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1 Sumário HEMOPARASITOSES ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 2 ERLIQUIOSE ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 2 ANAPLASMA PLATYS ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 14 CICLO DA TROMBOCITOPENIA CÍCLICA ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 17 MYCOPLASMA HAEMOFELIS ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 19 FISIOPATOLOGIA .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 21 BABESIA ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 25 CICLO BIOLÓGICO ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................29 PATOGENIA ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 30 TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 35 BABESIOSE .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 36 ANAPLASMA ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 42 COCCIDIOSES ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 47 IMPORTÂNCIA ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 47 CICLO DE VIDA ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 50 PATOGENIA ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 55 TRIPANOSSONOMÍASES ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 58 TRANSMISSÃO ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................60 T. VIVAX ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 61 T. EVANSI ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................64 Layla Marques de Oliveira 2 3 HEMOPARASITOSES Agentes mais comuns em pequenos animais: → Ehrlichia canis → Anaplasma platy → Babesia canis → Mycoplasma haemofelis Características • As hemoparasitoses são enfermidades causadas por protozoários ou bactérias • Transmissão ocorre por ectoparasitas, principalmente carrapatos mas veremos que no caso do Mycoplasma tem transmissão também através das pulgas • Ocorre infecção das células e elementos figurados do sangue • Causando anemia e/ou leucopenia e/ou trombocitopenia • Estas enfermidades são frequentes em pequenos animais • Muitas vezes através dos sinais clínicos não se consegue chegar ao diagnóstico por terem sintomas inespecíficos (na maioria das vezes) • Todos os animais são susceptíveis, bastando ter infestação de ectoparasitas com estes agentes para serem transmitidos • Se não diagnosticados a tempo estas enfermidades podem se tornar graves • Podem causar óbito (se não tratadas), a que pode se tornar mais grave é a ehrlichiose, em que na fase crônica ocorre redução de todas as células da medula óssea e sendo difícil sua reversão. Erliquiose ( Ehrlichia spp. ) → Doença que pode acometer diversos mamíferos domésticos e selvagens, inclusive o homem → Maior incidência nos cães → Formas de apresentação da doença • Erliquiose monocitotrópica= quando a Ehrlichia infecta os monócitos e linfócitos, Ehrlichia canis por exemplo. • Erliquiose granulocitotrópica= quando infecta os granulócitos • Erliquiose trombocitotrópica= infecção das plaquetas → Transmissão horizontal através de carrapatos → É uma doença infecciosa, causando uma enfermidade infecciosa → Distribuição mundial → Não possui sazonalidade (crônica e insidiosa) pois pode aparecer mais tardiamente → Causada pela Rickettsia Ehrlichia canis (bactéria cocoide Gram negativa) → Transmissão pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus → Acomete cães de todas as raças, idades e sexos Riquétsia São bactérias que necessitam de uma célula eucarionte para se multiplicar, sendo uma bactéria intracelular obrigatória Localização taxonômica da Ehrlicha 4 A Ehrliquia pertence a ordem das Rickettsias, pertence a família rickettsiaceae e a sub-família Ehrlichieae. Que é onde se encontra o gênero Ehrlichia, com as espécies= • Ehrlichia canis • Anaplasma platys (que antes era Ehrlichia platys) • E. chaffensis • E. risticii • Anaplasma bovis (E. bovis) Abaixo temos a divisão mais atual, em que o Anaplasma platys já se encontra no gênero Anaplasma Espécies e tipos → Erliquiose monocitotrópica= • E. canis • E. chaffeensis= comum nos humanos, podendo ser transmitida por carrapatos ou através de roedores. Essa espécie é mais comum nos animais selvagens e roedores • Neorickettsia risticii (previamente E. risticii) → Erliquiose granulocitotrópica= • E. ewingii • Anaplasma phagocytophilum (previamente E. phagocytophilum) • E. equi (para alguns autores é sinônimo de A. phagocytophilum) → Erliquiose trombocitotrópica= • Anaplasma platys (previamente E. platys) Formas de apresentação da doença em humanos → Erliquiose monocitica humana (1987) • E. chaffeensis (1990) = acometendo roedores e humanos • E. canis (1987, 1996 e 2006)= acometendo cães → Febre sennetsu (1953) • Neorickettsia sennetsu (1953) = previamente E. sennetsu → Erliquiose granulocitica humana • Anaplasma phagocytophilum (2001) = previamente E. phagocytophila → Erliquiose humana por E. ewingii (1999) • E. ewingii (1999) Erliquiose monocitotrópica canina → As primeiras descrições foram feitas em 1935 na África (Rickettsia canis) → Em 1945 R. canis passa a ser E. canis Mórula da Ehrlichia dentro de um linfócito, elas se multiplicam no citoplasma da célula que acometerem Um neutrófilo com a mórula da Ehrlichia 5 → Ganhou notoriedade durante a guerra do Vietnã (1968-1970) → Pancitopenia tropical canina (febre hemorrágica canina) → Brasil – 1973 (MG – Belo Horizonte) Epidemiologia → Distribuição mundial, tendo presença em diversos continentes, como Ásia; África e Américas. → A Austrália é livre de E. canis → Esta presente em cães de áreas urbanas, onde temos presença do carrapato. (alta prevalência do carrapato Rhipicephalus sanguineus) → Regiões= nordeste, sudeste, sul e centro-oeste → Região nordeste tem maior prevalência, cerca de 43% → Região sul tem apenas 1,70% Características da Ehrlichia → Cocobacilo Gram-negativo → Temos a presença da mórula no citoplasma, em que os macrófagos e linfócitos englobam a Ehrlichia Localização no hospedeiro Abaixo temos um linfócito e um monócito com a mórula da Ehrlichia Formas de infecção → Através da picada do carrapato (Rhipicephalus sanguineus) → Transfusão sanguínea → Rhipicephalus sanguineus, carrapato marrom dos cães 6 Abaixo temo o ciclo da transmissão do parasita, onde temos a infecção dos cães por transmissão de um carrapato que se alimentou de um cão infectado. Nos humanos ocorre infecção através de carrapatos que foram infectados por Erlichias que acometem roedores e ainda por carrapatos dos cães. Fases da erliquiose Ela pode se apresentar em diferentes fases, e dependendo das fases há diferentes sinais clínicos. A fase aguda irá se apresentar, mais ou menos, de 1 a 3 semanas após a infecção. Depois disso podemos ter uma evolução, e dentro de até 4 semanas ele pode se recuperar ou entrar na fase sub-clínica, onde nessa fase ele pode evoluir para fase crônica. Como ocorre a infecção? Há a picada do carrapato e ocorre portanto a inoculação da Ehrlichia, esta irá alcançar a circulação sanguínea e a circulação linfática e é onde teremos o sistema monocítico fagocitário atuando, em que os macrófagos atuarão no local de entrada e fazendo a tentativa de fagocitose para atuar contra esse corpo estranho. A Ehrlichia porem tem mecanismos para fazer a fuga do sistema imunitário e por isso pode continuar se multiplicando dentro das células que a fagocitaram, os macrófagos e depois os linfócitos. Os linfócitos e macrófagos na circulação irão servir de veiculo de circulação da Ehrlichia se disseminar pelo organismo. Podendo chegar aos órgãos linfoides (levando a uma hiperplasia linforeticular) promovendo aumento de órgãos, como dos linfonodos e baço. E também através da circulação sanguínea, irá chegar ao endotélio dos pequenos vasos e podendo causar vasculite Relembrando O monócito é um dos cinco tipos principais de leucócitos (monócitos, linfócitos, basófilos, neutrófilos e eosinófilos). Os monócitos desenvolvem-se a partir da medula óssea, circulam na corrente sanguínea por poucos dias e finalmente deslocam-se para os tecidos onde são denominados macrófagos, ou outros nomes particulares dependendo do tipo de tecido, por exemplo: microglia, no sistema nervoso; células de Kupffer, no fígado; e células de Langerhans, na epiderme. 7 Abaixo temos uma imagem de representativo após a infecção por Anaplasma, Ehrlichia e Rickettsia. Elas tem essa característica de fazer ativação dos sistema imunológico. Como vimos, a riquétsia é uma bactéria intracelular obrigatória portanto mesmo com a ativação do sistema imunitário, ela estará protegida e também ela só pode fazer sua multiplicação/expansão dentro da célula. Os macrófagos ativados liberam citocinas que atraem células inflamatórias e essa é uma das características que colaboram para a vasculite. Mecanismo de infecção Ocorre a entrada através da pele pela picada do carrapato e entrando no organismo pelo endotélio vascular. Há a fagocitose da Ehrlichia pelos leucócitos (monócitos), há formação da vesícula fagocitária e a Ehrlichia irá se multiplicar dentro dessa vesícula fagocitária. Uma das funções do macrófago é fazer a destruição de corpos estranhosatravés de enzimas presentes dentro de lisossomos, porem a Ehrlichia inibe a fusão dos lisossomos à vesícula e é uma forma de proteção da Ehrlichia, pois a própria ehrlichia produz substancias no citoplasma do macrófago que irá levar a inibição. Ela se multiplica e com isso vai aumentando o tamanho da mórula que varia conforme a fase, podendo levar ao rompimento da célula. Abaixo temos a entrada da Ehrlichia em que ela é fagocitada ficando dentro da vesícula fagocitária, quando ela entra é chamada de corpúsculo elementar. Dentro desse fagossomo ela vai se multiplicando e passa a ser denominada de corpúsculos iniciais. E o conjunto de corpúsculos iniciais são denominados de mórula. Um estudo realizado através de coleta de amostras sanguíneas de carrapato em que se há já a presença de mórulas 8 Abaixo temos presença de mórulas nos macrófagos de cães e corpúsculos iniciais Patogenia Algumas alterações que ocorrem no organismo e levando aos sinais clínicos → Há ativação do sistema imunológico e formação de imunocomplexos pela ligação do anticorpo ao antígeno → Fixação de complemento → Quimiotaxia de polimorfonucleares (PMN) – atração das células inflamatórias para ajudar na retirada do corpo estranho → Infiltração de polimorfonucleares (PMN) → Fagocitose de imunocomplexos inefetiva e liberação de produtos secretórios de PMN – essas citocinas secretadas irão causar um dano tecidual → Dano tecidual Vasculite → Complexos imunes circulantes (antígeno – anticorpo) → Deposição dos complexos imunes na membrana basal de vasos sanguíneos → Ativação do complemento → Quimiotaxia de células inflamatórias (PMN) → Vasculite → Contribui para os defeitos da hemostasia, que pode levar ao quadro clinico de sangramento A trombocitopenia é a diminuição do número de plaquetas → Alterações imunomediadas ou alterações inflamatórias= produção de anticorpos contra megacariócitos → Hipoplasia de megacariócitos – destruição = levando a diminuição da produção de plaquetas → Trombocitopenia mórulas Corpúsculos iniciais 9 Relembrando Os megacariócitos são células da medula óssea, responsáveis pela produção de plaquetas sanguíneas (trombócitos), que são necessárias para a coagulação normal do sangue. A diminuição da função plaquetária também pode ocorrer → Infecção → Diminuição do fator plaquetário 3 (FP3) – este é liberado das plaquetas ativadas e serve também para fazer a atração de novas plaquetas para o local da lesão → Diminuição da função plaquetária – estancamento do sangue → Colaborando para o sangramento, que é um sinal clínico da erliquiose... temos a vasculite; diminuição da função plaquetária e a trombocitopenia. Vasculite X coagulação intracelular disseminada Com essa injuria microvascular que vimos (vasculite), ela pode levar a ativação de alguns fatores que podem desencandear a CID (coagulação intravascular disseminada), pode desencadear um sangramento expontaneo. A CID é uma doença onde se tem um consumo de fatores de coagulação e plaquetas, e uma excessiva fibrinólise. → A injuria microvascular – vasculite → Leva a ativação da cascata da coagulação, pois há um endotélio lesionado, para tentar fazer uma proteção naquele vaso lesionado → Deposição de fibrina → Levando a formação de trombose microvascular – de forma excessiva → Consumo de fatores de coagulação e plaquetas - excessivo • Coagulopatia de consumo • Diátese hemorrágica – pois consumiu todos estes fatores e não deu conta de reconstituir aquele vaso → Ativação de fibrinólise – que num organismo em homeostase ocorreria de forma normal, na CID ocorre excessivamente e gerando uma hemorragia • Circulação de produtos da degradação de fibrina • Inibição de coagulação – aumento da diátese hemorrágica Erliquiose monocitotrópica canina AGUDA → É uma doença bacteriana de cães causada por uma riquétsia → Riquétsia – realiza seu ciclo em monócitos sanguíneos → Sinais clínicos e manifestações patológicas de doença hemorrágica → Período de incubação: 8-20 dias → Evolução clínica: 2-4 semanas. 10 Há ativação de linfócitos que inibem a migração das plaquetas para aquele local do vaso lesionado pela vasculite, tendo um comprometimento da função plaquetária. Além disso podemos ter a ativação/produção de diferente tipos de anticorpos (ativação policional). Anticorpos anti- nucleares, anti-eritrocitários e anti-plaquetários → Ac anti-nucleares atuando na medula óssea contra precursores → Ac anti-plaquetários fazendo uma destruição direta das plaquetas → Ac anti-eritrocitários que podem levar a anemia pois atua contra hemácias. Quanto a ativação de macrófagos, há produção e liberação de citocinas (IL-1, IL-6, TNF-alfa) que levam a quimiotaxia de novas células inflamatórias, pode ser variável conforme a fase a aparição de neutrófilos. A linfocitose é mais característica na fase aguda Sinais clínicos na erliquiose aguda → Apatia → Inapetência ou anorexia → Febre (> 40,5oC) → Linfadenomegalia superficial generalizada (20% dos casos) – aumento dos linfonodos → Esplenomegalia (25% dos casos) → Sinais neurológicos (convulsão, ataxia) – não tão comum → Dores = artralgia ou mialgia → Sinais de hemorragia • Petéquias e sufusões na mucosa oral • Epistaxe → Palidez das mucosas – pela destruição de hemácias pela ativação de Ac anti-eritrocitário → Palidez das mucosas ou icterícia leve – animal pode desenvolver icterícia dependendo do tipo de hemólise que ele irá sofrer, gerando uma quantidade maior de bilirrubina e levando a icterícia. 11 → Sinais oculares • Uveíte – pode ocorrer um infiltrado inflamatório levando a essa uveite. Linfocítitico, monocítico e plasmocítico Exames complementares quando suspeita-se de erliquiose aguda → Hemograma completo Achados hematopatológicos na erliquiose monocitotrópica canina aguda → Anemia (82% dos casos) • Anemia regenerativa, que é o que se tem na maioria das vezes. > Macrocítica hipocrômica - babesia concomitante (hemólise)= ela apareceria com babesiose) -hemorragias • Normocítica normocrômica > Resposta inflamatória, pois liberam citocinas que afetam precursores na medula óssea • Esferocitose (Ac) >presença de esferócitos, que são hemácias que perderam parte de sua membrana porque sofreram uma fagocitose parcial. Que são aquelas hemácias que contêm anticorpos e sofrem fagocitose parcial pelos macrófagos. * Link sobre tipos de anemias - explicação= Anemias - Classificação Quanto à Morfologia - Portal Educação (portaleducacao.com.br) → Trombocitopenia (82% dos casos) – diminuição de plaquetas • Trombocitopenia regenerativa ainda na fase aguda, pois há destruição pelos Ac anti-plaquetários, mas havendo produção de plaquetas pelos megacariócitos, há uma regeneração ** Se houver destruição dos megacariócitos não haverá trombocitopenia regenerativa. • Presença de macroplaquetas → Leucocitose • Monocitose e/ou linfocitose Relembrando A leucocitose é uma condição na qual o número de leucócitos, ou seja, os glóbulos brancos do sangue, estão num valor acima do normal Link= Leucocitose: o que é, tipos e principais causas - Tua Saúde (tuasaude.com) → Presença das riquétsias nos monócitos – na fase aguda há maior facilidade para visualizar as mórulas na circulação sendo possível ver no esfregaço sanguineo • Mórulas ou corpos elementares → Hiperproteinemia (33% dos casos) – pela ativação policlonal fazendo estimulação na produção de anticorpos (antinuclear, antiplaquetário e antieritrocitario) • Hiperglobulinemia https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/anemias-classificacao-quanto-a-morfologia/29609 https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/anemias-classificacao-quanto-a-morfologia/29609https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/anemias-classificacao-quanto-a-morfologia/29609 https://www.tuasaude.com/leucocitose/ https://www.tuasaude.com/leucocitose/ 12 Abaixo temos uma imagem de uma mórula de E. canis no interior de um monócito, em esfregaço sanguíneo. *vemos macrófagos apenas nos tecidos O esquema abaixo é para se ter noção de o que ocorre na fase aguda, onde não temos o comprotimento ainda dos precursores da célula sanguínea na medula óssea... eles ainda são produzidos. Há problemas por hipoplasia de megacariócitos e consequentemente diminuição de plaquetas. E também há produção de anticorpos contra eritrócitos levando à baixa de eritrócitos, podendo levar à anemia por Ac anti-eritrocitário. Abaixo temos um exemplo de hemograma, onde nota-se o aumento de monócitos na série branca. E na série vermelha já aparecendo uma anemia regenerativa porque ela é macrocítica hipocrômica (sabemos disso analisando o VCM) e diminuição de plaquetas VCM O VCM (Volume Corpuscular Médio) é um índice hematimétrico presente no hemograma e indica o tamanho médio das hemácias, as células vermelhas do sangue. CHCM é a sigla para Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média. No hemograma, os valores de CHCM servem para verificar a quantidade de hemoglobina presente nas hemácias, também conhecidas como eritrócitos ou glóbulos vermelhos Quando o valor de CHCM está alto, os eritrócitos são mais escuros. Se a pessoa estiver com anemia, ela é chamada hipercrômica. Por outro lado, se a CHCM estiver baixa, as hemácias estão mais claras e a anemia é denominada hipocrômica. No exemplo abaixo também temos um aumento de monócitos, uma anemia pior de 3,5 e os eritrócitos estão maiores que o anterior, sendo uma anemia regenerativa macrocítica hipocrômica, e há menor quantidade de plaquetas No exemplo abaixo temos um aumento de linfócitos (linfocitose), uma anemia mais severa de 2,5 e seu tamanho já se encontra na medida certa, as plaquetas também se encontram na quantidade adequada. Há presença de esferócitos que são aquelas hemácias parcialmente fagocitadas 13 Erliquiose monocitotrópica canina subclínica No caso de animais que sobrevivem a fase aguda e não chegam a ter sinais acentuados na fase aguda podem evoluir para fase subclínica. → Tem-se a persistência do parasita mas muitas vezes não sendo encontrados no esfregaço sanguíneo, parasitemia não evidente → Ausência de sinais clínicos → Achados hematológicos podem ser semelhantes á faz aguda → Trombocitopenia → Anemia → Leucócitos variáveis • Leucopenia – apenas se estiver ocorrendo multiplicação do parasita na medula óssea • Linfocitose e monocitose → O animal pode permanecer na fase subclínica por anos e se tornar imunocompetente, não ter mais a doença eliminando a infecção. Ou sair da fase subclínica e evoluir para fase crônica. Erliquiose monocitotrópica canina CRÔNICA → Doença bacteriana de cães causadas por uma riquétsia → Riquétsia – realiza seu ciclo em monócitos sanguíneos → Sinais clínicos e manifestações patológicas decorrentes de aplasia medular → Nessa fase tem acometimento da medula óssea e diminuição da linhagem das células sanguíneas Tem-se a persistência da Ehrlichia nas células sanguíneas, nos precursores da medula óssea. Há resposta imunomediada então a produção de anticorpos, a ehrlichia irá se multiblicar por divisão binaria e levar a ruptura da membrana dessas células ou os anticorpos atuarão contra essas células, o que leva a essa hipoplasia de medula óssea Pancitopenia A pancitopenia corresponde à diminuição de todas as células do sangue, ou seja, é a diminuição no número de hemácias, leucócitos e plaquetas, o que provoca sinais e sintomas como palidez, cansaço, hematomas, sangramentos, febre e tendência a infecções. Link= O que é Pancitopenia, sintomas e principais causas - Tua Saúde (tuasaude.com) Abaixo na imagem, temos as linhagens a partir da célula tronco, mieloide e linfóide. Onde temos todas as células sanguíneas Na frase crônica da erliquiose vamos ter o comprometimento direto dos precursores e levando ao comprometimento de todas as linhagens sanguíneas. https://www.tuasaude.com/pancitopenia/ https://www.tuasaude.com/pancitopenia/ 14 Sinais clínicos da erliquiose CRONICA → Febre → Apatia/depressão → Intolerância ao exercício – anemia sintoma → Palidez nas mucosas – anemia sintoma → Taquipneia – anemia sintoma → Hemorragia • Petéquias e sufusões nas mucosas e na pele • Diarréia com sangue (melena) • Epistaxe • Hematúria • Hematoquezia → Perda de peso → Edema periférico (hipoalbuminemia / secundário a vasculite/trombose) = na fase crônica já se é comum ocorrer alterações de outros órgãos, como alterações renais levando a perda da albumina, ou edema causado pela vasculite também, já que o vaso alterado teve alteração da permeabilidade e podendo perder líquidos e podendo levar a um edema. • Pernas • Bolsa escrotal → Problemas secundários • Pneumonia • Glomerulonefrite • Insuficiência renal • Artrite Abaixo temos exemplos de sangramento na córnia e gengiva, e edemas nos membros Abaixo temos equimoses, presenças de petéquias no tecido subcutâneo Abaixo temos sangramento na esclera, que é outro sinal clínico Exames complementares quando suspeita-se de erliquiose CRÔNICA → Hemograma completo → Proteinograma Achados hematopatológicos na erliquiose monocitotrópica canina crônica → Anemia arregenerativa – pois já atingiu a medula óssea, e não há presença de hemácias jovens • Normocítica normocrônica → Trombocitopenia arregenerativa – pois já teve destruição dos megacariócitos → Leucopenia (ausência das riquétsias nos monócitos) • Neutropenia – diminuição de neutrófilos • Linfocitose – linfopenia = e pode diminuir ou aumentar linfócitos por haver presença de linfócitos em outros órgaos, como linfonodos Na imagem abaixo temos um hemograma exemplo, onde se tem neutropenia (baixa de neutrófilos), leucopenia, anemia 15 normocítica normocrômica pelos valores de VCM e CHCM. Há um numero de plaquetas muito abaixo Proteinograma da erliquiose monocitotrópica canina crônica → Pode verificar uma hiperproteinemia (aumento de proteínas no sangue) por hiperglobulinemia • IgM • IgG → Hipoalbuminemia – redução de albumina • Má nutrição – anorexia/apatia • Perda renal de proteínas • Doença hepática Diagnóstico definitivo → Diagnóstico indireto • Métodos que detectam anticorpos (diagnóstico sorológico), como a imunofluorescência indireta → Diagnóstico direto • Reação da polimerase em cadeia (PCR), pesquisando o material genético da ehrlichia Achados de necrópsia na erliquiose Há achados de petéquias, como na imagem abaixo que há presença de petéquia na mucosa intestinal Tratamento → Tetraciclina (antibiótico) – 22mg/kg, três vezes ao dia, por 14 dias, via oral → Doxiciclina (tetraciclina semi-sintética = antibiotico) – 10 mg/kg por dia, por 14 dias, via oral (fase crônica – 28 dias de tratamento) → Dipropionato de Imidocarb (antiparasitário) – 5mg/kg IM ou SC em duas injeções com 15 dias de intervalo = pode ser usado como preventivo → Uso simultâneo → Fase aguda – prognóstico melhor pois ainda não houve destruição dos precursores na medula ossea → Fase crônica – variável a reservado → Pode ser que animais na fase crônica necessitem de transfusões sanguíneas → Ou até de estimulantes da medula óssea • Decanoato de nandrolona • Oximetolona Prevenção → Controle de carrapatos → Infecção precedente não confere imunidade protetora → Medicamentos ectoparasiticidas Anaplasma platys → Primeiramente classificada no gênero Ehrlichia (E. platys) 16 → Em 2001= membros da família Ehrlichiaeae foram transferidos para a família anaplasmataceaeCaracterísticas → Afeta cães → A doença é chamada de de Trombocitopenia cíclica (TC)/ trombocitopenia infecciosa cíclica canina. - Ela ocorre em ciclos, ciclos que diminuem o número de plaquetas e depois retornam a aumentar, por isso cíclica. Abaixo na imagem vemos macroplaquetas e com presença de um ou mais anaplasma ao seu interior. Abaixo temos mais um exemplo de anaplasma no interior de plaquetas Relembrando Link: Histologia do Tecido Sanguíneo (plasma, células e plaquetas) - - StuDocu → Anaplasma também é uma rickettsia – microorganismo Gram negativo → Portanto é intracelular obrigatório → Pleomórfico (cocóide ou elipsóide) → Parasita exclusivamente de plaquetas Abaixo temos uma macroplaqueta com a presença de uma mórula da Anaplasma platys https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-regional-integrada-do-alto-uruguai-e-das-missoes/morfologia-humana/histologia-do-tecido-sanguineo-plasma-celulas-e-plaquetas/6942206 https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-regional-integrada-do-alto-uruguai-e-das-missoes/morfologia-humana/histologia-do-tecido-sanguineo-plasma-celulas-e-plaquetas/6942206 17 → Aparecem isolados, pares ou grupos → Se caracterizando por aparecer nessa forma de inclusões basofílicas, já que são gram negativos Formação das mórulas Ocorre a entrada na plaqueta por endocitose, formando a vesícula fagocitaria no interior da plaqueta e também ocorrendo a divisão binaria. Tem a formação das inclusões compactas no interior das plaquetas, resultando nas mórulas << exemplos. Epidemiologia → 1978 – Descrito por HARVEY, na Flórida → EUA, Grécia, França, Itália, Israel, China, Japão, Tailândia e Venezuela → Brasil Surge após a Ehrlichia, obviamente, ela surgiu em 1935. Após a descrição de Anaplasma na Flórida, houve outras por outros países inclusive Brasil. → Distribuição= de acordo com a presença do carrapato vetor (Rhipicephalus sanguineus) • Maioria das regiões tropicais e sub- tropicais → Transmissão • Rhipicephalus sanguineus Patogenia → Período de incubação= 8 a 15 dias – para que tenha aparecimento dos sinais clínicos ou alteração na quantidade de plaquetas → Fase aguda= alta porcentagem de plaquetas infectadas – percebe-se no esfregaço sanguíneo → Levando a uma grande diminuição do número de plaquetas circulantes= 20.000 plaquetas/µl 18 Como ocorre o ciclo da trombocitopenia cíclica → Há uma porcentagem alta de plaquetas infectadas – contendo anaplasma → Diminuição do número de plaquetas pois elas irão sendo destruídas por possuírem corpo estranho → Consequentemente irá ter um desaparecimento dos microorganismos da circulação → Como ocorreu uma diminuição do número de plaquetas, portanto haverá um estímulo na medula óssea para produção de novas plaquetas. – plaquetometria volta ao normal em 3 a 4 dias → De 7 a 14 dias ocorre uma nova parasitemia, essas novas plaquetas serão infectadas, sendo reconhecidas com o corpo estranho e novamente destruídas → Consequentemente, redução do número de plaquetas → O que caracteriza a trombocitopenia cíclica Como ocorre a destruição de plaquetas? Uma trombocitopenia inicial (logo no inicio) ode ocorrer pela proliferação do parasito no interior da plaqueta levando a destruição, levando ao rompimento da plaqueta. Uma trombocitopenia subsequente (mais para frente) ocorre pela remoção imunomediada, que já pela deposição de anticorpos contra essas plaquetas parasitadas que serão retiradas pela ação de macrófagos Sinais Clínicos A trombocitopenia tem poucos sinais clínicos. Na maioria das vezes vão ser achados laboratoriais os casos de anaplasma platys, em que se faz o hemograma e encontra a plaqueta infectada. → Causa episódios de trombocitopenia – em ciclos → Sem sinais evidentes da doença clinica → Hemorragias – MUITO raras → Pode ocorrer uma discreta hipertermia na parasitemia inicial – raro também → Sangue nas fezes – pacientes trombocitopênicos – aqueles animais que diminuem muito as plaquetas Alguns sinais inespecíficos como= → Anorexia → Letargia → Depressão → Perda de peso → Linfadenomegalia → Mucosas hipocoradas → Febre Importante → Megacariócitos ou qualquer outra célula precursora na medula óssea não apresentam inclusões durante a parasitemia – anaplasma acomete as plaquetas circulantes → Associada a outros hemoparasitas potencializa a doença clinica, como junto a babesia; Ehrlichia Achados hematopatológicos → Trombocitopenia – se na fase de destruição das plaquetas → Macroplaquetas 19 → Monocitose – pois vai haver estímulo de monócitos na fase aguda → Medula óssea= hiperplasia megacariocítica – aumento dos megacariócitos devido a esses ciclos repetidos de destruição de plaquetas e necessidade de novas plaquetas → Anemia • Normocítica/normocrômica • Mudanças na concentração de ferro sérico, na medula óssea na fase de produção de novas hemácias- pelas citocinas liberadas por macrófagos interferem na concentração do ferro • Anemia da doença inflamatória – pelas citocinas liberadas por macrófagos interferem nos precursores de hemácias. → Hiperglobulinemia – aumento de globulina no sangue pela estimulação antigênica • Elevação de valores de IgM e IgA Diagnóstico → Exame físico → Histórico de contato com carrapatos – presença de carrapato no animal ou se estava infestado → Pesquisa de mórulas (Giemsa, Panótico) no esfregaço sanguíneo → Imunofluorescência indireta → PCR Abaixo temos uma macroplaqueta com a mórula do anaplasma em seu interior Abaixo o animal apresenta uma leve anemia e diminuição das plaquetas PCR positivo para Anaplasma platys pois foi encontrado material genético do anaplasma platys. Tratamento → Doxiciclina – 10mg/kg durante 28 dias → Dipropionato de imidocarb Pode associá-los principalmente se houver suspeita de infecção concomitante a babesia. Prevenção → Controle de carrapatos → Medicamentos ectoparasiticidas 20 Mycoplasma haemofelis → Parasita as hemácias de felinos → Inicialmente classificado como uma Rickettsia • Africa do sul em 1942 • Gênero Eperythrozoon spp • EUA – 1955 Haemobartonella felis • 2001 – Mycoplasma haemofelis → Família= Anaplasmataceae → Gênero= Haemobartonella felis . Classificação atual → Tamanho pequeno – que ajudou em sua classificação → Ausência de parede celular → Ausência de flagelo → Resistência a penicilina e análogos → Sensíveis à tetraciclinas → Estudos filogenéticos (gene 16S – codifica o RNA ribossômico) – que levaram a sua nova classificação de mycoplasma Taxonomia → Reino= procariota → Ordem= Mycoplasmatales → Família= Mycoplasmataceae → Gênero= Mycoplasma (Espécie-específicos) • M. pneumoniae • M. bovis • M. haemofelis • M. haemocanis – não é comum • M. suis Características → Bactérias pequenas (tamanhos entre 0,3 a 0,8 µm) → Bactérias hemotrópicas (afinidade pelas hemácias) – micoplasmas hemotrópicos → Necessitam da célula hospedeira para sobreviver → Causa anemia hemolítica pela destruição das hemácias parasitadas → “anemia infecciosa felina” Abaixo notamos que elas ficam sobre a hemácia, não entrando. → Bactérias gram negativas extracelulares → Pleomórficas (únicos, pares ou correntes) → Sem parede celular → Agregam-se às paredes dos eritrócitos Abaixo vemos a variação dela sozinha ou em pares → Forma cocóide, anelar ou de bastonete → Podem formar correntes de 3 a 6 organismos Abaixo temos exemplos de correntes 21 → Parasitam a superfície de glóbulos vermelhos (bacteria parasita epicelular) Epidemiologia → Distribuição mundial → Felídeos domésticos e selvagens Abaixo mostrando a distribuição mundial Transmissão → Artrópodes • Pulgas – Ctenocephalides felis • Carrapatos– R. sanguineus • Piolhos – Felicola subrostratus → Transmissão direta entre gatos • Comportamentos agressivos • Brigas territoriais • Coito → Transmissão vertical= • Via intrauterina • Durante o parto • amamentação → Transmissão iatrogênica= essa ocorre em todas as hemoparasitoses • Transfusões sanguíneas • Agulhas contaminadas Ciclo biológico Quando o carrapato se alimenta do felino e faz ingestão do mycoplasma, esse patógeno é disseminado pelos hemócitos dos carrapatos e vai até o intestino e glândulas salivares dos carrapatos, através das glândulas salivares o carrapato então faz a transmissão para os felinos. 22 → Multiplicação por fissão binária ou brotamento na superfície das hemácias → Não sobrevivem fora do hospedeiro O Mycoplasma permanece sobre a membrana das hemácias e por ali mesmo ele faz sua multiplicação, dando o formato de corrente Período de incubação → Período entre a infeção e os primeiros sinais de doença: 2 a 34 dias → bacteremia mais elevada: 14o-15o dia pós-infeção Fisiopatologia → dividida em 4 fases • pré-bacteremia • aguda • crônica • portador assintomático logo após a infecção pela picada do parasita, essa bactéria acaba indo parar na circulação sanguínea onde ocorre a infecção das hemácias e elas acabam sendo fagocitadas pelos macrófagos (baço, pulmões e fígado). E então teremos nova liberação desse mycoplasma na corrente sanguínea para infectar novas hemácias e tendo portanto a fase aguda, quando aumenta muito a infecção das hemácias. Fase pré- bacteremia → 2 a 21 dias → Sem sinais clínicos → Sem parasitas circulantes Fase aguda → 3 a 4 semanas (varia conforme a fase de pré- bacteremia) → Grave bacteremia – muitas hemácias parasitadas circulando → Destruição dessas hemácias • Lesão direta por bactérias – conforme lesionam a membrana das hemácias • Lesão imunomediada – anticorpos ativam fagocitose das hemácias → Anemia macrolítica hipocrômica (regeneretiva) – como a medula óssea não esta afetada, conforme as hemácias vão sendo destruídas há estimulo para produção de novas hemácias. Fase crônica → Meses ou anos após a infecção → Bactérias fagocitadas por macrófagos no baço e pulmões – podem permanecer fagocitadaspor muito tempo e portanto seu numero é baixo no sangue → Número de bactérias baixo na corrente sanguínea → Hematócrito pode ser normal – pois não há destruição de hemácias, apenas se houver aumento de bacteremia → Ou apresentar uma anemia regenerativa leve a moderada Portador assintomático O animal pode apresentar equilíbrio da destruição das hemácias parasitadas através da remoção da circulação. Conforme a multiplicação bacteriana aumenta, elas vão sendo removidas. O animal, como vimos na fase crônica, pode viver com esse mycoplasma. E quando tiver uma queda na imunidade ai pode aumentar novamente o mycoplasma na circulação, então o animal saudável pode ter um equilíbrio em que as hemácias infectadas vão sendo removidas. 23 → Mycoplasma haemofelis: agente oportunista → pode existir em animais aparentemente saudáveis → Probabilidade de recidiva – de queda de imunidade • estresse agudo, • baixa de imunidade, • período pós-operatório, • gestação • doença oncológica patogenia alguns mecanismos que o mycoplasma faz sobre as hemácias= ele pode leva-la a erosão, pois ele fica aderido a hemácia e esse ponto de adesão pode levar a uma erosão e ruptura da membrana VIA INTRAVASCULAR (dano direto do parasita sobre a hemácia)= Essa erosão pode ocorrer por danos físicos ou químicos, e com essa erosão teremos o aumento da fragilidade, aumentando a permeabilidade da membrana com essa erosão e aumento da fragilidade osmótica começando a er perdas de substancias e líquidos, levando a uma lise dessa hemácia. VIA EXTRAVASCULAR= há produção de anticorpos anti- eritrocitos (contra essa hemácia parasitada), essas hemácias serão destruídas por fagocitose por macrófagos, sendo uma destruiçãode hemácias extravascular >> Esses dois mecanismos levam a anemia << Ainda tem essa questão sobre a eritrofagocitose parcial, pois quando ocorre a fagocitose por macrófagos algumas hemácias são totalmente fagocitadas e outras parcialmente apenas. Então a eritrofagocitose parcial é a remoção do parasita com a remoção parcial dessa membrana da hemácia. → hemácias perdem a forma bicôncava – por ter tido perda de parte da membrana pela eritrofagocitose parcial → Ela se torna um esferócitos 24 → hemólise – ainda posteriormente numa passada pelo baço, esses esferócitos podem ser destruídos Sinais clínicos → apatia/depressão → letargia → inapetência / perda de peso → desidratação → anemia infecciosa felina → palidez nas mucosas → hepatomegalia → esplenomegalia - pela atividade do baço, dos macrófagos do baço fazendo a fagocitose → febre → linfadenopatia → icterícia – hemólise extravascular forma bastante bilirrubina, levando à icterícia Achados hematológicos → grau de anemia depende do estágio da doença → anemia regenerativa – pois tem resposta da medula, só poderia não ter se tivesse associado à outra doença que afetasse a medula óssea. → Caracterizando a presença de hemácias jovens • anisocitose e policromasia • reticulócitos • corpúsculos de Howell-Jolly → anemia arregenerativa – pode ter quando ocorreu uma hemólise e ainda não ocorreu tempo de ter uma resposta – em 3 dias já tem uma regeneração • ainda não houve tempo para uma resposta regenerativa • caso de infecção concomitante por FeLV alterações bioquímicas → aumento de bilirrubina – pelo aumento da destruição de hemácias de maneira extravacular → aumento de enzimas hepáticas ALT e AST – isso quando já se tem alteração no fígado • hipóxia secundaria anemia • lipidose hepática devido à anorexia diagnostico diferencial nós vimos que não são muitos especiuficos os sinais clínicos, sendo os mais específicos a anemia e esplenomegalia. Portanto temos de diferenciar a mycoplasma de outras doenças, como a fiv e felv. Doenças que também causem anemia Diagnóstico → isolamento do agente – não é muito utilizado → imunofluorescência indireta → identificação em esfregaço sanguíneo – mais comum de visualizar quando tem elevada 25 bacteremia e a mycoplasma está em diversas hemácias • Giemsa • Panótico → PCR Abaixo na imagem temos um exemplo de esfregaço sanguíneo, em que vemos mycoplasma parasitando hemácias Na imagem abaixo dá para ver melhor o formato de corrente que mycoplasma pode se apresentar Tratamento → Tetraciclinas em geral → Eleição= doxiciclina • Não causa nefrotoxicidade • Hepatotoxicidade baixa → Transfusão sanguínea – em caso de anemia grave → Glicocorticoides (prednisolona) – controversa • Diminuir a eritrofagocitose de resposta imunomediada • Apenas se não obter resposta com antibiótico Abaixo exemplos de dosagens, mas que na matéria de doenças parasitárias não se é importante saber. Prevenção e controle 26 → Controle de ectoparasitas – manter em dia medicações evitando infestações de parasitas → Felinos doadores de sangue devem ser testados • Testar para Mycoplasma haemofelis (Mhf) com PCR – pelo PCR pois será mais certeiro Saúde publica → Diagnostico de Mhf confirmado por PCR → Humano imunocomprometido → Potencial zoonótico da espécie Babesiose ( Babesia ) Taxonomia → Reino= protozoários → Filo= apicomplexa → Classe= sporozoasida → Ordem= piroplasmorida → Família= Babesiidae → Gênero= Babesia Filo apicomplexa Morfologia → Organelas • Anéis polares= fica bem no ápice • Róptrias (penetração)= são os prolongamentos pretos que ajudam na penetração • Micronemas (reconhecimento e adesão) → Fixação e invasão • Conoide= filamentos dispostostransversalmente no ápice que é para fixação e invasão dos microorganismos na célula • Microtúbulos= estruturas para dar motilidade visto que esse microorganismo não possui flagelo → Complexo apical • Função estrutural • Motilidade → Não possui flagelos e nem cílios → Não forma pseudópodes → Locomoção por flexão ou deslizamento (contração do corpo do microorganismo para se movimentar) → Reprodução sexuada (no interior dos carrapatos) → Reprodução assexuada (tanto no carrapato como nos hospedeiros) • por fissão binária ou esquizogonia → formato Piriformes (piroplasma), redondos ou ovais 27 → Descoberto final do século XIX – 1888 (Europa) (Victor Babes - Iugoslávia) → Parasita intraeritrocitário de vertebrados – parasita hemácias → Parasitam vários tecidos dos carrapatos. Abaixo as diferentes espécies de Babesia para cada espécie de animais, temos bigemina/bovis para bovinos, caballi/equi para equinos, canis/gibsoni para canino (canis mais comum) Localização do parasita no hospedeiro Ela parasita as hemácias mas temos... → Periférica (alta parasitemia) = alta de parasitas na circulação. → Viscerotrópica= mais retido nos pequenos capilares • podem causar doença sem alta parasitemia • infecções letais com formação de trombo cerebral sem apresentar anemia • mais comum nos bovinos epidemiologia → distribuição mundial= regiões com predomínio tropical e subtropical pela ocorrência de carrapatos Abaixo sobre a Babesia canis, que é mais comum no Brasil mas presente em outros países. → Ocorrência de surto → Variação na população de carrapatos em função do clima • ↑ população de carrapato em climas quentes • ↑ possibilidade surto • Animais não protegidos são mais propensos Morfologia → Formas Podemos encontrar a babesia de forma única (A) ou com maior quantidade em que ela vai se multiplicando, quanto maior a quantidade pode levar a lise da hemácia. As formas são= 28 → Piroplasma – forma piriforme intracelular → Esporozoíto – forma infectante → Trofozoíto – forma de anel, arredondado → Merozoíto – cruz de malta (B. equii), divisão dos trofozoítos, formato alongado → Oocinetos – formas móveis → Gametogonia – carrapato, reprodução sexuada Babesia canis Abaixo temos imagens da babesia em seu formato piriforme Abaixo também está em formato piriforme mas já está em maior número no interior da hemácia. Abaixo temos Babesia extraeritrocitária, ou seja, já ocorreu o rompimento da membrana da hemácia e liberou a babesia na circulação e assim podendo invadir novas hemácias Abaixo temos varias hemácias parasitadas, apresentando de imagem alongada, de imagem arredondada, hemácias com maior numero de Babesias Babesia gibsoni Geralmente não é encontrada no Brasil Babesia caballi É uma babesia grande, da espécie de equinos 29 Babesia equi É uma babesia de equinos menor, e podemos notar uma distribuição mais ou menos em formato de cruz Abaixo também mostrando a distribuição em cruz Babesia microti Babesia dos roedores que pode infectar os humanos Transmissão Vai ocorrer através do carrapato que irá levar a infecção da babesia nos cães Ciclo biológico → Ciclo biológico heteroxeno: • Hospedeiros vertebrados e invertebrados. → Hospedeiro invertebrado (HI) • carrapatos. • carrapatos podem albergar mais de uma espécie de Babesia. → Hospedeiro vertebrado (HD): • Mamíferos: ruminantes, suínos, equinos, cães, homem. Abaixo quanto a transmissão, temos os hospedeiros intermediários, os carrapatos → Hospedeiros invertebrados: Rhipicephalus sanguineus 30 Dermacentor nos equinos Ciclo biológico Ocorre somente a reprodução assexuada no hospedeiro vertebrado, e ele será infectado pelos esporozoítos. Já nos carrapatos temos uma parte da reprodução assexuada mas é nele quem ocorre a reprodução sexuada, a formação de gametas e zigoto deste protozoário. A partir do momento que o carrapato suga o sangue dos animais ele irá eliminar pelas suas saliva os esporozoitos que irão entrar na circulação do animal e penetrar nas hemácias. 1. Os esporozoítos penetrasm as hemácias 2. e ele evolui para trofozoíto com um formato arredondado 3. começa então a divisão binaria (assexuada) 4. formando os merozoítos, podendo levar a grande quantidade de merozoíto levando a ruptura da hemácia. 5. No passo 5 mostra a saída dos merozoítos pela ruptura da hemácia 6. Esses esporozoítos livres na circulação podem então invadir novas hemácias e reiniciar o ciclo 7. Ou então o merozoíto sendo ingerido pelo carrapato (alimentação do carrapato no hospedeiro), no interior do carrapato teremos a evolução 8. Há a formação do gametócito 9. Eles se diferenciam em gametas 10. Gametas esses masculino e feminino 11. Há a formação do oocineto 13- há infecção dos ovos do carrapato, pois há disseminação desse parasita por todos os tecidos do carrapato, então a fêmea já pode fazer a postura de ovos infectados. E ainda 31 pode ter disseminação do protozoário para glândula salivar que é onde temos a formação dos esporozoítos que infectarão novos animais Abaixo apenas mostrando com mais detalhes o que ocorre no interior do carrapato. Em que o carrapato ao ingerir sangue infectado, esse parasita vai para o intestino do carrapato e lá ocorre a reprodução sexuada do parasita. E depois a eliminação pelas glândulas salivares, mostra a esporogonia (reprodução assexuada) ocorrendo dentro das glândulas salivares. A partir daí há liberação dos esporozoítos para infectar novos animais. Tipos de transmissão → Intraestadial = dentro do mesmo estádio do carrapato → Transestadial = entre os estádios do carrapato (da larva para ninfa, por exemplo) → Transovariana = do ovário da teleógina para os ovos (postura de ovos já contaminados) Quando o carrapato se infecta ocorre infecções de vários tecidos chegando ate os ovários do carrapato-femea onde ela irá fazer a postura de ovos já contaminados. (transmissão transovariana). A partir daí temos a eclosão desses ovos e gerando as larvas já contaminadas, depois ninfas contaminadas e adultos contaminados. Transmissão entre os diferentes estágios do carrapato (transmissão transestadial) A transmissão dentro do mesmo estagio contaminado através das glândulas salivares através da alimentação, como a ninfa infectadar ao se alimentar passar o parasita ao hospedeiro vertebrado (transmissão intraestadial) Patogenia Alguns animais podem ficar mais acometidos que outros, dependendo de → Idade do hospedeiro → Estado nutricional → Estado imunológico → Grau de infestação → Virulência do agente → Associação com outros patógenos, hemoparasitos= como o anaplasma e a erliquia que podem ser transmitidos juntamente a babesia por possuírem o mesmo vetor (carrapato) eliminação Contaminação do carrapato 32 Logo no inicio da infecção/multiplicação, temos um animal assintomatico. Conforme vai ocorrendo maior multiplicação da babesia no interior das hemacias ai que notaremos um quadro, pois aí levará a ruptura dessas hemácias pela intensa multiplicação e haverá um quadro de anemia Lise das hemácias podem ocorrer de duas maneiras= intravascular e extravascular → Hemolise intravascular= é quando ocorre a ruptura das hemácias pela grande quantidade de merozoítos. • Hemoglobinemia= Hemoglobina livre na circulação pela liberação da hemácia • Hemoglobinúria= a partir dessa alta de hemoglobina na circulação, passa a sair hemoglobina na urina, urina avermelhada • Nas anemias hemoliticas geralmente temos uma anemia regenerativa, pois não houve acometimento da medula óssea → Hemólise extravascular= hemólise devido a uma resposta imunológica, levando a ativação do sistema de complemento e levandoa opsonização das hemácias parasitadas que serão reconhecidas por macrófagos que farão sua retirada e sendo destruídas no interior dos macrófagos Quando ocorre hemólise extravascular há formação de bilirrubina, havendo um grande numero de hemácias parasitadas haverá então uma alta de bilirrubina na circulação causando a icterícia. Abaixo apenas para ilustrar as hemacias parasitadas em que se tem a apresentação de antigenos e formaçao de anticorpos para que se tenha a hemolise extravascular Pode haver uma resposta humoral a partir da resposta imunológica levando a hemólise extravascular. Pode haver a estimulação de macrófagos e a partir dele a liberação de citocinas e podendo levar a um aumento de células inflamatórias. Os macrófagos possuem um mecanismo para tentar neutralizar as babesias. Macrófagos ativados liberam interferon gama e fator de necrose tumoral e isso colabora para síntese de oxido nítrico no interior dos próprios macrófagos, esse oxido nítrico inibe a replicação dos hemoparasitas, tendo esse efeito babesicida. Esse mecanismo pode ser uma das diferenças da patogenia, em que porque uns animais ficam mais acometidos do que 33 outros. Pois esse sistema pode ser mais eficiente em alguns animais. → período de incubação varia de 4 a 21 dias → Sobrecarga hepática = pode ser devido a um problema da diminuição da oxigenação tecidual pela anemia ou pela hemólise extravascular, pode ser pela quantidade exacerbada de bilirrubina que chega no fígado para ser metabolizada e neste momento já teríamos a presença da icterícia. Primeiro temos um plasma ictérico e depois um amarelamento das mucosas e pele → Congestão hepática e esplênica= pelo trabalho dos macrófagos do fígado e do baço para fazer a retirada da babesia levando a essa congestão → Distensão vesícula biliar= pelo volume aumentado da bilirrubina que sai junto à bile → Hiperplasia sistema fagocítico mononuclear= que acarreta congestão → Hemoglobinemia e hemoglobinúria podem causar lesão renal= a saída da hemoglobina no sistema renal pode causar uma lesão → Forma periférica - alta parasitemia (alta de babesia na circulação), anemia hemolítica intra/extra (muitas hemácias parasitadas) → Forma viscerotrópica - eritrócitos infectados sequestrados no endotélio capilar, retida nos pequenos vasos sanguíneos • Babesia induz a formação de protrusões na membrana do eritrócito (adesão)= através dessas protusões a hemácia fica aderida a parede do vaso com a babesia dentro, levando a formação de trombos, promovendo uma lesão no vaso e ativando a coagulação • Associada à forma cerebral da babesiose= leva alteração do sistema nervoso e pode levar a morte do animal. Bastante comum no bovino • Hipotensão= dependendo de onde há formação desses trombos • Alteração da coagulação e formação de trombos= ativando plaquetas Sinais clínicos – FORMA HIPERAGUDA → Cães muito jovens (< 4 semanas) → Anemia intensa= destruição rápida e intensa das hemácias → Hemoglobinúria= sinal clinico- urina escura avermelhda → Icterícia Hemoglobinúria+icterícia= significa que ocorreu tanto hemólise intravascular quanto extravascular → Hipotermia → Choque → Incoordenação motora → Convulsões Sinais clínicos – FORMA AGUDA → Cães jovens (< 1 ano) → Perda de apetite → Depressão → Febre → Mucosas pálidas – pela anemia → Icterícia – pela hemólise extravascular e liberação exacerbada de bilirrubina → Linfadenopatia – aumento dos linfonodos → Esplenomegalia – aumento do baço pela alta ação do baço → Hemoglobinúria (casos graves) 34 Abaixo temos as mucosas palidas e pouco ictericas (amareladas) Abaixo um cão parasitado com carrapatos e mucosas bastante pálidas Sinais clínicos- FORMA CRÔNICA → Febre intermitente – picos de hipertermia → Anorexia → Emaciação – diminuição da massa muscular → Fraqueza → Esplenomegalia → Hemoglobinúria → Icterícia Abaixo vemos uma ictericia mais acentuada Sinais clínicos Alguns animais podem permanecer como apenas portadores da babesiose e se manter na forma subclinica. Estes animais a partir domomento em que são infectados, eles tem alguns sinais leves (não chega a ter anemia grave) e podem se recuperar e ficar apenas portadores. Podem ter uma recaida por condições de estresse ou por doenças concomitante e acabar desenvolvendo a doença Achados hematológicos → Anemia hemolítica: → Regenerativa – por não ter acometimento da medula óssea → Reticulócitos – hemácias jovens → Anisocitose e policromasia – variação do tamanho das hemacia 35 Os macrófagos ativados liberam citocinas que atraem outras células de defesa, células inflamatórias como os polimorfonucleares (neutrófilos) e mononucleares (monócitos e linfócitos). Isso gera um aumento de leucócitos = leucocitose por monocitose e linfocitose Diagnóstico Métodos diretos → Esfregaço sanguíneo (fase aguda) – quando visualizamos as babesias dentro das hemácias. Sendo mais fácil de visualizar na forma aguda... isso se não tiver na forma viscerotropica pois aí ficariam retidas em pequenos vasos, necessitando uma parasitemia mais elevada para notar hemácias parasitadas. → PCR – pesquisa do material genetico → Necrópsia: • Lesões • Histopatológico Nas imagens abaixo temos exemplos de infecção por babesia Abaixo temos até mesmo a babesia livre na circulação, pós hemólise Métodos indiretos – mais indicados quando não há alta parasitemia não sendo possível identificar nos esfregaços → Testes sorológicos (úteis para animais na fase crônica ou assintomáticos - baixa parasitemia) • ELISA, • Imunofluorescência indireta. Tratamentos → Babesicidas: → Dipropionato de imidocarb • Dose: 5-6,6 mg/kg IM, SC; • repetir em 14 dias → Aceturato de diminazeno • Dose: 3-5 mg/kg dose única → Transfusão sanguínea (casos graves de anemia) Prevenção e controle → Controle do carrapato – carrapaticidas 36 → descarte de Babesia sp. em cães dadores de sangue Tristeza Parasitária Bovina Etiologia da TPB → babesiose e anaplasmose • Duas protozooses do gênero Babesia → Babesia bovis → Babesia bigemina • Uma rickttsiose do gênero Anaplasma → Anaplasma marginale- acomete hemácia bovina Nas imagens abaixo temos as exemplificações de cada Epidemiologia da TPB → Expressão da doença varia em função dos seguintes fatores • Diferença de patogenicidade entre espécies • Diferença de patogenicidade entre isolados • Susceptibilidade do hospedeiro → Raça → Idade= imunidade pelo colostro em animas muito jovens → Imunidade 1. Idade= animais jovens são mais resistentes → anticorpos colostrais = presença de anticorpos para cada em torno da data abaixo • B. bovis: 56 a 84 dias • B. bigemina: 28 a 56 dias • A. marginale: 60 dias Distribuição geográfica carrapato e TPB A distribuição ocorre em localidades que há presença do carrapato, tropicais e sub-tropicais → Áreas livres • o carrapato não ocorre devido às condições climáticas adversas → inexistência de condições ambientais → não tem o vetor • TPB também não ocorre. → Áreas de instabilidade enzoótica (Brasil ocorre esta) • estação fria bem definida • bovinos permaneçam longos períodos sem contato com carrapatos • oscilação dos níveis de Ac circulantes: → queda nos níveis de Ac • nas estações mais quentes - surtos de TPB • sul do RS, algumas regiões de SC e PR → Áreas de estabilidade enzoótica (endêmicas) • prevalência de carrapatos é alta no decorrer de todo o ano • animais imunologicamente protegidos • frequência de Ac superior a 75% • casos isolados de TPB. Estabilidade X Instabilidade enzoótica → Circunstâncias que levam a surtos de TPB: 37 • Introdução de animais provenientes de área livre de carrapatos em áreas enzoóticas. (instabilidade) • Introdução de animais parasitadosem áreas livres de carrapatos. (estabilidade) • Redução temporária das populações de carrapatos. Etiologia dos surtos de tristeza parasitária bovina Os mais comuns são B. bovis e A. marginale, responsáveis pelos surtos normalmente. Suscetibilidade → raças europeias e cruzadas são mais suscetíveis → jovens são mais resistentes que os adultos – que ainda esteja em efeito do colostro Imunidade → Imunidade humoral e celular → Imunidade não é duradoura – que leva a ocorrência das áreas de instabilidade, quando entra em contato com o agente pode ocorrer risco de desenvolver a doença novamente • necessário contato com o agente - favorece o não adoecimento (estimula anticorpos?!) → Animal imune mas sem contato com o agente por mais de 8 meses – suscetível a enfermidade novamente → Não há imunidade cruzada entre as espécies – se está contaminado com uma não tem imunidade para a outra, por exemplo contaminado com a bovis e não tem imunidade para bigemina → Exposição aos agentes nas primeiras semanas de vida = colostro → Exposição constante aos agentes transmissores → Imunidade específica para cada agente = contrai babesia, garante imunidade para babesia... mas necessita, por exemplo, contrair a anaplasma para ter imunidade... lembrar que imunidade não é cruzada. → Proteção colostral IMPORTÂNCIA ECONÔMICA → Morbidade = leva a anemia que irá levar a outros acometimentos... como diminuição da produção de leite → mortalidade → perdas na produção → abortos → custos com profilaxia e tratamento babesiose → sinonímia • Piroplasmose, • Febre do carrapato, • Água vermelha, (pela urina avermelhada) • Febre do Texas, • Nambiuvú, • Tristeza parasitária bovina (associada à Anaplasmose). Babesia bigemina é a maior e a babesia bovis é a pequena babesia dos bovinos, que são as predominantes no Brasil. → Morfologia Babesia bovis é pequena e viscerotrópica, podendo chegar até aos capilares dos tecidos e órgãos. 38 Babesia bigemina é grande e periférica, permanece na circulação periférica → Caracteristicas morfológicas • Babesia bovis: → Pequena Babesia (<2,5 µm) → piriforme → aparecem em pares (comum) >> Tropismo por órgãos viscerais e centrais= vai ter maior disponibilidade para chegar aos capilares pelo seu tamanho e ocorrendo um acumulo e hemácias nos capilares (protusão da hemácia parasitada) > Pouco tropismo por circulação periférica > Acúmulo de hemácias nos capilares • Babesia bigemina: → Grande Babesia (3 a 5 µm) → formas piriformes → isoladas → bigeminadas Tropismo pela circulação periférica= encontrada mais facilmente circulante Transmissão → Vetor: carrapato • Rhipicephalus boophilus microplus Ciclo Biológico Babesia No geral, o mesmo que vimos para o cão. As larvas presentes sobre o pasto levarão a presença do vetor no hospedeiro (larvas> ninfas> neogina>partenogina> teleogina> oviposição) e podendo fazer a postura de ovos já contamnados. A forma contaminante será eliminada pela saliva dos carrapatos, que são os esporozoítos, que ai vão evoluindo para trofozoítos, sofre a divisão e se transforma em melozoítos (onde temos a reprodução assexuada), ele depois é liberado das hemácias podendo invadir outras ou ser transmitido para outro carrapato.que é onde evoluem para gametas e se tem a fase sexuada. 39 Patogenia → Forma periférica - alta parasitemia, anemia hemolítica (intra ou extravascular).. alta quantidade de babesias circulantes. → Forma viscerotrópica (eritrócitos infectados no endotélio capilar) • Babesia induz protrusões na membrana do eritrócito (adesão) • hipotensão, alteração da coagulação e formação de trombos abaixo temos imagens de pequenos capilares repletos de hemácias com a babesia em seu interior, induzindo a protusão no interior da hemácia fazendo com que elas se aderem a parede do capilar e formando trombos. Sinais Clínicos → Início (aparecimento sinais clínicos): 2 a 3 semanas após a inoculação do protozoário pelo carrapato. → 1º sinal: febre alta. → Anorexia que pode levar a atonia do rúmen, que leva a um isolamento do animal do resto do rebanho. → Animal indócil: permanece deitado e à sombra. → Dorso arqueado e o pêlo arrepiado. → Dispnéia → Taquicardia Abaixo temos um exemplo de um bezerro com dorso arquiado → Mucosas pálidas = pela destruição da hemácias → Icterícia mais tardiamente = pela hemólise extravascular levando a alta de bilirrubina → 75% dos eritrócitos podem ser destruídos dentro de 3 a 5 dias. → Quadro crítico pode regredir dentro de 1 semana. → A taxa de mortalidade pode chegar a 50%. → Animal sobrevivente - sequelas • perda de peso, • aborto, 40 • queda na produção de leite, • prolongado período de recuperação. Sinais clínicos da: → Babesia bovis: • Acúmulo de hemácias parasitadas em capilares de órgãos como cérebro, rins, baço e fígado. – enfermidade viscerotrópica • Anóxia – pela dificuldade de oxigenação causada pelos trombos • Ativação das cascatas de coagulação e complemento – quando ocorre a protusão das hemácias e adesão no endotélio dos vasos, há ativação e com isso formação dos trombos. Ativação do sistema de complemento pela babesia no interior das hemácias pela estimulação antigênica. • Hipotensão, choque e morte → Babesia bigemina: • Febre – hipertermia pela parasitemia • Anemia hemolítica – hemólise intra e extravascular • Hemoglobinemia (intra) • Hemoglobinúria (intra) • Icterícia (extra) Abaixo temos a mucosa da vulva bem palida Agua vermelha, a urina com coloração vermelha pela presença de hemacia na urina Diagnóstico → Presença de carrapatos (ou histórico de ocorrência recente). – importante saber o histórico do animal → História clínica e sintomas. – quais sinais ele vem apresentando → Esfregaços sanguíneos corados – pode encontrar o hemoparasito nele • Panótico – corante • Giemsa → Necrópsia 41 → Impressões (claps) de órgãos Abaixo temos um animal com alta quantidade de carrapatos, que já são suspeitos de TPB pela incidencia do vetor Abaixo temos a babesia no esfregaço Temos a histopatologia abaixo, na imagem C temos a presença do hemoparasito no capilar onde os pontos mais escuros são a babesia, dentro da hemácia. Achados de necropsia O animal pode apresentar carcaça icterica ou palida pela hemolise extravascular e anemia. O sangue pouco viscoso, bastante liquido Plasma pode estar avermelhado pela hemolise intravascular e eliminação da hemoglobina. Os rins aparecem numa coloração escurecida pela presença da hemoglobina. Na imagem abaixo notamos pontinhos que são os cilindros de hemoglobina nos túbulos. E congestão do orgão O fígado mais pálido pela anemia, ou alaranjado pela presença de bilirrubina (icterícia) 42 Baço aumentado de volume pela esplenomegalia pela ação do baço de fazer a hemocaterese, retirada das hemacias parasitadas. Abaixo temos a abertura da bexiga,urina avermelhada Abaixo o rim com coloração escura, e a pulsão da bexiga e verificando a urina avermelhada. Babesiose cerebral Se observa o encefalo com uma coloração alterada, róse ou róseo-avermelhda. Devido a adesão dos eritrocitos nos capilares. Mostrando abaixo a coloração alterada da substancia cinzenta Abaixo temos capilares repletos de babesia e a coloração alterada do cérebro Diagnostico → Testes sorológicos • hemaglutinação • IFI • Imunofluorescência, ELISA Abaixo temos o mecanismo da protusão e formação de trombos 43 Aqui temos uma histopatologia cerebral que mostra babesia nos capilares do cérebro anaplasma Características morfológicas → Anaplasma marginale: • pequenos corpúsculos (0,3 µm) – bem menor que a babesia• intraeritrocitário – observados na margem da hemácia mas eles são fagocitados • forma arredondada • densa e homogênea • 80 a 90% encontram-se na periferia, marginalmente nos eritrócitos Vetores de anaplasma no brasil → Transmissão de Anaplasma: • vetor biológico: Rhipicephalus boophilus microplus Vetor: carrapato 44 • vetores mecânicos: insetos hematófagos → Tabanídeos → Stomoxys (mosca do estábulos) Transmissão de anaplasma → Carrapato → Insetos hematófagos → Iatrogênica → Intra-uterina Ciclo biológico anaplasma Transmissão pela saliva do anaplasma, que quando na circulação é fagocitado nas hemacias, onde ele se multiplica (mas não para que ocorra o rompimento da membrana da hemácia). O inseto hematofago que sugar o sangue desse bovino se contamina e assim se dissemina, o carrapato suga e ocorre a disseminação pelos tecidos e podendo novamente eliminar o agente pelas glandulas salivares. Abaixo temos a entrada do anaplasma nas hemácias. Ciclo evolutivo de anaplasma O corpusculo inicial do anaplasma é fagocitado pela membrana da hemacia por uma invaginação da membrana e formando o vacuolo parisitóforo, e no interior desse vacuolo há formação de outros corpusculos. Penetraçãodo A. marginale por rofeocitose= quando ocorre a fagocitose de elementos como ferro, por exemplo. Há 45 também invaginação da membrana e formação do vacúolo parasitóforo. Depois da multiplicação, pode ser liberado da hemácia mas não causa lise da hemácia. Ficando livre na circulação para infectar outras hemácias e sofrer novas divisões. O anaplasma não provoca lise da hemácia por sua divisão, babesia sim **a hemacia vai ser hemolisada extravascularmente, macrofagos retira da circulação para destruição. *apenas hemolise extravascular Patogenia e sinais clínicos → Anaplasma marginale • Início das alterações: 3 a 8 semanas • Febre - hipertermia • Anemia (fagocitose por macrófagos - extravascular) • Mucosas pálidas • Icterícia • Não há hemoglobinúria – não ocorre hemólise intravascular • Aborto Diagnostico Abaixo temos exemplos de hemacias parasitadas pela A. marginale Tristeza parasitaria bovina Diagnostico da TPB → Clínico – sinais clínicos podem ajudar → Laboratorial: • Parasitológico – busca pelo parasita no esfregaço sanguineo • patologia clínica – exames, anemia • sorológico - ELISA • biologia molecular – pesquisa do material genético pelo PCR → Achados necroscópicos Diagnostico clinico → Sinais neurologicos podem levar a suspeita da babesia bovis, pois é a pequena babesia que irá causar a babesiose viscerotrópica ou babesiose cerebral. → Babesia bigemina presente na circulação periferica equando com uma alta parasitemia pode levar a alta taxa de hemólise resultando na hemoglobinuria. 46 → Anaplasma marginale resultante de ictericia pela hemolise extravascular, apenas ictericia mas ausencia de hemoglobinúria pois não há hemolise intravascular. Diagnostico parasitológico Abaixo temos a presença de hemacias parasitadas no esfregaço Patologia clinica → Hematócrito < 20% - animal apresenta acentuada anemia → Plasma – avermelhado se tiver hemoglobinemia e amarelado se tiver icericia → Eritrograma – anemia macrocítica hipocrômica – anemia regenerativa Sorologia → Hemaglutinação → Imunofluorescencia indireta → Imunoadsorção enzimática (ELISA) Tratamento da TPB Suporte: transfusão, vit B12, antitérmico – podem ser necessários em caso de anemia e hipertermia → Babesia • Dipropionato de imidocarb (1,2 mg/kg) (SC) • Diaceturato de diminazene (3,5 mg/kg) (IM) → Anaplasma • Cloridrato de tetraciclina (20 mg/kg) (IM) (resíduo no leite: 72hs após a administração) – medicamentos deixam resíduo no leite Controle e profilaxia da TPB → controle do vetor → aplicação de acaricidas – banho carrapaticida nos bovinos → Garantir boa imunidade passiva para o bezerro → Fazer exposição controlada para desenvolver imunidade ativa 47 Taxonomia → Filo apicomplexa • Núcleo único • Flagelos e cílios ausentes (microgametas) • Formação cistos Microorganismos possuem complexo apical → Classe sporozoasida • Piriforme ou arredondado – corpo alongado em formato de pêra • Flagelos nos microgametas (gameta masculino) • Reprodução assexuada e sexuada • Monóxeno ou heteróxeno → Sub-classe coccidiasina (coccidia) • Gametas intracelulares – na parte intracelular, nas células intestinais no caso da eimeriae → Família eimeriidae • Monoxênico – apenas 1 hospedeiro para desenvolver seu ciclo • Meroginia (assexuada) e gametogonia (sexuada) – ocorre dentro do hospedeiro • Esporogonia – ambiente → Gênero eimeria Características Quando o oocisto está esporulado ele possui esses quatro esporocistos dentro. Dentro de cada esporocisto há dois esporozoítos → Oocisto esporulado: 4 esporocistos com 2 esporozoítos. → Parede do oocisto com dupla camada – parede externa é dupla conferindo maior resistência ao oocisto. → Esporocisto tem formato ovóide. → Esporozoítos tem formato de ‘banana’. → Microgametas (gameta masculino) com 2 ou 3 flagelos – para auxiliar na locomoção Abaixo temos uma imagem de um exame parasitologico de fezes, e podemos ver a camada externa espessa, por ser dupla. Dá para notar dentro os esporocistos Abaixo nos temos imagens aumentadas, na primeira notamos a dupla camada. Na segunda foto ele está em fase de esporulação e podemos notar apenas dois esporocistos e não da para distinguir os esporozoítos. Na terceira imagem já há presença dos 4 esporocistos e há presença dos esporozoítos. 48 Coccidiose → Enterite contagiosa causada pela infecção com Eimeria spp e/ou Isospora spp – isospora é mais comum em suínos → Ocorre em todos os animais domésticos → Forma subclínica ou quadros de diarréia e disenteria – comum apresentar sangramento nas fezes → Forma crônica da enfermidade é caracterizada por menor ganho de peso e produtividade – é uma enfermidade que atinge o intestino levando a menor absorção de nutrientes e consequentemente menor ganho de peso. Epidemiologia → Ocorrência • Mundial. • Maior importância em animais confinados – pois é mais fácil a transmissão por maior contato com as fezes e levando a uma transmissão mais acentuada • Infecção espécie e hospedeiro-específica – há um agente especifico para aves, suínos, para cada espécie. • Enfermidade frequente em aves, leitões, ovinos e bezerros. Hospedeiros → Bovinos → Ovinos → Caprinos → Suínos → Aves >> Ciclo monoxênico (ciclo no interior de apenas de um hospedeiro) – fecal – oral Etiologia → Bovinos: Eimeria zuernii, E. bovis, E. ellipsoidalis → Ovinos: E. arloing, E. weybridgenis, E. crandalis, E.ovinoidalis → Caprinos: E. arloing, E. faurei, E. gilruth, E. caprovina → Suínos: Isospora suis, E. debliecki, E. scabra, E. perminuta → Aves: E. acervulina, E. máxima, E. tenella * O ciclo da Coccidiose é o mesmo para todas espécies animais. todos os animais apresentam sangue nas fezes Coccidiose AVES Importância → Denominada como Eimeriose ou Coccidiose → Doença parasitária importante na avicultura – pois traz grandes prejuízos economicos → Frangos de corte (camas no chão) – mais acometidos que as poedeiras pois permanecem no chão e tendo contato maior com as fezes favorecendo a transmissão. → Pouco comum em aves poedeiras (gaiolas suspensas - menor possibilidade de ingestão dos oocistos) – pois permanecem em sistemas de gaiolas suspensas e tendo assim menor contato com as fezes. → Protozoários do gênero Eimeria: • multiplicação na mucosa intestinal das aves; - nas alças intestinais dos animais 49 • dano na mucosa; - levando à danos das células intestinais, da mucosa e levando ao sangramento • redução na capacidade de digerir e