursos, e de�ne a responsabilidade social como uma
“doutrina fundamentalmente subversiva”, não tendo justi�cativa para que os
Compreenda
o seu novo
consumidor
os hábitos sustentáveis estão
presentes no cotidiano das pessoas.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 10/34
negócios sejam contra os objetivos para os quais foram criados, ou seja, para
a geração de lucros. Para Dias (2012, p. 15):
Aqueles que são defensores dessa abordagem se opõem à
intervenção da empresa no âmbito social, porque entendem que é
uma área reservada à ação política e à Administração pública e a
outras instituições como igrejas, sindicatos e organizações sociais,
que foram criadas exatamente para desempenhar essa função
social.
Dessa forma, os defensores desse posicionamento entendem que cada ator
ou poder da sociedade possui determinadas funções, e que, portanto, não
seria responsabilidade dos negócios empresariais o compromisso com ações
para o desenvolvimento social, já que suas funções e responsabilidades
seriam a maximização de lucros. No entanto, os argumentos da posição
favorável às ações socialmente responsáveis das organizações são pautados
pelo entendimento de que “as empresas não atuam isoladas e totalmente
desconectadas de outros âmbitos da sociedade” (DIAS, 2012, p. 16). Nesse
entendimento, todos os atores da sociedade sofrem in�uência uns dos outros
à medida que se relacionam entre si, de forma que cada ator impacta
diferentes âmbitos dessa sociedade, resultando em uma inevitável relação de
interdependência.
Assim, nessa tese, defende-se que “a teoria neoliberal desconhece a
existência de imperfeições no mecanismo de mercado, que conduzem a uma
destinação ine�ciente de recursos”, sendo necessário re�etir através da
participação do Estado “os verdadeiros custos sociais de determinadas
atividades ” (DIAS, 2012, p. 16). Por esse motivo, essa tese critica o
posicionamento de que as empresas não possuem responsabilidades com o
desenvolvimento social, pois tal posicionamento desconsidera os impactos
gerados pelas mesmas no exercício de suas atividades.
Para Guimarães (1984), o comportamento responsável das organizações deve
ser debatido, a �m de fomentar uma atitude re�exiva do cidadão pelos vieses
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xah… 11/34
econômico, social e político. Nesse sentido, é necessário, acima de tudo,
derrubar a “barreira erguida entre o econômico e o social”.
Assim, nesse ponto de vista, o desenvolvimento econômico esteve
historicamente atrelado aos problemas sociais da sociedade. Portanto, para
os defensores da atuação socialmente responsável das organizações, além da
maximização de lucros, acatamento de normas e legislações, as empresas
possuem “obrigação moral de promover com suas atuações valores éticos
superiores, contribuindo para melhorar as condições de vida” (DIAS, 2012, p.
16), como uma forma de se responsabilizar pelas consequências de suas
atividades. Sendo assim:
[...] os defensores dessa tese negam que o modelo de mercado
(neoliberal) garanta a destinação ótima dos recursos e a�rmam
que a atuação social das empresas trazem benefícios maiores;
consideram que a atuação voltada para diferentes atores sociais
constitui um investimento e não um gasto; além disso, possuem
uma visão mais ampla da função empresarial, na qual o
econômico é inseparável do social (DIAS, 2012, p. 16).
Além desses argumentos que justi�cariam a atuação socialmente responsável
das organizações, há ainda uma linha de defesa denominada instrumental.
Nessa linha, considera-se “que há uma relação positiva entre o
comportamento socialmente responsável e o desempenho econômico da
empresa” (ASHLEY, 2005, p. 44), em que as ações responsáveis nesse caso
trariam benefícios e oportunidades nos negócios para as organizações. Tais
benefícios encontram-se na proatividade da organização em “antecipar
exigências das autoridades governamentais; explorar novas oportunidades de
negócios que surgirão em função das novas preocupações com aspectos
sociais, culturais e ambientais”, e na capacidade de diferenciação de
“concorrentes menos responsáveis” (DIAS, 2012, p. 16).
Porém, essa forma de atuar não é bem vista quando utilizada apenas como
mais um instrumento de lucro. Para Guimarães (1984), a instrumentalização
da responsabilidade social resulta em mais benefício empresarial do que para
a sociedade, de forma que as práticas nessa forma de atuar poderiam virar
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 12/34
“modismos”. Assim, para os defensores desse ponto de vista, tais ações
seriam mais uma forma de geração de lucros, sem necessariamente signi�car
uma conscientização das organizações diante de suas responsabilidades
sociais e consequências de seus impactos, o que não resolveria os problemas
sociais efetivamente.
O que se percebe, na discussão,é a existência de uma di�culdade no
entendimento do econômico com o social, em que de um lado permanece a
visão de gasto e a resistência em assumir responsabilidades em outros
âmbitos além do econômico, e do outro a visão de uma necessidade latente.
A solução estaria em buscar a convergência dos aspectos econômicos com a
qualidade de vida dos sujeitos de um determinado grupo social (GUIMARÃES,
1984), o que representaria ganhos recíprocos sem ultrapassar o campo da
ética, visão também compartilhada por McIntosh et. al. (2001, p. 21) que
argumentam que “o melhor futuro possível para pessoas, para o planeta e
para os negócios seria uma situação na qual a lucratividade se aliasse a
comunidades fortes e sadias”. Assim, o consenso estaria no entendimento de
que uma sociedade desenvolvida e justa representa um ciclo de benefícios e
uma responsabilidade de todos, aliando prática e estratégia para o bem
comum e valorização da qualidade de vida.
Porém, para muitos defensores da área, seria necessário antes de tudo
dissociar a atuação organizacional responsável da visão de �lantropia e
assistencialismo, que historicamente esteve atrelada ao desenvolvimento da
responsabilidade social. Nessa perspectiva, a visão da responsabilidade pelo
viés assistencialista facilitaria o entendimento de tais ações como um gasto e
não como investimento, já que seria um exercício de doação, persistindo a
resistência em assumir determinados compromissos sociais.
praticar
V P ti
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 13/34
praticar
Vamos Praticar
A relação entre a sustentabilidade e o consumo na sociedade está ligada com a
noção de responsabilidade social das marcas e organizações. Carroll (1991) entende
que a pirâmide da responsabilidade social é formada por responsabilidades
econômicas, legais, éticas e �lantrópicas. Para cada uma das fases desta pirâmide,
entende-se que:
CARROLL, A. B. The pyramid of corporate social responsibility: toward the moral
management of organizational stakeholders. Business Horizons , jul./ago. 1991.
a) As fases não têm dependência e conexão entre si, ou seja, a organização
pode ter uma base de responsabilidade econômica e não ter uma noção
�lantrópica por exemplo.
Feedback: alternativa incorreta , pois há uma interligação entre as fases, pois
para o autor, a organização necessita contemplar cada uma das fases para
estar completa.
b) A responsabilidade econômica diz respeito ao lucro da empresa e não à
sua contribuição para a sociedade no que tange ao desenvolvimento local e
regional da sociedade.
Feedback: alternativa incorreta , pois a responsabilidade econômica deve
privilegiar o papel produtivo da empresa, e sua contribuição para o
desenvolvimento local.
c) A responsabilidade ética diz respeito aos comportamentos individuais de
todos os sujeitos que compõem a organização, não imputando a ela em si
alguma noção de ética.
Feedback: alternativa incorreta , pois a responsabilidade ética está ligada aos
comportamentos e atividades não cobertos por leis ou aspectos econômicos do
negócio, e é imputada diretamente à empresa.
d) A responsabilidade social empresarial impõe o cumprimento simultâneo
das quatro fases, pois a empresa deve ser lucrativa, obedecer às leis, atender
às expectativas da sociedade e ser boa cidadã.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 14/34
Feedback: alternativa correta , pois a empresa precisa estar alicerçada em
todas as quatro fases da pirâmide da responsabilidade social empresarial.
e) A responsabilidade social �lantrópica exige que a organização faça ações
bene�centes e de melhoria da sociedade sem que haja uma necessidade de
algum outro compromisso dela nas demais fases da pirâmide.
Feedback: alternativa incorreta , pois segundo o autor, não vale de nada a
empresa estar fazendo ações �lantrópicas se não cumpre com as
responsabilidades econômicas, legais e éticas.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 15/34
O consumo sofre in�uência da sociedade altamente conectada em rede.
Segundo Castells (2010), a internet foi o suporte de passagem para uma nova
sociedade, a chamada sociedade em rede. Foram advindas dessa sociedade
diversas mudanças, entre elas uma nova perspectiva econômica que é
introduzida nesse cenário.
Além disso, Castells (2010) a�rma que a internet foi a pioneira de uma
transformação na forma de comunicação de muitos para muitos, num âmbito
global. De acordo com o autor:
A internet é o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da
informação é hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em
nossa época a internet poderia ser equiparada tanto a uma rede
elétrica quanto ao motor elétrico, em razão de sua capacidade de
distribuir força da informação por todo o domínio da atividade
humana (CASTELLS, 2003, p. 7).
Sociedade emSociedade em
RedeRede
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 16/34
Para o autor, a internet é a estrutura tecnológica da Era da Informação,
constituindo a rede. Castells (2003) caracteriza a ideia de Sociedade em Rede,
que conforme ele seria:
[...] uma estrutura social baseada em redes operadas por
tecnologias de comunicação e informação fundamentadas na
microeletrônica e em redes digitais de computadores que geram,
processam e distribuem informação a partir de conhecimento
acumulado nos nós dessas redes (CASTELLS, 2003, p. 20).
Essa Sociedade em Rede não é o futuro, mas a própria sociedade em seus
países e culturas, com suas políticas, estratégias e projetos partindo dessa
base, como um ponto de partida (CASTELLS, 2003). Dessa forma:
[...] embora a forma de organização social em redes tenha existido
em outros tempos e espaços, o novo paradigma da tecnologia da
informação fornece a base material para sua expansão penetrante
em toda a estrutura social (CASTELLS, 2003, p. 565).
A multiplicidade de perspectivas e contextos culturais trazidas pela era digital
promoveu a transformação de toda a sociedade. Castells (2003, p. 17) a�rma
esse processo quando expõe que “A revolução da tecnologia da informação e
a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade”.
A aceleração dos processos de produção e de disseminação do conhecimento
e informação são fatores que caracterizam essa nova sociedade. Além de
marcar o despertar de um novo cenário tecnológico, provocou uma
signi�cativa mudança no rumo da história dos homens na
contemporaneidade.
Para Lemos e Lévy (2010, p. 68), as tecnologias digitais proporcionam a
“passagem do mass media (cujos símbolos são a TV, o rádio, a imprensa, o
cinema) para formas individualizadas de produção, difusão e estoque de
informação”. Os autores também destacam que, nesse novo modelo, não há
uma hierarquia de um para todos, mas uma pluralidade, de todos para todos.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 17/34
Ainda, Castells (2003) assegura que a comunicação na internet é poderosa e
�exível, o que gera uma interação social como um todo, criando comunidades
virtuais diferentes das físicas, mas que geram na mesma proporção o
engajamento desejado. Nesse ambiente, os indivíduos constroem suas
relações de acordo com seus interesses e a�nidades. Na compreensão de
Lemos e Lévy (2010), a construção dessas comunidades é um dos principais
acontecimentos nos últimos anos, visto que elaboraram um novo modo de
criar sociedade.
No sentido das tecnologias digitais, Castells (2003) estuda a penetrabilidade
que a revolução da tecnologia traz para os diferentes contextos da atividadehumana, a �m de analisar as complexidades que ela traz para a economia, a
cultura e a sociedade, formadas a partir dela. Além disso, ele relata que a
introdução das novas tecnologias da informação deu-se de diferentes formas
e objetivos pelas sociedades ao redor do mundo. 
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 18/34
Essas divergências geram uma inovação tecnológica, fazendo com que as
transformações na área da tecnologia sejam mais velozes e diversi�cadas
(CASTELLS, 2003). Dessa forma, vários usos feitos dessas tecnologias
colaboram para com a sociedade no sentido de acelerar o desenvolvimento
das mesmas, além de se bene�ciarem dessas inovações.
A partir disso, então, é possível se aproximar da análise das mudanças sociais
e culturais proporcionadas pelas tecnologias digitais, especi�camente,
referentes à utilização que os indivíduos atribuem a elas. Nesse sentido,
Castells (2003) a�rma que as diferentes formas com que as pessoas,
instituições e empresas usam a internet desencadearam a transformação da
própria internet . Isso se aplica a todo tipo de tecnologia, ou seja, a
apropriação, modi�cação e experimentação das tecnologias possibilitam nova
transformação.
saibamais
Saiba mais
Muito se fala sobre o consumo consciente,
mas você já parou para re�etir sobre os seus
hábitos de consumo? O que você consome?
Os produtos e bens que você adquire são
importantes e necessários para você? Você
conhece o processo de fabricação de todos
os produtos que adquire? O que você leva
em conta no ato do processo de compra?
Este link do Ministério do Meio Ambiente traz
alguns apontamentos importantes sobre a
necessidade de termos um consumo mais
consciente:
ACESSAR
https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-sustentavel/consumo-consciente-de-embalagem/quem-e-o-consumidor-consciente
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 19/34
praticar
Vamos Praticar
No livro A Cultura da Convergência , Jenkins (2009) discute o conceito da
convergência como um fenômeno da sociedade atual, em que os sujeitos sofrem
in�uências de diferentes matrizes no seu cotidiano. A obra dividida em análises de
diferentes produtos midiáticos re�ete a importância de estudarmos a dimensão da
in�uência da mídia, e neste sentido pode-se a�rmar que:
JENKINS, H. A Cultura da Convergência . 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009.
a) As formas antigas de consumo e produção midiática estão mudando, e
agora temos novos níveis de participação dos fãs, sendo mais impactados
pela produção de conteúdo.
Feedback: alternativa correta , pois a convergência de Jenkins leva a crer que
as marcas precisam estar antenadas nessa mudança de mindset dos
consumidores.
b) A convergência midiática não in�uencia a sociedade e nem o consumo,
pois são esferas diferentes e sem impacto com os sujeitos.
Feedback: alternativa incorreta , pois para Jenkins a convergência impacta o
modo de vida dos indivíduos, e assim, consequentemente, as suas relações de
consumo.
c) As estratégias dos reality shows, fenômenos midiáticos ao redor do
mundo, não in�uenciam a persuasão dos sujeitos, pois não atraem e
chamam a atenção das suas audiências.
Feedback: alternativa incorreta , pois para Jenkins os reality shows são fontes
inesgotáveis de persuasão e in�uência para com os espectadores, na medida
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 20/34
em que prendem a atenção e mobilizam os sujeitos.
d) A mudança do consumo midiático não in�uencia as estratégias de
comunicação das empresas, pois é necessário apenas adequar aos novos
formatos midiáticos.
Feedback: alternativa incorreta , pois para Jenkins as mudanças dos formatos
midiáticos são um re�exo cultural e não tecnológico da sociedade, e para tanto,
é necessário entender esse processo de mudança de forma mais complexa e
apurada.
e) O reality show American Idol foi um produto midiático com alcance nos
Estados Unidos, apenas, e demonstrou uma baixa in�uência nas relações de
consumo.
Feedback: alternativa incorreta , pois Jenkins demonstra no livro a potência
considerada para o programa e toda a sua in�uência fora dos Estados Unidos.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 21/34
O consumo e suas lógicas têm estudos aprofundados e especí�cos para o viés
das suas correntes teóricas. Cabe pontuar aqui que o lugar de fala é da área
da comunicação e uma perspectiva sociológica da corrente teórica. Nada
diferencia mais rigorosamente as diferentes classes socais do que as
exigências do consumo, segundo Bourdieu (1994).
O conceito de habitus pode ser entendido como aquilo que foi estruturado
pela realidade exterior e que estrutura as práticas do interior.
Consequentemente, o habitus é o gerador do gosto de classe. O gosto, a
propensão e a aptidão à apropriação material ou simbólica de uma
determinada categoria de objetos ou práticas classi�cadoras é a fórmula
generativa que está no princípio do estilo de vida.
O gosto “não é visto como simples subjetividade, mas sim como ‘objetividade
interiorizada’; ele pressupõe certos ‘esquemas generativos’ que orientam e
determinam a escolha estética” (BOURDIEU, 1994, p. 17). O estilo de vida é um
conjunto de preferências distintivas que expressam, na lógica característica
de cada um dos subespaços simbólicos, mobília, vestimentas, linguagem etc.
Correntes TeóricasCorrentes Teóricas
do Consumodo Consumo
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 22/34
Aqueles que consomem os bens simbólicos distribuídos no mercado ocupam
posições sociais determinadas em função do capital econômico e cultural,
pois:
[...] as diferentes posições no espaço social correspondem estilos de
vida, sistema de desvios diferenciais que são a retradução
simbólica de diferenças objetivamente inscritas nas condições de
existência [...] (BOURDIEU, 1994, p. 82).
A distinção entre as classes sociais não são menos marcadas quando
consideramos a competência especí�ca, que é uma das condições do
consumo de bens de cultura legítimos, de acordo com Bourdieu (1994). Os
membros das classes populares e das partes menos ricas em capital cultural
das classes médias “recusam sistematicamente a so�sticação propriamente
estética quando a encontram em espetáculos que lhes são familiares, em
particular os programas de variedades televisionadas” (BOURDIEU, 1994, p.
90).
Além do mais, o estilo de vida popular se diferencia dos demais tanto pela
ausência dos consumos de luxo (uísques, quadros, cruzeiros, exposições de
arte, caviar ou antiguidades), quanto pelo fato da substituição desse tipo de
consumo (roupas de marca falsi�cadas, vinhos gasosos ao invés da
champanhe, imitação ao invés do couro legitimo). São “indícios de um
desapossamento de segundo grau que se deixa impor a de�nição do bens
dignos de serem possuídos” (BOURDIEU, 1994, p. 100).
Portanto, o que separa as classes populares das classes mais altas é cada vez
menos a intenção objetiva de seu estilo do que os meios econômicos e
culturais que elas podem colocar em ação. Segundo Baudrillard (2008), o
consumo surge como um sistema que gera a ordem dos signos e a integração
de um grupo, construindo um sistema de valores ideológicos e um sistema de
comunicação ou estrutura de permuta.
O consumo também surge como conduta ativa e coletiva, como coação e
moral, como instituição e compõe um sistema de valores, com tudo o que o
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa…23/34
termo exige enquanto função de integração do grupo e de controle social.
Portanto, “o consumo de�ne-se sempre pela substituição da relação
espontânea mediatizada por meio de um sistema de signos” (BAUDRILLARD,
2008, p. 116). Uma das provas de que o princípio e a �nalidade do consumo
não são a fruição reside no simples fato de esta se encontrar, atualmente,
forçada e institucional, não como direito ou como prazer, mas como dever do
cidadão, pois:
A verdade do consumo reside no facto de ela não ser função de
prazer, mas função de produção – e, portanto, tal como acontece
com a produção material, função que não é individual, mas
imediata e totalmente colectiva. Sem a transposição dos dados
tradicionais, não é possível qualquer análise teórica: seja qual for o
modo como se abordar, recai-se sempre na fenomenologia do
prazer. (BAUDRILLARD, 2008, p. 91).
Assim, o consumo gira em torno da função de produção, não do prazer.
Baudrillard (2008) acrescenta que o prazer deixa de ser �nalidade e �m
racional e passa a ser a racionalização individual de um processo no qual os
�ns se encontram em outra parte. O prazer sente-se em função de si mesmo,
mas quando se consome, nunca é separadamente que se consome, “entra-se
num sistema generalizado de troca e de produção de valores codi�cados em
que, pese aos próprios, todos os consumidores se encontram reciprocamente
implicados” (BAUDRILLARD, 2008, p. 92).
Baudrillard (2008) a�rma que o consumo gira em torno do fetiche, com foco
na produção de bens e serviços, na capacidade em criar e estimular o
consumo desenfreado, na popularização das marcas e na acessibilidade do
consumo para diversas classes sociais. Ainda de acordo com o autor, a
sociedade de consumo não se caracteriza apenas pelo crescimento acelerado
das despesas individuais, mas também pelo acompanhamento da
intensi�cação das despesas assumidas por terceiros.
A sociedade de consumo, analisando como um todo, resulta no compromisso
entre princípios democráticos igualitários, “que conseguem aguentar-se com
o mito da abundância e do bem-estar, e o imperativo fundamental de
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 24/34
manutenção de uma ordem de privilégio e de domínio” (BAUDRILLARD, 2008,
p. 56). Contudo, a sociedade de consumo ainda é a sociedade de
aprendizagem e de iniciação social, ou seja, um modo novo e especí�co de
socializar em relação à necessidade de novas forças produtivas e à
reestruturação monopolista de um sistema econômico de alta produtividade.
O processo de consumo pode ser analisado através de dois aspectos
fundamentais, segundo Baudrillard (2008). Primeiro, como processo de
signi�cação e de comunicação, baseado num código onde as práticas de
consumo vêm inserindo-se e assumindo o respectivo sentido. Segundo, como
processo de classi�cação e de diferenciação social, onde os objetos e signos
se ordenam, não só como diferenças signi�cativas no interior de um código,
mas como valores estatutários numa hierarquia. Contudo, “o consumidor vive
as suas condutas distintivas como liberdade e como aspiração, como escolha,
e não como condicionamento de diferenciação e de obediência a um código”
(BAUDRILLARD, 2008, p. 67).
Para Bauman (2008), característica mais predominante da sociedade de
consumo é a transformação dos consumidores em mercadorias. A base dos
ideais da sociedade consumista está na promessa de satisfazer os desejos
humanos como nenhuma sociedade do passado pôde fazer, porém, a
promessa de satisfação só continuará interessante se o desejo seguir
insatisfeito. Assim, “a participação ativa nos mercados de consumo é a
principal virtude que se espera dos membros de uma sociedade de consumo”
(BAUMAN, 2008, p. 102). Dessa forma, a sociedade é conhecida como
sociedade do excesso, da extravagância e do desperdício.
A sociedade de consumidores, em outras palavras, representa o
tipo de sociedade que promove, encoraja ou reforça a escolha de
um estilo de vida e uma estratégia existencial consumistas, e rejeita
todas as opções culturais alternativas. Uma sociedade em que se
adaptar os preceitos da cultura de consumo e segui-los
estritamente é, para todos os �ns e   propósitos práticos, a única
escolha aprovada de maneira incondicional (BAUMAN, 2008, p. 71).
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 25/34
Desse modo, numa sociedade de consumidores, todo mundo precisa ver e
tratar o consumo como “vocação”, seguindo as regras da cultura do consumo
de forma rigorosa. Para Bauman (2008), a tarefa dos consumidores, e o
principal   motivo que os incentiva a abraçar uma atividade de consumo
contínua, é sair da invisibilidade, se destacando da massa de objetos que não
se distinguem. Portanto, “estar à frente, portando os emblemas das �guras
emblemáticas da tendência de estilo escolhido por alguém de fato concederia
o reconhecimento e a aceitação desejados” (BAUMAN, 2008, p. 108). Assim, o
pobre é forçado a gastar o pouco dinheiro ou os poucos recursos que tem
com objetos de consumo sem sentido, deixando suas necessidades básicas
em segundo plano para evitar a humilhação social e a hipótese de ser
provocado ou ridicularizado.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 26/34
Diferenciando-se do consumo, de�nido como uma característica e um hábito
humano dos indivíduos, o “consumismo é um tipo de arranjo social resultante
da reciclagem de vontades, desejos e anseios humanos rotineiros” (BAUMAN,
2008, p. 41). Para Bauman (2008), o consumo está ligado a imagens de
reflita
Re�ita
O reality show American Idol foi um
marco bem-sucedido de convergência
midiática na interação da televisão
com os espectadores. Os
experimentos realizados na década de
1990 foram descartados e
potencializados no início dos anos
2000. Com um alcance em diversos
países, a terceira temporada do
programa mobilizou uma média de 20
milhões de telefonemas e mensagens
a cada semana. A ansiedade pela
escolha do seu candidato(a) fazia com
que o público acompanhasse
semanalmente a competição, criando
um enlace muito forte com a
produção. Você já acompanhou algum
reality show e �cou envolvido(a) com
ela a ponto de mudar as suas
relações?
Fonte: Jenkins (2009, p. 93-134).
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 27/34
referência a sonhos e desejos, prazeres emocionais e à cultura da liberdade
de escolha. No entanto, o consumismo também pode ser considerado uma
economia do engano, caracterizado pelo excesso e pelo desperdício
econômico. Para Bauman (2008), o consumismo “aposta na irracionalidade
dos consumidores, e não em suas estimativas sóbrias e bem informadas;
estimula emoções consumistas e não cultiva a razão” (BAUMAN, 2008, p. 65).
Dessa forma, a cultura consumista pode ser entendida como o modo
característico pelo qual os membros de uma sociedade de consumidores
pensam em seus comportamentos ou pelo qual se comportam de “forma
irre�etida”.
praticar
Vamos Praticar
No livro A distinção: crítica social do julgamento , o sociólogo Pierre Bourdieu discute
a construção da distinção para os sujeitos em uma determinada sociedade. O autor
revela a importância de evidenciarmos o quanto a exigência dessa distinção social
obriga os sujeitos a tensionar os seus comportamentos e hábitos. Com base nos
estudos deste tópico, em relação ao consumo e as suas correntes teóricas, é
possível a�rmar que:
BOURDIEU, P. A distinção : crítica social do julgamento. 2. ed. Porto Alegre: Zouk,
2017.
a) A distinção não afeta as relações de consumo, pois para ascenderem
socialmente os sujeitos não se utilizam de produtos e artefatos de fruição.Feedback: alternativa incorreta , pois o ato de fruir bens so�sticados, segundo
os autores deste tópico, pode auxiliar nessa ascensão social.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 28/34
b) A distinção é uma dimensão importante para o consumo, pois ela
potencializa a sensação do indivíduo em ascender socialmente por meio da
fruição de bens e serviços.
Feedback: alternativa correta , pois a distinção pode con�gurar-se em um
importante viés para o entendimento do comportamento do consumidor.
c) O prazer trabalhado neste tópico não tem relação direta com a noção de
distinção, pois ele é um fator intrínseco enquanto a distinção é motivada por
fatores externos.
Feedback: alternativa incorreta , pois os conceitos sociológicos das correntes
culturais estão interligados entre si, e nesse caso, o prazer está ligado à
distinção retroalimentando-a.
d) A distinção está relacionada com o consumo, na medida em que a
produção de bens provoca a vontade do sujeito em usufruir sem a
necessidade, o que provoca o desperdício.
Feedback: alternativa incorreta , pois esta é uma característica do consumo
por fetiche, em que a fruição não é necessária, mas ela dá a satisfação de
prazer ao indivíduo.
e) A distinção social é um fenômeno individual, pois a sociedade incentiva o
sujeito a permanecer em suas classes sociais de origem, e o consumo existe
mediante as necessidades individuais.
Feedback: alternativa incorreta , pois segundo Bourdieu, a sociedade estimula
a ascensão social, e assim o consumo pode concretizar possíveis momentos do
sujeito fruir produtos acessíveis a outras classes.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 29/34
indicações
Material
Complementar
LIVRO
Cultura da Convergência
Henry Jenkins
Editora: Editora Aleph Ltda.
ISBN: 978-85-7657-084-4
Comentário: o autor mergulha no universo das
mudanças tecnológicas das produções midiáticas, e
consequentemente, das relações de consumo.
Entender o aspecto da convergência e suas relações
com as marcas é um importante viés dessa leitura. Você
vai acompanhar que a revolução das mídias vai além de
um movimento tecnológico e constitui-se também por
uma perspectiva social.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 30/34
FILME
The Matrix
Ano: 1999
Comentário: o �lme conta a história de um jovem
programador de computador que começa a ser
atormentado por estranhos pesadelos em que está
conectado a cabos contra a sua vontade, e descobre
uma grande rede de computadores do futuro. A
discussão causa um impacto na revolução tecnológica
presente na sociedade até os dias atuais, e como ela
pode (re)con�gurar as nossas relações.
Para conhecer mais sobre o �lme, assista ao trailer na
íntegra.
TRA ILER
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 31/34
conclusão
Conclusão
Nesta unidade, discutimos sobre a sociedade de consumo e suas interligações
com a cultura, a sustentabilidade, a sociedade em rede e as correntes teóricas
do consumo. Vimos que a dimensão de cultura e, principalmente, o conceito
da interculturalidade podem in�uenciar e impactar as relações de consumo.
Também estudamos que a responsabilidade social empresarial das marcas
fomenta a sustentabilidade para o consumo, e assim, pode in�uenciar um
consumo consciente. Na abordagem da sociedade em rede, percebemos que
as conexões dos sujeitos estimulam um consumo universal e convergente.
Por �m, as correntes teóricas culturais do consumo embasam que o prazer, o
fetiche e a distinção podem ser conceitos sociológicos importantes para o
estudo do comportamento do consumidor.
referências
Referências
Bibliográ�cas
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social dos negócios . São Paulo:
Saraiva, 2005.
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 32/34
BAUDRILLARD, J. A sociedade de consumo . Lisboa: Edições 70, 2008.
BAUMAN, Z. Vida para consumo : a transformação das pessoas em
mercadorias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
BOURDIEU, P. Sociologia . 2. ed. São Paulo: Ática, 1994.
BOURDIEU, P. A distinção : crítica social do julgamento. 2. ed. Porto Alegre:
Zouk, 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Quem é o consumidor consciente .
[2019]. Disponível em: https://www.mma.gov.br/responsabilidade-
socioambiental/producao-e-consumo-sustentavel/consumo-consciente-de-
embalagem/quem-e-o-consumidor-consciente . Acesso em: 8 jan. 2020.
CARROLL, A. B. The pyramid of corporate social responsibility: toward the
moral management of organizational stakeholders. Business Horizons ,
jul./ago. 1991. Disponível em:
http://faculty.wwu.edu/dunnc3/rprnts.pyramidofcsr.pdf . Acesso em: 8 jan.
2020.
CASTELLS, M. A galáxia da internet : re�exões sobre a internet, os negócios e
a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
CASTELLS, M. A sociedade em rede . 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
COGO, D. Mídia, Imigração e interculturalidade: mapeando as estratégias de
midiatização dos processos migratórios e das falas imigrantes no contexto
brasileiro. Comun. Inf. , v. 4, n. 1/2, p. 11-32, jan./dez. 2001.
DIAS, R. Responsabilidade Social : fundamentos e gestão. São Paulo: Atlas,
2012.
FERRARI, M. A. Signi�cados, possibilidades e impasses da comunicação
intercultural. ORGANICOM : Revista Brasileira de Comunicação
Organizacional e Relações Públicas, São Paulo, v. 11, n. 21, p. 11-17, 2014.
https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-sustentavel/consumo-consciente-de-embalagem/quem-e-o-consumidor-consciente
http://faculty.wwu.edu/dunnc3/rprnts.pyramidofcsr.pdf
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa… 33/34
FRIEDMAN, M. The social responsibility of business is to increase its pro�ts.
The New York Times , set. 1970. Disponível em:
http://umich.edu/~thecore/doc/Friedman.pdf . Acesso em: 8 jan. 2020.
GUIMARÃES, H. W. M. Responsabilidade Social da Empresa: uma visão
histórica de sua problemática. Revista de Administração de Empresas , v.
24, n. 4, p. 211-219, out./dez. 1984.
JENKINS, H. A Cultura da Convergência . 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009.
LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 7.
ed. Porto Alegre: Sulina, 2002.
LEMOS, A.; LÉVY, P. O futuro da internet : em direção a uma
ciberdemocracia. São Paulo: Paulus, 2010.
MALDONADO, A. E. Teoria da Comunicação: interculturalidade, �losó�ca,
linguagem e sociedade. Conexão : Comunicação e Cultura, Caxias do Sul, v. 4,
n. 8, p. 117-129, jul./dez. 2005.
MALDONADO, A. E. A perspectiva transmetodológica na conjuntura de
mudança civilizadora em inícios do século XXI. In: MALDONADO, A. E.; BONIN,
J. A.; ROSARIO, N. M. do (org.). Perspectivas metodológicas em
comunicação : desa�os na prática investigativa. João Pessoa: Editora UFPB,
2008. p. 27-54.
MALDONADO, A. E. Perspectivas transmetodológicas na pesquisa de sujeitos
comunicantes em processos de receptividade comunicativa. In: MALDONADO,
A. E. (org.). Panorâmica da investigação em comunicação no Brasil .
Salamanca: Comunicación Social Ediciones y Publicaciones, 2014. p. 17-40.
MCINTOSH, M. et al. Cidadania Corporativa : estratégias bem-sucedidas para
empresas responsáveis. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
SCHEIN, E. H. Culture: the missing concept in organization studies.
Administrative Science Quarterly , v. 41, p. 229-240, 1986.
http://umich.edu/~thecore/doc/Friedman.pdf
29/03/2022 20:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=MAvyLGrU4Cv4E2%2bcx5vJOg%3d%3d&l=5t1Hr14Ud1VswyQJq2QVcg%3d%3d&cd=Xa…34/34

Continue navegando