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A expansão dos Estados Unidos para o oeste


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A expansão dos
Estados Unidos para
o oeste
A República dos Estados Unidos
No início do século XIX, os
Estados Unidos eram um novo país,
erguido sobre os pilares do pensamento
iluminista e da concepção sobre contrato
social.
- Organizado com base na crença
de que o conjunto dos cidadãos
criava regras e representações
segundo os interesses comuns,
que davam legitimidade aos
governantes.
A aliança contra a metrópole da
Inglaterra selou a unidade entre as Treze
Colônias Inglesas, unindo o "norte'' e o
“sul” dos Estados Unidos.
A Constituição de 1787 havia
estabelecido como fundamento para o
novo governo a proposta do filósofo
Montesquieu de dividir o Poder em
Legislativo, Executivo e Judiciário, que se
equilibrariam e se fiscalizariam. O
Executivo da República seria
representado por um novo cargo: o de
presidente, que seria ocupado por
alguém eleito periodicamente por
representantes da população dos
estados. Surgia a república
presidencialista.
Os estadunidenses também
adotaram o princípio federalista na
Constituição.
- Cada estado tinha grande
autonomia para a decisão de
problemas locais.
- Haviam encontrado uma fórmula
política original, capaz de conciliar
as profundas diferenças entre o
norte e o sul.
A marcha para o oeste
Com base em um sistema de
governo equilibrado e liberal, tanto os
colonos quanto os milhares de imigrantes
que chegavam anualmente se
concentraram na conquista de terras a
oeste, até atingirem o oceano Pacífico,
na metade do século XIX.
Fatores que contribuiu para a
rápida expansão para o oeste:
● A escassez de terras do leste
A costa leste, povoada desde o
século XVII, estava ocupada e, em
muitos lugares, a fertilidade do
solo já estava muito
comprometida.
● A caça de peles
Desde o período colonial, os
caçadores de pele foram os
grandes desbravadores de terras
frias do norte, sendo responsáveis
por algumas das principais trilhas
seguidas pelos colonos.
● A corrida do ouro
A descoberta de ouro na região do
Texas atraiu milhares de pessoas
para aquela região. Quando as
minas esgotaram-se, a notícia de
novas minas na Califórnia levou
para aquele estado outros
milhares de aventureiros. O
mesmo cenário se repetiria mais
tarde no alasca.
● O acesso à propriedade da terra
O grande sonho da maioria dos
colonizadores do oeste era a
conquista da própria terra para
ocupação, cultivo e trabalho livre.
● O crescimento urbano
Diversas cidades surgiam nesses
novos caminhos para o interior,
enquanto os velhos centros
urbanos da costa leste cresciam
sem parar com a chegada dos
imigrantes.
Nesse movimento contínuo de
pessoas, interesses comuns estimulavam
os novos estados criados no oeste a
desejar integrar-se à União: expulsar e
combater os indígenas, abrir estradas e
trilhas para ligar as vilas e regular o
comércio entre todos os comércios.
Entretanto, à medida que o país crescia,
a conciliação entre interesses tão
diversos tornava-se cada vez mais difícil,
especialmente entre o sul escravista e o
norte livre.
1820
Foi firmado no Congresso
estadunidense o Compromisso de
Missouri, que estabelecia o paralelo 36°
30’ como linha divisória para a prática da
escravidão. A partir de então, os novos
estados criados estariam sujeitos a esta
regra: ao sul do paralelo, a escravidão
era permitida; ao norte, não.
A morte da América indígena
A marcha para o oeste foi um
atrativo para os imigrantes que vieram
para a América. Várias comunidades
indígenas as habitavam desde antes da
chegada dos europeus ao continente e
muitas já haviam desaparecido desde
então.
XIX
Ocorreu um genocídio dos
ameríndios, encurralados pela maré dos
colonizadores.
Duas nações
A grande riqueza estadunidense
na primeira metade do século XIX foi o
algodão, que respondia por mais de 50%
das exportações. a expansão da
Revolução Industrial fazia o preço do
algodão subir, já que era usado como
matéria-prima na indústria têxtil inglesa,
estimulando a abertura de novas áreas
de plantio e, ao mesmo tempo,
aumentando velozmente o emprego de
mão de obra escrava africana. Os
grandes latifúndios escravistas
avançaram em direção às terras do rio
Mississippi e Texas.
Enquanto isso, nos estados do
norte, cidades como Nova York e
Filadélfia cresciam vertiginosamente,
misturando indústrias, bancos e portos.
Essas cidades eram alimentadas por
uma baratíssima mão de obra imigrante.
1850
O oceano Pacífico havia sido
alcançado e a oferta de terras começou a
diminuir rapidamente.
A partir de então, os conflitos entre
dois modos de vida distintos
multiplicaram-se: os latifúndios sulistas
queriam as terras para a monocultura
voltada para a exportação, enquanto os
homens livres ambicionavam se tornar
fazendeiros, ligados ao mercado interno.
Principais divergências entre norte
e sul:
● Questão tarifária
O norte industrializado defendia a
elevação das taxas alfandegárias,
isto é, uma política de impostos
protecionista, para diminuir a
concorrência estrangeira. O sul,
que importava bens
manufaturados e de luxo, era
contra o protecionismo.
● Avanço da escravidão para o
oeste
Os colonos que se dirigiam para o
oeste eram contra o avanço da
escravidão porque desejavam o
livre acesso àquelas terras. Ao
mesmo tempo, os grandes
empresários capitalistas do norte
começaram a perceber que a
colonização do oeste baseada no
trabalho livre permitiria enorme
expansão dos mercados
consumidores de produtos
industrializados, além de abrir
novas áreas para o investimento
do capital.
● Abolicionismo
A partir de 1830, intensificaram-se
as campanhas abolicionistas, com
a criação de jornais e
organizações para difundir a
causa. Quando, em 1850, uma lei
federal impôs maior rigor na
perseguição aos escravos
fugitivos e nas penalidades para
seus colaboradores, a reação dos
radicais nortistas foi ampliar as
ações da “ferrovia subterrânea”, a
extensa rede que organizou a fuga
de cerca de 50 mil escravos,
dando-lhes cobertura para chegar
ao Canadá, onde não havia mais
escravidão.
A Guerra Civil ou Guerra de
Secessão (1861-1865)
1850
A gravidade da questão escravista
foi suficiente para formar um partido, o
Partido Republicano, de caráter
abolicionista. A burguesia industrial da
costa leste e os colonos do oeste
uniram-se contra os sulistas, organizados
em torno do Partido Democrata.
Mediante a pressão que aumentava,
muitos sulistas passaram a falar em
secessão, separação.
1860
As eleições presidenciais foram
polarizadas pela questão da escravidão,
e a eleição de Abraham Lincoln, do
Partido Republicano, foi a gota de água
paarq ue o sul sentisse seu modo de vida
ameaçado.
Fevereiro de 1861
Representantes de sete estados
sulistas (Geórgia, Alabama, Flórida,
Mississipi, Louisiana e Texas, liderados
pela Carolina do Sul) reuniram-se no
Alabama para formar um novo país: a
Confederação dos Estados da
América, ou Estados Confederados da
América (CSA).
Abraham Lincoln, no entanto, não
aceitou a divisão do país e preparou o
exército da União para submeter à força
os estados rebelados. Os confederados
prepararam-se para resistir. Uma guerra
brutal tomou conta do país de 1861 e
1865, provocando mais de 600 mil
mortes, além de feridos e mutilados, e
uma destruição, principalmente no sul,
que anunciava o efeito da guerra na era
industrial.
As diferenças econômicas
deixavam antever o resultado da guerra
civil: a União controlava dois terços das
estradas de ferro, 85% das indústrias,
incluindo 85% da produção de
cobertores, roupas, sapatos, e 97% do
valor da produção de armas, além da
maior parte dos bancos e do dinheiro em
circulação.
Abril de 1865
Os confederados renderam-se.
14 de abril
Abraham Lincoln foi assassinado a
tiros por um sulista em pleno teatro de
Washington.
No mesmo ano foram aprovadas a
13º e a 14º emendas à Constituição dos
Estados Unidos. A primeira aboliu a
escravidão em todo o país; a segunda
estendia os direitos civis às pessoas
nascidas no país ou naturalizadas
estadunidenses.
No entanto, os sulistas não
aceitaram simplesmente a derrota e o
convívio com os ex-escravos de origem
africana. A população negra era
numericamentesuperior à branca em
muitos lugares e seu voto agora
ameaçava a velha ordem. Para evitarem
que essa ameaça se concretizasse,
alguns brancos sulistas criaram
organizações racistas secretas, cujo
objetivo era intimidar a população negra
para que não exercesse seus direitos,
especialmente o de votar, como foi o
caso da Ku Klux Klan.
- É a mais famosa das
organizações racistas dos Estados
Unidos.
- Métodos de ação: linchamentos,
“caçadas” e incêndios.
Com a vitória, a União integrou ou
submeteu todas as regiões dos Estados
Unidos aos interesses das burguesias
comercial, industrial e financeira,
representadas pela região nordeste.
A partir de então, o capitalismo
estadunidense desenvolveu-se em sua
plenitude e pôde enfrentar outras
potências, como a Inglaterra, na
concorrência do mercado americano e
nas ilhas do oceano Pacífico.
A vitória do projeto nortista
Vencido o sul ou, pelo menos,
neutralizados politicamente sob o peso
da derrota, o Congresso foi dominado
pelos representantes da União, que
puderam promover as reformas e os
projetos necessários ao arranque
industrial do país.
1862
Durante a guerra, duas medidas
importantes foram tomadas para garantir
a ocupação livre do oeste.
1. o Congresso aprovou a
construção da primeira ferrovia
transcontinental do país;
2. criou a Lei de Terras para ampliar
o acesso à terra aos pequenos
colonos, gerando uma massa de
novos produtores e consumidores.
10 de maio de 1869
Foi inaugurada a ferrovia
transcontinental. O evento foi
comemorado em todo o país como o
início de uma nova era. Nos anos
seguintes, outras linhas foram
construídas.
As ferrovias, percorrendo milhares
de quilômetros escassamente ocupados,
serviam de incentivo para que vilas se
desenvolvessem ao redor dos pontos de
parada, pois traziam homens e
mercadorias a custo muito menor. O
desenvolvimento das ferrovias e a
grande leva de imigrantes que se fixou
nos Estados Unidos no século XIX
contribuíram decisivamente para a
criação de uma potência econômica que
logo estaria concorrendo com os países
europeus.
Antes da era das ferrovias, os
principais meios de ligação com o oeste
eram os grandes vapores, que
navegavam pelos rios Mississipi, Missouri
e seus afluentes, e as diligências, cujas
companhias de transporte seguiam as
trilhas inicialmente abertas por
mineradoras e caçadores.